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O MESTRE PHILIPPE,
DE LYON
VOLUME II
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O MESTRE PHILIPPE,
DE LYON
TAUMATURGO E “HOMEM DE DEUS”
(Documentos inéditos)
VOLUME II
Capa
(orelha do livro)
Segundo, Terceiro e Quarto Volumes da obra
Quatro volumes, em lugar de dois, resultou ser a apresentação final desta obra;
as razões ficam expostas pelo autor, no texto da mesma, o que nos dispensa de
mais comentários, como editores.
A expressão “estudante sério” aparece tantas vezes, neste segundo volume,
que nos achamos obrigados, pela sensibilidade característica do povo brasileiro, a
dar ao leitor uma explicação, além das que irá achar no próprio livro.
O autor, deste segundo volume e dos seguintes, persegue claramente uma
finalidade seletiva. Longe de querer atrair aos que folheiam, compram ou, até,
chegam a ler a obra, Swami Sevânanda atua, através do texto, da ilustração, das
sugestões que as notas contêm, e até colocando, na capa traseira deste volume, à
disposição do público, um exemplo do material de estudos que os Martinistas
utilizam, de modo premeditado: procurando sacudir a indiferença, promovendo
violenta atração em uns, como não menos forte repulsa em outros.
Dado aquele feitio da nossa gente, a que nos referimos, poderia ser então
formulado um juízo precipitado, sobre a concordância entre o Ensinamento do M.
PHILIPPE e a técnica psicológica do Autor, que não parece tão suave ou fraternal,
como poderia pensar-se fosse indispensável num seguidor, e representante local, da
Corrente do citado M. PHILIPPE.
No entanto, “que aquele que faz o Bem continue, e o que faz o Mal prossiga e
faça ainda mais”, parece ser a chave de tão singular atitude. Numa palavra: tirar ao
morno da mornidão... ao provocar nele ou algum entusiasmo que aqueça e
amadureça sua decisão; ou o esfriar daquele que prefira congelar-se no egoísmo e
materialismo conscientes, com a qual atitude preparar-se-á, de acordo com os
Ensinamentos comentados e exemplificados nesta obra, “sacudidelas” eficientes
para o futuro próximo......
Seja como for, e seja qual for, também, o resultado que semelhante técnica
possa promover, é certo que a nossa Editorial ressentir-se-á de tal reação.
Conscientes disso, queremos dizer ao Povo Brasileiro, que seja qual for, em
nosso caso e futuro, também o resultado da divulgação desta obra, com a qual
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“ALBA LUCIS”.
Fig 1
IIª. PARTE
REVISTAS MENSAIS
Fundou, dirigiu, escrevendo a maior parte, os mensários:
LA INICIACIÓN, de maio de 1942 a dezembro de 1947. MONTEVIDEO. (D.)
BOLETIM AMO-PAX, de fevereiro de 1952 (no Uruguai) até abril de 1958 (no Brasil).
Mensário agora independente.
CORREIO INTERPLANETÁRIO: órgão da Associação Mundialista Interplanetária no
Brasil. RIO. De setembro de 1956 a maio de 1957. (D.)
TRADUÇÕES PRINCIPAIS
“LIBRO DEL SENDERO Y LA LÍNEA RECTA (de Lao-Tsê); colaborou, em 1919, em
Buenos Aires, com Edmundo Montagne, na revisão da versão de 1916, que o
citado escritor reeditou em 1924 (Editorial MINERVA).
LIBRO DE LAS LEYES DE VAYÚ (do Mestre CEDAIOR), versão francesa, do
original espanhol, ficou pendente de edição, em Paris (1923).
EL LIBRO DE LOS SABIOS (Eliphas Lévi): versão espanhola, do original francês,
em colaboração com sua discípula “Hypathia”. Publicada em Buenos Aires,
1943. Disponível.
“LE MAÍTRE PHILIPPE, de LYON” (4ª EDIÇÃO FRANCESA) DO Dr. Philippe
ENCAUSSE, versão brasileira. Editorial ALBA LUCIS, 1958. (oficinas Gráficas
Saraiva S. A. São Paulo). 208 páginas, muito ilustrada.
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De Swamini SÁDHANÂ
“COMA BEM E VIVA MELHOR!” Orientação prática sobre alimentos sadios,
vegetarianos e ioguísticos. Mais de 350 receitas, culinárias e para doentes e
lactantes. (155 páginas. Gráfica Progresso. Belo Horizonte, 1956.) Disponível.
doutrinação espírita, sem dogma, aceitável pelos fiéis de todos os cultos. Muito
útil para dar à criança uma educação espiritual prática e racional.
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O MESTRE PHILIPPE,
DE LYON,
Taumaturgo e “Homem de Deus”
Fig 02
Grato, Sevânanda.
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A TRADIÇÃO.
Quando, Onde, Como, Por que? Quatro perguntas que surgem na mente do
homem (da mulher também, às vezes...), a propósito de tudo. Haverão de surgir,
pois, na de quem folhear, espiar, quiçá compre (assim seja), leia, medite (os Anjos
os ajudem) e compreenda ou procure aplicar (os Deuses o protejam!) o conteúdo
deste livro!
Por isso, Carolei, resolvi começar por esta longa palestra, na qual iremos
procurar nos entender, eu e Você. Bem, desculpe chamar de Você, mas eu sou
assim mesmo. Mais espontâneo que mola de relógio, com corda garantida ad vitam,
automática como a Vida e antichoque, impermeável à sujeira e, “quase” exato, tal
como o MIDO n. 5409 que Satyamuni me deu, e no qual são agora seis horas da
formosa aurora (Alba Lucis) do dia 4 de abril, sexta-feira da Paixão ou sexta-
feira Santa, do ano da Graça de mil novecentos e cinqüenta e oito, contados da
Encarnação do Verbo.
Carolei, estou achando melhor Você saber quem eu sou até onde eu mesmo
souber e puder explicar bem como, é bom que todos fiquem sabendo quem é
Você, meu “longo” interlocutor, já que a palestra vai ser comprida!
Carolei é o mais recente dos muitos neologismos que fui criando, nesta vida na
qual nunca gostei de fazer nada como “todo mundo”, por causa desse cheirinho a
mofo que a rotina sempre tem! Pois bem: CAROLEI é você mesmo “CARO LEI-
tor”. Gostou? É curto, prático, com lembrancinha ao Rei Carol que mostrou que o
amor vale tudo, etc. Então, ficamos acertados. Eu me dirijo a Você, chamo-o de
Carolei e chamo-o de Você.
Pode reciprocar e me chamar de Sevânanda, e de Você. Eu sou “sem seca”,
como diz o sertanejo quando quer falar em pessoa sem cerimônias, nem nove-
horas.
Pois é, Carolei, temos muito que conversar. Em primeiro lugar, este livro irá ser
cheio de cousas tão sérias, tão graves, tão importantes para a tua, perdão, a sua
vida (repassei o trato e vi que o tu não entrava..., não faz mal, o deixaremos para
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Deus, que é menos suscetível...), que, no fim das contas, acho melhor esta
familiaridade amena, que irá permitir dizer a Você tudo quanto me ocorrer.
Ô Sevãnanda, e se Você “inventar” de me dizer cousa que me desagrade,
ou me fira, ou começar a me perguntar cousa que não quero responder, como fico
eu, que não tenho “nem voz nem voto” nessas suas páginas?
Meu filho, um pouco por velho e um pouco por estudioso e observador,
aproveitei ter nascido com Ascendente em Escorpião, que outorga a mania de
prever as cousas, e já dei um jeitinho nisso. Olha Carolei, é muito simples: cada vez
que alguma cousa lhe desagradar, Você FAÇA DE CONTA que o “Carolei” é aquele
outro coitado que também folheou, espiou... e não conseguiu parar nisso!... Acaso a
vida é outra cousa senão fazer de conta?...
Já são seis e vinte! Às seis e quarenta e cinco esgotar-se-ão as seis horas
após o Plenilúnio. Não faz mal, já fiz o que tinha que fazer. Olhe só: ontem à noite,
dentro das seis horas ANTES do Plenilúnio, fizemos uma cerimônia.
Ô Sevânanda, Você disse “fizemos”; quantos presentes, quem?
Carolei, meu filho, vou ter que lhe ensinar a primeira regra nossa: primeiro,
calma! Depois... calma!... depois... outra vez: calma! E pode-se, então, começar a
tratar do caso, seja qual for. Pois bem, a primeira pergunta não foi: QUANDO?
já ficou mais ou menos respondida: 6 horas de 4-4-1958, que noves fora, soma “22”,
meu número oculto. Já falaremos disso adiante.
Vamos para a segunda pergunta: ONDE? Carolei, seja gentil e apanhe o
primeiro volume. À página 9, no Prefácio, expliquei direitinho aquele fato
maravilhoso: quando o Muito Excelso Mestre PHILIPPE (que também chamamos de
AMO) fez cair aquele Raio “quase” sobre... e um pouco “dentro” do ABRIGO, junto à
Ermida Rodante, em 23 de outubro do ano passado, lá onde eu escrevi, nas
madrugadas tão formosas frente aos Picos das Agulhas Negras, a tradução do 1o.
Volume.
Pois é, Carolei, não há mais Abrigo. O vento levou. Levou mesmo. E, como
deixei há muitas encarnações a crônica social, vou contar “já”. Como Você já sabe,
nós fundamos, Sádhanâ e eu, aquele Monastério AMO-PAX, a doze quilômetros de
Resende. Neste livro, tornarei ao tema. Mas, desde agora, Carolei, Você deve saber
que, em 19 de fevereiro deste ano, por certas circunstâncias que constam das
páginas vindouras, eu disse, lá pelas duas horas da tarde, à minha querida
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algumas bananeiras dobradas e de poucas telhas tiradas nas beiradas dos edifícios
do Monastério? Além disso, quero dizer: fora do Monastério: NADA. Nem rasto.
Não acha curioso, Carolei, que as cadeiras, de Mãezinha e a minha, e a mesa
dela, tenham ficado feitas “lenha picada para fogo” ou quase, e nós escaparmos
SEM UM ARRANHÃO, dentro de uma casa de papelão, à qual não aconteceu NADA
e da qual as dez janelas não tiveram NEM UM SÓ vidro quebrado, apesar dos tijolos
e telhas caídos, dos cacos de vidro e outros materiais jogados pelo vento a tal ponto
que uma bacia foi parar “lá em cima do morro” e que uma chapa de zinco de dois
metros foi levada a um outro morro a seiscentos metros? Bem, se Você “não acha”,
Carolei, receio muito que Você já passou do número de dioptrias oculares, mentais e
psíquicas, permitidas pelo Trânsito Celestial das almas evoluídas...
São quase sete horas, Carolei. Aproveitei bem o tempo astrológico
favorável. Vou parar por aqui. Tomo o mingau japonês explicarei o que seja
e já volto. Assim, Você descansa. Ou, poderia até tornar a ler. Nunca é demais. Até
já. Fique com Deus!...
O mingau era pouquinho, mas estava muito bom, obrigado! Vamos prosseguir
com a palestra, Carolei. Eu não fumo, nem suporto fumaça, pois a respiração iogue
torna a pessoa muito sensível, mas Você pode aproveitar que está longe e acender
o cigarrinho, ou até o cachimbo, se Você é do tipo meditativo. Porém NUNCA fume
perto de um Mestre no Oriente. E, mesmo cá, no Ocidente... é bom perguntar antes.
Então estamos aqui. Onde? É outra história interessante, que vou contar a
Você, Carolei, para Você ver o quanto engana-se essa gente toda que anda por aí,
que chega num lugar, dá uma espiada correndo, pensa que entendeu e sai até
opinando. Pois é: as aparências enganam. Todo mundo sabe disso, mas é só no
sentido desconfiado, útil nos negócios, pelo menos até quando a gente aprende a
comerciar honesta e abertamente. Mas, querido Carolei... (Caro Carolei... é muito
dinheiro, ou Você vale mesmo tanto assim? Oxalá!) ia dizendo que estamos aqui e
que isto e que isto é interessante. De fato. Até liga-se já a um dos ensinamentos do
Muito Excelso Mestre (daqui em diante escreverei MEM, para não cansar Você, nem
deixar de dar ao MESTRE o tratamento que lhe é devido...).
Esse ensinamento (n. 8) tem muitos outros sentidos, que comentarei quando
chegar à parte do livro destinada a esse labor, mas é bom que Você vá, Carolei, se
tornando experto (Vocês dizem “perito”, mas o termo francês usado assim como
galicismo, fica com os dois sentidos); experto-perito, pois, em perceber logo o laço
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que une as cousas, já que TUDO está unido no fenômeno ÚNICO da Vida. O fato
que nos interessa, irá pô-lo em evidência. Vamos ao conto.
Três anos antes de hoje, mais ou menos, não data por data, uma pessoa
estava neste lugar. Essa pessoa tinha consultado, em 1942, no Rio, a um quirólogo-
vidente alemão que por causa da guerra dizia-se inglês e que, sem conhecer
nada da consulente, disse-lhe, entre outras cousas que se cumpriram, que: ela na
devia preocupar-se tanto por achar um Mestre, pois tinha muita Proteção e que um
dia o “seu” (dela) Mestre viria a sua própria casa...
Os anos passaram. Essa pessoa não nos conhecia e nem estávamos no Brasil
nessa época. Ela construiu pouco depois esta casa, onde vinha passar fins-de-
semana e férias. Em 1955 de fato tive que ir a casa dessa pessoa, no Rio, lá ficando
poucos momentos. Ela adquiriu meu livro (Yo que Caminé por el Mundo...), mas,
não querendo nem passar os olhos nele no lufa-lufa da Capital, o trouxe para este
refúgio e, certa noite, quis começar a ler. O livro “abriu-se” na página 274, e a
pessoa ficou olhando aquele retrato meu (sem saber que o fosse) que está no
Diploma da O. K. R. C. ali colocado. Nisso, a luz elétrica deu um dos apagões
municipais de praxe...
Upasika (é o nome da Discípula) ficou com o livro sobre o peito e os braços em
cruz, meditando de olho aberto e, pouco após, viu no seu jardim, cheio de pinhos,
passar um cortejo de pessoas, das quais reconheceu apenas: ao Dr. Encausse
(como ela o chamava; é PAPUS), a seu próprio falecido Pai, Leon Debruyne e,
encabeçando essa primeira fileira, havia um homem de chapéu coco, com que
iam cobertos todos os demais também. Era um rosto severo, que perscrutava
tudo profundamente e que, quando chegou a olhar para o lado onde ele estava,
junto à janela do quarto em que lia na cama, encarou-a com certo ar de interesse,
com uma expressão que ela traduz com as palavras: “é ela”, e: “é aqui”. Mais duas
fileiras seguiam, composta por: Jean Jaurès, Zola, Eliphas Lévi, e o falecido
Presidente Fallières, a segunda; a terceira: Victor Hugo, Balzac, Péladan e Péguy.
Sabe, Carolei, que destas doze personagens (pois na primeira fileira havia também
uma quarta pessoa que Upasika não sabe identificar por não tê-la “visto”
nitidamente), pelo menos mais da metade são reconhecidamente Martinistas, outros,
Maçons e TODAS ELAS, pessoas dedicadas ao Serviço da Humanidade? Isso, sem
falar no MESTRE, pois qual não foi a surpresa de UPASIKA, quando, ao acender
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novamente a luz local, e continuando a folhear o livro, chegou ao grande Quadro dos
Mestres, colocado no fim e lá, bem no CENTRO DE TUDO, viu o rosto doloroso do
MEM PHILIPPE-AMO, em quem reconheceu o Homem de rosto tão grave que ia na
frente, sério e silencioso, enquanto Papus e De Bruyne trocavam palavras... Gostou,
Carolei? É, de fato, muito formoso, merecer VER um Grupo de Mestres e Discípulos,
todos eles “de etiqueta” (a rigor) vindo visitar, imantar provavelmente, um LUGAR
escolhido, para...
Voltemos 50 anos atrás, Carolei... Lá em Paris, quando eu era ainda menino de
7 anos, morava no 20 da Rue Condorcet. O primeiro andar era um grande
apartamento, de meus Pais, no qual Papus e outros, dos citados, mais de uma vez
estiveram. Meu Pai era amigo e Discípulo, de Papus e do MEM MESTRE era,
também, amigo de Debruyne, que até comprava, na loja sita no andar térreo, as
músicas para sua filha (UPASIKA), que era então uma jovem de 15 anos, estudando
violino e meu Pai e Mestre (CEDAIOR) tinha naquela loja: Edição de Música, Venda
e aluguel de Pianos e venda de todos os instrumentos e pertences, etc., sendo
Concessionário Gaveau, no bairro.
Ô Carolei, Você já entendeu? Não é bonito, como TUDO está ligado? E que
toda ação, todo sentimento, todo haver e todo dever em TODOS os sentidos de
todos esses termos fazem com que a gente se ache, encontre e torne a
encontrar, até liquidar contas ou até fusionar almas?... Desculpe, Carolei, avancei
sinal. É cedo ainda para falar nestas cousas. Mas lá chegaremos se Você não larga
do livro antes...
Então, cá estamos, na casa escolhida pelo MEM MESTRE, oferecida por
Upasika para ser o nosso retiro provisório, para escrever este volume. Ontem à
noite, ela chegou para passar a Páscoa conosco. E a iniciamos com uma cerimônia,
na qual muitos livros, escritos por Mestres ou por Discípulos adiantados do MEM
MESTRE, e que dedicaram suas existências a servir à VIDA, aos humanos, ao MEM
MESTRE e ao CRISTO, estavam colocados, junto a esta máquina, aos originais da
tradução, ao papel em que este volume está sendo escrito. E Mestre Sádhanã,
Upasika e eu, fizemos o nosso pedido e o nosso oferecimento. É só? Pois é. Só.
Algum dia, quando os humanos tiverem aprendido a fazer de toda a Vida UMA
CERIMÔNIA, não mais serão necessárias as pequenas cerimônias, a não ser as
espontâneas e singelas... A de ontem o foi, até onde nós o sejamos por agora...
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e, muito menos, é claro, porém ainda existentes às vezes, nos que procuram praticá-
los (sem se machucar...). Tal divergência é inexistente entre os que VIVEM a cousa
como ela é! Você já viu, ô Carolei, gente discutir sem respirar? Até quando
DISCUTEM sobre métodos de respiração, ou negando a utilidade da Ioga, ou da
janela aberta no quarto de dormir, até NESSES momentos, ô maravilha divina,
seguem respirando! Cachorro também, até morrer, e depois, porém diferente. (Outro
sinal avançado! Olha a carteira!)
b) Penso poder provar muitas outras cousas, por exemplo esta: que estão se
criando, para com o MEM MESTRE, “casos” análogos aos que já aconteceram com
o seu Divino Amigo. Certas Igrejas querem ter monopólio; os médiuns (alguns) o
chamam “O Maior Mediu”; meu amigo Vaz de Mello e outros querem que seja “O
Maior Anarquista”, etc etc. Hoje, já há na França, e fora dela, gente que gostaria:
ou de fazer do MEM MESTRE a propriedade privada, ou quase, da “Ordem” A, ou B,
ou C... (que nem se cheiram entre si...); outros, gostariam e tratam de provar que ele
é o primeiro da linha de CURADORES (ou às vezes curandeiros) a que os dito
cujos, naturalmente, pertencem. E assim por diante, pelos lados, e, até, por trás das
bombas, com jeitinhos muito pouco sérios às vezes...
Então, penso provar, dizia, que EXISTE um labor Mundial do MEM MESTRE,
no qual cabem, estão de fato, embora o ignorem muitas vezes, TODOS os que, com
o Coração amplo e a mente aberta e desinteressada (Você prestou atenção a isso,
Carolei?), procuram servir, de fato, ao semelhante, com base em ALGUM ou alguns
pontos e formas do Ensinamento do Mestre, que é muito mais multiforme do que
alguns quiseram fazê-lo parecer. Nisto, vou ser um pouco severo!
Ô Sevânanda, Você acha mesmo necessário tudo isso? Será desculpe o
mau jeito que o ensinamento do Mestre não passava muito bem e ou até
melhor, sem os seus comentários?
Estou começando a gostar cada vez mais de Você, Carolei. Isso é fala de
homem! Vamos examinar este ponto.
Como você possivelmente sabe, dei muitas conferências por aí. Para ser
“quase” exato (quem puder sê-lo 100%, levante o dedão...) pronunciei uma por dia,
durante sete anos, em forma de cursos públicos e de conferências (fora uns
trocados, antes, em outros países, desde 1922), em Montevidéu, de 1941 a 1949.
Logo, presenças, sem contar, é claro, os atos radiofônicos (nem os ensinamentos
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vendo fantasmas (de gente morta é bem possível que vejam), mas que raramente
dá provas, para um entendido na matéria, de que possam ver os Seres da Natureza,
as Cores das auras das pessoas, e mil outras “cousas”, todas elas vivas, pois que
tudo que existe tem “vida”.
Você vai ver, Carolei, uma Maravilha! Pena que cada lâmina dessas, a cores,
vai nos custar uns bons DOZE MIL CRUZEIROS, com os clichês. Por aí Você vê,
Carolei, que se não colocamos mais, é porque: primeiro, o dinheirinho não dava (só
essa chegava, não é!), mas havia outra razão: o livro havia de ficar caro como o
diabo! E isso não serve, evidentemente, já que o diabo sempre faz pagar ainda
muito mais que dá!
Olhe, Carolei, vou lhe confiar um segredo: nós, do ALBA LUCIS, temos quilos
de desenhos de magníficos símbolos, visões de seres, lições simbólicas completas,
etc. Se, algum dia, Você achar de fundar uma forma qualquer de reunir amigos seus,
prontos a financiarem, ou simplesmente a encomendarem, com o valor adiantado, a
edição de um Álbum Místico de Percepções Autênticas (para os adultos perante a lei
civil; melhor se o forem também perante outras...) e, se gostarem, também um
Álbum Infantil sobre a Realidade da Vida, acho que, depois da boa legislação social,
dos bons governos e dos bons patrões, isso será uma arma (não ofensiva) contra o
materialismo e outros ismos que põem sua vida em perigo, Carolei! Vocês estão
facilitando muito demais. Oxalá acordem a tempo dessa brincadeira de deixar o
barco correr...
E não creia, meu caro, que seja fácil obter tais documentos místicos.
Precisamos, primeiro, VER. É MUITO DIFÌCIL VER COUSAS REALMENTE
SUTIS>>> È preciso ter quem possa, além de ver, LEMBRAR, e lembrar tão
fielmente e com tanto pormenor que possa... se talento tiver para tal, desenhar ou
pintar o que viu. Assim, Carolei, estou procurando lhe ajudar, e muito. Ainda não
percebeu a propósito de que? Mas, meu filho, se a gente não agradece,
profundamente, o que a vida brinda e o que os DEMAIS permitem que apreciemos
ou saibamos, então nos fechamos a próxima oportunidade! Estou lhe ensinando a
ser grato, cousa que se parece muito a começar a ser humilde.
Olhe, Carolei, quando Você achar alguém que ADMIRA a muita gente boa, e
que tem a gratidão real pelos Seres que deram alguma cousa grande à humanidade,
sem que isso tenha beneficiado DIRETAMENTE à pessoa considerada, então tenha
certeza que está diante de uma alma velha e ampla. Os pequenos, almas recém-
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saídas do forno, não admiram senão a si mesmos. Outros, nem isso: nem a si, nem
a outrem. São mortos que caminham, almas que se arrastam, até que alguma dor
bem grande as SACUDA!
Vou me referir, ainda, a duas palavras das páginas precedentes: eu falei, lá,
em Ler para terceiros e, linha adiante, citei uma frase do amigo Gurdjieff. Eu ensinei
na América Latina muitas cousas que ele estava ensinando na mesma época, na
Rússia ou na França, onde vim a conhecê-lo em 1923. Estávamos “na mesma
onda”, como se costuma dizer (ah! se os sábios acertassem tanto quanto o povo
emboca, que rápido seria o progresso!), sobre muitos e determinados assuntos. O
meu Yo que... está cheio disso, e, mais tarde, lhe mostrarei como isso também
“aconteceu” entre Gurdjieff e Papus, embora muita gente julgue até sacrilégio juntar
esses dois nomes. Lembra-me a nossa Cruzada, quando alguns “orelhas-
compridas” vinham nos dizer: “Como pode botar junto Jesus e Gandhi?” Além do s
que faltava na linguagem deles, também faltava sal no seu espírito... Tinham sido
unilateralmente cozinhados por aí...
Ora, Carolei, Gurdjieff, apesar de parecer muito mais rude do que eu (que já
sou considerado “ríspido” demais por aí: de fato, não gosto de gente que não leva as
cousas a sério. Uma cousa é bom humor, outra é levar tudo para a pândega!), era
um homem, um Mestre que dava a seus Caroleis, conselhos como este:
“Toda prece pode ser ouvida pelas forças superiores e atendida, sob a
condição de ser recitada três vezes:
“A primeira vez, pelo bem e o descanso da alma dos nossos parentes;
“A segunda vez, pelo bem do nosso próximo;
“E a terceira vez somente, pelo nosso próprio bem.”
E, acrescentava Gurdjieff, após citar essa sentença popular, vinda diz do
fundo das idades:
“Acho necessário, desde a primeira página deste primeiro livro1 pronto a ser
publicado, dar o conselho seguinte:
“Lede três vezes cada uma das minhas obras:
“A primeira vez, pelo menos na forma em que estais mecanizados a ler todos
os vossos jornais e livros;
1
Relatos de Belzebu a seu Neto ou Tudo e Todas as Cousas Prólogo
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ADVERTÊNCIA
Sevânanda
(São 16 horas, já!...)
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Tinha prometido, Carolei, voltar junto a Você, “na página seguinte”. Isso, foi em
4 de abril. Depois, estive “demorado”, lendo, relendo, marcando, um total de 118
livros, com 27.625 páginas, até 21 de abril, data em que comecei a escrever uma
primeira versão deste livro, projetada para ter 43 capítulos sobre “A Tradição” (dos
tempos Lemurianos até hoje), mas, além de perceber após já ter escrito umas 80
páginas que iria ser excessivamente volumoso, “senti” que o MEM MESTRE
queria a cousa em outra forma, ficando aquele trabalho para outro livro diferente...
Logo, em 25 de ABRIL 109o. aniversário do MEM MESTRE comecei tudo
de novo. Porém, já em 6 de maio tivemos, Sádhanã e eu, que ir retirar do
Monastério Amo-Pax com o qual já nada temos a ver a “Ermida Rodante”. Um
êxodo! Sacerdotisa Sarah, a Monja Silenciosa Perseverante, os outros dois íntimos
Louise e Sadak, pousavam: o último no jipe e os outros na casinha rodante, junto à
qual vinha a camioneta Dodge em que viajavam e dormiam os íntimos Thoth e
Zanti.
Após dez dias de viagem, chegamos a este Retiro ALBA LUCIS e somente
agora, num novo Abrigo de madeira, alegre e cômodo a Ermida e nós estamos
quietinhos...
Esta aparente demora, aparente “contratempo”, não são tais: o MEM MESTRE
sabe bem de que precisamos. Nos meses decorridos, iam chegando a meu poder
mais e mais documentos: respostas das cartas que eu dirigia a diferentes países,
solicitando complementos de informação de Amigos ligados a vários setores de ação
que guardam relação com o MEM MESTRE. Chegava-me, também, a 5a. edição
francesa do livro do Dr. Philippe ENCAUSSE.
A abundância de material, a impossibilidade de obrigar a Você, Carolei, a
compulsar continuamente o primeiro volume, e diferentes partes de um segundo que
se referisse, simultaneamente, a textos esparsos em ambos, obrigaram-me a
modificar o plano deste livro. Por outra parte, havia uma disparidade, às vezes de
opiniões, outras, de documentação, sobre temas ou ensinamentos que diferentes
autores, todos eles merecedores de igual admiração e crédito, expunham de acordo
com o que tinham recebido do próprio MEM MESTRE ou de seus diretos Discípulos,
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fossem estes os Íntimos que com Eles conviveram, ou que Lhe serviram
externamente.
O número de ensinamentos em meu poder havia crescido muito. A 4a edição do
livro do Dr. Philippe Encausse fora dividida por mim, na versão brasileira, em 471
ensinamentos. De outras fontes, incluindo aquilo que eu mesmo recolhera na
Europa em minhas peregrinações de 1956, já os elevara a 607. Na quinta edição do
seu livro, o Dr. Philippe Encausse brindou material novo, perto de 200 ensinamentos
na forma em que os numerei. Mas, outros fatores vinham complicar o problema
de apresentar tudo isso a Você, Carolei: a 5a edição de “LE MAITRE PHILIPPE”,
muito mais misticamente organizada que as anteriores, suprime inicialmente 29
páginas relativas a Curadores e problemas correlatos; faltam nela 15 ensinamentos
anteriormente dados; outros 14 estão um pouco ampliados; 29 foram truncados; 14
estão modificados. Por outra parte, o Autor comunica ter grifado os que são
provenientes do Manuscrito de Papus e verifiquei serem uns 163, do total de 671.
E, para terminar de “me complicar a existência” como se diz às vezes acontece
que a 5a edição traz quase a totalidade dos 671 ensinamentos, classificados por
ORDEM ALFABÉTICA de temas. Ora, eu disponho de 858 ensinamentos e a
CLASSIFICAÇÃO MÍSTICA dos mesmos não coincide com a que, na França, fez
com toda dedicação a Srta. O. de Barante.
Resolvi, então, o seguinte:
1o.) Escrever este livro como um todo homogêneo, incluindo não somente os
ditos 858 ensinamentos, como também um resumo da vida do MEM. MESTRE e
DOS SEUS DISCÍPULOS Íntimos e Externos mais ativos num sentido ou em
outro (curas, ação, etc.).
2o.) Organizar o livro em forma de ÉPOCAS e, dentro de cada uma delas,
apresentar o MEM MESTRE vivendo ou expondo os TEMAS do seu ensinamento e
da sua ação, apresentando o todo em forma tal que, a rigor, Carolei, Você pudesse
seguir esta obra quase sem ter que perder “o fio” recorrendo a não ser por
consultas sobre partes que não são de especial interesse para o Ensinamento ao
primeiro volume.
3o.) Pôr tudo quanto me fosse possível em plena luz. Quando, por exemplo,
certos ensinamentos diferissem em versões de origens diversas, expor as várias
versões, ou comentá-las amplamente. Quando, em certos outros casos, algumas
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N. 1
O querido Mestre PAPUS teve a felicidade de contar entre os seus Discípulos mais dedicados a
Condessa de Béarn, notável Vidente que percebia a miúdo quadros astrais interessantes. Uma de suas
vidências mais notáveis é, sem dúvida, a da Montanha Branca, na qual Ancestrais e o Anjo vêm despedir-se da
Alma que vai morrer no astral para nascer na Terra.
Também tivemos a felicidade de a Providência colocar, entre os nossos Íntimos, à Sacerdotisa Sarah,
cuja intensa devoção, Amor ao Senhor e fidelidade humana, têm-lhe permitido elevar pouco a pouco sua
Vidência bem acima das percepções astrais banais. Desde anos, já, percebe tanto os Seres do Mundo etérico
(Gnomos, Fadas, e seres dos elementos em geral), como também lhe foi outorgada, muitas vezes A PEDIDO
SECRETO NOSSO, a Graça de VER e OUVIR cenas que são elevados ensinamentos ou oportunas
confirmações. Desenhista de talento, ela mesma reproduz o que vê.
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Afetuosamente seu,
Sevânanda
1 hora de 28-8-1958, no Abrigo da
“Ermida do Serviço”, no Retiro
ALBA LUCIS, a 10 km de LA-
JES (Sta. Catarina) Brasil.
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Fig 3 – D. 1
D. 1 O Nascimento no Plano físico, que equivale à real Morte no Plano Espiritual. A Condessa de
Béarn teve a Graça de poder “ver”, por ocasião da reencarnação, em sua própria família, de um novo ser, a
Grande Montanha Branca, na qual os ancestrais vêm deixar o Espírito que se encarna. Viu, ainda, as despedidas
tristes, e o Guia que se afasta, aos parentes, ao Espírito que se “escurece” ao voltar à carne.
Embora esta visão se refira a um “ser normal”, ajuda, Carolei, a compreender melhor “A Encarnação do
Eleito”, magnífica Visão pela qual o Muito Excelso Mestre PHILIPPE teve, como sabemos pelos ensinamentos, a
explicação do “Seu Mistério”.
Nas páginas que seguem, veremos que Sua infância e também a Sua vida toda, ajustaram-se às
palavras do Ser alado, do Anjo que o acompanhou sempre e sobre o qual a ilustração da página seguinte
esclarece, Carolei... D. 1 é reproduzido de la Réincarnation, Papus, Ed. De Dorbon-Aine, Paris, 1912 págs.
155 a 157, e não existe em edições ulteriores. Raridade, Carolei!
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N. 2
“Arpas Eternas”, por Hilarión de Monte Nebo Edições da “Fraternidad Cristiana”. Como já
expliquei em “Yo que caminé...”, esta obra foi recebida por via mediúnica, totalmente inconsciente, por uma
dedicada médium Argentina. Já tive a oportunidade de comentar, em conferências como em escritos vários, que
“onde entra “Arpas Eternas”, lá entra também o perfume suave da Aura do Senhor”, pois tanto o estilo suave e
poético, quanto o conteúdo interessante, apresentado em forma instrutiva e linguagem singela, facultam a todos
o poder desfrutar intelectual e cardiacamente, desta obra de vulgarização do sentir místico dos Essênios.
Entretanto, o fato de haver notáveis coincidências com a realidade que, insofismavelmente ensina o Muito
Excelso Mestre PHILIPPE, sobre a Vida, Missão e Ressurreição de N. S. Jesus Cristo, não basta para se
considerar “Arpas Eternas” como relatando TODA A REALIDADE E SOMENTE A REALIDADE. Para o leitor, e
pelos motivos apontados no início desta Nota, isso importa pouco, verdadeiramente, e nos daríamos por muito
felizes se toda a gente conhecesse, lesse e aplicasse “Arpas Eternas”. Mas, nem por isso devíamos deixar de
apontar que essa psicografia (e, aliás, como todas as psicografias) apresenta inevitavelmente interferências dos
que “corrigiram” (?!) a Hilarión de Monte Nebo, ou quiseram introduzir e enriquecer o texto, seja no aspecto
poético ou no histórico. Algumas divergências de certa importância e que Você mesmo, Carolei, perceberá
facilmente existem entre “Arpas Eternas” (obra parcialmente de involuntária ficção) e o Ensinamento do MEM.
MESTRE, Verdade do Plano do Verbo.
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um mundo superior, envolvendo ao próprio Eleito com uma intensa irradiação! Assim
como cada um de nós tem um Anjo da Guarda, designado pela Celeste Jerarquia
que a tudo preside, assim também, ao retornar, voluntariamente, na esfera de ação
das forças dirigentes da existência nesta Terra, o Eleito começava por acatar essa
primeira Lei. E recebia, se aceitasse definitivamente essa encarnação de
Sacrifício, o “Anjo” que o havia de proteger e defender, servir e consolar, também!
N. 3
Deixando o comentário sobre o “Anjo” no que ao seu Talhe se refere para o fim desta obra,
citarei as palavras do texto gnóstico Pistis Sophia, nas quais Jesus disse aos Discípulos: “...e deixei aquele lugar
(a segunda esfera celeste, chamada “heimarménê”) atrás de mim, e subi... e eis que quando cheguei aos doze
Eões, seus véus e suas portas agitaram-se...” Pistis Sophia, citada por H. Leisegang, em La Gnose, págs. 252
e segs...
N. 4
A “Encarnação do Eleito”, tendo sido publicada, originalmente, assinada pelo próprio Papus, e
dedicada a seu Mestre Philippe, em L’Initiation n. 30, março de 1896, pág. 197 e segs., não há dúvida alguma
que se trata da encarnação do MEM PHILIPPE e não de Papus. Aliás, é o que Bricaud confirma, a pág. 12 de
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***
A Busca dos Pais começou já em 1843. Seis anos levou Ele, procurando achar
e unir um homem, que se chamasse só José (sem outro nome), e uma mulher que
não tivesse outro nome senão o de Maria!N. 5
Pois: cada vez que um Enviado do Departamento do Verbo retornar aqui,
submeter-se-á às três leis seguintes, que são absolutas: 1a.) será o primogênito de
uma família; 2a.) seu pai se chamará José; 3a.) sua mãe terá por nome Maria. E,
acrescenta Papus, quanto trabalho teve um espírito que vinha desse Plano, para
fazer com que seu futuro pai casasse com essa moça!
Com. 4 Isso me lembra, Carolei, os que me perguntam: “Por que, se Deus é
tão bonzinho e tão poderoso, não evita ele as guerras, as misérias, pragas, a seus
amados filhos?” Respondo: “Quando a gente vê o trabalho que teve o M. Philippe
para unir a seus futuros pais, imaginamos o que terá o Supremo Espírito, para nos
levar a viver como Ele deseja que o façamos, para que as guerras possam ser
evitadas!”...
E o “Anjo” dissera ao Eleito “nascerás pobre e humilde...”, e os pais achados
pelo M. Philippe eram camponeses, muito pobres, pequenos cultivadores rurais e
criadores modestíssimos, de velha raiz da Sabóia...
***
O Lugar era afastado e pitoresco: “quando a gente sobe, por pouco que seja,
nas montanhas, o ar torna-se, imperceptivelmente, mais e mais leve; na Sabóia,
esse ar é particularmente suave. O caminho que leva de Yenne a Loisieux, é todo
curvas, ladeado por precipícios profundos e por morros, que se sucedem sem
quebrar sua linha harmoniosa; cobertos de pastagens ou plantados de vinhas,
revestem-se de coloridos maravilhosos, misturados de sombras e luzes.
seu livro Le Maître Philippe, página em que achei uma frase muito curiosa e, ainda mais, por provir de Bricaud
que disse “conheci muito ao M. Philippe”.
Eis a frase... “Foi igualmente nessa época (1892) que Ele entrou em contato com os ocultistas, e
notadamente, PAPUS, que iria tornar-se um dos seus mais fervorosos discípulos, e que Ele teve, por vias
misteriosas, a revelação das suas origens, revelação da qual Papus falou em termos velados em sua revista
L’INITIATION de março de 1896, num artigo intitulado: A ENCARNAÇÃO DO ELEITO.” Os grifos são nossos,
para ressaltar as frases em que se esteia a minha opinião de que M. PHILIPPE em pessoa foi quem teve tais
Percepções Transcendentes, que, com sua vênia, Papus comentou com o entusiasmo, a veneração e o talento
que sempre o caracterizaram.
N. 5
Confidência do MEM. MESTRE à Sra. Marie E. Lalande (L. B., pág. 9), completando o que fora
divulgado por Papus em Traité Elémentaire d’Occultisme et d’Astrologie, pág. 152.
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***
***
N. 6
Esta formosa descrição deve-se à alma sensitiva de Marie E. Lalande: em L. B., págs. 11 e 12.
N. 7
O buxo, variedade rasteira, é usado, na Europa, como planta abençoada nas cerimônias
católicas e outras do Domingo de Ramos. Os devotos soem conservá-lo o ano todo, pois serve de laço, com
os Agentes Providenciais, aos que cumprem o preceito da Páscoa. O pormenor sobre o nascimento: L. B., pág.
9.
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Fig 4
Fig 5
Com. 5 Muito embora o M. Philippe nos ensine que, após a vinda de Jesus,
os aspectos astrais valham menos que o significado dos nomes de pessoas e
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***
N. 8
O Lugar do nascimento foi, pois, o Rubathier, povoado sito perto da vila de Loisieux, no distrito de
Yenne, município de Chambéry, no limite dos Departamentos de l’Ain-Sabóia. Tal lugar, diz Bricaud, está sito a
uns mil metros de altitude, longe de toda via de comunicação e ao poente do Pico do “Dente do Gato”.
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que, mais tarde, Ele tivesse tido a extraordinária memória das suas experiências
interiores dos primeiros meses de vida, como veremos agora:
E. 562: Não se deve enfaixar às criancinhas.N. 9
E. 564: Quando era criancinha gritava como um perdido, e ninguém me
entendia. Batia-me contra o diabo e tinham-me enfaixado! Nunca se deve enfaixar
às criancinhas. Até a idade de seis anos, aproximados, dormi de olhos abertos; sou,
aliás, propenso à morte letárgica.N. 10
E. 797: Com a idade de cinco anos, estando seu pai combatendo na campanha
da Itália, Ele fez-lhe afastar a cabeça no instante em que uma bala de canhão
passava, salvando-o, assim, da morte. (5a edição, pág. 207 M. P.)
E. 420: Quando criança, mandavam-no cuidar dos rebanhos. Ele traçava um
círculo em torno do gado, e este, pastando, não podia atravessá-lo. (M. P., 4a e 5a
ed.)
E. 801: Quando era criança, Sua presença fazia desaparecer as dores de
cabeça daqueles dos seus camaradinhas que Lhe pediam que se aproximasse deles
para os aliviar. (M. P., 5a ed., pág. 212.)
Com. 6 Ele estudava com o Cura da sua aldeia, “que gostava muito dele e
queria fazê-lo Padre, pois achava-o muito inteligente” (l. B., 12), mas esse mesmo
Cura inquietava-se, em relação a essa criança de seis anos, que produzia
fenômenos tão raros, chegando a exclamar “Menino, deves ter sido mal batizado,
pois parece-me que o diabo é teu mestre!” (Bricaud, pág. 8.) Ora, Carolei, deixemos
de lado a humorística preocupação do sacerdote tanto mais engraçada por ter
sido ele, provavelmente, quem batizara ao pequeno Philippe! e anotemos que,
com relação a Ele, é a segunda vez que nos falam em “diabo”...
E, no E. 564, o MEM. É categórico! Mas, por que razão lamentava estar
enfaixado? Será que, para “bater-se” com forças opostas que neste caso
procuram destruir, na Infância, a nova Encarnação do Eleito, Ele “precisava” da
liberdade de gesto físico, também? Não haverá ali, Carolei, tema para meditar, no
poder que a alma quando encarnada necessita exercer através da matéria?
E, como generaliza o MEM: NUNCA se deve enfaixar às criancinhas! Se Você soma
N. 9
Ensinamento do Manuscrito de Papus, que fora publicado pelo Dr. Ph. Encausse a pág. 268 de
Sciences Ocultes, mas não figura na 4a e 5a edições de Le Maître Philippe.
N. 10
Ensinamento nas mesmas condições do precedentemente apontado, e publicado inicialmente a
pág. 275 da obra citada.
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N. 11
Para os que poderiam lamentar que as obras de Louis Michel de Figanières aquele Grande
Vidente que Papus admirava e citava tanto! tenham ficado esgotados, inacháveis mesmo, uma boa notícia:
um dos Amigos místicos que tenho pelo mundo, o Sr. Eng.º Jean GATTEFOSSÉ (Villa Métanoia AINES-
SEBAA Marroco) que esteve ligado com M. Bouvier e que nasceu em LYON em 1899, é o autor de
interessantes livros sobre a Atlântida (tornaremos a este aspecto). Mas, também conserva os originais das obras
de Louis Michel de Figanières: A CHAVE DA VIDA, A VIDA UNIVERSAL, A EXPLICAÇÃO DE TUDO, etc., que
foram recolhidos, lá por 1885, por um Grupo de Discípulos. Em abril de 1957, Gattefossé me honrou
consultando-me se deveria ele procurar, ou não, “juntar a obra de Michel à de Philippe, para elaborar a nova
mística, apropriada para reconduzir a Humanidade no caminho de Deus”. Em junho de 1957 aconselhei
VIVAMENTE que se esforçassem por tal publicação e, muito embora os atuais acontecimentos mundiais não
facilitem a tarefa de Gattefossé, espero que esse Membro da “ALLIANCE UNIVERSELLE” tornaremos
também a falar nisto! consiga seu objetivo.
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Fig 7
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LYON
N. 12
l’initiation, Vol. 27 8º ano (1895) abril págs. 1 a 7.
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HINO A LYONN. 14
N. 13
L’INITIATION (atual), Ano 31 (jan-julho 1957), págs 34, 35.
N. 14
De “CHOIX DE POEMES”, do exemplar que o Poeta tão afetuosamente me dedicou em 12-2-
1958. Uma das razões ale, de sua beleza de ter publicado este poema, é familiarizar a Você, Carolei,
com nomes regionais: Saône: afluente do Ródano, em Lyon; Fouvieres: histórica Catedral, na encosta a caminho
de LOYASSE: o cemitério onde está o túmulo do corpo do MEM MESTRE. O Monte Tournier, e o lugar de
l’ARBRESLE, Você já achou ou achará...
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II A JUVENTUDE (1861-1869)
Com. 11 Belo o ensinamento 572, de Papus, que com o tato místico que
sempre o caracterizou, soube pôr em evidência a semelhança , em mais um aspecto
outros muitos havemos de ver ainda! entre JESUS e o MEM MESTRE! Além
disso, vemos que Papus, que tinha conhecido de perto ao MEM, sabia até quanto
ganhava este no açougueiro. No que se refere às palavras “apenas capaz” e “se
cumpriram”, grifadas por mim, o são por duas razões: a primeira, por provirem de
N. 15
Bricaud, Le Maître Philippe, pág. 9
N. 16
L. B., pág. 12
N. 17
Papus: Tratado Elementar de Ocultismo e Astrologia, págs. 206-207.
N. 18
Bricaud, obra citada, pág. 9 e L. B., pág. 12.
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uma fonte contemporânea do MEM, diferindo das que, posteriormente, foram usadas
pelo autor do artigo citado a pág. 35 do I volume; a segunda: apenas capaz, e
incapaz, têm muito diferente valor, nos lábios de um Mestre! E, ainda, isto: “Se
cumpriam por mim” é bem clarão: o menino de 13 anos não compreendia totalmente
na mente intelectual aquilo que seu EU gigantesco operava por intermédio da
“nova” encarnação! Este caso mostra, Carolei, como, se cada um entender de
mudar uma palavra aqui, outra acolá, daqui a poucos anos o MEM MESTRE “terá
dito” muitas cousas que jamais disse, e... terá deixado de dizer... aquelas que menos
agradam ou convêm a gregos e troianos. Daí que eu procure pôr tudo em primeiro
plano, inclusive o aparentemente excessivo citar de fontes.
“Contam, prossegue Bricaud de quem emana o texto acima comentado
que tendo o jovem Philippe ficado doente em casa do tio, uma velha, tida por
“bruxa”, examinou-lhe as linhas das mãos e dissera-lhe: “Ouve, menino, vejo que
tens os Dons, vou te dar as minhas receitas.” E, diz Bricaud, Ele começou, desde
então, a curar os doentesN. 19.
