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CONTEÚDO

Ano 23 • Edição 268


Janeiro/2019

Fotos de capa:

6
Junior Luz,
Correio
Heitor Florence,
Dúvidas e comentários dos leitores
Alex Tadeu
e Divulgação
Grande Angular
Notícias e novidades 8
Câmeras Clássicas
Para relembrar e colecionar 16 Seleção de
11 câmeras
Revele-se
Fotos dos leitores em destaque 18 para investir
Confira os modelos
Amazônia vista por Gisele Martins
Fotógrafa paulista lança seu primeiro livro 24 que valem a pena
para 2019

30 42 Divulgação

A força das imagens impressas


Opções chiques para oferecer ao cliente 48
Junior Luz

TESTE DE LUZ
A PELE QUE HABITO Avaliamos a
Um surpreendente trabalho de Junior Luz super sombrinha
da Lumitec com
flash da Godox

56
Heitor Florence

Alex Tadeu

Portfólio do Leitor
62
36
0 graphic novel de Samuel Marinho

Raio X
As fotos dos leitores comentadas 66
Fotos noturnas com drone
Inspire-se nas imagens de Heitor Florence
Lição de Casa
Dicas para boas fotos de bebês 70
Fotografe Melhor no 268 • 3
Diretores:
Aydano Roriz
Luiz Siqueira
Tânia Roriz

Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz


Diretor Executivo: Luiz Siqueira
Diretor Editorial e Jornalista Responsável:
Roberto Araújo – MTb.10.766 – araujo@europanet.com.br
CARTA AO LEITOR
M
REDAÇÃO udanças fazem parte da vida. Por isso, Fotografe começa 2019
Diretor de Redação: Sérgio Branco (branco@europanet.com.br) de casa nova: a Editora Europa tem uma nova sede, há apenas
Editor-contribuinte: Mário Fittipaldi três quarteirões e meio da antiga sede, no mesmo bairro do Bu-
Editora de arte e capa: Izabel Donaire
Colaboradores especiais: Diego Meneghetti e Livia Capeli tantã, Zona Oeste da cidade de São Paulo. Para os muitos leito-
Repórter: Juliana Melguiso (estagiária) res que costumavam ir pessoalmente à antiga sede em busca de
Colaboraram nesta edição: Juan Esteves e Laurent Guerinaud
Revisão de texto: Denise Camargo revistas, livros e edições especiais, saímos da MMDC e fomos para a Al-
PUBLICIDADE varenga, duas conhecidíssimas ruas do bairro – agora estamos bem per-
publicidade@europanet.com.br to do portão principal da Universidade de São Paulo, a USP. Nesse novo
São Paulo ambiente, com uma redação integrada, mais moderna e prática, continu-
Equipe de Publicidade: Angela Taddeo, Alessandro Donadio,
Elisangela Xavier, Ligia Caetano, Renato Perón e Roberta Barricelli aremos perseguindo diariamente o que nos move nesses quase 23 anos
Outras Regiões de estrada: fazer uma revista com muita informação relevante, bem apu-
Head de Publicidade Regional: Mauricio Dias (11) 98536 -1555 rada, com textos bem escritos e sobre assuntos diversificados do mun-
Bahia e Sergipe: Aura Bahia – (71) 3345-5600/9965-8133 do da fotografia – algo que você não encontra dando uma “googada” nem
Brasília: New Business – (61) 3326-0205
Rio Grande do Sul: Semente Associados – (51) 8146-1010 em outro veículo especializado.
Santa Catarina: MC Representações – (48) 9983-2515 E ano novo combina com esperança, sempre. Otimista que sou, vou
Outros estados: Mauricio Dias – (11) 3038-5093
Publicidade – EUA e Canadá: Global Media, +1 (650) 306-0880 torcer para que a vida do brasileiro melhore – principalmente o mais ne-
ASSINATURAS E ATENDIMENTO AO LEITOR cessitado, o que precisa de emprego e dessa es-
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Coordenadora: Tamar Biffi (tamar@europanet.com.br)
perança. Que a economia deixe de patinar e se
Equipe: Josi Montanari, Camila Brogio, Regiane Rocha, mova para frente, em ritmo constante, e que os
Gabriela Silva e Bia Moreira
“Deuses do Bom Senso” iluminem o novo go-
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Equipe: Paula Hanne (paula@europanet.com.br) verno, pois não temos nem espaço nem tempo
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também está no limite. Boa leitura!
Juan Esteves

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4 • Fotografe Melhor no 268
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CORREIO
dúvidas e comentários dos leitores

meira Grande Guerra Mundial. En-


contrei informações muito interes-
santes, que não sabia, como a im-
portância da câmera Kodak Vest Po-
cket no registro informal da guerra.
Artigos históricos assim são muito
relevantes e espero que produzam
algo sobre a fotografia na Segunda
Guerra Mundial.
Ernest Cuningham,
via e-mail

35 LENTES E SONHOS Brasileiras – Imagens Substantivas,


Gostei muito da reportagem so- conforme noticiado na edição 267 em
bre as novas lentes que foi publica- artigo de Juan Esteves. Estava mais
da na edição 267. Do que não gos- do que na hora de marcar com digni-
tei foi dos preços. Mesmo em dó- dade a importância da mulher na fo-
lar, são altos para o padrão brasi- tografia brasileira, um ambiente ain-
leiro, infelizmente. Com os impos- da muito machista, apesar de todo o
tos, então, a coisa fica assustadora. empoderamento feminino que vive-

John Warwick Brooke


No caso das superteles, só mesmo mos atualmente.
quem tem muuuuito dinheiro pode Leila Vieira, via e-mail
ter uma dessas belezinhas na mão.
Sonho com uma Canon EF 600 mm FOTOGRAFIA E GUERRA
f/4. Mas valendo US$ 13 mil, só se Achei muito oportuno o artigo na
ganhar na mega-sena. Na cotação edição 267 sobre a fotografia na Pri- Soldados ingleses tentam abater um avião
normal dá por volta de R$ 52 mil! Li
uma vez na revista que com o impos-
to de importação (60%) e outras ta- Desafio Fotografe
xas um equipamento custa cerca de
três vezes mais no Brasil. Então, es-
sa 600 mm sairia por volta de R$ 150
mil! Dá para comprar um carrão im-
E ntre os dias 28 de novembro
e 7 de dezembro de 2018, foi
realizado o Desafio Fotografe com
ma de qualquer técnica, o que me
inspirou foi o momento em famí-
lia e as brincadeiras dentro da
portado ou até um pequeno aparta- o tema “Delícias do Verão”. A fo- piscina”, conta a fotógrafa.
mento aqui onde moro. Eita pobreza! to escolhida pela redação foi a da Ela usou uma câmera Nikon
Gilvan Rodrigues, Salvador (BA) leitora Eunice de Oliveira, de Pa- D7000 com lente 35 mm, ajusta-
raibuna (SP), que teve um total de da em f/4, 1/250s e ISO 100. Segun-
MULHERES NA FOTOGRAFIA 80 interações, entre curtidas, co- do Eunice, o importante ao se cap-
Queria parabenizar a pesquisa- mentários e compartilhamentos. tar momentos como esse é fotogra-
dora Yara Schreiber Dines pela ini- A foto foi realizada duran- far com sentimento, enxergar a ver-
ciativa de produzir o livro Fotógrafas te uma tarde de verão, quando dadeira essência do que está acon-
seu sobrinho Guilherme se diver- tecendo ao seu redor, sem se preo-
tia com a família na piscina. “Aci- cupar com o equipamento em mãos.
O pequeno
Eunice Oliveira

Guilherme
saindo da
piscina foi
clicado por
Eunice de
Oliveira
Mário Bock

A fotógrafa pioneira Gioconda Rizzo

6 • Fotografe Melhor no 268


GRANDE ANGULAR
notícias e novidades
O americano
Jassen Todorov
foi o ganhador
do Grande
Prêmio do
NatGeo Photo
Contest 2018

Jassen Todorov
NatGeo anuncia
os vencedores do concurso de 2018
S elecionada entre mais de 10 mil imagens en-
viadas, a foto de um avião pousando no De-
serto de Mojave, próximo a milhares de carros re-
também foi primeiro lugar na categoria Lugares).
Já o holandês Pim Volkers ficou em primeiro lu-
gar na categoria Vida Selvagem com a incrível foto
colhidos da Volkswagen e da Audi que não aten- de um grupo de gnus cruzando o Rio Mara, na Tan-
diam às normas antipoluição, foi a grande ven- zânia. Também da África, o fotógrafo queniano Mia
Abaixo, as fotos cedora do National Geographic Photo Contest de Collis assegurou o primeiro lugar na categoria Pes-
premiadas do 2018. Capturada pelo fotógrafo americano Jassen soas com um retrato do artista David Muyochoke-
holandês Pim Todorov, a imagem intitulada “Unreal” (ou Irreal, ra, da comunidade de Kibera (considerada a maior
Volkers (à esq.) e em português) serve como uma reflexão sobre os favela do mundo), localizada em Nairobi, capital do
do queniano Mia cuidados com o planeta, além de cobrar respos- Quênia. Para conferir todos os vencedores do con-
Collis (à dir.) tas de agências reguladoras de poluição (a foto curso, acesse: https://on.natgeo.com/2DbfZ9R.
Pim Volkers

Mia Collis

8 • Fotografe Melhor no 268


BRASILEIRO LEVA OURO NO
Photo Nature Internacional
O fotógrafo Francisco Lima Sarai-
va foi o único brasileiro a ganhar
uma das medalhas de ouro distribuí-
garo Tibor Kercz levou a medalha de
ouro da FIAP e o canadense Thomas
Vijayan ficou com a medalha de ouro
das pelo Photo Nature Internacional, concedida pela AJAC.
concurso internacional voltado para O concurso é fruto de uma par-
a fotografia de natureza. Ele venceu a ceria entre a FIAP, a IAAP e a Photo-
categoria Livre Cor da Federation In- graphy Society of America (PSA), sen-
ternationale de L’Art Photografique do divulgado no Brasil pela Associa-
(FIAP), com a foto intitulada “Loneli- ção Jauense de Ambiente e Cultura,
ness”, que mostra uma pequena tar- de Jaú (SP), com apoio da Confede-
taruga caminhando entre as pedras. ração Brasileira de Fotografia (Confo-
Ainda na categoria Livre Cor, a bri- to). Nessa recente edição, foram cer-
tânica Eileen Murray recebeu a me- ca de 3.700 imagens recebidas com
dalha de ouro da International Asso- 346 participantes de 54 países (sendo
ciation of Arts Photographers (IAAP), 122 brasileiros) que puderam concor-

Francisco Lima Saraiva


com o retrato de uma jovem. rer em categorias como Livre Cor, Li-
Na categoria Livre Preto e Bran- vre Preto e Branco e Natureza. No to-
co, o húngaro Zsolt Vranka recebeu tal, 120 prêmios foram oferecidos e
a medalha de ouro da FIAP e o in- também prêmios especiais aos brasi-
diano Dnyaneshwar Vaidya conquis- leiros com as 10 melhores colocações
tou a medalha de ouro da IAAP; já na e melhor fotoclube nacional, conquis- A tartaruga nas pedras deu uma medalha
categoria Natureza, o também hún- tado pelo Foto Clube de Londrina (PR). de ouro para Francisco Lima Saraiva
Eileen Murray Zsolt Vranka Dnyaneshwar Vaidya

As imagens premiadas da britânica Eileen Murray, do húngaro Zsolt Vranka e do indiano Dnyaneshwar Vaidya no Photo Nature

Concurso internacional da Zeiss tem inscrições abertas até 8 de fevereiro

R umo à sua quarta edição, o Zeiss


Photography Award abriu as inscri-
ções para fotógrafos de todo o mundo
da expressão humana e suas interações,
de causas políticas ou sociais.
O concurso é organizado pela em-
As inscrições são gratuitas, e o ven-
cedor receberá lentes Zeiss de sua es-
colha no valor total de 12 mil euros e
enviarem trabalhos dentro do tema “Ver presa alemã Zeiss em conjunto com a mais 3 mil euros para cobrir os custos
Além – O Inesperado”. A edição 2019 World Photography Organisation e, na do projeto fotográfico. Além disso, po-
desafia os participantes a enviarem uma edição anterior, chegou a marca de 90 derá colaborar diretamente com a Zeiss
série de 5 a 10 imagens que mostrem mil imagens enviadas, com participação e a World Photography Organisation. As
além do cotidiano e abordem algo im- de cerca de 12 mil fotógrafos de 140 inscrições estarão abertas até 8 de feve-
previsto ou surpreendente – seja por países, no qual o fotógrafo belga Nick reiro de 2019 e o vencedor será anun-
meio da paisagem e do ambiente físico, Hannes foi o grande vencedor. ciado no dia 9 de abril de 2019.

Não encontrou a revista Fotografe Melhor nas bancas? Fale direto


com a Editora Europa. O exemplar é enviado para todo o Brasil. Fotografe Melhor no 268 • 9
GRANDE ANGULAR

Acima, a atriz francesa Laetitia Casta e o bailarino ucraniano Sergei Polunin (à esq.) e a atriz americana Julia Garner (à dir.); abaixo,
a modelo Gigi Hadid e o estilista Alexander Wang (à esq.) e os bailarinos Misty Copeland e Calvin Royal III (à dir.), todos americanos

Fotos: Albert Watson


Calendário Pirelli 2019 escolhe Albert Watson
O famoso Calendário Pirelli foi
apresentado em Milão, Itália, na
primeira semana de dezembro de
tilista Alexander Wang; pela atriz Ju-
lia Garner; pela parceria dos bailarinos
Misty Copeland e Calvin Royal III; e pe-
olha para o futuro sonhando com o
sucesso no mundo da dança. Laeti-
tia Casta é uma pintora que mora em
2018 com imagens produzidas pelo la atriz Laetitia Casta junto com o baila- um pequeno apartamento-estúdio
fotógrafo escocês Albert Watson em rino Sergei Polunin – com exceção de com o seu parceiro (Polunin), e am-
Miami e Nova York, EUA. O trabalho é Laetitia, francesa, e Polunin, ucraniano, bos sonham com o sucesso: ela co-
uma reunião de histórias registradas os demais são americanos. mo artista, ele como bailarino.
por meio de fotografias sobre as aspi- Watson fez 40 imagens em cores Albert Watson, 76 anos, nasceu em
rações de quatro mulheres e foi bati- e em P&B na proporção de 16:9, ins- Edimburgo, estudou Design Gráfico em
zado de “Dreaming”. pirado na grande paixão que tem pelo Dundee, também na Escócia, e Cine-
Essas histórias são interpretadas cinema. “Queria ser diferente dos ou- ma e Televisão em Londres, Inglaterra.
pela modelo Gigi Hadid ao lado do es- tros fotógrafos e fiquei pensando qual Mesmo cego de um olho de nascença,
poderia ser a melhor maneira. Não estudou fotografia e, após mudar-se
queria meros retratos, mas algo que com a mulher para os EUA, em 1970,
se aproximasse o máximo possível começou a fotografar como passatem-
das ‘imagens congeladas’ de um filme. po. Desde então, firmou-se como fotó-
Meu propósito foi mostrar uma situa- grafo de sucesso internacional graças
ção com um enfoque positivo sobre as à sua capacidade de mesclar arte, mo-
mulheres de hoje”, explica o fotógrafo. da e fotografia publicitária em imagens
A personagem interpretada por que se tornaram mais icônicas.
Gigi Hadid vive na solidão dentro de Watson conquistou vários prê-
uma torre de vidro e Wang é o seu mios e ao longo dos anos fez fotos
único amigo e confidente. Julia Gar- que ilustraram cerca de 100 capas da
Divulgação

ner incorpora uma jovem fotógra- revista Vogue mundo afora e inúme-
fa, amante da natureza e da solidão. ras outras publicações, como Rolling
O fotógrafo escocês Albert Watson Misty Copeland, ao lado de Royal III, Stone, Time e Harper’s Bazaar.

