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Fotos de capa:
6
Junior Luz,
Correio
Heitor Florence,
Dúvidas e comentários dos leitores
Alex Tadeu
e Divulgação
Grande Angular
Notícias e novidades 8
Câmeras Clássicas
Para relembrar e colecionar 16 Seleção de
11 câmeras
Revele-se
Fotos dos leitores em destaque 18 para investir
Confira os modelos
Amazônia vista por Gisele Martins
Fotógrafa paulista lança seu primeiro livro 24 que valem a pena
para 2019
30 42 Divulgação
TESTE DE LUZ
A PELE QUE HABITO Avaliamos a
Um surpreendente trabalho de Junior Luz super sombrinha
da Lumitec com
flash da Godox
56
Heitor Florence
Alex Tadeu
Portfólio do Leitor
62
36
0 graphic novel de Samuel Marinho
Raio X
As fotos dos leitores comentadas 66
Fotos noturnas com drone
Inspire-se nas imagens de Heitor Florence
Lição de Casa
Dicas para boas fotos de bebês 70
Fotografe Melhor no 268 • 3
Diretores:
Aydano Roriz
Luiz Siqueira
Tânia Roriz
Guilherme
saindo da
piscina foi
clicado por
Eunice de
Oliveira
Mário Bock
Jassen Todorov
NatGeo anuncia
os vencedores do concurso de 2018
S elecionada entre mais de 10 mil imagens en-
viadas, a foto de um avião pousando no De-
serto de Mojave, próximo a milhares de carros re-
também foi primeiro lugar na categoria Lugares).
Já o holandês Pim Volkers ficou em primeiro lu-
gar na categoria Vida Selvagem com a incrível foto
colhidos da Volkswagen e da Audi que não aten- de um grupo de gnus cruzando o Rio Mara, na Tan-
diam às normas antipoluição, foi a grande ven- zânia. Também da África, o fotógrafo queniano Mia
Abaixo, as fotos cedora do National Geographic Photo Contest de Collis assegurou o primeiro lugar na categoria Pes-
premiadas do 2018. Capturada pelo fotógrafo americano Jassen soas com um retrato do artista David Muyochoke-
holandês Pim Todorov, a imagem intitulada “Unreal” (ou Irreal, ra, da comunidade de Kibera (considerada a maior
Volkers (à esq.) e em português) serve como uma reflexão sobre os favela do mundo), localizada em Nairobi, capital do
do queniano Mia cuidados com o planeta, além de cobrar respos- Quênia. Para conferir todos os vencedores do con-
Collis (à dir.) tas de agências reguladoras de poluição (a foto curso, acesse: https://on.natgeo.com/2DbfZ9R.
Pim Volkers
Mia Collis
As imagens premiadas da britânica Eileen Murray, do húngaro Zsolt Vranka e do indiano Dnyaneshwar Vaidya no Photo Nature
Acima, a atriz francesa Laetitia Casta e o bailarino ucraniano Sergei Polunin (à esq.) e a atriz americana Julia Garner (à dir.); abaixo,
a modelo Gigi Hadid e o estilista Alexander Wang (à esq.) e os bailarinos Misty Copeland e Calvin Royal III (à dir.), todos americanos
ner incorpora uma jovem fotógra- revista Vogue mundo afora e inúme-
fa, amante da natureza e da solidão. ras outras publicações, como Rolling
O fotógrafo escocês Albert Watson Misty Copeland, ao lado de Royal III, Stone, Time e Harper’s Bazaar.
concurso SkyPixel
vão até 18 de fevereiro
A s inscrições para o concurso inter-
nacional de fotografia e vídeo aé-
reos SkyPixel vão até 18 de fevereiro
as categorias Cidade (cenários urbanos
e arquitetura), Viagens (histórias sobre
pessoas, culturas ou uma aventura) e
de 2019. Apesar de ser promovido pe- Criativo (técnicas aéreas e recursos pa-
la DJI, principal fabricante mundial de ra criar uma narrativa visual). Os víde-
drones, não há restrições quanto ao ti- os não devem ultrapassar cinco minu-
po ou marca dos equipamentos aére- tos e precisam conter ao menos 30 se-
os. Entre os prêmios oferecidos estão gundos de gravação aérea.
uma câmera X1D-50c da Hasselblad, O concurso SkyPixel, que tem apoio
um drone Mavic 2 Pro e um Osmo Po- de Fotografe, concederá 49 prêmios ao
cket, ambos da DJI. todo, incluindo dois Grandes Prêmios
O concurso de fotos tem quatro ca- e premiações de primeiro, segundo e
tegorias: Natureza (cenários naturais, terceiro lugares para as nove catego-
vida selvagem e paisagens), Arquite- rias. As inscrições irão até 18 de feve-
tura (construções, prédios e estrutu- reiro de 2019, às 14h (horário padrão da
ras), Diversão (captura de momentos China). Para conhecer detalhes do re-
divertidos) e Esporte (energia e adre- gulamento, da premiação e fazer a ins-
nalina da ação). Já o concurso de vídeo, crição, acesse https://www.skypixel.
além de Natureza e Esporte, tem ainda com/contests/2018.
Público lotou
Divulgação
corredores na
Photokina de
2018, em Colônia,
na Alemanha,
onde a feira
é realizada
desde 1950
Algumas das
muitas caretas
e a capa do livro
de Farkas (à dir.)
O MELHOR DO FOTOJORNALISMO
A história pode ser contada de várias
formas. Uma delas é por meio de ima-
gens, como tem sido feito nos últimos dez
Europa com o objetivo de homenagear a ca-
tegoria dos repórteres fotográficos. A partir
daí, a publicação se transformou numa re-
anos em O Melhor do Fotojornalismo Brasi- ferência da produção do fotojornalismo bra-
leiro, que chega à sua 10a edição anual (e sileiro, cumprindo a função também de re-
também décimo volume) com as fotos que velar talentos fora do eixo Rio-São Paulo-
marcaram 2017, publicadas em jornais, re- Brasília, região onde se concentra a chama-
vistas, sites e portais de notícias no Brasil. da grande imprensa.
O livro, que faz parte do selo Biblioteca Fo- O livro custa R$ 99,90 e tem
tografe, reúne imagens de 120 fotógrafos de tiragem limitada. Para adqui-
todas as regiões do País, como profissionais rir o novo volume de O Melhor
dos jornais Amazonas em Tempo, de Manaus do Fotojornalismo Brasileiro,
(AM), e do Zero Hora, de Porto Alegre (RS). acesse o site da Editora Eu-
Foram selecionadas 185 imagens das princi- ropa: www.europanet.com.br.
pais editorias: cidades, política, esportes, po- ou ligue 0800-8888-508.
lícia, economia e artes e espetáculos.
A primeira edição foi lançada em 2009,
com as melhores fotos de 2008, com uma O livro reúne 185 imagens
ação institucional de Fotografe e da Editora feitas por 120 fotógrafos
N
a canção “Desafinado”, João Gilberto canta em um trecho:
“Fotografei você na minha Rolleiflex, revelou-se a sua enor-
me ingratidão...”. A câmera não é citada por acaso, pois na
época, em 1958, ela era um ícone da fotografia mundial, a
preferida de muitos profissionais de fotografia social, docu-
mental e fotojornalismo. Substituta dos modelos que usa-
vam fole, essa TLR (Twin Lens Reflex, ou Reflex de Lentes Gêmeas)
produzia imagens de alta nitidez usando filme 120 no formato 6 x 6.