Com. 12 Não vejo nada que pareça motivar ocultarem certos autores o fato
relativo à “bruxa” (?). Bricaud, que o refere num livro publicado em 1926 (!) tinha
tido, portanto, dezenas de anos para pensar no caso, bem como para ouvir
confirmações ou desmentidos. Patriarca Gnóstico, tendo assumido a direção da
Ordem Martinista, tendo sido Discípulo direto do MEM MESTRE, sua palavra ou
informação merecem tanto interesse nosso, que as de outros.
Por outra parte, basta lembrar que todos os Enviados, ou quase, têm em suas
vidas “choques adicionais”, feitos para avisar neles a consciência do que já São,
mas ainda não compreendem ser. Acho, Carolei, que vamos ter que pôr esta “bruxa”
junto com o Ser que o embalou no colo, ou seja: na série de mistérios que O
rodearam... e que seguem já...
DIVERSAS RESSURREIÇÕES...
E. 450 Uma das suas primeiras curas data de 1866, na “Garganta do Lobo”.
Uma criança tinha morrido. Dois médicos tinham vindo. Tomavam-se já as medidas
do caixão, quando Philippe disse à criança que se erguesse, o que ela fez, com
grande emoção dos presentes! (M. P., 4a e 5a ed.)
N. 19
Bricaud, obra citada, pág. 9.
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E. 571 Citar-vos-ei outro fato mais. Não se devia falar de suas curas, de jeito
nenhum! Ele passou nos seus exames de medicina. Mas não foi recebido doutror
em França porque tivera a audácia de ressuscitar a um morto, quando era apenas
estudante de primeiro ano. Não lhe permitiram fazer mais inscrições. N. 20
E. 451 Foi também em 1866 que Philippe anunciou a guerra infeliz de 1870.
Por causa de tal previsão foi vigiado muitos anos pela polícia. (M. P., 4a e 5a ed.)
N. 20
Papus, obra citada, pág. 206.
N.21
Bricaud, obra citada, pág. 27, reproduzindo a Papus, de págs. 464 a 466 do seu Tratado Elementar
de Ciência Oculta, 8a edição, Paris, Olendorf, 1903.
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“...Um dia, em sua primeira infância, Jesus voltava da escola com crianças da sua idade: o terreno era
acidentado, e num dos lados da estrada, o teto de uma casinha coberta com pedras chatas tocava quase o chão:
os meninos subiram sobre esse teto; um deles, brincando, empurrou um dos seus companheiros que caiu do
lado da frente da casa, de toda a altura do oitão e permaneceu inanimado imediatamente. As crianças, vendo
que não voltava à vida, mas que estava bem morto, fugiram. Jesus ficou só sobre o teto. Os pais, que tinham
ido buscar, chegaram e, no seu desespero, acusaram a Jesus de ter morto o seu filho. Então Jesus, que nada
dissera até lá, virou-se, de cima do próprio teto, para o menino que estava morto, e chamando-o pelo seu nome:
“Nathan Ben Iee, disse ele, fui eu quem te empurrou? “Não, respondeu imediatamente o menino, foi fulano!”
N. 22
E, levantando-se, recobrou a vida...”
Fig 8
N. 22
Da Tradição oral, secreta. Fragmento reproduzido em L’INITIATION, 1897, pág. 37.
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Vimos que, desde os 13 anos de idade, o MEM “começou a curar aos doentes,
isto é: iniciou a sua dedicação pública a eles, que, durante quarenta anos iria
prosseguir!
E. 442 Em 1870 dava sessões no bairro de Perrache. Incorporaram-no ao
exército. Foi para o quartel mas, já no dia seguinte, 500 pessoas foram reclamá-lo
ao Prefeito. Este o mandou vir e pediu-lhe um exemplo do poder que lhe atribuíam.
Um conselheiro da Prefeitura, presente à entrevista, homem grande e forte,
desafiou-o a que o tornasse doente... Philippe recolheu-se por alguns segundos e os
presentes viram o conselheiro cair flácido como massa no assoalho. Estava
desmaiado.
Com. 25 Pois é, Carolei, Você vai ter que “achar”, novamente: já vemos aí a
futura sogra do MEM, tomando contato com Ele, com fé, com dedicação, e vemos a
Gratidão recíproca a unir vidas! “Os Landar já tinham colocado no convento (do qual
falarei, adiante), quase pegado à casa deles e, l’ARBRESLE, sua filha, de frágil
saúde. Mais tarde, o MEM foi visitá-la às vezes.” (L. B., 14)
Em 1872, isto é, entre os 22 e 23 anos de idade, o MEM MESTRE deixou o
labor com o tio e abriu um consultório, no qual dava “consultas magnéticas”, no
Bulevar do Norte, n. 4 hoje Bulevar dos Belgas diz Bricaud, a pág 9, e
comenta: tal foi o início (da missão pública) do Mestre Philippe como taumaturgo.
***
Com. 27 O que diria Você, Carolei, se lhe contasse que Papus, entre
íntimos, deixava transparecer que ele fora Mesmer, antes... Você “não acha”
interessante que papus viesse, esta vez, já provido desse mesmo fluido, da mesma
combatividade, amor aos doentes, capacidade de divulgar, de criar cadeias
magnético-curativas ou de finalidades mais místicas e... da mesma resistência
paciente às ingratidões!?...
N. 24
Vamos ver se Você “acha”, Carolei: em inúmeras oportunidades, isto é,: excessivamente
freqüentes para serem coincidências (no sentido antietimológico e anti...lógico, em que empregam tal termo os
que são trazidos. O caso do encontro com o Dr. Favory é bastante “raro” sob este aspecto. Eu fiquei só três dias
andando pela cidade, em Paris. O resto da permanência foi entre as paredes de um Congresso, etc.
O pouco que andei foi, geralmente, de metrô. Uma única vez tomei um ônibus, desejando ver a paisagem,
em direção da Ponte des Lilás, rumo a Bondy. Paris tem uns 12 quilômetros por 9, ou sejam: quase 8 mil
hectares, metidos num perímetro de 36 quilômetros, dentro do qual perto de 3 milhões de habitantes circulam
sobre uns 1.200 quilômetros de vias públicas.
Parece, então, “interessante” que o Dr. Favory se achasse precisamente sentado a meu lado, no ônibus,
e que, no 20 minutos do trajeto, me dirigisse a palavra (cousa rara em Paris!...), falássemos em Ioga e
Magnetismo, e me citasse as curas de Lady Clerk e sua própria identidade. Isso foi em 19 de setembro de 1956,
isto é, NO DIA SEGUINTE ao que o Dr. Philippe Encausse me oferecera o Livro “Le Maître Philippe. “Acha?”...
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N. 25
Albert LEPRINCE: Le Pouvoir Mystérieux des Guérisseurs, pág. 84 e seg. em que relata
experiências análogas, embora bem menos ricas em modos e resultados, me parece às produzidas desde
dezenas de anos Sra. Nevinha de CARVALHO que, apenas em contato com um doente sente, interiormente (em
geral) movimentos inexplicáveis que o doente tem que fazer e que, sem ordem verbal nem mental dela, o doente
faz mesmo, ainda que sejam aparentemente impossíveis pelo seu estado, ou estapafúrdios. E os resultados de
curas ou melhoras aparecem. Pelo estudo que temos feito de tal ginástica espontânea (incompreensíveis para
os médicos) trata-se, na realidade, de uma série de fatos em cadeia: 1) Percepção pelo Eu de Nevinha, ou por
um Iogue sumamente douto em Hatha-Ioga, da doença e das posturas ou movimentos que podem produzir
melhora. 2) Projeção (subconsciente se partida de Nevinha, ou do Iogue através de certa mediunidade (que
temos verificado existir nela) da Sra. Nevinha. Interessantíssimo, pois abre campo a outras experiências, para
quem medita, tanto para o diagnóstico, como para a quinoterapia. Recomendamos, aliás, a leitura do livro do Dr.
Leprince aos curiosos na matéria.
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N. 26
Para maiores esclarecimentos, Carolei, existe o “Memorial” da Medicina Macrobiótica, editado por
“Alba Lucis” também, e outras obras em preparação.
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N. 27
Em francês: “Chez lês Guérisseurs qui guérrissent” Jean Palaiseul.
N. 28
Pág. 233 da obra supracitada
N. 29
Possivelmente contribuirá um dia para a formação de Curadores Magnetopatas na América
Latina, a nossa exigência, nos Cursos da A. M. O., de que os Discípulos sigam as Lições Práticas. Muitos deles
já nos têm apresentado bifes bem mumificadinhos, para poderem passar a outras instruções. Tais pessoas, sem
dúvida, têm alguma possibilidade de aliviar ou curar, silenciosa e invisivelmente, sem sessões, sem passes, sem
“mediunidades”. E, se fizerem passes magnéticos, darão o que é deles: sua Vida. Que assim seja.
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***
Ah, bem sei, bom número de pessoas bem doentes mandam vir seu confessor,
pedem e recebem absolvição, e contudo morrem tendo pedido e acreditado receber
a cura. O sinal de que o mal está perdoado é sem dúvida ver que o mal se afasta do
doente, entretanto morrem.
E tenho visto, em relação a isso, “charlatães” virem à cabeceira de doentes em
agonia, prontos a morrer, dizer-lhes que seus pecados ficavam remidos, e vê-los
curar no momento.
Com fé, pode-se fazer milagres. Entretanto, cada dia, nas vossas preces,
dizeis: Meu Deus, eu vos amo, odeio ao pecado por amor a vós, creio em vós. E
cada dia também dizeis: Que faremos no próximo ano, em dez anos, e se o céu
caísse que seria de nós? Pó que pensais tudo isso?
Alguém diz: Porque na temos fé.
Com. 34 A afirmação final do E. 235 é clara e categórica; com o dito no E.
476, três novas afirmações tornam-se evidentes: sem remover a causa moral-
espiritual, ou raiz do mal (pecado) a sua manifestação física doença tornará a
surgir. Remédios e tratamentos podam, desgalham, roçam, as folhas do mal; o
perdão dos pecados desarraiga, destoca definitivamente o terreno humano: alma-
corpo!
A segunda afirmação, “aqui curamos perdoando”, é mais grave, pois implica a
de ter permissão e poder para fazê-lo... E agora, Carolei, vem a Graça: o mal
conta como se...! Por isso é tão importante chegar a encontrar-se com os Enviados,
ou com os “estados”, que podem produzir esse ato da Balança Moral, de
compensação espiritual.
O E. 320 nos situa, inicialmente, na oração, e para com os mortos. Mas,
cuidado, recomenda para pedir para suportar as penas dos outros. Quem o faz? O
E. aponta a conseqüência e condição. E o MEM passa logo a mostrar que a Lei é
uma só, pois usa para isso o termo mal jogando nos dois mundos: o moral e o físico.
Logo, aponta a prova, ou sinal do real perdão, mostrando ainda que alguns, tidos
pelo mundo profano e protocolar como “charlatães”, provavam sua pureza, e
conseqüente poder, remindo os pecados e outorgando a cura!N. 30
Creio, Carolei, que agora Você entendeu, sentiu, viveu, a diferença entre os
curandeiros, ou os curadores, e o MESTRE!
N. 30
E. 235 provém da S. Ly. De 4-12-1893; E. 320, da de 20-9-1894.
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***
N. 31
“A sua Eminência o Decano da Faculdade de Medicina da Universidade americana de Cincinnati
A minha querida mãe Maria Vachod, amor filial A meu afetuoso pai Joseph Philippe A minha querida
irmã Clotilde Philippe A meu dedicado irmão Hugo Philippe A minha bem-amada esposa A minha boa
sogra Ao meu querido Filho A meu tio Hugo Vachod A minha querida Tia e seu Filho A meu querido
amigo Mathieu Marieus A meu amigo Bernard Felix A meu excelente amigo P. Bailly Ao sábio doutor
Radier Ao hábil doutor Picquet Ao bom amigo Joron Joannes A meu caro colega Claude-André
Burnichon Ao ilustre doutor e amigo Surville, de Tolosa Ao sábio doutor Georges Monret, de Tolosa A
meu antigo colega o doutor Fitte, de Berat Ao grande filantropo Godefroy Gairaud, Cônsul de Portugal em
http://amopax.org 64
Tal tese foi, portanto, apresentada pelo MEM quando Ele tinha 35 anos de
idade. Somente 16 anos após, na Rússia, é que Ele passaria os “exames”... nos
quais curava doentes à distância, tanto quanto curavam-se todos aqueles que lhe
eram apresentados para diagnóstico. Seja numa ou noutra forma, os médicos
tiveram que lhe outorgar o Diploma, embora este, como bem salienta o Dr. Philippe
Encausse, nada signifique no caso do MEM MESTRE, é claro!
Veremos, agora, o período no qual a vida do MEM MESTRE se abre, por assim
dizer, em muitos sentidos simultaneamente.
Fig 9 – F. 6
F. 6 MESTRE PHILIPPE
em 1877, idade em que casou e inicia
a vida LYON-L’ARBRESLE, tão
fecunda.
(Fotografia de Lumière Blanche,
também existente na 4a e 5a ed.
Francesas.)
“Ousaram acusar de amor ao lucro àquele que, saindo de casa com um bom,
sobretudo de inverno, voltava de paletó, porque achara, no caminho, um infeliz que
tremia de frio. Pretenderam arranjar pretexto para apoiar essa calúnia, e a voz do
povo, em três palavras bem maiores que muitas belas frases, respondeu:
Após essas sentidas expressões de Papus (Vol. I pág. 63), cantam em nós as
de Sédir (pág. 77): “Ele nunca falava dessa chama admirável, ocultava o seu saber e
essa espécie de onipotência desconcertante sob as aparências de uma vida bem
burguesmente comum; ele dissimulava virtudes e superioridades como nos
dissimulávamos nossos vícios, e tornava-se necessário segui-lo nas suas longas
caminhadas pelas baixadas populosas para descobrir os excessos de suas
liberalidades: mães de famílias nas ultimas procurando-o pelas esquinas, casais, as
dúzias, dos quais pagava o aluguel, órfãos que mantinha, e com que atenção
rodeava aos velhotes e aos aleijados, com que delicadeza oferecia o seu socorro
aos tímidos a aos humildes, quão paciente era com os importunos com os semi-
sábios pretensiosos, com a triste tropa de medíocres!”
Com. 35 – Que bela descrição, de múltiplos sentidos: generosidade material,
monetária, unida ao esforço das caminhadas que as fecundam; a paciência, a
tolerância e a humildade delicadeza, ocultando sempre a penetração do seu Saber
Direito, da sua “Onipotência desconcertante”, como bem diz Sédir. E, a esse Homem
de Deus e que viremos ver agora, agora que já e o Pai dos Pobres, assumirem
ainda, voluntariamente, as responsabilidades de Esposo, Pai, Parente, e, com isto
provar, por inúmeros modos mais, que Ele podia cumprir a sua angelical e imperial
missão sem deixar de cumprir TODOS os deveres dos mortais comuns. Ó Carolei,
Você já reparou que o MEM esteve desde os 13 anos ate os 23, curando gente e ate
se tornando celebre e alvo de milhares de gratidões, sendo, durante esses dez anos,
empregado de açougueiro! Passam diante de mim alguns exemplares da “triste
tropa de medíocres”, os que não podem progredir, ou meditar, ou fazer bem aos
semelhantes, “porque as vibrações da cidade, ou o bife que a sogra pos na mesa,
etc..., os impedem...?”! Acha Carolei?... – Sabe o que eu acho?: Que seria ótimo –
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como diz meu amigo Huascar – que todos nos procurássemos todas as chaves
VIVAS que o MEM nos deixou, se estudarmos, não somente em seus Ensinamentos
– o que já e muito! – mas estudá-los a Luz da Sua Vida! Então sentiremos quem e o
Pai dos Pobres inclusive dos Pobres em decisão, em virtude, em humildade... –
Bem, Ele e o Pai da Humanidade terrestre, também!
***
O Seu Casamento – Ao contrair casamento, o MEM cumpria mais uma Lei, que
acharemos adiante, nos Seus Ensinamentos deixando-nos, assim, mais um exemplo
do seu respeito, e possibilidade de cumprir, as exigências – divinas ou ate as
convencionais – a que todos estamos submetidos. Casou religiosamente também –
constando o civil em l’ Arbresle e, segundo Bricaud (pág. 9), a cerimônia teria sido
na Igreja São Vicente de Paulo, na 2ª circunscrição de Lyon. O mesmo Bricaud
parece confirmar o que citei sobre o fato de ter o MEM conhecido a esposa muito
antes, pois disse “que a conhecera outrora”, e, também descreve a noiva, Jeanne
LANDAR, como “uma mulher que foi sempre, e sob todos os pontos de vista, uma
pessoa encantadora e perfeita”. Já vimos, a pág. 38 do I Vol., que Ele salvara vida
de sua consulente Srta. LANDAR, muito antes de ser sua noiva, já que, de acordo
com a Lei: depois que fosse diretamente e familiarmente ligada a Ele, nada mais
poderia por ela...
Segundo Bricaud, foi nessa época que fixou novo domicilio, por pouco tempo,
na Rua d’ Algérie. Mais tarde o veremos mudar-se para sua “base” definitiva em
Lyon. Mas, desde o casamento, uma vida dupla, cujo reflexo veremos: tanto na
existência do MEM como na de seus íntimos, instalou-se nos dois focos de sua
ação: o que chamarei “A Vida LYON-L’ARBRESLE”. E agora, Carolei, parece-me ter
chegado o momento oportuno, para introduzir Você mais junto da intimidade do
MEM MESTRE, dos seus Familiares e dos seus Discípulos íntimos.
Para isso, convido-o refazer comigo a minha recente – em 22 de setembro de
1956 - :
PEREGRINACAO A L’ARBRESLE
N. 32
O bilhete que se vê na foto n. 6 é um da coleção completa que veio da Peregrinação. Observe-se
que não somente deve ser destacada pelos Inspetores a parte “IDA”, como a de “VOLTA deve ser entregue...
Porém, todos os bilhetes de passagens e mais controles, vieram para o Brasil. E, não creiam que por
relaxamento dos Funcionários. Os outros passageiros entregaram, ou nos carros, ou nas borboletas de saída, os
seus. Bem, Carolei, eu tinha desejado trazer todas as lembranças para os nossos íntimos e para fazer compartir
um pouco mais, à querida Sadhanâ e a Vocês todos. “Acha” ! Há tanta gente que pergunta sempre: onde estão
os poderes? Onde estão os fenômenos? Não será na vida diária, despercebidos dos...”olha o cachorro”?
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Fig 10
F.6 – O Bastão, a Capa e a mala do Peregrino junto ao trem que vai de Lyon-Perrache para I’ Arbresle .
Fig 11
F. 7 – Parte chamada “Les Vernays”, de L’ARBRESLE, ressaltando o antigo castelo, depois “CLOS LANDAR”, no
qual morava o MESTRE. À direita, a seta menor marca o Convento, mais tarde – e hoje ainda – chamado “Clos
Santa Maria”.
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Fig 12
F. 8 – Os velhos muros, quantas vezes O vistes passar? Quantas vezes silvestres flores, perfumastes Sua
Presença?
Fig 13
F. 9 – Humildes, doentes, príncipes e poderosos, todos entravam, sequiosos de Bem, e saiam levando centelhas
da Sua Luz! Ainda e sempre algo dela paira ali...
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Fig 14
Fig 15
F. 11 – (Ampliação Franco-Kabir, do Rio) – Sobre os grossos muros, da antiga fortaleza, descansa o Terraço, em
cujo isolamento o MESTRE recebia os Íntimos, ou convivia com Familiares e com os Anjos...
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N. 33
As fotos de números 6, 7, 9, 10,11 e 12, tiradas por mim na Peregrinação, são parte das que
depositei no Retiro – O E. 455, de L. B., pág. 18, e das 4º e 5º ed. Francesas
N. 34
A revista ELLE, em seu número 609, de 26 de agosto de 1957, trazia, com ilustração da maqueta
do célebre arquiteto Lê Gorbusier, o projeto do Monastério Dominicano, a ser erguido em Eveux, perto de l’
Arbresle, primeiro monastério de estilo ultramoderno, de cimento armado, e “lâminas de Vidro ondulatórias”.
Cada cela tem sua salinha, pintada a cores vivas. Chão revestido de tapetes de borracha. Curiosa Igreja, em
forma de paralelepípedo, sem janelas: com telescópios de luz.
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OS ÍNTIMOS DO MESTRE
N. 35
E. 454 provêm de L. R. , pág. 15, achando-se também nas 4ª e 5ª edições; o E. 188 vêm de S. Ly. .
. de terça-feira 26-9-1893, pág. 115 do I vol.
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semeaduras germinavam, Carolei?... Mas, dos lábios do MEM, com que poder partia
o verbo e que a Promessa significava!
Fig 16
F. 12 – Será neste Seu banco solitário que o MESTRE irá nos aparecer?...
Fig 17
F. 13 – Ou, de tanto pensar em Sua amada Pessoa, que noites a fim, junto a este Lago, sofria e orava por nós...
mereçamos VÊ-LO?...
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Fig 18
F. 14 – E o Seu sorriso meigo, Seu olhar bondoso e profundo, envolviam aos íntimos, penetravam-lhes e
infundiam-lhes Amor, Fé, Humildade.
(Foto original dos Arquivos de Papus, gentilmente cedida pelo Dr. Philippe Encausse.)
É por isso que Marie E. Lalande ressalta (L. B., pág. 31), o valor de certos
ensinamentos “que são respostas a perguntas feitas na intimidade”. – E, veremos
logo que certas de tais respostas eram dadas sem palavras. Os íntimos deviam estar
atentos a tudo quanto dizia, fazia, ou fazia acontecer, o MEM, já que, “em torno de
um Mestre, nada acontece sem uma razão”, como tantas vezes tenho procurado
gravar na mente – oxalá fosse no coração! – dos que dizem procurar: consciência,
luz, verdade, ensinamento, apoio...
E. 799 – (A pág. 210 e segs. da 5ª edição, o Dr. Ph. Encausse refere estes
encantadores e luminosos fatos): - Era hábito firmado, por parte dos Discípulos do
MESTRE, festejar-lhe o dia onomástico na data de São Nizier. Um dia, manifestou o
desejo de ser “festejado” no domingo de Ramos (lembra-se do nascimento Dele,
Carolei?), que, nesse ano (1901), caia em 31 de março. Nessa ocasião, muitas
pessoas trouxeram-lhe flores. Ele as fez repartir pelas Sras. Chapas e Condamin.
Mas, como nada era feito ao acaso, cada um recebeu ramos de flores, com as cores
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Após ouvir esse soneto, o Mestre, comovido até às lágrimas por tanto Amor,
pediu para se retirar por breves instantes, para acalmar o seu coração...
Doce Mestre, em torno de vós, não mais males, não mais prantos
A vossa meta está atingida, tudo é alegria e esplendores,
A vida está, em nossa alma, à felicidade unida,
Hosana! Tudo sorri, é a aurora bendita.
***
Os Irmãos do Mestre – Sédir nos disse, a pág. 72 do I Vol., que ele era o mais
velho dos cinco irmãos – melhor dito, de quatro – e de uma irmã, cujo nome:
Clotilde, vimos na dedicatória da Tese. Um de seus irmãos, Benoit, lembrava-se de
existências anteriores; por vezes dizia a teu irmão: “Lembras, quando fazíamos isto,
ou aquilo?” Esse irmão veio, mais tarde, morar com os Philippe em l’ Arbresle. O
MESTRE amava muito esse irmão com quem podia falar mais do que outras
pessoas; e chorou quando foi levado pela epidemia de varíola que houve em l ’
Arbresle em 1881. (L. B. pág. 14)
E. 577 – Outro de seus irmãos, Auguste, - conforme foi-me relatado por Michel
de Saint-Martin, no Clos Santa Maria, também devia ser uma alma invulgar, pois
sentia tal respeito pelo MEM, que, cada vez que pronunciava o nome Dele,
acrescentava: “...digo, meu Irmão” e era preciso descobrir-se, gesto que todos os
íntimos faziam com muito sentido e natural respeito.
***
***
N. 36
A pág. 38 do Volume I, por um erro ocorrido na revisão dos originais da tradução, figura a data de
11 de outubro, inexata, já que, tanto na 4ª e 5ª Edições francesas do Livro do Dr. Ph. Encausse, como em
Lumiere Blanche – pág. 17 – figura 11 de novembro, sem dúvida alguma.
N. 37
Palavras de M. André LALANDE – do “Institut de França”, e irmão do Dr. E. Lalande, que foi o
esposo de Vitória, na I parte da B.M.H. a pág. 54.
N. 38
Jules LEGRAS, Professor na Sorbonne, 2ª parte da B.M.H., pág. 54
N. 39
Lembrança da Sra. Marshall, mais tarde segunda esposa do Dr. Lalande, em: L.B., Pág. 63, e em
B.M.H., págs. 82, 85 e outras.
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“Em novembro de 1897, dois meses após o casamento do Dr. Lalande, tive o
prazer – raro, creio – de ser recebido no lar deles, na Rua Tronchet, em Lyon, e de
apreciar todo o encanto da sua jovem esposa, loira (de olhos azuis), delicada, um
anjo, como foi dito”.N. 40
E. 443 – Victoire Lalande, “neé” Philippe, tinha anunciado a própria morte à sua
mãe, no momento do casamento. (M. P. 4º e 5º)
Victoire,casada em 2 de setembro de 1897 com o Dr. LalandeN. 41 faleceu em
24 de agosto de 1904, após poucos dias de cruel doença (N. 39),e, quando “Berthe
MATHONET foi avisar a Sra. Marshall que sua amiguinha falecera, a família
Marshall foi logo para l’ Arbresle. O MEM os recebeu na sala e disse à Sra. Marshall
“vês o que nos acontece”, e “vem vê-la”, e a levou acima, no quarto onde sua filha
repousava sobre o leito, toda branca e toda miudinha, em seu vestido de casamento.
O Doutor Lalande estava em Lyon. Ajoelhada ao pé do Leito, assim ficou a Sra.
Marshall, durante todo o tempo em que seu Mestre permaneceu, em pé, em frente
dela, do outro lado do leito. Ele fez um gesto, quis falar, mas havia outras pessoas...”
(N. 39)
Não sei Carolei, o que mais devemos admirar, nesse conjunto de fatos que – ó
tristeza para meu coração! – passam tão desapercebidos aos que lêem as biografias
dos Mestres e seus íntimos, apenas com os olhos do corpo, ou , quando muito, com
a atenção fria e seca dos buscadores de informação intelectual:
Com. 39 – Pois, em verdade, esse Anjo era, para o MEM, um companheiro, e –
na minha opinião – um sinal; sabia Ele que quando Victoire partisse, certos
acontecimentos, entre os quais a Sua própria partida, estariam próximos. E – acho
eu -, muito havia de O entristecer, ver que após tantos anos em meio a nós (os
mortais comuns...) tão pouquinho fora obtido!
Há muito mais: o aviso de sua própria morte, dado pelo Anjo Victoria; o suave
carinho dado por ela mesma à Sra. Marshall, a meiga e mística Discípula, que
haveria de ser o ponto de apoio para o total florescimento de Mare Haven, mais
tarde. E, ainda, como veremos, a própria condução que o MEM dava a estes
diversos seres, para que o destino providencial de cada um deles fosse se
N. 40
“Algumas lembranças” – 3ª parte da B.M.H., por L. Chamuel, pág. 67.
N. 41
Do texto do Dr. André Lalande, já citado, a pág. 35 de B.M.H., onde consta esta fina observação:
“O convite de casamento, de original formato, trazia, em lugar de iniciais, um medalhão quadrado, no qual
avançava, sobre uma água tranqüila, um cisne refulgente de luz. Em excerto, estas palavras tão apropriadas, e
que, com notável acerto, formavam exato anagrama dos prenomes dos noivos: Cui lúmen, ei et amor.
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cumprindo. Por isso, Carolei, veremos novamente, adiante, como Ele, nos
momentos que, para mortais comuns seriam somente de sofrimentos, seguia
exercendo a Sua missão e labor de Mestre, e... de Profeta até entre os Seus...
***
Outra intima: Berthe MATHONET. – Com. 40 – Carolei, Carolei! Que triste fico,
quando vejo aos que pensam procurar elevação espiritual, e, no entanto, seguem
considerando classes sociais! E não dando toda atenção que merecem os humildes,
de aparência, de condição, mas que, muitas vezes, são os poderosos auxiliares dos
Mestres, pela fidelidade, pela entrega de coração – feita de uma vez para sempre --,
sem retrocessos nem condições! Sem variações nem flutuações! Por isso, Carolei,
cantam como uma real homenagem ao MEM as muitas páginas que, ao longo de
suas lembranças, tanto em Lumiére Blanche como na B. M. H. , dedica Marie E.
Lalande a Berthe MATHONET.
A atuação dessa fiel Servidora (não no sentido da sua função doméstica, senão
no espiritual!) ficou especialmente ligada ao labor do MEM, em um dos seus
aspectos mais secretos: o da química farmacêutica e o da Alquimia, como veremos
no capítulo especial. Aqui, convêm lembrar, apenas que: em 1881 ele criou um
primeiro Laboratório de química, na Rua Coubert. Mais tarde, outro laboratório,
secreto, foi instalado na Rua du Boeuf , n. 6, em Lyon e, finalmente, havia também o
seu laboratório, mais privado ainda, de l’ Arbresle...
Nem os familiares ou íntimas pessoas do MEM tinham acesso a seus labores,
com exceção esporádica de alguns. Mas, Berthe MATHONET esteve sempre ao
lado, seja das fornalhas e aparelhos químicos, como da imensa autoclave e outros
aparelhos, nos quais misteriosas investigações e invenções do MEM se plasmavam.
Berthe, que nem sabia ler ou escrever, era assim, para tema de meditação de
muitos, a fiel ajudante de tão reservados labores!
Era, ainda, a fiel mensageira entre o MESTRE e os íntimos, levando cartas,
recados verbais, e os apontamentos místicos, dos quais hei de falar, adiante. –
Ciumenta por dedicação, desconfiada por função, Berthe chegava a receber com
prevenção as pessoas que , às vezes, haviam de se tornar prediletos do MEM,
pouco após; foi o caso de Mme. Marshall pois, “após tê-la recebido inicialmente
bastante mal, nos encontros que o MESTRE lhe marcava, Berthe chegou depois a
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pedir licença ao MEM para chamar à Sra. Marshall pelo seu nome de MARIA”
(B.M.H., pág. 81)
Era tal a dedicação total de Berthe que, “após o falecimento do MEM”, ela
continuava servindo fielmente aos Familiares e Íntimos do MESTRE, ficando até
chocada se algum deles ausentava-se na região na qual achava o Seu Túmulo, ao
qual Berthe subia diariamente e com quaisquer inclemências do tempo; tossindo
terrivelmente cada inverno, isolada pela sua própria impossibilidade de escrever e,
tendo tal angustia ao pensar que, algum dia, poderia ter que deixar a Rua du Boeuf,
onde tinha simultaneamente seu apartamentozinho e o Laboratório que conservava,
onde o MEM, e ela, tantas noites passaram, tendo Berthe, muitas vezes, terminado
uma preparação de acordo com Suas indicações, que a Sra. Marshall conseguiu
comprar, em nome de Berthe, o imóvel. Para obter acordo de seu marido, a Sra.
Marshall pediu a Berthe que fosse colocasse em seu testamento ao menino Philippe
MARSHALL que tornou-se, assim, herdeiro universal de Berthe MATHONET
(B.M.H., págs. 94 e 95).
Com. 41 – E, Carolei, para não esquecermos que, sempre, na vida, devemos a
outrem, e muitas vezes aos que nos parecem “menores” do que nós, os momentos
ou “cousas” mais preciosos da nossa existência, terminarei esta homenagem à fiel
Servidora, recordando – graças, mais uma vez, às lembranças de Mme. Lalande
(B.M.H., pág. 81) – que devemos a Berthe um dos mais belos Ensinamentos do
MEM: Ei-lo:
E. 588- “É a essa Berthe MATHONET que Ele disse um dia, quando,
desacoroçoada, ela não queria mais fazer certa cousa, perguntando se valia a pena:
que, se alguém tivesse ainda algumas mudas por plantar, e embora soubesse que o
mundo inteiro fosse terminar à noite, deveria assim mesmo plantá-las ainda pela
manhã, para ser um Filho do Céu”, - Obrigado, MESTRE!... Obrigado, Berthe!
Outro íntimo do MEM: Jean CHAPAS, o Sucessor diretoN. 42. - Já vimos, a pág.
170 e seguintes do Vol. I, alguns excertos do notável artigo de Christian de
MIOMANDRE, sobre Jean CHAPAS. Vamos resumi-los agora, situados com os
N. 42
Deve ficar bem claro, de uma vez por todas, para Você, Carolei, que estou apresentando, tanto
aos íntimos, que moravam com o Mestre ou perto Dele, como aos Discípulos externos – páginas adiante –
seguindo exclusivamente a ORDEM CRONOLÓGICA DAS DATAS EM QUE CADA UM DELES ENTROU EM
CONTACTO COM O MESTRE. Essa me pareceu a única forma de proceder que, ao mesmo tempo que
apresenta vantagem lógica no aspecto histórico, também tem a de evitar qualquer ordem preferencial, seja
minha ou de terceiros. REGISTRE-SE. – E registre-se, também, que irei mostrar – até onde a documentação mo
permitir – quais são os sucessores, representantes, ou pessoas mais ligadas na atualidade, em relação a cada
um dos Íntimos ou Discípulos diretos, comentados nesta obra.
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pormenores de outras fontes, o que nos dará, em conjunto, melhor Idéia do Filho de
Deus a quem MEM escolheu para Sucessor, principalmente no aspecto das Curas.
“O Mestre PHILIPPE tinha um colaborador que o acompanhava cotidianamente
em sua obra de cura e de soerguimento das almas; chamava-se Jean CHAPAS.
Gostaríamos, neste estudoN. 43, de mostrar a atividade e esboçar um retrato desse
Discípulo bem-amado de PHILIPPE, com o qual temos muito nos anos de 1921 a
1932”.
Jean CHAPAS nasceu em Lyon, em 12 de fevereiro de 1863... terminados seus
estudos primários e os de capitão de navegação no Ródano, cumprindo serviço
militar, já o MEM PHILIPPE trouxe para junto de si a este jovem no qual percebera
dons particulares para sua obra espiritual. (N. 43) Isso foi em 1883.
“Durante alguns anos, Chapas cumpriu em silencio, todas as tarefas que o
MEM PHILIPPE lhe confiou. Sabemos, pela própria Sra. Chapas, o que foram, para
o jovem, esses anos de provas espirituais e de formação interior, para o labor que o
aguardava.” (N. 43)
E. 538 – Finalmente , PHILIPPE entregou um dia a Jean Chapas, na presença
da moça que um dia seria sua esposa, uma corda com nós, que Ele tinha
confeccionado com especial intenção para Chapas, e disse-lhe, textualmente:
“Permanecerás diariamente uma hora no teu quarto; quando tiveres chegado a este
nó, estarás ante o Espírito Santo.” Jean Chapas nunca disse palavra alguma a
ninguém, sobre este assunto. (N. 43)
Após onze anos de fidelidade, Chapas viu aconteceu isto: “em 1894 o MEM o
apresentou a seus doentes na sala das sessões e disse-lhes, em 21 de fevereiro de
1894 (SS. Ly. –N. 44) :
E. 274 – Dizeis: Como é que agora estou sempre falando em Deus, quando
outrora não falava? Com efeito, agora o Senhor Chapas está encarregado de fazer o
que eu fazia outrora: ele anota o nome dos doentes e assume uma grande
responsabilidade. Eu não faço nada, peço a Deus. Agora isto: Deus só dará alguma
N. 43
Palavras do Homem de Letras Conde Christian de MIOMANDRE, sobre cuja personalidade
voltamos adiante. Cada vez que um Ensinamento dos citados neste tema provenha deste estudo, indicá-los-
emos com (N. 43)
N. 44
Ao pé do citado artigo de Christian de Miomandre, no número 5 do ano 27 (set.-out., 1953) L’
INITIATION, uma nota do Dr. Philippe ENCAUSSE esclarece que o manuscrito das “Sessões” (publicadas no
primeiro volume brasileiro por ordem de datas e, neste volume, por ensinamentos classificados misticamente)
provém de anotações tomadas por um “canut” (trabalhador da indústria têxtil, típica de Lyon), mais tarde
copiadas pelo Sr. François Galland de Nattages (Ain) e, finalmente, tornadas a copiar pelo Prof. Emile Bertrand,
da Faculdade das Ciências da Universidade das Ciências da Universidade de Liege (Bélgica). – Como se vê, a
“rede” dos estudiosos ocultos dos Ensinamentos do MEM... E digna da indústria têxtil de LYON...
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cousa a quem já tem e vos afirmo que toda pessoa que pedir por outras pessoas
que nunca vieram, estas serão curadas.
É possível, Carolei, que esses ensinamentos expliquem este fato:
E. 467 – Sua mulher, entrando certa noite no quarto em que ele estava em
oração, viu junto dele um brilhante Sol.
E, após esse ensinamento, do Manuscrito de Papus, vejamos outro, das
Sessões de Lyon:
E. 316 – É á vossa revelia que Chapas e eu procuramos com freqüência curar
a vossa alma, pois (do contrario) ser-nos-ia precioso obter de vós promessas que a
miúdo não ireis manter. Se a vossa alma não estivesse doente, o vosso corpo
estaria com boa saúde.
Isto foi dito em 9 de julho de 1894 e , diz Christian de MOIMANDRE: “Desde
então, Jean Chapas assistiu com regularidade ao Curador em seus trabalhos e, nas
suas obras para com todos aqueles que apelavam para Ele (N. 43)”. – Em 1898,
casou com Louise GRENDJEAN, filha de um artesão marceneiro; o casal teve duas
filhas, das quais a primeira faleceu menina.(N. 43) E, a respeito da tal morte, o
Manuscrito de Papus nos brinda o :
E. 466 – Ele teve uma primeira filhinha, batizada Martine, pelo Mestre em
março de 1899. Essa menina morreu ainda criança. Seu pai tinha perdido uma alma
sem defeitos; eis porque não pode ficar na Terra. Como ela adoecesse com
freqüência, seu pai foi a uma sessão de Mestre para pedir a cura. Foi-lhe
esclarecido que se ela vivesse, uma mãe de família deixaria os filhos órfãos. Então
Chapas respondeu: “Se deve haver lágrimas, prefiro que seja no meu lar.”
E por força do valor extraordinário de CHAPAS , que o MEM o tinha em estima
tão profunda, ao ponto de associá-lo em declarações espiritualmente
transcendentes, como as que se vêem neste ensinamento das Sessões de Lyon, de
27 de novembro de 1894:
E. 348 - Estou certo que ninguém pensa em agradecer a Deus quando lhe
chegam adversidades. É preciso ser forte para entrar no Céu; é preciso ser soldado,
e para sê-lo, é preciso ter feito exercício. A fraqueza não entra no Céu, porque os
fracos são preguiçosos.
É preciso antes de mais nada expulsar o orgulho do nosso coração, assim
como a maledicência. Os homens, esses, ficam às vezes irados contra um vizinho
que fez alguma coisa que lhes desagrada, porém as mulheres, essas vão primeiro
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N. 45
A família dos “Myomandre” (grafia antiga) é originária de Felletin, na região da Creuse, comuna de
Saint-Pardou d ’ Arnet. Enxameou no fim do século dezesseis para o Limousin... No século XVII contou com
advogados Membros do Parlamento em Limoges, conselheiros, etc. – No reino de Luis XVI, dois membros da
família, irmãos, foram postos na qualidade de guardas pessoais de Maria Antonieta. Um deles ilustrou-se pela
coragem em defender a vida da rainha quando do ataque ao castelo de Versalhes, em 5 de outubro de 1789,
pelos desordeiros vindos de Paris. Seu irmão, Marquês de Chateauneuf, emigrou para o principado episcopal de
Liége (Bélgica), onde deixou descendência, antes de desaparecer misteriosamente, numa viagem a Paris feita
na época do Consulado.
As linhas precedentes – da pág. 230 de L’ Initiation, set-out. 1953 – devo acrescentar, Carolei, que o atual
Conde Christian é autor de onze obras poéticas que precedem e constam da duodécima, seu delicado volume
POEMAS ESCOLHIDOS, que foi ainda sucedido, - até agora - por “Penseur et Jouvencelle”, que valeu-lhe ser
Laureado de Poesia pela Academia Rhodanienne des Lettres, e por “Antiphonaire”. Destas três últimas obras,
cujos Editores constam da Bibliografia, no fim desta obra, o Retiro guarda carinhosamente os exemplares
dedicados pelo querido Poeta.
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Então, Jean CHAPAS, com 58 anos de idade, como o viu Christian em abril de
1921, era aquele homem alto, singelamente vestido, de olhar suave, tez curtida pelo
Sol, voz profunda de violoncelo; de cuja aura emanava paz profunda.
Foi nessa ocasião que aconteceu o notável episódio da empregada que
desmaiou, ao ver a Luz e a Túnica branca – perceptíveis para ela, doméstica,
Carolei!... – de que Chapas se achava revestido, quando, em pé, ergueu a mão para
dizer o PAI NOSSO... (Vol. I, pág. 173)
Ouçamos mais algumas lembranças íntimas de Christian de MIOMANDRE,
reproduzidas do artigo citado na Nota 44:
“Freqüentamos Jean CHAPAS mais intimamente alguns anos mais tarde, por
ocasião do nosso casamento, em 1928, com uma das suas sobrinhas. Tivemos
então uma grave doença, e foi a prece ardente do Amigo de Deus que devemos a
recuperação da saúde, condenada pela Faculdade, Desde então, Jean Chapas
houve por bem nos adotar como seus filhos, à minha mulher e a mim, e durante os
últimos anos de sua vida fizemos em casa dele longas estadas, durante as quais a
nossa família cresceu em mais duas meninas...
“Chapas falava pouco, mas com curtas frases e notável cortesia. Ele respondia
antes, e muito mais, às preocupações interiores dos seus interlocutores, que aos
ditos destes. – Isso, criava às vezes verdadeiros qüiproquós, que Chapas deixava
ao outros o cuidado de desfazer, pois, tendo ele certa dureza de ouvido, ninguém se
admirava se parecia não ter ouvido! Entretanto, quantas vezes temos presenciado
ele tornar a citar um pedido de um doente, que apenas lhe falara em voz baixa! –
Devemos admitir que, em tudo isso, a natureza apenas o protegia de ouvir vaidades
e conversas fúteis.
“Se, por um lado, sua presença era o mais aprazível e sereno dos encontros,
também punha a palestra no terreno dos nobres sentimentos, verdadeiros e sadios,
como também lamentava suavemente aos que os não sentiam. Não desgostava de
gracejar e adorava mexer com seus amigos, na mais jovial dos tons.
“Da sua orientação geral e modo de ser, nada ressaltava de pedante nem de
livresco; não lia nem o Evangelho, nem Péguy. Era tão amigo de MillerandN. 46 quanto
N. 46
“Millerand, ministro francês daquela época, do Gabinete cuja composição permitiu o trocadilho
sobre o “cúmulo da destreza de um aviador” “ Faire un vol Briand, devant Millerand, de Bourgeois, et atterir, près
Dupuy, sans avoir Delcassé”. Os citados são todos homens, especialmente Briand, que lutaram tenazmente pela
preservação da Paz, assim como Jaurés.
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A Infância EspiritualN. 47
***
N. 47
“ANTHIPHONAIRE”, pág. 35.
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Nos dois dias passados lá, muito palestrei com o Eng. M. R., cujo nome místico
é Michel de Saint-Martin – homenagem dupla, parece-me, a Michel de Nostradamus,
por um lado e, por outro, a Louis-Claude de Saint-Martin; de ambos teremos que
falar... – e, das nossas palestras intimas, resultou em colher para Você, Carolei, uns
dados, que vão nestas páginas; e ensinamentos que, junto com alguns extraídos da
obra deste seguidor de Chapas, haverão de dar clara idéia do valor de Michel de
Saint-Martin, cujo livro: Revélations, é de indiscutível interesse para todos os que
desejam estudar a multiplicidade de aplicações e, de modos de apresentação, que
os Ensinamentos do MEM tem gerado, tanto através de seu direto Sucessor Jean
CHAPAS, como dos comentadores: da época do MESTRE, e posteriores.N. 48
Deixarei de comentar o fato que Revélations contém tão abundantes citações
dos Evangelhos que poderia parecer, Carolei, um tanto contraditório com o que de
Miomandre comentava sobre Chapas: que “não lia os Evangelhos, nem Péguy”. O
MEM recomenda ler e estudar o Evangelho e, bem possível é, Chapas
eventualmente tinha uma forma diferente de orientar a uns e a outros, bem como
tinha - eu sei disso por própria experiência – fases ou épocas, em que achava mais
oportuno, por tal ou qual material de trabalho em evidência.
Voltemos a Michel de Saint-Martin: alto, forte, enérgico; homem de mente
técnica, que correu o mundo todo em função da profissão. Mato Grosso ou Java são
igualmente familiares. Viveu e sofreu; amou e lutou, em modos que não é
necessário relatar. Foi temperado como todos fomos, ou havemos de sê-lo!
Envolto continuamente, na nuvem de fumaça, pois se vê que as virtudes do
fumo são, para ele, de indiscutível eficiência, o que Chapas, aliás, ensinava.
E. 596 – Sobre o próprio CHAPAS, achamos em Revélations (págs. 50, 60, 76)
formosos testemunhos dados por Michel de Saint-Martin; entre eles, na “segunda
visita”: “O Senhor Oliver (Chapas)) tinha-se calado. O silêncio que sucedia às
vibrações de sua voz grave, parecia-me cheio de murmúrios angélicos. Não ousava
mexer-me, sentia-me pequeno, pequenino, junto a este homem que parecia viver
N. 48
Na 5ª edição francesa do livro do Dr. Ph. ENCAUSSE, consta que Revélations teve uma primeira
edição em 1938 (Edições Psyche, 36, rue du Bac, em Paris), graças ao Sr. Heugel , “um amigo certo e seguro”, a
cujo grande coração o Dr. Encausse presta sentida homenagem, bem como a A. Savoret, que prefaciara aquela
primeira edição.
Em 1955, prefaciada com ardentes palavras do Dr. Encausse, saía a segunda edição – e dela citamos os
excertos e páginas nesta obra – da qual temos o prazer de resumir o Índice. Os 22 capítulos são: O Encontro –
Segunda Visita (do Autor a Chapas) – o Gênese – a Redenção – Caridade, Destino e Livre-arbítrio – As Doenças
– A Santa Virgem – O Septenário – Perguntas e Respostas – Os Soldados do Céu – Meditações – Após o Natal (
profecias e Prece).