10 • Fotografe Melhor no 268


Florian Ledoux
Foto do francês Florian
Ledoux, vencedora do
Inscrições do Grande Prêmio de 2017

concurso SkyPixel
vão até 18 de fevereiro
A s inscrições para o concurso inter-
nacional de fotografia e vídeo aé-
reos SkyPixel vão até 18 de fevereiro
as categorias Cidade (cenários urbanos
e arquitetura), Viagens (histórias sobre
pessoas, culturas ou uma aventura) e
de 2019. Apesar de ser promovido pe- Criativo (técnicas aéreas e recursos pa-
la DJI, principal fabricante mundial de ra criar uma narrativa visual). Os víde-
drones, não há restrições quanto ao ti- os não devem ultrapassar cinco minu-
po ou marca dos equipamentos aére- tos e precisam conter ao menos 30 se-
os. Entre os prêmios oferecidos estão gundos de gravação aérea.
uma câmera X1D-50c da Hasselblad, O concurso SkyPixel, que tem apoio
um drone Mavic 2 Pro e um Osmo Po- de Fotografe, concederá 49 prêmios ao
cket, ambos da DJI. todo, incluindo dois Grandes Prêmios
O concurso de fotos tem quatro ca- e premiações de primeiro, segundo e
tegorias: Natureza (cenários naturais, terceiro lugares para as nove catego-
vida selvagem e paisagens), Arquite- rias. As inscrições irão até 18 de feve-
tura (construções, prédios e estrutu- reiro de 2019, às 14h (horário padrão da
ras), Diversão (captura de momentos China). Para conhecer detalhes do re-
divertidos) e Esporte (energia e adre- gulamento, da premiação e fazer a ins-
nalina da ação). Já o concurso de vídeo, crição, acesse https://www.skypixel.
além de Natureza e Esporte, tem ainda com/contests/2018.

PHOTOKINA ANUAL É ADIADA


E COMEÇARÁ APENAS EM 2020
Q uem não foi na recente Photokina,
em setembro de 2018, e se pro-
gramou para a estreia da feira anual
senvolver o novo conceito para a Pho-
tokina com mais tempo e mais recur-
sos, já que a feira de 2018 superou as
em 2019 pode esquecer. Os organiza- expectativas com ações inovadoras e
dores anunciaram que a próxima edi- contou com 180 mil visitantes de 127
ção da maior feira do setor fotográfi- países. Com isso, na visão dos execu-
co do mundo será apenas em 2020, no tivos, foi colocada uma demanda muito
período de 27 a 30 de maio. A decisão alta para o próximo evento, sendo pou-
de adiar o início do ciclo anual anun- co provável que, em maio de 2019, oi-
ciado tem a intenção de dar a todos os to meses após o final do última feira, a
participantes a oportunidade de de- mesma atmosfera fosse atingida.

Público lotou
Divulgação

corredores na
Photokina de
2018, em Colônia,
na Alemanha,
onde a feira
é realizada
desde 1950

Fotografe Melhor no 268 • 11


GRANDE ANGULAR

Farkas e as Caretas de Maragojipe


M aragojipe está a pouco mais de 130 quilô-
metros de Salvador, capital da Bahia, abri-
gando o último paradeiro náutico do Recôncavo
gistro puro e, ao mesmo tempo, muito poderoso”.
Numa leitura rápida, a sensação de pureza po-
de se alinhar à sensação monocórdica de uma sé-
O fotógrafo baiano, às margens do Rio Paraguaçu, até re- rie de personagens sobre um mesmo fundo neu-
paulista fez centemente com inúmeras embarcações a vela tro azul, que variam as fantasias de palette mais
um registro por lá navegando. Segundo o fotógrafo paulista básica, confeccionadas entre vermelhos, verdes,
documental de João Farkas é “onde o povo resiste e o Carnaval azuis e amarelos predominantes – sensação es-
uma tradição não quer morrer” e o lugar onde ele fez o ensaio sa reforçada pelo design da publicação, que as
de 100 anos na para o livro Caretas de Maragojipe (Instituto Olga contrapõe a uma página amarela. Entretanto, vis-
cidade baiana Kos, 2018). Farkas define as fotos como “um re- ta com mais calma, assim como os detalhes das
roupas, é um registro documental de
uma cultura popular criativa.
O fotógrafo diz que nenhum povo
do mundo tem a intimidade e a liber-
dade cromática que o brasileiro tem.
Não sabe se vem da luz, das cores en-
contradas na natureza, das misturas
de peles ou “do fato de termos essa
inocência cultural, essa aceitação pelo
que é simplesmente belo e nos rodeia,
e pelo que é diferente e instigante”.
O livro foi lançado em Londres du-
rante a exposição Brazil – Land & Soul,
no início de novembro de 2018, na Em-
baixada Brasileira da Inglaterra, e no
evento Paris Photo, no Grand Palais, na
França, no mesmo mês. Foi impresso
no Brasil pela Gráfica
Ipsis com design do ir-
mão do autor, o paulis-
ta Kiko Farkas – am-
bos filhos do mestre
Thomaz Farkas.
Juan Esteves
Fotos: João Farkas

Algumas das
muitas caretas
e a capa do livro
de Farkas (à dir.)

12 • Fotografe Melhor no 268


GRANDE ANGULAR

foto do Mês Onde há fumaça, há fogo


N ewton Menezes estava na casa da mãe
dele, em Santana, zona norte de São Pau-
lo (SP), depois de voltar da cobertura de um
de fotojornalista entrou em ação: como estava
próximo do Aeroporto Campo de Marte, pen-
sou: “só pode ser avião”. Pegou rápido o equi-
treino do São Paulo no CT do clube na Barra pamento e desceu a rua correndo. Logo se de-
Funda, Zona Oeste da cidade, no dia 30 de no- parou com uma cena trágica de filme de ação:
vembro de 2018. De repente, escutou um ba- muito fogo, fumaça, gente correndo, gritos. “Na
O fotógrafo Newton rulho muito forte. Saiu para conferir e deu de hora, só pensei em fotografar”, diz ele. Único
Menezes estava muito cara com uma forte fumaça preta que vinha da fotógrafo no lugar certo e na hora certa, produ-
próximo do acidente rua logo abaixo da qual sua mãe mora. O faro ziu imagens que correram o Brasil e o mundo.
Menezes, 49 anos, é repórter foto-
gráfico há seis anos (antes, trabalhava
no setor administrativo de uma agência
de propaganda) e tem parceria com a
agência Futura Press. O avião que foto-
grafou em chamas era um monomotor
Cessna C-210, prefixo PR-JEE, dos mo-
delos que mais se acidentam no Brasil.
A aeronave caiu na Rua Antonio Nasci-
mento Moura, logo após a decalogem.
No acidente morreram o piloto Guilher-
me Murback, de 26 anos, e o copiloto
Leonardo Kasuiro Imamura, de 43, que
iam para Jundiaí (SP). Houve outras 11
vítimas, seis transeuntes que estavam
na rua e foram atingidos por objetos ou
destroços do avião e cinco pessoas que
estavam dentro de suas casas.

A seção Foto do Mês é uma parceria de


Fotografe com a Arfoc-SP por meio do
Instagram @arfocsp. Podem participar apenas
fotojornalistas profissionais, contratados ou
freelancers. Para saber mais acesse:
www.arfoc-sp.org.br.
Newton Menezes

O MELHOR DO FOTOJORNALISMO
A história pode ser contada de várias
formas. Uma delas é por meio de ima-
gens, como tem sido feito nos últimos dez
Europa com o objetivo de homenagear a ca-
tegoria dos repórteres fotográficos. A partir
daí, a publicação se transformou numa re-
anos em O Melhor do Fotojornalismo Brasi- ferência da produção do fotojornalismo bra-
leiro, que chega à sua 10a edição anual (e sileiro, cumprindo a função também de re-
também décimo volume) com as fotos que velar talentos fora do eixo Rio-São Paulo-
marcaram 2017, publicadas em jornais, re- Brasília, região onde se concentra a chama-
vistas, sites e portais de notícias no Brasil. da grande imprensa.
O livro, que faz parte do selo Biblioteca Fo- O livro custa R$ 99,90 e tem
tografe, reúne imagens de 120 fotógrafos de tiragem limitada. Para adqui-
todas as regiões do País, como profissionais rir o novo volume de O Melhor
dos jornais Amazonas em Tempo, de Manaus do Fotojornalismo Brasileiro,
(AM), e do Zero Hora, de Porto Alegre (RS). acesse o site da Editora Eu-
Foram selecionadas 185 imagens das princi- ropa: www.europanet.com.br.
pais editorias: cidades, política, esportes, po- ou ligue 0800-8888-508.
lícia, economia e artes e espetáculos.
A primeira edição foi lançada em 2009,
com as melhores fotos de 2008, com uma O livro reúne 185 imagens
ação institucional de Fotografe e da Editora feitas por 120 fotógrafos

14 • Fotografe Melhor no 268


CÂMERAS CLÁSSICAS
para relembrar e colecionar

Rolleiflex UMA TLR


INESQUECÍVEL
Saiba mais sobre ela neste lançamento da
Mário Bock

Coleção Fotografe de Câmeras Clássicas em


que os modelos mais destacados da história
estarão ilustrando canecas colecionáveis

N
a canção “Desafinado”, João Gilberto canta em um trecho:
“Fotografei você na minha Rolleiflex, revelou-se a sua enor-
me ingratidão...”. A câmera não é citada por acaso, pois na
época, em 1958, ela era um ícone da fotografia mundial, a
preferida de muitos profissionais de fotografia social, docu-
mental e fotojornalismo. Substituta dos modelos que usa-
vam fole, essa TLR (Twin Lens Reflex, ou Reflex de Lentes Gêmeas)
produzia imagens de alta nitidez usando filme 120 no formato 6 x 6.
A primeira Rolleiflex foi criada pelos alemães Paul Franke e Rei-
nhold Heidecke em 1929 a partir de uma câmera estéreo, com vi-
sor reflex, produzida pela dupla. Colocada na posição vertical com
o visor no topo e aproximando as duas objetivas, foi transformada
na primeira TLR do mundo. E o sucesso foi tamanho que gerou um
monte de cópias – como a também alemã Ikoflex, a checa Flexaret e
a japonesa Yashica Mat, para citar algumas. Mas a original, com um
preço mais elevado, nunca teve concorrentes à altura.
O sistema TLR era muito prático e rápido de usar. Com o visor
visto de cima, era para ser usada ao nível da cintura, o que pro-
duzia um ângulo de tomada ideal para retratos de meio-
-corpo ou corpo inteiro. Servia perfeitamente para en-
quadramentos ao nível do chão ou para fotos pano-
râmicas, erguida acima da cabeça do fotógrafo.
O visor contava com uma exclusiva moldu-
ra móvel, rente à tela de focalização, que acom-
panhava o ajuste do foco. Era indispensável pa-
Fotos: Arquivo

Laterais da Rolleiflex 3.5 F, de 1958: do lado esquerdo, botões para


ajuste de foco e ASA (hoje ISO); do direito, alavanca de avanço do filme

16 • Fotografe Melhor no 268


Fotos: Autorretrato
Richard Avedon (com Sophia Loren ao fundo), Robert Doisneau e Vivian Meier em autorretratos com suas Rolleiflex

ra a correção da paralaxe causada ÓPTICA IMPECÁVEL nado”, a Rolleiflex foi uma das me-
pelos diferentes ângulos de toma- A qualidade das objetivas Carl lhores câmeras profissionais de to-
da das duas lentes, principalmente Zeiss 75 mm f/3.5 e f/2.8, nas óp- dos os tempos, produzindo ima-
nas fotos a curta distância, a partir ticas Planar (com nitidez mais su- gens em P&B e coloridas com uma
de 90 cm – esse útil recurso nunca ave), Tessar e Xenotar (mais con- qualidade jamais alcançada pelas
foi aproveitado pelas concorrentes. traste), era impressionante. Fun- câmeras de filme 35 mm. Ela com-
Para avançar o filme, bastava damental era o visor tipo capuchão pleta 90 anos em 2019 e, por isso,
girar a alavanca, na lateral da câ- em tela com lente fresnel, ótimo foi a escolhida para começar a Co-
mera, com bloqueio automático à para o enquadramento e a focali- leção Fotografe de Câmeras Clás-
prova de múltipla exposição invo- zação sob baixa condição de luz. sicas, que todo mês colocará à
luntária. Girado no sentido inver- Para clicar lances de esporte, o ca- venda (veja o box) uma caneca com
so aí sim permitia dupla exposi- puchão se transformava em um vi- o modelo em destaque.
ção. Nos modelos mais simples, o sor esportivo.
filme era avançado por botão, tam- Os modelos da Rolleiflex lança-
bém com bloqueio automático. Já dos a partir de 1949 chegaram ao Saiba mais
o ajuste de exposição era por meio mercado mais sofisticados: conta-
de dois pequenos discos – de velo- vam com fotômetro embutido (em
sobre a coleção
cidade e de abertura – junto às ob- algumas versões) com a fotocélula Até o final de 2019, a cada edição
jetivas. Os valores eram informados de selênio à frente do visor, ajusta- de Fotografe uma câmera que marcou
em uma pequena janela voltada pa- da por meio do ponteiro situado no época na fotografia será destacada
ra cima, sobre a objetiva superior. próprio botão de foco (lado direito nesta seção com um breve histórico.
Ao mesmo tempo será lançada a
O obturador Syncro-Compur, ar- da câmera). Sem lentes intercam- caneca da Coleção Câmeras Clássicas
mado pela alavanca de transporte biáveis, contava com o teleconversor com o modelo do mês. Para adquirir
do filme (nas câmeras com o recur- opcional de 0,7x, propiciando um ân- esse produto exclusivo, acesse:
www.colecaocamerasclassicas.com.br
so) tinha velocidades que iam de 1s a gulo de visão de 130 mm. Algumas
1/500s, com sincronismo de flash em já vinham de fábrica, como a gran-
todas elas. O disparador, com trava, de angular Zeiss Distagon 55
ficava bem ao alcance do dedo indi- mm f/4 (lançada em 1951)
cador. E, curiosamente, a Rolleiflex ou a tele Zeiss Sonnar
gerava menos fotos tremidas, inclu- 135 mm f/4 (de 1959).
sive as produzidas com baixas veloci- O kit Rolleikin torna-
dades do obturador. A explicação era va possível usar filme
o formato de caixote, que propiciava 35 mm, com o qual a
excelente ergonomia e perfeita sus- objetiva de 75 mm ga-
tentação com o uso obrigatório das nhava o ângulo de visão
duas mãos. Atuava ainda o espelho de uma tele de 225 mm.
fixo do visor: com o obturador cen- Resistente, confiável, imor-
tral, o disparo era suave e silencioso. talizada pela canção “Desafi-

Fotografe Melhor no 268 • 17


REVELE-SE
fotos dos leitores em destaque

:: Autor: Mario Jorge Tavares


:: Cidade: Londrina (PR)
:: Câmera: Nikon D80
:: Objetiva: Nikkor 18-105 mm
:: Exposição: f/5.6, 1/125 e ISO 400

POSE MARRENTA
Ao passar por um depósito de recicla- de roupas de grife, para se divertirem.
gem, na periferia de Londrina (PR), o Por se tratar de menores de idade, Ta-
fotógrafo Mario Jorge Tavares se deparou vares sabiamente pediu autorização para
com cinco garotos brincando no local. A ale- os pais deles para fotografá-los. Mas, na ho-
gria dos meninos era evidente, demonstran- ra do retrato, a brincadeira da turminha foi
do que crianças não precisam de smartpho- fazer uma cara marrenta, de bad boy, para
nes, tablets ou brinquedos caros, tampouco surpresa do fotógrafo – que aproveitou.