A primeira Rolleiflex foi criada pelos alemães Paul Franke e Rei-
nhold Heidecke em 1929 a partir de uma câmera estéreo, com vi-
sor reflex, produzida pela dupla. Colocada na posição vertical com
o visor no topo e aproximando as duas objetivas, foi transformada
na primeira TLR do mundo. E o sucesso foi tamanho que gerou um
monte de cópias – como a também alemã Ikoflex, a checa Flexaret e
a japonesa Yashica Mat, para citar algumas. Mas a original, com um
preço mais elevado, nunca teve concorrentes à altura.
O sistema TLR era muito prático e rápido de usar. Com o visor
visto de cima, era para ser usada ao nível da cintura, o que pro-
duzia um ângulo de tomada ideal para retratos de meio-
-corpo ou corpo inteiro. Servia perfeitamente para en-
quadramentos ao nível do chão ou para fotos pano-
râmicas, erguida acima da cabeça do fotógrafo.
O visor contava com uma exclusiva moldu-
ra móvel, rente à tela de focalização, que acom-
panhava o ajuste do foco. Era indispensável pa-
Fotos: Arquivo
ra a correção da paralaxe causada ÓPTICA IMPECÁVEL nado”, a Rolleiflex foi uma das me-
pelos diferentes ângulos de toma- A qualidade das objetivas Carl lhores câmeras profissionais de to-
da das duas lentes, principalmente Zeiss 75 mm f/3.5 e f/2.8, nas óp- dos os tempos, produzindo ima-
nas fotos a curta distância, a partir ticas Planar (com nitidez mais su- gens em P&B e coloridas com uma
de 90 cm – esse útil recurso nunca ave), Tessar e Xenotar (mais con- qualidade jamais alcançada pelas
foi aproveitado pelas concorrentes. traste), era impressionante. Fun- câmeras de filme 35 mm. Ela com-
Para avançar o filme, bastava damental era o visor tipo capuchão pleta 90 anos em 2019 e, por isso,
girar a alavanca, na lateral da câ- em tela com lente fresnel, ótimo foi a escolhida para começar a Co-
mera, com bloqueio automático à para o enquadramento e a focali- leção Fotografe de Câmeras Clás-
prova de múltipla exposição invo- zação sob baixa condição de luz. sicas, que todo mês colocará à
luntária. Girado no sentido inver- Para clicar lances de esporte, o ca- venda (veja o box) uma caneca com
so aí sim permitia dupla exposi- puchão se transformava em um vi- o modelo em destaque.
ção. Nos modelos mais simples, o sor esportivo.
filme era avançado por botão, tam- Os modelos da Rolleiflex lança-
bém com bloqueio automático. Já dos a partir de 1949 chegaram ao Saiba mais
o ajuste de exposição era por meio mercado mais sofisticados: conta-
de dois pequenos discos – de velo- vam com fotômetro embutido (em
sobre a coleção
cidade e de abertura – junto às ob- algumas versões) com a fotocélula Até o final de 2019, a cada edição
jetivas. Os valores eram informados de selênio à frente do visor, ajusta- de Fotografe uma câmera que marcou
em uma pequena janela voltada pa- da por meio do ponteiro situado no época na fotografia será destacada
ra cima, sobre a objetiva superior. próprio botão de foco (lado direito nesta seção com um breve histórico.
Ao mesmo tempo será lançada a
O obturador Syncro-Compur, ar- da câmera). Sem lentes intercam- caneca da Coleção Câmeras Clássicas
mado pela alavanca de transporte biáveis, contava com o teleconversor com o modelo do mês. Para adquirir
do filme (nas câmeras com o recur- opcional de 0,7x, propiciando um ân- esse produto exclusivo, acesse:
www.colecaocamerasclassicas.com.br
so) tinha velocidades que iam de 1s a gulo de visão de 130 mm. Algumas
1/500s, com sincronismo de flash em já vinham de fábrica, como a gran-
todas elas. O disparador, com trava, de angular Zeiss Distagon 55
ficava bem ao alcance do dedo indi- mm f/4 (lançada em 1951)
cador. E, curiosamente, a Rolleiflex ou a tele Zeiss Sonnar
gerava menos fotos tremidas, inclu- 135 mm f/4 (de 1959).
sive as produzidas com baixas veloci- O kit Rolleikin torna-
dades do obturador. A explicação era va possível usar filme
o formato de caixote, que propiciava 35 mm, com o qual a
excelente ergonomia e perfeita sus- objetiva de 75 mm ga-
tentação com o uso obrigatório das nhava o ângulo de visão
duas mãos. Atuava ainda o espelho de uma tele de 225 mm.
fixo do visor: com o obturador cen- Resistente, confiável, imor-
tral, o disparo era suave e silencioso. talizada pela canção “Desafi-
POSE MARRENTA
Ao passar por um depósito de recicla- de roupas de grife, para se divertirem.
gem, na periferia de Londrina (PR), o Por se tratar de menores de idade, Ta-
fotógrafo Mario Jorge Tavares se deparou vares sabiamente pediu autorização para
com cinco garotos brincando no local. A ale- os pais deles para fotografá-los. Mas, na ho-
gria dos meninos era evidente, demonstran- ra do retrato, a brincadeira da turminha foi
do que crianças não precisam de smartpho- fazer uma cara marrenta, de bad boy, para
nes, tablets ou brinquedos caros, tampouco surpresa do fotógrafo – que aproveitou.
A LUZ DA FÉ
O fotógrafo Sérgio Silveira estava a ca- ele fez o registro usando apenas a luz disponí-
minhar pelo interior da igreja Bieta Gior- vel no ambiente do templo escavado na pedra.
gis (Casa de São Jorge), uma das principais re- A Etiópia é o único país africano a nunca ter
líquias do vilarejo de Lalibela, na Etiópia, um im- sido colonizado pelos europeus, e resistiu a vá-
portante centro de peregrinação de cristãos de rias tentativas de invasão. Sem influências exter-
várias partes do mundo. De repente, ele se de- nas, conseguiu preservar uma identidade particu-
parou com um menino que contemplava um pe- lar, manteve sua cultura, uma escrita única e um
queno altar montado em cima de uma cadeira. calendário próprio de treze meses, estando sete
A beleza da cena imediatamente o encantou e anos e meio atrás do gregoriano.
O PARTO DA VIDA
Bruna Pelinski se apaixonou pela fotogra- quando a cliente confia totalmente no profissional.
fia de parto desde o instante que a primeira “O parto documental me permite entrar no
cliente dela solicitou registros do nascimento do fi- quarto com o pai e contar alguma piada para ele
lho. Sem conhecer de maneira aprofundada o as- perder o nervosismo, e, acredite, todos os pais
sunto e com pouco tempo à frente, ela foi estudar ficam mais nervosos do que as mães. É poder
e pesquisar técnicas no segmento. Um mês de- registrar cada segundo do momento mais lindo
pois conseguiu fazer o trabalho com êxito. Segun- da vida deles”, diz ela, que fez o registro do nas-
do ela, a sensação atual, depois de alguns partos já cimento do bebê no momento exato que ele saía
fotografados, é de felicidade extrema, ainda mais de dentro da barriga da mãe.
