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ao menos que orientou os debates sobre esses países – é a da conquista da autonomia econômica e
política. Ou seja, em que medida países que foram ex-colônias conseguem se afirmar politicamente e
Revolução Brasileira – um processo que fizesse com que os rumos econômicos do país fossem
controlado e orientado pelos reais interesses dos setores internos, principalmente, a grande
massa da população. Não é difícil encontrar essa perspectiva em intelectuais do porte de Celso
brasileira. Parecia que estávamos às portas da revolução na década de 1950 e início dos 1960, tanto
que uma das obras de Celso Furtado do período se chama A pré-revolução brasileira.
4) A tragédia se deu com o golpe de 1964. No momento em que a luta popular e sindical encontrou
representação no governo de João Goulart, via-se a debilidade das consideradas forças nacionais. O
das classes sociais e suas lutas. Os textos de destaques são, a meu ver, Dreifuss A conquista do
Estado, Florestan Fernandes A Revolução Burguesa, Caio Prado Jr. A Revolução Brasileira,
e Revolução.
6) As conclusões podem ser sistematizadas da seguinte forma:
A burguesia industrial – identificada como nacional – não tinha pretensões de superar o
“atraso” rural, na verdade pactuava com esses. Fato que dá uma dinâmica distinta e particular
ao desenvolvimento do capitalismo. A ausência de rupturas tem motivações econômicas e
psicossociais.
A burguesia brasileira possuía vantagens econômicas na associação com o capital externo,
tanto como fonte de capitais quanto acesso à tecnologia. Segundo Cardoso, entre ser subordinado
processo político. Assim a burguesia associada e subordinada se apropria do Estado – por isso
trabalho.
Ou ainda, na perspectiva de Cardoso, o desenvolvimento ocorreria com a integração da
Estado e com o imperialismo. Essa é uma das chaves (extra econômica) para se entender as relações
sociais no país, assim como seu desenvolvimento. Até mesmo Celso Furtado reconhece em sua
obra tardia:
Quando, já em começos dos anos 60, tomei consciência de que as forças sociais que
águas ainda teriam de correr para que emergisse uma sociedade moderna no Brasil.
8) Mais tarde, já na década de 1980, a crise da dívida, crise do “milagre econômico”, evidenciava-se
último impulso de uma burguesia nacional tenha ocorrido com o PNBE (Pensamento Nacional das
Bases Empresariais), contudo declinou diante das forças neoliberais. O ponto é que, a forma de
desenvolvimento, as estratégias de política econômica passam pela análise das classes sociais.
9) É este o olhar que teremos para o processo Indiano e Sul-africano em comparação com o brasileiro.
internos levam a uma oposição à dominação externa. Constitui-se uma burguesia nacional que
se opõe a interferência externa. Os interesses nacionais são representados pela postura do primeiro
inglês que é identificado com o subdesenvolvimento. Ainda, a continuidade com Indira Gandhi teve
como destaque as estatizações. O ponto é que, salvo desconhecimento, essa presença estatal e a
hostilidade em relação a interferência externa não seria capaz com uma burguesia com estreita
relações com os capitais externos, como a brasileira, por exemplo. A burguesia indiana soube se opor
ao planejamento estatal quando prejudicou seus negócios, contudo, não deixou de exigir, do Estado,
mantinha, no início dos anos 2000, regulamentações e uma resistência da burguesia industrial local
desinvestimento, que inclui a diminuição da burocracia para o investidor externo. Contudo, já existe
uma forte indústria nacional em áreas como biotecnologia, TI, construção civil, máquinas industriais,
transportes, indústria química e etc. Nos parece que potencial nacional indiano se deve, entre outros,
a dois fatores: a) um movimento de ruptura efetiva com a dominação britânica e sua continuidade, b)
uma burguesia, pelo menos por um período, compartilhar dessa política de hostilidade ao
imperialismo. Outro caso em que a segunda característica se apresentou foi a Coréia do Sul.
12) Em geral, a burguesia africana apresenta outra característica. Nas palavras de Nkruma:
Ainda, com os processos de independência e de uma fração da burguesia endógena que queria seu espaço, os
capitais centrais incorporaram e se associaram às frações de burguesia africana. Nota-se que não é um
13) Na África do Sul tal processo é mais acentuado. Mesmo ao ser uma colônia de povoamento, ou
seja, com potencial para a emergência de uma burguesia nacional, os setores que ascenderam à
enfatizando seus interesses. O quadro foi agravado com a questão racial, na qual a elite branca
dotada dos valores ocidentais e “civilizados” associada aos capitais centrais subordinava a maioria
negra.
14) A elite branca, se valendo dos investimentos externos e com ampla mão de obra para explorar,
em geral. O período de crescimento, a década de 1970, ocorreu sob forte impulso do capital e
tecnologia estrangeira e não sobre bases endógenas. A vitória eleitoral do CNA não representou
nativas. Podemos sugerir que quanto mais próximo dos grandes centros econômicos, ou seja, sem
ruptura efetiva, o desenvolvimento econômico interno sofre com a ação do capital externo,
eventualmente dele depende. Quanto mais hostil aos grandes centros econômicos maiores são as
manufaturados e o que mais exporta, o que mostra a relativa força do seu parque industrial.
O gráfico acima mostra como as empresas indianas se sobressaem em relação aos demais países
comparados. São empresas domésticas com ações na Bolsa de Valores. Em outra simulação a Índia estaria
16) Não se pode esquecer das persistências das características sociais do subdesenvolvimento, pois
como alertou Furtado, a superação do desenvolvimento não pode ser reduzida à indicadores
econômicos: