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FACA CAINDO

Muito mais importante do que saber o que


fazer é saber o que NÃO fazer.

E Cielo (CIEL3) é um caso claro de


armadilha para os incautos.

Nós mesmos, na série O Investidor de Valor,


já perdemos dinheiro com a empresa nos
idos de 2017.

Entramos em dezembro de 2015 e saímos


em junho de 2016. Ganhamos +21 por
cento.
Entramos em outubro de 2016 e saímos em
janeiro de 2017. Perdemos -23%.
Demoramos para entender o que se
passava.

A RAINHA DA BATERIA
Cielo é controlada por Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4).

E sempre foi queridinha pelo mercado.

A companhia fez seu IPO (estréia no mercado) em junho de 2009 e, simplesmente,


voou.

CIEL3 (branco), IBOV (verde), BBAS3 (amarelo) e BBDC4 (vermelho). Fonte: Bloomberg.

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Enquanto Cielo gerava uma tonelada de caixa e tinha lucros crescentes, suas
ações reinavam no mercado.

Em meados de 2015, Cielo subia mais de +370% desde seu IPO e BBAS e BBDC
apenas +100%.

Então, o que aconteceu com a Cielo?

O que mudou para causar a derrocada desde o fim de 2017?

PROTEGIDA POR PAI E MÃE


Cielo afirmava que o alcance de seus dois controladores (BB e Bradesco) consistia
em uma enorme barreira de entrada.

O relacionamento e o alcance de seus controladores criava uma barreira


intransponível para novos entrantes no setor de adquirência.

O relacionamento com o lojista seria o mais importante.

E só Cielo teria acesso a todo o território nacional.

E Cielo possuía algo ao redor de 53% de participação de mercado.

Fazia todo o sentido.

COMENDO PELAS BEIRADAS


Eu mesmo produzi um relatório descrevendo como as barreiras de entrada de Cielo
eram enormes.

E todas elas baseadas na escala.

Cielo era a maior, tinha a melhor tecnologia e controladores presentes em todo o


território nacional.

Quem seria capaz de vencê-la?

Mas os grandes bancos já lhe comiam pelas beiradas.

Rede, do Itaú (ITUB4) sempre foi relevante, mas Santander (SANB11) e Banrisul
(BRSR6) cresciam suas participações rapidamente.

Os bancos estavam apenas ocupando o espaço que lhes cabia.

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O mercado de adquirência refletiria as participações do mercado bancário.

Fazia todo o sentido.

A ENXURRADA DE COMPETIDORES
O Banco Central trabalhou para aumentar a competição do setor, retirando
barreiras criadas pelos bancos.

Mas o mercado só entendeu MESMO o perigo que Cielo corria quando PagSeguro
partiu para uma oferta de ações (IPO) nos EUA.

As ações estrearam em janeiro de 2018 e foi um sucesso tremendo: +36% de no


primeiro dia de negociação.

Stone veio em seguida, e subiu +31% no 1o dia.

Foi o início da enxurrada de competidores entrando no mercado.

Toda quitanda de esquina anunciou que teria sua própria marca de meios de paga-
mento.

A “guerra das maquininhas” se tornava oficial.

GUERRA DE PREÇOS
Em 2018, vimos o poder dos novos entrantes.

Em 2018, vimos os resultados de Cielo caírem de um penhasco.

CIEL3 (branco) e lucro líquido (verde). Fonte: Bloomberg.

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Em outubro de 2018, a companhia trocou seu CEO que anunciou guerra de preços.

Finalmente a companhia percebia que o lojista só se importava com uma coisa:


preço.

Simples. A maquininha mais barata ganharia a guerra.

Cielo faria o que fosse possível para segurar a queda de seu market share.

Mas Cielo ainda alimentava o sonho infantil de que voltaria a crescer em 2020.

UM CHOQUE DE REALIDADE
No final de maio último, Cielo abandona seu guidance e anuncia corte de
dividendos.

Pagaria apenas 30% dos lucros, em vez dos 70% usuais.


Faz todo o sentido.

Cielo entendeu que nunca mais seria lucrativa como outrora.

E o Itaú, entendendo o cenário, decidiu asfixiar a enxurrada de competidoras.

Anunciou que pagaria os lojistas em 2 dias, retirando o oxigênio das pequenas (o


capital de giro).

O Itaú, categoricamente, nos certificou: adquirência não gera mais valor.

Itaú fechou o capital (retirou da bolsa) da Rede em 2012.

Cielo pode seguir o mesmo caminho.

Acabou o sonho.

É o fim de uma era.

É o fim de Cielo na bolsa.

QUANTO VALE A CIELO?


Cielo parece barata hoje a 7x Ebitda e 6x lucros.

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Cielo EV/Ebitda (marrom) e Preço/Lucro (branco). Fonte: Bloomberg.

Mas aqui, o passado importa pouco. Tudo mudou.

O setor de adquirência não possui barreiras de entrada.

Em teoria, sem barreiras, a rentabilidade do negócio converge ao custo de capital.

O ROE (rentabilidade sobre patrimônio) de CIEL deveria cair para algo ao redor de
10% (atualmente gira em torno de 30%).

Os lucros deveriam encolher mais -70%.

Ao fim e ao cabo, faz mais sentido que Cielo se torne um serviço agregado de seus
controladores.

Em algum momento, BB e Bradesco deverão fechar o capital (tirar da bolsa) da


companhia.

Cielo não faz mais sentido separada de seus pais.

Cielo não agrega mais valor como empresa independente.

É o fim de Cielo na bolsa.

RIP.

CIELO ESTÁ MORTA. VIDA LONGA À CIELO


Cielo namora com a ideia de criar um banco digital.

Após adquirência, bitcoin e fintech; banco digital é a resposta para todas as


perguntas existentes (e não existentes).

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Mas os controladores de Cielo já possuem bancos digitais dentro de suas
estruturas.

Seriam os velhos bancos os próximos a serem varridos pela competição?


Sim e não.

Mas esta é uma conversa para depois que nos recuperarmos do luto.

COMO SABER MAIS?


Analisar empresas é nossa vida.

Evitar que você perca dinheiro é nossa razão de ser.

Fazer você ganhar dinheiro é nosso objetivo.

Nossas ideias e recomendações estão na série semanal O Investidor de Valor.

Nossa maravilhosa carteira de ações, que adora Itaú e fica longe de Cielo, está lá.

Nosso irrecusável convite para você se tornar um membro da série está aqui.

Em observância à ICVM 598, declaro que as recomendações constantes no presente relatório de análise refletem
única e exclusivamente minhas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente e autônoma.

7/7

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