ESPERANDO
NA JANELA
Localizada a 166 km de João
Pessoa, capital da Paraíba, a
pequena e árida Cabaceiras ficou
conhecida nacionalmente por ser a
“Roliúde Nordestina”, já que foi ce-
nário de mais de 30 produções, entre
elas o longa O Auto da Compadecida,
que destacou as atuações de Selton
Mello e Matheus Nachtergaele. Com
essa fama toda, a cidade onde fica
o não menos famoso Lajedo de Pai
Mateus se tornou turística e, conse-
quentemente, aumentou a emprega-
bilidade e a renda da população.
Atraído pela beleza local, o fo-
tógrafo Rogério Freitas esteve de
passagem pelo Sítio Cacimba, nas
redondezas da cidade, e lá encon-
trou um gato em uma cena que
poderia ser cinematográfica. Não
perdeu tempo: compôs a imagem
do bichano usando a janela como
moldura e aproveitou até um peru
e um cabrito ao fundo para valori-
zar o clique.
UM OLHAR À MARGEM DA
Amazônia
A
POR JUAN ESTEVES
Livro lançado pela ssim como o mineiro Sebastião grafe, ela divide com Salgado a preferên-
Salgado, a paulista Gisele Mar- cia pelo P&B ao produzir imagens. Esse
fotógrafa paulista tins se graduou em Economia. olhar especial de Gisele chega a um pú-
Gisele Martins traz Descobriu a fotografia nos prin- blico maior com o primeiro livro lançado
documentário cípios dos anos 1990 e, embo-
ra ainda não tenha abandonado
por ela, À Margem (Edição do autor, 2018).
O livro é uma pequena mas atraente
de alta qualidade a carreira, como fez o primeiro, sua ati- edição. Uma incursão pelas vilas e iga-
com imagens em vidade fotográfica é das mais extensas e rapés do recôndito amazônico do Arqui-
intensas. Primeira e única mulher a ven- pélago de Marajó, no Pará, um registro
P&B sobre a vida cer a prestigiosa categoria Ensaio, em documental clássico em que a autora
dos ribeirinhos 2006, do extinto Concurso Leica-Foto- não interfere na realidade, ao contrário,
se insere nela, confirmando a ação e tomadas. Diante disso, o interesse de não sejam os mesmos nas imagens
função da câmera, distanciando-se Gisele passou a ser “a vida lá embai- de ambos e, enquanto Braga explo-
dessa visão de cultura mais rasa que xo, a partir do rio e à margem”. Ela ar- ra a cor, ela usa o tom monocromá-
vem ocorrendo na produção con- gumenta que a busca é pelo elemen- tico. A ideia do registro dos rincões
temporânea e antecipada pelo pen- to humano: “os ribeirinhos foram os brasileiros está associada a traba-
sador checo Vilém Flusser (1920- protagonistas das minhas imagens”. lhos mais contemporâneos, como
-1991) há décadas. Gisele Martins Como inspiração, a fotógrafa cita Pittoresco, exposição do paulista
mostra interação maior com o espa- o trabalho do paraense Luiz Braga e, Antonio Saggese, de 2010, no Insti-
ço e com os nativos retratados, ca- embora os lugares na Ilha de Marajó tuto Tomie Ohtake, ou na série Via-
racterística de uma produção mais
densa e distante da efemeridade
que caracteriza a fotografia de hoje.
NA AMAZÔNIA
A fotógrafa começou a se interes-
sar pela região amazônica paraense
em 2012. Para ela, o lugar “predomi-
nante no meu imaginário sempre foi
atraente, mas, ao mesmo tempo, as-
sustador; me estimula, instiga, mas
também me amedronta”. Trata-se
de uma imensa paisagem uniforme
de florestas e rios, vazia, inacessível,
inatingível, desafiadora”.
A referência à monumentalidade
que a Amazônia sugere vem de vis-
tas aéreas, a infinitude de um espaço
que raramente é apreendido nessas
Momento de descanso de
um rapaz da Comunidade
São Miguel, em Breves (2013)
A chuva constante
na Amazônia, aqui
na reserva de Alto
Mapuá (2014)
depois da vinda do rei D. João VI, se tes modernos que, em vez de pincéis, tes, desde uma pequena rabeta até
destacaram Debret e Nicolas-An- empunham câmeras. um barco gaiola superlotado, para
toine Taunay (1755-1830), entre ou- E, se ainda há como fazer esse chegar ao centro de Breves. Ao lon-
tros que deixaram um vasto registro “mapeamento” completo, as dificul- go do caminho, muitas pessoas iam
humano e ambiental. De lá para cá, dades de acesso são persistentes. embarcando. Uma criança que em-
regiões como a Amazônia ainda se A fotógrafa explica que foi neces- barcou com os pais quebrou a perna
constituem como desafio aos viajan- sário viajar em três barcos diferen- numa manhã e só conseguiu chegar
Mãe e filho na
Comunidade
Monte Tabor,
à margem do
Rio Parauaú,
em 2013
Gisele Martins
Rapaz diante de uma ao hospital no dia seguinte no final da tar-
oficina mecânica em de. “Lá, eu também vivenciei a precarieda-
Melgaço (PA), em 2013, de e a vulnerabilidade”, diz Gisele.
um dos poucos municípios
na extensa área do
Arquipélago de Marajó VIVÊNCIA
Em À Margem, Gisele Martins aprofun-
da a ideia da documentação histórica, que
certamente ainda se faz necessária para
um registro mais complexo e íntimo. Par-
te pela interação praticada pela autora na
convivência com as comunidades que vi-
sitou (e ao mesmo tempo se abrigou), par-
te porque não se trata de uma leitura pas-
sageira, o trabalho revela a densidade da
imersão da fotógrafa com seu tema, e não ves por poucos dias. Contratei um barquei-
Juan Esteves
N
O fotógrafo goiano ão é qualquer fotógrafo que cá, seu trabalho só cresceu, e a mais
Junior Luz fala sobre consegue unir criatividade e recente inovação é transformar textu-
sua nova série, inovação em um único en- ras da natureza em pele de mulheres,
saio. Essas características obras da série Nature Portrait.
Nature Portrait, que são a marca do goiano Ju- O fotógrafo afirma que a princi-
será exposta no nior Luz, um dos profissionais pal mudança nesses seis anos é o de-
Espaço Carrossel, no mais inquietos e ousados do Brasil
atualmente. Quando conversou com
talhismo que envolve sua arte. “Muita
coisa foi alterada de lá para cá, a come-
Museu do Louvre. Fotografe pela primeira vez, no final çar pela quantidade de horas que pas-
Nela, ele trabalha de 2012 (edição 195), ele começava a sei a dedicar ao meu trabalho. Com is-
se firmar na área de fotografia de mo- so, consegui produzir imagens mais
texturas coladas à da e apresentou ensaios feitos debai- conceituais, mais ricas em composição
pele de modelos xo d’água, em rio e piscina. De lá para e em iluminação”, explica Junior Luz.
Hoje, o fotógrafo autodidata se plica ele, citando a companheira Mi- sua mulher que o inspirou a focar no
dedica a exercitar a criatividade es- chelle Cordeiro como um dos maio- universo feminino, dando cada vez
tudando e buscando inspirações pa- res incentivos para fotografar – no mais destaque às mulheres em seu
ra se desenvolver ainda mais. “To- começo da carreira de Junior Luz trabalho. “Fotografar o feminino me
das as minhas séries são pensadas como fotógrafo de moda, Michelle dá a chance de dar visibilidade às mu-
com antecedência. Procuro sempre atuava ao lado dele como costurei- lheres, retratando-as de uma manei-
descarregar em meu trabalho tudo ra profissional e produtora. ra artística para mostrar o quão belas
aquilo que absorvo nos estudos”, ex- Junior Luz conta também que foi e fortes elas podem ser”, avalia.