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tudo aquilo que dizia e cuja sinceridade não oferecia dúvida alguma. A tal respeito,
devo dizer que, nos anos que se seguiram e no decorrer dos quais tornei-me um de
seus íntimos, pude verificar que nunca faltou, nem um vez, a Caridade. Ele parecia
viver uma vida retirada de camponês, mas era, na realidade, de uma atividade
assombrosa, pois multiplicava-se, literalmente. Ajudava a todo mundo; todos tinham
recorrido a ele por uma cousa ou por outra, e até aqueles que falavam mal dele,
vinham pedir-lhe ajuda nos momentos difíceis. E ele, sempre amável, prestava o
serviço pedido e a miúdo mais ainda. Mais tarde, diz M. de Saint-Martin, foi-me
pedido assistir as preces feitas por ELE. Confesso-me incapaz de descrever tais
momentos, a emoção que nos oprimia a todos... só o fato se escrevê-lo me
transtorna...
“Mas, não quero começar aqui a história de suas boas ações, e de suas
incessantes atividade; volumes não bastariam. Quero me contentar com dizer que vi,
com meus olhos, pelo menos a um homem sobre esta Terra, que vivia em meio de
nós, pondo em ação, em todas as circunstâncias de sua vida, os preceitos que
foram dados, há dezenove séculos, por Nosso Senhor Jesus Cristo.”
E, mais adiante (O Gênese), prossegue: “Nunca, desde cinco ou seis anos que
Catarina tratava da casa e me servia, por ocasião das minhas estadas, nunca tinha
me falado do M. Olivier; por isso, qual não foi a minha surpresa, ao vê-la falar
familiarmente com ele ao introduzi-lo. Mas, onde essa minha surpresa atingiu ao
cumulo, foi quando fiquei sabendo que os meus caseiros o conheciam, e que ele já
tinha, por duas ou três vezes, dado ajuda a animais da chácara, uma ovelha que
tinha torcido a pata, uma vaca que não ia bem no momento de parir, e não sei mais
o que; e o meu feitor me confessou que, quando estava sem saber o que fazer, ia
procurar a Monsieur Oliver para pedir conselho.”
E, ainda, no Cap. “A Redenção” achamos esta “revelação” (após cordial
diálogo, em casa de Michel de St-Martin, entre Oliver (Chapas) e o carteiro, a quem
M. Oliver apertara familiarmente a mão, comentando, para fugir aos agradecimentos,
a temperatura de quatro abaixo de zero daquela manhã...): “Ao voltar – da porta –
pensava M. Oliver me diria porque aquele bom homem – o carteiro – tinha-me
manifestado semelhante gratidão, mas não disse palavra! Muito posteriormente, é
que fiquei sabendo que a mulher do carteiro quase tinha, em conseqüência de
terrível crise de albumina, morrido de parto, e que os médicos nem mais esperavam
salvar a criança. Quatro médicos tinha sido consultados e foram unânimes: a infeliz
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estava perdida. Quando ela esteve no momento de dar a luz, sua cunhada foi
procurar a M. Oliver, e, ele mandou buscar a parteira, e quando lhe perguntaram
também se era preciso avisar ao medico, respondeu sorrindo: “Como gostem, mas
não há pressa para lhe comunicar o nascimento e o feliz alumbramento do vosso
filho; tudo irá bem, a parteira bastará.” Depois, deu alguns conselhos para os
cuidados à parturiente e ao pequeno, e partiu dizendo: “Voltarei depois de amanhã,
para cumprimentar a mãe e saudar o recém-chegado...”
Cabe, ainda, lembrar que, a pág. 87 da 5ª Edição do livro do Dr. Ph. Encausse,
o autor ainda assinala que o MEM PHILIPPE não deixou ensinamentos escritos,
salvo para muitos raros privilegiados, entre os quais Jean CHAPAS, e isso, a titulo
absolutamente pessoal e confidencial. Das minhas entrevistas com Michel de Saint-
Martin – setembro de 1956 – desejo brindar-lhe , Carolei, duas jóias:
E. 581 – Os Poderes de CHAPAS abrangiram: os minerais, vegetais, animais,
gentes e circunstâncias. (Palavras de M. de Saint-Martin.)
E, agora, esta história:
“Certo dia, refere Michel de Saint-Martin, ia acompanhando a Chapas, quando, ao atravessarmos uma
ponte de Lyon, aproximou-se um homem,que solicitou-lhe uma certa quantia, para um pagamento premente.
Chapas meteu a mão no bolso do paletó, tirou de lá, sem as contar, uma moedas de outro, que pos na mão do
pedinte. Mas, eu tive tempo de perceber que, cousa rara, o numero, de moedas dava a soma exata pedida. E
não creio que fosse hábito, de Chapas, carregar moedas de ouro no bolso do paletó”
Fig 19
F. 15 Jean CHAPAS
1863-1932
N. 49
Da pág. 18 da 5ª Ed. Francesa
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intelectualmente, pela sua imaginação, seu gosto pelos versos, seu espírito, seu tipo
de humor, sua faculdade de apagar logo os ridículos... Lépido, ardente em tudo
quanto empreendia, mas cortês, prudente e discreto em seus dizeres, dizia-se do
temperamento do delfinês... Desde a infância tinha a estranha rapidez em adivinhar
o sentido de charadas ou de provérbios. Mais tarde, tais dons faziam-no sentir quase
intuitivamente, o que os outros pensavam; e, quando médico, serviram
grandemente, à penetração do seu diagnóstico e à sua autoridade sobre os
doentes... N. 50
“...O seu pai, Sr. Lalande, ao vigiar os estudos dos filhos, tanto quanto lhe
permitiam suas funções, fazia muita questão de desenvolver neles músculos e
pulmões. Isso concorda, mais do que poderia parecer, com o tão marcado
espiritualismo das crenças dele (pai); tinha sido também muito desportivo... e, em
todas as cidades em que morou, usava as tardes livres, das quintas-feiras e
domingos, às vezes o dia inteiro, para fazer com eles excursões a pé. Em Digne,
especialmente, em meio às montanhas, Emmanuel Lalande, com a idade de seis ou
sete anos, realizou reais proezas do alpinismo que tanto desenvolveu mais
tarde...(N. 50)
“Após estudos de Liceu (secundários), terminados em Sens, foi,
posteriormente, para Paris, em 1887, encantado por ficar livre, solto, e por levar a
vida de um estudante de medicina, num Bairro Latino no qual a existência era mais
alegre, mais livre e mais fácil que hoje... em 1888 instalou-se num apartamento com
seu irmão, que ensinava em Paris. Lá reuniram-se futuros médicos, jovens,
professores, candidatos a Escola Normal... (muitos dele, ilustres hoje, cujos nomes
constam do livro citado) e lá tratavam de temas relevantes... No café Vachette foi
onde Emmanuel teve um primeiro caso, pessoal, de paramnésia, percebendo com
toda clareza um fato que iria ocorrer logo, e que “já tinha vivido” antes... Logo,
lançou-se em busca do “oculto”... terreno no qual reservou-se, sempre, estrema
liberdade de juízo, introduzido em 1891 no Círculo ocultista da Rua de Trèvise (por
uma amigo de Sens, o Sr. Lefort) conheceu lá, primeiro, a L. Chamuel, mais velho
que ele dois anos, e fundador da “Livraria do Maravilhoso”, à qual o Circulo estava
N. 50
Excertos, unidos em resumo, das quarenta primeiras páginas, de autoria do Sr. André LALANDE,
Membro do Instituto, na primeira parte da “Marc Haven”, e apresentados nessas nossas páginas, no “Comentário
48”. Evidentemente, no longo texto original, muitíssimos aspectos, desde os familiares, até os culturais e
filosóficos, em torno do Dr. Emmanuel, LALANDE, têm um relevo, interesse e riqueza – naturais na pena de um
Membro do Instituto – que se não podem refletir nos apontamentos resumidos já citados.
http://amopax.org 96
anexado; e, por seu intermédio, a PAPUS (o Dr. Gerard ENCAUSSE) que, também
ele, fazia então estudos de medicina.
“Papus já era, porém, autor do Sepher Jesirah, do Taro dos Boêmios, do
Tratado Elementar de Ciência Oculta, de muitos artigos nas revistas L’INITIATION e
Véu de Ísis, das quais fora o fundador. Não obstante sua pouca idade – tinha
apenas vinte e cinco anos – Papus gozava nesse grupo de grande autoridade e
comunicava-lhe ativo impulso. É por seu intermédio que Marc Haven foi imposto em
relação com Stanislas de Guaita, um dos mestres do ocultismo, de mais fama na
época, que o acolheu com simpatia e consideração; mas tarde, com Dr. PHILIPPE,
de Lyon, que devia desempenhar tão grande papel na sua existência.(N. 50)
“...publicou em 1892 seu primeiro volume de poesia: Turris Ebúrnea, cujas
cinco partes simbólicas sobem: da vida banal ao triunfo do ocultismo, místico, mas
operante: “Saber, ousar, querer, calar.” Por isso, o último poema se reduz a um
titulo, “A Esfinge”, seguindo por duas linhas de pontos...(N. 50)
“Estudou Homeopatia.... foi recebido como Externo dos Hospitais com ótima
classificação... doutorou-se em 1896... e, em lugar da brochura de poucas páginas
com a qual muitos se livram da “tese”, o Dr. Lalande apresentou à sua banca
examinadora um volume de 192 páginas sobre um médico e alquimista de Idade
Media: Arnaud de Villeneuve, que o atraíra pelo duplo caráter: de inovador –
orientado para as nossas descobertas recentes, e de ocultista herdeiro de longa
tradição. Recebeu, por essa Tese, uma das medalhas de prata que a Faculdade
outorga, cada ano, aos melhores...(N. 50)
“Logo depois de formado, Emmanuel Lalande não clinicou imediatamente.
Participou primeiro de uma tentativa de fundar-se uma espécie de falanstério
(monastério), no qual uma parte do dia estivesse dedicada ao trabalho manual, o
resto à meditação, à arte, às pesquisas teóricas e experiências sobre as ciências
ocultas... fracassada a tentativa, esteve em diferentes lugares, experimentando
cidadezinhas: se lhe agradavam para a clinica e para lá viver... seus parentes
aconselhavam-lhe vivamente Grenoble, onde as relações, dele e dos seus,
assegurar-lhe-iam brilhante porvir... mais do que tudo, seu horror a ser controlado o
fez negar-se... mas foi fixar-se em Lyon, a conselho de Papus, que desejava
proporcionar um auxiliar, provido de formação medica, legalmente documentada,
àquele homem extraordinário, dotado de influencia realmente milagrosa, chamado
PHILIPPE. (N. 50)
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lugar: será uma alma “qualquer”, a que podia merecer a Graça de tornar-se: genro
do MEM, esposo de Victoire, colaborador e – em certo aspecto – parcial protetor do
MEM: e ainda, um seu colaborador diário, durante os quase dez anos mais intensos
e múltiplos de ação do MEM, acompanhando-O até na Corte da Rússia?
Em segundo lugar: há muitas pessoas, Carolei, que não compreendem bem
que: para ser um Discípulo Intimo e, ainda, um sucessor – mesmo que parcial, seja
no labor de expor os ensinamentos, ou de aplicá-los: do assistencial ao social, ou do
filosófico ao hermético, etc. – é preciso ser: antes, durante e depois do encontro com
o Mestre, um ser que sabe o que quer e o prova em atos. É possível que sobre isto
seja útil meditar, para tanto “João-ninguém”, como dizemos aqui, que não parece
entender porque não se lhes confia certos conhecimentos, chaves ou atribuições.
Não seria, primeiro, necessário, serem “de confiar”? Acha, Carolei?... Sim! Ótimo,
assim não mais precisarei voltar sobre este assunto, que tão evidente há de surgir,
tanto nos ensinamentos, como nas historias, que se seguirão.
Deixarei de lado os comentários, tão acertados e belos, que Jules LEGRAS –
Professor na Sorbonne – fez, na B.M.H., sobre a já citada Tese: A Vida e as obras
de mestre Arnaud de Villeneuve, e os, ainda mais profundos, sobre Cagliostro, o
Mestre Desconhecido, Estudo histórico e critico sobre a alta magia, já que com
relação a este último, hei de voltar nos Ensinamentos do MEM.
Na 4ª parte de Marc Haven, nas cinco breves, mas substanciosas páginas
escritas pelo Dr. J. DURAND, há muito para colher e, mais ainda, para meditar ou
averiguar..., pois começa por ressaltar que o mais interessante dos movimentos
secretos, constituídos em França, nos últimos anos antes do fim do século
precedente, não teve ainda historiador. E que, tal movimento, fundada por uma
inteligência, tão rara quanto poderosa, desagregou-se logo que seu chefe espiritual
ligou-se a outras realizações.
Refere-se, ainda, a Emmanuel Lalande, que, após ter estudado os grandes
místicos, dedicou-se ao “método de extensão por degraus, posto em obra no correr
dos séculos por todos os grandes os grandes espíritos que quiseram,
apaixonadamente, o desenvolvimento psíquico da humanidade”. E que, para tal fim,
o jovem Emmanuel, reuniu, em torno a si, seus primeiros Discípulos, jovens
inteligências aptas a fazerem toda espécie de pesquisas, e “que passavam
comodamente do trabalho coletivo à reflexão pessoal, do estudo dos velhos textos
aos ensaios mágicos, “do laboratório ao oratório”. E que, assim, constituiu-se “uma
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N. 51
Do citado trabalho do Dr. J. Durand, págs. 57 a 60. B.M.H. E, Carolei, Você “acha“ interessante
meditar o que ficou grifado?... e... já sabe que a quase totalidade dos fracassos, ou das estagnações no
caminhão, provém da falta dessa aspiração-obsessiva?
N. 52
Pág. 65 e, possivelmente, Carolei, lhe agrade saber que, nesse local, mais de uma vez estive, na
minha juventude, levado pelo meu Pai e Mestre, CEDAIOR...
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Fig 20
N. 53
“L’INITIATION”, 1893-94, Biblioteca do Retiro, pág. 12 á 50.
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se a uma época de provações e doença. Nem rezar podia mais. Então resolveu ir
buscar a Deus, atingi-lo (os grifos que uso, são os dela), para não naufragar.
Concentrada nisso, sentiu pouco após um choque e resistência, mais rígidos que se
fossem materiais. Dias após, os médicos a deram por perdida. Ela pediu então ao
Céu que lhe concedesse dois anos (este grifo é meu!) para fazer cousa melhor do
que a vida que levava, pensando que, se no fim do prazo, não chegasse a nada
essencial, deixaria a Terra sem saudade!
Obteve então, da família, que afastassem aos médicos. E, a contar desse dia,
começou a se recuperar, lenta, mas firmemente. Um ano após – 1898 –
acompanhando o marido à Inglaterra, ela parou em Lyon, para encontrar-se com a
mãe que lá chegara. Desde o dia daquele pedido, ela vira freqüentemente o Bom
Pastor, inclinado para ela, com suave olhar, mostrando-lhe, com a destra, o
cordeirinho branco aconchegado no braço esquerdo Dele, indicando assim: que se
despreocupasse como futuro. Poucos dias antes de chegar a Lyon, viu em sonho ao
Dr. Papus (em casa do qual sua mãe combinara ir passar umas semanas com ela) e
ao MESTRE PHILIPEE. Viu-os caminhando juntos conversando (Outro grifo meu,
Carolei... lembra-se de Upasika?...) Ela olhou especialmente para o MEM, mas
reconheceu nitidamente a ambos, posteriormente.
De tudo quanto cito, dela, Carolei, gostaria de ressaltar isto:
“Só aqueles que o ressentiram, sabem o que pode ser um leit-motir de toda
uma existência, como seu fundo nunca varia, que esforços constantes são
realizados pelo espírito, para chegar até a consciência, assim como o trabalho, não
menor, que realiza o cérebro, para se adaptar e poder traduzir, cá embaixo, as
cousas do além. O salmista bem o definiu com estas palavras: “porque me devora o
zelo da tua casa” N. 54. Esse fundo do pensamento, constantemente preocupado pela
razão das cousas, foi também uma similitude de disposições que, mais tarde,
aproximou num bater de asas, o Dr. Lalande e Marie (Mme. Marshall).
“No fim do verão de 1898, Marie assistiu algumas sessões da Rua da Cabeça
de Ouro, onde, já antes de conhecer ao MEM, lhe indicaram o Dr. Lalande, em pé
contra um dos lados da porta, e a Chapas do outro lado. O Doutor Lalande
N. 54
Na B.M.H., este Salmo está indicado como LXIX, 10. Entretanto, Carolei, não deverá se admirar se às
vezes o achar com o número de Salmo 68 (de Davi), pois que isso provém da divergência entra os textos: grego
e o da Vulgata, com relação ao hebreu (Veja pág. 36 do notável Saltério organizado pelo progressista exegeta
Mons. Dr. João STRAUBINGER. Exemplar oferecido pelo Presb. A. Améndola dei Tebaldi, O.S.B.)
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raramente vinha, ocupado pelo seu consultório. Indisposta nesse dia, Marie quis
sair, mas nesse momento, tendo Chapas aberto a porta, entrou o MEM PHILIPPE,
empurrado por gente que vinha atrás dele. Marie também premida por outras
pessoas, achou-se apertada contra o MESTRE, ficando ambos assim, instantes,
sem poderem movimentar-se. Ele tinha os olhos baixos, mas emanava Dele tal
irradiação de todo o Seu Ser, que ela soube logo: Tudo estava aí. Tudo, a quanto
ela aspirara, o que procurava com todas as fibras de sua alma. Era a paz profunda,
e o refugio, houvesse o que houvesse.”
Com. 53 – Esse último grifo é dela, Carolei, bem como todas as citações desse
grito de amor de Marie: a Deus, à Vida e ao Mestre!
Ela, ainda, quem nos dirá, Carolei, cousas preciosas para nos ajudar a reviver
o que foram aqueles anos de encantamento, junto ao MEM...
E. 587 – “Durante a sessão, M. PHILIPPE falou-lhe; seu olhar era inesquecível
de Bondade e de Certeza. É impossível descrever tudo quanto se podia sentir na
Sua presença: uma bondade infinita vos penetrava e a gente achava-se novamente
na fonte de todas as cousas. Nem todos o que eu Dele se aproximavam,
experimentavam a mesma impressão: havia até uns, aos quais Ele inspirava grande
temor, a ponto de nem poderem Lhe dirigir a palavra; e outros, que não podia
agüentar o seu olhar.
Anos mais tarde, quando falava-se nisso, no decorrer de uma visita da família
Philippe aos Marshall, em SathonayN. 55
, havia francos comentários, na Sua
presença. Então, virando-se para Mme. Marshall, o MEM perguntou-lhe se também
ela O temia. Marie tomou logo um banquinho para sentar-se a Seus pés, pois isso
era no parque, e: “Não, respondeu, porque seria injusto demais”. O seu coração
fervia de indignação e de revolta... e a palestra mudou de tema... – Carolei, Carolei,
como queima, aos frios, o fogo do amor dos ardentes; e como dói, aos ardentes, o
gelo, que tudo paralisa, dos indiferentes!... e dos temerosos!...
“...em outras visitas iguais, enquanto outros conversavam ou jogavam croquet,
ela ficava retida junto ao MESTRE. Na mesa, quando a palestra não era geral, era o
M. PHILIPPE quem falava, e às vezes levantando-se do seu lugar, e parecendo
esquecer, na sua vivacidade, o lugar em que se encontrava. O Doutor Lalande
ouvia, sorridente...”
N. 55
“Sathornay”: vilazinha do l’Ain, arredores de Lyon.
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Marie, contudo, pensava que Ele não os abria, porque não precisava abri-los para
lê-los. E o único ser que tornou-se, para ela, um amigo, foi – posteriormente – o Dr.
Lalande...” (B.M.H. pág. 84)
E. 589 – Ela mandava ao MEM PHILIPPE, sob forma de notas ou de cadernos,
tudo quanto ela via, sonhava ou compreendia, porque Ele lhe dissera que lhe
devolveria tudo isso anotado, e ela entendeu que isso significava que Ele a guiaria
no caminho. “Toda essa vida, ela a trouxe, mais tarde, ao Doutor.”
Com. 55 – Não lhe parece, Carolei, estar novamente nos tempos Essênios, em
que cada devoto ou discípulo transmitia, à Superioridade, os apontamentos diários
de sua Vida Interior; não lembra as anotações místicas e psíquicas que, com
desenhos das visões, lhe brindam, a Você, Carolei, através destas páginas, os que,
como Sarah, e muitos outros, enriquecem a sua alma, com a deles!...N. 56
O Doutor Lalande referiu, mais tarde, a Marie, que: à noite, no Terraço, e antes
que sua esposa Victoire fosse enterrada, O MEM tinha-lhe dito que tornaria a casar
e que isso, na ocasião o penalizou e até chocou um pouco. Foi então que Marie
lembrou e compreendeu o gesto de hesitação – pela presença de estranhos – que o
MEM tivera quanto quis lhe dizer alguma cousa, junto ao leito da filha morta.
E a atitude imóvel, gélida e impassível de Marc Haven no enterro, era bem
mais pungente de ver, do que o seria qualquer manifestação externa de dor. Marie
pensou tê-lo recebido em sua alma desde aquele dia!...
......................................................................................................................................
Silenciemos, agora, Carolei, os dias que Marie evocará para nós, em que veio
a Partida do MESTRE!...
Mme. Marshall teve, pouco após essa partida, a filha – a que o MESTRE tinha
prometido ao Senhor Marshall, certa vez que este viera visitar Victoire, doente, e
buscara remédios para ela. A Senhora Philippe aceitou ser madrinha dessa menina:
VICTOIRE MARSHALL.
N. 56
E, Carolei, não creia que estamos sozinhos, ou mal acompanhados, nessa senda mística. Sem
recorrer a fontes misteriosas, ou longínquas, veja o que o “Diário de Noticias”, recentemente, publicava sob o
titulo de: “Renunciaram ao Mundo os MONGES DO SILENCIO”: ...E, após lembra e a historia dos Beneditinos,
dos Cistercienses reformados (tornaremos a falar deles, a propósito do Papa Legítimo, Carolei...) e sua
exortação “O PRAZER DE MORRER SEM PENA, BEM VALE A PENA DE VIVER SEM PRAZERES”, e de
descrever a vida dos “Trapistas”, aponta que: “...A única concessão a vida cultural é o “diário”, que o trapista (e
há conventos femininos) escreve todos os dias e cujo conteúdo é segredo – Quem não respeita essa lei, fica
isolado na sua cela durante um longo período; em seguida, a sua comida não é mais abençoada e os irmãos não
o saúdam ao encontrá-lo “- Carolei, quem come alimento não abençoado é “profano”, ou, profanador: esquecido
de Deus, por esquecê-Lo. – E, quem não mais saudado é, com o “Lembra-te, Irmão, é preciso morrer”, é porque
não mais está vivendo como QUEM PENSA na morte, ou, para ser mais claro: NA OUTRA VIDA... que os
DIÁRIOS contém...
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Algum tempo após, Marie teve que atender a cartas do Dr. Lalande, que –
comunicando ter achado, entre os papeis do Mestre, os cadernos dela – pedia-lhe
também conselhos e preces, e indagava quando poderia ser recebido. – Querendo,
também, poupar prevenir eventuais preocupações materiais à família Philippe, Marie
obteve do marido acordo para irem morar, todos juntos, em l’ Arbresle, o que
permitiu ao Dr. Lalande cuidar do Sr. Marshall, cuja saúda tornara-se delicada.
Uma fórmula de locação-venda do imóvel foi combinada, e os Marshall fizeram
então construir no Clos Landar uma segunda casa residencial. As Senhoras Philippe
(viúva) e Landar (mãe) achavam a antiga muito grande para elas. Ergueu-se pois a
nova, menor, religando-a ao Laboratório no qual o MEM passara tantas noites! A
mudança foi em novembro de 1906. Em maio, a segunda filha do casal Marshall,
MARIE, nascia na antiga casa do Clos Landar, na qual ainda mora hoje.
No inverno de 1907, TCHAI, o belo galgo, do qual Victoire cuidava como a uma
criança, e que nunca suportara as ausências do MESTRE, adoeceu e o Doutor
comunicou: “Esta noite morreu em meus braços, o amigo dos nossos queridos entes
idos”...
Assim, muitas ocupações, preocupações, lembranças, tristezas e aspirações,
iam ligando cada vez mais as duas almas.
Foi nesse mesmo ano que o Marc Haven tornou a interessar-se pela esgrima, e
pelo judô, do qual fez profundo estudo.N. 57
Uma viajem á Suíça, da senhora Marshall, em 1909, para pôr o filho numa
Escola Nova de Lausanne, motivou que ela, no verão passado em l’ Arbresle,
preparasse a família toda para ir morar na vila que alugaram perto de Lausanne. O
Dr. Lalande, que mandava versos e poemas para lá, teve que ir á Suíça para, logo
após a morte de Berthe Mathonet, evitar que o prédio do Laboratório de Lyon, que
fora do MEM, caísse em mãos indiferentes ou hostis. Numa das viajem que fez,
Marie pediu ao Sr. Marshal que, sendo seu filho Philippe menor ainda, o Dr. Lalande
o substituísse como executor testamentário, com o que o Sr. Marshall, já doente do
diabete que o vitimou dois anos após, consentiu, antes de viajar, para a Itália.
Liquidaram, assim, o laboratório da Rue du Boeuf, como antes já Marie fizera, junto
com Berthe, em relação ao da Rua Colbert.
N. 57
Assim como nem todo Hatha-Iogue sobe até a etapa espiritual, mas todo Liberado conhece o
manejo ioguístico do corpo; assim também, nem todo lutador de jiu-jitsu chega à etapa filosófica nem... além;
mas, todo praticante do Zen conhece, estuda e medita o judô. O sagaz M. Haven achara o rasto.
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Com. 57 – Aliás, Carolei, temos que fechar este estudo sobre o tão
interessante casal d Discípulos Marc-Marie, com algumas palavras de um de outro,
que nos mostrem o que eles eram e viviam, como místicos. – Dizia Marie:
“Para viver perto do M. PHILIPPE, era preciso ter trazido consigo uma procura
e um desejo sem limites das realidades que o rodeavam, ou então um parcela
dessas mesmas verdades, ocultas bem no fundo da própria alma. Só o amor pode
conciliar a enormidade de uma presença espiritual com a pequenez dos
acontecimentos. O Amor ou o Espírito.” (Grifei para Você, Carolei...)
E, ainda, no diz Marie: “O Dr. Marc Haven não tinha sido atraído para junto do
seu MESTRE, pela esperança de herdar Dele, alguns poderes, nem pela
curiosidade de ver cousas excepcionais. Esse “sonhador de eternidade” sofria sem
um minuto de trégua, “dentro do tempo”, obsedado pela procura das verdades
eternas. Apesar de tudo quanto aprendera, ele desesperava de achar um remédio
para o seu vácuo interior, quando um grupo de Paris o enviou, a ele, o mais cético, o
mais fino, o mais difícil de enganar, para ver a esse Homem de Lyon. O Dr. Marc
Haven voltou após certo tempo, mas para dizer que retornava a Lyon, onde contava
estabelecer-se. Ele tinha visto o “bruxo”, o “homem de traços grosseiros”, o “antigo
ajudante de açougueiro” – e outras tantas lendas em muitos aspectos – e aquele
homem o tinha recebido simplesmente, tal como ele era. Quando o Doutor Lalande
achou-se em Sua presença, sentiu-se repentinamente liberado dos seus sofrimentos
morais, vislumbrou em termo para suas próprias dúvidas, e a possibilidade de uma
ascensão sem fim. Uma segurança e certeza desconhecidas o invadiram e
ressentiu, por essas mesmas presenças, a realidade da preponderância absoluta do
Espírito sobre a matéria.
“Através do seu MESTRE, ele tocava por fim na realização total. Os
engrimanços complicados ficavam longe, enquanto uma Bondade sobre-humana
tudo concedia e, ante esse milagre interior, o Dr, Lalande inclinou-se. O encontro
com M. PHLIPPE acentuou nele a passagem da via iniciática para o coração, ou
seja: A via mística no real sentido da palavra. Nunca se pode ser místico ou
contemplativo demais, porque “a língua de fogo sutil, entrando neles e saindo deles,
é o que unifica ao Mestre com realidade, já que ela (a língua de fogo) tem a
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qualidade de ser com Ela (realidade). Seu coração está com o Mestre, a quem não
deixa, e ele (fogo) é o signo da Unidade pura, que é a meta do ideal.”N. 58
Quanto a palavras de Marc Haven, sobre o MEM PHLIPPE, já vimos suas
frases a Dr. Philippe Encausse, no primeiro volume (pág. 48 e segs.), além de sua
obra Cagliostro..., já citada, e dos anos de fiel entrega!
Só lamento, Carolei, não poder citar mais alguma cousa, dos notáveis
trabalhos de unificação dos ensinamentos do Oriente-Ocidente, que Marc Haven fez,
os quais, na B.M.H. comentam (pág. 107), que um seu Discípulo “Daniel Nazir” irá
divulgar nem volume a ser publicado sob o nome de “Cui lúmen ei et amor”; ou
citado os excertos apresentados a pág. 142, precedidos de palavras de outro seu
Discípulo: Paul SERVANT. São ensaios que se seguem: O Homem das alturas e os
Homens da Torrente – O Corpo, o Coração do Homem e o Espírito – Provas pelos
fatos – Provas pelos Textos. As tais páginas seguem-se seis de palavras colhidas
“por mim mesmo – diz M. Haven – dos lábios de M PHILIPPE e anotadas quase
imediatamente”.
Achá-la-emos, em cada tema correspondente, como Ensinamentos (de
numeração 521 a 537, inclusive).
***
N. 58
Marie cita assim “A Candela ou Unidade Divina” manuscrito esotérico dos Drusos. – Ver “Voile
d”Isis”, junho de 1931.
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cousa curiosa, os amigos de Paris ainda não tinham pessoal relação. – Tinham-me
dito dele “É muito secreto...” É possível. Damo-nos bem.
Em minutos, estamos no terreno das confidências. Fala-me no MESTRE...
confirma fatos, esclarece outros... é suave, reservado e cordial... o seu coração é
tudo, neste homem singelo e humilde. Sua irmã o olha e ouve com evidente
respeito. Há entre eles um código de olhares, de sentir, quiçá mais... – Ela, Maria,
levanta-se e vai, no quarto onde o MEM vivia e faleceu, buscar dois livros, que me
são obsequiados: Lumiére Blanche e Marc Haven, para que eu possa complementar
a minha documentação, e a de outros...
Mais tarde, fico conhecendo a esposa de Philippe: Louise; e uma das filhas:
leva o mesmo nome civil que Sádhanã: Maria-Luísa, mas tratam por MITOU. E,
todos juntos, mas sem Mitou, vamos à Grande Sala..., lá onde está o Centro
Espiritual do Mundo... lá onde se acha o Retrato do Imperador do Mundo... sob os
traços de um homem singelo: ELE... O MESTRE PHILIPPE... e, permitem-me
também fotografar e reproduzir esse retrato, nunca antes publicado... Já o verá,
Carolei. Por agora, olhemos o de Philippe Marshall e Marie, a irmã...
Apesar da pouca luz na Sala, tenho fé no pedido que fiz ao MEM, para deixar
sair bem esse filme... – curioso: é a única vez, na viagem que tenho Kodak 300-X...
superveloz... cousas... – silêncio...
Agora, vamos para o parque e o terraço. Lá, conversamos. Ouço mais do que
falo: segredos do MESTRE. A matéria prima – secreta – da sua “Héliosine”... o lugar
da laranjeira reverdecida... e outros Ensinamentos que surgirão nos devidos temas..
Ficar para almoçar? Obrigado, prometi a Michel de Saint-Martin, mas virei logo
após e tomarei o café da tarde. Trem de volta a Lyon? Não, Philippe MARSHALL me
levará, devagar... mais uma hora de palestra, a sós, com ele... – Obrigado, Marie,
por essa fotografia do Laguinho, onde ELE meditava... – Louise deixa-se, também,
fotografar. Juntam sementes de Capuchinhas para mim levar, e colhemos, todos
juntos, um ramalhete bem grosso, com muitos galhinhos e folhas da “Arvore de
Natal” (Espinheiro-Santo: Houx, em francês), que, no tempo do Mestre já florescia ali
mesmo. Real Talismã de Devoção, do qual brindarei Folhas aos íntimos e plantarei
as sementes, como as dos Ensinamentos: onde a terra for Favorável...
Ao café da tarde, também está presente o marido de Marie: o Sr. Charles
DOSNE, um benfeitor local, da Sociedade Protetora da Infância, do Hospital, etc. –
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Não foi ele quem me disse, é claro. Ao entardecer, a hora de me despedir das
Senhoras e do Sr. Dosne, chegou.
Philippe MARSHALL tira o carro do pátio interno, e saímos... quanta cousa
mais, que com certa correspondência ulterior dele se ampliará. E o abraço, os beijos
na estação de Perrache, e seu gesto último, tão cordial e espontâneo... Que bom,
Carolei, este trem, o famoso “Mistral”, com suas rodas de borracha, em 4 horas e
meia, sem nada sentir, nem a chegada à plataforma em Paris, segui pensando em
tantas cousas... E sentindo outras muitas!
Mas, é chegando no momento de explicar a todos, o pouco que se pode dizer
de, ou sobre, Philippe MARSHALL, para que cada um conclua como quiser e
puder...
Com. 59 – Você lembra, Carolei: ele nasceu naquele ano passado por seus
pais em Lyon. Victoire interessou-se por ele. O MEM também. Devido às mudanças
de residência do Sr. Marshall pai, o jovem Philippe estudou em muitos Colégios
diferentes: em Lyon; depois, na Suíça; após, no Liceu de Nice. Adotou uma
profissão singela: possui e dirige uma Oficina Mecânica, em Marselha. – Que outras
atividades, mais intimas, tem, é o que muitos gostariam certamente de saber.
Olhe, Carolei, pense um pouco nestas cousas: o MEM dissera que, quando Ele
partisse, “já teria cinco anos” (palavras de Michel de Saint-Martin, a mim) ou que
“quando aqui voltar, terei quase cinco anos” (palavras de Philippe MARSHALL, a
mim). Ninguém está afirmando, e Philippe Marshall menos que outros, que ele seja
uma “reencarnação do MESTRE”. Mas , não poderá ser um veiculo, um depositário,
especialmente para a Corrente de Lyon, da via privada do MESTRE?
Fig 21
F. 17 Philippe MARSHAL e sua irmã Marie DOSNE, na parte do Terraço, atrás da Casa e perto do
“Espinheiro-santo” do MESTRE.
(Foto Sevânanda Ampliação: Franco-Kabir Rio).
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Fig 22
Fig 23
F. 19 A Alameda termina nesse antigo portão do pátio interior do Castelo, pelo qual se vai para
o |Laboratório. Esse Cachorro também vigia discretamente
“...Philippe MARSHALL... ele não escreve, mas os amigos podem sempre lhe
escrever e ir vê-lo... entreguei ao filho do Dr. Encausse todos os documentos que
possuía sobre o ensinamento público do MESTRE PHILIPPE... mas, seria preciso
que nos encontrássemos (o Conde e eu) para falar destas cousas. Será isso um
dia? Desejo-o. Penso que será junto a Philippe MARSHALL que nós nos veremos
mais tarde. É a Ele que devo confiar todos os documentos privados que possuo
ainda sobre o MESTRE e seus Amigos... Nosso Amigo sofre muito, etc...” (Carta de
Chr. De Miomandre, de 9 de maio de 1958).
Você lembra, Carolei, que Christian de Miomandre é parente de Chapas,
discípulo Dele, que morou anos no Clos Landar, que seu Pai era Discípulo direto do
MEM... deve estar em condições de julgar, e de sentir, não acha?...
E, para terminar estas “impressões” – não quero ir além, por agora – isto: em
abril deste ano, a propósito desta obra, escrevi a muita gente, para ver de que,
ainda, podiam dispor como material, para enriquecê-la, para Você!... Marie DOSNE,
em carinhosa carta de 12 de maio, após certas informações sobre Lumière Blanche,
- que eu lhe solicitara – me diz: nada mais poder dizer e conclui “não estou, aliás,
qualificada para isso... não sei se tendes noticias do meu irmão?...” – Está claro.
Carolei?...
E, para facilitar a compreensão da herança e de como tudo foi parar na mão de
Philippe MARSHALL, - curioso, não? – faço este quadrinho:
Fig 24
http://amopax.org 113
***
próprio MESTRE ensinava: é aqui, na Terra, onde devem ser pagas as dívidas aqui
contraídas...
Veja, ainda, Carolei, o batismo do jovem Henri Durville (I, 47) e o MEM dando,
a um magnetizador já celebre, e contudo ainda incrédulo na parte espiritual (medite,
Carolei, como, até nesse terreno, a técnica pode andar divorciada, infelizmente, da
fé!) a oportunidade de “crer”, ao desmascarar, diante de Durville, de Papus, de
Chamuel (que a pás. 67 da B.M.H. esclarece ter assistido a isso, em dezembro de
1898, debaixo do pórtico da Igreja Saint-Merri), e de outros, a velha mendiga
pseudoparalítica dizendo-lhe quanto ouro ocultava no colchão!: O MEM “matava” –
por assim dizer – diversos coelhos com uma cajadada só; que magnífica
generosidade no uso do Poder!
Vejamos alguns ensinamentos esclarecedores, do MEM, sobre isso:
E. 279 – Cada ato meritório está, como tudo o mais, marcado em nossa fronte,
e ninguém têm o direito de nos julgar, já que Deus mesmo não julga: somos nós
mesmos que nos julgamos. Não acreditais que viemos para viver e não para morrer?
Não quero dizer que vivemos sobre esta Terra, mas aqueles que crêem em Deus
estão marcados no livro da vida. (S. Ly., 26-2-94.)
E. 386 – P: Quando se tem gozos íntimos, satisfações que não se pode
descrever, é a alma que se lembra?
R: Não, a alma não se lembra. A alma pode ter sensações que o corpo ignora.
O corpo também pode agir sem que a alma nada saiba. O espírito pode manifestar-
se e voltar atrás por certo período de tempo. Assim, que me aprouvesse saber de
uma pessoa que vem pela primeira vez, o que ela é, o que fez, o seu espírito, se eu
o interrogo e até sem isso, pode mostrar-me tudo quanto ela fez desde a mais tenra
infância. (S. Ly, 28-1-95.)
E. 287 – Tudo isso vos parece triste, porém acreditai que tudo tem a sua razão
de ser e que o agora feito tem a sua utilidade. Com freqüência as penas deste lado
prosseguem no outro, e no mesmo instante em que estes três indivíduos sofriam o
que tendes visto, seres que vinham de desaparecer foram liberados de penas
semelhantes (S. Ly., 28-1-95. Falta na 5ª Edição.)
Com. 61 – Cada ato está escrito, em diferentes modos, que se completam: tipo,
expressão, série, cores: são os modos gerais. Os fatos, em clichês que podem ser
vistos ou, diretamente sabidos, conforme veremos adiante, pelos que tem os
sentidos Íntimos, (não os astrais, que são os da mediunidade até a ioga, inclusive). –
http://amopax.org 115
Ninguém tem o direito de nos julgar: cada um já foi ou ainda será, isso mesmo que,
às vezes, condena em outros; e por que julgar, se tanto trabalho nos daria
conhecermos-nos primeiramente? E, como julgar, se nada sabemos e se Deus não
julga? Esta última afirmação do MEM é tremenda, porque Ele provava que sabia o
que dizia! E, se somos nós quem nos julgamos, não precisamos: nem que outros
nos julguem, nem julgá-los. Mais, como nos julgamos: atraindo e aceitando
(progressivamente, neste último caso) o que bem sabemos que nos corresponde. E,
se Você se atreve a protestar, Carolei, no silencio de seu quarto e frente ao MEM,
faça-o!
Viemos para viver: isto é, para progredir, melhorando o que está escrito (por
nós), sobre e em torno de nós; e por isso sobre nós – agora no sentido do que
consta no Livro da Vida: os que crêem e se esforçam, sairão desta Terra, para o
lugar imediatamente superior...
Com. 62 – Cuidado: devo advertir que o MEM, de acordo com o espírito
intelectual de sua época e com a língua francesa, não usava o léxico adotado pelos
ocultistas: corpo físico, alma perfectível e transitória, espírito imortal. Ele expressava-
se na forma que seguiremos usando em todo este livro (por respeito a Ele): Corpo
mortal; Espírito intermediário (parte emocional do homem, parte astral, que o MEM
diferencia do duplo (etérico), do qual Ele fala em importantes ensinamentos). – A
Alma (imortal) não se lembra: ela vive fora do tempo e do espaço, é divina de
essência e de dimensão. O espírito pode manifestar-se; por exemplo, retomar o
exato aspecto que tinha: minutos, anos ou vidas, atrás. Por um período variável
conforme o valor e a consciência espirituais. Mas, porque o espírito da pessoa
mostra ao MEM “se o interroga e até sem isso”? O MEM, como faz sempre, fala com
múltiplos sentidos: até sem isso, porque: a) O MEM sabe – já o vimos – TUDO , DE
TODOS; b) Todo espírito na Terra, posto diante Dele, sabe, também, que tem que
se “apresentar”... no sentido militar do termo, se cabe a analogia. Entendido? –
Desde a mais tenra infância: e antes também, mas o MEM limita sua expressão,
para não chocar nem ser prematuro... – Sensações corporais só: as materiais,
quando não despertam eco emocional ou mental. – As só da alma: vividas em
abstração do corpo (na vigília), sem sua participação, senão de suporte; e, as de
sono, transe, etc., quando sem reflexos corporais, ou quase, cousa extremamente
rara. Certos estados que veremos mais adiante, também. Um ”estado”, muito
interessante para sobre ele meditar, Carolei, é o que se instala no Discípulo quando
http://amopax.org 116
***
Chamuel. Tendo colocado diferentes ervas num pote de barro, cozinhou-as; saiu
disso um liquido que, posto sobre brasas, deu espessa fumaça. Ele teria se
colocado no meio e teria se dissolvido com ela. Só dois dias após o tornaram a ver
chegar na Livraria. Sorridente, um pouco galhofeiro, mas não dando explicação
alguma para o acontecido...
“Em outra oportunidade, penetrou em uma reunião em que se achava Sédir e
Chamuel. A porta estava fechada com chave. Os dois amigos corrigiam provas. Se
não me engano, tratava-se do Livro das Encantações. Totalmente transtornado por
essa Presença, eles se levantaram, mas o M. PHILIPPE, tendo tomado uma folha do
manuscrito, a pôs no bolso, e desapareceu da sala, como um fantasma. Dois dias
após, Chamuel recebia, pelo correio, o manuscrito corrigido.”N. 59
Com. 66 – Assim, Carolei, tendo o Poder de desmaterializar Seu corpo físico
(você sabe que, hoje, nos Laboratórios da G. Electric, estuda-se essa possibilidade
e a de – futuramente – “viajar” Você por cabograma? – Estou falando serio; isto é
científico... em estudo). Mas, o MEM o operava. A fumaça não só ocultava certa
parte da operação, como, eventualmente, a facilitava e mantinha no ambiente certa
pureza. Há como relação entre certos aromas e certos estados. Mas, não confunda,
Carolei, não estou explicando como se faz, senão os passos da compreensão da
possibilidade material. O Poder é espiritual.
Eu tenho visto como, em milhões de estrelinha de ouro, aproximam-se Seres
que moram no outro extremo do planeta. Mas isso é outra historia...
O caso do manuscrito é melhor para ocidentais: não há fumaça; há uma porta
fechada; há dois homens de reputação ilibada, como testemunhas; e há um
manuscrito levado através da parede e devolvido, corrigido, pelo correio!
Desdobramento em corpo astral não serve: astral não carrega manuscrito! Em corpo
mental superior sim... com o Poder de MATERIALIZAR o corpo físico onde quiser!
É claro que, depois disso, todos os ocultistas da época (perdão: os pouquinhos
deles capazes de crer!) iriam se submeter como Discípulos, a Quem dava essas
provas... após muitos anos de fiel dedicação!
Bem, como não sou M. PHILIPPE, não irei ensinar Você, Carolei, “como tornar-
se invisível”. E nem creio que o MEM o ensinasse... Mas, deixando de lado os
N. 59
Do relato “a propósito do Mestre PHILIPPE...” por “X...”, na revista “L’INITIATION, de setembro de
1955 (ano 29, n. 3) pág. 125.
http://amopax.org 119
engrimanços mágicos, posso lhe dar umas indicações, para ir treinando diferentes
métodos conjugados... Medite nisto: se um homem pode parar a mente à vontade e
entrar em real paz interior, não desperta eco nos que ficam pertos. – Se uma pessoa
aprende a distender e contrair sua aura, acontecerá o que muitas vezes me ocorre:
quando desejo, na rua não me vêem; e quando, pelo contrário, há muita gente e
podem incomodar Sádhanã, ela caminha atrás de mim, que ando com a aura um
pouco aberta. Os que passam pela rua, vão deixando um vão em torno de mim. Não
sabem porque. Imagine só, carolei, se um grão de pó como eu faz isso, que Pode
fazer o MEM! – Faltam duas receitas: quanto mais humilde se é, mais
desapercebido se pode passar, à vontade: há treinamento! E, quanto mais bonzinho
se é, mais atendido quando se pede para não ser notado. Já disse que são
acumuláveis...
E. 448 – Dois policiais levavam a um homem; ele aproximou-se (Chapas
estava presente). Philippe pediu-lhes que soltassem ao homem; os policiais se
negaram. Então, puxando um jornal do bolso, pô-lo entre as mãos dos agentes
dizendo-lhes: “Tomais, ai está o vosso preso!” E os representantes da autoridade
largaram do preso e levaram o jornal para a cadeia...
E. 796 – Estava um dia com Chapas sobre o cais. Passam dois gendarmes
levando um descritor. O M. PHILIPPE pede-lhes, cortesmente, que o soltem;
respondem-lhe grosseiramente. Então, Ele lhes aponta uma árvore próxima,
dizendo: “Mas, ai está o vosso prisioneiro. Segurem-no bem!” – E os dois
gendarmes aferram as mãos na árvore e....acordam uma hora após, olhados por
multidão irônica...
Com. 67 – Temos , assim, Carolei, dois ensinamentos mostrando que MEM:
não temia fazer demonstração de seu poder em plena rua, quando se tratava de
garantir a liberdade alheia; no segundo caso, há dois ensinamentos, além da
demonstração de Poder: um, que o MEM aprova a Objeção de Consciência (direito
de negar-se a matar, ou a prestar serviço militar, que é aprendizagem de
N. 60
assassinato – ); o segundo: que, pelo fato de terem respondido grosseiramente,
os gendarmes foram postos na prova de escárnio popular; generosidade do MEM,
N. 60
“O serviço militar obrigatório foi, desde mais de um século, a verdadeira causa de uma multidão de
males que afligiram a Sociedade.” (Carta de Sua Santidade o PAPA BENEDITO XV, em outubro de 1917, a
Mons. Cesnelong, arcebispo de Sens.) E, não esqueçamos que o moderno Santo Católico, o Abbé PIERRE,
defende corajosamente a “Objeção de Consciência”, primeiro passo para uma futura Era, na qual a Humanidade
renunciasse – por maioria absoluta – às guerras!
http://amopax.org 120
que lhes permitiu pagarem, assim, à vista, a dupla falha: a seu dever funcional, deles
e a Verdade que Ele representava.