18 • Fotografe Melhor no 268


UM SORRISO
SERTANEJO
O fotoclubismo é sempre
uma boa maneira de conhe-
cer outras pessoas interessadas
em fotografia, organizar exposi-
ções e realizar passeios. Foi as-
sim que Afonso Gutemberg, ao fo-
tografar com um grupo de amigos
do Pernambuco Foto Clube, co-
nheceu uma figura simples e ca-
tivante, que passava sem compro-
misso entre os boxes do Mercado
São José, em Recife (PE).
Ele ficou observando duran-
te um tempo o jeito conversador e
alegre do veterano sertanejo (que
não teve seu nome revelado) e, no
momento certo, captou o sorriso
franco e espontâneo que caracteri-
za uma pessoa de bem com a vida.
Ao ver a foto, um amigo dele
citou o poeta português Fernan-
do Pessoa: “E a minha alma ale-
gra-se com seu sorriso, um sorri-
so amplo e humano, como o aplau-
so de uma multidão”.

:: Autor: Afonso Gutemberg


:: Cidade: Recife (PE)
:: Câmera: Leica TL
:: Objetiva: Leica Summilux 35 mm
:: Exposição: f/1.4, 1/100s e ISO 800

Fotografe Melhor no 268 • 19


REVELE-SE

:: Autor: Sérgio Silveira


:: Cidade: Brasília (DF)
:: Câmera: Nikon D750
:: Objetiva: Nikkor 24-85 mm
:: Exposição: f/4.2, 1/15s e ISO 2.000

A LUZ DA FÉ
O fotógrafo Sérgio Silveira estava a ca- ele fez o registro usando apenas a luz disponí-
minhar pelo interior da igreja Bieta Gior- vel no ambiente do templo escavado na pedra.
gis (Casa de São Jorge), uma das principais re- A Etiópia é o único país africano a nunca ter
líquias do vilarejo de Lalibela, na Etiópia, um im- sido colonizado pelos europeus, e resistiu a vá-
portante centro de peregrinação de cristãos de rias tentativas de invasão. Sem influências exter-
várias partes do mundo. De repente, ele se de- nas, conseguiu preservar uma identidade particu-
parou com um menino que contemplava um pe- lar, manteve sua cultura, uma escrita única e um
queno altar montado em cima de uma cadeira. calendário próprio de treze meses, estando sete
A beleza da cena imediatamente o encantou e anos e meio atrás do gregoriano.

20 • Fotografe Melhor no 268


:: Autor: Bruna Pelinski de Assumpção
:: Cidade: Palmeira (PR)
:: Câmera: Nikon D300s
:: Objetiva: Nikkor 18-105 mm
:: Exposição: f/4.8, 1/125s e ISO 800

O PARTO DA VIDA
Bruna Pelinski se apaixonou pela fotogra- quando a cliente confia totalmente no profissional.
fia de parto desde o instante que a primeira “O parto documental me permite entrar no
cliente dela solicitou registros do nascimento do fi- quarto com o pai e contar alguma piada para ele
lho. Sem conhecer de maneira aprofundada o as- perder o nervosismo, e, acredite, todos os pais
sunto e com pouco tempo à frente, ela foi estudar ficam mais nervosos do que as mães. É poder
e pesquisar técnicas no segmento. Um mês de- registrar cada segundo do momento mais lindo
pois conseguiu fazer o trabalho com êxito. Segun- da vida deles”, diz ela, que fez o registro do nas-
do ela, a sensação atual, depois de alguns partos já cimento do bebê no momento exato que ele saía
fotografados, é de felicidade extrema, ainda mais de dentro da barriga da mãe.

Fotografe Melhor no 268 • 21


REVELE-SE

ESPERANDO
NA JANELA
Localizada a 166 km de João
Pessoa, capital da Paraíba, a
pequena e árida Cabaceiras ficou
conhecida nacionalmente por ser a
“Roliúde Nordestina”, já que foi ce-
nário de mais de 30 produções, entre
elas o longa O Auto da Compadecida,
que destacou as atuações de Selton
Mello e Matheus Nachtergaele. Com
essa fama toda, a cidade onde fica
o não menos famoso Lajedo de Pai
Mateus se tornou turística e, conse-
quentemente, aumentou a emprega-
bilidade e a renda da população.
Atraído pela beleza local, o fo-
tógrafo Rogério Freitas esteve de
passagem pelo Sítio Cacimba, nas
redondezas da cidade, e lá encon-
trou um gato em uma cena que
poderia ser cinematográfica. Não
perdeu tempo: compôs a imagem
do bichano usando a janela como
moldura e aproveitou até um peru
e um cabrito ao fundo para valori-
zar o clique.

:: Autor: Rogério Freitas Lira


:: Cidade: João Pessoa (PA)
:: Câmera: Nikon D5100
:: Objetiva: Nikkor 18-55 mm
:: Exposição: f/5.6, 1/500s e ISO 100

22 • Fotografe Melhor no 268


ROQUE ERROU
Roque é o melhor amigo de Mi- a câmera apontada para ele, colocou :: Autor: Miguel Freires
guel Freires. Segundo o tutor, as patas diante do rosto e fez uma ca- :: Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
o cachorro é alegre, esperto e pare- rinha de quem estava com vergonha :: Câmera: Canon Elph 510 HS
ce estar sempre disposto a posar pa- – só que não. :: Objetiva: 28-336 mm (equival.)
ra uma foto – até mesmo quando le- Uma pose inusitada e engraçada :: Exposição: f/4.0, 1/30s
va uma bronca. Aqui, ele tinha acaba- que Miguel soube aproveitar com pe- e ISO 500
do de aprontar uma peraltice e esta- rícia, já que em casos assim pode ser
va de castigo (se é que dá para colo- que a oportunidade nunca mais apa-
car um cão de castigo...). Quando viu reça, não é mesmo, Roque?

Mande fotos e ganhe um kit de limpeza de lentes


Os autores das fotos selecionadas Especifique no e-mail: nome, endereço,
para publicação na revista receberão telefone, ficha da foto (equipamento,
pelo correio um kit de limpeza de dados técnicos...) e um breve relato
lentes da Greika. Para participar da (local, data...) sobre as imagens que
seção “Revele-se”, envie até três você enviar. Os arquivos devem ter, no
fotos, no máximo, em arquivo digital mínimo, tamanho de 13 x 18 cm
(formato JPEG), para o e-mail (ou aproximado) com resolução de 200
fotografe@europanet.com.br. a 300 ppi. Evite arquivos muito pesados.

Não encontrou a revista Fotografe Melhor nas bancas? Fale direto


com a Editora Europa. O exemplar é enviado para todo o Brasil. Fotografe Melhor no 268 • 23
ESTANTE

Fotos: Gisele Martins


Lago do Jacaré, Reserva Extrativista Mapuá, Breves (PA), 2015: a televisão é parte do lazer na vida de muitos ribeirinhos

UM OLHAR À MARGEM DA

Amazônia
A
POR JUAN ESTEVES

Livro lançado pela ssim como o mineiro Sebastião grafe, ela divide com Salgado a preferên-
Salgado, a paulista Gisele Mar- cia pelo P&B ao produzir imagens. Esse
fotógrafa paulista tins se graduou em Economia. olhar especial de Gisele chega a um pú-
Gisele Martins traz Descobriu a fotografia nos prin- blico maior com o primeiro livro lançado
documentário cípios dos anos 1990 e, embo-
ra ainda não tenha abandonado
por ela, À Margem (Edição do autor, 2018).
O livro é uma pequena mas atraente
de alta qualidade a carreira, como fez o primeiro, sua ati- edição. Uma incursão pelas vilas e iga-
com imagens em vidade fotográfica é das mais extensas e rapés do recôndito amazônico do Arqui-
intensas. Primeira e única mulher a ven- pélago de Marajó, no Pará, um registro
P&B sobre a vida cer a prestigiosa categoria Ensaio, em documental clássico em que a autora
dos ribeirinhos 2006, do extinto Concurso Leica-Foto- não interfere na realidade, ao contrário,

24 • Fotografe Melhor no 268


Ribeirinho da reserva
de Mapuá em imagem
captada em 2014

se insere nela, confirmando a ação e tomadas. Diante disso, o interesse de não sejam os mesmos nas imagens
função da câmera, distanciando-se Gisele passou a ser “a vida lá embai- de ambos e, enquanto Braga explo-
dessa visão de cultura mais rasa que xo, a partir do rio e à margem”. Ela ar- ra a cor, ela usa o tom monocromá-
vem ocorrendo na produção con- gumenta que a busca é pelo elemen- tico. A ideia do registro dos rincões
temporânea e antecipada pelo pen- to humano: “os ribeirinhos foram os brasileiros está associada a traba-
sador checo Vilém Flusser (1920- protagonistas das minhas imagens”. lhos mais contemporâneos, como
-1991) há décadas. Gisele Martins Como inspiração, a fotógrafa cita Pittoresco, exposição do paulista
mostra interação maior com o espa- o trabalho do paraense Luiz Braga e, Antonio Saggese, de 2010, no Insti-
ço e com os nativos retratados, ca- embora os lugares na Ilha de Marajó tuto Tomie Ohtake, ou na série Via-
racterística de uma produção mais
densa e distante da efemeridade
que caracteriza a fotografia de hoje.

NA AMAZÔNIA
A fotógrafa começou a se interes-
sar pela região amazônica paraense
em 2012. Para ela, o lugar “predomi-
nante no meu imaginário sempre foi
atraente, mas, ao mesmo tempo, as-
sustador; me estimula, instiga, mas
também me amedronta”. Trata-se
de uma imensa paisagem uniforme
de florestas e rios, vazia, inacessível,
inatingível, desafiadora”.
A referência à monumentalidade
que a Amazônia sugere vem de vis-
tas aéreas, a infinitude de um espaço
que raramente é apreendido nessas

Momento de descanso de
um rapaz da Comunidade
São Miguel, em Breves (2013)

Fotografe Melhor no 268 • 25


ESTANTE

A chuva constante
na Amazônia, aqui
na reserva de Alto
Mapuá (2014)

Fotos: Gisele Martins


gem Pitoresca pelo Brasil, do paulis- tiste Debret (1768-1848) e o seu ál- HORAS E HORAS
tano Cássio Vasconcellos, de 2016. bum de litografias Viagem pitoresca A fotógrafa lembra que as via-
O adjetivo “pitoresco” em sua e histórica pelo Brasil, publicado em gens para a Reserva Extrativista de
etmologia se refere às obras de 1834 na França e posteriormen- Mapuá, à margem do rio de mesmo
pintura, cenas particularmente ex- te, em 1840, no Brasil, compondo a nome em uma área de quase 100
pressivas, até mesmo inusitadas, ideia de que regiões então inóspitas mil hectares no Arquipélago de Ma-
que têm sua expressão maior em da colônia ou do novo reino precisa- rajó, foram muito demoradas. “Em
obras como a do francês Jean Bap- vam ser documentadas. uma delas, ao retornar para Breves,
município da Ilha de Marajó, partin-
do de um dos pontos mais distantes
da reserva, levei 25 horas. Poderia
ter chegado do outro lado do planeta
partindo de avião de São Paulo com
esse tempo. No entanto, sequer ti-
nha saído do município”, conta.
No Brasil, a literatura e a icono-
grafia vernacular foram produzidas
desde a chegada dos portugueses no
século 16 até o século19, com descri-
ções e registros pictóricos que rela-
tavam as novas paisagens e tipos hu-
manos nunca vistos pelos europeus.
Com a suposta “Missão Francesa”,
que desembarcou em 1816, oito anos

A menina na pia “areando”


utensílios na Comunidade
Santa Maria, em 2014

26 • Fotografe Melhor no 268


A vaidade da moça da Comunidade Monte Tabor (2013) e o ócio da que descansa na rede, na Vila de Jenipapo (2012)

depois da vinda do rei D. João VI, se tes modernos que, em vez de pincéis, tes, desde uma pequena rabeta até
destacaram Debret e Nicolas-An- empunham câmeras. um barco gaiola superlotado, para
toine Taunay (1755-1830), entre ou- E, se ainda há como fazer esse chegar ao centro de Breves. Ao lon-
tros que deixaram um vasto registro “mapeamento” completo, as dificul- go do caminho, muitas pessoas iam
humano e ambiental. De lá para cá, dades de acesso são persistentes. embarcando. Uma criança que em-
regiões como a Amazônia ainda se A fotógrafa explica que foi neces- barcou com os pais quebrou a perna
constituem como desafio aos viajan- sário viajar em três barcos diferen- numa manhã e só conseguiu chegar

Mãe e filho na
Comunidade
Monte Tabor,
à margem do
Rio Parauaú,
em 2013

Fotografe Melhor no 268 • 27


ESTANTE

Gisele Martins
Rapaz diante de uma ao hospital no dia seguinte no final da tar-
oficina mecânica em de. “Lá, eu também vivenciei a precarieda-
Melgaço (PA), em 2013, de e a vulnerabilidade”, diz Gisele.
um dos poucos municípios
na extensa área do
Arquipélago de Marajó VIVÊNCIA
Em À Margem, Gisele Martins aprofun-
da a ideia da documentação histórica, que
certamente ainda se faz necessária para
um registro mais complexo e íntimo. Par-
te pela interação praticada pela autora na
convivência com as comunidades que vi-
sitou (e ao mesmo tempo se abrigou), par-
te porque não se trata de uma leitura pas-
sageira, o trabalho revela a densidade da
imersão da fotógrafa com seu tema, e não ves por poucos dias. Contratei um barquei-
Juan Esteves

a superficialidade da captura do exótico ou ro para circular por lugares relativamente


do supostamente incomum. próximos. Fui de táxi para uma comunidade
O contato cotidiano criou uma circuns- ribeirinha não tão distante”, lembra. Depois
tância especial. “A proximidade e alguma seguiu fazendo parte das comunidades.
invisibilidade me possibilitaram obter re- O lado ocidental do Marajó, onde foto-
gistros fotográficos mais íntimos”, explica grafou, é uma região de florestas exube-
ela. Essa vivência trazia também um ritmo rantes, com pouca infraestrutura, mas ex-
mais lento, que tornava mais visível olhares traordinária. Continuou por um ano na ci-
contemplativos ou perdidos através de por- dade e imediações, mas depois seguiu pa-
tas e janelas. “Eram um forte indício desse ra lugares mais remotos, hospedando-se
outro tempo, que passava devagar e, às ve- na casa de ribeirinhos por cerca de dois
zes, se traduzia em tédio”, afirma ela. anos, em viagens periódicas de São Paulo
Gisele crê que o cansaço e até mesmo para o Pará. Recebida com carinho e tam-
certo medo foram amplamente recompen- bém com certa curiosidade pelos nativos
sados com novas descobertas, interação e que queriam saber da vida na cidade gran-
encantamento com os nativos. Ela qualifica de, em troca, além das belas imagens, ga-
como uma experiência extraordinária. De nhou conselhos como “você precisará de
A fotógrafa Gisele Martins fato, diz que não planejou muito e que foi uma rede e uma lanterna”. Mais ainda:
lançou seu primeiro livro descobrindo as coisas in loco. “Na primei- descobriu um mundo como o grande De-
(capa acima, à dir.) ra vez, fiquei hospedada num hotel de Bre- bret não teria descrito melhor.