O fotógrafo defende que um giu há um ano e meio – ainda está tos são feitos com um custo míni-
dos principais problemas com a em andamento –, e o primeiro en- mo de dinheiro. Isso mostra para as
fotografia hoje é o “modo auto- saio foi realizado no quintal da ca- pessoas que a intenção é criar fo-
mático”, ou seja, muitos fotógra- sa dele, com as folhas e flores que tos ousadas com poucos recursos.
fos se acomodam e está cada vez lá existiam. “Todos os meus proje- Basta ser criativo”, comenta.
mais comum ver imagens pratica-
mente replicadas de outros pro-
fissionais, sem nenhum diferen-
cial. “Quando você cria um tra-
balho único, consegue se manter
em qualquer área. Sempre pensei
em criar imagens que impactas-
sem o público e que fossem diver-
sificadas. Isso iria me diferenciar e
mostrar minha imaginação para o
mundo”, ensina o fotógrafo.
NATUREZA EM ALTA
A série Nature Portrait nasceu
de uma cisma do fotógrafo em ima-
ginar diferentes texturas como a
pele das pessoas. Nesse trabalho,
a textura é baseada em folhas de
diversas plantas e pétalas de varia-
das flores. Esse material é colado
no rosto da modelo e dá a ideia de
uma pele texturizada pela natureza.
Segundo Junior Luz, o projeto sur-
Felipe Correia
Fotos: Junior Luz
Acima, o resultado da colagem de pétalas e, abaixo, o making of da produção: uso
de cola de papel comum e cerca de uma hora para cada transformação
Junior Luz e Michelle Cordeiro: casal
tem uma longa parceria profissional
drone à noite
De aeromodelista a piloto de drone, o fotógrafo publicitário Heitor Florence usa sua
experiência para fazer imagens aéreas noturnas com um foco em arte
O
POR MARIO FITTIPALDI
fotógrafo paulistano Heitor sultados em imagens desse tipo. noturnas com drones foi uma sur-
Florence, 56 anos, costu- Especializado em fotografia aérea, presa, pois conseguia registrar a ce-
ma dizer que até bem pou- Florence atende normalmente clien- na com nitidez e, graças à longa ex-
co tempo atrás capturar tes no segmento de publicidade e de posição, capturava o movimento da
imagens aéreas noturnas construção civil. Mas é o seu trabalho cidade, como o riscado das luzes dos
com efeitos de longa expo- autoral, com imagens noturnas de lo- carros passando”, explica.
sição era algo impensável. Com as cais icônicos de São Paulo (SP), co- Essa característica está presen-
novas tecnologias de estabilização mo a Avenida Paulista, nos Jardins, a te, por exemplo, nas imagens cap-
de câmera, os chamados gimbals, Ponte Estaiada, na Zona Sul, e o Edi- turadas na Avenida Paulista e tam-
incorporadas aos drones mais mo- fício Altino Arantes, no centro, entre bém em imagens aéreas de um par-
dernos e, claro, destreza na pilota- muitas outras, que chama a atenção. que de diversões na Zona Leste da ci-
gem, ele vem conseguindo bons re- “Quando comecei a fazer fotos dade. “As luzes dos brinquedos cria-
O drone em movimento ascendente unido à técnica da longa exposição criou uma imagem artística da Avenida Paulista
ram um efeito colorido bastante in- PIONEIRISMO a ser usada em um anúncio do tele-
teressante”, destaca Florence. “Vi Filho de fotógrafo e descenden- visor em cores Telefunken”, gaba-se.
que estava fazendo algo inusitado e te direto de Hercule Florence, pintor, Em 1996, já com a carreira de fo-
que me dava possibilidades infinitas”, desenhista e inventor isolado da fo- tógrafo profissional consolidada na
avalia. O passo seguinte foi fazer ex- tografia radicado no Brasil (veja box), área de publicidade, ele passou a se
perimentos movimentando o próprio Heitor começou cedo. Já aos oito dedicar ao aeromodelismo como
drone para obter os efeitos propor- anos ajudava o pai no estúdio e até fa- hobby. E daí para juntar as duas coi-
cionados pela longa exposição. “Fiz zia algumas fotos. “Foi aí que come- sas, usando modelos de helicópteros
imagens rotacionando ou movimen- cei a aprender e a amar a fotografia”, radiocontrolados para fazer fotos aé-
tando o aparelho verticalmente, ou lembra ele. “Por acaso, uma foto que reas, foi apenas um passo. “Comecei
inclinando a câmera… Os resultados fiz na época que mostrava um arco- a pilotar esses helicópteros por vol-
são surpreendentes”, orgulha-se. -íris nas Cataratas do Iguaçu chegou ta dos anos 2000 e, desde meados de
2004, passei a vislumbrar a possibili-
dade de fazer vídeos e fotografias aé-
reas com eles”, conta Florence.
Segundo ele, a inspiração veio de
um modelo lançado pela Yamaha pa-
ra uso agrícola, que carregava um
sistema para pulverizar pesticidas
em áreas localizadas de uma lavou-
ra. O fotógrafo conta que precisou de
três a quatro anos de desenvolvimen-
to de sistemas e experimentos para
enfim decolar seu pequeno helicóp-
tero com uma Canon EOS 5D Mark II
adaptada. Chegou, inclusive, a criar
um gimbal artesanal para estabilizar
a pesada DSLR, usando giroscópios e
sistemas de aeromodelismo.
Segundo o fotógrafo, era neces-
sária ao menos mais uma pessoa na
sessão de fotos para pilotar o heli- CÉU DE BRIGADEIRO do que é preciso ficar de olho no tem-
cóptero enquanto ele escolhia as Mesmo com toda a tecnologia po de exposição também, que não
imagens e fotografava. O piloto re- dos drones atuais, Florence observa pode ser maior do que 1 ou 1,2 se-
cebia as imagens da pequena câ- que a estabilização da aeronave ain- gundo. “Por melhor que seja o drone,
mera frontal da aeronave em uma da é crucial para se fazer boas fotos, modelo nenhum ficará estático mais
tela ou diretamente em um ócu- especialmente noturnas. “O app Sis- do que isso”, ressalva.
los FPV (óculos de primeira pessoa, mógrafo, para iPhone, pode ser usa- Para as imagens noturnas, Flo-
pelas iniciais em inglês), enquan- do para medir a equivalência de vi- rence utiliza o drone DJI Phantom 4
to Florence acompanhava as ima- bração dos motores do drone”, ensi- V2.0 Pro. “Apesar de ser um equipa-
gens captadas pela DSLR em um na. Além disso, aconselha a decolar mento semiprofissional, tem recur-
monitor adaptado a uma estação de em noites com céu limpo e com o mí- sos bem interessantes, além de uma
controle que ele mesmo construiu. nimo de vento possível, acrescentan- boa qualidade de imagem”, avalia. “O
“Um transmissor de vídeo enviava
as imagens da saída VGA da Canon
5D”, explica o especialista.
Para fotografar ou capturar vídeo,
Florence ajustava ISO, velocidade do
obturador e abertura do diafragma
antes da decolagem. A câmera vo-
ava equipada com lente 20 mm ou
28 mm em foco infinito. “Para gra-
var vídeo, acionava o modo de grava-
ção ainda no solo. Já para fotos, cli-
cava por meio de um disparador ele-
trônico acionado por rádio”, informa.
“Como é fácil de imaginar, a estabili-
dade era o principal problema. Mes-
mo assim, foram vários anos produ-
zindo fotos assim, até os drones apo-
sentarem o helicóptero radiocontro-
lado”, afirma Florence.
O gigantesco polo petroquímico de Cubatão, no litoral paulista, ganhou um tom artístico numa foto noturna de Florence
software de controle permite muitas gens são tratadas em pós-produção. VOO SEGURO
opções de configurações, entre elas Para isso, Florence usa basicamen- Outro aspecto importante é o
uma opção de parar para capturar a te o workflow do Lightroom, eventual- quesito segurança. Florence lembra
imagem, que é bem útil para fotos à mente abrindo uma imagem ou ou- que muitas das suas imagens notur-
noite. Às vezes uso também o mode- tra no Photoshop para corrigir algu- nas foram feitas antes das regula-
lo S1000 de oito rotores com uma Ni- ma imperfeição. “Basicamente é is- ções da Anac, a Agência Nacional de
kon D850 acoplada, mas evito. No ca- so. Uso também, conforme o caso, Aviação Civil – hoje é necessário res-
so de um acidente, o prejuízo seria alguns plugins de tratamento de ima- peitar distância mínima de 30 metros
enorme”, justifica. gem que fui adquirindo ao longo do horizontais de qualquer pessoa não
Depois de capturadas, as ima- tempo”, comenta. envolvida com a operação. “No ca-
so das imagens na Avenida Paulista,
como era bem tarde, a avenida esta-
Hercule Florence criou a fotografia va vazia. Já para capturar as imagens
no Brasil antes de Nièpce do Edifício Altino Arantes, um cenário
mais complicado devido à densidade
Mais conhecido por suas pinturas e desenhos, de prédios na região central, decolei
o pintor, desenhista, inventor e também fotógrafo da Praça São Bento, alternando en-
Antoine Hercule Romuald Florence (Nice, 1804-
Campinas, 1879), ou simplesmente Hercule
tre o modo de visão em primeira pes-
Florence, criou, com a ajuda do boticário Joaquim soa e visão em segunda pessoa para
Correia de Mello, um processo de fixação da garantir um voo sem sustos”, explica.
imagem gerada por uma câmera escura, utilizando Além do cuidado com a integrida-
elementos químicos que mudavam de cor com a
incidência da luz. Batizou o processo de photographie, de das pessoas, o fotógrafo adverte que
em 1833, pouco antes de Nièpce, Daguerre e Talbot. é preciso ainda prestar atenção ao trá-
Sua história, reconhecida internacionalmente, foi fego aéreo no local onde se pretende
documentada de forma ampla pelo fotógrafo e decolar. Exatamente por isso, informa
pesquisador Boris Kossoy. A Hercule Florence é
atribuída a criação do termo “fotografia”. que sempre que possível trabalha com
um assistente só para fazer esse moni-
Detalhe de uma das áreas do polo petroquímico de Cubatão, que para o fotógrafo lembrou um cenário de Blade Runner
Q
uem planeja investir em -lançada linha EOS R, talvez com a
uma nova câmera foto- esperada estabilização de imagem
gráfica hoje em dia en- no sensor. Ou seja, novidades es-
contra diversos formatos tão a caminho para concorrer com
à disposição: das inovado- o que está nas lojas.
ras mirrorless às confiáveis Para ajudar na escolha de uma
DSLRs, da portabilidade das com- nova câmera, Fotografe selecionou
pactas à conectividade dos smar- 11 modelos de diversos estilos que
tphones. Todos disputam a prefe- são opções de compra que valem a
rência e o dinheiro do fotógrafo, se- pena em 2019, seja pela inovação
ja ele profissional, entusiasta avan- que trazem ou pelo bom custo-be-
çado ou iniciante. Além da já exten- nefício que oferecem. Como refe-
sa oferta de câmeras, o começo do rência comum, o preço das câme-
ano dá aos fabricantes um novo ras é o sugerido para o mercado in-
gás para a renovação das linhas. ternacional, em dólar, uma vez que
Há rumores na Nikon, por exem- o valor dos modelos no Brasil po-
plo, de que uma nova DSLR top de de variar bastante de acordo com o
linha (que pode ser chamada de fornecedor. Acompanhe, a seguir,
D6) seja apresentada em 2019 e as 11 câmeras da nossa seleção e
uma nova reflex full frame de en- escolha sua preferida.
trada substitua a best-seller D750.
No lado da Sony, é certo que a sé-
rie a7, de mirrorless full frame, re-
Ao lado, detalhes de
ceba novos modelos para ampliar 8 das 11 câmeras
a família. Já os fãs da Canon de- relacionadas como um
vem receber updates na recém- bom negócio em 2019
Fotos: Divulgação
tecnologia Dual Pixel CMOS AF e sensibilidade
entre ISO 100 e 25.600. O monitor touchscreen é
inclinável em até 180 graus para fazer fotos e ví-
deos em primeira pessoa – aliás, é via monitor
que boa parte dos ajustes da câmera é realizada.
Com design simples, o corpo da M100 apresen-
ta poucos botões e apenas um disco, justamente
para acolher os iniciantes em fotografia.
Tipo: Mirrorless
Sensor: APS-C de 24 MP
Preço: US$ 400 (com lente 15-45 mm)
NIKON D5600
A nunciada em 2016, a D5600 faz parte da série in-
termediária das reflex digitais da Nikon, desti-
nada a um público amplo, do entusiasta iniciante ao
avançado. Embora esteja na meia-idade, oferece o
necessário para uma boa experiência fotográfica: le-
ve e versátil, tem sensor APS-C de 24 MP, processa-
dor de imagem recente, sensibilidade ISO entre 100 e
25.600, disparo contínuo de até 5 imagens por segun-
do, 39 pontos de autofoco, com rastreio em 3D, moni-
tor touchscreen articulado de 3,2 polegadas e 1,04 MP,
capacidade de gravar vídeos em full HD e conexões Wi-
Fi e Bluetooth. É uma das melhores opções de compra
em câmeras para quem deseja investir até US$ 1 mil.
Tipo: DSLR
Sensor: APS-C de 24 MP
NIKON D750
C olocada no mercado em 2014, a D750 é uma das câme-
ras mais longevas desta seleção. Mas sua vida útil ainda
está longe do final, pois se trata de uma das DSLRs full fra-
me mais acessíveis já lançadas e, com os rumores de que
sua substituta chegue em 2019, seu preço está caindo ain-
da mais – atualmente o corpo sai por cerca de US$ 1,4 mil,
incluindo um grip vertical gratuito. Pelos recursos que ofe-
rece, a D750 é a câmera com melhor custo-benefício da ca-
tegoria: tem sensor de 24 MP, monitor articulado de 3,2 po-
legadas (sem touchscreen), autofoco de 51 pontos, disparo
contínuo de 6,5 imagens por segundo, sensibilidade ISO de
100 a 12.800 (expansível até 51.200), grava vídeos em full HD,
tem Wi-Fi e bateria de carga estimada em até 1.230 disparos.
Tipo: DSLR
Sensor: Full frame de 24 MP
Preço: US$ 1,4 mil (apenas o corpo)
SONY A6000
O utro modelo que já tem um certo tempo de estra-
da, mas que continua em linha devido ao ótimo
custo-benefício e aos recursos ainda relevantes. Lan-
çada em 2014, essa pequena mirrorless APS-C de 24
MP oferece boa empunhadura, autofoco híbrido com
179 pontos, monitor inclinável de 3 polegadas (não é
Fotos: Divulgação
U
Preço: US$ 500 (com lente 16-50 mm)
ma das mirrorless full frame mais recentes do merca-
do e também uma das mais bem equilibradas em re-
cursos e preço. Com sensor de 24 MP, a Sony a7 III recebeu
parte das novidades da irmã mais avançada, a7R III, como a
tecnologia BSI no sensor e um prático joystick no corpo pa-
ra navegar pelo menu e pelos 693 pontos de autofoco. A eco-
nomia de energia com a nova geração do processador Bionz
X também foi aprimorada e chega a 710 disparos com uma
carga da bateria. O disparo contínuo atinge 10 imagens por
segundo, com sensibilidade ISO entre 100 e 51.200. Orienta-
da também para o público filmmaker, a Sony a7 III grava em
4K, tem Wi-Fi com NFC,
Tipo: Mirrorless saída para microfone e
Sensor: Full frame de 24 MP fone de ouvido, e conexão
Preço: US$ 2 mil (apenas o corpo) USB 3.1.
Tipo: Mirrorless
Sensor: APS-C de 24 MP
Preço: US$ 1,5 mil (apenas o corpo)
Lâminas de
impressão da Espaço
Visual, que podem
ser enquadradas
S
POR LIVIA CAPELI
e você quer impressionar seu renciada for a impressão, mais ela São alternativas em papel lami-
cliente, faça uma coisa sim- causará impacto e abrirá portas pa- nado, madeira, acrílico, painel de
ples: imprima fotos. Parece ra você vender ainda mais serviços. alumínio e canvas que podem de-
bobagem, mas na era dos en- Para dar uma ideia do que você po- corar ambientes ou se transformar
saios entregues em pendrive de incluir no seu portfólio de produ- em mimos para o cliente presentear
vender fotos impressas é uma tos e agregar mais valor aos seus os familiares. Servem para os seg-
das estratégias mais poderosas que ensaios, Fotografe selecionou um mentos de ensaios com noivos, ca-
você pode estabelecer para seu tra- conjunto de opções de bom gos- sais, gestantes, bebês, crianças, fa-
balho como fotógrafo profissional. to que podem passar uma boa im- mília, festas infantis, ou até onde a
E quanto maior ou mais dife- pressão nas suas próximas vendas. imaginação alcançar. Confira.
MADEIRA, UM ESTILO
Quadros feitos de
madeira com acabamento
artesanal: diversos
RÚSTICO E CHIQUE formatos e tamanhos
Fotos: Divulgação
A base de alumínio é uma opção
moderna para agregar valor à foto
O painel
tem suporte
traseiro, que
serve para
pendurar
a imagem
e afastá-la
da parede,
criando
um efeito
interessante
E
POR LIVIA CAPELI
nsaio com bebês recém-nasci- equipamentos fotográficos localiza- baixos de carga, possibilitando aber-
dos combina com luz suave, já da no centro de São Paulo (SP), é ho- turas de diafragmas entre f/2 e f/2.8,
que a ideia é transmitir a sen- je uma das poucas que comerciali- bastante utilizados no segmento. O
sação de tranquilidade e con- zam um kit especial com a finalida- kit completo, com sombrinha e flash,
forto. No exterior, a fotografia de de atender às exigências do mer- custa R$ 1.374.
com flash aliada a um grande cado de newborn. O kit é composto Para avaliar a novidade, Fotogra-
difusor de luz é uma forte tendência, por uma super sombrinha difusora, fe preparou uma produção em estú-
algo que vem conquistando cada vez com 1,80 m de diâmetro, em conjun- dio com bebês de poucos dias e ana-
mais adeptos no Brasil. to com o flash da Greika, modelo Go- lisou, na prática, os prós e contras do
Por aqui, a Lumitec, empresa de dox SK 300 II, que permite níveis bem kit da Lumitec. Confira.
A pequena Helena,
de 17 dias, também
foi clicada com o kit
da Lumitec durante
a avaliação prática
do produto
O radiotransmissor
Godox CT-04
(abaixo, à esq.)
permite sincronismo
desde que seja
usado receptor da
mesma marca; já o
transmissor X1 da
Godox não precisa
de receptor para
fazer o sincronismo
(abaixo, à dir.)
ção de iluminação da super som- mo o f/2.5, usado em uma objetiva mercado nacional e que não ofere-
brinha proporciona um resulta- 50 mm acoplada a uma Canon EOS cem os recursos do produto. Para
do muito agradável na pele do be- 6D durante os testes. quem pretende fotografar ensaios de
bê. A abrangência da luz da som- A ressalva fica apenas em rela- newborn em estúdio, o kit é uma boa
brinha com a tela difusora produz ção ao tamanho da sombrinha: por alternativa com resultado de luz uni-
um efeito homogêneo, sem gerar ter 1,80 m de diâmetro, ela ocupa forme. E o mais importante: o dispa-
sombras duras e marcantes. um espaço considerável no estúdio, ro do flash é suave e a luz difusa pelo
O acessório resolve bem a ques- podendo se tornar um trambolho acessório não assusta o bebê.
tão do brilho da pele do recém-nas- em espaços de trabalho reduzidos.
cido, assim como a tonalidade. Já o O preço de R$ 1.374 do kit com-
flash Godox SK 300 II permite níveis pleto (sombrinha, tela difusora e AGRADECIMENTO
Ao estúdio Laura Alzueta, que cedeu
baixos de carga, podendo trabalhar flash) é bem atraente se compara- o espaço para as sessões fotográficas.
com diafragmas mais amplos, co- do com equipamentos existentes no www.lauraalzueta.com.br.
2, 3 e 4 de abril
Centro de Convenções Frei Caneca
SÃO PAULO
MICHELLE FERNANDO
ISABELLE AMY
MOLL DAI PRÁ
HATTINK MCDANIEL
PATROCÍNIO:
PATROCÍNIO: ORGANIZAÇÃO:
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www. F E I R A F O T O G R A F A R .com.br
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@feirafotografar 11 98245-0709 11 2344-0810
PORTFÓLIO DO LEITOR
mostre seu trabalho
A maioria das
cenas foi montada
na própria casa de
Samuel Marinho
Quadrinhos
fotografados POR JULIANA MELGUISO
F
oram dois anos de trabalho pa- cia de publicidade de Salvador (BA) que
ra concluir o graphic novel Cor- se apaixonou por fotografia.
Novel fotográfico sários — Os Senhores do Novo O Projeto Corsários homenageia os
sobre piratas e Mundo. Mas finalmente o fotó- 300 anos da fase mais intensa da pira-
faz praticamente grafo baiano Samuel Marinho, o
Samuka, conseguiu finalizá-lo.
taria, chamada Época de Ouro (ocor-
rida de 1650 a 1730), e começou por
toda a produção Graphic novel? Fotógrafo? Corsários? meio de uma simples sinopse de histó-
de cenas dentro da Não, você não leu nada errado. Es- ria. Foi ganhando forma a partir da pro-
sa espécie de história em quadrinhos dução das fotos. “Muita gente que gos-
sua própria casa. de época foi toda fotografada por Sa- ta de quadrinhos, livros e cinema aca-
Saiba mais muka, um ex-diretor de arte de agên- ba criando suas próprias histórias em
O fotógrafo cuidou não apenas das fotos, mas também do roteiro, do figurino e da direção do graphic novel Corsários
algum momento. Foi assim que Corsários tografados em um fundo cinza para pos- Acima, dois personagens
nasceu”, explica o fotógrafo. Depois de ter terior trabalho de pós-produção. A experi- da história criada por
algumas imagens prontas, percebeu que ência como diretor de arte também ajudou Samuka, que fotografou
40 pessoas, sendo que
poderia criar roteiro, diálogos e detalhes muito. “Acho que as referências não estão apenas três delas eram
específicos da trama. apenas em livros ou filmes, estão em nos- profissionais, um ator e
Quase toda a cenografia foi feita na casa sa vida. Tudo pelo que passei durante meus dois modelos
de Samuka, com algumas exceções feitas 40 anos de idade deram o resultado final do
em garagens e em outras cidades. Segun- projeto. Simplesmente aconteceu”, explica
do ele, era como se morasse num navio, Samuka. Outra curiosidade é que apenas
pois cada cômodo serviu para um cenário três das 40 pessoas fotografadas eram ato-
diferente. Para fazer a captação das ima- res ou modelos profissionais.
gens, ele apostou em fundamentos técni- Segundo Samuka, a maior dificulda-
cos usados no cinema, como por exemplo de foi fazer quase tudo sozinho. Precisou
a iluminação – usou somente tochas e fla- estudar e aprender como montar figuri-
shes compactos simples. nos que remetessem à época da pirataria,
No lugar do tradicional Chroma Key (ou construir cenários, criar storyboards, entre
tela verde), todos os personagens foram fo- outros detalhes. “Foram pouco mais de 40
CLAUDIO OLIVEIRA,
Como participar Franca (SP)
3 4
5 6
7 A composição é
boa, assim como a
combinação de cores.
8 Assim como você
escreveu, a força da
foto é o contraste entre o
9 A cena é colorida e agradável,
mas a foto ficou um pouco
confusa. Há elementos demais,
10 Gostei da ideia das
flores nítidas no
primeiro plano, iluminadas
Talvez ficasse ainda canto inferior esquerdo, muito próximos uns aos outros: em transparência, com
melhor se o espaço do predominantemente a pequena árvore no primeiro a igreja, desfocada, mas
lado direito estivesse um vermelho, e o resto da plano se sobrepondo aos prédios, bem reconhecível no fundo.
pouco menor. Outro ponto imagem, em tom cinza- a montanha, as nuvens (que Porém, a composição
que podia ser melhorado -azulado. O único elemento formam um desenho atraente) e poderia ser mais agradável
para render uma imagem que incomoda é o corte do a pessoa na praia. Para aproveitar se o espaço “inútil” à direita
mais impactante é a texto “Breakfast” na fachada melhor esses elementos, outro e abaixo das flores fosse
iluminação: a luz forte do do café. Você poderia ter ponto de vista, outro ângulo, que menor, e se igreja estivesse
sol deixou zonas claras e incluído a palavra inteira ou os afastasse uns dos outros, seria um pouco mais afastada
sombras pouco estéticas a cortado totalmente, o que o recomendável. Por exemplo: se das bordas do quadro. Para
na perna. Uma iluminação parece fazer mais sentido, já posicionar levemente mais para a isso, bastaria virar a câmera
mais trabalhada, com que a palavra em inglês não direita, deixando a planta na parte um pouco mais para a
flash ou rebatedor, combina muito com a capital esquerda do quadro e a montanha esquerda e para cima.
poderia aprimorar o francesa. Além disso, a ponta com as nuvens do lado oposto. Há Equipamento: Fujifilm
resultado. de um pequeno poste branco, ainda um pedaço de árvore à direita S2800 HD com objetiva
Equipamento: Nikon no canto inferior esquerdo do que poderia ser excluído. equivalente a 28-504 mm
D3100 com objetiva 55- quadro, incomoda. Equipamento: Canon EOS 6D Mark Exposição: f/5.6, 1/800s
-300 mm Equipamento: Nikon D3200 II com objetiva Canon 24-105 mm e ISO 100
Exposição: f/5.6, 1/60s com objetiva Nikkor 18-55 mm Exposição: f/13, 1/800s e ISO 200
e ISO 200 Exposição: f/4, 1/400s
e ISO 1.600
7 8
9 10
68 • Fotografe Melhor no 268
PRISCILA BRANT, JOSÉ DECIO GENILSON MARCIA ELOISA
Osasco (SP) MOLARO, BEZERRA, POSCHETZKY,
Marília (SP) Coxixola (PB) Novo Hamburgo (RS)
11 A composição está correta,
e os pedestres desfocados
pelo movimento dão um toque 12 Os ipês floridos
formam uma cena 13 A composição está
boa, porém, para ficar 14 A ideia inicial é
interessante: uma
interessante. Porém, uma vez atraente. Seguindo a melhor, teria recomendado laranja colorida escondida
que a atenção do observador foi regra dos terços, você posicionar as flores ainda atrás da folhagem verde.
captada, ele percebe que toda a posicionou o tronco maior um pouco mais para baixo. Porém, não funcionou muito
parte de baixo da imagem está no terço direito do quadro, O que mais incomoda na bem: para começar, a folha
desfocada, o que não fica natural, o que deixa a foto mais foto é a subexposição: muito desfocada no primeiro
por se tratar de elementos fixos, dinâmica. O que incomoda embora garanta que as plano, bem no meio da foto,
ao contrário dos pedestres. é a ausência do chão – só flores não saiam estouradas, incomoda muito; segundo,
Acredito que a foto tenha sido há um restinho, na borda preservando os detalhes, o foco precisaria ser na
feita de veículo em movimento inferior direita, em que as deixou apagadas, laranja, que deveria estar
(carro, ônibus ou barco), o que aparecem pessoas, e está cinzas. Último detalhe perfeitamente nítida para
explica o plano mais próximo ter em declive. Para incluí- perturbador é o ponto revelar sua textura, que iria
sofrido um desfoque. Somente -lo sem perder a visão do escuro próximo à borda contrastar com as folhas.
um ajuste de velocidade maior topo das árvores floridas, superior do quadro: não dá Enfim, a imagem idealizada
permitiria registrar tudo nítido. a melhor solução seria para saber se é da própria merecia um fundo e uma
Era a única solução viável, caso uma distância focal menor cena ou sujeira no sensor. iluminação mais trabalhados,
não fosse possível fazer uma (menos zoom). Equipamento: Nikon ressaltando as cores, as
parada no local. Equipamento: Nikon D3100 com objetiva Nikkor sombras e as texturas.
