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Trabalho submetido a disciplina de História do Brasil Monárquico ministrada pela professora Dr.ª Cristiane
Maria Marcelo.
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Graduanda do curso de Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI.
Os autores tratam também da atuação de Paulino José Soares de Sousa enquanto
ministro dos negócios estrangeiros, que em um primeiro momento, em decorrência dos acordos
malsucedidos com a Inglaterra e com o Paraguai voltou-se novamente para a política da
neutralidade. Voltando em 1849 Paulino José elaborou uma política autônoma contras Rosas e
Oribe, temendo a ascensão do antigo vice-reino e a incorporação dos outros estados do prata.
O sucesso do plano de Paulino dependia do fim dos conflitos entre o Brasil e a Inglaterra, a fim
de conseguir seu apoio.
As alianças feitas com as outras nações foram baseadas na diplomacia e contando com
o apoio de grandes figuras como Duarte da Ponte Ribeiro. Paulino conseguiu mobilizar pessoas
importantes dentro do Brasil para financiar as investidas contra seus adversários e conseguiu o
apoio de governos vizinhos. Rosas também contribuiu para seu próprio declínio na medida em
que abandonou o tipo de governo que defendia até então, por fechar a navegação dos rios e
esperar pelo apoio inglês. De acordo com o autor a “batalha de Monte Caseros (3 de fevereiro
de 1852) foi grandiosa pelo número de homens engajados (cerca de 50 mil) e pelo seu
significado histórico” (CERVO, BUENO, 2014, p. 125). Essa batalha tem um significado
simbólico de transição de um tipo de governo e políticas destinadas ao prata, marcados pelo
declínio de rosas e das políticas inglesas para o prata e a ascensão do Brasil enquanto potência
hegemônica.
Segundo os autores a atuação do Brasil no prata foi realizada em decorrência de suas
necessidades internas, que diziam respeito a aspectos como finalidade econômica de manter o
comercio regular do charque, uma vez que a produção do Rio Grande do Sul não conseguia
abastecer sozinha a grande quantidade de escravos. Finalidades estratégicas e de segurança, que
consistia na defesa das independências locais, segurança das fronteiras, definição jurídica das
fronteiras e liberdade de trabalho dos brasileiros no Uruguai. Finalidade políticas, defesa da
presença do liberalismo e do funcionamento das instituições liberais.
Os autores falam ainda das relações do Brasil com os dois estados da Argentina, na qual
o Brasil procurou se manter imparcial, no entanto sua atuação favorecia as repúblicas unidas da
Argentina. Em sua relação com a Argentina o brasil conseguiu a não interferência no seu
controle sob o Uruguai, mantendo o comércio regular com o Uruguai e satisfazendo suas
necessidades internas e induziu o reconhecimento argentino da independência do Paraguai.
Por último os autores falam sobre a guerra do Paraguai, abordando os motivos para o
Paraguai declarar guerra e a participação do Brasil na guerra. De acordo com os autores o
governo paraguaio se ressentia da pouca participação nos acordos feitos entre as nações que
atuavam na prata e em decorrência da política desenvolvida por Francisco Solano Lopez de
preservação das nações menores Paraguai e Uruguai contra os interesses imperialistas do Brasil
e da Argentina. Os autores mostram também que havia um interesse do Brasil em manter a
guerra e um interesse em segundo plano da Argentina, que recebia empréstimos volumosos que
ajudavam a manter suas receitas. O Brasil por sua vez financiou e concedeu muitos empréstimos
durante a guerra e teve também acesso a essas áreas de conflito, controlando essas nações a
partir da dependência financeira. A guerra foi mantida pelos sujeitos que se beneficiavam dela,
como negociantes e atravessadores.
Podemos perceber que o Brasil desenvolveu uma política em um primeiro momento
baseada na neutralidade e em um segundo momento baseada na diplomacia e em acordos
internos e externos, demonstrando também interesses imperialistas em relação ao Uruguai e ao
Paraguai. Os autores classificam o Brasil como uma potência periférica guiada por objetivos
próprios.
REFERÊNCIAS
CERVO, Amado; BUENO, Clodoaldo. O controle do Prata in. História da política exterior
do Brasil. Brasília: Editora da UNB, 2014, p. 117-138.