E. 798 – Em sessão, dois auditores são solicitados a colocarem as mãos acima
da cabeça. Instantaneamente, ficam como coladas e, isso, apesar dos esforços
feitos por duas pessoas vigorosas para separá-las.
E. 800 – Um jovem dragão tinha se ferido gravemente pelo seu cavalo (fraturas
múltiplas). Resolvera-se uma amputação... O infeliz soluçava, antes da idéia de
perder uma perna. O M. PHILIPPE acerca-se dele e lhe diz: “Por que choras?
Amanhã estarás curado!” No dia seguinte, para total surpresa dos médicos, a cura
era completa!
Com.68 - Vemos, assim o uso do poder, desde a demonstração singela, de
dominar a força física e a vontade (duas coisas das quais todos nos orgulhamos
tanto, e demais!), até o uso - dádiva maior - para evitar que um ser, que certamente
o merecia, ficasse aleijado e perdesse seu lugar, na Cavalaria e na Vida social! - E,
isso, em silencioso desafio aos médicos, e à lei humana, cada vez que a ignorância
cientifica (relativa) não solucionava, bem o caso.
Falta-nos, agora, Carolei, olhar um pouco mais de perto: até onde podemos
entender essa vida dupla: a do “burguês visível”, e a do MESTRE nele ocultado,
voluntariamente; e, se ele mesmo deu algumas indicações sobre isto...
***
orgânica de mais perfeita organização, neste planeta” – passa sem dormir. Será por
isso que dizem que esse animal vem do planeta VÊNUS, onde tudo é mais
adiantado que aqui, assunto sobre o qual o MEM nos dirá alguma cousa…
É claro que, ao nos ser dito que Ele possuía um completo conhecimento de
Alquimia, Química, etc… já percebemos que esse burguês… não é tal!
E cabe lembrar, como transição, Carolei, aquele “caso” do E.462, em que O
vimos fazendo com que o capitão da lancha A Môsca deixasse de parar nos
embarcadouros nos obrigatórios no trajeto. Ninguém reclamou, nem percebeu…
mas, será que você, carolei, percebe a complicação real do caso: fazer um serviço
público sair do horário? Impedir a uns de embarcar e a outros desembarcarem? E,
QUEM arruma tudo que isso poderia desarrumar, mas vidas de toda essa gente? E,
QUEM faz com que, pelo contrário, fiquem beneficiados, por terem elaborado –
embora involuntariamente – naquilo que ELE tinha que fazer com tanta urgência? –
Como vê, Carolei, não são as cegas explicações “sugestão coletivas”, ou qualquer
outra asneira do mesmo quilate “intelectual”, que resolveriam o que ELE tinha que
resolver para fazer isso. Compreende, Carolei, que numa das condições do Poder
Espiritual é o sentimento de responsabilidade coletiva?
E, que gratidão, ou que outro laço, ligaria o capitão, para ele, sem sugestão,
em plena consciência dizer, só, ao MEM: “ah, sois Vós; está bem.”E ordenar logo a
plena marcha e a supressão das paradas. Gratidão e Decisão, aliadas, Fé e Entrega
também. Acha, Carolei? Ótimo!
Com.71- lembremo-nos, ainda, de que nos disseram que ele mudava a cor dos
olhos. Geralmente castanhos (o homem, e o tipo familiar), mas, às vezes,
apresentava-se com olhos de esplêndido azul (I, 50). Estes últimos eram os Seus
mesmo: os do Grande Ser celeste.
Com. 72 – não esquecemos, carolei, que o MEM tinha aquele misterioso
quartinho, já mencionado a pág. 46 do I Vol. – lá onde ele mostrou a Papus o “filme:
sucessão de clichês” da vida passada das duas mulheres que tinham deixado
morrer de fome á jovem parenta para dela herdarem; esse quartinho misterioso,
Carolei, era o ORATÓRIO DO MESTRE. Eu o tenho visto – nas minhas pesquisas
psicológicas, como diria o MEM -, assim: um quartinho pequeno, com paredes lisas,
pintadas de cor clara – marfim puxando a creme e mobiliado apenas com
banquinhos singelos, de madeira; mais tarde usei esse dado para desenvolver, em
alguns dos meus, a observação do que acontece na aura humana, quando a pessoa
http://amopax.org 123
está em prece, ou sob sentimentos opostos. Já veremos alguma cousa das “auras”,
adiante…
Você imagina, Carolei, o que seja o ORATÓRIO de um Mestre como o MEM?
O lugar no qual ele orava pelos doentes e transviados; onde ele assumia as
promessas alheias - que já nos disse que endossava; e onde, também, aceitava os
sacrifícios capazes de compensar certos acontecimentos e mudá-los, ou suprimi-los!
– Por isso disse Papus que: “era uma grande honra”, ser admitido nesse quartinho…
no qual terá desfilado, mais tarde, tanta gente, sem ver outra cousa senão um
pequeno cômodo desconfortável… Isso é a imagem da vida, Carolei!...
Com. 73 – lembra, Carolei, já vimos que, só em certa época, mais ou menos
em redor de 1892, é que o MEM teve a Revelação do “Seu Mistério”: Encarnações
passadas, Missão atual, plano de Origem, e mais Mistérios transcendentes. – Isso
virá à luz, aos poucos… lembremo-nos, também, o que ele mesmo revelou:
E. 255 -… E, se não vou na hora indicada, não fica igualmente aliviado o
doente? E todas as pessoas presentes, quando eu disse que iria vê-las, não ficaram
aliviadas? E algumas não sentiram a minha presença? Pois bem, não posso ir a
toda parte ao mesmo tempo; e não vou a toda parte com os pés…
E. 496 – Não, me dizem o que peço; não preciso olhar; isso é possível, mas é
demorado demais e muito difícil; é preciso uma calma muito grande para isso. É
muito mais simplesmente que sei; conheço bem as pessoas, eis tudo. É exatamente
como para dizer o estado da vossa mão, não precisais olhá-la, é vossa e a
conheceis. (L. B., pág. 41).
Com.74 – Falta de fé das pessoas, às quais ele lembra que, quando ele
promete, embora elas nada vejam, nem confiem suficientemente, o prometido se
realizar; e, ainda, que ele vai a muitos lugares sem ser com os pés; vale dizer: em
corpo sutil, fato que ele prova logo, dizendo: uns me sentiram. (Poderia ter dito que
muitos O viram, pois era a realidade.) – No E. 496, a cousa sobe de plano: “…não
preciso olhar: SEI.” Que forma singela, mais do que discreta, de declarar a sua
posse da Gnose, que já comentei – O Saber, a cognição direta. E, o modo de dizer
“conheço bem as pessoas”, alude – ainda mais discretamente – às duas raízes
desse conhecimento: uma, as séries humanas (como eu as chamei sempre) e que o
MEM ensina como Caminhos-Famílias, etc, como veremos na parte mais reservada
de Seu ensinamento; a outra razão: Sua Presença entre nós, desde o inicio desta
Terra, cousa que ele, em forma velada declara, ao falar da “mão”. É como se
http://amopax.org 124
dissesse: sois a minha mão, a ferramenta que tenho usado, desde o início, para
realizar o que a Vontade de Deus planejou, para esta que ele dá a prova do que
comentei aqui.
E. 579 – Vimos, a pág. 57 do I Vol. – no artigo de Pierre Mille – que o MEM
jogava na bolsa, para os pobres… - Acho interessante relatar um fato, que Michel de
Saint-Martin me contou em 1956: um homem vem consultar ao MEM, sobre como
jogar na bolsa para conseguir certo rendimento ou soma, que precisava; o MEM lhe
dá uma indicação. - Horas depois, outra pessoa vem, pelo mesmo assunto, e o MEM
lhe dá também indicação. – No dia seguinte, na Bolsa, estas pessoas se encontram,
pois são amigos, e contam-se o caso da consulta, verificando que o MEM dera
indicações diferentes. Cada pessoa resolve – secretamente – jogar na Bolsa com o
que fora dito ao outro. – Ambas perdem, pois jogam a contratempo; o MEM tinha
dado a cada um segundo o temperamento, etc… Mas, a pouca fé, a desconfiança e
o desejo de “lograr ao amigo” (pois outra cousa não era, no fim das contas!) fez
ambos perderem, embora o Boletim do dia mostrasse que o MEM acertara em
ambas as indicações.
Com. 75 – Como vê, Carolei, não é fácil seguir as indicações de um MESTRE,
pois elas sempre contêm, “testes”. Eu sei disso, arranjei bastantes desafetos por dar
algumas pequenas indicações nessa forma! Aliás, nem sempre o que quer lograr,
deixa de ser logrado. Vamos, Carolei, ver que o próprio MEM nem sempre achava,
não obstante a quotidiana prova de seu Poder, nem a entrega e nem a fé,
suficientes, para brindar mais oportunidades aos que o cercavam.
E. 580 – Michel de Saint-Martin também me referia isto: Diversas vezes, o
MEM, quando passeando com Discípulos, ao chegar perto das ribanceiras do Saône
ou do Ródano (e ambos são impetuosos e frios...) dissera: “Aquele de vós que
acreditasse, poderia atravessar este rio a pé, pois bastaria que eu lhe dissesse:
Vá…” Nunca achou “candidato”, como dizemos cá no Brasil! Isso, Carolei, é outra
imagem e razão do porque os Mestres levam de volta – por assim dizer – muito do
que trouxeram com intenções de nos brindar…
Com. 76 – Não devemos esquecer tampouco, Carolei, que o MEM MESTRE,
não só dava muita importância a tudo quanto lhe alcançavam os seus raros
Discípulos mítico-psíquicos (como Marie, Papus, etc.), como também anotava tudo
quanto ele mesmo prometia ao Céu, como aquela anotaçãozinha manuscrita, Dele,
escrita em 13 de julho de 1896, às 7 horas e 15 da noite (citada a pág. 66) do I Vol.:
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(N. 61)
N. 61
A origem dos Ensinamentos citados ou, reproduzidos, dos quais não se citou a fonta no texto das
recentes pág. É a seguinte: Ens. 421,428,430,448,461 e 462, figuram nas 4º e 5º edições francesas, como
“provindo de diferentes fontes” ( ver I Vol., pág . 163 ). – O E. 255 é de S. Lv, 22-1-1894
http://amopax.org 126
Consciência e do Amor. Sendo assim, o MEM MESTRE - ainda mais na sua função
de Imperador deste Mundo – não poderia deixar de interessar-se por ajudar e unir, o
mais possível, aos Representantes – contemporâneos desta Sua última Encarnação
– das ditas correntes, vindas dos fundos da pré-história, ou seja: daquelas idades
sobre as quais a historia nada sabe, mas em que, isso não obstante, havia Vida
sobre a Terra.
Daí, Carolei querido, tornar-se imprescindível, já que não pude incluir neste
livro os “famosos” 43 capítulos sobre a Tradição, que ficaram para outro livro
diferenteN. 62, brindar a você pelo menos, o maravilhoso “Quadro Geral da Tradição”
que o sábio e generoso PAPUS organizara, com essa clareza de conceito que foi, é
e será a característica dos verdadeiros Martinistas, e os distingue dos amantes das
elucubrações, complexas e prolixas, que constituem grande parte da literatura “dita”
espiritualista, esoterista e Cia…
Com. 79 – Vamos ao Quadro, e ao MESTRE: depois dos primeiros Amarelos –
sobre os quais pouco se sabe ou se pode dizer – depois dos primeiros tempos
Egípcios (quando o sol se levantava do lado oposto ao de hoje, como prova o
N. 63
Zodíaco de Denderah – , e depois, também, dos esforços dos Brancos com os
primeiros Drúidas, é que o Quadro começa a indicar datas; melhor dito: épocas,
iniciando com 8.640 anos antes da Vinda de Jesus.
Acompanhado as múltiplas Correntes, que atravessam os séculos e
caracterizam as Sociedades humanas, e as civilizações que resultaram de cada
Corrente, ou simbiose – mistura íntima – de duas ou mais delas, em cada época e
lugar considerados, é que Você, carolei amado, poderá entender alguma cousa, não
somente do papel que o MEM MESTRE desempenhou, nesta Encarnação – e em
N. 62
– Ver a pág. 16, na “Segunda Palestra com Carolei”. Se for possível, hei de procurar, nesta
encarnação ainda, escrever um TRATADO DE SARVA IOGA, que provavelmente incluiria esses 43 capítulos. Se
não puder ser, um Discípulo receberá certas indicações para poder organizar e escrever esse trabalho, que
considero especialmente necessário na América Latina, em vista da grande ignorância reinante sobre o assunto,
fato compreensível, já que os Espíritas são maioria – que se conforma com Kardec; e que, dos “esoteristas”,
apenas alguns Teósofos parecem ter uma informação ponderável, embora muito unilateral, já que o Oriente os
fascinas… infelizmente só na teoria em muitos casos. Daí, resultar valioso, a meu ver, a contribuição de um
material sério sobre como é onde achar dados e provas. Da estreita união e seqüência dos efeitos e dos
métodos práticos, que devemos as sucessivas Correntes de MÍSTICOS reais. O “Quadro” pode ser achado na
págs. 108-109, isto é, no meio do 8º caderninho.
N. 63
– Não esquecer que o filosofo, escritor e iniciado em ioga, Paul Brunton em uma de suas obras: O
Egito Secreto (pág. 198 da edição francesa de 1941) mostra que o Zodíaco de Denderah tem uns 90.000
(noventa mil, carolei…) anos de existência ou, pelo menos, de tradição astronômica. Por outra parte, os
estudantes sérios poderão meditar, e comparar o dito por Immanuel Velikovsky, em sua obra Mundos em
Colisão, obra que supera a tudo quanto tem exposto, com tantas palavras e fantasias, muitos autores modernos
com “revelações astrais ou psicográficas”. Um pouco mais de ciência, e de conhecimento do que JÀ FOI DITO E
PROVADO, não seria demais!...
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N. 64
– Para compreender bem, Carolei, o verdadeiro papel dos Chefes de Ordens, de Correntes de real
importância e seriedade, ele, queira estudar o dito, no livro Yo que caminé el Mundo, sobre “Seres ejes-
espiritualistas” etc… a pág. 88 e seguintes… e o que, nesse livro,está colocado em outras pág , para ser achado
pelos que são “ de Inquieto para cima”… e sérios.
N. 65
– Os Membros da Ordem Martinista e outros estudantes sérios, poderão consulta com proveito, o
notável artigo de J.de la C. (S.: I.: ), publicado em março de 1956, a pág. 21 da revista L’INITIATIONN, sob o
título “O Martinismo e a Tradição dos Superiores Incógnitos”.
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MESTRE…
***
Fig. 25
dado sobre o elo – Sr. Bouvier – pelo qual o MEM manejava, por assim dizer, todo
um setor composto pelos mais amplos dos espíritas Lyonenses, cuja característica
se manifestava em dois aspectos: 1 – estudavam magnetismo (via positiva, cuja
importância extrema tornaremos a achar, adiante). 2 – Não temiam agir no aspecto
social e no procurar unir: igrejas, Nações, e, numa escala menor, porém
possivelmente mais difícil:… setores “espíritas e espiritualistas”!...
Numa carta de Jean BRICAUD, em nosso poder, vemos que estima e que
poder atribuía o autor da carta à “AMO”. Diz assim: “… Aliás, se houvesse uma falta
de harmonia persistente – o que não creio (ele se refere a “entre componentes de
grupo”) penso que poderíamos, em comum, trabalhar com AMO e diferentes
personagens que tiveram certa influencia no ocultismo…”.
Não esquecemos. Carolei, que esta opinião é a de quem já era: Patriarca
Gnóstico, Grã-mestre da Ordem Martinista de Lyon, autor de muitas obras valiosas,
etc. N. 66
Existia, alias, naquela época – antes de 1892 – em Lyon, uma “Fraternidade
Lyonense de estudos Psíquicos”, que em maio de 1892 era presidida por Elie Steel,
um dos homens que, com Cavarnie, Bouvier, “AMO” e outros, iriam dar a PAPUS o
maior apoio possível, mais tarde, como veremos em temas posteriores.
Assim, pouco a pouco, vemos desenhar-se o panorama Lyonene, e surgirem
as figuras de primeiro plano, entre as quais este “AMO”, sobre cuja personalidade e
ação direi, agora, precisões maiores.
“PIERRE VITTE (nome civil de “AMO”): um dos nossos bons amigos, um dos
homens que mais fizeram pelo progresso das nossas idéias deste vários anos, o Sr.
VITTE deixa a França dentro de poucos dias e parte o Oriente… este antigo
discípulo da Escola Politécnica, este engenheiro eminente é antes de tudo um
modesto e deve servir de exemplo a todos os que querem seguir a “via da
sabedoria” Vitte nunca quis ser parte exclusiva de nenhuma sociedade nem grupo
nenhum. Ele realizou o programa magnífico de ser o faro da união, em meio das
discórdias das pessoas e, se ele não foi membro de nenhuma sociedade
“espiritualista”, todas as sociedades, sem exceção, devem-lhe grandes serviços,
sérios apoios e numerosos membros.
“Percebendo, em virtude do seu posto, elevados vencimentos, Vitte só
N. 66
– A carta de Jean Bricaud, datada, em Lyon, em 29 de novembro de 1922, foi dirigida ao Eng. Jean
Gattefossé, que teve a fineza de nos ceder o precioso documento, que contém outras informações ainda.
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N. 67
– Citaríamos. Entre outros: “A via” (vol.28), “Unidade, Amor, Ação” (vol. 31). “O Amor e as Doutrinas”,
este dedicado a Madame Papus, em julho de 1896; “O Amor e a Felicidade” ( vol 32). )este em 1897. E de se
apontar, pois, que muitos desse artigos são posteriores á sua ida, e a seu regresso, na viagem feita à índia, fato
que constituí a melhor retificação desacertada frase de quem escrevera, em uma nota do artigo de pág.17 do
vol.29, isto: “todas as nossas felicitações devem-se ao nosso irmão Jounet. Pela atividade inteligente de seus
esforços em favor desse Congresso da Humanidade, proposto em primeiro lugar pelo nosso prateado em
misticismo AMO.. Dói ver que um autor – místico cristão – possa considerar perdido e prateado a alguém , pelo
fato de ter ido para o Oriente. – Essa mesma limitação é útil para estudaras obras do dito autor, cuja identidade
reservamo-nos apontar apenas aos nossos estudantes sérios, pois discernimento e mexerico não são a mesma
coisa!...
N. 68
– Em 1946, por ocasião de breve viajem ao Brasil, achava-me por alguns dias no Rio, e, ao passar
pela rua rosário, senti repentinamente impulso – que meu Anjo, ou algum Mestre da Corrente Martinista, ou O
MESTRE… - que me deram , para eu entrar numa Livraria, em cujas estantes distingui logo o livro raro… que me
cobraram como tal alias!
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N. 69
– Carolei: preste atenção a essa frase de AMO: precisaremos dela para compreender bem, mais
tarde, certas campanhas do ALBA LUCIS…
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N. 70
A página 238 e 239 do livro citado, que menciona reproduzi-lo de “ LINITIAON”, julho de 1896. A
única diferença é que no livro, esqueceram de reproduzir a dedicatória a Mme. Papus, que citei na nota 67…
felizmente os Arquivos do Retiro sã bastante completos…
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***
N. 71
– “Deux Manuscrits hébreuxz de la Mer Morte” – M. Del Médico. Ed. Geuthner. “L’Enigma des
Manuscrites de la Mer Morte” – M. Del Médico, Ed. Plon. – No que se refere as obras do R. P. Danielou, cabe
citar: “Les Manuscrits de Mer Morte”, e “Origenes du Christianisme”, devendo-se, ainda, apontar que o citado
Padre Professor do Instituto Católico, é francamente partidário da idéia de serem os Essênios o elo que faltava
no “início do Cristianismo”, como bem apontou “L’EXPRESS” na longa reportagem de 4 grandes páginas e meia,
citada.
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N. 72
– “Pergunte e Responderemos” – N. 2, de fevereiro de 1958, págs. 44 e segs. Do citado artigo, só
podemos aprovar o que, aliás, tínhamos deixados entrever, a pág. 286 e 287 de Yo que caminé por el Mundo,
sobre certas sociedades comerciais que se intitulam Rosa-cruzes. Mas, isso não é coisa que acontece só neste
setor! Mais vale não falarmos em comercialização das coisas sagradas, não é de D. Estevão?...
N. 73
– The Meanning of the Dead Sea Serlls – A. Power Davies. – Em espanhol, pode-se ler: “Los rollos
del Mar Muerto” – E. Wilson, ótimo, claro e relativamente completo, para informação geral e imparcial. Existe,
também, uma obra do Dr. Hugh J. Schonfield, que foi muito louvada pela sua imparcialidade, e que, infelizmente,
não conhecemos ainda.
A conhecida revista LIFE – reproduzido do TIME – fez uma publicação ilustrada muito notável, na qual
resume bem os trabalhos feitos nos diferentes setores.
http://amopax.org 138
que não há regra sem exceção, e que algumas mulheres eram reconhecidas
capazes de seguir a austera via, o labor silencioso ou quase, e vida frugal.
Não sendo este livro a fazer a história nem descrever a doutrina Essênia,
salientarei apenas dois aspectos: um, que de fato, as buscas dadas lá, sobre a
direção do ativo padre De Vaux mostram um Monastério de pedra, de quase 30 por
40 metros, com vasta sala de reunião; outra, de estudos e redação; oficinas de
cerâmica, moinho de grão, etc. treze cisternas, duas quais seis grandes. Mas, no
aspecto material, o fato de que certos documentos achados, indicavam reservas de
200 toneladas de ouro e prata, parece confirmar a parte doutrinal de que eles
Essênios, se consideravam destinados a preparar a Nova Aliança, não apenas no
sentido que seus Manuscritos mostram que a recebiam misticamente, senão aquele
outro, mas grave na social e no espiritual, de que preparavam-se, para os tempos
que sabiam próximos, da missão: tanto de um João Batista, que teve indiscutíveis
laços com eles e não menor “tolerância” – poupar-te dos Essênios, devida a sua
forma de vida e de predica que era “revolucionária”de modo, embora coincidente de
fundo, como a do próprio Jesus, também indiscutivelmente ligado a eles, como
homem, isto é: Jesus, não o CRISTO. E, nesse aspecto é, onde os trabalhos do
orientalista francês Dupont-Sommer, em sua obra “Aperçus préliminaires sur les
manuscrits de la Mere Morte” levantaram celeuma entre os interessados em “não
mecher”…
São João, o do Evangelho do VERBO, isto é, o mais gnóstico de todos,
surgem também agora, numa luz que o faz considerar como mais “essênio, termo
que querem entender como mais judeu para significar provavelmente, menos
cristão…
Carolei, deixemos todos esses fariseus. Concluamos com as mesmas palavras
do inteligente artigo de LIFE: “E aos cristãos que desejam conhecer melhor a matrix
em que se gerou a sua fé, o povo que escreveu os pergaminhos estende uma mão
através dos séculos”…
Veremos, ainda como o MEM PHILIPPE, amigo “pessoal” – não temos outro
termo “humano” para dizer o que pensamos – de JESUS-O-CRISTO, nos explica as
duas naturezas de Jesus. E, por agora, olhemos para o Quadro da Tradição e
tornar-se-á muito claro como, por causa das Missões Budista, através dos místicos
da Pérsia, os Essênios tinham uma pré-Gnose que continha… tudo quanto está nos
pergaminho e muito mais ainda? E nessa, forma que devemos considerar Essênios
http://amopax.org 139
***
N. 74
– Exerto de “Sectes et Rites”, de Pierre Geyraud. Sobre as obras e personalidade deste sacerdote
católico, fiz pessoalmente uma investigação em Paris, em 1956. tornaremos ao assunto, mais adiante…
http://amopax.org 140
N. 75
– Exerto de “La Chiesa del Paracleto”, notável obre de Vincenzo Soro, gnóstico e martinista da Igreja
Gnóstica Italiana.
http://amopax.org 141
ciência da vida interior, como veremos com umas noções mais, sobre sua primeira
manifestação externa, nas Igrejas dos primeiros tempos cristãos.
Mas, antes de voltar à Igreja Palestinense, é bom esclarecer o segundo
aspecto: que, hoje, graças ao descobrimento dos Pergaminhos de Qûmram, sabe-se
já que a famosa “Didaké” grega, não passa de uma derivação do Manual da
Disciplina dos Essênios, que já tinha, antes da vinda de Jesus, o batismo, precedido
por um jejum; e a ceia sagrada, que compreendia um pão partido e um copo de
vinho.
Assim, pois, na Igreja Palestinense, esse labor devocional, a prática do perdão
e da caridade, era tudo, nessa igreja e nessa época. Profundamente crentes numa
segunda vinda do Cristo à Terra e do estabelecimento do seu Reino nela, tinha
como palavra de reconhecimento essa mesma que vimos em Arpas Eternas:
“Maranaltha”, que significa “Eis aí o Senhor…”.
Entretanto, posto por Paulo na via da “gentilização” (administração dos não
judeus) o Cristianismo se difundia rapidamente no mundo pagão, atingindo
Alexandria, foco de sabedoria notável, onde a propaganda apostólica cultivou aos
novos discípulos de Platão. Desde então, a Filosofia Neoplatônica tornou-se a
poderosa aliada da tradição evangélica. Dessas núpcias da Rosa com a Cruz,
nasceu o Quarto Evangélico… cujas fontes anteriores remonta à sabedoria do Zend-
Avesta (Livro do Conhecimento, dos Masdeístas) como aparece às vezes no
Eclesiastes, no Livro do Daniel (164 a. C.) e, também, no Livro de Enoque, sendo
este último fonte central do conhecimento kabbalístico-gnóstico.
Pedro, Tiago, João, tendo sido os três preferidos íntimos Discípulos de Jesus,
conservaram em segredo aquela doutrina reservada que o Rabi da Galiléia lhes
confiara. Era a parte mais transcendente e mística. A Igreja-Mãe foi a depositária.
Mas, alguns deles não puderam aceitar que Paulo, que não tinha recebido tudo isso,
como Pedro ou João, dos lábios de Jesus, e sim da Gnose pré-Cristã, não
observasse tanto segredo e divulgasse os mistérios relativos ao CRISTO e ao
Reino, tanto aos judeus como aos gregos e romanos. Não é outra a origem do
conflito Pedro-Paulo, que dura até hoje…
A Gnose Joânica comportava como idéias (não dogmas) centrais, estas: fundia
o ensinamento kabbalístico dos “três Adãos”: A Humanidade Ideal: Homem
Espiritual coletivo de todos os mundos e planos…; Adão Planetário ou Astral: soma
das individualidades evoluindo em determinado planeta…: e, finalmente, o Adão
http://amopax.org 142
***
Carolei…) e foram ouvidos até com simpatia a respeito. Mas o Papa, contra a
hospitalidade e a fé, os prendeu, tendo o Concílio portestado, um “Consistório
decreto” aboliu a Ordem, sem a menor consideração, nem a ela, nem aos
Consistório. Os Valdenses, com João Huss; e os Humanistas Rosa-Cruzes, com o
seu mártir Giordano Bruno, fecham essa página, rua de sacrifício por um lado e de
outro. Perdoemos, Carolei, aos que “não sabem o que fazem, e – parece – nem o
que se fazem”…
Os estudantes sérios poderão receber de nos, ou de outras fontes autorizadas,
os pormenores relativos ao “ressurgimento gnóstico moderno”, cujos episódios mais
salientes foram certamente os acontecidos com Doinel, funcionário da Biblioteca de
Orléans, que em 1886 achou um manuscrito de “Stephanus Heresiarcos
Chacelarius” ou seja: de Estêvão, o Chanceler gnóstico, “Principe dos Heréticos”.
Pouco tempo após, no Oratório da Duquesa de Pomar, perante dez pessoas,
entre as quais um Grande de Espanha, um Barão de um castelo dos Pireneus e
diversos luminares da vida oculta… houve nítidas manifestações “dos Bispos do
Sinodo Albigense de Moniségur”; cada um desses santos do Passado deu seu nome
e o Patriarca –Mártir Guillhalberto anunciou, em “voz direta”, a Sagração de Doinel,
o qual, efetivamente a recebeu, foi Patriarca um Bispo dos Velhos Católicos, da
Suíça, de maneira que, todos os Bispos Gnósticos dessa linha, são também
obrigatoriamente reconhecidos pelos demais Cleros, o Romano inclusive. N. 76.
Esse Patriarca Gnóstico “VALENTINIUS II” (Doinel), que teve auxiliares tão
valiosos como o próprio Papus (Bispo Gnóstico de Tolosa) e outros, teve como
sucessor a SYNESIUS (Frade des Essarts) e, mais tarde, entre outros na linha –
sucessória, achamos a JOHANNES II (o já tantas vezes citado, neste livro, Jean
BRICAUDE) que fixou em Lyon a sede da Igreja e, em 1907, funcionou as três
Igrejas: a Joanita Templária, a Carmelita Elíaca e a Neocatarra, sob a denominação
comum de Igreja Gnóstica Universal, intimamente aceita pelas e ligadas às Ordens
do Iluminados, Rosa-cruzes Kabbalósticos e dos Martinistas, cujos pormenores
podem ser estudados nos textos especializados, além da Tradicional Oral que
N. 76
– Não esqueçamos que, de acordo com o Direito Eclesiástico Romano, o Papa se vê, em casos como
esses, na obrigação de reconhecer tais Bispos como legítimos, embora possa – ao mesmo tempo –
“excomungá-los” como rebeldes ou com qualquer outro motivo ou pretexto. Mas, continuarão BISPOS, com o
direito de sagração a novos e legítimos Bispos. Isto, aliás, tem aplicação não somente no caso dos Bispos da
Igreja Gnóstica, como mais recentemente, está ocorrendo no próprio sei da Igreja Romana, com os Bispos que,
na China vermelha, estão sendo eleitos por assembléia do clero local (assembléia é igreja, em grego…) em lugar
de serem designados pelo Vaticano. Essa velha tradição cristã não pode ser anulada (Ver: “A HORA, 16 de
setembro de 1958.)
http://amopax.org 145
***
N. 77
– Ver, a esse respeito, a págs. 280 a 288 de “Yo que caminé por el Mundo…”, bastante claro
“externamente” comentário sobre as diferentes organizações mais conhecidas nas Américas, bem como a
posição nos diferentes cleros, tão nitidamente definida por PAPUS, e reproduzida nesse comentário…
http://amopax.org 146
anos… I.O. morreu em primeiro lugar, na Inglaterra; D. foi o último da primeira série,
a morre, deixando por sucessor a “A”, que faleceu em Narbonne (França).
O fundador morreu com 106 anos de idade. 120 anos após foi achado e aberto
seu túmulo, onde achou-se a inscrição “Pos CXX annos patebo”, mostrando a
predição exata do achado. Uma descrição feita por Thomas Vaughan, em 1562,
desse túmulo, diz: sepultura com 7 faces, cada uma com 6 pés de largura e 8 de
altua. No centro, um Sol artificial. No meio, um altar – em lugar de laje mortuária.
Nesse altar circular, uma inscrição: “A.C.R.C. Hoc universi compendium vivus mihi
sepulchrum feci” – E, como lema: “Jesus mihi omnia; ou seja: “Jesus é tudo para
mim”…
No centro do Altar, quatro reveladoras inscrições:
N.78
– Da “História dos Rosa-cruzes”, por Sédir.
http://amopax.org 148
Fig 26
N. 79
– “Sciences Occultes et Déséquilibre Mental” – Tese de 198 páginas, apresentada e publicada em
1035.
N. 80
– Você sabia, Carolei, que Swdenborg, de quem – apesar de seu enorme valor – fala-se cada vez
menos no Ocidente, é o Mestre Espiritual de seitas que incluem milhões de seres na Índia e outros lugares do
Oriente? – Sabe por que? Porque Swedenbog ensina misticismo “vivido”. Não “discutido”…
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Allan Kardec iria realizar logo. O Barão du Potet despertava interesse pelas
experiências magnéticas.
“Tudo anunciava um renascimento ativo do Ocultismo. Lá pelo ano de 1882,
surge a Missão dos Judeus, do Marquês de Saint-Yves d’Alveydre. Ao mesmo
tempo que toda uma geração nova de discípulos de Eliphas: Joséphin Péladan,
Albert Jounet, Stanislas de Guaita, prosseguem o estudo do Ocultimso científico,
René Caillé funda uma “Revista dos Altos Estudos”, na qual iria revelar-se o mais
sábio dos ocultistas contemporâneos: F. Ch. Barlet. Foi nessa época que Papus foi
delegado à realizar do Martinismo e começou a agrupar as forças individuais. A
revista O LOTO, dirigida com grande autoridade por Félix Krishna Gaboriau, auxiliou
muito.
“Papus e os companheiros, fundam as primeiras Lojas Martinistas, que
funcionaram de 1887 a 1889 em Montmartre e contavam entre os Iniciadores com:
Guaita, Péladan, Papus, Sédir e todos os ocultistas até então isolados. – Em 1889, é
fundado o “Grupo Independente de Estudos Esotéricos”. Ao mesmo tempo, Papus
funda a Revista L’INITIATION…”
Daí por diante, Carolei, tudo se desenvolve fortemente, sob a égide de Papus,
com o apoio de todos os citados e outros muitos, cujos nomes surgirão nos temas
vindouros. A “Sociedade Alquímica de França”. Com Jollivet Castelot como
Secretário-Geral, prosseguia interessantes trabalhos também…
O Muito Excelso Mestre e o MARTINISMO. – Com. 92 – Há disto uns quase
exatamente, duzentos anos, um misterioso Enviado dos Rosa-cruzes, chamado
Martinez de PASQUALLY, iniciava em França sua missão.
Está demonstrado hoje que era de família e religião católicas. Sua
N. 81
nacionalidade é considerada portuguesa por uns, espanhola por outros . Sua
única obra, inachável hoje, “Tratado da Reintegração dos Seres” é muito difícil de
estudar, mas apresenta em resumo as razões pelas quais o ser humano, seguindo
uma senda de resgate pela associação com Agentes Virtuosos Providenciais, pode
N. 81
Muito embora conste das “Memórias” do Barão de Gleichen que foi contemporâneo de Claude de
Saint-Martin, principal Discípulo de Martinez – que de Pasquilly era espanhol, muitos autores do consideram
portugueses. As minhas investigações psíquicas pessoais (que podem não ser certas, é claro) me inclinam a
pensar que um dia se descobrirá que era filho de um modesto armador português, dono de navios mercantes, e
que explicaria as viagens, a que Martines alude em seu livro e cartas, à China, ao Oriente Próximo (e não cabe
dúvida sobre seus conhecimentos sufis, árabes e hebraicos no que se refere a misticismo, unicismo e magia). –
Não esqueçamos, tampouco, que, numa carta de Guaita a Papus (L’Initiation, Vol. 27, 1895) consta discípulo de
Martines, chamado “La Chevallerie”, ter sofrido grande perigo numa evocação mágica que fazia sozinho e foi
inspirado a certos recursos pelo seu Mestre MARTINES, que, mais tarde lhe provou ter visto à distância o que
ocorria e tê-lo ajudado…(págs. 198 e segs.
http://amopax.org 153
ser tornar um “menor-resgatado”, isto é: que começa a ter consciência de sua vida
interior e direto contacto com o mundo espiritual (por favor, não confundir com
mediunidade, falas com mortos, etc.) superior e, por essa via, ir reassumindo a sua
posição primeira. Não deixa de ser curioso que a sua “organização” – que recebeu
diferentes denominações -, e que em vão procurou introduzir na já materializada
maçonaria da época – tinha um grande ensinamento de tipo mágico. Alta Magia, isto
é: contato a tomar com Anjos (nada de desencarnados, de obsessores ou de
exus!...) e com Espíritos Planetários. – Naturalmente, isto não era fácil. Requeria
não só sérios estudos (kabbala, astrologia, etc…), como uma conduta diária
(profissional, social, etc…) e uma vida interior raras, como, também, muito difícil de
seguir no andar da vida ocidental, mesmo na relativamente calma de 1750 a 1770…
Dois de seus grandes Discípulos ficaram com os nomes gravados na História.
Um, com menor evidência: Jean Baptiste WIL-LERMOZ, que seguir a via mágico-
cerimonial típica da Martinez. Viveu até os 105 anos de idade, sempre em Lyon –
onde era forte comerciante de tecidos – e sempre fiel admirador do seu Mestre,
mesmo quando este já deixara a França e fora morrer em a Ilha da Martinica, sendo
o exato lugar do seu túmulo tão desconhecido como o de seu exato nascimento.
Como se vê, tomara sérias precauções para ficar Incógnito… Não é demais dizer,
Carolei, que a Willermoz deve a atual Maçonaria, não ser mais “des-simbolizada e
des-espiritualizada” do que já é, pois na célebre Convenção de Wilhemshad é que o
esforçado Willermoz conseguiu que fossem definitivamente conservadas na
Maçonaria determinadas noções espirituais que, hoje ainda, e não obstante o total
desinteresse de inúmeros maçons pelas coisas do espírito e pelas causas reais da
degenerescência, individual e social, contemporânea, nos aspectos mental, moral, e
psíquico conservam-se, ainda, pelo menos nos rituais de certas Grandes Lojas
escocesas e, melhor ainda, em certos Ritos, mais fechados que o Escocismo,
embora menos iniciático que o Martinismo.
O termo Martinismo provém, essencialmente, da ação do outro grande
Discípulo de Martines: Louis-Claude de Saint-Martin, nobre gentil-homem que
abandonou a carreira das armas para se dedicar, cem por cento, à vida espiritual.
Tornou-se célebre, na Europa, sob considerasse apenas um servidor desse Agente
Incógnito, que lhes proporcionou tão elevados conhecimentos, como prêmio aos
muito sérios estudos de anos e anos, feitos com seu Mestre – a quem serviu com
exemplar dedicação e sinceridade – e aos que fez dos ensinamentos de Jacob
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N. 82
– Os nossos membros da Ordem Martinista, e os estudantes sérios em geral, estudarão com proveito
o notável artigo “La Voie Dorienne”, publicado por Léon LEVRIER D’HANGEST, a págs. 131 a 135 do número
de julho-setembro de 1955 de L’INITIATION (Ano 29, n. 3), em cujo artigo se acha a confirmação do fato citado,
relativo aos “Traços de Fogo” que o Conde e Mestre LOUIS-CLAUDE de SAINT-MARTIN via em suas
meditações…
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N. 83
– Segunda parte do relato “A propósito do Mestre PHILIPPE…”, publicado a pág. 125 de L’ILINATION
(julho-setembro de 1955) – Ano 29, n. 3.
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***
O menino assim nascido, chamou-se Albert Raymond. Não foi uma criança
vulgar: aos 5 anos, certo dia em que a Mãe ralhava com ele, reagiu exigindo “mais
consideração que lhe era devida, desde aquele dia em que ela, mãe o jogara
nervosamente sobre a cama, quando ainda estava enfaixado e impossibilitado de se
“defender da queda”… Já vimos – ao falar do MEM – que essa prodigiosa memória-
consciência da meninice, é típica dos que “não perdem a consciência” facilmente!...
Com poucos anos, cansou de morar em Valence, onde já tinha obtido, pelos
seus dons especiais de ouvido, a proteção do célebre Charles Dancia, que lhe
ensinou violino e – bem contra a vontade materna – o recomendou para o
Conservatório de Paris. Antes de partir de sua terra natal – a Valência francesa, que
não fica longe de Lyon – ele tinha um amigo, mais velho que ele que contava pouco
mais de 13 anos.
Eu não me lembro, mas meu Mestre me assegurou reiteradamente, que esse
amigo dele, jovem químico chamado L.B……, morreu lá pouco antes do jovem
Albert viajar, e que esse amigo….. sou eu….
Para ir a Paris, teve que passar por Lyon, levado por um parente que devia ser
amigo de “um senhor de Lyon” (Bouvier?...) cujo nome ignoro e meu Mestre
tampouco lembrava. O caso é, que esse amigo dos seus pais, o levou à presença de
MEM PHILIPPE que “olhou” para o menino e, logo, lhe perguntou se não gostaria
de ficar uns dias em Lyon “para ajudar a curar a uma pobre senhora que sofria
muito”.
Obtendo, evidentemente, resposta afirmativa, o MEM pôs a Sua Mão sobre a
cabeça do jovem Alberto e certamente o abençoou e lhe transmitiu certo Poder, pois
recomendou que fosse levado cada dia junto à doente, ficando lá uma hora com a
mão sobre o seio carcomido do câncer. No fim de uma semana, os tecidos estava
totalmente reconstruídos… - É claro que quem inicia a vida iniciática com essa idade
(menos de 14 anos – em 1885) e nessa forma, com semelhante Bênção e
Oportunidade, tinha com todas certeza um Passado e um Porvir invulgares…
Assim, desde as campinas de Lamastre, atrás de Valência, onde ficara
antigamente o castelo familiar – destruído nas revoluções – o jovem Alberto chegava
para a buliçosa Paris, onde ficou morando com o tio paterno, bastante conhecido
como pintor naquela época. Não obstante a curta idade, o rapaz obteve facilmente
um lugar numa orquestra, na qual “estragava” em parte – tocando música popular
também – o que durante o dia estudava para o Conservatório, no qual iria ser
http://amopax.org 159
recebido, anos mais tarde, como Primeiro Prêmio, ganhado ainda um concurso para
Professor em Nancy, cargo que não chegou a assumir.
Durante sua juventude musical em Paris, ainda solteiro, levou uma vida muito
séria para um jovem independente; teve uma dor muito profunda – com sua alma
sensitiva de jupiteriano – ao perder uma primeira noiva “Denise”, que às vezes lhe
aparecia em visões, conforme relatou-me meu Mestre. Com a idade de 18 a 19
anos, já se tinha tornado amigo de magnetizadores: por intermédio de Montagne, um
sargento do regimento no qual incorporou-se voluntariamente (eram 4 anos naquela
época!...), para gozar o privilégio de ficar em Paris. Tais magnetizadores eram:
Raumond, Robert e Moutin. O jovem Alberto ficou logo notado pela facilidade de ser
pôr em catalepsia voluntária, saindo à vontade do corpo, para ir a lugares que
descrevia com precisões fácies de verificar, e voltando sempre á hora por ele pré-
marcada.
Quando, posteriormente, foi apresentado a Sédir, e por este iniciado – em 1892
– na Ordem Martinista, tornou-se Mestre de Cerimônia da Loja “HERMANUBIS”, que
era presidida por Sédir e na qual se estudava especialmente a Tradição Oriental: é
possível que isso tenha influenciado para “reavivar” o seu passado oriental (todos
nós devemos ter um, Carolei!...) pois, que durante certa época, os seus
desdobramentos voluntários foram assistidos por Mestres do Tibete e de Allahabad,
que até o levaram a prestar certos compromissos perante a chamada “Grande Loja
Branca”, compromissos que lhe foram lembrados e exigidos mais tarde, como consta
de seu livro “As Leis de Vayu”.
Entre tais Mestres, um deles chegou a “materializar-se” (sem intervenção de
fenômenos mediúnicos, é claro) em Paris, e fazer “provas de fé”… como aquela na
qual CEDAIOR (nome iniciático com o qual ficou conhecido meu Mestre), recebeu
ordem de apontar um revólver para o peito da sua jovem esposa… e de atirar…
ficando a bala tremendo no ar e caindo no chão, ante o espanto dos quatro ou cinco,
que com Cedaior, compunham um grupo muito fechado…
Também com Albert de Rochas, o jovem Mestre Cedaior participou de
experiências e estudos sobre a exteriorização da sensibilidade, da motricidade e
levitação.
No Martinismo fez, rápidos progressos, galgando a jerarquia iniciática. Em
1894 já era S.I. e Gnóstico. Em 1894 foi sagrado Bispo, por “Valentinius”, em
Orléans mesmo, e nessa oportunidade o Patriarca (Doniel) lhe fez demonstração e
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depósito secretos dos índios, nos Andes, onde já tesouros em esmeraldas e outras
pedras. Já expliquei, no meu outro livro, porque nada se fez.
Outra tentativa foi em Mendoza, de 1921 até 1923. Não assisti ao fim da coisa,
pois achava-me na Europa. Mas, sim o Dr. Lemos, o Sr. Yanácare e o – então –
Governardor Lencinas, de Mendoza cuja vida o Mestre Cedaior salvou (mediante
visão antecipada de um atentado, cujo autor foi desarmado no gabinete da “vítima’,
o que comprovou o aviso…) e que ofereceu ao Mestre toda uma parte do Vale do
Sonda… Mas, o Mestre estava comprometido, por correspondência, com
“PEREGRINA” (Sra. Ida Hoffmann), filha de culto e iniciado Engenheiro, tendo sido
ela a companheira de “Peregrino” (Theodoro Reuss, chefe do O.T.O., e que fôra
também Grã-mestre do misterioso Rito de Memphis-Misraim), o que explica Carolei,
mais um dos muitos caminhos, pelos quais certos conhecimentos e certa
documentação, vieram concentrar-se em mãos do meu Mestre, e nas minhas mais
tarde.
Outra tentativa foi, pois, iniciada pelo M. Cedaior e Peregrino, comparando 120
hectares de terras, em “Monte Sol”, como denominaram o sítio, de mata virgem
cheio de canela, peroba e urucurana, adquirido em “Urubuquarinha”, no Paimital; a
uns 30 quilômetros de Joinville, bonita e agradável cidade de Santa Catarina, onde
tinha sua sede a “Cia. Palmital”, milionária empresa que nos vendeu as terras e da
qual, mais tarde, tornei-me Administrador do Palmital durante dois anos (Ver pág. 27
de Yo que…), há erguendo um Laboratório de magia cerimonial.
Em Joinville mesma, o M. Cedaior e Peregrina trabalhavam, musica e
pedagogicamente, para sustentar aos “naturalistas” que vinham tomar banhos de sol
na “Colônia”, da qual eu tomei conta com a minha esposa Lotusia, ao chegar de
Paris, em dezembro de 1924, e que liquidamos (a colônia, não as terras) ao
comprovar que, entre a falta de atividade ideal dos naturalistas e o excesso de
atividade dos pernilongos, transmissores de malária, era melhor desistir!
Em Curitiba, o M. Cedaior quase fundou uma colônia junto com Dario Velloso,
que me ofereceu também a “sucessão” do Instituto Neopitagórico, o que não aceitei
por irmos todos para Goiás, para tentar, por decisão da “maioria” (e contra minha
opinião), outra colônia! Na fotografia que ilustra estas páginas, pode-se ver na
Biblioteca (notável e rica do que há de melhor em ocultismo) do Instituto
Neopitagórico: ao dono da casa: Apolônio de Thyana”, cujo nobre rosto de vidente,
poeta e filósofo ressalta logo, sob os cabelos de neve. Ao piano, “Sôr Peregrina”,
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com o seu penteado “solar”. Era uma grande pianista e notável dançarina sagrada,
não profissional, senão por culto ao ritmo e ao belo. Executando o “pianíssimo” fina
de uma composição, o M. Cedaior, com toda a singeleza que o caracterizou a vida
toda N. 84.