Equipamento: Canon D3100 com objetiva 18-55 mm com adaptador Equipamento: Canon EOS
EOS 1000D com objetiva Canon Nikkor 18-70 mm para macro Rebel T5 com objetiva Canon
18-55 mm Exposição: f/5.6, 1/500s Exposição: f/8, 1/320s 55-250 mm
Exposição: f/10, 1/20s e ISO 100 e ISO 100 Exposição: f/5.6, 1/80s
e ISO 200 e ISO 100
12
11
13 14
Não encontrou a revista Fotografe Melhor nas bancas? Fale direto
com a Editora Europa. O exemplar é enviado para todo o Brasil. Fotografe Melhor no 268 • 69
LIÇÃO DE CASA
temas ilustrados pelo leitor
Produções
simples, como
esta de Ramona
Heim com uma
toalha apenas,
valorizam o bebê
Ramona Heim
DICAS BÁSICAS PARA
fotografar bebês
A
POR LAURENT GUERINAUD
Uma criança ntes de tudo, sempre tenha em é fotografar recém-nascidos, mas bebês
é considerada mente que a prioridade é a se- com alguns meses de vida até perto dos
gurança do bebê. Muitas fotos dois anos de idade, quando se deve deixar
bebê até perto de newborn encontradas na in- de chamá-los assim.
dos dois anos ternet ou nas revistas são mon- O primeiro passo é escolher e prepa-
de idade e essa tagens: recém-nascidos, por
exemplo, não conseguem segurar a pró-
rar o local. Embora especialistas tenham
o próprio estúdio para fotografar bebês, o
fase gera muitas pria cabeça e, por isso, algumas poses ideal é um lugar em que a criança se sin-
fotos. Veja como podem ser perigosas para o bebê se não ta bem e relaxada, ou seja, a própria casa.
tiver alguém a segurando – depois, isso é O ensaio precisa ser preparado em
aproveitar esse apagado no Photoshop ou outro softwa- dois estágios. Primeiro, pensar no cená-
momento re de pós-produção. Mas a ideia aqui não rio, para isso, procurar um local que pro-
Captar imagens mais espontâneas, como esta feita por Oksana Kuzmina, exigem paciência e atenção do fotógrafo
Luís André Sampaio
Sandro Marcondes
AMBIENTE CONFORTÁVEL
O outro estágio é pensar no confor-
to do bebê. O primeiro ponto é a tempera-
O leitor Sandro Marcondes enviou a foto que fez da filha Ana Liz com apenas tura, ainda mais se pretende tirar fotos da
um mês de vida; na produção, colocou até uma câmera de brinquedo com ela criança nua ou com pouca roupa, o que é
comum, principalmente até os 6 meses.
Alex Ramos
PREPARAR O ENSAIO
Além da elaboração do local, a prepara-
ção do ensaio é primordial. Se o bebê não é
seu filho, os pais podem orientar na esco-
lha dos momentos do dia em que ele está
mais calmo. Geralmente, o bebê fica mais
relaxado depois de se alimentar; já o final
do dia é o momento mais complicado.
Importante: bebês percebem gente
estressada, então, é importante que todo
mundo no local (principalmente o fotógra-
fo) esteja relaxado durante o ensaio. A roti-
na do bebê no dia do ensaio deve ser manti-
da. Já visitas de familiares, amigos e outras
crianças, por exemplo, devem ser evitadas.
Antes de fotografar, pesquise referên-
cias, tenha uma boa ideia do que você pode
fazer, converse com os pais para ter suges-
Caio Negreiros
Acima, da esquerda para a direita, os bebês Biel, em foto enviada pela leitora Josineide Nascimento; Artur, que é neto do leitor
Francisco Lopes Filho; e Vinicius, filho do leitor Caio Negreiros: retratos feitos em casa de uma forma bem espontânea
Luiz Carlos Cau
Geraldo Bonato
Petronio Baeta
tões de poses, cenários e acessórios. do bebê acordar é muito alta por- Acima, também da esquerda para
Planeje duas ou três trocas de roupa que ele sente a nossa presença. a direita, os retratos dos bebês
e tenha alguns acessórios nos mes- Em compensação, captei fotos Elisa, sobrinha-neta e afilhada
do leitor Luiz Carlos Cau; Antonio,
mos tons de cores que combinem incríveis dele acordado, cheio de vi- fotografado pelo leitor Petrônio
com o cenário. Evite roupas sofistica- da, de personalidade, olhares, ex- Baeta; e Ana Paula, enviado
das demais para bebê, pouco confor- pressões e gestos, que renderam pelo leitor Geraldo Bonato
táveis, e não multiplique os acessó- imagens ainda mais interessantes do
rios: o tema é o bebê, o cenário preci- que as que tinha em mente. O maior
sa valorizá-lo, e não o contrário. aprendizado é que, para chegar lá, é As poses podem não ser as que
preciso se livrar da frustração de não você imaginou, mas a iluminação,
O BEBÊ MANDA conseguir realizar a foto imaginada e o local escolhido, o cenário monta-
Sou pai há pouco mais de um entender que quem dita as regras do do e as referências que você procu-
ano e, apesar de muitas tentativas, ensaio é a criança, e não o fotógrafo. rou ajudarão a garantir o sucesso na
não consegui nenhuma foto com Essa dica vale para todas as ida- hora do improviso e o resultado será
as poses de newborn que planejei: des do bebê: deixe-o à vontade no ce- muito melhor que o esperado.
elas precisam ser feitas no primei- nário previamente elaborado e, em
ro mês de vida e exigem que o bebê vez de tentar forçar poses que você UM POUCO DE TÉCNICA
esteja dormindo para poder posi- quer, estimule-o com palavras, sorri- Além da preparação do ensaio,
cioná-lo conforme o desejado. Mas sos e brincadeiras. Divirta-se, seja pa- o ajuste prévio da câmera é neces-
meu filho Raphaël sempre acorda- ciente e saiba aproveitar todos os mo- sário para não perder o momento
va. A explicação mais plausível que mentos para registrar da melhor for- decisivo por conta de um parâme-
me foi dada é que, quando manipu- ma a personalidade desse pequeno tro ou por estar olhando os botões
lado pelos próprios pais, a chance ser que já tem vontade própria. da máquina em vez de ficar com o
Carlos Haron
Omar Cardoso
Acima, uma produção caseira feita pelo leitor Carlos Haron com o
bebê Vicente, seu filho; ao lado, o leitor Omar Cardoso aproveitou
o pôr do sol para fotografar sua fillha Letícia com a mãe, Regina
olho no visor, pronto para disparar. para congelar os movimentos da tural produzido pela perspectiva.
Dispondo de uma boa ilumina- criança se ela for agitada. Único cuidado específico à foto-
ção, o fotógrafo não precisa se pre- Como para qualquer outro tipo grafia de recém-nascido é relativo a
ocupar muito com os parâmetros. de retrato, foque bem nos olhos. cor de pele do bebê, que pode tender
O ideal é uma grande abertura (pe- Use a menor sensibilidade ISO a ser um pouco avermelhada: pode
queno número de f/), que oferece possível para evitar o ruído digital, corrigir isso pelo balanço de branco
uma profundidade de campo (am- que deixaria a suave pele do bebê ou ainda superexpor um pouco, sen-
plitude do plano nítido) reduzida, toda granulada; e opte por distân- do que a claridade de uma cena su-
propiciando um lindo fundo desfo- cias focais que não o obriguem a se perexposta combina muito bem com
cado, e permite usar uma veloci- aproximar demais do seu modeli- a doçura dos primeiros meses de vi-
dade suficiente (no mínimo 1/60s) nho a fim de evitar o efeito carica- da da criança.
Rafael Assunção