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28 • Fotografe Melhor no 268 com a Editora Europa. O exemplar é enviado para todo o Brasil.
CULTURA

Fotos: Junior Luz


Na série Nature Portrait, o fotógrafo Junior Luz trabalha com a ideia de cobrir a pele e os cabelos das modelos com plantas

A pele que habito POR JULIANA MELGUISO

N
O fotógrafo goiano ão é qualquer fotógrafo que cá, seu trabalho só cresceu, e a mais
Junior Luz fala sobre consegue unir criatividade e recente inovação é transformar textu-
sua nova série, inovação em um único en- ras da natureza em pele de mulheres,
saio. Essas características obras da série Nature Portrait.
Nature Portrait, que são a marca do goiano Ju- O fotógrafo afirma que a princi-
será exposta no nior Luz, um dos profissionais pal mudança nesses seis anos é o de-
Espaço Carrossel, no mais inquietos e ousados do Brasil
atualmente. Quando conversou com
talhismo que envolve sua arte. “Muita
coisa foi alterada de lá para cá, a come-
Museu do Louvre. Fotografe pela primeira vez, no final çar pela quantidade de horas que pas-
Nela, ele trabalha de 2012 (edição 195), ele começava a sei a dedicar ao meu trabalho. Com is-
se firmar na área de fotografia de mo- so, consegui produzir imagens mais
texturas coladas à da e apresentou ensaios feitos debai- conceituais, mais ricas em composição
pele de modelos xo d’água, em rio e piscina. De lá para e em iluminação”, explica Junior Luz.

30 • Fotografe Melhor no 268


O resultado da série é instigante e a mesma planta pode ganhar um tom diferente na pós-produção, como se vê abaixo

Hoje, o fotógrafo autodidata se plica ele, citando a companheira Mi- sua mulher que o inspirou a focar no
dedica a exercitar a criatividade es- chelle Cordeiro como um dos maio- universo feminino, dando cada vez
tudando e buscando inspirações pa- res incentivos para fotografar – no mais destaque às mulheres em seu
ra se desenvolver ainda mais. “To- começo da carreira de Junior Luz trabalho. “Fotografar o feminino me
das as minhas séries são pensadas como fotógrafo de moda, Michelle dá a chance de dar visibilidade às mu-
com antecedência. Procuro sempre atuava ao lado dele como costurei- lheres, retratando-as de uma manei-
descarregar em meu trabalho tudo ra profissional e produtora. ra artística para mostrar o quão belas
aquilo que absorvo nos estudos”, ex- Junior Luz conta também que foi e fortes elas podem ser”, avalia.

Fotografe Melhor no 268 • 31


CULTURA

Fotos: Junior Luz


INSTAGRAM COMO ALIADO e, na época, não queria tomar seu do de cinco anos em Londres, Ingla-
Uma das plataformas favoritas tempo na fotografia utilizando a terra. Hoje, vivendo em Florianópo-
do fotógrafo para divulgar traba- plataforma. Naquele momento, es- lis (SC), acredita que o Instagram é
lhos é o Instagram. Junior Luz in- tava baseado em Curitiba (PR), de indispensável para quem trabalha
gressou nessa rede social em 2011 volta ao Brasil depois de um perío- com fotografia. “É uma forma de
conhecer e se inspirar com o traba-
lho de outras pessoas, trocar expe-
riências e também colocar na vitri-
ne da internet o seu trabalho. Pos-
to meus vídeos e fotos, cuido da mi-
nha divulgação e acho que isso fa-
cilita muito por unir tudo em um só
lugar”, afirma.
Com cerca de 135 mil seguido-
res no Instagram, ele informa que
90% dos pedidos de orçamento de
trabalho chegam via rede social, ou
seja, o retorno dessa nova forma
de divulgação mostra que a plata-
forma é a ferramenta fundamental
para quem deseja mostrar sua arte
e conseguir novos clientes.

Acima e ao lado, dois


dos retratos da série:
o foco é no centro do
rosto, com desfoque
nas laterais e no fundo

32 • Fotografe Melhor no 268


Neste retrato e no
de baixo, as modelos
foram fotografadas
mais de lado para
valorizar a textura
da “pele vegetal”

O fotógrafo defende que um giu há um ano e meio – ainda está tos são feitos com um custo míni-
dos principais problemas com a em andamento –, e o primeiro en- mo de dinheiro. Isso mostra para as
fotografia hoje é o “modo auto- saio foi realizado no quintal da ca- pessoas que a intenção é criar fo-
mático”, ou seja, muitos fotógra- sa dele, com as folhas e flores que tos ousadas com poucos recursos.
fos se acomodam e está cada vez lá existiam. “Todos os meus proje- Basta ser criativo”, comenta.
mais comum ver imagens pratica-
mente replicadas de outros pro-
fissionais, sem nenhum diferen-
cial. “Quando você cria um tra-
balho único, consegue se manter
em qualquer área. Sempre pensei
em criar imagens que impactas-
sem o público e que fossem diver-
sificadas. Isso iria me diferenciar e
mostrar minha imaginação para o
mundo”, ensina o fotógrafo.

NATUREZA EM ALTA
A série Nature Portrait nasceu
de uma cisma do fotógrafo em ima-
ginar diferentes texturas como a
pele das pessoas. Nesse trabalho,
a textura é baseada em folhas de
diversas plantas e pétalas de varia-
das flores. Esse material é colado
no rosto da modelo e dá a ideia de
uma pele texturizada pela natureza.
Segundo Junior Luz, o projeto sur-

Fotografe Melhor no 268 • 33


CULTURA

Felipe Correia
Fotos: Junior Luz
Acima, o resultado da colagem de pétalas e, abaixo, o making of da produção: uso
de cola de papel comum e cerca de uma hora para cada transformação
Junior Luz e Michelle Cordeiro: casal
tem uma longa parceria profissional

Ele informa que leva uma ho-


ra em média para a preparação da
maquiagem de cada modelo e mais
uma hora para a realização de cada
foto. Uma curiosidade é que as tex-
turas são coladas com cola branca
comum, uma por uma, no rosto das
modelos. Porém, isso faz com que
o processo de fotografar não pos-
sa ser demorado, pois as pétalas e
folhas mais sensíveis começam a
murchar e se deteriorar.
Em 2019, Junior Luz terá seu
trabalho exposto no Espaço Car-
rossel do Louvre, anexo ao Museu
do Louvre, o maior museu de ar-
te do mundo, em Paris, na Fran-
ça. Para ele, ver seu trabalho re-
cebendo reconhecimento, tanto in-
terna como externamente, é a re-
alização de um sonho. “É fantásti-
Colagem com co ver que depois de oito anos de
folhas de muito esforço e dedicação minha
samambaia e
maquiagem de
arte vem ganhando destaque no
preenchimento Brasil e no exterior. Ver meu traba-
por baixo lho exposto em Paris é certeza de
estar no caminho certo.”, afirma.
José Luiz Guimarães Junior no
documento de identidade, esse fo-
tógrafo de 37 anos, admirador dos
americanos David La Chapelle e An-
nie Leibovitz, incorporou o Luz co-
mo um nome artístico. Domador e
encantador da luz, é dessa matéria-
-prima que produz sua magia com
ingredientes básicos da fotografia:
técnica, criatividade e ousadia.

34 • Fotografe Melhor no 268


5HÁHWRU&RE/('GH
OX]FRQWtQXDELYROWH
GLPHUL]iYHO
FOTOGRAFIA AÉREA

O Edifício Altino Arantes,


ex-sede do Banespa e
hoje conhecido como Farol
Santander, se destaca na
paisagem noturna paulistana

36 • Fotografe Melhor no 268


Fotos: Heitor Florence
Parque de diversões na Zona Leste da cidade de São Paulo fotografado em longa exposição por Heitor Florence com drone

O DESAFIO DE FOTOGRAFAR COM

drone à noite
De aeromodelista a piloto de drone, o fotógrafo publicitário Heitor Florence usa sua
experiência para fazer imagens aéreas noturnas com um foco em arte

O
POR MARIO FITTIPALDI

fotógrafo paulistano Heitor sultados em imagens desse tipo. noturnas com drones foi uma sur-
Florence, 56 anos, costu- Especializado em fotografia aérea, presa, pois conseguia registrar a ce-
ma dizer que até bem pou- Florence atende normalmente clien- na com nitidez e, graças à longa ex-
co tempo atrás capturar tes no segmento de publicidade e de posição, capturava o movimento da
imagens aéreas noturnas construção civil. Mas é o seu trabalho cidade, como o riscado das luzes dos
com efeitos de longa expo- autoral, com imagens noturnas de lo- carros passando”, explica.
sição era algo impensável. Com as cais icônicos de São Paulo (SP), co- Essa característica está presen-
novas tecnologias de estabilização mo a Avenida Paulista, nos Jardins, a te, por exemplo, nas imagens cap-
de câmera, os chamados gimbals, Ponte Estaiada, na Zona Sul, e o Edi- turadas na Avenida Paulista e tam-
incorporadas aos drones mais mo- fício Altino Arantes, no centro, entre bém em imagens aéreas de um par-
dernos e, claro, destreza na pilota- muitas outras, que chama a atenção. que de diversões na Zona Leste da ci-
gem, ele vem conseguindo bons re- “Quando comecei a fazer fotos dade. “As luzes dos brinquedos cria-

Fotografe Melhor no 268 • 37


Fotos: Heitor Florence FOTOGRAFIA AÉREA

O drone em movimento ascendente unido à técnica da longa exposição criou uma imagem artística da Avenida Paulista

ram um efeito colorido bastante in- PIONEIRISMO a ser usada em um anúncio do tele-
teressante”, destaca Florence. “Vi Filho de fotógrafo e descenden- visor em cores Telefunken”, gaba-se.
que estava fazendo algo inusitado e te direto de Hercule Florence, pintor, Em 1996, já com a carreira de fo-
que me dava possibilidades infinitas”, desenhista e inventor isolado da fo- tógrafo profissional consolidada na
avalia. O passo seguinte foi fazer ex- tografia radicado no Brasil (veja box), área de publicidade, ele passou a se
perimentos movimentando o próprio Heitor começou cedo. Já aos oito dedicar ao aeromodelismo como
drone para obter os efeitos propor- anos ajudava o pai no estúdio e até fa- hobby. E daí para juntar as duas coi-
cionados pela longa exposição. “Fiz zia algumas fotos. “Foi aí que come- sas, usando modelos de helicópteros
imagens rotacionando ou movimen- cei a aprender e a amar a fotografia”, radiocontrolados para fazer fotos aé-
tando o aparelho verticalmente, ou lembra ele. “Por acaso, uma foto que reas, foi apenas um passo. “Comecei
inclinando a câmera… Os resultados fiz na época que mostrava um arco- a pilotar esses helicópteros por vol-
são surpreendentes”, orgulha-se. -íris nas Cataratas do Iguaçu chegou ta dos anos 2000 e, desde meados de
2004, passei a vislumbrar a possibili-
dade de fazer vídeos e fotografias aé-
reas com eles”, conta Florence.
Segundo ele, a inspiração veio de
um modelo lançado pela Yamaha pa-
ra uso agrícola, que carregava um
sistema para pulverizar pesticidas
em áreas localizadas de uma lavou-
ra. O fotógrafo conta que precisou de
três a quatro anos de desenvolvimen-
to de sistemas e experimentos para
enfim decolar seu pequeno helicóp-
tero com uma Canon EOS 5D Mark II
adaptada. Chegou, inclusive, a criar
um gimbal artesanal para estabilizar
a pesada DSLR, usando giroscópios e
sistemas de aeromodelismo.
Segundo o fotógrafo, era neces-
sária ao menos mais uma pessoa na

Vistos de cima, os grafismos


da Avenida Paulista produzem
fotos impactantes à noite

38 • Fotografe Melhor no 268


A Ponte Octávio Frias de Oliveira, mais conhecida como Ponte Estaiada, também registrada com o drone em movimento

sessão de fotos para pilotar o heli- CÉU DE BRIGADEIRO do que é preciso ficar de olho no tem-
cóptero enquanto ele escolhia as Mesmo com toda a tecnologia po de exposição também, que não
imagens e fotografava. O piloto re- dos drones atuais, Florence observa pode ser maior do que 1 ou 1,2 se-
cebia as imagens da pequena câ- que a estabilização da aeronave ain- gundo. “Por melhor que seja o drone,
mera frontal da aeronave em uma da é crucial para se fazer boas fotos, modelo nenhum ficará estático mais
tela ou diretamente em um ócu- especialmente noturnas. “O app Sis- do que isso”, ressalva.
los FPV (óculos de primeira pessoa, mógrafo, para iPhone, pode ser usa- Para as imagens noturnas, Flo-
pelas iniciais em inglês), enquan- do para medir a equivalência de vi- rence utiliza o drone DJI Phantom 4
to Florence acompanhava as ima- bração dos motores do drone”, ensi- V2.0 Pro. “Apesar de ser um equipa-
gens captadas pela DSLR em um na. Além disso, aconselha a decolar mento semiprofissional, tem recur-
monitor adaptado a uma estação de em noites com céu limpo e com o mí- sos bem interessantes, além de uma
controle que ele mesmo construiu. nimo de vento possível, acrescentan- boa qualidade de imagem”, avalia. “O
“Um transmissor de vídeo enviava
as imagens da saída VGA da Canon
5D”, explica o especialista.
Para fotografar ou capturar vídeo,
Florence ajustava ISO, velocidade do
obturador e abertura do diafragma
antes da decolagem. A câmera vo-
ava equipada com lente 20 mm ou
28 mm em foco infinito. “Para gra-
var vídeo, acionava o modo de grava-
ção ainda no solo. Já para fotos, cli-
cava por meio de um disparador ele-
trônico acionado por rádio”, informa.
“Como é fácil de imaginar, a estabili-
dade era o principal problema. Mes-
mo assim, foram vários anos produ-
zindo fotos assim, até os drones apo-
sentarem o helicóptero radiocontro-
lado”, afirma Florence.