Em Curitiba, o M. Cedaior continuou aos estudos sobre “Astrosismologia”, que
já o tinham tornado muito conhecido, quando em Mendoza publicara, com
antecipação, os dias e as horas dos grandes terremotos como o do Japão (1921), o
da Bolívia, e outros, avisando sempre antes aos Governos respectivos… que nunca
deram – é claro! A menor atenção!
Também prosseguiu nos estudos sobre “astrometerologia”, chegando a
predizer o tempo: secas, chuvas, vento, tormentas, com bastante precisão, para
qualquer zona do mundo, da qual se conhecessem bem as determinantes
kabbalistico-astrológicas. Esse ramo do saber está longe, aliás, na minha opinião de
ter sido resolvido pelo M. Cedaior, que apenas pretendeu a investigação dos
estudiosos.
Fig. 27
Fig. 28
N. 84
– Para maior compreensão do cruzer de fios que tecem o manto da Tradição e da Transmissão,
citarei, isto: “1908 – Constituição em Paris, em segmento ao Congresso Maçônico Espiritualista realizado em
junho, no templo do Rito de Direito Humano, de um Soberano Grande Conselheiro-Geral do Rito de Memphis-
Misraim, para a França e suas dependências. A Patente Constitutiva está outorgada pelo Soberano Santuário da
Alemanhã, assinada e chancelada em 24 de junho, em Berlim, pelo Grã-mestre THEODOR REUSS (Peregrinos)
que assistiu ao Congresso de Paris. O Grã-mestre e o Détré (TEDER). A Loja ‘Humanidad”, precedentemente
religada ao Rito Nacional Espanhol, tornou-se Loja-mãe para o Rito de Memphis-Misraim em França”. – (De
Notas Históricas sobre o Rito Antigo e Primitivo de MEMPHIS-MISRAIM, por J. Bricaud, que foi, posteriormente,
o Grã-mestre.) E, Carolei, mais dados… aos “iniciados”…
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dos berços estava florescido – é que pensamos que, não obstante o fracasso do “Monastério”
atual, é possível que o setor Sarva, ou Expectante, o levante alguma vez. Visão curiosa. Naõ se
deve deixar de meditar no Lago, rodeado de tijolos, em forma de prato de Balança (moral) que
ocupa o lugar do Cardo, na Jóia apresentada…
O mesmo, acho, deve ser dito das experiências sobre “determinação pré-natal,
ou mesmo pré-concepcional”, do sexo, com eliminação quase total de fatores
hereditários, mediante métodos que vão: desde o estudo dos temas astrológicos de
concepção e nascimento, somente; até os “pactos” pré-concepcionais entre: os
genitores vivos e uma pessoa, ainda viva também, que já escolhe seu futuro Lar, ou,
pelo menos seus futuros pais. Evidente é, que a “vidência’ e outros meios de
comunicação ou percepção – tão mal chamada hipersensorial – pode ser muito útil,
em tais experiências. As obras do M. Cedaior se resume: no citado “Libro de las
Leyes de Vayú”; num folheto de 30 páginas sobre “Astrologênesis” (apresentado à
Academia de Ciências de Paris… que nunca se dignou acusar o recebimento, de
acordo com amentalidade ancrônica do Velho Continente…), e noutro folheto sobre
“Previsão sismológica”. Alguns manuscritos estão também em nossos arquivos, ou
nos dos filhos de seu segundo casamento, realizado no Brasil.
Deixando agora de lado, o labor tão especial do M. Cedaior em favor da “Nova
Raça Ária ou pré-Olímpica”, que haverá de habitar o 6º Continente (Cujo mapa já
figura no Livro do Mestre), devemos apontar que certos de seus trabalhos, como por
exemplo o sobre a Ilha da Páscoa – ou Ilha de Vayú – (é curioso que o nome de
Deus Protetor da Ilha, seja o mesmo do Mestre que dirigiu a Cedaior), estão
recebendo confirmação, como é fácil ver pelos descobrimentos do investigador
alemão, Thomas S. Barthel, livre-docente da Universidade de Etnologia de
Hamburgo, que ecoaram tanto no mundo científico, recentemente, caracterizados
pela descobertas de sepulturas secretas, de teatros e elevadores: para mortos de
categoria serem colocados a “desidratar” pelo sol, no cimo do “Monte dos
Escultores”, etc…
Mas, o laço com os estudos do M. Cedaior, está em que Barthel achou figuras
femininas com cerca de três metros de altura, e outros dados – opostos às
civilizações masculinas e patriarcais da Polinésia e da Ilha de Páscoa, até então
conhecidas – e que parecem pender para uma civilização Matriarcal, como o M.
Cedaior achava que, num futuro sem data calculável, a humanidade tornaria a ter,
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N. 85
passando pela partenogênese, a caminho de um androginia! “Doutrina Neo-
ariana – Leis do Matriarcado”:
“… A Maternidade, em compensação, tem todos os direitos que aprova a
consciência individual da Mãe. – Se afirmamos esta nova teoria, é porque só a Mãe
está capacitada para conceber todos o alcance da nova forma de gerar. E quisemos
lhe dar, e conservar-lhe, toda a supremacia que necessita. – O que procede, implica
na supressão – pura e simplesmente – do casamento absoluto, como do amor livre,
da coabitação sob o mesmo teto em forma de poligamia ou de poliandria, e
assegura o jogo da Lei natural, tal como opera atualmente. Além disso, fica proibida
a união entre parentes, por remotos que sejam; bem como a união com pessoas que
não sejam de raça branca, ou que não aceitem a doutrina neo-ariana, especialmente
no que se refere – também – a morar no OESTE de ambas as Américas.”
Como se vê, a cor branca é exibida, já que a cútis da 6ª Raça será “branco-
azulada” e, evidentemente, isso não se obtém com pigmentação escura! Nem como
“nova mentalidade”, com os tabus, crenças e supertições afro-latino-americanas que
o tempo irá removendo. – o “Oeste” é preferido, por ser, no dizer do M. Cedaior, a
parte que mais se salvará, coisa que seu livro esclarece. E, note-se que não tenho,
aqui, espaço para tratar de muitos outros aspectos e de numerosas atividades do M.
Cedaior, que não poderão ser indicados aos que sigam o labor dele, em forma séria
e entregue.
A atividade Martinista do M. Cedaior. – Com. 95 – Este o setor, Carolei, que,
embora não sendo o mais ativo na vida do M. Cedaior, liga mais diretamente as
nossas atividades, aos seus ensinamentos e à transmissão que lhe devemos. Já na
França, embora respeitoso para com seus Iniciadores, e procurando lhes deixar a
honra de iniciarem a mais Martinistas, o M. Cedaior iniciou a umas dez pessoas
escolhidas. Citarei os que me consta estarem falecidos: M. René OUVEYE; grande
livreiro de Blois, que acompanhou ao Mestre e sua Esposa, na viagem ao Egito –
tinha por nome iniciático “Jeho”; outro, “Horême”, poeta egípcio que, por amor ao M.
Cedaior mudou para Paris, progredindo muito; faleceu jovem. “M. Quénisset”, cujos
N. 85
– Ver, e este respeito, ou os trabalhos de Barthel, ou o resumo que, num artigo intitulado “Novas
investigações na Ilha da Páscoa, fez Werner Brand, publicado no “Estado do Paraná” de 22 de junho de 1958…
e, curioso será para Você, Carolei, saber que esse jornal trazia na mão, sem saber que me podia interessar, um
Jornalista que veio me entrevistar, numa das minhas passagens pela Capital da terra dos pinheirais. Outra
“coincidência”…
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N. 87
– Essa Loja “Hermanubis” foi inaugurada, conforme seu tema astrológico, nos arquivos da Ordem –
em 22 de agosto de 1925, às 21:15. Não é de admirar, com essa data, que me tocasse ser seu Presidente…
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Um pedido do Membro da Ordem e Secretário do Grande Conselho, “Mauá”, para ser criada mais uma
Loja, com outra orientação, indicava o nascimento de uma divergência de opiniões. Isso é “democraticamente”
considerado com “bom”. Egregoricamente (trabalho espiritual grupal), é veneno mortal. – Sabedor disso, eu
tomei a atitude (que mais tarde iria tomar outras vezes: em Montevidéu e o Monastério): de preferir me retirar, e
deixar “os que dizem que sabem” mostrar o que são capazes de, realmente, fazer! Assim, declarei, em reunião
do Grande Conselho, renunciar aos dois cargos diretivos: e do Poder Temporal-Administrativo: Soberano
Delegado-Geral. Li os meus Decretos, nomeando para o cargo “reclamante”: “Mauá”. - Além disso, cantei alguns
Mantras do Verbo, estudados em Saint-Yves d’Alveydre… e fomos dormir, todos em paz e satisfeitos… Mas, no
outro dia, estando Solão em Meditação, viu, sem lugar a nenhuma dúvida, ao MEM PHILIPPE (de Quem, na
realidade, pouco nos ocupávamos, pois era seu Braço Martinista PAPUS o nosso Modelo e Protetor, e bastante
vezes sentimos essa Direção e Proteção!).
E o MEM disse a Solão que “devia ser-me devolvido o cargo de Presidente da Ordem (cargo vitalício,
aliás), pois era necessário que eu continuasse nessa função”. E desapareceu.
Honestamente, Ir. Solão, na sua flamante função de Presidente do Grande Conselho. Nos convocou,
expôs a visão e a ordem recebida e, logicamente, renunciou ao cargo, para eu reassumi-lo. Em oposição a isso,
o outro negou-se a devolver o cargo em que fôra empossado na véspera. Daí resultou, então, uma separação –
ainda apenas “interior”-, no sentir dos Membros. E, poucos meses após, na sessão 78.º do Grande Conselho,
datada de 13 de novembro de 1941, decidia-se a remoção da Sede da Ordem para MONTEVIDÉU, onde uma
nova etapa da vida Martinista, iria começar sob a orientação. Mas, o Sul do Brasil, posteriormente, o Ir. Mauá fez
questão de continuar dirigindo em forma autônoma a parte que ficou conhecida como “Ordem Martinista da
América do Sul”, e que tem, aliás, Personalidade Jurídica n. 443, registrada em Porto Alegre. E, portanto, uma
Ordem independente, totalmente, da que, como ORDEM MARTINISTA, iremos ver funcionar como sede em
Montevidéu.
E assim, Carolei, ficou PROVADO que MEM PHILIPPE tem as Suas Razões, para querer as coisas ou
pessoas num lugar, ou em outro, independentemente, muitas vezes, das opiniões, e até das boas intenções, da
nossa limitada visão.
E, para mim, Carolei, foi época DECISIVA, na minha vida, pois, não só o MEM PHILIPPE PENETROU NA
MINHA VIDA – sem que eu O buscasse diretamente, aliás – como também isso marcou a minha libertação d
toda atividade “comercial, profissional” ou como se lhe queira chamar. O resto… é “outra história”…
N. 88
– Em 1939-40, o programa de ESTUDOS, obrigatórios, incluía, como nos tempos de PAPUS: e por
graus, em exames severos: Estudo da Maçonaria simbólica, desde os três graus básicos até os superiores e a
constituição de um Rito. Alfabeto hebraico, Kabbala e aplicações. Tarot. - Astrologia, desde os elementos até o
cálculo de efemérides astronômicas. – Estudo de todas as Raças e Tradições. Uso de símbolos, Pantaclos, etc.-
Fisiognomonia. – Obras de Saint-Martin. O Cristo e os Evangelhos, etc…e as partes práticas: do magnetismo até
a Theurgia… - Posteriormente, EM MONTEVIDÉU, foi editado um livro de 157 páginas (ainda disponível),
contendo Programas de Estudo, muito mais amplos, com Bibliografia do Oriente e Ocidente; Rituais e mais
assuntos que definiam bem a posição e diferenças entre Maçonaria e Martinismo, etc. tal livro, embora não mais
em vigência, é material muito útil de ser estudado, como História e como fonte de compreensão da evolução dos
métodos, à medida que as Ordens mudam em adaptação, de acordo com o andar da vida coletiva geral. O
ATUAL Martinismo, PAPUSIANO e DIRETAMENTE RELACIONADO COM O MEM PHILIPPE, tem orientação,
mais singela, mais místicas, indispensáveis EM FUNÇÃO DOS TEMPOS QUE CHEGAM…
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N. 89
— Églantier: Cinorrodon (Rosa-de-cão) — (“Cynorrhodon Rosácea””), ou: Hagebutten (alemão) —
Hips (inglês). Da fruta: escaramujos ou cinosbatos (Frutus cynosbati) faz-se doce que tem virtudes astrais
favoráveis…
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1. — Tínhamos recebido telegrama do Martinista “Platão n. 30”, de Joinville, pedindo socorro para seu
filho moço (que não conhecíamos), gravemente doente. A martinista “Hypathia n. 58”, sentada em poltrona, no
centro do Pantaclo…, foi magnetizada por mim. O M. Cedaior e outros Membros da Loja, formavam em volta
protetor Círculo… — Desdobrei a sensitiva sujet magnética, mandei-a a Joinville e o meu pensamento a guiou
até a residência de Platão, minha conhecida. A desdobrada, a quem ordenei poder contar o que seu corpo astral
ia visitando, nos disse que a casa estava escura e fechada. Mandei, então que, pela imagem que, de Platão
minha mente plasmou, ela o procurasse pela cidade toda. Pouco após, localizou-o: numa casa de saúde,
descreveu o terno, camisa, listada, a esposa chorando, o rapaz agonizante no leito, etc… Oramos — após trazer
Hypathia de volta — pelo fácil trânsito de moribundo. Novo telegrama confirmou a morte e carta posterior
confirmou todos os pormenores relacionados com roupas e lugares visitados pelo sujet magnetizado e
desdobrado pelos iniciados…
2. — Sentado no centro do Pantaclo, “Solão” (médico, professor universitário, vidente, e grande coração).
Em torno, só três S.I.: o M. Cedaior, sua esposa Lorelair, eu. Experiência; invocar certos Mestres do Oriente,
com os quais Solão pusera-se em relação através de “Dharma” (organização muito boa que “Rama-Schaim”,
oficial da Marinha, dirigiu certo tempo no Rio), Depois de certas preparações, Solão é desdobrado,
conscientemente, sem transes de tipo mediúnico, e visita certos lugares do astral, recebendo conhecimentos
úteis. Após seu retorno ao estado de vigília comum, comparamos as percepções: o M. Cedaior viu aos três
Mestres Orientais que dirigiram a “saída astral” de Solão, e os descreve apenas em linhas gerais, pois ele nunca
era prolixo. Lorelair nada viu, mas sentiu as vibrações e intuiu os aspectos astrológicos (sua especialidade, aliás)
e as condições mais “optima” para tais experiências. Eu, nada “vi” — no sentido que os videntes dão ao termo.
Mas, descrevi minuciosamente o físico, as roupas, gestos, intenções, cores de raios emitidos pelos olhos e
mantras usados, pelos ditos Mestres, especialmente pelo Chefe dos três. Isso, é o que chamamos o uso dos
sentidos “íntimos”.
3. — Esta, carolei, é mais recente: passou-se numa Cela do Monastério AMO-PAX, antes de partirmos de
lá. Tal Cela era ocupada por Ísis e um dos cantos da mesma tem um Pilar no qual, desde a fundação do
Monastério, até…quando o MEM quiser, esteve depositado o Centro etérico no plano físico. Os “TRÊS”, a que o
texto da vidente se refere, são alguns dos “ENCAPUÇADOS” — com certas características Martinistas, que os
tornam identificáveis como tais, e que nenhum ser do astral inferior pode imitar ou usurpar porque O
QUEIMARIAM… Eu tenho as minhas razões para pensar que um dos Três era o M. Cedaior. Você, Carolei,
pode “achar” o que quiser. É, também interessante fazer constar, Carolei, que no dia do MEM PHILIPPE, ou
seja, 25 de abril desse mesmo ano de 1957, eu recebera DÊLE, como consta da minha nota de Meditação (nos
Arquivos conservados), este aviso, em francês: “ISIS DOIT PARTIR D’ICI”, ou seja: “Ísis deve retirar-se daqui”.
E, muito embora eu tivesse dado quase um ano mais de tolerância ao caso, nem deixou de se cumprir e nem
deixaram os Encapuçados Superiores Incógnitos de vir, 10 dias após o aviso, preparara substituição dos Etéricos
Individuais no Etérico Egregórico, coisa que Você compreenderá mais plenamente quando chegarmos ao tema
“EGRÉGOROS”, mas que eu tinha o dever de esclarecer um pouco, para tornar mais útil e inteligível a notável
vivência de Monja Sarah.
O desenho e texto, que seguem, são dela mesma, e devidamente arquivados…
“Ashram, cela, 5-5-1957: Um pouco mais das 21 horas — eu estava orando abraçada, como sempre, à
pequena cruz de madeira.
Depois permaneci quieta, procurando ouvir alguma voz que viesse do mais profundo do meu ser.
Concentrei-me no coração. Na Junção dos braços da Cruz, surgiu em linhas brilhantes o símbolo
martinista, que se ligou ao coração — fazendo-me vê-lo dilatado. As artérias muito aumentadas e gotas
N. 90
— Embora a tônica do Monastério nunca tenha logrado, nem agora, realizar como já disse, a vida
coletiva dessa “PRECE DO LABOR EGREGóRICO”, essa e outras das Orações desse Manual de Preces
comentadas é útil, inclusive para as crianças, já que contém preces infantis. — Para MARTINISTAS, os quatro
“C” poderiam também ser: Certo, Claro, Conciso, Completo, “não acha”, Carolei?… E, para outros: “Crux Christi
Corona Christianorum”, que usei desde 1622.
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Fig. 29 –
V.4
V. 4 — O uso dos Símbolos e seus efeitos numa cerimônia de mudança de fatores egregóricos.
como de chumbo derretido — passavam pausadamente nelas. — Nisto os “Três” apareceram de súbito à porta
da cela. Projetaram sobre a pequena mesa forrada de azul celeste, um círio aceso, justamente abaixo do Quadro
dos Mestres.
O meu etérico se pôs a orar, ajoelhado, diante deste altar improvisado. Com a espada traçaram às costas
do etérico o mesmo símbolo da Cruz — isto é, os 2 triângulos entrelaçados e o círculo, nesta forma: triângulo
ascendente do coronário às extremidades dos cotovelos. Triângulo descendente, dos ombros ao cóccix. Isto
produziu no físico uma dor profunda e dolorosa no alto e dentro da cabeça que desceu pela coluna vertebral
escoando pelos orifícios inferiores do tronco, cuja região ficou por algum tempo dolorida.
Quanto ao trabalho no cardíaco, produziu no físico uma dor nervosa e móvel, superficial, no lado
esquerdo da cabeça, junto à nuca.
Vi depois que o meu etérico ( x ) ia tomando a forma de uma pedra retangular, que passou a se
enquadrar na base de uma coluna. Adormeci… e não sei quando me retiraram. Notei apenas que os olhos dos
“Três” eram muito inquietos e perscrutadores. É só. Sarah.”
magnetismo… e que o Médico do Tribunal declara que é possível agir mesmo sem
passes, só pelo olhar ou pela sugestão mental… etc… condena-o a 29 multas de 15
francos cada uma, bem como às custas, etc.”
Temos diferentes assuntos a considerar, agora, Carolei: — O primeiro deles, a
forma em que as pessoas sem cultura iam, sem querê-lo, prejudicando ao MEM, ao
não perceberem o fundo do Seu ensinamento, que viam através das superstições,
apenas. O outro, nos traz a revelação de que o MEM, ao entrar para as sessões,
continuava orando, murmurando as preces — quem sabe em que forma ORAVA
ELE, e que Nomes Divinos pronunciaria, e, em que idiomas, para não serem
profanados pelo vulgo… — O terceiro ponto que devo comentar é este: que
necessidade tem o MEM, que tudo sabe e tudo vê, de indagar qual o tipo da
doença? — Explico: o doente é quem necessita fazer-se consciente, de diferentes
coisas: do mal que sofre, da fraqueza ou transparência para com quem irá ajudá-lo
ou curá-lo.
Como quarto aspecto, temos o ensinamento que segue, proveniente de L. B.,
pág, 29, existente na 4.ª e 5.ª edições:
E. 456 — Em 1887, 1890 e 1892 notadamente, foi condenado por exercício
ilegal da medicina. Eis uma carta que escreveu a alguém que evidentemente queria
vir em socorro dele:
“Venho vos agradecer pelas vossas boas intenções a meu respeito. Nunca
solicitei pessoalmente nenhum testemunho em meu favor, algumas pessoas
apresentaram-se para testemunhar a verdade; riram; muitas dessas pessoas foram
certamente ridicularizadas, porém dia virá, e este dia está bem próximo, em que
Deus as recompensará.
“ O que faço, tornaria a fazê-lo ainda, pois eu nunca fiz o mal; fui inculpado, é
bem verdade, fui muito insultado, mas tenho grande satisfação de haver sempre
devolvido o bem pelo mal. Se o Tribunal me condena, o Tribunal Celeste me
absolverá, pois ele deu-me uma missão a cumprir que o poder humano não pode
cumprir por mim e nem pode impedir que cumpra os meus deveres. A hora soou e
deu o sinal das minhas provas; serei firme e não cederei uma polegada do território
confiado pelo meu Pai.”
Com. 98 — A posição do MESTRE, no tribunal e na carta acima, é bem a do
Eleito! E, debaixo da sua humildade e silêncio, como transparece a Sua Grandeza:
“missão a cumprir que o poder humano, etc.” e o “território confiado pelo meu Pai”.
http://amopax.org 175
Quão cegos são, Carolei, os que, ante coisas como estas da própria mão do MEM,
não O reconhecem!… Isso, sem falar dos ensinamentos morais, bem claros, no texto
N. 91
citado. E, sobre a “transparência” dos doentes, veja a …
E, chegamos ao ponto que desejava, como mais uma contribuição aos
“mistérios” em torno do M. PHILIPPE. Irei, assim, expor um teoria minha, sobre um
fato que acho raro. Poderei estar errado, mas se para o demonstrar, tiver que vir à
tona mais uma parcela da verdade, todos lucraremos com isso. O caso é carolei,
que todos os textos que tratam de Discípulos do MEM sempre velam,
cuidadosamente, a época exata, em que cada um deles conheceu ao MEM
PHILIPPE. Eu, para não perder o hábito, meditei nisso. E, concluí não ser apenas,
de interesse histórico procurarmos as razões de tanto mistério, que creio podermos
situar em três tipos eventuais, para fins de exame.
1.º — Durante a vida física do MEM poderia ter havido uma razão de simples
sigilo, já que Ele mesmo o exigia sobre a Sua Pessoa e Sua residência. Então, era
plausível que “Fulano”, indo a Lyon para O conhecer ou visitar, ocultasse
posteriormente a data do encontro, para evitar que — pela data — averiguassem
onde tinha estado e localizassem ao MEM. — Mas, se assim tivesse porventura
sido, tal mistério deveria ter ficado inexistente agora, o que se não verifica.
2.º — Poderia haver, ou ter havido, uma razão kabalística, por assim dizer, já
que os Ensinamentos Dele, incluíam ser muito reveladoras, as datas dos
acontecimentos importantes das vidas individuais. Certo, porém, tratando-se de
mortos, que já viveram e fizeram o que puderam, nada mais deveria haver para
ocultar: pelo contrário, seria interessantíssimo, a meu ver, que alguém faça um dia
— eu não tenho tempo agora — um estudo em tal sentido, sobre todos que entraram
em contacto com o MEM, com resultados ponderáveis…
3.º — E… por falar em “resultados”… não estará aí a chave do mistério? Em
muitos textos, vejo dizer que fulano ou sicrano, tendo entrado em contacto com o
N. 91
— A tal respeito poderia citar um caso, não excepcional infelizmente, mas bem típico. Em Buenos
Aires, há disto uns 14 anos, a nora de um Discípulo nosso, ficou gravemente doente. Deram-na por perdida.
Nem assim, e nem a mim, a quem pediam ajuda, confessavam a doença, que era uma simples tuberculose, de
origem sifilítico-hereditária, tara que toda a família levava escrita, para quem sabe certas coisas, como certo véu
nos olhos que tenho descoberto como típico dessa tara. — A moça ia melhorando pelos cuidados magnéticos de
um Discípulo, apoiados à distância por cadeias de preces. Mas… certas falhas morais no ambiente, certas
posições mentais que não foi possível remover, provocaram, tempo após, uma recaída. A moça morreu. Nem
assim diziam a verdade, o que provocou que outros membros se contagiassem, etc… — Mas, todo mundo é
muito “cristão” e vive repetindo “ A Verdade vos libertará…”
http://amopax.org 176
MEM, “em data que sabemos por ele mesmo — o fulano — mas que ocultaremos”
(???), fez então rápida evolução, etc…
Calma no Brasil! acho que aí está o xis do problema. Pois, pelo contrário,
embora TODOS aqueles que estiveram em contacto mais ou menos longo com o
MEM tenham, de fato e logicamente, feito progressos espirituais muito notáveis, há
precisamente, a meu ver, um fator que, por um lado parece estranho, mas que por
outro lado é profundamente alentador. É, justamente, a lentidão com a qual, todos
aqueles que estiveram, mesmo na intimidade do MEM, deixaram de ser como eram,
e o que eram, em modos, em manias, em atos, em desejos e até em certas atitudes
— pelo menos aparentemente — contraditórias com o Seu Ensinamento.
Isto dito, poderei então me contentar com apontar, sem tornar a comentar
amplamente o que acabei de expor, o tempo que cada um dos Discípulos levou,
para chegar ao misticismo puro, à entrega real, e tudo quanto sofreram para lá
chegarem! — E, agora, vamos à primeira investigação de épocas, procurando a
“nunca publicada” do encontro de PAPUS com o MEM, encontro que, de qualquer
maneira, situa-se muito depois do caso relatado a respeito do menino CEDAIOR,
que por isso ficou “biografado” antes de Papus, e por nem uma outra razão; assim
como PAPUS vem, agora, ocupar neste livro o seu lugar, antes dos que, como
mostrarei, creio terem conhecido posteriormente ao M. PHILIPPE.
Aliás, o fato de não haver, na revista de Papus: L’INITIATION a menor alusão,
mesmo que velada, a PHILIPPE, antes da publicação da sentença que resumi,
parece provar que, com o seu enorme coração, o que teria atraído a PAPUS a
investigar o que, realmente, havia de certo ou não sobre O Curador de Lyon, teria
sido o espírito de defender a Verdade, a Bondade, e o Direito de Curar com os Dons
do Céu. Aliás, a Vida de Papus está ainda, não obstante as biografias abundantes a
seu respeito, com “lacunas” que — pelo menos eu — creio seria agradável ver
preenchidas. Passemos, pois, a nos aproximar dele!
O Muito Excelso Mestre e PAPUS. — Com. 99 — Quando, em 1956, tive o
prazer de abraçar pessoalmente ao Filho de PAPUS — o Dr. Philippe ENCAUSSE
— lembro ter-lhe dito, na nossa primeira entrevista, na terça-feira 18 de setembro de
1956, no Santuário de seu Pai, que — evidentemente — eu não pretenderia querer a
PAPUS mais do que ele, Filho e Sucessor, o amava ! Porém, Carolei, também lhe
disse, que a minha convicção era: que ainda não se conhece bem, e não se
reconhece o que Papus, realmente, foi e fez.
http://amopax.org 177
Não tenho, nesta obra, lugar para uma biografia, que aliás seu filho já fezN. 92
duas vezes, sem contar as inúmeras obras que falam do “Balzac do Ocultismo”!
Um rápido resumo da vertiginosa carreira de Papus, poderia ser intentado
assim: teve a merecida sorte de nascer filho de uma gitana espanhola, e de um
químico francês, bastante livre de espírito para contrair tal união. Gênio e dons
gitanos, espanhóis e franceses, estavam pois no sangue desse menino, ao nascer
(1865). Em 1869, seus pais o trazem para Paris, seu centro definitivo de ação. Aos
12 anos (1877) já tem bom certificado de estudos; aos 16 (1881) o de gramática e —
coisa possível naquela época — sem o bacharelato em ciências, já começa em
1882 — aos 17 anos — os estudo médicos. Em fins desse ano, é iniciado Superior
Incógnito por Delaage, fato notabilíssimo, nessa idade! Que vidência ou percepção
gnóstica, devia ter Delaage para escolher tal sucessor! — Aos 19 anos, escreve
suas “Hipóteses” (1884). — Em 1885, por ser o único ano no qual não consegui
achar nenhuma atividade dele na Europa, é quando deve situar-se a sua viagem à
Índia, que se acha citada duas vezes: no Prefácio que Charles de Brahy escreveu —
com documentação provida pelo filho de Papus — para a 6.ª edição do “ABC
ilustrado de Ocultismo”, e, novamente, a pág. 38 da primeira Biografia escrita pelo
próprio filho, que comenta que “a sua crença no poder das forças do astral ficou
assim fortificada”. Nesse mesmo ano, creio, deve situar-se seu contacto com a
misteriosa “H.B.L.” da qual já falei, e com seu primeiro “Mestre” prático.
As poucas referências sobre tal mestre, eram as de ser um Mago, de nome
Peter DAVIDSON, que Papus qualificava de “um dos mais sábios entre os Adeptos
ocidentais” e que o lançou no labor das sociedades secretas de ação socialN. 93; falei
disso em “Yo que…”, também. — Em 1886 situa-se o curioso fato da carta que
Papus escreveu a Eliphas LEVI, falecido muitos anos antes. Ora, como Levi era
amigo e protetor, tanto de Desbarolles, como de próprio Delaage, o iniciador de
Papus, temos aí uma prova a mais do contato sumamente breve, que houve entre
Papus e seu Iniciador…, e com isso só, Papus dedicou depois sua vida
N. 92
— A primeira biografia é “PAPUS”, sa vie, son oeuvre”, cujas 60 páginas são notavelmente bem
organizadas. A segunda, volumosa e abrangendo numerosos temas, correlatos e de elevadíssimo interesse, é
“SCIENCES OCCULTES”, grosso volume cujas 546 páginas nunca poderiam recomendar-se bastante, aos que
desejam informação séria.
N. 93
— Sobre Peter DAVIDSON: há breves referências a págs. 135 e 136 de “Sciences Occultes”, com
relação à Hermetic Brotherhood of Luxor”, reproduzidas e comentadas por mim, a pág. 225 de “Yo que camine
por el Mundo…” — Na coleção antiga de “L’INITIATION” aparecem duas referências, uma delas simplesmente
fala, veladamente, de “Peto Davidson”, e, outra, a pág 84 do vol. 17, refere-se com poucos pormenores, à
publicação da obra de P. Davidson, ou seja “THE BOOK OF LIGHT AND LIFE” editado simultaneamente em
Londsville (U.S.A.) — onde estaria o autor na época — e em Glasgow, por goodwin, isso, em 1892.
http://amopax.org 178
N. 94
— “Sinarquia”, ou seja: Governo de Todos, porém em Funções Sociais (em lugar de “classes” em
competição econômica) distribuídas de acordo com o esquema universal, Chamado por St.-Yves “Critério de
Certeza” e do qual o Arqueômetro é a Chave viva, de aferição e adaptação. E, para que Você, Carolei, não
pense que esse assunto de SINARQUIA é fantasia antiquada, direi que, de março a maio de 1956, o “JORNAL
MUNICIPAL” de São Paulo publicou uma notável série de artigos de autoria do Eng. Plínio A. BRANCO, então
Diretor do Departamento de Serviços Municipais e Membro do Conselho de Energia do Estado de SÃO PAULO,
artigos que detalhavam a TESE apresentada por esse culto Engenheiro, ao I Congresso IBERO-AMERICANO,
no qual ele integrou a representação oficial ao citado Congresso. E, sua Tese tinha por base e título: “O
MUNICÍPIO NA ORGANIZAÇÃO SINÁRQUICA DO ESTADO”.
Convém, por outra parte, assinalar que, contrariamente aos trabalhos do Eng. Plínio Branco, que estão
bem dentro do conceito de Saint-Yves, houve, tanto no México como na própria França, movimentos subversivos
que se disfarçaram com a denominação de “sinárquicos”. Os estudantes sérios poderão ser informados com
mais pormenores, se a sua especialização o permitir.
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N. 95
— De cujo Tratado Metódico, fizemos em Montevidéu uma notável tradução, devida ao labor de
“Pitágoras”, o médico do qual já falei, e cuja tradução foi depositada sem a minha anuência, por terceiras
pessoas, numa Editora de Buenos Aires, com a qual entraremos em contacto, oportunamente, a respeito. Aliás,
eu predissera que tal tradução não seria bem sucedida, porque tinham acrescentado notas querendo “melhorar”
a Papus… que não estava precisando disso.
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humano só tem a forma, olha-o grave e suavemente e lhe diz: “Que ias fazer? —
Não és tua missão cometer tal ato de violência. Não deves deixar-te levar pelo
ressentimento. Perdoa a esse homem.” — “Mas ele…” — “Sei, ofendeu-te, não é?”
— “E como!…” — “Mas Cristo foi coberto pelo opróbio, e não somente perdoou a
seus detratores, mas ainda orou por eles…” Papus baixou a cabeça. Quando a
ergue a visão sumira. Mas ele, Papus, tinha reatualizado o que já treinara: exaltar-se
pelos ideais de bondade…
Com. 100 — Estou lhe ouvindo, Carolei: “Oh! Sevananda, e por que não são
assim tolhidos, todos os gestos irados e mortíferos?…” — Pois é, Carolei, bem triste
é, serem tão poucos os que já treinaram antes: um pouco de brio, mas também, um
pouco de humildade e de vidência. Só, por agora…
Anos após, provavelmente em 1895, conheceu ao MEM PHILIPPE — pois
Papus fizera já em 1895 e 1893, viagens a Marselha e a Lyon, nas quais poderia ter
conhecido ao MEM… mas, como batera-se em duelo com Jules BOIS, a quem feriu,
embora de leve, em 1893, creio que o MEM PHILIPPE não lhe teria permitido isso.
(Posso estar errado, é claro.) Por tal razão penso que os três fatos que vamos citar
agora, serão em favor da opinião emitida.
1.º) — Diz o Dr. Philippe ENCAUSSE: “ A propósito desse providencial
encontro entre Papus e M. Philippe, convém apontar que foi devido mais
especialmente a duas pessoas que tinham atraído a sua atenção sobre o Mestre.
Em primeiro lugar foi o massagista-magnetizador André ROBERT, falecido em 28 de
junho de 1895 (e a cuja viúva o MEM dirigiu, no dia seguinte ao decesso, esta carta:
N. 96 — Reproduzido de páginas 6 a 8 da 5.ª edição francesa. Devo dizer que o termo “das” (suas
dívidas) ficou ressaltado PELO MEM MESTRE, marcando assim que Ele tinha “olhado” todas as contas de
Robert, na Grande Contabilidade do LIVRO DA VIDA e achara saldo a favor de Robert… Não é maravilhoso
carinho e a singeleza com os quais o AMIGO e o MESTRE dão a conhecer a quem estimam, o que ninguém
http://amopax.org 182
mais poderia afirmar, com semelhante certeza e precisões? —Quanto ao outro caso da magia boêmia, já ficou
comentado.
http://amopax.org 183
N. 97 — As linhas que citei, relativas à “HB of L”, provêm de um longo e muito notável artigo no qual
PAPUS, com a penetração e seriedade que lhe são peculiares, analisava a situação dos movimentos que o título
do artigo define “SOCIEDADES DE INICIAÇÃO EM 1889” (Maçonaria — Teosofia e derivados — H. B. of L. —
Martinistas — Rosa-cruzes — Espíritas). — Devo dizer que muito do que Papus dissera, há SETENTA ANOS,
pode considerar-se válido para as Sociedades ou Ambientes que cristalizaram em lugar de evoluírem e se
adaptarem. Os estudantes sérios, poderão estudar com proveito esse material e as nossas instruções de
adaptação.
Também devo chamar a sua atenção, Carolei, para o fato da semelhança (e, não será fraco o termo?…)
entre essa HB of L, servindo de base de atualização espiritual das faculdades dos Associados, e o que com os
nossos acontece, nas Práticas individuais do Suddha Dharma Mandalam…
http://amopax.org 184
acha uma palavra só, nem velada, sobre o MEM, durante dois anos. Esse, é o
período da magnífica luta interior, que iria transformar ao PAPUS mago e
independente; conquistador de vontades e organizador impetuoso; num aspirante a
Teurgo, pela entrega ao MESTRE Visível, e — pela sua mediação e intercessão —
ao Divino Amigo(N. 98)
De repente, chega 1895. Nesse ano, Papus já era o Grã-mestre da Ordem
Martinista; o Delegado-Geral da Ordem Kabbalística da Rosa-cruz; o Presidente de
todos os Grupos Independentes de Estudos Esotéricos espalhados pelo mundo,
difundindo o que o central, por ele fundado em Paris anos antes, criara, como base
da Faculdade dos Altos Estudos (Herméticos e Espirituais); em janeiro de 1895, o
mesmo Papus, sob o seu nome de VICENTE — Bispo de Tolosa e Vice-Presidente
dos Muito Altos Sínodos (Gnósticos) — tinha que assumir a responsabilidade — em
vista da renúncia de VALENTINIUS II (Doinel) ao Patriarcado Gnóstico(N. 99)
— de
convocar o M.A. Sínodo, para o outono desse mesmo ano. Tudo isso é importante,
porque iremos ver que todas as peças (humanas) e os modos ( de organização e de
meta), vão ser movidos, pelo encontro que o Dr. Philippe Encausse chamou, com
notável propriedade, de Providencial.
Ora, no número de fevereiro de 1895, págs. 125 a 129, aparece de repente um
artigo de “Photés”, com o muito sugestivo título de “A OBEDIÊNCIA AOS NOSSOS
GUIAS ESPIRITUAIS”, no qual o autor, após ótimas considerações sobre o que se
deve, como fé, confiança e obediência aos que são Guias…, oferece na última
página um trecho, que é muito significativo que PAPUS mandasse publicar na sua
Revista, após o “seu temor de tornar-se subalterno de alguém”, que, dois anos
antes, ainda tivera. — Eis o trecho:
“Antes de vos deixar, quiçá para sempre, permiti-me dizer-vos que, na França
mais do que em outros lugares, somos indiferentes; que, na França, menos do que
N. 98 — Apesar de este livro não ser o de Sarva Ioga, e sim, um da Via Essência, no qual tenho portanto
obrigação de procurar ser amável, paciente e compreensivo. Poderia lhe pedir, Carolei, o muito especial favor de
não entender essa entrega ao Divino Amigo, apenas no sentido devocional barato, de toda essa gente que “vive
com Jesus na boca” ou que “tem a Jesus por Mestre”, muito embora… (o resto da frase fica para o Tratado de
Sarva Ioga !).
N. 99 — Ilusória ou não, com resultados evidentes ou não, com conseqüências que convenha divulgar ou
não, o fato é que VALENTINIUS II, aceitou a difícil missão, não só de renunciar ao Primado Albigense e
Patriarcado Gnóstico, senão também, de abjurar oficialmente de tudo, integrando-se no seio da Igreja Católica,
para lá procurar lançar a Luz em certos corações aptos. Há coisas, Carolei, sobre as quais os Iniciados calam,
mesmo ao preço de ter que deixarem a calúnia correr. Compare, por exemplo, com certos Oficiais, que são
condenados e até “degradados” mediante a tão terrível cerimônia mágica, dos militares…para passarem, longe
das filas, e no maior silêncio, a salvar vidas no Serviço Secreto. Às vezes, quando não morrem antes, acha-se
uma “oportunidade” de os reabilitar, condecorar, etc., mas, não é sempre no plano visível. — Achou, Carolei? —
Parabéns!
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N. 100 — Gostaria de ressaltar, Carolei, que, dessa época em diante, PAPUS passou a usar com
freqüência alusões a esse “cachorro do Pastor”, que era, como se verá nos Ensinamentos do MEM, uma das
expressões correntes do MESTRE.
N. 101
— L’INITIATION”, n. 7 (do oitavo ano), abril de 1895, pág. 5.
http://amopax.org 186
(pois a generosidade de Papus sempre o levava a DAR aos Leitores), duas curiosas
experiências que Robert realizara em vida: a obtenção de um selo esotérico em
relevo, sobre o braço de uma pessoa presente, por meio de um sujet; e, a
precipitação de texto escrito, feita a plena luz. — Nessa página necrológica diz:
“nestes últimos anos, Robert tinha se tornado um entusiástico discípulo do célebre
Teurgo lyonense PHILIPPE, de quem teremos — em breve — oportunidade de
informar longamente aos nossos leitores”.
Como se vê, PAPUS metia-se, claramente, num compromisso firme, lógico
resultado de uma entrega total, a serviço de SEU MESTRE ESPIRITUAL. Não
poderia deixar de citar que, em nota ao pé da dita página mortuária, Papus, sempre
místico-realista, dá uma das chaves do poder de Robert e da sua real condição de
Discípulo do MEM. Diz assim: “Robert morreu na mais profunda miséria e deve, só a
amigos muito dedicados, o alívio dos seus últimos dias”… Que bonitos temas de
meditação, Carolei! E, que exemplo a seguir!…
Terminando o estudo da “articulação” PHILIPPE-Papus-Martinismo, só resta
considerar um ponto: Vimos, ao falar de Marc Haven, que foi ele “o mais sagaz”
etc… que fora enviado pelo Grupo de Paris, para “ver” ao discutido “Homem de
LYON” … (como ficou exposto a pág. 87 deste volume) e que o resultado foi:
resolver “entregar-se e ficar por lá”; tanto mais, que Papus o encarregara de
“missão” junto ao MEM, como vimos no Com. 49 — a pág. 77. A partir de 1895 e
1896, todos os setores da ação, nos quais PAPUS podia ter influência, são
conquistados para o MESTRE : É a Escola de Magnetismo, filial em Lyon; são as
visitas, como a de 16 de julho de 1896, em que há experiências ante sala cheia, na
presença dos doutores Durville, Encausse, Lalande, etc. (L. B., pág. 50); são as
sessões de M. PHILIPPE, como as de 24 de novembro e 5 de dezembro, publicadas
integralmente em “L’INITIATION”; e, na mesma revista, a maravilhosa “Encarnação
do Eleito”, com a categórica dedicatória de Papus “A meu mestre Philippe, de Lyon”;
são as estadas em Lyon, como verão de 1898, passado lá por Papus e esposa e no
qual combinaram aceitar — em pensão na sua casa de Auteuil, em Paris — por todo
aquele inverno, à Sra. Marie Sarshall, futura esposa de Marc Haven, e a sua Mãe:
os laços íntimos vão se apertando. Mas, também, os laços iniciáticos. Assim o
MARTINISMO ia se sublimando, e agora podemos compreender melhor o caminho
percorrido, que iremos examinar.
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N. 102 — Convém lembrar, ainda, que aqui na América Latina, a “Ordem Martinista” independente, da
qual falei e que me tocou dirigir, publicou durante sete anos, mensalmente, com o nome em espanhol de “LA
INICIATION”, uma revista, feita não só para instruir aos 442 Martinistas, das nossas 5 Lojas e 23 Grupos
Martinistas, bem como aos “GIDEE” de Montevidéu, Buenos Aires e La Plata. Seus artigos eram doutrina
martinista, cursos completos de astrologia, ioga, artigos sobre vida e idéias dos Mestres do Oriente e do
Ocidente. O primeiro ano foi reimpresso em forma de volume (ainda disponível). — Os demais anos da revista
existem, porém em coleções incompletas.
A citada “Ordem martinista” — de Montevidéu — fez também publicar as traduções — feitas por nós — de
obras como: EL LIBRO DE LOS SABIOS (Eliphas Lévi) — EL TARO DE LOS BOHEMIOS (Papus) — EL HIJO
DE ZANONI (Sevaka: Prof. Francisco Vladomiro Lorenz, Membro da Ordem) — APOCALIPSIS REVELADA
(James Pryse) — LAS CURAS EFETUADAS POR EL CRISTO (Sédir), sendo de ressaltar que esta última obra
foi financiada, totalmente, por um israelita, real místico que sentira a beleza da doutrina. — Fechada em 1947, de
acordo com uma ordem dada pelo próprio Mestre PAPUS, a mim, na Sessão da Loja “PAPUS N. 5”, EM 25 de
outubro daquele ano —como ficou documentado na publicação “MODIFICACIONES EM LA ORDEM
MARTINISTA”, da qual uns exemplares estão arquivados. — As demais publicações da Ordem (citadas quando
falei no Mestre CEDAIOR), e as que foram feitas no Uruguai, constam da lista de obras, no início deste volume.
— Atualmente, tudo quanto resultou dos esforços daqueles Martinistas, está espalhado nos diferentes setores de
labor. E, os que desejem trabalhar como MARTINISTAS, acharão, no documento “ORDEM MARTINISTA”, a
seguir, todas as indicações desejáveis.
ORDEM MARTINISTA
considerá-lo como algum divino influxo, finalmente, um Centro onde se se esforçava por permanecer impassível
ante os turbilhões positivos ou negativos que transtornam a Sociedade.
“Aberto aos homens como às mulheres, não pedindo de seus membros nenhum juramento de obediência
passiva e não lhes impondo nenhum dogma, acolhendo sem distinção a todos aqueles que tinham no coração o
amor pelo seu semelhante e que desejavam lutar pelo bem comum, o Martinismo papusiano tem dado a dezenas
de milhares de homens e de mulheres a possibilidade de acharem um refúgio na experiência e na filosofia dos
Antigos e, como precisou o saudoso Téder: “Em presença deste regresso fatal para a Sabedoria da Antiguidade
que produziu Rama, Krishna, Hermes, Moisés, Platão e Jesus, o Martinismo, depositário das tradições sagradas,
saiu da sua escuridão voluntária e abriu seus santuários de ciência aos Homens de Desejo capazes de
compreender seus símbolos, estimulando aquele que é ardente, afastando o que é fraco, até que a seleção
especial dos seus Superiores Incógnitos estivesse completa”.
Formando o real núcleo dessa universidade que tornará a fazer um dia o casamento do Conhecimento
sem divisões com a Fé sem epítetos, o Martinismo papusiano tem-se esforçado por tornar-se digno de seu nome
estabelecendo grupos de estudo dessas ciências metafísicas e metapsíquicas desdenhosamente afastadas do
ensino clássico sob ao pretexto de serem ocultas.
“Desde a morte de Papus, em 1916, — Papus, para quem a ação criadora revestia, em todos os
domínios, particular interesse —, o Movimento Martinista em geral perdeu a sua unidade, como quiçá também
parte da sua eficiência, e isso, seja qual for a personalidade dos “Grã-mestres”, que se tenham sucedido à testa
dos diferentes Agrupamentos surgidos após a morte do criador da Ordem.
“É um fato que, para o profano, uma impressão bastante penosa nasce às vezes de todas essas
discussões e retificações surgidas ora de Lyon, ora de Paris, com relação à “regularidade” dos sucessores de
Louis-Claude de Saint-Martin e dos Agrupamentos criados por eles… Mas nem por isso convém menos render
imparcialmente homenagem aos que, após Papus, com toda boa fé e com o ardente desejo de honrarem,
também eles, a memória de Louis-Claude de Saint-Martin, o “Filósofo Desconhecido”, não pouparam nem seu
tempo, nem seu esforço, nem sua saúde até, sob a égide: ou da Ordem Martinista Sinárquica, ou, finalmente, da
Ordem Martinista Retificada, de criação bastante recente (1948) e cujo animador, Jules Boucher, deixou o nosso
plano físico em junho de 1955.
“A Ordem Martinista de Papus representava a tradição Ocidental, egípcia, pitagórica, cristã, cabalística,
rosa-cruciana e gnóstica. Estudar a tradição ocidental em geral e cristã exotérica em particular, sob a égide do
“Filósofo Desconhecido, tal era o plano dos seus trabalhos.
“Cabia ao filho de Papus, rodeado de alguns amigos e admiradores de seu pai e do Mestre PHILIPPE de
Lyon, Mestre espiritual de Papus, retomar a tocha com vistas a dar nova vida ao Martinismo papusiano, cujas
grandes linhas foram evocadas no início deste manifesto, e criar um Movimento apoiado na tradição sem
negligenciar a ciência contemporânea.
“Tal é a tarefa que ele se propôs, com seus amigos, em 1951, formulando votos que esta nova
organização conheça, graças à ajuda dos nossos queridos entes idos e à dos vivos, o mesmo sucesso que a sua
predecessora no combate que convém travar para que triunfe a causa do amor, do Belo e do Bem…”
Após os termos, exatos, prudentes e fraternos, com os quais o Supremo Conselho da ORDEM
MARTINISTA DE PAPUS — que tem como Grã-Mestre a seu próprio Filho — expõe, linhas acima, o estado de
coisas do Martinismo, cabe dizer ainda isto: como antigo dirigente da Ordem Martinista (independente) da qual já
falei e, mais recentemente, ao procurar toda a documentação possível para esta obra e auxiliar a fusão dos
“ramos martinistas”, tive contacto pessoal ou epistolar com os diferentes “Grã-mestres” (desde Bricaud, já
falecido, até Dupont, octogenário sucessor no que a Ordem de Lyon se refere). Também tinha dirigido, desde
1924, as iniciações da aludida Ordem (independente, porém na mesma orientação papusiana) fundada na
América do Sul pelo Mestre Cedaior (iniciado por Sédir e amigo de Papus). Tinha chefiado, desde 1936, essa
mesma Ordem, da qual pequeno número de componentes fundara uma dissidência em 1942, no Brasil, que
ainda segue trabalhando. Faço votos que todos esses setores martinistas possam fundir-se no seio da ORDEM
MARTINISTA DE PAPUS, conforme parece estar acontecendo, pois que em 26 de outubro de 1958 uma reunião
de Chefes, sob a Presidência do Dr. Philippe ENCAUSSE, em Paris, propiciava tal iniciativa, à qual não nos foi
possível aderir em vista da exigência que se no fizera de abandonarmos toda prática “oriental”, e a Igreja
Expectante, abandonos que seriam a negação de todos os esforços pela “união” do Oriente e Ocidente, que
temos feito “desta vez” e que prosseguiremos, com a Sua Bênção.
Os interessados em filiar-se à “Ordem martinista”, podem escrever a: Dr Philippe ENCAUSSE — 46, Bolu.
du Mont Parnasse — PARIS (15) FRANÇA.
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Fig. 30
F.21
F. 21 — PAPUS — O Dr. Gerard ENCAUSSE, Médico, Mago, Vidente, Filósofo e Servidor de Cristo após
ter-se convertido no Braço Direito do MEM PHILIPPE. — Foi o Grã-mestre da ORDEM MARTINISTA, organizada
por ele como “Cavalaria Cristã. — (Fotografia dos arquivos do Dr. Ph. Encausse.)
Fig.. 31
F. 22
Os que queiram saber como morreu PAPUS, poderão consultar o resumo que
dei, de sua ação, obra e morte, a páginas 293 e seguintes de “Yo que caminé…”,
inclusive de sua aparição imediatamente após seu falecimento, à Condêssa de
Béarn…
E, fecho este tema com as mesmas palavras com que iniciei: “A MINHA
CONVICÇÃO É: que ainda não se conhece bem, e não se reconhece, o que Papus,
realmente, foi e fez!”
O Muito Excelso Mestre e Sédir, outro grande Discípulo. — Com. 103 — Após
tudo quanto ficou exposto, no primeiro volume, tanto sobre o próprio Sédir, seus
esforços juvenis, sua carreira iniciática e sua magnífica exposição “Um
Desconhecido”, relativa ao M. PHILIPPE, pode parecer supérfluo falar ainda nele.
Entretanto, Carolei, é bom dar mais algumas informações, tanto para que venerem,
mais e melhor, a este grande místico, como para indicar diferentes fontes… aos
estudantes sérios!
Oriundo da Bretanha, que sempre foi o refúgio da fé, na França, não da fé
complexa e sábia do Sul, com seu fundo iniciático; mas da fé singela, a dos
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N. 103 — A lista das obras de Sédir, poderá ser achada no Índice Bibliográfico, no fim desta obra. —
Quanto ao do livro “Initiations”, as suas 316 páginas se dividem assim: Estado de alma — Andréas (a
personagem que, na realidade era o MEM PHILIPPE) — Orientalismos — A criança raquítica — Proletários —
Exame da Vedanta — O Brahmane — o Duracapalam — A Evocação Brahmânica — Reconfortos — O
Espiritualista — O Magnetizador — A União dos Espiritualistas — Incerteza — A Visão do Mental — Em
Plaisance — O Homem atado à Terra — A Múmia — O Primeiro de Maio — Os Invisíveis — A Vinã —
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O exame de tal texto, bem como a leitura de suas obras ulteriores — cujos
títulos já são por si mesmos eloqüentes — mostram-nos duas coisas: uma, que de
fato Sédir evoluiu do “ocultismo” para a mística pura; a outra que: não obstante o
desejo de alguns de seus admiradores, em quererem considerar “rápida” a sua
evolução, basta ver que, ainda em 1903, publicava as “Lettres Magiques” e, só em
1908 — como já citei — o estudo sobre as Iogas refletindo — desta vez de modo
categórico — seu afastamento da “outra via”, para podermos compreender que só
pela experiência, só pelo sofrimento, e só com o tempo, é que o estudante se cansa
dos fantasmas espíritas, dos esquemas kabbalísticos, dos rituais simbólicos ou das
concentrações puramente técnicas; como — antes de procurar uma verdade
demonstrável — tinha-se cansado de dogmas, cuja análise fora-lhe vedada pelos
cleros, ou impossibilitada pela falta de estudos que exigem dezenas de anos de
especialização, tanto a um São Jerônimo, como a um Fabre d’Olivet… e nenhum
dos dois pode ser considerado membro “da triste tropa”…
E, para que Você, Carolei, possa perceber, e — espero — sentir qual a
diferença, realmente existente, entre os que já vivem a via mística pura e os que,
ainda, não a acharam, comentarei algumas das frases de Sédir, que revelam o que
ele escolhia e percebia, do que a Vida e o Mestre lhe brindavam, como a todos
brindam… mas cada um só toma o que lhe atrai e assim se situa, como assim
prepara o instante vindouro e a próxima oportunidade!
Não comentarei os pontos de Sédir, que acho afastados do exato ensinamento do
MEM, como: “tomar os relatos dos Apóstolos ao pé da letra” e outros. — Os próprios
Ensinamentos ajustam tudo isso.
Com. 104 — Vejamos as pérolas e flores, colhidas e cultivadas por Sédir, com
relação ao MEM N. 104:
“Fugindo dos curiosos… recusando polêmicas… mudo sob as calúnias” (70) :
É esta, Carolei, a posição real dos Mestres, geralmente tão pouco compreendida
pelos Discípulos: para chegar à intimidade real do MEM, não bastaria, certamente,
viver perto Dele; mas sim, chegar a conviver, não pela imprudente curiosidade que
enche de perguntas, senão pela aspiração silenciosa, provada por atos e por
mudanças aos modos de ser, pelos esforços evidenciados, que iriam, então,
mostrar ao MEM que já não é mais um “curioso”, que Dele se aproxima… E, para
quem vive uma verdade, nunca pode interessar polemizar sobre ela, ou sobre os
motivos que possa ter, para agir desta ou daquela maneira. Quantos teriam votado
a favor do Calvário, se Jesus tivesse posto o caso “a votação” entre os Discípulos
ou, mesmo, entre os detratores gratuitos?…
“…bonomia plenamente patriarcal de sua acolhida…” (71) : como mostra bem
Sédir, de dupla maneira, a forma externa: patriarcal-paternal, dessa bonomia: e a
patriarcal-funcional, nessa acolhida que o MEM reservava a todos, para: a todos dar
a oportunidade…
“…múltiplo — numa palavra — como a própria vida, da qual admirava todas as
riquezas…” (71) : é uma das frases mais cheias de sentido de Sédir, que mostra o
que ele mesmo era capaz de perceber, embora em menor escala, do que o MEM
vivia. Múltiplo como a própria vida! Quem dera aos Discípulos poderem sentir isso,
no que realmente contém! Todo este livro está dedicado a ressaltar isso, em todos
os aspectos que o múltiplo ensinamento de MEM abrange! Lembra, Carolei, aquilo
que lhe comentei sobre as almas velhas, cuja idade mede-se pela sua capacidade
de admirar!?…
“…condenava as práticas do esoterismo…” (72) : acho que isto irá merecer
comentários em sucessivas partes desta obra, pois poderia ser mal entendido, dado
que há uma parte do ensinamento do MEM que, por não ser pública — como
veremos adiante — pode ser qualificada de “esotérica”. O que não significa,
evidentemente, que contenha práticas do esoterismo ou da magia, das
popularmente consideradas como esotéricas. Lembremos que Papus, amante de
termos precisos, como bom Martinista, designava ao MEM como um “Teurgo”, o
que, na nossa muito limitada linguagem humana, é a única forma de falar dos seus
modos “visíveis ou inteligíveis” — para nós — de proceder!… Que drama (outra
forma “humana” de falar!) deve ser para os Deuses, ou se Você prefere — Carolei
— para os Seres de Cósmica Função, como o MEM, terem que ser “traduzidos” em
linguagem comum. É quase mais difícil, porque feito por nós — que tudo fazemos
tão imperfeitamente — do que o próprio MEM procurar e conseguir parecer “um
bom burguês”…, como na fotografia que ilustra esta página!…
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Fig. 32
F. 23
Fig. 33 Fig. 34
F. 24 F. 25
Fig. 35
Fig. 36
F. 26
F.27
F. 26 — Já buscava unir a Ioga e… (F. 27), mais tarde a Magia Cerimonial… quiçá essas buscas tenham
permitido sentir mais o que Papus e Sédir, e outros tenham vivido… (Fotos: Arquivo-Retiro)
Quem, Carolei, dos que não O ouvissem, e não tivessem: nem presenciado os
Seus milagres, nem pudessem perceber a Sua luz, quem, e quantos! na rua, no
trem, nas lanchas entre l’Arbresle e Lyon, terão visto este “burguês”, se, sentirem
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que estavam ante o Imperador do Mundo!? — Não será essa, Carolei, a mais
profunda imagem dessa riqueza múltipla e infinita da Vida, sempre ante nós, e que
nunca vemos, senão através dos miúdos fragmentos que cada grande dor, ou cada
esforço ideal, nos descortina, ano após ano, vida após vida?…
“…considerava que só a prática da virtude pode levar-nos à perfeição,
mostrava-se pouco pródigo em discursos…” (72) : que lição, Carolei, tanto pra os
que procuram o progresso espiritual nos textos, ou nos truques técnicos, como para
aqueles que passam a vida ouvindo os discursos, seja dos “mortos” que acreditam
guiá-los, ou dos “vivos” que os enchem de discursos… enquanto lhes esvaziam a
bolsa ou a existência!…
“…o Caso da Hidrópica…” (76) : lembra-me uma série de fatos curiosos, que
devo citar como uma prova a mais, como mais um estímulo, notadamente, para os
que procurassem seguir ao M. PHILIPPE: inúmeras vezes, em conferências
públicas, ou ao ministrar ensinamentos na intimidade, como os que me seguem,
referi casos como o da hidrópica, quando ainda não tinham sido publicados todos os
pormenores. Ora, invariavelmente, tenho podido comprovar que, como se fosse
apresentada, não em forma de imagens visíveis (visão astral) mas, sim em foram de
clichês mentais (gnose — saber instantâneo) — eu podia descrever,
minuciosamente, toda a cena, e até re-viver os estados de ânimo, de tal ou qual
personagem do caso. E, ter a certeza certa, de que: aquilo que estava dizendo ou
ensinando era verdade. Não estará, Carolei, nesse tipo de vivências,
progressivamente aumentadas, em freqüência como em amplidão, o segredo da
felicidade de ligar-se a um Mestre-da-Verdade; não será isto o início daquilo que —
no ápice, eventualmente, antes quiçá… — permite exclamar, às vezes: Em verdade
vos digo…!?
E, a propósito desta hidrópica, e do comportamento do — então — Decano da
Faculdade de Medicina de Paris, Professor Brouardel, a 5.ª edição do livro do Dr.
Ph. Encausse (pág. 232) outorga novos pormenores de interesse:
E. 804 — Em conseqüência das insistentes diligências feitas pelo Tzar, para
obter para o M. Philippe (do governo francês) 0 título de “doutor em medicina”, o
professor Brouardel tinha sido mandado a Lyon e fora assistir a uma das sessões,
na Rua da Tête d’Or. Uma pobre mulher lá estava, sofrendo atrozmente do corpo
todo. M. PHILIPPE solicitou ao professor se dignasse examinar a doente, na saleta
vizinha, em presença de alguns discípulos que ele designou. Uniu-se a eles, ao
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recorre a esta imagem, maravilhosa para os que não têm “coração de pedra”:
“…Como o pintor ante a natureza olha, e como o músico escuta, assim vivia Ele no
Amor e para o Amor, por causa do Amor e pelo o Amor”… (77) Medite, sinta, ouça,
Carolei…
E isto, ainda: “… suportando os apadrinhados, as impaciências, as grosserias,
desempenhando esse papel de logrado voluntário e sorridente como se nunca
percebesse nada…” (78).
Gostaria, Carolei, de fazer sentir a você que poder, há por trás de cada atitude
do MEM e, por isso, de cada ato ou palavra que a isso se refira, quando é vivido
espontaneamente. E, olhe querido, que acabo de lhe dar uma chavezinha grande…
que ficará mais clara com o relato de uma experiência pessoal:
1942: Ano em que me dedicara muito a Ele; operava muitas coisas sob a Sua direta Proteção, Inspiração
e Direção. Sabia, instantaneamente, muito de todos e, às vezes, tudo de muitos… e cultivava, cada vez mais, a
arte de parecer nada saber, senão aquilo que é “clássico”: expositivo… Muitos milagres — pequenos e grandes,
dos quais relatarei alguns mais adiante — aconteciam. Minha esposa e eu, quase morríamos de fome; às vezes
nos apoiávamos um pouco nas paredes, na rua, pois a fraqueza nos dava certa tontura se em meio aos ruídos
das grandes avenidas. Vivíamos, diariamente, em contato com “videntes”: uns, por mediunidade; outros, por
terem estado na Índia e que, de fato operavam prodígios técnicos; um deles multiplicava coisas e obtinha
“transportes” de flores… — Mas, nem um só deles “viu”, nunca, se não tínhamos almoçado, nem a cara de
ingênuos ante certas histórias…
Nesse ano, numa viagem a Buenos Aires, fizemos no — então desocupado — subsolo da atual Livraria
Saborido, uma exposição de quadros de ANJOS, pintados pela vidência de um Discípulo — já falecido —
Sadânanda, grande coração de artista…
No fim da conferência, quando chegou esse momento em que “falo a 160” — dizem o taquígrafos — e
que, de fato, tenho enorme trabalho em escolher termos para, em tão vertiginoso ritmo, unir: o que tencionava
dizer; o que acho conveniente dizer por causa dos presentes: e, ainda, tudo quanto me é dado perceber nesses
instantes, e são, às vezes, tantas sensações ao mesmo tempo: a idéia ou texto percebidos; o saborear todo o
valor que têm; o procurar sentir, ou sentir mesmo — se, como no caso de provir do MEM, impõe-se
naturalmente, sem esforço — qual a força, e qual a meta procurada, etc… Pois bem, mais ou menos num
conjunto de condições dessas, foi quando:
O MUITO EXCELSO MESTRE PHILIPPE LANÇOU NA SALA UM POUQUINHO DA DOR DO MUNDO…
e fui inspirado, diretamente com a Sua Aura em contato comigo, a dizer isto:
Que maior poder, que o de não poder ser enganado, senão a sabendas?
Que maior poder, que o capital de um perdão ilimitado e de um dar mais infinito?
Que maior poder, que o de saber que não se é mais nada, porque vive-se no todo?
Que maior poder, que o de não ter mais desejos, e nenhuma vontade…, e nenhuma energia, mais do que
aquele Deus Infinito, que Aquela Vontade invisível, que deixamos entrar como ímpeto de uma parte do Universo
inteiro?… e
Que não se é nada mais do que a bolha de sabão que algum dia será esquecida, mas que enquanto
viveu, não deixou de refletir tudo quanto a rodeava?
Que maior poder, que o de saber que não há mal que não seja um motivo do bem?
Que maior poder, que o de ter a certeza de que não se pronunciará em vão nem uma frase, pois será
realmente a expressão de uma Verdade Universal oculta?…
Que maior poder, que o de poder manejar em qualquer momento as forças físicas, as forças astrais e as
forças espirituais, de várias centenas de homens de diferentes ordens, de vários pontos do globo, e de poder
pedir-lhes que anime o que alguns crêem que são apenas palavras… e que outros sabem que são como sóis
para iluminar os cérebros e as consciências?…
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Que maior poder, que o de poder dizer, vivendo-o: “Que a PAZ seja convosco, como ela está
constantemente com o MESTRE!… AMÉN!
Depois disso, Carolei, é que vi que na Sala, diferentes pessoas já tinham desmaiado, outras estavam
como sufocadas pela força enorme que enchia o ambiente, e, NESSE INSTANTE, foi quando O MESTRE QUE
ESTAVA COMIGO me pôs à prova e disse-me — na minha consciência gnóstica —: iremos, agora, lançar mais
um pouco da DOR DO MUNDO…
E, Carolei, coisa incrível, vergonhosa, ilógica e quanta coisa mais Você queira pôr, como qualitativo, pois,
estando COM O MESTRE, que se pode temer?… Mas, somos assim fracos e duvidosos, e TIVE MEDO! Não por
mim, que apenas sentia enorme pressão de certo tipo, que bem conheço, quando Ele se une a mim… Tive medo
por eles, pelos que estavam na sala. Um medo tolo, ridículo, mas… que bastou para terminar com tudo: O
MESTRE, QUE NUNCA OBRIGA, foi diminuindo a pressão, tanto em mim como em todo o ambiente…
Momentos após, já nada sentia-se a não ser uma PAZ muito grande, e as pessoas já vinham falar-me,
relatando muitas o que tinham visto: TODOS, ou quase, a LUZ DE OURO, que O caracteriza:… alguns, a forma
em que eu estava, como “dividido em dois”, verticalmente: lado direito, totalmente luminoso, lado esquerdo,
totalmente escuro: é fácil de entender, pois trata-se, apenas, de uma TOTAL POLARIZAÇÃO, momentânea…
mas que faz com que a gente sinta: o coração como a estourar e o joelho direito como suportando o peso de
toneladas, por ser o PONTO DE ENCONTRO do que vem da Terra e do Céu, nesse momento, ou melhor dito:
mais perceptível, nesse momento…
Outros, ainda, tinham visto os estranhos símbolos, que, no plano mais elevado, são: o texto, por mim
expressado…
Mas, o pior de tudo, Carolei, é que, muito embora as pessoas tenham saído de lá muito beneficiadas, pois
houve curas, conversões, confissões, etc… poderiam ter tido uma experiência ainda mais forte!
E eu, não teria pago o terrível preço que, desde o dia seguinte e pelo período de um ano,
aproximadamente, paguei, por uns minutos de COVARDIA quando uma das maiores Graças da minha vida me
fora concedida. Isto, Carolei, é a NOSSA maneira de ver as coisas, e de tratar seriamente delas… Mais adiante,
possivelmente referirei outras experiências pessoais, vividas dentro da Aura do Mestre. Pensei que esta,
diretamente relacionada com O PODER DECORRENTE DE SER ENGANADO CONSCIENTEMENTE, citado por
Sédir, lhe fosse proveitosa…
E, para Você ver “como tudo está unido”, e meditar como funciona a engrenagem geral, dir-lhe-ei ainda
isto: essa vivência foi taquigrafada em 16 de setembro de 1942. Há, portanto, 16 anos. Hoje, 3 de outubro de
1958, em que estou escrevendo isto, deste segundo volume, aconteceram duas coisas mais: a primeira, que
acabam de me trazer, agora, o primeiro volume, terminado de imprimir: parece uma Saudação do MEM. — A
outra : Sadhak, discípulo que não estava comigo em 1942, acaba de receber uma visão — muito formosa — que
é a exata continuação da que, quando voltei dessa conferência, o MEM deu à Srta. Podestá, em Montevidéu,
para me confirmar, e avisar, qual o meu erro e qual seria o preço, se eu não me emendasse com todo esforço!…
Já disse que levei um ano.
Mais adiante, ainda nos comenta Sédir que o MEM “não dava um corpo
doutrinal coordenado, mas, com o andar do tempo, as luzes sem laço aparente, que
um ou outro discípulo recolhia com paciência, terminavam organizando-se” etc, (80).
— Ora, Carolei, aqui há outra vez — e como sempre, no labor do MEM e, até, de
menores instrutores — diferentes lições a recolher: uma, é que também esse
sistema, era o mais automático e seguro, de que cada um só colheria aquilo que
tivesse: atenção, paciência e sagacidade, para colher e coordenar; outra, que se os
Discípulos trabalhassem em harmonia, unindo o que colhiam, como bons obreiros
fazendo um labor de favo, iriam colher muito; mas, se cada um , egoísta ou
indiferentemente (não faz muita diferença, aliás…) ficasse com o que pensava ter
colhido e compreendido, possivelmente a falta de compartir o privasse de: outras
partes, outras conclusões e outras vivências, relativas ao mesmo tema…
forma mais incolor da miséria: a mediocridade. Tal foi, para o nosso século XIX, a
invenção admirável da misericórdia divina, já eu essa insípida mediocridade, servirá
de desculpa no último Dia para aqueles que não perceberam a Luz, porque a
lâmpada era banal…” (80)
Que suprema generosidade, pois, a do MEM em apresentar-se assim e por tais
razões! E, que alma realmente espiritual a de um Sédir que vê, admira e agradece
— por outrem — tal dádiva!
Deste Sédir, cujas obras posteriores, como já disse, começam com: Iniciações,
Breviário Místico, para ir a toda a série de alta mística cristã, um grupo de seus
Discípulos, como Albert LEGRAND, um editor de Rouen, como Max CAMIS e como
o próprio Emile BESSON, de quem falarei logo adiante, apoiaram ou continuaram a
obra pessoal, de adaptação dos Ensinamentos do MEM PHILIPPE,no modo que
recebeu o nome de “LES AMITIÉS SPIRITUELLES” (As Amizades Espirituais), das
quais já me falara, em 1923, o editor Chacornac, quando da missão a que aludi
antes. Eu não estava, naquela época, na “tônica” deles. Cada um tem o seu
Caminho — já prometi voltar a tal tema. Quanto ao das “Amitiés Spirituelles”, iremos
vê-lo agora.
Antes, terminarei de prestar a Sédir, não só a homenagem de lembrar tudo
quanto de belo — dele e sobre ele — consta do I Volume, e que recordei nos
comentários precedentes, como também evoco ao Mestre Cedaior, meu Pai, que
sempre contava com emoção, tudo que ao místico Sédir se referia: tanto as notáveis
reuniões da Loja “Hermanubis”, como as vivências que, com Sédir, tinham em
privado, em pequenos grupos mais fechados, dos buscadores mais obstinados e
mais decididos a ir, como Sédir foi, buscar a Luz Crística, ao preço de todo e
qualquer sacrifício, seguindo o exemplo de Papus e do “sobre-humano:
PHILIPPE!”…
O Muito Excelso Mestre e : Emile BESSON e Esposa. — Com. 107 — É muito
agradável, para mim que sempre tive profunda gratidão, a todos aqueles que me
ensinaram alguma coisa, evocar a figura desse Professor,culto e bondoso, que na
minha juventude no Collège Rollin — como já citei no “Yo que caminé…”, pág. 18 —,
ou nas relações cordiais que mantinha com meu Pai, o M. Cedaior, ou em casa de
amigos comuns, e também seguidores do Martinismo — como o Dr. Genêt e outros,
trazia a paz de seu olhar transparente e profundamente humano.
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Infelizmente, não sabia que ele estava morando em l’Arbresle, quando lá estive
— em rápida peregrinação — em 1956, o que me privou de rever, a um meu Mestre
e a um Companheiro de Papus, de Sédir, de Cedaior e a um direto Discípulo do
MEM MESTRE. — Tive oportunidade de saber, por Michel de Saint-Martin, como por
Philippe MARSHALL, que o MEM tinha transmitido à Sra. BESSON certos poderes
curativos, mas isso foi mencionado entre outras circunstâncias, e sem aludir ao fato
de lá residirem.
Também já vimos — no I Volume, a pág. 81 — que graças à erudição de Emile
BESSON, nos foi possível ler coisas tão belas, relativas ao Mestre Sédir. — E, a
pág. 183, vimos que Emile BESSON fazia parte do grupo suficientemente íntimo,
para poder ir à Estação despedir-se do MEM, junto com PAPUS e Senhora, Gerard,
Bardy e Sédir, quando o M. PHILIPPE, em 1900, foi à Rússia, secretamente.
Como consta da 5.ª edição francesa ser Emile BESSON, a quem é mais
oportuno dirigir-se para quanto concerne “Les Amitiés Spirituelles”, e respectiva
N. 105
publicação, incluo ao pé desta homenagem a ele, a informação correlata . E,
lamentando não dispor de mais material, por agora, sobre este Discípulo do MEM e
de Sédir, fecharemos este tema transcrevendo umas linhas de BESSON, publicadas
em “L’INITIATION” (2.º semestre de 1956), notáveis pela sua ortodoxa
concordância, com a linha espiritual ensinada pelo MEM. — Ei-las:
“Não se deve dizer se eu fosse rico, faria o bem. Não se deve dizê-lo, porque é
um juízo formulado sobre os ricos que não fazem seu dever, e não devemos julgá-
los. Não se deve dizê-lo, porque todo ser, seja qual for a sua situação, pode prestar
ajuda a alguém, mais infeliz do que ele.”
O Muito Excelso Mestre e o Discípulo Conde MAURICE de MIOMANDRE. —
Com. 108 — No primeiro volume, a pág. 172, já vimos que foi em 1897, junto com
N. 105 — À pág. 60, da 5.ª edição francesa de “Lê Maître Philippe”, consta uma nota, da qual
reproduzimos o que não é puramente relativo à ação administrativa local do movimento em apreço: “A
Associação” “AMIZADES ESPIRITUAIS” fundada por Sédir, foi registrada em 1920 (“Diário Oficial” de 16-7-1920)
com o objetivo: Associação cristã livre e caritativa. A Associação é administrada por um Comitê diretor composto
atualmente de dois membros: Max Camis (61, rue des Batignolles, Paris, 17º) e EMILLE BESSON (Chemin de
Savigny, à L’ARBRESLE) (Rhônde) — a quem se pode pedir Estatutos da Associação e dirigir-se, para
assinaturas do Boletim das Amizades Espirituais (4 números por ano: 350 francos franceses).
“A finalidade das “Amizades Espirituais é agrupar a todas as pessoas de boa vontade que reconhecem ao
Cristo como o único Mestre da Vida interior e ao Evangelho como a verdadeira lei das consciências e dos povos.
“Não se trata, nem de fundar uma religião nova, nem de criar mais uma seita. Os membro deste grupo
respeitam todas as formas sociais ou religiosas; estimam que nada existe que não tenha sua razão de ser e sua
utilidade; não criticam nenhuma opinião, mas não querem depender senão do Cristo. Estão persuadidos que
uma evolução coletiva real não pode se obter a não ser pela reforma individual e que todas as dificuldades
terríveis que, hoje, ameaçam o mundo ocidental seriam vencidas se a maioria dos indivíduos, em todos os
degraus, da escala social, cumprissem todos os seus deveres” (o grifo de “todos”, é meu, Carolei: eu nunca
posso deixar de criticar um pouco aos colegas de existência…).
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O Muito Excelso Mestre e Jean BRICAUD. — Com. 110 — Não obstante existir
uma biografia de Bricaud, muito clara e bem feita, pelo seu Sucessor Charles
CHEVILLON, nela pouco se acha que possa situar as relações de Discípulos a
MESTRE, que Bricaud teve com o M. PHILIPPE.
Já fiz, em muitas partes dessa obra, citações do livrinho publicado por Bricaud,
em 1926, editado por chacornac com o título “Lê Maître PHILIPPE”, em cujo
prefácio achamos estas palavras:
“Difundiram-se, sobre o M. PHILIPPE, diferentes lendas, bem como
quantidades de erros. Tendo-o conhecido muito, pensei que não deixaria de ser
interessante, para os estudantes de ocultismo, apresentar-lhes brevemente, mas
sob sua verdadeira luz, Aquele que Papus chamava “O Mestre Espiritual”, e fazer-
lhes conhecer, tanto quanto for permitido, os ensinamentos de Quem foi o nosso
Mestre, nosso guia, ao mesmo tempo que um dos maiores taumaturgos do século
XIX.”
Por tais palavras, Carolei, vemos que Bricaud assume, ao mesmo tempo, a
posição de quem muito conheceu ao MEM; de quem sabe e diz que, de seus
ensinamentos, só parte pode ser divulgada e, ainda, devemos ressaltar que, este
mesmo Bricaud que O proclama como Seu Mestre, nem por isso deixará de
seguir sua trajetória, tanto nos ritos de que se ocupava, como até chegar a
Patriarca da Igreja Gnóstica (à qual deu, aliás, desenvolvimento notável) e,
também, seus estudos "ocultistas", como diz, inclusive denominando ao
MEM como taumaturgo, quando o termo Teurgo teria sido bem mais
apropriado. Não é que devamos fazer questão de palavras, senão que,
como no caso de Sédir, mas em outro sentido, Bricaud também ressalta
aquilo que à sua mentalidade, e a seu caminho, mais sensível se tornou.
O conteúdo do livro foi quase totalmente citado, pois o que porventura
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o Dr. Philippe Encausse não tinha aproveitado, do livro de Bricaud (que tem
apenas 46 páginas, aliás), eu o citei — ou citarei ainda — quando for útil.
Bricaud, por exemplo, é quem explica que as sessões (ou consultas
coletivas) do MEM, eram inicialmente gratuitas; mas, que mais tarde teve
que fazer pagar um pequenino direito de ingresso. — A explicação é fácil e
nos mostra o porquê aquela mulher (da sentença de 1892) pagava dois
francos cada vez: se continuassem totalmente gratuitas, o local nunca
bastaria, já que as pessoas vêm sem discernimento — e muitas vezes até
com certa tendência ao abuso — quando alguma coisa é gratuita. Mas,
quando, no interior da França, numa época e região não muito ricas, há um
direito de ingresso a pagar, já uma primeira seleção de reais necessitados
se faz, isso, sem levar em conta que essas pequenas taxas reunidas, eram
utilizadas também pelos que precisavam ajuda material! Era — para usar as
expressões do Documento Martinista — como um pequeno vaso circulatório
do Sangue Social, na Caridade…
Bricaud refere muitas sessões - reproduzidas como já expliquei — e,
ainda, dá uma muito boa idéia da doutrina do MEM sobre a
responsabilidade celular, dados que, reunidos aos que colhi em outras
fontes, veremos a seu tempo, no 4.º Volume.
Mas, não podemos deixar de assinalar que, este Discípulo Bricaud,
que foi revestido de elevadas funções em sua vidaN. 106, foi quem recebeu,
após a morte de Papus, as misteriosas "pílulas de Vida" que o MEM
fabricava em seu laboratório secreto ... já falaremos nisso, no tema
"Doenças e remédios". — Não tendo a certeza de qual foi a exata posição
e papel, ocupados por Bricaud na "corrente de Lyon", — não do ponto de
vista martinista, ou gnóstico: esses os conheço muito bem! —, senão como
discípulo do MEM, prefiro limitar-me ao dito, que considero suficiente para
N. 106 — Muito embora, em conseqüência da documentação que reuni em 1923 (inclusive carta
manuscrita que Bricaud me escreveu e que está arquivada) eu não deva concordar com todos os títulos que
figuram na biografia que lhe fizeram, dou a lista como ali figura: Patriarca Gnóstico, de .1908 a 1934. — Reitor da
Rosa-Cruz. — Grã-mestre da Ordem Martinista. Grande Hierofante para a França do Rito de Memphis-Misraim e
presidente da Sociedade Ocultista Internacional, de 1918 a 1934. — Em tal biografia, dizem que "estudou
MAGNETISMO com o M. Philippe ... o que me parece um pouco ... pouco!
Seja como for, a obra de Jean Bricaud foi muito útil também e, não devemos esquecer que seu sucessor,
Chevillon, foi fuzilado, só pelo fato de ser mação, martinista e gnóstico durante o último conflito, ingressando
assim no rol dos que morrem por idéias elevadas.
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***
da Sua Missão.
Estudando as obras de Barlet, aconteceu-me aliás, um fato muito curioso,
que vou referir, pois creio ser uma lição prática, tanto mais bela porque, desde
o ano de 1926, eu mantinha com Barlet o laço oriundo do fenômeno referido a
pág. 56 de "Yo que…", e que cumpriu-se de modo tão exato, assombrando ao
médico…
Tenho ensinado sempre, que há uma forma fácil — relativamente de formar laço com um Mestre
e de receber dele: proteção, direção e ensinamentos. Seja ele vivo ou não, na Terra, bastará: estudar
bem suas obras, sua vida, admirá-lo e amá-lo profundamente; procurar tomá-lo como modelo: desde
o modo de vestir, de usar os objetos, de ser e de falar, como, principalmente, perguntando-se
ANTES de fazer uma coisa: como pensaria e agiria O MESTRE, neste caso? — É claro que isso
evitará bom número de "mancadas" na nossa conduta, em primeiro lugar. — Mas, vai além: após
certa persistência, nota-se uma como que identificação parcial, cujos modos e amplidão variam, aliás, de
acordo com cada Discípulo, já que se instala, e se mantém, em função: do grau de entrega; da
pureza de aspiração; da idade espiritual; da freqüência e intensidade das "falhas, esquecimentos,
rebeliões, etc...”.
Mas, voltemos a Barlet. Eu estudara certas de suas obras, mas não conhecia ainda a
denominada "O OCULTISMO", embora seja a chave das outras. Ora, preocupado em dar aos
Martinistas, que de mim dependiam: (era em 1941, antes de deixar o Brasil aquela vez que já citei),
resolvi escrever, para os Discípulos, uma obra, para a qual o título "METODOLOGIA OCULTA", me
pareceu conveniente.
Lá, no meu "retiro" da Vila Assunção - arredores de Porto Alegre tracei o plano, cuja base
era inteiramente alicerçada no jogo de "Spontaneité et Inertie", ou seja, uma interpretação das
famosas letras "S.I", dando, no sentido ocidental a mesma chave que o Yin-Yang do Tao, etc... e
comecei a escrever mentalmente, todo o livro... estava ficando bonito mesmo…" (Carolei, não seja
maldoso, não é falta de modéstia: é observação. Veja o que segue)… e, um belo dia, andando pela
Rua da Praia (Rua dos Andradas, aliás) aconteceu-me — mais uma vez — aquilo que já citei com o
livro do M. AMO: de repente, o meu Anjo, ou um dos Mestres... quiçá o próprio Barlet, me fez sentir
que tinha que entrar na Livraria Universal... e lá, bem na minha frente, na estante dos livros
franceses, à qual me senti dirigido logo, estava "L'Ocultisme", de Barlet... que me custou sete mil-
réis... e, de volta no meu "Ninho de Águia”... verifiquei que TUDO quanto tinha escrito mentalmente,
já estava, direitinho, no livro de Barlet!...
Agradeci muito: especialmente, pela comprovação do laço e do apoio; pela proteção ao
confirmar o ensinamento; e, finalmente, pelo "aviso" a tempo, para evitar um muito ridículo, mas
totalmente involuntário PLÁGIO, que teria ocorrido, se chegasse eu a escrever e publicar o livro
projetado.
Aliás, entre as muito numerosas experiências que nunca escrevi, e que contei a alguns raros
Discípulos, capazes de compreender que as lições que servem, são essas: as vividas; posso dizer
que, já com a idade de 20 anos, ocorrera-me causa idêntica: após projetar escrever e construir
mentalmente, não um livro só, mas três; um tríptico, sobre a vida de uma mulher que cai na
degradação, logo regenera-se e, finalmente se ilumina e sublima... "topei", dias após terminar o
esquema mental, com uma "novidade" recém chegada da França, na vitrina da então existente
Livraria Loubière (Rua Esmeralda, em Buenos Aires): era uma obra de Ian Kheith: mesmo plano,
mesmo tema, três volumes e, para plena comprovação: mesmos três títulos, com a agravante que,
para escrever essa (minha, eventual) obra, eu renunciara ao meu então habitual pseudônimo e
escolhera um, bem bretão de ressonância: Ian Kermor. Não se pode achar mais provas. Dessas,
tenho umas centenas, vividas em todos os planos...
Dá para meditar muito, Carolei, em: como é, de fato, possível, perceber tudo quanto outros
seres mais elevados, ou antes chegados, do que nós, já formularam. Não será isto a maior certeza
de que TODAS AS INICIAÇÕES E TODA SABEDORIA ESTÃO SEMPRE À MÃO, assim como
TODAS as Tradições, para os que as busquem seriamente, por um labor esforçado e perseverante?
***
àquele mesmo dia do episódio com a mendiga de St. Merri: "...E, à noite,
ambos (o MEM PHILIPPE e seu genro Marc Haven) vieram com Papus ao meu
escritório, para ver a Barlet que travou conhecimento com o M. PHILIPPE e,
até teve a surpresa de ver revelar fatos que só ele conhecia...".
Para terminar estes breves apontamentos sobre BARLET, desejo,
Carolei, mostrar que quando um grande intelectual, um grande sábio mesmo,
como era Barlet, torna-se realmente Discípulo do MEM, vê-se logo por
diferentes fenômenos externos, como sejam: o merecer assistir a certos
fatos, isto é, participar deles; em segundo lugar, perder "isso que por aí
chamam de respeito humano, ou de senso do ridículo"(?) e ter a coragem —
moral e mística de proclamar a Verdade, mesmo quando se sabe que será
difícil que o interlocutor a possa aceitar; e, finalmente, a humildade que, sem
exibir-se, é bem fácil perceber nos fatos. Espero que todos esses aspectos lhe
sejam evidentes no que vou relatar agora...
Foi por ocasião dessa mesma "enquete" — de Je Sais Tout— que já
citei, na qual Papus teve oportunidade de responder ao repórter que
perguntava "se obtinham curas, de fato": aos milhões, senhor! frase que pode
parecer exagero, aparentemente. Mas, Carolei, medite em dois aspectos; um,
é este: o MEM PHILIPPE curou milhares de pessoas por mês, durante
quarenta anos, quantos são?... E, em segundo lugar: Você tem certeza de
que, quando o MEM curava ou orava, por alguém que se dispunha a fazer um
grande sacrifício moral, Ele não aproveitava para pedir e obter a cura, alívio
ou consolo, de outros, cujos casos fossem iguais ou análogos? Olhe, que eu
tenho algumas formosas experiências nesse gênero. E que, se surgissem
estudantes sérios (não é mania, não, é condição sine qua non... ) poder-se-ia
intentar alguma coisa, inclusive no plano social. Já voltaremos a isso. Por
agora, voltemos ao repórter, que entrevistou a Barlet. Este último referiu o que
resumo a seguir: "... em certa ocasião, um par de outros Discípulos e eu,
fizemos longo passeio pelos campos, com um Mestre, na região em que Ele
mora... foi anoitecendo e o MESTRE — que nada fazia sem uma razão —
disse-nos: pediremos janta naquela choupana... Fomos recebidos por um
casal de pobres camponeses, que, com seus filhos, acabavam de sentar à
mesa.
"Via-se a bondade, pois nos receberam e se apertaram em torno à mesa,
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sobre a qual a camponesa dispôs uns pratos mais, para nós. E, começou, após
a oração feita pelo Mestre, a repartir a sopa. Mas... por mais cuidado que
tivesse, terminou tal sopa, antes que a pilha de pratos a encher... E, de
repente, para assombro de todos: a sopeira ficou novamente cheia de sopa... "
Houve um silêncio na entrevista (como certamente o houvera na
abençoada choupana...) e o repórter, por fim atreveu-se a peruntar: "Mas,
afinal de contas, quem encheu a sopeira?..."
"OS ANJOS ..., Senhor!" — respondeu Barlet, o sociólogo erudito!
O repórter tomou algumas notas mais, e, antes de partir, pediu a Mestre
Barlet, uma fotografia de sua pessoa, para ilustrar a entrevista. Barlet calou,
recolheu-se por uns instantes, com a testa entre as mãos e logo disse,
suavemente: "Me permitem..." e dedicou o foto solicitada. — Entendeu,
Carolei? — Alegra-me!
***
***
O Muito Excelso Mestre e... eu. - Com. 113 - Após a história de Barlet,
consultando para ver se "lhe permitem" dar uma sua fotografia, poderá
parecer ainda mais fora de lugar, eu vir falar de mim. Mas, como já disse a
pág. 10 deste volume, "estou velho" e, não só me importa pouco o juízo que
sobre mim formulem, como, ainda, devo levar em conta que diversos
daqueles, dos que pensei poder fazer sucessores ou colaboradores além da
morte, "pifaram", como se costuma dizer na gíria...
Cabe, então, Carolei, deixar aos que fiquem — se algum ficar — ou aos
que venham mais tarde — se os cataclismos deixarem oportunidade! — uns
apontamentos que, embora não valham a transmissão oral que poderia ser
feita, a discípulos sérios, no convívio egregórico, possam contudo fazer
compreender, "o porquê e o como" de certos comentários, indicações ou
sugestões, que depositei nesta obra; ou, ainda, de certos atos ou
campanhas, iniciativas ou tentativas, feitas ou encetadas, malogradas ou
vitoriosas. Tudo isso poderá, assim, ser melhor compreendido, do ponto de
vista oculto, ou místico, e, mesmo no seu aspecto aparentemente mais
evidente, às vezes.
Naturalmente, evitarei tornar a dizer o que já contei no livro Yo que...
Será bom, então, considerar o que aqui segue, como um complemento.
Digamos, um segundo andar. O terceiro, só poderia ser oral,
evidentemente...
Quando, perto dos oito anos de idade, tive aquela experiência com o
Gnomo, referida no outro livro, também começou para mim uma curiosa
época, na qual "lembranças" de vidas passadas se me apresentavam ao
ouvir algumas expressões, como: "Floresta Negra", por exemplo, que me
permitia ver-me a cavalo, entre outros Cavaleiros. Visitei assim, em "visão
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médico de bordo, "se o deixassem levar a mulher". Há mais coisas raras, neste
mundo, Carolei, do que acredita a vã filosofia materialista, ou as explicações
simplistas do espiritualismo barato. Eu soube disso, cedo, e dediquei-me a
buscar...
Com 19 anos de idade, resolvi dedicar quase um ano a pensar, e a
classificar, na mente, tudo quanto tinha já: estudado, lido, vivido e observado.
Inventei treinamentos pessoais, do tipo que citei mais tarde no "Yo que..."
(olhar, gesto, verbo, etc.), para estudar tudo que compõe o mecanismo
humano. Ao mesmo tempo, freqüentei todos os ambientes possíveis: políticos,
culturais, miséria e "baixo-fundo", como dizem os franceses. Saí de lá com
nojo. E, com muito mais das camadas pretensamente elevadas, que das
outras. Mas, por outro lado, embora em correspondência pessoal com um
Henri Barbusse, e com outros, vi logo que nos ambientes "de esquerda", havia
os mesmos interesses pessoais, as mesmas desavenças e... ainda faltava o
aspecto espiritual. — Na melhor das hipóteses, aquela gente traria uma
solução igualitária, ao nível dos ventres. Dos peitos, das mentes, das almas,
quem cuidaria?
Isso explica a fotografia N. 26, de 1923, época em que retomei a Ioga, da
qual recebera rudimentos — em 1922 — com aquele Iogue que acompanhara
certo tempo, a pé. Mas, havia em mim muito tumulto ainda, muito desejo de
ação, para ser um solitário. E, muita compreensão, para conformar-me com as
explicações espíritas ou do esoterismo elemental Na Europa, fui amigo de
Bourniquel, o braço direito de Gabriel Delanne, e assisti a trabalhos,
materializações, e à elaboração de obras. Mas, também olhei como viviam, o
que realmente acreditavam, qual o grau de entrega e de felicidade estável; de
destemor, em todos os sentidos, inclusive o da morte. — E, não me bastou.
Na Alemanha e na França, países nos quais permaneci vários anos,
freqüentei os Martinistas - então divididos e pouco operativos, após a morte de
Papus. É verdade que não tive contato com os discípulos silenciosos, do M.
PHILIPPE. Coisa curiosa: todos os medalhões do Martinismo, os próprios
Editores ocultistas, etc., com os quais falei, não me assinalaram a nenhum
deles. — Sédir, cujas "Amizades Espirituais" eram de recente fundação, ainda
era olhado sem compreensão, pelo menos por aqueles que conheci.
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Haveria uma razão, Carolei, para uma evolução pessoal, separada, tão
independente quanto possível? - Creio que sim. Se, desde 1924 já trabalhei
como Iniciador Martinista, seriamente, isto é: ditando a cada Discípulo,
separadamente, as instruções de cada Disciplina e, ainda, vigiando
pessoalmente seus estudos de astrologia, etc. e servindo-lhes de tutor moral,
continuava procurando para mim, não só A Via, mas ainda: alguma coisa mais
do que "ocultismo". A fotografia de 1931 — e pela tríplice conjunção que ali se
vê: de Sol, Saturno e Mercúrio, em Capricórnio, indica a data de 6 de janeiro,
estando, aliás, mal colocada — aparentemente — a ficha de Vênus que
representava outra coisa — refere-se ao dito a pág. 27 de Yo que... sobre
magia cerimonial, da qual me ocupei, às vezes com outros Discípulos meus,
desde 1926 até 1932, com algumas interrupções, e com resultados alentadores
como obras de amor e de justiça (Curas muito boas; achado de obras muito
raras; obtenção da liberdade de pessoas injustamente acusadas; e... alguns
conhecimentos fora do que sempre reiteram os livros, também como, por
exemplo, curar a obsessão de uma menina de seis anos, a 300 quilômetros de
distância, etc.). Mas, isso não enche a alma de ninguém, que busca A Verdade
e a Paz Interior, ...e não está disposto a fazer abatimento!
Poderia lhe dizer, Carolei, uma coisa que reputo muito interessante: que
aprendi assim, entre outras coisas, e com a verificação vivida, que, cada vez -
seja na vida individual ou na vida grupal - que se aproxima a possibilidade de
uma elevação real, também vêm, antes já, as "provas". E, geralmente são tão
singelas, e por isso mesmo "sutis", que escapam à visão pouco sagaz dos
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Proteção superiores.
Se uma pessoa, a quem déramos funções, abusava delas para procurar
conquistar a uma discípula, esta seria a que levasse um nome tal que,
kabbalisticamente, ficava evidente que a pessoa nunca respeitaria nem a
amizade. Estas, Carolei, são, por exemplo, coisas que servem, das que
aprendi nos anos de juventude: a reconhecer, por mil maneiras técnicas, as
comprovações do que a intuição, ou a cognição, ou a visão, informam.
Se alguém que colaborava comigo, não cumpria — apesar de ser capaz
de multiplicar objetos — com a obrigação moral, de ensinar só a verdade; e
se eu formulava ao Mestre PAPUS e ao MEM, um pedido do coração, para
então eu passar a acumular — e embora já muito sobrecarregado - o
ensinamento de coisas do Oriente, além das do Ocidente, então, no dia
seguinte, surgia na minha residência um homem, já velho, que fôra outrora
amigo e discípulo de meu Mestre, Cedaior, e que, tendo sido iniciado no
Suddha Dharma Mandalam, pelo próprio Guru Subrahmanyânanda, vinha me
dizer: "Esta madrugada, recebi ORDEM de vir lhe entregar todo este arquivo
de coisas do S.D.M., com as quais nada mais posso fazer, porque... por tal
motivo... me afastei do caminho e sou apenas um guardião...". Isso, não
contei no "Yo que..." mas, Carolei: de tudo que conto, e do que não conto,
também, há nos arquivos documentos, fotografias ou alguma outra prova,
sempre. E, possivelmente convenha dizer que, de certos documentos que
acho importantes, sejam iniciáticos ou de outra espécie, aprendi há muito
tempo a fazer depósito de cópias, em diferentes países: assim, no caso,
nunca impossível, de guerras, perseguições de qualquer espécie ou origem,
é muito difícil chegar a destruir coisas, das quais nem eu mesmo sei já, onde
os guardiães as colocaram... Isso, faz parte do trabalho que chamamos de
"sério".
Muitas outras, das coisas que fiz ou intentei fazer, Você verá, seja nos
comentários sobre a A.M.O., a Cruzada, o Monastério ou o Alba Lucis.
Porém, da época do Martinismo de Montevidéu, creio dever lhe referir, ainda,
umas historietas, possivelmente instrutivas, especialmente no que se refere
ao MEM PHILIPPE...
E, Carolei, convém esclarecer que estas são apenas uma pequenina
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parte, do que poderíamos contar; mas, nem o livro dá para tudo, nem
podemos relatar muitos casos, que envolvem pessoas alheias ao labor... E,
também, antes de relatar as histórias vividas, é preciso lembrar que, naquela
época, eu tinha muito forte apoio e direto contato com o MEM, porque todo o
esforço era feito no sentido por Ele ensinado, em primeiro lugar; e, em
segundo lugar, durante certo tempo, um grupinho manteve-se
suficientemente unido para dar, senão base, pelo menos "esperança
egregórica"; e, como última razão, está a de termos sofrido — minha
N. 109
segunda esposa e eu , não somente fome, como já contei — mas
insidiosas campanhas para nos separar, e muitas outras coisas que não é
oportuno referir aqui, mas que dinamizavam o nosso labor, pelo que,
consciente e voluntariamente, aceitávamos sofrer, caladamente.
Vejamos, pois, as histórias relativas ao Poder do MESTRE:
H. 7 - As "Consultas no GIDEE"
Av. 18 de Julho, 1018, 2.º e 3º. andar — bem em cima do "Club Argentino", um local nobre, todo
de mármore Carrara; aluguel pesado ; atividades deficitárias durante três anos. Nos outros quatro,
não. Entretanto, desde o primeiro ano, eu resolvera fazer pela rádio "LA VOZ DEL AlRE" um programa
— sem propaganda, tempo pago por nós, os Martinistas — que, sob o nome popular de "La Hora de
Ias Ciencias Misteriosas", fazia 15 minutos de divulgação acessível, e, depois, pelo microfone
mesmo, dava o nome do doente pelo qual convidava a todos os radiouvintes a orar comigo naquele
instante e a REITERAR A PRECE ÀS NOVE DA NOITE, hora em que os Martinistas faziam sua
Cadeia de Curação. A música escolhida era A MESMA com a qual Papus e outros, na Europa,
preparavam-se para essas mesmas Curas pela Prece Coletiva: O Largo de Haendel, que é, ainda, a
música com a qual abrimos nossas cerimônias martinistas...
Os resultados colhidos foram estes: muitas curas, confirmadas. Sobre o tema CURAS, gostaria
de voltar, oportunamente, no terceiro volume.
Anos depois, quando o programa não mais existia, AINDA recebia cartas de gente me
escrevendo: e, cada noite, às 21 horas, estamos orando com Vocês.
N.109 — Assim como ensinei que, conforme o modo e idade em que uma pessoa penetra (em
cada encarnação) na Senda Espiritual, pode-se ou pode ela mesma — situar a sua idade espiritual, e
possibilidades dadas naquela ocasião, assim também creio que, as circunstâncias e motivos que cercam
o casamento de cada ser humano, tem um significado. Tenho meditado, por exemplo, nos modos em
que casei, três vezes, nesta vida: a primeira vez, procurei pôr a salvo dos galanteios que me pareciam
pouco elegantes, de um oficial, a uma das Damas da "A.D.F." que regiam uma instituição na Renânia
ocupada. Pouco a pouco, descobri ser pessoa a quem, uma educação errada criara o complexo de "não
casar" e de "não poder ser mãe". Quis demonstrar o contrário. Enamoramo-nos e casamos. Passamos
dois anos "casados em branco". O resto, como seja a anunciação da filha, já contei no "Yo que... ". -
Essa primeira esposa, cuja posição social e material desconhecia quando noivei, me trouxe facilidades
econômicas para a primeira parte da minha missão.
A segunda — a que passou fome em Montevidéu" — era pessoa que estivera casada com um amigo
meu, que ia tornar-se louco por doença nervosa. Avisei-o e, estando eu livre para casar, combinei com ele
que assumiria a companhia da esposa dele. Foi uma fiel companheira durante muitos anos. E, se em certa
altura nos divorciamos, foi em tão boa harmonia, que hoje ainda é Discípula e Colaboradora íntima, tão
amiga de Mãezinha Sádhanâ como minha.
De Sádhanâ, já falei, e terei que falar ainda nesta obra. — Mas, não creio que todos possam viver
estas experiências, com tal busca de reconstruir sempre o equilíbrio, não deixando desafetos, nem
sacrificados, e, também respeitando sempre os dispositivos legais, de forma que cada situação se torne
sempre totalmente normal e transparente.
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Outro fato curioso: — a partir daquele tempo, O LARGO DE HAENDEL se tornou mágico: A
Cruzada pelos Tuberculosos, em Montevidéu; os mais variados movimentos assistenciais - até a L.
B. V, no Brasil usam-no como uma de suas músicas prediletas. E, SE SOUBESSEM USÁ-LO com
mais noção do que fazem e com laços com o M. PAPUS e o MEM PHILIPPE... veriam curiosas
coisas acontecerem, como aliás acontecem também; em diversos lugares.
Em conseqüência desse programa, vi-me obrigado a receber consulentes três vezes por
semana, à tarde. Das 15 às 17, atendia de 20 a 30 pessoas. Como é possível atender a tanta gente
em tão pouco tempo, dirá Você, Carolei: — A razão é simples; DIRETAMENTE RELIGADO AO
MUITO EXCELSO MESTRE, eu — já o disse — SABIA MUITO DE TODOS e às vezes TUDO DE
MUITOS. Davam-se casos como este: entrava uma senhora e me dizia: Doutor (o meu trabalho todo era feito
como Jehel, Doutor em Kabbala que sou, pela Ordem da R.C.) vim consulta-lo, pois o meu fígado...
Mas, eu não deixava a mulher prosseguir: Senhora, o seu fígado é cousa sem importância. Mas, a
senhora já fez três abortos provocados. É verdade? - Pois bem, se pede perdão ao Céu e se me promete
procurar ter pelo menos UM filho e criá-lo como ser útil à coletividade,- ficará curada! E, SE PROMETIA DE
CORAÇAO, FICAVA MESMO!
Outra consulente; a moça mandada: Entrou, fechou a porta que separava da Sala de Espera. Falou que
estava debaixo da influência de um mago; que gostaria de se livrar, que contava só comigo, pois me admirava,
muito mesmo; _que até gostava de mim... e, levantando-se, veio até mim, e erguendo um pouco as roupas,
sentou-se a cavalo sobre mim, enquanto seu olhar procurava "incendiar" o meu e seus lábios se ofereciam,
embora "esperando" a minha reação. Quando, após um par de minutos dessa silenciosa luta entre a "tentação
enviada" e a tranqüila espera, sorridente, sentiu-se desarmada, disse-me, envergonhada "Você tem poder,
mesmo". E, desatou a chora, já sentadinha, quieta no seu lugar: o mago que a mandara, perdera a batalha com
o MEM....
Expliquei-lhe, então, como tinha sido dominada pelo "seu" feiticeiro.
Disse-lhe que não, tivesse medo dele; que, no próprio dia seguinte, arrumasse a trouxa, e viesse" embora
para o centro da cidade. Que eu lhe prometia, em Nome do MESTRE, se ela fazia as coisas de coração limpo,
que acharia logo trabalho. Prometeu .
Por muito tempo nada mais soube, e só me lembrava dela nos pedidos.
Um dia "topei" com ela na rua: muito decentemente arrumadinha. Perguntei como ia. - Muito bem; não
tinha aparecido porque, embora enormemente grata, tinha muita vergonha de como se apresentara a primeira
vez. Estava empregada, vivia honestamente, tudo em ordem. - Gratidão e alegria.
Outro caso: A moça “anulada": Uns 23 anos, Capricórnio e Tauro combinados. Ficara órfã cedo. Uma tia a
criança, mas agora a tinha quase de doméstica e a impedia de empregar-se, ou de namorar e casar. Desejava,
profundamente, ser Mãe. - Expliquei-lhe quem era o MESTRE; a Balança Moral: e que, se queria prometer orar
diariamente, para que lhe mandassem o homem ao qual ela pudesse ser mais útil, e as almas a que melhor
pudesse servir como Mãe, então podia ir dizer a Tia que lhe dava oito dias de prazo, para resolver se queria lhe
dar liberdade: de viver com ela, como moça que irá casar, ou se preferia que saísse. A tia, irascível, a mandou
embora logo. Dois dias após, estava empregada no consultório de um Médico; três meses após: casada e feliz.
Filhos bonitos vieram: mais umas vidas úteis e menos egoístas...
“CURAS DE DOENTES”
Numa de suas obras, PAPUS, diz que algumas das Lojas Martinistas,
chamadas místicas, têm o costume de se reunir para pedir a cura elos doentes
graves. Seguimos, nisso também, a Tradição, e até irmãos isolados têm pedido e
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Montevidéu, 1941. O Sr. P.H.B. (Ashmole, 106, nos velhos registros da Ordem...), pede para ser iniciado
martinista. Presta alguns serviços, de bom guru. Uma de suas cunhadas, com câncer no fígado é “aberta e
fechada” pelos cirurgiões, que lhe dão “dias” de vida. “Ashmole” faz determinado sacrifício moral. Todos podem.
A paciente é milagrosamente curada; cura verificada radiograficamente. (fim do primeiro ato.) – 1942 Ashmole
cede e torna a jogar na roleta, inclusive: compromete fundos da direção Geral de Impostos “X...”, da qual e
subdiretor. A situação torna-se grave. Será descoberto e processado. Arrepende-se, e implora ao MEM.
Apoiamos com pedidos. – então, uma tarde, a sua filhinha de cinco anos, interrompe o brinquedo e, olhando
grave para o pai (que nada contava em casa de sua terrível preocupação) lhe diz: “Sabe, paizinho, que hoje, às
21:17, o “17” sairá três vezes seguidas...”. lá foi ele, e ganhou exatamente a elevadíssima soma que devia e que
repôs... a tempo! Imensa gratidão... na época. (Fim do segundo ato.) – 1944: Não resiste mais à tentação do
jogo, nem a de “hipnotizar” a uma sujet, mediante a qual conseguiu ás vezes, saber os nomes de barcos
afundados na guerra... e com isso poder se “exibir” ante os amigos... – Há uma denúncia, todo seu passado
administrativo é investigado. É destituído e passa a subalterno. Recebe essa noticia na cama, á qual fica oito
meses, com terríveis dores reumáticas, cem forno elétrico, etc. mais nada o alivia, por que: se ele não sofresse
também em carne própria, teria de morre a cunhada, salva a seu pedido e mediante uma promessa que não está
mantendo... Está começando a entender, Carolei?...
Tivemos a felicidade de poder intervir e reduzir um pouco o prazo do sofrimento...
Esta história tem aspectos cômicos, como a nossa vida humana nunca deixa de ter, já que não somos
sérios. - Também os tem muito graves. Você mesmo fará a classificação e verá a unidade que, contudo, impera
no caso. Assim espero, pelo menos. – 1943: Por ocasião de uma de minhas visitas quase mensais, a Buenos
Aires para ver aos Discípulos de lá, a esposa não discípula – de um deles, pede-me audiência. Explica-me,
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então, ser católica ardente, e querer "tirar de qualquer jeito" ao marido do seio dos discípulos, para "joga-lo aos
pés da Virgem". - ... Após perguntar-lhe, se tem certeza de que a Virgem gostaria de tanto fanatismo e
violência... vejo-me obrigado a dizer a essa Senhora, em particular, algumas cousas que não a honram muito.
Curva-se, como todos nós temos que nos curvar quando põem à mostra... o que tanto trabalho nos dá evitar que
outros vejam... ou que até fazemos de conta que não vemos em nós! Chegamos a um acordo: eu prometo que o
marido (desenhista) deixará o labor acessório com o qual melhora o orçamento da casa (mulher e duas
filhinhas): orquestra de senhoritas numa confeitaria, à noite... pois a devota esposa é ciumenta como um... tigre
católico! Ela deixará o marido estudar e "permitirá" que ele saia uma noite por semana (das 20 às 23) para ir ao
Grupo Martinista ao qual pertence. (Fim do primeiro ato.) - Seis meses depois: ele já procura (não por minha
ordem) fazer-se vegetariano; ela briga por isso; chega, um dia, a tomar o bife cru e a lho esfregar no rosto, diante
das filhinhas apavoradas, e a esbofetear ao marido que, felizmente, consegue manter a calma. Ele me consulta e
me conta que ela ameaçou com "denunciar" as reuniões (?) de acordo com os conselhos do seu confessor
(ainda bem que não foram "da Virgem"!).
Peço a "Spaldah-169" (o Discípulo) que continue: orando, trabalhando... e indo às reuniões. chamo à
esposa e increpo sua falta de cumprimento do trato. Concito-a a melhorar a conduta, pois seu lar está em perigo.
A resposta dela é provocadora. Deram-lhe "corda". Parte como veio.
Dias após, na casa do Prof. M. C. (colaborador de Einstein, mais tarde...) na qual se fazem as reuniões,
às 22 horas, batem na porta. A esposa dele, Discípula Th... vai abrir: Polícia: queremos revistar tudo; mostram
ordem do Juiz. Pois não: Acham na sala o marido estudando; música aberta sobre o piano; apenas duas xícaras
de chá sujas, na cozinha. Está claro que não há reuniões, como dizia a denúncia. Mas... por via das dúvidas,
fazem bem seu trabalho: esvaziam todos os móveis; revolvem tudo; até o colchão é "sondado" com longas
agulhas. NADA. Honestamente, lavram uma Ata, cuja cópia entrega ao dono da casa, a quem informam que: "no
dia seguinte, querendo, poderá obter na Polícia os elementos para processar por calúnia, á denuncia... Sra. F...,
"a dita cuja".
Claro que não interessa processar. Só Interessa: orar por ela. Mas agora vem o que nos interessa:
1.º) - No dormitório, lá onde mais revolveram, havia um móvel, espécie de pequena Secretária, bem cheio
de todos os papéis das reuniões, inclusive de atas de curas, cousa que, se a policia de Buenos Aires achasse,
embora no fim das contas fosse possível provar, meridianamente, ser tudo feito só pela prece, teria dado uma
trabalheira "danada", já que o ambiente portenho é cem por cento (ou pelo menos o era naquele tempo) oposto a
tudo que não seja puramente material, "científico", etc...
Ora, esse móvel, nem o viram! Havia lá: dois investigadores e um escrivão. Curiosa cegueira, ou curiosa
invisibilidade e intocabilidade de um objeto, pois, tinham que tê-lo visto e tinham que esbarrar nele, quando
quase desmontaram a cama do casal!, Cousas do Muito Excelso Mestre",
2.°) - Nessa noite, era de fato dia de reunião. E, nesse grupo de uma dúzia, aproximadamente, de
Martinista - número ao qual eu limitava os Grupos, por diferentes razões - a presença era de 90 a 100%, sempre,
nunca suprimindo-se as reuniões, com exceção de feriados nacionais ou dias de aura perturbada, como os
carnavais. Mas, nessa noite, tinham estado às vinte horas, uns três Membros do Grupo, avisando terem de
comparecer, juntos, a determinado compromisso técnico. Outros, telefonaram: "impossibilidades imprevistos", E,
a dona da casa, esposa do "Delegado Martinista" da zona, telefonou aos restantes e suspendeu a reunião.,.:
Cousas do Muito Excelso ...
Conclusão: dois anos após, o citado Discípulo estava divorciado, e já casara com uma jovem, cujo ideal
foi de acompanhá-lo na Senda Mística. Cada um prepara-se o amanhã que merece,.. Mas essa é uma solução
muito pior, que a possível de ser obtida com um pouco mais de boa vontade, mútua,
Com. 114 - Você pensará, Carolei: Então, a que alturas e prodígios, devem ter
chegado, tanto nessas "consultas do Dr, Jehel", como nas Sessões Martinista!
Infelizmente não, Carolei. Explico, em duas palavras:
Certo dia, dois de meus Colaboradores (excelentes pessoas, aliás, porém com
os "seus" pontos de vista, e pouco dispostos a deixar de "opinar": direito sagrado em
toda democracia que se respeita, conforme dizem ... ) vieram falar comigo. O
terceiro, e o quarto, não eram dos que dão a cara". Eu continuava a cultivar a arte
que o carioca chama de "fazer-se de desentendido", E ouvi isto:
"Essas consultas não trazem (discípulos ... a maior parte é gente pobre ... até
mal trajados, .. e nem fica bem, tomarem o mesmo elevador que o senhor Sócios, do
Senhor Club, etc ... e não atraem Pessoas "Bem", etc ... " - Carolei, confesso que
hesitei por alguns segundos: entre jogá-los pela janela; ou sair uivando de dor; ou
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continuar a fazer cara de besta e consentir em que UMA DAS RAÍZES MAIS
FORTES DA OBRA fosse, assim, cortada pelo machado de estupidez humana, da
incompreensão, da ingratidão, etc, .. - Mas, dirá você: e por que "não lhes
explicou"?.. Se Você "acha", ainda, Carolei, que se pode explicar certas cousas, a
quem não as sente e não as vê ... então ainda está na etapa intelectual e
discutidora. - Mas, eu, que me guio pelos Sinais, já vi assim, desde 1943, que
aquele labor não daria o que se esperava. Mais tarde, em 1946, outro gesto de puro
egoísmo coletivo, em Montevidéu, impediu que SE FIZESSE o que era para fazer.
Não me interessa apontar fatos, pessoas, etc. Nem sequer os nomes ou ocasiões,
conservados nos arquivos, de todas as pequenezas que, reunidas, formam uma
GRANDE PEDRA posta ante toda roda de tantas obras úteis à sociedade humana.
O caso coletivo em apreço, não é nem uma exceção. Mas, por isso foi fechada essa
etapa, e nasceu uma outra, da qual falei em termos gerais, a páginas 207 a 21l de
"Yo que ... " e da qual preciso comentar alguns aspectos internos ou místicos, para
que se compreenda melhor, como continuou A Busca, no sentido de procurar qual a
melhor oportunidade, para os poucos estudantes sérios, dentro da mentalidade e
ambiente em que nos tocou atuar, tendo sempre; não o esqueçamos, o Martinismo
como base, mesmo quando invisível, e como padrão para avaliar modelos e
resultados, no labor.
***
Fevereiro de 1949: No terraço da casa de uma Discípula, estão reunidos os principais membros da
À.M.O. - Fenômenos interessantes foram anunciados, para completar outros já vistos na véspera. Um dos
presentes, K..., teve "uns pensamentozinhos nada santos", conforme relatou - com notável franqueza -
posteriormente. Ao passar por uma janela baixa, cai, quebra o braço e PAGA À VISTA: resolve ficar todo o
tempo da reunião - 2 horas! - voluntária e conscientemente, com a fratura, para não perturbar. Recupera assim,
certa posição interior ...
Março e abril de 1951: Sádhanâ e eu, já abandonamos toda e qualquer atividade "profissional". Vamos
gastando o que temos, entregues... Mas, Sádhanâ sabe que não deve trabalhar. Certo dia (10 de março, na
Agenda da Vida Mística, arquivada) "acha" que - para ajudar a certa pessoa "poderia" abrir uma exceção. Então,
quando vai ligar, como todos os dias, a cozinha elétrica, há, de repente, um circuito - e os fusíveis são para 10
Amperes! - e ela fica com todo o interior da mão direita com queimadura de 3.° grau. Anda, aliás, pela cozinha,
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como uma leoa na jaula, mas não dá um pio! Pomada, médico, mão imprestável por muitos dias. E, não
esqueça, Carolei, que a "idéia" dela, era apenas, de "eventualmente" aceitar até um emprego, para ajudar a
obra, já que as minhas viagens à Argentina e outras despesas da Obra, comprometiam o nosso equilíbrio
financeiro ... no qual cada tostão estava com destino certo (há apontamentos da época: a Obra lias custava uns
300 pesos uruguaios mensais).
Em 5 de abril, Sádhanâ. já tem um pelezinha nova, delicada, na mão; porem, na véspera, antes de deitar,
veio uma visita: a de uma moça, discípula, que tinha pedido muito a Sádhanâ que "a ajudasse" numa dificuldade
técnica, com uma cliente da moça. Sádhanâ "pensou" abrir exceção e aceitar.
Então, no dia 5, em outra parte da casa na qual a instalação elétrica está igualmente perfeita
quando vai ligar a chaleira elétrica, novo circuito, lhe torna a queimar a mesma mão... naturalmente dói muito
mais! Mas, agora, ela entendeu definitivamente: toda atividade profissional lhe está realmente vedada.
Viu, Carolei, como somos teimosos, todos!
1951: Eu tinha recebido ordem (nunca revogada, até hoje...) de sempre usar o Bastão. Mas, uma vez,
tendo que ir “pertinho de casa”, achei desnecessário... Minutos após, Sádhanâ me via voltar, penosamente: tinha
destroncado o pé... Outra vez, era em Buenos Aires. Parava na casa de certo discípulo e, tendo que sair com
ele, também dentro do próprio bairro..., não achei necessário... e não fiz dois quarteirões: pé destroncado de
novo. No entanto, são centenas de pessoas as que me viram, mais tarde, no Monastério subir e descer morros,
de tamanco. Mas, para pisar na rua, “a serviço” da Jerarquia, ou levo o Bastão, ou levo pau... É só escolher.
Aliás, já o disse, Carolei: Sempre: é só escolher!
8-12-1949: Sádhanâ fica imobilizada numa poltrona, e eu "pregado" ao chão, cada vez que me dirijo em
certa direção. Mas, se volto para outra, para tornar definitiva a união dos nossos destinos, para Obra, a liberdade
de movimento é total, - Após quase uma hora de comprovações nesse gênero, tomamos uma decisão que iria,
de forma categórica, coroar tudo quanto os Mestres vinham nos apresentando, desde 20 de setembro do mesmo
ano, inclusive todas as provas, de todos os enganos ou dissimulações de certas pessoas, que tornavam
impossível continuar esse tipo de labor, em tais condições. Aliás, Carolei, foi essa experiência, de 1949, que nos
serviu muito, em 1957, no Monastério, quando uma situação análoga apresentou-se e que, na mesma forma:
provas e avisos começaram a nos chegar de todos os lados! Curiosa indicação psicológica para o futuro;
enquanto Sádhanâ e eu vivíamos essa prova terrível de uma hora; duas pessoas que, pelos laços iniciáticos
conosco, poderiam ter estado orando, perdiam lamentavelmente o tempo em conversa... Esses, Carolei, são os
sinais que é preciso aprender a ver, a custa de dor,.. e de silêncio!
Ishma e os Bombeiros: Naquela época, o MEM estava procurando preparar a quem, mais tarde, seria a
Monja Ishma, para certa Missão, Para isso, como ela, no; fundo de sua mente, tinha ainda certas dúvidas e certo
temor D. morte, concederam-lhe a graça - reiterada! - de certas experiências, das quais relatarei algumas:
Na quarta-feira 11 de janeiro de 1950, Ishma vêm nos visitar, aflita por Uma explicação, do que lhe
acontecera pela madrugada: "Deitada, disse, ouvia, no olvido do lado em que sou surda, o sino de alarma dos
bombeiros, como se fosse bem defronte da minha casa. - Sentei na cama e o silêncio era completo, Por duas
vezes mais, tornei a poder viver a mesma cousa: se deitava, ouvia com força aos bombeiros, a conversa de
muita gente e, também, a sirena da ambulância pública. - Se me sentava, inquieta, tudo calava."
Comentei à Disc. Ishma que isso era um aviso; que estivesse atenta - Na tarde da quinta·feira, dia
seguinte, Ishma voltava do centro da cidade, a pé, para sua casa, E, à medida que ia chegando para mais perto
de seu bairro, os joelhos lhe tremiam, sem saber por que, Quando próxima à sua casa, viu as ruas cheias de
gente,.. e bem defronte da sua casa, bem na direção de seu balcão, mas do outro lado da rua, estavam lá as
mangueiras dos Bombeiros, pois um grande incêndio atacara um depósito de filmes cinematográficos, A
ambulância veio, pois houve bombeiros feridos, Ela assistiu a todo o fim do terrível incêndio, do qual fora avisada
umas 36 horas antes, "mas, o MEM quis lhe ensinar a "prestar atenção a todo sinal já conhecido", - Vejamos:
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No sábado dia 14, estando no outro extremo da cidade, em nosso Templo particular de Malvin,
justamente após forte cerimônia devocional sentiu novamente o tremor dos joelhos e, minutos após, os
Bombeiros passavam na rua, Bonita confirmação, quando a gente é capaz de aprender a prestar atenção e a
perder as dúvidas!
E, no que se refere a perder o temor à morte, veja Carolei, que dádiva foi brindada à mesma Discípula
(duas vezes, aliás): em 22 de agosto de 1950, pela primeira vez, no pequeno Templo do casal Samsaradasa-
Samsaradevi, de Montevidéu, Ishma foi "destriplicada" (desdobrada é pouco, no caso!), pois, após certas
experiências e cerimônias, procurando sentir a vida de suas células, etc, sentiu-se como "virada pelo avesso" e,
logo, via: a seu corpo, sentado em postura de ioga, no chão (como realmente estava); a seu outro centro ou
corpo, pleno de luz, ao lado e, ela mesma (consciência) estava à esquerda de ambos, e como a um metro do
chão... (devo dizer, Carolei, que na segunda vez, ela ficou separada em quatro: físico, anímico, mental e
consciência; sendo que esta última VIA aos outros três corpos, cada um com um aspecto, atitude e sensações
totalmente diferentes, Mas, isso é ioga!
Em 21 de março de 1950 (uma semana após terminar aquele Jejum de 67 dias), Sádhanâ teve esta
visão: (às 21:30hs) - Uma Cruz de Malta prateada, sobre a qual ressaltava um grande e circular quadrante de
relógio, preto, cujas agulhas claras marcavam 3 hs e 1 minuto (ou, 15hs, e 1 minuto), - Naquele dia e seguintes,
não achamos a que podia se referir, embora essa Cruz seja....'martinista".
Em 31 de março, "viajamos juntos para Buenos Aires (camarote 122, é claro!) e Sádhanâ sonhou que: _ o
Discípulo P-263 (não posso dar o nome, porque já é falecido) estava, junto comigo, frente a um espelho, e
também com ela, que via que P-263 me oferecia uma casa-chácara, mas que eu esperava outra espécie de
entrega, Eu relutava interiormente por achar como resolver tudo melhor".
Já, em 4 de abril, tínhamos um almoço marcado com uma Discípula (P-418), a cujo almoço devia
comparecer também o amigo P-263, pois tratava-se de estudar a conveniência de unir as vidas, pelo casamento,
desses dois seres, já de certa idade ambos; que Poderiam fazer muito, tanto por uma vida feliz e mutuamente
útil, como pela obra. O almoço começou tarde, e, quando abri a boca para tratar do tema, vi, sobre o piano, o
relógio da visão: marcava, exatamente: 15 e 1 minuto. E, na minha frente, na parede, estava o símbolo da Cruz
de Malta. Mas, como sempre se deve fazer tudo, por dar a oportunidade a todos, tratei do assunto, que ambos
acharam bom, pois já faziam estudos e ásana-ioga juntos e havia mútua estima e afeto.
Mas... em 11 de abril, P-263 tinha uma recaída na saúde (a vida fora-lhe salva pelo MEM meses antes, e,
portanto ele devia entregar-se...) e, não podendo nem tomar o elevador do nosso hotel, eu desci para atende-lo
numa leitaria onde..: me ofereceu sua resolução de "comprar uma casa-chácara, para fazer uma escolinha de
ioga, etc... Foi-me difícil sair do assunto, não querendo "ferir" a um homem doente. E, por outra parte, vendo que
não era possível fazer nada, pois já em 4 de abril mesmo, Samsaradevi, de Montevidéu tivera e nos comunicara
a sua visão de "Duas pessoas examinadas dentro de uma GRANDE MÃO, etc. (arquivos ... ). - E, P-263 voltou à
sua ocupação e crença favorita: a técnica só (Asanas. magnetismo, e médicos ...
Então, em 24 de abril, no dia e na hora, exatos, do aniversário de sua última iniciação a um determinado
grau da A.M.O. ...caiu morto, dentro de um consultório médico. Sobre essa morte haveria muito mais para dizer,
e do que depois aconteceu com ele, “do outro lado”. Mas, deixemos certos Mistérios para os estudantes sérios...
e que já VIVEM determinadas cousas!
etc..., é preciso perceber que, tanto os Discípulos como nós mesmos, tínhamos
assim enriquecido, e muito, a nossa vivência: intelectual, cerimonial, moral e
espiritual.
E, se ressaltei os dois últimos planos do ser, Carolei, é para deixar bem claro
que, em última análise, a seleção que os: Mestres fazem e a única distinção que o
Muito Excelso MESTRE faz, concerne somente a estes dois setores. Isso deve ser
tomado em conta, para compreender bem isto:
a) Que tudo quanto vou expondo, nesta obra, sobre as atividades que temos
ido promovendo, sucessiva e simultaneamente, o está sendo como eventual
ensinamento, para os que - como sucessores nossos, se algum surgir, agora ou
dentro de muitos anos: ou como simples estudantes que desejem entender as
"etapas" -, comparando e meditando, achem a relação que todos os planos da vida
guardam, e, mais ainda, a importância que tem tal relação, na vida dita iniciática, de
cada ser ou coletividade.
b) E, para que Você possa Carolei, dar a cada "fenômeno" ou circunstância -
que as "Histórias" relatam - a interpretação mais valiosa, isto é: como preparação de
almas, como direção pela superioridade, e como lições práticas sintéticas, isto é:
que abrangem sempre, simultaneamente: funcionamento técnico, circunstâncias que
o permitem, facilitam ou travam; reflexos na coletividade, etc ...
Com. 118 - Nesses aspectos todos, a A.M.O., tinha, no momento em que o
MEM iria nos lançar na “Cruzada", uma seleção de alguns muito dedicados
discípulos. Na Argentina, por exemplo, Solón, Theano e Fidelis, tinham ajudado
poderosamente em muitos aspectos, inclusive em sacrifícios materiais - deles e de
seus amigos - para facilitar a edição inicial de "Yo que...". - Muitos fenômenos
notáveis e experiências; curas e diagnósticos exatos inclusive à distância - bem
como de "identificação" conosco e experiências decorrentes, foram os estímulos que
os recompensaram.
Em Montevidéu - onde ainda atuam, silenciosamente - os componentes de um
casal (que mereceu chegar a ver a São Francisco, mais de uma vez, e receber
exatas orientações dele, sem mediunidades), eram usados como "mensageiros de
comprovação". Por exemplo: se Sádhanâ e eu estávamos recebendo, pela via
intuitiva, determinada orientação, mas que eu, sempre muito analítico e muito lento
para resolver as cousas que têm importância, não aceitava plenamente, ou
rapidamente, uma indicação que "parecia" vir do MEM, e me "plantava" na posição -
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Na "Agenda 1050, da Vida Mística", achamos isto: que, em 2 de junho, eu estava me preocupando sobre
as modificações a imprimir ao nosso labor. certas indicações estavam sendo recebidas, mas eu não as
considerava suficientes e implorava - não só com preces, mas com contínua preocupação séria, porém quiçá um
pouco impaciente - por mais categóricas ordens.
Nesse mesmo dia, veio Samsaradasa, que tinha ordem do MEM, de me trazer com urgência, toda visão
apresentada à sua esposa Samsaradevi, a qual, desta vez na sexta-feira 2 de junho, às 23 horas (pág. 154 da
Agenda) teve esta vivência:
"Vi ao MEM, de calça listada, paletó preto e com chapéu, que colocava a um cavalo branco entre os
varais de uma carroça; logo, colocou ao cavalo preto, porém com muito mais trabalho."
Na mesma Agenda, consta esta minha observação: "Esta é, pois, a reposta aos meus apelos: Não me
explica nada, senão que se me indica que é preciso ser mais quieto, mais paciente é mais confiante. -
Compreendido, Senhor! Procuraremos sê-la. - Sevânanda".
E, já que estou com a mão na massa, Carolei, vou dar algumas chaves, desta forma de dar indicações:
certas, claras, concisas e completas, por meio das visões simbólicas, que os Mestres usam com os Discípulos,
como nós também, às vezes, procuramos sub-usar, projetando idéias ou cenas na mente dos que a nós se
ligam, Mas, isso é outra história...
Sádhanâ sempre é representada por um cavalo branco (via da pureza, da maior inocência, da entrega
menos maculada pela mente, etc ...) Eu, sou sempre representado:
No que se refere ao temperamento e ação: por um cavalo preto, tipo árabe, nervoso, e que vive roendo o
freio que as pequenezas da vida, impõem a seu ritmo...
No que se refere aos sentimentos, à alma moral, etc.: por um cachorro, tipo policial, estudando para São
Bernardo... enquanto cuida; dos que dele dependem e DO QUE OS MESTRES LHE CONFIARAM...
No que se refere à parte supramental, ideal, etc.: por uma Águia...
Então, Carolei, não e preciso Você quebrar a cabeça, para saber o que sou ou deixo de ser, já que o
MEM mesmo, o mostra. Torne a ler yo que..."; veja os clichês da pág. 99 e medite... e verá quanto me falta para
Anjo e para ter na parte superior a POMBA... que começa com a real mansidão, e culmina quando O ESPIRITO
SANTO envia uma, DAS SUAS, aninhar sobre algum dos Seus Eleitos...
Não seria oportuno, tampouco, Carolei, crer que qualquer um pode, facilmente, chegar a merecer obter e
conservar, o dom de receber visões enviadas pelo MEM PHILIPPE, ou mesmo por seus Grandes Ajudantes
(Mestres Papus, Cedaior, e outros...), - Samsaradevi, além de praticas, dedicação, etc... passou por diferentes
provas, das quais algumas possivelmente se assemelhem, aquelas pelas quais um Chapas e outros, e todos,
têm de passar, e sempre, já que cada etapa comporta novas séries: não há curso, por elevado que seja, sem
sabatinas! Vejamos uns "casos" da Vidente uruguaia:
1.º) Na época em que havia uma forte oposição ao nosso labor, tanto por parte de ataques externos (toda
ação desperta reação proporcional! e de sinal contrário ... ), quanto pelas dificuldades que, sempre, criam os "de
dentro" que se não esforçam ou comportam devidamente (que bonito termo!... ), Samsaradevi teve um primeiro
teste: Certo dia, enquanto descascava batatas em sua cozinha, ouviu que lhe diziam: "Se não abandonas ao
Mestre Sevânanda e seu labor, irás ficar cega ... - Ela meditou bastante: cega, com o marido e três filhos por
criar, mais a velhota da mãe! ... e, de repente, ESCOLIHEU: foi para o dormitório, pegou uma echarpe e vedou
os olhos, dizendo em prece, diante de seu altarzinho; Então, é bom ir treinando, desde já, trabalhar sem ver, pois
não penso em abandonar aos :Mestres! ..., - Sabe, Carolei, que, a contar dessa época, começou a ver com
freqüência aqueles símbolos, ou textos EM LETRAS DE FOGO, ou como de gás néon, etc... Mais, Você conhece
muita gente, capaz dessa entrega? E por casa, como andamos?
2.º) Certa vez, São Francisco deu-lhe um texto de Oração pela Paz (mundial), com ordem de levá-la, só
aos Conventos e Igrejas as quais seria dirigida. - Um dia, saindo do dentista, sentiu que lhe iam indicando, em
cada esquina, para onde ir, até que achou-se na porta da Cúria Metropolitana. Embora temendo ser
incompreendida, ou mal recebida, cumprimento: entrou, foi atendida por um Sacerdote, que aceitou logo a Prece
e, ainda, convidou-a e as suas amigas a irem participar de preces e novenas que pela paz mundial, estavam
fazendo. ... Encantada com isso, Samsaradevi saiu e foi caminhando para o seu "ponto" de ônibus. Mas, no
caminho, havia outra igreja, de bairro. E sem ter indicação, foi entrando ... quase a botam na rua brutalmente!...
Entendeu, pediu perdão, interiormente, e ficou um momento, contemplando a figura do Crucificado e meditando:
que dores físicas e outras, suportou por nossa causa! E, desejou ardentemente sentir, uma parte pelo menos,
delas, para poder melhorar e ser mais útil. A noite, mãos e pés lhe queimavam; no dia seguinte, seguinte tinha
AS CHAGAS, era mais uma estigmatizada (tivemos diversos casos, mas sempre os calamos, pois essas cousas
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são A VIDA SECRETA DOS MISTICOS, não são para propaganda, salvo quando há ordem ou quando o
fenômeno se dá. publicamente).
'Trabalhou um par de dias, com dores atrozes, mas procurava fazer o que tinha a fazer. E, em certo
momento, ofereceu de todo coração, todas as dores que tinha, ou viesse a ter, em benefício dos que sofriam de
mãos e pés, involuntariamente, e com isso tinham problemas de ganha-pão, etc. - Momentos após, as chagas
sumiam e as dores também... Entendeu Carolei?
3.º) Quando Samsaradevi estava grávida, da sua quarta criança, já nos últimos meses, era-lhe difícil vir,
cada semana, à reunião em nosso Templo, pois o trajeto era mais de uma hora de ônibus, as vezes sem lugar
sentado, ou apertada. Mas, disseram-lhe "Para ir as reuniões mística, tens a Proteção do MEM".
Então, vinha; e veio até o último dia, sem nunca haver contratempos. Mas, no último mês estava
costurando em sua casa, quando faltou-lhe certo tipo de fazenda. Quis mandar a filhinha maior comprar, a dois
quarteirões, rua em declive e um tanto escorregadia. A filha achou que a Mãe poderia ir escolhendo mais
fàcilmente e disse: "Mas, Mãezinha, a Senhora viaja tão longe, não pode ir até a loja de fazenda?" - E a Vidente
respondeu: "Minha filha, a Proteção que me dão, é para o Labor Místico; na vida diária, o discernimento deve
servir para não querermos usar e abusar, para as cousas triviais, daquilo que é sagrado". - Está entendendo,
Carolei, porque falo, tantas vezes, em discípulos sérios?
Com. 119 - Assim, Carolei, saímos em Cruzada, Sádhanâ e eu; com o apoio de
alguns muito raros Discípulos sérios, no que ao Grupos ou grupinhos mais
intimamente ligados, se refere. No Brasil e outros lugares, havia muitos Discípulos
externos, religados pelo livro yo que... e pelo "Boletim AMO-PAX", que desde
fevereiro de 1952 nunca deixou de sair, graças à dedicação do grupinho citados dos
Discípulos de Córdoba, sendo a expedição feita em La Plata pelos - então
Discípulos - meu genro e filha, que mais tarde também se afastaram, em
conseqüência dos desatinos daquela pessoa cujo papel parece ter sido, sempre, de
pôr à prova quanto era capaz de agüentar a paciência coletiva, e minha, em matéria
de enganos, morais e materiais. Mas, o MEM certamente lhe perdoou, como eu
também: de alguma cousa temos que morrer, todos, como veremos ao tratar do
falecimento do MEM PHILIPPE!...
A Cruzada, cuja organização material ficou explicada em Yo que... (págs. 331 e
segs.), teve pois por base psicológica, iniciática como certeza de receber sempre a
orientação Superior necessária, esse passado da A.M.O. - Materialmente, a Cruzada
e tudo quanto dela decorreu - foi fruto do esforço de Sádhanâ durante 32 anos, já
que quanto economizara, mais o que foi por nós aumentado até 1953, e invertido na
propriedade de Malvin, serviu para pagar as despesas do Labor, parte da edição do
livro: compra do jipe e da Ermida Rodante, material de Instrução - daquela época –
para discípulos por correspondência, na A.M.O, etc.
Não vou relatar, aqui, as peripécias da Cruzada, Direi, apenas que em parte no
Boletim Amo-Pax (números 1 a 20) até outubro de 1953; em parte nos Arquivos
místicos, existem inúmeras provas da Bondade e direção do MEM PHILIPPE;
indicando-nos quando e como viajar; salvando-nos de perigos graves - para os
veículos ou para nós; alertando-nos sobre pessoas e circunstâncias, etc., Também,
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seres. E, não o esqueçamos, a forma em que está escrito "Yo que... outorgando
nomes e endereços, de tantas escolas e instituições iniciáticas, era também - além
do aspecto meramente informativo - uma lição para muitos, mostrando que, não só
procuramos divulgar o que de bom têm todas, como, ainda, quão pouco nos
interessa aumentar o número dos nossos Discípulos.
A Cruzada, também continuou as pequenas missões de ordem social, inclusive
junto a governos que estão no espírito do Alba Lucis, e que, desde 1950 - com a
iniciativa Gandhista no Uruguai - tinham tido início, Na parte Alba Lucis, farei
sintético resumo disso, Toca, então, examinar as suas derivações mais importantes
da própria Cruzada: a fundação do Monastério AMO-PAX e, o Alba Lucis. muito
embora o Alba Lucis tenha surgido primeiro, como semente de mais lenta evolução,
o fato de o Monastério ter-se concretizado antes, e também de ser uma experiência
terminada, para nós, torna aconselhável examiná-lo em primeiro lugar.
O Muito Excelso Mestre e o Monastério AMO-PAX. - Com. 120 - As raízes da
fundação do Monastério, misticamente falando, remontam a época de preparação da
própria Cruzada. Efetivamente, em 9 de maio de 1951, ou seja, muito antes da
Cruzada, quando estávamos visitando em Córdoba (República Argentina), a certos
Discípulos, um dos quais ainda era apenas "candidato" - e nada sabia de nós, no
que a labor interno ou projetos se refere, e a Cruzada ainda não era projeto, nem o
livro estava escrito trouxe-nos a uma Senhora, com quem passou-se isto:
A Senhora O. Gr...i, viúva de um Médico da região, mora nas montanhas das serras cordobenses. Pouco
vem à Cidade. - Vive de pequena renda e dedica-se a atender a doentes, por homeopatia. Receita, em parte
pelo que aprendera com o marido, em parte pelo que lhe mostra, em visão, um Guia árabe, que responde pelo
nome de MUJ HUSSEN. Diz ela, que tal Guia mando-a nos procurar, e mostra-me o seu retrato. Então, vou para
o nosso quarto (da casa em que nos hospedaram) e, de lá. trago dois retratos iguais, que me foram dados por
pessoas que, também, disseram em Buenos Aires - que esse Guia Sufi, árabe, interessa-se pêlo nosso labor.
A seguir em estado de concentração, mas sem incorporação nem fenômenos sem fenômenos de
mediunidade, a Sra. Ofélia passa a ver e ouvir diferentes mestres dos a nos dirigem (e ela desconhece
totalmente). Descreve-os, assim como dá os “recados para nós”. – entre 14 assuntos tratados (pág. 130 da
agenda 1951 da vida mística), consta o que cito, completando com a parte da Tradição Oral:
Assunto 2º:.. e urge que Sevânanda termine um livro que esta pela metade ... (era exatamente, o caso de
"Yo que caminé por el Mundo ... e, mais tarde, ficou provado que devia ter ficado terminado 15 dias antes, o que
teria facilitado muitíssimas cousas ... )
Assunto 4.º: Sevânanda e Sádhanâ viajando muito pelos caminhos até os Estados Unidos. (Muito curioso,
pois dois anos mais tarde, comprou-se a Casa Rodante e o Jipe, sendo inicialmente projetada como consta do
meu livro, até os Estados Unidos, cousa que mudaram posteriormente ... ou por enquanto?)