Aqui, o movimento circular do


drone criou um efeito da mesma
forma na imagem captada

Fotografe Melhor no 268 • 39


FOTOGRAFIA AÉREA

O gigantesco polo petroquímico de Cubatão, no litoral paulista, ganhou um tom artístico numa foto noturna de Florence

software de controle permite muitas gens são tratadas em pós-produção. VOO SEGURO
opções de configurações, entre elas Para isso, Florence usa basicamen- Outro aspecto importante é o
uma opção de parar para capturar a te o workflow do Lightroom, eventual- quesito segurança. Florence lembra
imagem, que é bem útil para fotos à mente abrindo uma imagem ou ou- que muitas das suas imagens notur-
noite. Às vezes uso também o mode- tra no Photoshop para corrigir algu- nas foram feitas antes das regula-
lo S1000 de oito rotores com uma Ni- ma imperfeição. “Basicamente é is- ções da Anac, a Agência Nacional de
kon D850 acoplada, mas evito. No ca- so. Uso também, conforme o caso, Aviação Civil – hoje é necessário res-
so de um acidente, o prejuízo seria alguns plugins de tratamento de ima- peitar distância mínima de 30 metros
enorme”, justifica. gem que fui adquirindo ao longo do horizontais de qualquer pessoa não
Depois de capturadas, as ima- tempo”, comenta. envolvida com a operação. “No ca-
so das imagens na Avenida Paulista,
como era bem tarde, a avenida esta-
Hercule Florence criou a fotografia va vazia. Já para capturar as imagens
no Brasil antes de Nièpce do Edifício Altino Arantes, um cenário
mais complicado devido à densidade
Mais conhecido por suas pinturas e desenhos, de prédios na região central, decolei
o pintor, desenhista, inventor e também fotógrafo da Praça São Bento, alternando en-
Antoine Hercule Romuald Florence (Nice, 1804-
Campinas, 1879), ou simplesmente Hercule
tre o modo de visão em primeira pes-
Florence, criou, com a ajuda do boticário Joaquim soa e visão em segunda pessoa para
Correia de Mello, um processo de fixação da garantir um voo sem sustos”, explica.
imagem gerada por uma câmera escura, utilizando Além do cuidado com a integrida-
elementos químicos que mudavam de cor com a
incidência da luz. Batizou o processo de photographie, de das pessoas, o fotógrafo adverte que
em 1833, pouco antes de Nièpce, Daguerre e Talbot. é preciso ainda prestar atenção ao trá-
Sua história, reconhecida internacionalmente, foi fego aéreo no local onde se pretende
documentada de forma ampla pelo fotógrafo e decolar. Exatamente por isso, informa
pesquisador Boris Kossoy. A Hercule Florence é
atribuída a criação do termo “fotografia”. que sempre que possível trabalha com
um assistente só para fazer esse moni-

40 • Fotografe Melhor no 268


Fotos: Heitor Florence

Detalhe de uma das áreas do polo petroquímico de Cubatão, que para o fotógrafo lembrou um cenário de Blade Runner

toramento, via software FlightRadar24


– o software exibe na tela informações
das aeronaves em voo, como altitude,
direção e velocidade. “Desde os tem-
pos de aeromodelista sou preocupado
com segurança”, orgulha-se.
Florence é tão apaixonado pelas
fotos aéreas que pensa em se dedi-
car só a elas, deixando o mercado de
fotografia publicitária de lado. Um no-
Fotos: Arquivo Pessoal
vo drone, maior e mais estável, com
redundâncias que garantam a segu-
rança do equipamento, está nos pla-
nos, além da vontade de investir ca-
da vez mais em seu trabalho autoral.
“Meu foco hoje é trabalhar com foto-
Experiência: Heitor
grafia de arte e, dentro disso, conse- Florence já fotografava
guir ganhar dinheiro. Se der para me com helicópteros e
sustentar, ótimo”, projeta. aviões comandados
Numa viagem à Baixada Santis- por radiocontrole bem
ta, descendo a Serra do Mar, ele con- antes de pilotar drone
seguiu vislumbrar nas luzes do po-
lo petroquímico de Cutabão (SP) “um
visual de Blade Runner”, como gosta
de definir. Levantou voo com o drone
e transformou o cenário de fumaça e
poluição em imagens artísticas.

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com a Editora Europa. O exemplar é enviado para todo o Brasil. Fotografe Melhor no 268 • 41
MERCADO

VEJA UMA SELEÇÃO


DE 11 CÂMERAS
para investir
em 2019
Mapeamos as melhores opções do mercado e
selecionamos as câmeras que valem a pena, com
variações de formato, preço e recursos. Confira
POR DIEGO MENEGHETTI

Q
uem planeja investir em -lançada linha EOS R, talvez com a
uma nova câmera foto- esperada estabilização de imagem
gráfica hoje em dia en- no sensor. Ou seja, novidades es-
contra diversos formatos tão a caminho para concorrer com
à disposição: das inovado- o que está nas lojas.
ras mirrorless às confiáveis Para ajudar na escolha de uma
DSLRs, da portabilidade das com- nova câmera, Fotografe selecionou
pactas à conectividade dos smar- 11 modelos de diversos estilos que
tphones. Todos disputam a prefe- são opções de compra que valem a
rência e o dinheiro do fotógrafo, se- pena em 2019, seja pela inovação
ja ele profissional, entusiasta avan- que trazem ou pelo bom custo-be-
çado ou iniciante. Além da já exten- nefício que oferecem. Como refe-
sa oferta de câmeras, o começo do rência comum, o preço das câme-
ano dá aos fabricantes um novo ras é o sugerido para o mercado in-
gás para a renovação das linhas. ternacional, em dólar, uma vez que
Há rumores na Nikon, por exem- o valor dos modelos no Brasil po-
plo, de que uma nova DSLR top de de variar bastante de acordo com o
linha (que pode ser chamada de fornecedor. Acompanhe, a seguir,
D6) seja apresentada em 2019 e as 11 câmeras da nossa seleção e
uma nova reflex full frame de en- escolha sua preferida.
trada substitua a best-seller D750.
No lado da Sony, é certo que a sé-
rie a7, de mirrorless full frame, re-
Ao lado, detalhes de
ceba novos modelos para ampliar 8 das 11 câmeras
a família. Já os fãs da Canon de- relacionadas como um
vem receber updates na recém- bom negócio em 2019

42 • Fotografe Melhor no 268


Fotos: Divulgação

Fotografe Melhor no 268 • 43


MERCADO

CANON EOS M100


O segmento mirrorless abrange fotógrafos
profissionais e entusiastas avançados e ini-
ciantes. É para esse último segmento que a
M100 é direcionada. Mas não se engane: a mir-
rorless de entrada da Canon tem sido uma best--
-seller por causa da qualidade de imagem que
produz e dos recursos disponíveis. O corpo com-
pacto abriga um sensor APS-C de 24 MP, com

Fotos: Divulgação
tecnologia Dual Pixel CMOS AF e sensibilidade
entre ISO 100 e 25.600. O monitor touchscreen é
inclinável em até 180 graus para fazer fotos e ví-
deos em primeira pessoa – aliás, é via monitor
que boa parte dos ajustes da câmera é realizada.
Com design simples, o corpo da M100 apresen-
ta poucos botões e apenas um disco, justamente
para acolher os iniciantes em fotografia.
Tipo: Mirrorless
Sensor: APS-C de 24 MP
Preço: US$ 400 (com lente 15-45 mm)

CANON EOS 6D MARK II


B oa opção de compra para pro-
fissionais que trabalham com
eventos sociais e fotografia em ge-
100 a 40.000 (expansível a 50 e até
102.400). O processador de imagem
DIGIC 7 possibilita que o disparo
45 pontos. A câmera oferece ainda
monitor articulado de 3 polegadas
com sensibilidade ao toque, modo
ral. No mercado há pouco mais de contínuo chegue a 6,5 imagens por de vídeo em full HD com framerate
um ano, a 6D Mark II é a porta de segundo, com autofoco servo de até de até 60p, conectividade Wi-Fi (com
entrada da série reflex full frame da NFC), Bluetooth e GPS integrado. A
Canon, com sensor Dual Pixel de bateria no padrão LP-E6N rende até
26 MP e sensibilidade ISO de até 1.200 disparos com uma carga.
Tipo: DSLR
Sensor: Full frame de 26 MP
Preço: US$ 1,3 mil (apenas o corpo)

44 • Fotografe Melhor no 268


CANON EOS 80D
L ançada em 2016, a EOS 80D ainda é uma ótima
opção para fotógrafos e filmmakers. Com o corpo
leve e versátil, abriga um sensor APS-C Dual Pixel de
26 MP, permitindo fotografar com boa qualidade e fil-
mar em full HD com autofoco suave e preciso (o sen-
sor trabalha com 45 pontos de autofoco, todos do tipo
cruzado). Embora o processador seja de uma gera-
ção passada (DIGIC 6), a 80D tem bom desempenho:
disparo contínuo de 7 imagens por segundo, sensibi-
lidade ISO de até 16.000 (expansível até 25.600) e ob-
turador mecânico que chega a 1/8.000s. Monitor tou-
chscreen de 3 polegadas e conexão Wi-Fi com supor-
te NFC completam o pacote de recursos.
Tipo: DSLR
Sensor: APS-C de 26 MP
Preço: US$ 1,3 mil (com lente 18-55 mm)

NIKON D5600
A nunciada em 2016, a D5600 faz parte da série in-
termediária das reflex digitais da Nikon, desti-
nada a um público amplo, do entusiasta iniciante ao
avançado. Embora esteja na meia-idade, oferece o
necessário para uma boa experiência fotográfica: le-
ve e versátil, tem sensor APS-C de 24 MP, processa-
dor de imagem recente, sensibilidade ISO entre 100 e
25.600, disparo contínuo de até 5 imagens por segun-
do, 39 pontos de autofoco, com rastreio em 3D, moni-
tor touchscreen articulado de 3,2 polegadas e 1,04 MP,
capacidade de gravar vídeos em full HD e conexões Wi-
Fi e Bluetooth. É uma das melhores opções de compra
em câmeras para quem deseja investir até US$ 1 mil.
Tipo: DSLR
Sensor: APS-C de 24 MP

NIKON Z7 Preço: US$ 650 (com lente 18-55 mm)

E ssa mirrorless full frame da Nikon recém-lançada tem


se destacado frente às concorrentes pelo conjunto de
recursos e construção robusta que oferece. Com sensor de
46 MP, estabilização de imagem no corpo, capacidade de fil-
mar em 4K (com a área total do sensor) e grande compatibi-
lidade com lentes da série Nikkor F, a Z7 tem uma vida longa
pela frente. Carro-chefe da recém-lançada série Z, de mir-
rorless com sensor de quadro cheio, ela reúne boa parte dos
principais recursos que o profissional espera em uma câ-
mera sem espelho: disparo contínuo de 9 imagens por se-
gundo, obturador eletrônico, autofoco de 435 pontos, Wi-Fi e
Bluetooth, além de recur-
Tipo: Mirrorless sos para vídeo como focus
Sensor: Full frame de 46 MP peaking, zebra, timecode
Preço: US$ 3,4 mil (apenas corpo) saída em 10 bits.

Fotografe Melhor no 268 • 45


MERCADO

NIKON D750
C olocada no mercado em 2014, a D750 é uma das câme-
ras mais longevas desta seleção. Mas sua vida útil ainda
está longe do final, pois se trata de uma das DSLRs full fra-
me mais acessíveis já lançadas e, com os rumores de que
sua substituta chegue em 2019, seu preço está caindo ain-
da mais – atualmente o corpo sai por cerca de US$ 1,4 mil,
incluindo um grip vertical gratuito. Pelos recursos que ofe-
rece, a D750 é a câmera com melhor custo-benefício da ca-
tegoria: tem sensor de 24 MP, monitor articulado de 3,2 po-
legadas (sem touchscreen), autofoco de 51 pontos, disparo
contínuo de 6,5 imagens por segundo, sensibilidade ISO de
100 a 12.800 (expansível até 51.200), grava vídeos em full HD,
tem Wi-Fi e bateria de carga estimada em até 1.230 disparos.
Tipo: DSLR
Sensor: Full frame de 24 MP
Preço: US$ 1,4 mil (apenas o corpo)

SONY A6000
O utro modelo que já tem um certo tempo de estra-
da, mas que continua em linha devido ao ótimo
custo-benefício e aos recursos ainda relevantes. Lan-
çada em 2014, essa pequena mirrorless APS-C de 24
MP oferece boa empunhadura, autofoco híbrido com
179 pontos, monitor inclinável de 3 polegadas (não é
Fotos: Divulgação

touchscreen), visor eletrônico com 1,4 MP (cobertura de


100%), disparo contínuo de 11 imagens por segundo e
traz embarcada uma tecnologia no sensor (gapless, a
mesma usada na Sony a7R) que aproveita ao máximo
a luz que chega à câmera, aprimorando a qualidade de
imagem – inclusive no modo de vídeo. Tem sensibilida-
de ISO de 100 a 25.600, conexão Wi-Fi com NFC e bate-
ria com carga estimada em 360 disparos.

SONY A7 III Tipo: Mirrorless


Sensor: APS-C de 24 MP

U
Preço: US$ 500 (com lente 16-50 mm)
ma das mirrorless full frame mais recentes do merca-
do e também uma das mais bem equilibradas em re-
cursos e preço. Com sensor de 24 MP, a Sony a7 III recebeu
parte das novidades da irmã mais avançada, a7R III, como a
tecnologia BSI no sensor e um prático joystick no corpo pa-
ra navegar pelo menu e pelos 693 pontos de autofoco. A eco-
nomia de energia com a nova geração do processador Bionz
X também foi aprimorada e chega a 710 disparos com uma
carga da bateria. O disparo contínuo atinge 10 imagens por
segundo, com sensibilidade ISO entre 100 e 51.200. Orienta-
da também para o público filmmaker, a Sony a7 III grava em
4K, tem Wi-Fi com NFC,
Tipo: Mirrorless saída para microfone e
Sensor: Full frame de 24 MP fone de ouvido, e conexão
Preço: US$ 2 mil (apenas o corpo) USB 3.1.

46 • Fotografe Melhor no 268


FUJIFILM X-T3
A presentada recentemente, em setembro de 2018, a ter-
ceira versão dessa mirrorless bem avaliada da Fuji ofere-
ce um sensor APS-C de 26 MP com tecnologia BSI CMOS X-
-Trans, com 425 pontos de autofoco por fase que cobrem qua-
se 100% do quadro. Com jeitão de DSLR, a X-T3 oferece os tra-
dicionais discos dedicados para ajuste de ISO, velocidade e
compensação de exposição. O obturador eletrônico possibilita
disparo contínuo de até 20 fotos por segundo (11 usando o ob-
turador mecânico, que tem velocidade de até 1/8.000s), ou até
30 imagens com corte de 1,25x no quadro. Ela ainda grava ví-
deos em 4K (formatos DCI e UHD) em até 60p com compac-
tação de 400 Mbps, tem conexão Wi-Fi, Bluetooth e USB 3.1. A
bateria NP-W126S tem carga útil para cerca de 390 disparos. FUJIFILM X-PRO2
Tipo: Mirrorless
Sensor: APS-C de 26 MP
Preço: US$ 1,5 mil (apenas o corpo)
U ma das melhores câmeras no estilo range-
finder atualmente em linha, mesmo tendo
sido lançada em 2016. Muito discreta, a X-Pro2
apresenta sensor APS-C de 24 MP, avançado vi-
sor híbrido e sistema de autofoco de 273 pontos,
dos quais 77 são por detecção de fase. Compa-
rada com a antecessora, a X-Pro2 tem um pro-
cessador quatro vezes mais rápido, o que possi-
bilita disparo contínuo de 8 imagens por segun-
do e sensibilidade ISO entre 200 e 12.800 (ex-
pansível até 51.200). O corpo é muito robusto,
com chassi de liga de magnésio e proteção con-
tra poeira e umidade. A câmera aceita dois car-
tões de memória no padrão SD, grava vídeos em
full HD 60p, tem monitor de 3 polegadas e cone-
xão Wi-Fi embutida. Sua bateria rende até 350
disparos com uma carga.

Tipo: Mirrorless
Sensor: APS-C de 24 MP
Preço: US$ 1,5 mil (apenas o corpo)

PANASONIC LUMIX GH5


E ssa mirrorless com sensor Micro Quatro Terços de 20 MP
tem recebido ótimas avaliações desde o lançamento, em
janeiro de 2017. Direcionada ao público filmmaker, possibilita
gravar vídeos em 4K (4.096 x 2.160 pixels, com 24p, ou 3.840 x
2.160 pixels, com 60p, 30p ou 24p) com sistema de estabilização
de imagem no sensor que atua em 5 eixos. Oferece sensibilida-
de ISO entre 200 e 25.600, sistema de foco automático basea-
do em 225 pontos, visor eletrônico com ótima definição (3,6 MP),
monitor articulado de 3.2 polegadas (touchscreen com 1,6 MP),
corpo selado contra poeira e umidade, obturador mecânico (até
1/8.000s) e eletrônico
Tipo: Mirrorless (até 1/16.000s) e dis-
Sensor: Micro Quatro Terços de 20 MP paro contínuo de até 12
Preço: US$ 1,7 mil (apenas o corpo) imagens por segundo.

Fotografe Melhor no 268 • 47


SERVIÇO

Lâminas de
impressão da Espaço
Visual, que podem
ser enquadradas

Foto: Livia Capeli / Fotos dos quadros: Cris Custódio


PRODUTOS PARA
impressionar
SEU CLIENTE
Selecionamos uma série de opções para você imprimir suas
imagens e agregar valor ao trabalho na hora de vender os ensaios

S
POR LIVIA CAPELI

e você quer impressionar seu renciada for a impressão, mais ela São alternativas em papel lami-
cliente, faça uma coisa sim- causará impacto e abrirá portas pa- nado, madeira, acrílico, painel de
ples: imprima fotos. Parece ra você vender ainda mais serviços. alumínio e canvas que podem de-
bobagem, mas na era dos en- Para dar uma ideia do que você po- corar ambientes ou se transformar
saios entregues em pendrive de incluir no seu portfólio de produ- em mimos para o cliente presentear
vender fotos impressas é uma tos e agregar mais valor aos seus os familiares. Servem para os seg-
das estratégias mais poderosas que ensaios, Fotografe selecionou um mentos de ensaios com noivos, ca-
você pode estabelecer para seu tra- conjunto de opções de bom gos- sais, gestantes, bebês, crianças, fa-
balho como fotógrafo profissional. to que podem passar uma boa im- mília, festas infantis, ou até onde a
E quanto maior ou mais dife- pressão nas suas próximas vendas. imaginação alcançar. Confira.

48 • Fotografe Melhor no 268


Foto: Divulgação La Madeira / Fotos dos quadros: Aline Evelin e Francine de Mattos

MADEIRA, UM ESTILO
Quadros feitos de
madeira com acabamento
artesanal: diversos
RÚSTICO E CHIQUE formatos e tamanhos

U nir fotografia e madeira é uma


boa novidade para surpreender
seu cliente pelo estilo rústico e chi-
No mesmo estilo de acabamento
artesanal em madeira reflorestada e
certificada estão os quadros Wood-
que. É possível escolher entre deze- Blocks. Na linha de produtos patente-
nas de produtos, que vão desde uma ados, existem os quadros nos forma-
tag ou ímã de geladeira com fotos do tos redondo, quadrado e oval. Alguns
ensaio até coleções de quadros. Um formatos permitem impressões des-
dos principais fornecedores des- de 10 x 15 cm até 60 x 90 cm. Os qua-
se serviço é a loja virtual La Madei- dros podem ser encomendados indi-
ra, no mercado desde 2016, que im- vidualmente ou em 16 opções de co-
prime na madeira com acabamen- leções, onde há um mix de tamanhos
to fosco aveludado em BOPP (ou pe- e formatos. Os preços variam entre
lícula de polipropileno biorientada, R$ 46 e R$ 452 para os quadros Woo-
um tipo de filme plástico muito usa- dblocks individuais e entre R$ 340 e
do em embalagens por ser fácil de R$ 949 para as coleções. O envio do produto pronto é feito
imprimir e laminar). A La Madeira trabalha também via Correios para todo o Brasil, se-
Os ímãs, chamados de Wood- com molduras em madeira de de- gundo Fernando Baptista, um dos
Blocks magnéticos, podem ser en- molição (WoodFrames). A compra sócios da empresa. Ele explica que
comendados individualmente em é feita somente pelo site da empre- os produtos têm garantia de cinco
formato redondo ou quadrado nos sa mediante cadastro, com exclusi- anos e que em apenas dois anos de
tamanhos 6 x 6 cm ou 10 x 10 cm e vidade para fotógrafos. Após o clien- atividade a empresa já entregou cer-
são impressos em frente e verso. A te realizar a escolha dos produtos, ca de sete mil pedidos.
unidade impressa sai por R$ 30. É você deve deixar a foto no tamanho
uma boa sugestão para presentear recomendado pela empresa e en- SERVIÇO
www.lamadeira.com.br
o cliente ou vender unidades que ele viar os arquivos por meio de sites de Tel.: WhatsApp: (11) 97564-1144
possa dar aos familiares. serviços de transferência. E-mail: contato@lamadera.com.br

Fotografe Melhor no 268 • 49


SERVIÇO

Foto: Livia Capeli / Fotos dos quadros: Cris Custódio


As fotos podem ser
impressas em lâminas
e armazenadas em uma
caixa personalizável

LÂMINAS, CLÁSSICO NÃO SAI DE MODA


I magens impressas em papel de O estúdio de impressão Espa-
alta gramatura (fine art), adesiva- ço Visual, de São Paulo (SP), é uma
das sobre placa de paspatur e en- das empresas mais tradicionais
nome do fotógrafo, assim como um
compartimento para pendrive.
As lâminas podem ser impres-
tregues em caixas, não che- nesse tipo de serviço per- sas nos tamanhos 15 x 15 cm ou 20
ga a ser uma novidade. Mas Oferecer sonalizado. A caixa na qual x 20 cm. Uma caixa básica com 10
ainda surpreende muitos um quadro são colocadas essas lâmi- lâminas 15 x 15 cm pode ser enco-
impresso com
clientes que, ao contrário uma foto do nas (nome usado no merca- mendada com preço a partir de R$
dos fotógrafos, não estão li- ensaio é outra do) também pode ter a cor 114. Para emoldurar as lâminas o
gados nas opções que exis- opção para personalizada e receber um serviço custa a partir de R$ 50.
tem no mercado. o cliente adesivo com a marca ou o Paulo Lima Júnior, fundador e
diretor do Espaço Visual, explica que
o produto é uma opção que agrada
muito o cliente: “Na hora de mos-
trar o ensaio para a família, distri-
buir as lâminas, fazendo-as circu-
lar de mão em mão, causa um óti-
mo efeito”, explica. Depois, as lâmi-
nas podem ser emolduradas e pen-
duradas na parede.
Outra opção que não sai de mo-
da é o quadro. No tamanho 70 x 60
cm, por exemplo, pode ser encomen-
dado com preço a partir de R$ 550.
O Espaço Visual atende na loja física
e recebe pedidos por e-mail ou por
WhatsApp. Envia pelos Correios para
todas as regiões do Brasil.
SERVIÇO
www.espacovisual.com
Tel.: (11) 96339-8237
E-mail: sac@evisual.com.br

50 • Fotografe Melhor no 268


Opção de uso da sanfona de fotos dobradas em triângulo para uso como porta-retrato (acima, à esq.) e bloco de acrílico (à
dir.); impressão da imagem em placa de acrílico (abaixo, à esq.) e a sanfona impressa e pendurada na parede (abaixo, à dir.)

ACRÍLICO COM ELEGÂNCIA


E ntregar fotos impressas em um
bloco de acrílico, quadros em
painel de acrílico ou até uma espécie
de trabalho, explica Jonas Chun.
Outra ideia desenvolvida pelo ate-
liê é a sanfona de fotos. São seis pla-
de sanfona de imagens que pode ser cas de acrílico impressas com as fo-
usada como porta-retratos ou qua- tos do ensaio em tamanho 15 x 15
dro de parede são formas bem dife- cm. A sanfona pode ser dobrada em
rentes de apresentar (e vender) seu formato triangular, expondo duas
trabalho ao cliente. Quem conhece imagens por vez e trocadas conforme
bem essas opções é o fotógrafo sul-- a dobradura. O produto também po-
-coreano Jonas Chun, dono do ate- de ser pendurado na parede expon-
liê Icolor, em São Paulo (SP), que de- do todas as fotos. A sanfona pode ser
senvolveu uma linha de produtos que encomendada pelo preço de R$ 150.
une decoração e imagens impressas. Uma opção é imprimir as fo-
O bloco de acrílico no tamanho tos em placas de acrílico. Os forma-
15 x 20 cm pode ser encomenda- tos são diversos e há a possibilidade
do na Icolor pelo valor de R$ 190. É de aplicar alguns acabamentos, co-
um suporte interessante para im- mo moldura, e até transformar a pla-
primir a melhor imagem do ensaio, ca com a foto em uma luminária com
proporcionando um efeito 3D. Com controle remoto. O envio do arquivo
2 cm de espessura, não precisa de com as imagens é feito por meio de
suporte para exposição e pode ser e-mail e é possível retirar na loja físi- SERVIÇO
www.icolor.com.br
usado em qualquer superfície pla- ca na zona sul de São Paulo ou solici- Tel.: (11) 3885-0900
na, como em uma estante ou mesa tar entrega pelos Correios. E-mail: jonas@icolor.com.br

Fotografe Melhor no 268 • 51


SERVIÇO

Fotos: Divulgação
A base de alumínio é uma opção
moderna para agregar valor à foto

O painel
tem suporte
traseiro, que
serve para
pendurar
a imagem
e afastá-la
da parede,
criando
um efeito
interessante

ALUMÍNIO, UM TOQUE DE MODERNIDADE


Q ue tal entregar para o cliente uma
imagem impressa em uma cha-
pa de alumínio para ser pendurada na
ra serem oferecidos aos clientes.
Começam em 20 x 30 cm e vão até
75 x 75 cm. Os formatos são paisa-
portfólio profissional da empresa, ou
seja, somente fotógrafos cadastra-
dos no site têm acesso a esse produ-
parede? O painel decorativo tem uma gem, quadrado e retrato. A perso- to. Para se cadastrar é preciso entrar
base traseira que o afasta da parede, nalização com imagens tem preços em contato com a Digipix, preencher
criando um efeito de imagem flutuan- que começam em R$ 200 (tamanho uma ficha e enviar trabalhos profis-
te – essa solução, chamada de Gator 20 x 20 cm) e chegam a até R$ 1.150 sionais para ter direito a descontos e
Board, tem 1,9 cm de espessura. (tamanho 75 x 75 cm). poder acessar produtos exclusivos. O
Quem oferece esse suporte A equipe da Digipix orienta que envio das imagens é realizado via si-
bem diferenciado para o fotógrafo as imagens enviadas para produ- te da empresa e a entrega do mate-
profissional é a famosa Digipix, pio- ção do painel de alumínio tenham rial é feita pelos Correios em qual-
neira no Brasil no segmento de fo- resolução mínima de 180 dpi. Po- quer parte do Brasil.
tolivros, mas que também tem vá- rém, para melhores resultados de
rias alternativas na linha de foto- impressão, a resolução de 300 dpi é SERVIÇO
www.digipix.com.br
produtos. O painel de alumínio es- a mais recomendada. Tel.: (11) 3612-5800
tá disponível em sete tamanhos pa- Essa opção de painel faz parte do E-mail: atendimento@digipix.com.br

52 • Fotografe Melhor no 268


Fotos: Livia Capeli
A impressão na tela canvas é feita com tecido 100% algodão e pode receber moldura ou ser apenas esticada sobre a madeira

CANVAS, PARA UM APELO ARTÍSTICO


A tela canvas proporciona um re-
sultado que lembra uma pintu-
ra aplicada em trama de tecido, feita
Um dos estúdios que oferecem
esse serviço de impressão é o Pro-
fox. Os quadros em canvas têm dois
A Profox tem quatro lojas físicas
nas cidades de São Paulo, Brasília,
Goiânia e Fortaleza. O envio das ima-
com a melhor foto do ensaio. O qua- acabamentos: com moldura ou es- gens para a produção pode ser feito
dro de canvas é composto de tecido ticado sobre uma estrutura de ma- por e-mail e a entrega pode ocorrer
100% algodão, recebe tratamento deira. Os tamanhos disponíveis são: pelos Correios.
antimofo e a impressão no tecido é 30 x 45 cm (R$ 70); 40 x 60 cm (R$
própria para fotografias. Um produ- 100); 50 x 75 cm (R$ 130); 60 x 90 cm SERVIÇO
www.profoxlab.com.br
to que combina com qualquer am- (R$ 160); 80 x 120 cm (R$ 260) e 100 Tel.: (11) 2901-2623
biente e é muito estiloso. x 150 cm (R$ 400). E-mail: faleconosco@profoxlab.com.br

Não encontrou a revista Fotografe Melhor nas bancas? Fale direto


com a Editora Europa. O exemplar é enviado para todo o Brasil. Fotografe Melhor no 268 • 53

TESTE DE EQUIPAMENTO

Fotos: Livia Capeli


A foto da bebê Olívia, de 10 dias, feita com o kit de iluminação da Lumitec, composto por super sombrinha e flash (pág. ao lado)

LUZ PARA FOTOGRAFIA DE


newborn
Avaliamos um kit de iluminação da Lumitec com flash Godox que promete luz
homogênea e tom de pele ideal para ensaios com recém-nascidos. Veja prós e contras

E
POR LIVIA CAPELI

nsaio com bebês recém-nasci- equipamentos fotográficos localiza- baixos de carga, possibilitando aber-
dos combina com luz suave, já da no centro de São Paulo (SP), é ho- turas de diafragmas entre f/2 e f/2.8,
que a ideia é transmitir a sen- je uma das poucas que comerciali- bastante utilizados no segmento. O
sação de tranquilidade e con- zam um kit especial com a finalida- kit completo, com sombrinha e flash,
forto. No exterior, a fotografia de de atender às exigências do mer- custa R$ 1.374.
com flash aliada a um grande cado de newborn. O kit é composto Para avaliar a novidade, Fotogra-
difusor de luz é uma forte tendência, por uma super sombrinha difusora, fe preparou uma produção em estú-
algo que vem conquistando cada vez com 1,80 m de diâmetro, em conjun- dio com bebês de poucos dias e ana-
mais adeptos no Brasil. to com o flash da Greika, modelo Go- lisou, na prática, os prós e contras do
Por aqui, a Lumitec, empresa de dox SK 300 II, que permite níveis bem kit da Lumitec. Confira.

56 • Fotografe Melhor no 268


Making of: Alex Pereira

SOMBRINHA GIGANTE Os controles do flash Godox SK 300 II


O primeiro passo a considerar em
um ensaio de newborn é que a luz não
deve incomodar o bebê. O seguinte é DISPLAY
DIGITAL SELETOR
que o esquema pensado precisa realçar
a pele do recém-nascido e criar identi- DE CARGA
dade visual para o trabalho do fotógrafo.
Quem opta por trabalhar em estú-
dio, sem uso de luz natural ou contínua, SELETOR DE
geralmente escolhe flashes com modi- GRUPO DE BOTÃO TESTE
ficadores de luz. Foi nesse nicho espe- CANAL
cífico que a Lumitec entrou, ao criar a MODELAGEM:
super sombrinha – que pode ser adqui- BEEP: LIGA E 0%, 100% OU
rida separadamente do kit por R$ 323, DESLIGA PROPORCIONAL
mas vem sem a tela difusora frontal,
USB PARA LIGA E DESLIGA
que permite difundir a iluminação na
RÁDIO FT16
cena. Sem essa tela, a luz fica mais du-
ra, com sombras mais marcantes. Co- CABO DE
mo é um item vendido à parte, investe- SYNC: CABO ENERGIA
se mais R$ 115 nela. PARA CONEXÃO
Apesar do tamanho, a super som- DE RÁDIO
brinha é um acessório fácil de montar, SIMPLES

Fotografe Melhor no 268 • 57


TESTE DE EQUIPAMENTO

Fotos: Livia Capeli


O pequeno Benjamin, de apenas sete dias, foi retratado com a sombrinha como luz principal, posicionada na lateral direita

desmontar e transportar, pois o quando usada em conjunto com a


sistema de armar é semelhante tela difusora, gera um resultado
ao de um guarda-chuva comum. muito bom para o tom de pele em
O peso dela desmontada é de cer- imagens de recém-nascidos, pro-
ca de 950 gramas. duzindo um brilho que é conside-
Depois de armada, a enorme rado o ideal.
sombrinha pode ser presa ao en-
caixe específico encontrado na FLASH GODOX
maioria dos flashes. Já a tela di- A experiência com a super
fusora tem um zíper na parte cen- sombrinha para fotos de recém--
tral para proporcionar um bom fe- -nascidos necessita de um flash
chamento e impedir que a luz es- que permita alcançar níveis mo-
cape durante o uso. derados de carga. No segmento, é
Tanto o tecido da super som- comum os fotógrafos preferirem
brinha quanto o da tela difusora é aberturas de diafragmas mais
bem reforçado, assim como a ar- amplas, como f/2, o que permi-
mação. Vale lembrar que telas di- te menor profundidade de campo,
fusoras de modificadores de luz ou seja, mais áreas desfocadas na
devem ser trocadas a cada três cena enquadrada.
anos, pois amarelam com o tem- O problema é que a potên-
O Godox SK po, o que pode influenciar na to- cia mínima de carga da grande
300 II permite maioria dos flashes disponíveis
nalidade das imagens.
uso de níveis
baixos de carga Partindo do princípio de no mercado brasileiro não aten-
e diafragmas que quanto maior o modifica- de a essa exigência. A solução foi
bem amplos, dor, maior será a difusão de luz, agregar ao kit um Godox SK 300
como f/2 a grande sombrinha da Lumitec, II, importado pela Greika. O mo-