Assunto 6.º:... e grandes consagrações para Sevânanda (houve-as, do SDM de julho a setembro de 1951,
e outras, posteriormente, de outras Correntes) ... e, no fim da visão, colocam sobre a cabeça de Sevânanda uma
formosa ROSA BRANCA.. (Isto é, no fim, como símbolo da Corrente do Muito Excelso Mestre ...).
Assunto 7.º: Com tudo isso, Sevânanda semeará uma GRAÇA pelo mundo, porém mais especialmente
num pais - e, acrescentou: no qual não se fala espanhol, e no qual pararão bastante tempo ...
Assunto 12.º: Sevânanda irá a uma aldeia, entre altos pinhos, à casa de uma velhinha, receber - e dar
mais - forças ... etc.
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Após terminar em São Paulo, uma estada muito ativa e fecunda da Cruzada, com uma conferência sobre
o Mahatma GANDHI, na Biblioteca Municipal, superlotada por 650 pessoas, tendo voltado outras tantas por falta
de lugar, preparamos tudo, no dia 27, desmontando barraca, arrumando Ermida e, após recebermos a visita de
Discípulos, passarmos a tarde com eles e nos despedirmos deles, fomos nos encontrar, como marcáramos, com
o querido "Thoth-50" (um dos poucos Martinistas vivos, no Brasil, ainda iniciados pelo M. Cedaior), velho e fiel
amigo, que com seu carro nos encontrou, na parte em que a Rua Brigadeiro Luiz Antônio desemboca perto da
Avenida Brasil. Lá estacionáramos o jipe, engatado na Ermida.
E, no carro de "Thoth-59" (um dos Diretores do Laboratório Paulista de Biologia...), estávamos comendo
sanduíches e palestrando afetuosamente, quando, às 20 hs e 55 o Muito Excelso MESTRE disse a Sádhanâ,
que nos ia traduzindo o que, mentalmente, recebia: "Peguem a Estrada do Rio e sigam toda a noite. Existe
perigo num ponto que deve ser passado antes da meia-noite. Não temam, a Mão do MESTRE está sempre
sobre
Vós"...
É claro que "engolimos" alimentos e despedidas, e - com Thoth que veio até a Ponte das Bandeiras,
saímos logo e fomos com "toda a velocidade" que a Ermida permite, quando o asfalto tem subidas e descidas:
reduzida em 3º', ou seja: máxima de 23 e media de 17 a 18. - Depois da meia-noite, já começando a chover
compreendemos o perigo: se a chuva nos pegasse antes, sendo a Presidente Dutra ainda nova, havia muitos
lugares nos qual o barro vermelho tomava conta e a Ermida escorrega muito facilmente, não podendo mesmo
descer rampas em tais condições.
As 3 e meia da manhã, os olhos não querendo mais obedecer, pois estávamos em pé desde a manhã
cedo, dormimos, do lado direito fora da estrada, em Roseira (bonito nome Rosa-cruz...) e, no dia 28 - quarta-
feira, às 7 h e 25 nos púnhamos em marcha, entrando às 11 :15 no Estado do Rio e chegando, diretamente na
Academia Militar das Agulhas Negras, às 12 :30, à procura do Cel. Moacyr Uchôa, célebre pelas suas
investigações metapsíquicas e pelas materializações de até 3 fantasmas ao mesmo tempo, verificadas por
centenas de pessoas que mantivera, anos antes, na sua residência de Resende.
Note-se que, se não chegássemos nesse dia, a essa hora, todo o resto seria diferente, pois às 14 horas,
estouraram granadas na Escola, matando um Cadete e transtornando todos os horários, etc., como é natural.
Mas, já tínhamos falado com o Coronel, e, por seu intermédio, com o querido "Antônio Delfino e sua distinta
esposa, que, num futuro próximo, iriam ser os AGENTES do Invisível, para promover, EM RESENDE, "a
experiência Monástica". Aliás, nesse mesmo dia, fizemos em Resende - no Colégio Rosa-cruz, presidido por A.
Delfino - uma palestra, das 21 às 23, com 83 presentes. E, no dia seguinte, às 10 da manhã, acompanhados
pela Reportagem de "O CRUZEIRO", que viera "nos descobrir" em Resende, seguimos rumo no Rio, onde, no
Aniversário de Gandhi deveríamos iniciar outra etapa de vida. Antes, porém, recebíamos em "Trevo Viúva
Graça" (km: 47) onde estacionamos naquela noite, um aviso dos Mestres "de não ir para o Norte do País, até
segunda ordem". - Ordem que, até hoje, ainda não chegou, e, de fato, nunca cristalizou-se nenhum dos convites
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que, daquela zona recebemos... E, como daquela mesma Mensagem consta que "o Rio fica na Vanguarda"
sempre temos considerado aquela latitude como limite, pelo menos até não haver novos elementos de juízo.
N. 110
- "... Pelo contrário, todo o trabalho consiste em fazer o que o Mestre indica, conformando-se com as
sua idéias, mesmo quando não as expressa claramente; trata-se de ajudá-lo em tudo quanto faz. E, não pode
haver outra atitude. E, Gurdjieff no-lo dissera muitas vezes! o mais importante, no trabalho (espiritual) é lembrar
que a gente veio para aprender, e não para outra cousa .. , Se, por conseguinte, após três anos de trabalho, eu
percebia que Gurdjieff estava, na realidade, nos conduzindo para o monastério, e que iria exigir de nós,
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doravante, a observância de todas (as condições de seu método)... era motivo para ir-me até arriscando assim
perder a sua direção imediata..." ("Fragments d'un enseignement inconnu", pág. 319 e segs.).
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reais acidentes. Se Você pensa isso... desejo-lhe que nunca chegue a instrutor já
que, assim como não se pode fechar o comércio, por que alguns comerciantes
roubam no peso, ou no preço; nem as igrejas - do Oriente ou do Ocidente - porque
alguns clérigos não vivem o que seu Credo representa; assim também, não é
possível evitar: nem os médiuns que simulam (e, felizmente, são poucos!), nem os
estudantes de esoterismo, ocidental ou Oriental, que, preferindo os fenômenos e as
ilusões a realidade, ou a, superação moral, pouco conseguem, numa ou na outra,
das duas Vias. Mas, como tantas vezes o disse, todos devemos ter sido: ladrão ou
canibal, meretriz (que é uma função de sacrifício social ...), e muitas outras cousas ...
de modo que: não é julgando aos outros severamente, que progrediremos!...
A Via Mental de Sarva Ioga. Com. 122 Na 6.º Lição de Sarva Ioga, tal
assunto está bastante bem exposto. Os que as compararem com as outras
N.111
Instruções da A.M.O. , dar-se-ão conta que: a doutrina, a experiência prática, e
os métodos de preparação, que são oferecidos aos Discípulos externos também,
mas que os residentes no Monastério, que escolhessem tal via, deveriam aplicar
mais intensamente e com mais rápido ritmo, compõem-se do seguinte:
1) Método Sarva de recuperação: física, de equilíbrio glandular e, mais tarde,
percepção do ser etérico próprio, e rudimento do manejar do mesmo (sistema
extraído por mim, após estudo e prática de hatha, prâna, mantras e karma-iogas,
fazendo, como bom martinista, uma eliminação de todo o bagaço, acumulado nos
séculos, em tudo isso...). Para citar um exemplo, a Monja Perseverante (que já anda
perto do terceiro ano de silencio, agora) chegou a fazer mais de seis mil repetições
de mantras (orações jaculatórias conscientes e intensas) enquanto trabalhava
manualmente; ela e outros tiveram bonitas experiências, nesse sentido.
2) Análise profunda, freqüente e sincera de si mesmo (e nisso está a oposição
com a outra Via, por motivos que veremos adiante) até situar e reconhecer os
"Joõeszinhos" que compõem a nossa personalidade: instável e complexa, que não
tem: nem unidade nem coerência. Esta parte Sarva e uma simbiose de: teorias e
N.111
- As "Instruções da A.M.O" que os Discípulos recebem, nas condições já citadas: sucessivamente,
após o exame e aprovação de cada lição, incluem quatro Disciplinas, que, resumidamente, são:
1) - Meditações místicas, de ioga espiritual, para atualizar seu passado, no aspecto do psiquismo
superior. Provém do Suddha Dharma Mandalam, e, em certa cultura, convergem na Sarva Ioga.
2) - Probacionistas: instruções sortidas, de conduta e compreensão.
3) - Martinistas: nada que ver com o fato de pertencer, ou não, à ORDEM MARTINISTA, pois estas
instruções são, apenas, uma adaptação resumida, da doutrina sintética, e de algumas cousas práticas, Como
magnetismo, etc... aplicativas.
4) - Sarva Ioga: Começa com ioga física, segue com a etérica, moral e mental, visando chegar à parte
supramental, que muito poucos alcançam.
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experiências pessoais, com as de Gurdjieff. É claro que, para viver esta parte,
precisa-se uma coragem e perseverança muito grandes; uma sinceridade, para com
o Instrutor, e para consigo mesmo, total. É por isso, que, somente o atual Swami
Sarvânanda (cuja vida física, moral, mental, anímica, sexual, psíquica e espiritual
era espontaneamente apresentada, a mim, por ele) chegou a certos resultados
nessa Via, seguido pelo casal Peregrino-Peregrina, com a mesma sinceridade,
porem com menos continuidade, o que explica a diferença de resultados. Porém, um
casal com filhos, não tem a liberdade nem facilidade, para esta via, que tem um
solteiro introvertido. Daí que, para todos eles, a mudança de épocas seja na própria
Via Sarva, uma experiência de elevado valor. E se cito o caso deles é por ser um
exemplo a meditar.
3 )Minha doutrina – com alicerce firme na experiência pessoal – é, que não
somente temos em nos um arquivo de imagens,isto é:que a memória é, realmente,
um arquivo de negativos fotográficos, que se projetam em positivo, superposto em
cada momento de consciência, quando a luz da emoção (e pouco importa o nível de
estimulo) assim o permite; como também temos em nós, um arquivo analogicamente
dispostos, de todas as nossas encarnações.
Ora, Carolei, para revelar - no sentido fotográfico do termo, inclusive -, tais
imagens, basta reunir as condições necessárias. Uma delas, a essencial, aliás, é
levar a luz até os clichês arquivados.
Há dois métodos. Deixaremos o que corresponde a via Cardíaca, para depois.
Na Via Mental - e pelo método Sarva -, a meta não era evocar as imagens, para
poder ver - como um filme -, cenas do passado, o que não interessa senão aos
iludidos e pretensiosos. A meta real é: poder atualizar conhecimentos e
possibilidades, já cultivadas antes. De certo modo, cada um de nós tem isso,
involuntariamente, e o processo se move, devagar, para frente, através da vida.
Lembra a definição de milagre, que dei antes, Carolei?
Pois, o Sarva Iogue iria procurar aplicar isso, a si mesmo. E, se você quer olhar
a página 205 do primeiro volume, naquele discurso de Cagliostro, aos "de alma vã e
tão curiosa", verá que ele disse:
"...e, se mergulho no meu pensamento remontando o curso das idades, se
estendo o meu espírito para um modo de existência afastado daquele que
percebeis, tornei-me aquele que desejo ... "
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É por isso, Carolei, que todas as vivências - algumas magníficas, que alguns
residentes - e eu mesmo - pudemos viver na hora das medições coletivas, quando
houve épocas dedicadas ao estudo e prática de doutrinas e métodos - por exemplo:
de Vivekananda, de Gurdjieff, de Aurobindo ou de Budismo Zen... diluíam-se, pela
incoerência com a vida diária, nos mexericos, ou na gula, ou nas indiferenças e
animismos alternados, dos residentes.
Bastaria citar o caso de uma pessoa que, não obstante vivências psíquicas
(não confundir com espirituais), de tipo devocional, e que acreditava ter "vocação",
para a via de silêncio, calma e percepção supramental (tipo via Aurobindo), oferecia
a curiosa contradição de não tolerar a menor indicação, de "merecer" que eu a
condecorasse como "Presidenta do Clube dos Mexericos" e, que, não o bastante ser
advertido duas vezes por um Siddha (grande ser ióguico) e uma vez por mim, no
sentido de cuidar da sua garganta... teve que ser operada dessa parte do corpo. - É
bom notar que há um ensinamento, martinista, que diz que todos sofrem das partes
que erramos, ou pecamos. Mais tarde, o ensinamento do MEM PHILIPPE, sobre
responsabilidade celular, irá nos esclarecer o caso.
E, para terminar com a "VIA MENTAL", na forma em que foi cultivada lá,
examinaremos algumas de suas derivações possíveis:
Á Igreja Expectante: Não se pode chamá-la de "mental", somente, já que
descansa, fundamentalmente (como cerimonial) sobre o culto aos Anjos, assim
como em ensinamentos que são nitidamente gnósticos de raiz, como se pode ver
N.112
em suas bases Rituais , - Sendo contrario ao espírito desta Igreja, fazer
proselitismo ativo, não me estenderei sobre a mesma, dizendo apenas que: assim
como víramos: que o Martinismo tinha dotado e reconhecido, na Europa, a Igreja
Gnóstica como mais apropriada para seus membro, assim foi julgado oportuno que,
especialmente aqueles que se ligam ao ideal predicado pelo Mestre Cedaior, sobre
a "Nova Era" e "Sexta Raça", etc .. , tivessem a possibilidade de viver a parte
religiosa, o sentir devocional, de tal ideal, por meio da Igreja Expectante. E possível,
e assim o espero, que surja um dia uma pessoa homem ou mulher - capaz de
assumir o Patriarcado, ou o Matriarcado, de tal Igreja... Por agora, vemos na figura
respectiva que, o laço com a Via Mental Sarva (integral) está evidente na Estola que,
N.112
Sobre a Igreja Expectante, à parte suas publicações para distribuição gratuita, como certos
ensinamentos sobre o Pai Nosso, achar-se-ão informações mais completas em "Bases e Rituais" (para fiéis e o
público em geral) e nas "Instruções Sacerdotais" destinadas à sua Jerarquia.
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Fig 37
Pág. 230
F. 28 – Sevânanda, Patriarca da Igreja Expectante
(Foto Studio Nicolas, Rio)
“...Meu nome é o da minha função e o escolho, assim como a minha função, porque sou livre: meu país é
aquele onde fica momentaneamente os meus passos...” – (Palavras de Cagliostro e minhas...)
Fig 38 – F. 29
O que fica dito deve bastar para fazer compreender, tanto o que fui exposto,
sobre Sarva Ioga, como o que nos falta expor, deste tema, "mental".
O instituto juvenil de Ioga - Swami Sarvânanda, e sua esposa Daya, já que os
"Sarva Swamis" podem, à vontade, escolher entre a vida celibatária, e a da vida
matrimonial, resolveram intentar a função de um Instituto no qual, com base na
Sarva Ioga, bem como nos métodos mais amplos de pedagogia, isso é, com o
http://amopax.org 247
D. 5 – A Meditação do Buddha...
http://amopax.org 248
Ora, Carolei, o Buddismo é sem dúvida a suprema explicação da vida, pela via
mental; pela via que começa no analítico, segue no introspectivo, continua pelo
supramental e explode - se lá chegar - nesse estado de iluminação mental que dá a
Compreensão de tudo. É, pois, a conquista da "Liberdade pela Verdade" (...e a
Verdade vos tornara livres...) porém conseguida pela evasão inicial. Esse ponto, e
não outro, e, aliás, a grande contradição, o real conflito, entre a via Cardíaca e a
Mental e, por derivação (apenas) entre a mentalidade ocidental e oriental, e seus
conceitos de "espiritualidade",
Mas, já que em 8 de fevereiro de 1958, mostravam na meditação, à Monja
Sarah (e ela é da Via Essênia!) o símbolo bem ioguístico de: "um livro aberto, grande
e antigo. Duas pegadas (de Swamiji) impressas nas suas páginas. Um círio aceso
projetava luz sobre elas"... e que, isso significa: que quando o Guru vai partir (ou
morrer) as suas plantas (porque o Pé do Guru mostra para onde guiava ...), é
conservado... e o Círio aceso é o Símbolo dos Mestres Passados, para os
Martinistas ... - é possível que eu já tenha "morrido", esta vez, para o labor Sarva.
Então darei algumas cousinhas mais:
Fig 40
H. 18 - o Zen
"Mestre! Pediram os dois discípulos, debatemos em vão; diz-nos, por obsequio, qual é o melhor: Sankya
(renunciar às obras) ou Ioga (obras, sem o apego) e se o Zen esclarece tal problema?"
Sevânanda tomou uma das belas maçãs que lhe trouxeram os Discípulos abriu sua afiada faquinha,
cortou a maçã pelo meio e, sorrindo afetuosamente deu metade a cada um. Depois, com um de seus lencinhos
bordados, limpou cuidadosamente a faquinha guardou-a e jogou o lencinho no chão, entre os Discípulos. E,
deixou a sala de Meditação... N.113
Fig 41
V.6 – “O Lama dos Três Sois” – (Visão da Monja Sarah, no Ashram, em 3-11-1957)
N.113
- Como todo esforço merece atenção, cada solução bastante acertada que nos seja enviada sobre o
“koân” acima, será recompensada, à escolha do interessado, com um livro, ou alguma outra publicação nossa,
ou com elementos de estudo.
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Fig 42
Fig 43
Fig 44
Fig 45
Relato da experiência: "Foi numa dessas manhãs, em que despertei com um laço muito estreito e afetivo
com Mãezinha e, trabalhando no jardim, mantramizava junto a uma pequena planta, ao ser repentinamente
surpreendida pelo ocorrido”:
Por detrás da pequena flor - cujo etérico estava, desfigurado, pétalas pendidas – soltou um mal
pensamento, soltando uma estrepitosa gargalhada de mofa, esta figurinha escarlate; mas, quando ela ainda
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estava suspensa no ar, surgiu um Gnomo, tipo "cow-boy" que, sacudindo-a pela ponta do gorro enrolou-a como
um "pé de meia" e enfiou-a no bolsinho de couro, levando-a.
Imediatamente depois disto, vi passar a figurinha de F.....reduzida ao mesmo tamanho do diabrete (uns
30 cm), dirigindo-se, indignada e decidida, em direção ao Gnomo que já a esta altura estava a caminho da
Cachoeira.
Ela parou no meio do caminho, sentindo-se impossibilitada de agir ficou algum tempo, e retornou à
cozinha, bastante zangada..
Não fosse o estado interior de oração e mantramização, assim como a posição interior de amor para com
Vocês, eu teria apanhado "em cheio", a rubra onda de indignação e, foi também esse estado que impediu que F
..... , me visse e que permitiu que eu pudesse ver o que se passou, (10-4-58),
(inclusive com Discos Voadores), ou teria também início uma certa "missão mortal"...
- Isso passou-se entre Mãezinha e mim, somente, e não foi comentado com
ninguém",
2.º) - Por isso, achamos muito interessante quando, em 6 de março, ou seja:
sete dias antes de sairmos para o Retiro de Teresópolis, nada oficial, nem oficioso,
tendo sido ainda comunicado, aos do Monastério, sobre a nossa partida, e muito
menos para onde, a Monja Sarah teve uma visão que descreve assim: "...No
silêncio, logo: percepção de um ponto branco adiante de ajna chacra," e comecei n
sentir muito a influencia do Muito Excelso Mestre, produzindo pressão na têmpora
do lado esquerdo e trabalho intenso no nariz, - Logo, visão do seu rosto sorridente,
junto a um ramo de pinheiros, de cor brilhante; após, uns; instante de vácuo. Ele
tornou a aparecer, desta vez me fazendo uma saudação com o chapéu e logo,
abaixo dessa sua imagem, um trem passou, desses que vão para o interior: liguei
esta visão a de mim mesma - insistente durante três dias - vendo-me de túnica e
arrumando a mala, com grande alegria.. - Ainda no mesmo estado, vi nas mãos de
Mãezinha uma ROSA BRANCA, e que Mãezinha chorava, com ternura, sobre a flor".
- Acho muito claro, não, Carolei?
3.º) - No dia 13 de março (já estávamos em Teresópolis), mostram a Sarah, no
Monastério, o que transcrevo (sem o famoso desenho que acompanha a visão):
Meditação, 11 de março de 1958: No silêncio, já com estado de boa disposição interior produzido pela
leitura (7º. - Prática de Kamala e Ayur) comecei por visualizar o Rosto do SENHOR e, o meu desejo íntimo era o
de ficar contemplando-o.
"Mas, a duração foi curta, pois, foi substituída esta visão voluntária, pela involuntária e espontânea do
Rosto do Muito Excelso MESTRE, sorrindo, mais alegre que das outras vezes (hoje 12, que estão transcrevendo
a visão, torno a vê-lo da mesma forma - o que me causa alegria e confiança - certeza, principalmente. Que a Sua
Excelsa Bênção nos ajude a todos!).
Também esta visão durou muito pouco, como se fosse uma indicação; tão logo vi, como numa tela, se
desenrolar a seguinte cena:
Mãezinha, depositando sobre o Altar (como se estivesse se despedindo) a ROSA BRANCA que estivera
entre suas mãos e sobre a qual havia chorado nestes últimos dias (e depois):
"Entre arborização e debaixo de frondosas arvores, vi a Ermida; um bando de pássaros chegou em
revoada; as águas do regato em frente corriam de manso... Sobre este regato estreito e raso, havia uma
pequena ponte e um arco encimado por UM CORAÇÃO E UM SOL, despontando deste.
"Devia ser ainda de manhãzinha, pois estava tudo coberto de orvalho”.
Uns seis monges - homens e mulheres -, e entre eles Mãezinha (vi-a nitidamente), trabalhavam na
preparação do terreno.
"Era uma cena muito formosa e real: os pássaros cantavam; as águas continuavam a deslizar tranqüilas e
os monges trabalhavam... em silêncio.
"Dentro de tal harmonia e beleza física, moral e espiritual, surgiu um Gnomo (vestido de branco: curioso,
pois eles adoram as cores vivas) e vi a Swamiji, sorridente, que veio recebe-lo. Tomou-o nas mãos, levantando-o
como se faz com as crianças, e depois estreitou-o carinhosamente ao peito. O Gnomo entregou-lhe uma sacola
(também branca), que intuí contivesse ervas ou coisas vegetais, próprias para rituais,
“O que mais me admirou e agradou, foram o respeito e a gravidade dos monges - pois, nem sequer
ousaram levantar os olhos daquilo que estavam fazendo.
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“Acima de tudo, no céu azul pálido, apareceu a Jóia de Swamiji; debaixo, dois ramos de louro enlaçados -
nesse enlaçamento dos ramos - o volante do JIPE se fazia bem visível; acima, acima de uma Coroa.
“Fiquei muito intrigada, quando, quando já nas notas, vi adiante do Altar um esqueleto humano. - Sarah.”
Bem, Carolei, acho que não é preciso ser "bruxo" para perceber ali: a
mudança, na exata paisagem e condições em que ficamos ao chegar ao novo
acampamento; as novas possibilidades de labor e a modalidade que seria a melhor
(silêncio, respeito, gravidade); o aviso de que Gnomos viriam conosco; e, além da
jornada "gloriosa" para o Jipe (e foi, de fato, uma viagem de 10 dias, bem difícil!) o
anuncio do fim da Cruzada, pois, dias mais tarde, o volante foi mudado nesse
simbolismo. Mas, isso é outra história,
4º) - Em l7 de março, ninguém sabia, no Monastério, onde andávamos, mas,
estávamos em São Paulo, como o Thoth Sacerdote, e nos reunindo com dois
representantes do Grupo de Lajes e, um deles, o “Fidelis", contando-nos dois
milagres, que o MEM fizera acontecer com ele, e que, punha à nossa disposição, em
usufruto: uns 35 hectares de terras e uma casa mobiliada, etc...
Fig 46
Comentário da Vidente - e da visão: Ela teve, antes da visão ilustrada na pagina precedente, outra,
magnífica com anjinhos voando em torno da jóia e mostrando como O MESTRE e os que LHE servem, avançam
sempre incólumes e decididos...
Quanto a visão da figura V. 8, traz o texto seguinte: Alem desse campo de destroços (lado esquerdo.
abaixo) floresce outro, cheio de Sol, e a vida e uma seqüência cheia de experiências... - Observe-se, ainda, isto:
O contorno do símbolo apresenta-se como um crivo finíssimo, de cor branca azulada; (Carolei: a cor da
espiritualidade sutil e mansa).
- O casa rio (favo) de abelhas - indicando o labor (unido e egregórico) - é de cor dourado-ouro, muito
formoso...
- Do Cardo da base do Coração, saem chamas de fogo: o Cardo é o emblema especial do labor essênio,
humilde, decidido, etc... (ver "Yo que caminé...” ).
- Da parte superior deste Coração, e formando triângulo com as extremidades da balança, vêem-se o
Lírio, o Loto e a Rosa (Carolei: A ROSA BRANCA, do Muito Excelso Mestre, esta sobre o FIEL DA RALANÇA).
Ela, ou seja: ELE, é o fiel e os dois mudos da procura de pureza ou superação devem ser feitos: com o fogo do
Cardo, dentro do Coração (que agora abrange todo o, campo da Jóia!).
- Por cima deste símbolo, esta a Rosa Sorridente do Muito, Excelso, MESTRE, e, embaixo, dos dois
campos: um destruído e o outro verdejante e cheio de vida e de Sol! (Monja Sarah, Visão de 17 de março de
1958.)
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5º) - Nem todos, no Monastério, Carolei, eram pessoas que não levassem as
cousas a sério. O casal peregrino-peregrina, do qual já falei, embora instável às
vezes em seus estados, era de uma sinceridade provada, não só pelo seu sacrifício
material (investiram lá perto de meio milhão), como pelas etapas de meses de
continência, e pelas experiências tenazmente seguidas, das quais nos dava
minuciosa conta. Ora, mostraram a Peregrino, quando ainda nem se falava em
nossa saída definitiva, um letreiro grande "LAJES"... e bastante difícil me foi: não
confirmar, nem negar. Ainda não devia.
6.º) - O "Grupo de Lajes", a que aludi, formara-se desde que, no dia de Santa
Catarina, (25 de novembro de 1952) chegamos a Lajes, com a Cruzada, lá
permanecendo cinco dias. Posteriormente, estivemos outras vezes, fazendo também
conferências e visitando Discípulos. Trata-se, aliás, de um Grupo de amigos, que o
são; socialmente, idealmente, desde o incido do caminho quase todos vêm da
formação kardecista, desse kardecismo brasileiro, que tem o coração por base. A
doutrina do Muito Excelso Mestre foi, pois, direito aos que já estavam maduros, para
uma etapa independente da parte espírita propriamente dita. E, possivelmente, na
nossa opinião, uma grande parte do enorme apoio, que o MEM, tem dado a esse
Grupo (em curas e outros fatos..), bem como a Sua decisão, ele nos mandar para lá,
provém do sacrifício e da fidelidade, com que os outros componentes desse Grupo,
semanalmente reunidos durante seis anos, e unidos nos outros dias, num labor
silencioso e útil, em todos os setores, inclusive em três ou quatro que atacavam a
nós, ou a doutrina do MEM, deram assim prova de "saber o que queriam".
Com. 125 - Com exceção do nome "Amós", em lugar de Amo, esta era a
versão abreviada da Oração da manhã, no Monastério. Meditar sua amplidão será
oportuno... - Os comentários desta versão, e a extensa, estão na já citada
publicação.
"ALBA LUCIS"
Com. 126 - Como já disse - a pág. 216, no Comentário 119 -, o Alba Lucis
surgira, antes do Monastério, como uma semente de mais lento crescimento.
Provavelmente, tanto nós mesmos, como aqueles que pudessem vir conosco, ou se
unir ao labor nesta fase toda especial, devíamos todos passar por certas
preparações, principalmente compostas por: dor, tenacidade e entrega.
O Alba Lucis, como foi amplamente divulgado na época respectiva, nasceu
quando, em Belo Horizonte, na Ermida estacionada no Abrigo Jesus, recebi em
meditação a "Última Oração". A imprensa e as radio difusoras mineiras, divulgaram e
comentaram amplamente, naquele mês de março de 1953, esse Alerta, esse grito
de angústia! Reproduzimo-la, na página seguinte, tal como ela foi impressa por nós,
e reproduzi da aos milhares, por corações generosos, que leram e sentiram o apelo,
que consta ao pé da mesma, e que reiteramos a Você, Carolei!
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ULTIMA ORAÇÃO!
A Jerarquia espiritual Terrestre,
Já comunicou o terrível decreto:
O castigo atômico vem concreto,
Por havermos renegado ao Mestre!
Esta oração não tem credo definido. Ela foi dada, misticamente, no dia 27-3-
1953, no Brasil, após ter sido confirmado, no dia anterior, que: O CASTIGO
ATÓMICO E INEVITAVEL! Orai pela LIMITAÇAO DA DOR
(Sri Sevânanda Swami)
1. – Achando-se esgotada a edição do grande folheto ilustrado: "Alba Lucis", que fora publicado em 1954,
reproduzimos o essencial da excelente síntese que a conhecida escritora brasileira, Sra. Diocólmata Berlese de
Matos Dourado, membro fundador da academia Rio-grandense de Letras, escreve em outubro de 1955, em
“AOR”, a boa revista que o Dr. Antônio Pereira Júnior, publica em Porto Alegre:
"ALBA LUCIS, ou Aurora ou Dealbar da Luz Espiritual, é um movimento místico espiritual, destinado a
influir nos setores policiais, políticos, cultural, moral e religiosos da sociedade atual, tão abaladas pelas
condições sísmicas da Nova Era que se aproximava ameaçando as velhas e corruptas instituições, eivadas de
egolatria e utilitários.
... Não se acha ligado a nenhuma seita, partido, igreja, escola filosófica, Isto o torna eminentemente
independente e realizador, e torna sua atividade pratica prática extraordinariamente intensiva e extensiva. –
Põem o individuo em duas alternativas; ou colabora para soerguer as forças que determinarão o alevantamento
da raça para o Terceiro Milênio, ou se nega peremptoriamente, e DEVE RECONHECER tal conjuntura perante
sua consciência.
E um movimento, isto sim que visa reunir todas as falanges capazes, em moralidade e elevação, para
formar uma América coesa e unida, liberta de todos os males, geradores do egoísmo e da indiferença,
propulsores das atuais desesperadoras condições em toda a Terra.
Em sua Cruzada de Vida Espiritual, S. Sevânanda S., pregou inúmeras vezes a necessidade de se
purificar o indivíduo, "um por um", dizendo que "A Paz Mundial é uma operação de santa. Daí, ALBA LUCIS
invadir todas as esferas de ação humana, porque neste Continente existe, falando de modo geral:
Confusão: na vida espiritual de cada Ser adulto; a confusão resultante, na educação dos filhos; a conduta
errada, no lar e fora dele; a confusão nos setores comercial, industrial, artístico e devocional; e, confusão em
matéria política; nacional, continental mundial.
Em suas milhares de Conferências em recintos públicos, S. Sevânanda verificou que há muita gente
desejosa de ser boa, pura, melhorar os padrões de vida moral e interna, ser mais Cristã. ALBA LUCIS, é um
conjunto de métodos, que ensina por onde começar para atingir o fim colimado.
Partindo de "dentro para fora”, Alba Lucis preconiza: Compromisso individual para colaborar em Alba
Lucis; organização por bairros, cidades, estados, países. Organização financeira. Ação do Alba Lucis: nos Lares;
nos meios devocionais; nos meios científicos; nos meio filosóficos; nos meios artísticos; nos meios agrícolas e
coloniais; nos meios governamentais.
2. - Isso foi em 1955. Desde então – e antes - os promotores do Movimento buscaram, efetivamente
modos de cumprir, com as finalidades programadas. Não obstante o pequeno número de membros (13 ao todo)
e conseqüentemente limitado ingresso de recursos mais de uma vez iniciativas ousadas - em comparação com
os meios disponíveis - foram intentadas. É possível que não deixe de ser instrutivo recapitular algumas, para sua
informação, e meditação, Carolei: e, todas as que citaremos, estão devidamente documentadas, inclusive nos
diferentes nos diferentes arquivos de países diversos, como já expliquei, comentando o como e o porquê...
a) - 1949: contacto com certa Embaixada dos Estados Unidos, avisando sobre a invasão do Tibet, sobre
urânio, etc. – Resultado visível: nulo.
b) - Aviso prévio a um governante latino-americano, de atentado a ser perpetrado contra ele (e o houve),
bem como de uma revolução em país vizinho (e deu-se). - Resultado visível: nulo.
c) - Missão à Argentina (custo: 26 mil cruzeiros); entrevista de duas horas, em setembro de 1954, com o
Secretário de Cultos; Perón interessado em procurar atrair (após o desastroso resultado das revelações, no
Parlamento brasileiro, das manobras conjuntas - com alguns políticos daqui - para formação da Terceira força:
Justicialista e Antiamericana) ao setor "espiritualista" que soma onze milhões de votos, no Brasil. Não obstante a
nossa demonstração, do fracasso de suas tentativas de promover revoluções na França e na Itália (e lhe citamos
nomes e somas despendidas...), nada obtivemos em nosso esforço por influir em que seu governo se
aproximasse da posição América Unida (as TRÊS Américas) e mostrando-lhe que o futuro é: uma Aliança Latina
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forte, colaborando franca e lealmente com os Estados "Unidos, cujo papel, por algumas dezenas de anos, será
ajudar a conservar o acervo da "civilização" cristã ocidental.
d) - Conseguimos demonstrar a certos "exilados paraguaios" - diplomatas - a inutilidade de "montar mais
revolução" no seu país, apoiados em dinheiro e armas oferecidos por Perón. (Uma, das poucas iniciativas bem
sucedidas...)
e) - Tendo estudado, astrologicamente, a situação e futuro de Getúlio Vargas, procuramos salvar a sua
rida. As tentativas fracassaram, porque os intermediários (um Deputado e um "correio pessoal"' de Vargas), não
conseguindo saber, de nós, o que era, exatamente, que devíamos lhe expor não se esforçaram a tempo. Getúlio
é afastado do poder - por morte, como todos sabem - com um dia de diferença da data que indicaremos muitos
meses.
f) - 1056: Campanha intensa e realista, por congregar nas Igrejas, Instituições espiritualistas de diferente
denominações, etc., em torno da Legião da Boa Vontade, que desejava Criar o CONSELHO DA BOA
VONTADE, para administrar o que, hoje, criticam que Alziro Zarur oriente de modo excessivamente pessoal:
depois de o terem deixado só, e ainda, combatendo, por todos os meios de sua iniciativa que é, sem duvida
alguma, a que mais adequadamente se ajusta ao SENTIR da massa religiosa do povo brasileiro..., que mais
podiam esperar!? - Resultado visível, e publicado em circular: 92% de indiferentes, nas instituições, por tudo
quanto for "trabalhar em certo grau de coordenação mesmo respeitada a autonomia administrativa e doutrinaria
de cada um"! E, com isso, querem ajudar a salvar ao Mundo!, "
g) – 1956: Lançamos a treze pessoas do monastério (e ISSO e um dos atos úteis, coletivamente falando,
que o monastério TEM no seu credito, no plano da balança moral.) naquela alerta sobre o perigo da Radiação
atômica e da realidade dos discos voador extraterrenos. Resultado visível: bastante bom. Custo: mais de 150 mil
cruzeiros. – resultados detalhados, inclusive o apelo que, OFICIALMENTE, a Organização das Entidades Não-
Governamentais do Brasil fez encaminhar nos sentidos apontados, ao conselho de segurança das NAÇÕES
UNIDAS. Tudo isso, publicado e documentado, na coleção da época, do “correio interplanetário”, que sucedera
ao Boletim Amo-Pax, e que era impresso (3.000 exemplares) pela “Associação Mundialista Interplanetária”,
seção do Brasil, que durante dois anos teve sua sede no Rio, na rua da Quitanda, 30, sala 612. – Hoje a cede e
em Belo Horizonte, sob a presidência do professor Oséas Dompteur Marques. Rua Igai, n. 693, Vila Santa Rita.
h) tentativa de iniciar um momento de maior intercâmbio e união; na Europa, entre certos setores do
espiritualismo; resultado visível: pobre.
i) – Suspensão das atividades do Movimento ALBA LUCIS, no que se refere à modalidade da PRIMEIRA
FASE, e procurando encaminhar seus (então); Membros, para ns diferentes Comunidades - no Brasil - da.
REPUBLICA DOS CIDADÃOS DO MUNDO, por julgar essa modalidade: mais impessoal, mais ampla, mais
LIVRE e não tão diretamente ligada (na mente do público) a nós, nem as nossas demais atividades. É cedo,
ainda, para opinar sobre este tema. Vê-lo-emos separadamente.
Fig 48
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V. 10 – (Visão de 11 de janeiro de l957) relativa ao MESTRE CEDAIOR, cujo Anel pessoal, é usado pela M.
Sádhanâ a quem dedico esta Visão, por achar que constitui um lacônico comentário do que ela é, e que o texto
percebido por Sarah diz: " ... Aquele que está firme no caminho não se deixa levar por cousas vãs"... e, "um
coração humano pulsante, cravado por um punhal a um velho tronco, no meio de um bosque de pinheiros... e,
como era estranho, naquele antigo tronco, apoiado sobre duas raízes ... "
real entrega (material, física e moral) dos poucos que poderiam compreender e
sentir a gravidade da hora amarga que se aproxima ficar, impotentes e limitados a
divulgação pelos textos, neste Retiro, ou se, numa derradeira tentativa de nos,
utilizar, mais intensa e utilmente, nos enviarão para a missão mortal”.
Não creio ser necessário, Carolei, dizer que, para Mãezinha e para mim, é
totalmente igual. Nós, só estamos como militares que somos isto é Cavalheiros,
apenas "em disponibilidade", sem reservas, e sem condições. Assim, viraremos a
pagina, e olharemos um pouco o aspecto místico que, se não resolve o que os
humanos TEM que fazer, pelo menos lembrar-lhes que: os Anjos e mais Seres que
CUMPREM BEM com a Sua Vontade, estão sempre ajudando e protegendo...
Amén.
O Retiro Alba Lucis. - Com. 128. - Como está pormenorizado no "Boletim Alma
Lucis", a viagem da Caravana de íntimos, feita na época de chuvas, foi bastante
arriscada, dada à dificuldade de a Ermida percorrer, nessas condições, os 1.300
quilômetros, de Resende a Lajes. Viajava, além de sua velha placa do Rio, com a
Licença N. 23. Via-se, em muitos detalhes assim, como a tônica do Muito Excelso
Mestre, que tem por apoio indiscutível e principal, entre nós, o Coração entregue e
amoroso de Sádhanâ ia afastando os outros aspectos. É provável que a divulgação
do Livro vá ajudar tanto aos nossos Colaboradores, Discípulos e Amigos, como a
Você mesmo, Carolei, a sentir a parte profunda do Seu Ensinamento...
Creio, sinceramente, que a comparação das visões, isto é, do que se vê no
plano físico, e do que acontece no outro, possivelmente seja a melhor, quase
certamente a única, indicação que eu possa e deva brindar-lhe, antes de fechar este
volume, para iniciar os outros, nos quais, somente, os ensinamentos do M.
PHILIPPE lhe darão a prova da realidade de muitas, das causas que neste se
adiantaram: tanto sobre Anjos e Mestres, como sobre os Seres da Natureza; e,
também sobre as necessidades e oportunidades de procurar fazer alguma coisa,
para ajudar a melhorar o que, em cada instante sucessivo, a Humanidade, da qual
somos células responsáveis, vai merecendo... Assim, examinaremos as Visões, os
textos de quem viu e, os poucos comentários que for oportuno acrescentar ...
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F. 33- (foto tirada por Sádhanâ) – Cerimonial de Fundação do Retiro Alba Lucis. Sevânanda, com as Insígnias e
o Cetro, da S.I. Martinista, invoca os Anjos e os Mestres, antes de plantar o Jasmim (que estava junto ao Abrigo
da Ermida, em Resende). Repare-se, além da real devoção dos presentes, na espontânea entrega da menina
Ângela Maria – filha de Discípulos presentes – que sente a força que lhe desce as mãos.
V. 11 - Até os Gnomos arrumam as malas!... (É o inicio do texto da Vidente, que prossegue assim: "Ainda o dia
Vinte e Dois... pois, no trabalho egregórico (oração que Sarah e mais duas pessoas faziam para ajudar) tive a
visão de um Grupo de Gnomos - no bambuzal - arrumando seus pertences e roupas, e preparando as malas. E
este formoso Gnominho permanece, pacientemente, sentadinho ao lado da ERMIDA, com a sua malinha já
pronta", - (Sarah, 22 de abril de 1958: 10 dias antes de avisarmos a partida.)
***
Visão de SERES: l.º) - O Anjo Azul sobre a Ermida, envolvida, como sempre,
em magnífica nebulosa azul-celeste pontilhada de diminutos e inúmero pontinhos de
luzes douradas. - Um diadema de Brancas Flores ornava seus belíssimos cabelos
dourados que terminavam em cachos azuis-claros.
Da fronte se irradiavam para o Alto dois fachos de luz dourada e um terceiro
que se projetava diretamente do Coronário.
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Fig 52
***
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Com. 130 – E agora, Carolei, terminarei de lhe dar, neste volume, tudo quanto
temos para oferecer: a nossa profunda convicção sobre a necessidade de trabalhar,
pela União dos Crentes, que, sem duvida nenhuma, é chave mestra para a união
dos povos. Gostaria que Você meditasse nisso. E resolvesse fazer o que estiver em
seu poder, pois que todos e cada um têm condições para colaborar. – Gostaria,
também, que meditasse na faixa, com tantos símbolos, de tantas crenças, que este
estranho SERAFIM ALBA LUCIS, que vem ajudar a todos que procuram preparar-se
para auxiliar na hora amarga, conduz. Contemple, com freqüência, este Luminoso
Anjo! Ele lhe dará inspiração e proteção.
E, certamente também, os comentários de Sarah, que o viu (como eu e outros
viram também) estimulação do seu sentir, Carolei!...
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Fig 53
Sevânanda.
EPITAFIOS(1)
- 3-
-2-
-1-
(1)
Esse “triptico epitáfico”, como certamente o denominaria o autor, foi escrito em previsão da “missão
mortal”... Consta, ainda, haver uma versão francesa, pelo menos do primeiro, isto é, do terceiro:
Heine! On Dit que je tomberai em Mer;
Três bien: car il tiendra, em ce geant cercucil,
Tout que répandre nái pu, ou voulu – orgueil?
Sur Terre, de mon Amour, ma Douleur, ou d´Amer.
(Novo Intermezzo – SSS.)
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VINDA E INFÂNCIA DO MESTRE: A Encarnação do Eleito A Busca dos Pais O lugar e o Nascimento
Horóscopo A Primeira Infância LYON (Com. 1 a 9) Ilustrações: A Grande Montanha Branca
O Anjo Amo-Pax Casa natalícia do MEM Seu “Tema Astrológico”
A JUVENTUDE: Diversas Ressurreições Histórias: 1: A Primeira Ressurreição feita por Jesus (Com. 10 a
23) Ilustração: Símbolo dos Íntimos
O PAI DOS POBRES: Peregrinação a l’Arbresle O Clos LANDAR Os Íntimos do Mestre Os Irmãos do
Mestre Sua Esposa Seus Filhos Berthe MATHONET Jean CHAPAS, o Sucessor direto
Christian de MIOMANDRE Marc HAVEN (Dr. Lalande) A mística MARIE E. LALANDE O Herdeiro
Direto: Philippe MARSHALL (Com. 35 a 59) História: 2: As moedas de ouro, não contadas
Ilustrações: 6 fotos de l’Arbresle e do Clos LANDAR; Terraço, Lago e O SORRISO DO MESTRE Marc
Haven Philippe MARSHALL e Marie Dosne Louise Marshall Christian de MIOMANDRE (fac-
símile de carta e endereços...)
O PROTETOR DOS GRANDES: O Passado Alheio Outros Poderes Dele Sua Vida Secreta O MEM, os
Ocultistas e as Ordens “AMO” Essênios, Gnósticos, Templários e Rosa-cruzes A Ordem
Kabbalística da Rosa-Cruz A Corrente CRISTÃ O MEM e o MARTINISMO ... e o meu Mestre
CEDAIOR Sua Morte As Perseguições ao MEM ... e PAPUS e o “seu” MARTINISMO ... e
SÉDIR Emile BESSON Maurice de MIOMANDRE CHAMUEL Jean BRICAUD BARLET
(Com. 60 a 112) Histórias: 3: O MEM intervém na minha vida...; 4: Duas Experiências na Loja
Hermanubis Mudam um etérico do Monastério; 5: “Que Maior Poder!”: uma projeção de partes do
Poder do M. PHILIPPE; 6: Identificação Mental com os Mestres Ilustrações: Quadro Geral da
TRADIÇÃO, de 84 séculos O Cavalheiro Van PAAR Mestres CEDAIOR, APOLÔNIO E PEREGRINA
Três Lágrimas do M. CEDAIOR Sarah e seu etérico PAPUS SEU TÚMULO “O ANJO
CÓSMICO, disfarçado de Burguês!” O MEM, Lalande, Sédir e Papus Émile Besson Ioga em 1924
e Magia em 1931 (eu)
O MEM e... eu: Curas milagrosas A A. M. O. a Cruzada de Vida Espiritual O Monastério AMO-PAX
Premonições... do Cachorro Monastério Essênio e de Sarva Ioga A Via Mental de Sarva Ioga A
Igreja Expectante O Instituto Juvenil de Ioga O MEM e a VIA ESSÊNIA no Monastério Oração
para abrir o dia O “ALBA LUCIS” A “Última Oração” O Retiro Alba Lucis (Com. 112 a 129)
Histórias: 7: Consultas no GIDEE; 8: Câncer, Roleta e Ingratidão; 9: Parto pré-visto de “Myriam”-159; 10:
Bofetadas, Bifes e burla à polícia...; 11: Três casos de castigos físicos; 12: Fenômenos diversos e Testes;
13: Avisos sobre uma entrega fracassada; 14: Simbolismo vivo, Cavalos, Cachorros e Águias; 15:
Samsaradevi estuda para “cega”; 16: O Guia Árabe e sua Vidente; 17: A Viagem São Paulo Resende
Rio; 18: O Zen; 19: Visão do futuro Retiro ALBA LUCIS; 20: Resumo sobre o ALBA LUCIS (missões
político-sociais e outras...) Ilustrações: Sevânanda, Patriarca da Igreja Expectante Swami
Sarvânanda A meditação do Buddha Cósmico O Lama dos Três Sóis Uma residente com sua
aura irada Mãesinha Sádhanâ A Capelinha do Muito Excelso Mestre Jipe e Ermida, no Êxodo
O Sorriso do MEM O Escudo do Labor O Coração do M. Cedaior e de Sádhanâ Até os Gnomos
arrumam as malas! Cerimônias de Fundação do Retiro Alba Lucis Ilustrações a cores O Anjo Azul
da Ermida Consagração Superior da Fundação do Retiro O Luminoso SERAFIM ALBA LUCIS
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Fig 54 - Contracapa