58 • Fotografe Melhor no 268


Os melhores
resultados são
obtidos com o uso da
tenda difusora, que
é um opcional
Making of: Alex Pereira

Apesar do tamanho, a super


sombrinha é fácil de montar e prática
para transportar quando fechada

delo é um dos poucos que permi- ce da iluminação proporcionada.


tem a utilização de potência mí- A avaliação foi feita com o flash
nima e, com isso, o uso de dia- Godox SK 300 II usando um radio-
fragmas mais abertos. Além des- transmissor Godox CT-04 para
sa característica, o flash de estú- sincronizar os disparos. O flash
dio SK 300 II é bastante comple- aceita bem o sincronismo com
A tenda difusora conta com zíper para o
to: conta com um display na parte radiotrasmissores mais simples, fechamento, o que evita fuga de luz
frontal, receptor embutido sem fio porém, a função do receptor in-
do sistema Godox X e programa- terno do equipamento não funcio-
ção de grupo de canal. Pode ser na sem o uso de um receptor, no
adquirido separadamente tam- caso o do modelo CT-04. O ideal é
bém e custa R$ 936. utilizar o modelo de transmissor
X1 Godox TTL para que a função
AVALIAÇÃO PRÁTICA de receptor interno funcione ade-
No teste prático em estúdio fei- quadamente – esse modelo, no
to com bebês recém-nascidos, o kit entanto, tem um preço aproxima-
teve bom desempenho. As caracte- do de R$ 345.
rísticas que mais chamaram a aten- Durante o teste prático, o kit
ção foram a praticidade de montar foi usado como luz principal com-
a super sombrinha, a facilidade de binado com iluminação natural
encaixá-la no flash e a performan- vinda de janelas. A ampla proje-

Fotografe Melhor no 268 • 59


TESTE DE EQUIPAMENTO

A pequena Helena,
de 17 dias, também
foi clicada com o kit
da Lumitec durante
a avaliação prática
do produto

O radiotransmissor
Godox CT-04
(abaixo, à esq.)
permite sincronismo
desde que seja
usado receptor da
mesma marca; já o
transmissor X1 da
Godox não precisa
de receptor para
fazer o sincronismo
(abaixo, à dir.)

ção de iluminação da super som- mo o f/2.5, usado em uma objetiva mercado nacional e que não ofere-
brinha proporciona um resulta- 50 mm acoplada a uma Canon EOS cem os recursos do produto. Para
do muito agradável na pele do be- 6D durante os testes. quem pretende fotografar ensaios de
bê. A abrangência da luz da som- A ressalva fica apenas em rela- newborn em estúdio, o kit é uma boa
brinha com a tela difusora produz ção ao tamanho da sombrinha: por alternativa com resultado de luz uni-
um efeito homogêneo, sem gerar ter 1,80 m de diâmetro, ela ocupa forme. E o mais importante: o dispa-
sombras duras e marcantes. um espaço considerável no estúdio, ro do flash é suave e a luz difusa pelo
O acessório resolve bem a ques- podendo se tornar um trambolho acessório não assusta o bebê.
tão do brilho da pele do recém-nas- em espaços de trabalho reduzidos.
cido, assim como a tonalidade. Já o O preço de R$ 1.374 do kit com-
flash Godox SK 300 II permite níveis pleto (sombrinha, tela difusora e AGRADECIMENTO
Ao estúdio Laura Alzueta, que cedeu
baixos de carga, podendo trabalhar flash) é bem atraente se compara- o espaço para as sessões fotográficas.
com diafragmas mais amplos, co- do com equipamentos existentes no www.lauraalzueta.com.br.

60 • Fotografe Melhor no 268


Michelle Moll

2, 3 e 4 de abril
Centro de Convenções Frei Caneca
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Três dias de inovação e criatividade para você


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CAMILA CACÁ DANIEL KEN GRAZI


PICCINI RODRIGUES FREITAS FUJIOKA VENTURA

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PORTFÓLIO DO LEITOR
mostre seu trabalho

A maioria das
cenas foi montada
na própria casa de
Samuel Marinho

Quadrinhos
fotografados POR JULIANA MELGUISO

Baiano cria Graphic

F
oram dois anos de trabalho pa- cia de publicidade de Salvador (BA) que
ra concluir o graphic novel Cor- se apaixonou por fotografia.
Novel fotográfico sários — Os Senhores do Novo O Projeto Corsários homenageia os
sobre piratas e Mundo. Mas finalmente o fotó- 300 anos da fase mais intensa da pira-
faz praticamente grafo baiano Samuel Marinho, o
Samuka, conseguiu finalizá-lo.
taria, chamada Época de Ouro (ocor-
rida de 1650 a 1730), e começou por
toda a produção Graphic novel? Fotógrafo? Corsários? meio de uma simples sinopse de histó-
de cenas dentro da Não, você não leu nada errado. Es- ria. Foi ganhando forma a partir da pro-
sa espécie de história em quadrinhos dução das fotos. “Muita gente que gos-
sua própria casa. de época foi toda fotografada por Sa- ta de quadrinhos, livros e cinema aca-
Saiba mais muka, um ex-diretor de arte de agên- ba criando suas próprias histórias em

62 • Fotografe Melhor no 268


Fotos: Samuel Marinho

O fotógrafo cuidou não apenas das fotos, mas também do roteiro, do figurino e da direção do graphic novel Corsários

algum momento. Foi assim que Corsários tografados em um fundo cinza para pos- Acima, dois personagens
nasceu”, explica o fotógrafo. Depois de ter terior trabalho de pós-produção. A experi- da história criada por
algumas imagens prontas, percebeu que ência como diretor de arte também ajudou Samuka, que fotografou
40 pessoas, sendo que
poderia criar roteiro, diálogos e detalhes muito. “Acho que as referências não estão apenas três delas eram
específicos da trama. apenas em livros ou filmes, estão em nos- profissionais, um ator e
Quase toda a cenografia foi feita na casa sa vida. Tudo pelo que passei durante meus dois modelos
de Samuka, com algumas exceções feitas 40 anos de idade deram o resultado final do
em garagens e em outras cidades. Segun- projeto. Simplesmente aconteceu”, explica
do ele, era como se morasse num navio, Samuka. Outra curiosidade é que apenas
pois cada cômodo serviu para um cenário três das 40 pessoas fotografadas eram ato-
diferente. Para fazer a captação das ima- res ou modelos profissionais.
gens, ele apostou em fundamentos técni- Segundo Samuka, a maior dificulda-
cos usados no cinema, como por exemplo de foi fazer quase tudo sozinho. Precisou
a iluminação – usou somente tochas e fla- estudar e aprender como montar figuri-
shes compactos simples. nos que remetessem à época da pirataria,
No lugar do tradicional Chroma Key (ou construir cenários, criar storyboards, entre
tela verde), todos os personagens foram fo- outros detalhes. “Foram pouco mais de 40

Fotografe Melhor no 268 • 63


PORTFÓLIO DO LEITOR
Samuka trabalhou
com uma luz que
lembrasse a de
cinema e depois fez
as manipulações e os
ajustes necessários
na pós-produção

Fotos: Samuel Marinho


O graphic novel levou
dois anos para ficar mil cliques entre cenários, locação e mo- tura da câmera me auxiliou em todas as
pronto e Samuka fez
cerca de 40 mil fotos
delos, além da produção de detalhes que sessões”, explica. Ele informa que alguns
com uma Nikon D600 ajudaram a dar a atmosfera das cenas. O personagens que aparecem interagindo
e apenas uma lente, fato de criar storyboards de cenas e gaba- com outros na mesma cena foram foto-
a zoom 28-300 mm ritos de lentes, velocidade, distância e al- grafados com diferença de meses.
Ele usou apenas uma Nikon D600 com
lente Nikkor 28-300 mm e passou cerca de
dois anos produzindo o trabalho (seis me-
ses de produção, seis meses para captu-
ra de imagens, seis meses de pós-produ-
ção e outros seis de edição e criação dos
quadrinhos fotográficos). Acredita que o
grande diferencial é a criatividade. “O Pho-
toshop e a câmera são ferramentas. Se vo-
cê não souber o que vai querer representar
na imagem final, o computador mais mo-
derno ou o equipamento mais caro se tor-
nam inúteis”, argumenta.
Samuka tem mais dois roteiros prontos
a espera de produção, mas tudo depende
da recepção do graphic novel Corsários – Os
Senhores do Novo Mundo. “Minha única cer-
teza é que não quero mais parar de produ-
zir, ainda que seja apenas para divulgação
em sites”, enfatiza. O livro tem 192 páginas
e tinha lançamento previsto para o final de
dezembro de 2018. Pode ser adquirido no
link: https://bit.ly/2PDaljp.

Para participar desta seção, envie no máximo


dez fotos do seu portfólio, em baixa resolução,
para o e-mail: fotografe@europanet.com.br. Serão
publicados somente os que forem selecionados
pela redação, um portfólio a cada edição.

64 • Fotografe Melhor no 268


RAIO X POR LAURENT GUERINAUD
fotos de leitores comentadas

CLAUDIO OLIVEIRA,
Como participar Franca (SP)

O objetivo desta seção é dar


ao leitor informações e dicas que
1 Gostei da foto: os contrastes de cores
(entre as tonalidades parecidas da
madeira e da pele, e o azul da roupa) e de
dela parece demasiado (mas, ao tentar
reduzi-lo, seriam perdidos os detalhes das
peneiras na parede). Uma alternativa seria
sirvam para um aprimoramento texturas (entre a pele suave da modelo e abrir mais o enquadramento para não cortar
do ato de fotografar. Ela é aber- a madeira rugosa) chamam a atenção. A a modelo. Há ainda um detalhe desfocado,
ta a qualquer tipo de fotógrafo: iluminação ficou ótima, valorizando bem bem na direção da barriga da moça, que
amador, expert ou profissional. a modelo e dando um toque rústico ao poderia ser excluído em um outro ângulo.
Antes de enviar suas fotos para ambiente. O principal ponto de melhoria é o Equipamento: Canon EOS Rebel T5 com
análise, você precisa ler e aceitar enquadramento, já que as pernas da modelo objetiva Canon 18-135 mm
as regras a seguir: estão cortadas e o espaço acima da cabeça Exposição: f/5.6, 1/100s e ISO 400
• É importante ressaltar que um
comentário é necessariamente
subjetivo. Não é um julgamento, 1
mas apenas uma apreciação pes-
soal que, portanto, pode ser con-
testada e criticada. Já que o obje-
tivo de uma foto é agradar ao ob-
servador, qualquer crítica, mesmo
que formulada por uma só pes-
soa, aponta um elemento que po-
de ser melhorado ou ao menos
discutido. Assim, a crítica é sem-
pre de caráter construtivo.
• Quem envia as fotos para aná-
lise com a finalidade de comentá-
rios e dicas para melhorar a téc-
nica o faz sabendo disso.
• A publicação das fotos envia-
das não é garantida. As imagens
publicadas serão escolhidas pe-
lo mérito do comentário que per-
mitirem, não por sua qualidade.
Apenas uma foto de cada leitor
será comentada.
• Alguns comentários poderão
até parecer duros, porque o que
vai ser avaliado é a qualidade téc- MÁRCIO ALVES,
nica da imagem (enquadramento, Piraquara (PR)
composição, foco, exposição...),
sem levar em conta o aspecto 2
afetivo que pode ter para o au-
tor que registrou uma pessoa, um
2 A foto é tecnicamente
boa e bem composta,
com a linha de horizonte
momento ou uma cena importan-
te e emocionante da sua vida. no terço superior e a
árvore e as pessoas no
Como enviar terço direito. Você também
Envie até três imagens em clicou no momento
formato JPEG e em arquivo de certo, pegando bem a
até 3 MB cada um para o e-mail: explosão das ondas. Para
fotografe@europanet.com.br. uma imagem ainda mais
Escreva “Raio X” no assunto e in- impactante, que ressaltasse
forme nome completo, cidade
onde mora e os dados da foto melhor a violência e a altura
(câmera, objetiva, abertura, ve- delas, talvez um ponto de
locidade, ISO, filme, se for o ca- vista mais baixo, descendo
so, e a ideia que quis transmitir). ao nível do mar, fosse
É importante que os dados pedi- mais indicado.
dos sejam informados para aju- Equipamento: Nikon
dar na avaliação das fotos e na Coolpix P900 com objetiva
elaboração dos textos que as equivalente a 24-2.000 mm
acompanham. Exposição: f/3.2, 1/600s
e ISO 100

66 • Fotografe Melhor no 268


CRISTIANO POLIDORO, JOSÉ LUIZ DE ROCCO PARROTTA, ANDRÉA
Valinhos (SP) FREITAS, Monza, Itália GUERRA,
Bom Sucesso (MG) João Pessoa (PB)
3 Gostei das três fotos enviadas,
que formam um conjunto
interessante sobre o mesmo tema. 4 A grande quantidade
de estrelas e a
5 As linhas criadas pela
textura da madeira
rendem uma foto bastante 6 Cores e texturas
da vegetação
Das três, esta é a que menos cor avermelhada agradável, muito bem rendem fotos “proxi”
agrada. O principal ponto de do céu agradam – a servida pelo relevo bem interessantes,
melhoria é a horizontalidade da superexposição da cruz que forma um buraco, ainda mais quando a
câmera: pela demarcação entre o era inevitável e não parecendo um ninho, no iluminação, o foco e a
chão e a Basílica de Aparecida (SP), incomoda tanto. O principal terço superior. Talvez um profundidade de campo
que forma uma linha próxima à ponto de melhoria é o posicionamento mais são bem administrados,
borda inferior do quadro, se percebe posicionamento da cruz: a próximo ao terço lateral como aqui. O que faltou
uma leve inclinação que incomoda. centralização do principal (direito ou esquerdo) desse foi uma composição mais
Da mesma forma, o efeito da elemento de destaque ponto de destaque fosse atraente: a centralização
perspectiva deixou as linhas da não incentiva o olhar a ainda mais harmonioso. da folha, que ocupa
construção inclinadas. Para reduzir percorrer a imagem. Brincar com a exposição quase todo o quadro
esse efeito, seria necessário se Ficaria muito mais ou a saturação talvez da foto, não convida o
afastar mais ainda do tema. Enfim, harmonioso se a tivesse deixasse igualmente a olhar do observador a
para um resultado ainda melhor, posicionado do lado direito. imagem mais impactante. percorrer a imagem.
os primeiros minutos do anoitecer, Equipamento: Nikon Equipamento: Nikon Equipamento: Nikon
quando ainda há um resíduo de luz D610 com objetiva Nikkor D7000 com objetiva D5600 com objetiva
no céu ressaltando a textura das 24-120 mm Tamron 70-200 mm Nikkor 18-55 mm
nuvens, teriam sido ideais. Exposição: f/4,5, 13s Exposição: f/4, 1/60s Exposição: f/7.1, 1/13s
Equipamento: Nikon D7500 com e ISO 1.600 e ISO 500 e ISO 640
objetiva Nikkor 18-300 mm
Exposição: f/22, 30s e ISO 125

3 4

5 6

Fotografe Melhor no 268 • 67


RAIO X
FRED NOGUEIRA, GUSTAVO REZENDE, JOSÉ AMÉRICO COSTA, CRISTINA ARREBOLA,
Rio de Janeiro (RJ) Valinhos (SP) Vitória (ES) Bragança Paulista (SP)

7 A composição é
boa, assim como a
combinação de cores.
8 Assim como você
escreveu, a força da
foto é o contraste entre o
9 A cena é colorida e agradável,
mas a foto ficou um pouco
confusa. Há elementos demais,
10 Gostei da ideia das
flores nítidas no
primeiro plano, iluminadas
Talvez ficasse ainda canto inferior esquerdo, muito próximos uns aos outros: em transparência, com
melhor se o espaço do predominantemente a pequena árvore no primeiro a igreja, desfocada, mas
lado direito estivesse um vermelho, e o resto da plano se sobrepondo aos prédios, bem reconhecível no fundo.
pouco menor. Outro ponto imagem, em tom cinza- a montanha, as nuvens (que Porém, a composição
que podia ser melhorado -azulado. O único elemento formam um desenho atraente) e poderia ser mais agradável
para render uma imagem que incomoda é o corte do a pessoa na praia. Para aproveitar se o espaço “inútil” à direita
mais impactante é a texto “Breakfast” na fachada melhor esses elementos, outro e abaixo das flores fosse
iluminação: a luz forte do do café. Você poderia ter ponto de vista, outro ângulo, que menor, e se igreja estivesse
sol deixou zonas claras e incluído a palavra inteira ou os afastasse uns dos outros, seria um pouco mais afastada
sombras pouco estéticas a cortado totalmente, o que o recomendável. Por exemplo: se das bordas do quadro. Para
na perna. Uma iluminação parece fazer mais sentido, já posicionar levemente mais para a isso, bastaria virar a câmera
mais trabalhada, com que a palavra em inglês não direita, deixando a planta na parte um pouco mais para a
flash ou rebatedor, combina muito com a capital esquerda do quadro e a montanha esquerda e para cima.
poderia aprimorar o francesa. Além disso, a ponta com as nuvens do lado oposto. Há Equipamento: Fujifilm
resultado. de um pequeno poste branco, ainda um pedaço de árvore à direita S2800 HD com objetiva
Equipamento: Nikon no canto inferior esquerdo do que poderia ser excluído. equivalente a 28-504 mm
D3100 com objetiva 55- quadro, incomoda. Equipamento: Canon EOS 6D Mark Exposição: f/5.6, 1/800s
-300 mm Equipamento: Nikon D3200 II com objetiva Canon 24-105 mm e ISO 100
Exposição: f/5.6, 1/60s com objetiva Nikkor 18-55 mm Exposição: f/13, 1/800s e ISO 200
e ISO 200 Exposição: f/4, 1/400s
e ISO 1.600

7 8

9 10
68 • Fotografe Melhor no 268
PRISCILA BRANT, JOSÉ DECIO GENILSON MARCIA ELOISA
Osasco (SP) MOLARO, BEZERRA, POSCHETZKY,
Marília (SP) Coxixola (PB) Novo Hamburgo (RS)
11 A composição está correta,
e os pedestres desfocados
pelo movimento dão um toque 12 Os ipês floridos
formam uma cena 13 A composição está
boa, porém, para ficar 14 A ideia inicial é
interessante: uma
interessante. Porém, uma vez atraente. Seguindo a melhor, teria recomendado laranja colorida escondida
que a atenção do observador foi regra dos terços, você posicionar as flores ainda atrás da folhagem verde.
captada, ele percebe que toda a posicionou o tronco maior um pouco mais para baixo. Porém, não funcionou muito
parte de baixo da imagem está no terço direito do quadro, O que mais incomoda na bem: para começar, a folha
desfocada, o que não fica natural, o que deixa a foto mais foto é a subexposição: muito desfocada no primeiro
por se tratar de elementos fixos, dinâmica. O que incomoda embora garanta que as plano, bem no meio da foto,
ao contrário dos pedestres. é a ausência do chão – só flores não saiam estouradas, incomoda muito; segundo,
Acredito que a foto tenha sido há um restinho, na borda preservando os detalhes, o foco precisaria ser na
feita de veículo em movimento inferior direita, em que as deixou apagadas, laranja, que deveria estar
(carro, ônibus ou barco), o que aparecem pessoas, e está cinzas. Último detalhe perfeitamente nítida para
explica o plano mais próximo ter em declive. Para incluí- perturbador é o ponto revelar sua textura, que iria
sofrido um desfoque. Somente -lo sem perder a visão do escuro próximo à borda contrastar com as folhas.
um ajuste de velocidade maior topo das árvores floridas, superior do quadro: não dá Enfim, a imagem idealizada
permitiria registrar tudo nítido. a melhor solução seria para saber se é da própria merecia um fundo e uma
Era a única solução viável, caso uma distância focal menor cena ou sujeira no sensor. iluminação mais trabalhados,
não fosse possível fazer uma (menos zoom). Equipamento: Nikon ressaltando as cores, as
parada no local. Equipamento: Nikon D3100 com objetiva Nikkor sombras e as texturas.
Equipamento: Canon D3100 com objetiva 18-55 mm com adaptador Equipamento: Canon EOS
EOS 1000D com objetiva Canon Nikkor 18-70 mm para macro Rebel T5 com objetiva Canon
18-55 mm Exposição: f/5.6, 1/500s Exposição: f/8, 1/320s 55-250 mm
Exposição: f/10, 1/20s e ISO 100 e ISO 100 Exposição: f/5.6, 1/80s
e ISO 200 e ISO 100

12

11

13 14
Não encontrou a revista Fotografe Melhor nas bancas? Fale direto
com a Editora Europa. O exemplar é enviado para todo o Brasil. Fotografe Melhor no 268 • 69
LIÇÃO DE CASA
temas ilustrados pelo leitor
Produções
simples, como
esta de Ramona
Heim com uma
toalha apenas,
valorizam o bebê

Ramona Heim
DICAS BÁSICAS PARA
fotografar bebês
A
POR LAURENT GUERINAUD

Uma criança ntes de tudo, sempre tenha em é fotografar recém-nascidos, mas bebês
é considerada mente que a prioridade é a se- com alguns meses de vida até perto dos
gurança do bebê. Muitas fotos dois anos de idade, quando se deve deixar
bebê até perto de newborn encontradas na in- de chamá-los assim.
dos dois anos ternet ou nas revistas são mon- O primeiro passo é escolher e prepa-
de idade e essa tagens: recém-nascidos, por
exemplo, não conseguem segurar a pró-
rar o local. Embora especialistas tenham
o próprio estúdio para fotografar bebês, o
fase gera muitas pria cabeça e, por isso, algumas poses ideal é um lugar em que a criança se sin-
fotos. Veja como podem ser perigosas para o bebê se não ta bem e relaxada, ou seja, a própria casa.
tiver alguém a segurando – depois, isso é O ensaio precisa ser preparado em
aproveitar esse apagado no Photoshop ou outro softwa- dois estágios. Primeiro, pensar no cená-
momento re de pós-produção. Mas a ideia aqui não rio, para isso, procurar um local que pro-

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Oksana Kuzmina

Captar imagens mais espontâneas, como esta feita por Oksana Kuzmina, exigem paciência e atenção do fotógrafo
Luís André Sampaio

porcione bons resultados estéticos. O pon- Acima, Caio, filho


to fundamental nessa etapa é a luz: como do leitor Luís
existe debate sobre possíveis riscos do uso André Sampaio, se
diverte na praia;
do flash com um bebê, o ideal é usar a luz ao lado, Raphaël,
natural. Procure um cômodo bem ilumina- filho de Laurent
do, com uma luz suave de janelas, em que Guerinaud, em
seja possível fotografar sem nenhum aces- produção feita
sório em dias nublados. O ideal é se posi- para a Páscoa
Laurent Guerinaud

cionar próximo à janela e usar rebatedo-


res (grandes superfícies brancas) do lado
oposto para suavizar as sombras.
O segundo ponto é o próprio cenário: as

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LIÇÃO DE CASA
possibilidades dependem muito da idade
do bebê ou, mais precisamente, da capaci-
dade dele em se movimentar. O recomen-
dável é começar por um cenário simples e
apurado: um tecido suave de cor neutra em
que o bebê possa ser deitado e que igual-
mente irá compor o fundo – lençol, manta,
colcha, toalha grande...
Ao acrescentar acessórios ou elemen-
tos no fundo, preste atenção em todos os
detalhes para que nada perturbe a leitura
da imagem ou “brigue” com a cena. O fundo
pode ser o quarto do bebê, alguns brinque-
dos de que ele gosta. Tudo é permitido, mas
é preciso escolher com cuidado.

Sandro Marcondes
AMBIENTE CONFORTÁVEL
O outro estágio é pensar no confor-
to do bebê. O primeiro ponto é a tempera-
O leitor Sandro Marcondes enviou a foto que fez da filha Ana Liz com apenas tura, ainda mais se pretende tirar fotos da
um mês de vida; na produção, colocou até uma câmera de brinquedo com ela criança nua ou com pouca roupa, o que é
comum, principalmente até os 6 meses.
Alex Ramos

A temperatura ideal é entre 26 ºC e 29 ºC:


caso precise, use um aquecedor para não
deixar o bebê passar frio.
Um elemento que pode ajudar bebês
menores a relaxar é o “ruído branco”, si-
milar ao barulho que faz a TV quando não
está em nenhum canal, também parecido
com o som do útero. Procure um aplicativo
no smartphone com as palavras “White noi-
se” e o coloque próximo ao bebê durante o
ensaio para tranquilizá-lo.

PREPARAR O ENSAIO
Além da elaboração do local, a prepara-
ção do ensaio é primordial. Se o bebê não é
seu filho, os pais podem orientar na esco-
lha dos momentos do dia em que ele está
mais calmo. Geralmente, o bebê fica mais
relaxado depois de se alimentar; já o final
do dia é o momento mais complicado.
Importante: bebês percebem gente
estressada, então, é importante que todo
mundo no local (principalmente o fotógra-
fo) esteja relaxado durante o ensaio. A roti-
na do bebê no dia do ensaio deve ser manti-
da. Já visitas de familiares, amigos e outras
crianças, por exemplo, devem ser evitadas.
Antes de fotografar, pesquise referên-
cias, tenha uma boa ideia do que você pode
fazer, converse com os pais para ter suges-

O leitor Alex Ramos fotografou várias


crianças na igreja em que frequenta num
evento beneficente com tema natalino

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Josineide Nascimento
Francisco Lopes Filho

Caio Negreiros
Acima, da esquerda para a direita, os bebês Biel, em foto enviada pela leitora Josineide Nascimento; Artur, que é neto do leitor
Francisco Lopes Filho; e Vinicius, filho do leitor Caio Negreiros: retratos feitos em casa de uma forma bem espontânea
Luiz Carlos Cau

Geraldo Bonato
Petronio Baeta

tões de poses, cenários e acessórios. do bebê acordar é muito alta por- Acima, também da esquerda para
Planeje duas ou três trocas de roupa que ele sente a nossa presença. a direita, os retratos dos bebês
e tenha alguns acessórios nos mes- Em compensação, captei fotos Elisa, sobrinha-neta e afilhada
do leitor Luiz Carlos Cau; Antonio,
mos tons de cores que combinem incríveis dele acordado, cheio de vi- fotografado pelo leitor Petrônio
com o cenário. Evite roupas sofistica- da, de personalidade, olhares, ex- Baeta; e Ana Paula, enviado
das demais para bebê, pouco confor- pressões e gestos, que renderam pelo leitor Geraldo Bonato
táveis, e não multiplique os acessó- imagens ainda mais interessantes do
rios: o tema é o bebê, o cenário preci- que as que tinha em mente. O maior
sa valorizá-lo, e não o contrário. aprendizado é que, para chegar lá, é As poses podem não ser as que
preciso se livrar da frustração de não você imaginou, mas a iluminação,
O BEBÊ MANDA conseguir realizar a foto imaginada e o local escolhido, o cenário monta-
Sou pai há pouco mais de um entender que quem dita as regras do do e as referências que você procu-
ano e, apesar de muitas tentativas, ensaio é a criança, e não o fotógrafo. rou ajudarão a garantir o sucesso na
não consegui nenhuma foto com Essa dica vale para todas as ida- hora do improviso e o resultado será
as poses de newborn que planejei: des do bebê: deixe-o à vontade no ce- muito melhor que o esperado.
elas precisam ser feitas no primei- nário previamente elaborado e, em
ro mês de vida e exigem que o bebê vez de tentar forçar poses que você UM POUCO DE TÉCNICA
esteja dormindo para poder posi- quer, estimule-o com palavras, sorri- Além da preparação do ensaio,
cioná-lo conforme o desejado. Mas sos e brincadeiras. Divirta-se, seja pa- o ajuste prévio da câmera é neces-
meu filho Raphaël sempre acorda- ciente e saiba aproveitar todos os mo- sário para não perder o momento
va. A explicação mais plausível que mentos para registrar da melhor for- decisivo por conta de um parâme-
me foi dada é que, quando manipu- ma a personalidade desse pequeno tro ou por estar olhando os botões
lado pelos próprios pais, a chance ser que já tem vontade própria. da máquina em vez de ficar com o

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LIÇÃO DE CASA

Carlos Haron
Omar Cardoso
Acima, uma produção caseira feita pelo leitor Carlos Haron com o
bebê Vicente, seu filho; ao lado, o leitor Omar Cardoso aproveitou
o pôr do sol para fotografar sua fillha Letícia com a mãe, Regina

olho no visor, pronto para disparar. para congelar os movimentos da tural produzido pela perspectiva.
Dispondo de uma boa ilumina- criança se ela for agitada. Único cuidado específico à foto-
ção, o fotógrafo não precisa se pre- Como para qualquer outro tipo grafia de recém-nascido é relativo a
ocupar muito com os parâmetros. de retrato, foque bem nos olhos. cor de pele do bebê, que pode tender
O ideal é uma grande abertura (pe- Use a menor sensibilidade ISO a ser um pouco avermelhada: pode
queno número de f/), que oferece possível para evitar o ruído digital, corrigir isso pelo balanço de branco
uma profundidade de campo (am- que deixaria a suave pele do bebê ou ainda superexpor um pouco, sen-
plitude do plano nítido) reduzida, toda granulada; e opte por distân- do que a claridade de uma cena su-
propiciando um lindo fundo desfo- cias focais que não o obriguem a se perexposta combina muito bem com
cado, e permite usar uma veloci- aproximar demais do seu modeli- a doçura dos primeiros meses de vi-
dade suficiente (no mínimo 1/60s) nho a fim de evitar o efeito carica- da da criança.
Rafael Assunção

O leitor Rafael Assunção


fotografou o amigo
Mande sua foto para a
Guilherme com a filha seção Lição de Casa
Marcela, recém-nascida
Caso você tenha uma foto
bacana sobre o tema, envie-a para a
redação da revista pelo e-mail
fotografe@europanet.com.br.
Coloque no assunto “Lição de
Casa”. Cada leitor pode mandar
apenas uma foto. As imagens
enviadas serão avaliadas e poderão
ser usadas no artigo de Laurent
Guerinaud. Apenas as que forem
selecionadas pela redação serão
publicadas. Veja os próximos temas
e a data-limite para enviar a foto:

269 Fotos feitas em dias nublados;


até 9 de janeiro de 2019
270 Fotos de shows/espetáculos;
até 9 de fevereiro de 2019
271 Fotos do casamento de um
amigo; até 8 de março de 2019

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