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RESUMO
Tema: a voz do professor tem sido foco de estudos nas últimas duas décadas devido à alta ocorrên-
cia de alterações vocais nesta classe profissional, assim, reforçou-se a necessidade dos professores
participarem de ações para garantir saúde vocal. Poucos são os estudos na literatura que descrevem
programas e seus resultados. Procedimentos: Descrever um Programa de Saúde Vocal desenvol-
vido no período 2002 a 2005, para educadores de ensino público (infantil e fundamental) do interior do
Estado de São Paulo, composto por grupos básicos de voz oferecendo conhecimento teórico prático
de cuidados vocais, com triagem da qualidade da voz dos participantes; grupos avançados buscando
reorganização dos processos de fonação e do uso vocal em sala de aula. Resultados: em média
56% dos educadores inscritos frequentaram as ações; 62,9% das vozes apresentavam distúrbios na
triagem vocal com maioria em grau discreto; no início dos grupos avançados 100% dos educadores
participantes referiram mais de 3 sintomas associados ao uso vocal, e após, somente 45% deles
ainda de 4 a 13 sintomas; os dados de autopercepção vocal revelaram baixos escores de impacto da
voz nas atividades profissionais. Conclusão: a descrição revelou a necessidade de ajustes constan-
tes do programa para alcançar seus objetivos. A baixa participação às ações pode estar relacionada
à presença de impacto discreto da voz nas atividades profissionais, fato a ser mais bem investigado
no futuro, e o benefício constatado objetivamente da participação dos educadores nos grupos avan-
çados de voz foi a diminuição na quantidade de sintomas vocais.
Aspectos epidemiológicos de saúde vocal dos Horizonte 11 56% dos professores referiram piora da
professores foram estudados por um grupo de voz no decorrer do exercício profissional. A cons-
pesquisadores americanos 4 cujos dados apon- tatação de que a voz do professor sofre desgaste
taram que os professores representavam 2% da com o exercício profissional pode ser encontrada
população americana empregada e representavam em um estudo longitudinal 12 que avaliou vozes de
também 16,4% dos pacientes que buscavam ajuda professores de diferentes graus de ensino por duas
por problemas de voz no centro de Medicina de Iowa vezes, num intervalo de dois anos, cujos resultados
e de Salt Lake City. Este mesmo grupo avançou a revelaram que 65,2% das vozes pioraram.
pesquisa com diversos profissionais investigando Percebeu-se que os professores têm necessidade
por intermédio de questionários seus aspectos de participar de programas de prevenção para
vocais. Os resultados destes estudos mostraram cuidar de suas vozes, impedindo que rouquidões
que os professores referiram mais problemas de em decorrência do exercício profissional limitem sua
voz do que não professores (67% contra 33%), participação no trabalho, os afastassem das aulas
marcadamente conduzindo a profissão a ser de por meio de licenças muitas vezes dispendiosas
risco para a presença de rouquidão. Outro grupo de aos mantenedores das escolas, ou, cheguem a
pesquisadores americanos comparou professores impedimento do exercício profissional. Desta forma,
e não professores 5, e evidenciaram que os profes- passou-se a entender que se os professores conhe-
sores têm maior quantidade de sintomas vocais, cessem melhor a produção vocal, as possibilidades
percebem mudanças na qualidade vocal após uso de seu uso em sala de aula, a viabilidade de modi-
da voz, e limitação profissionais por causa da voz ficá-la, de maximizá-la e principalmente as formas
do que o grupo de não professores. Na Irlanda, de cuidarem da voz traria aos professores menos
244 professoras responderam a um questionário problemas vocais no decorrer da carreira. Assim,
de autopercepção vocal 6 contribuindo para a muitos programas foram tomando forma, e sendo
obtenção dos seguintes dados: 27% sentiam alte- executados em benefício dos professores e de suas
ração vocal, 53% referiram problemas intermitentes vozes.
de voz e somente 20% não apontaram esta alte- Em alguns países como no Chile, a estruturação
ração. A importância destes dados está na compre- de programa de saúde vocal é favorecida pelo
ensão de que um problema intermitente pode se reconhecimento da disfonia como uma enfermi-
tornar crônico, e expõe a necessidade de inter- dade profissional 13. Os programas descritos pelos
venções preventivas nesta população. Os autores gestores de saúde ocupacional ampliaram as ações
deste texto consideram a implantação de medidas para espaços de discussão nas instituições de
que minimizem os fatores de risco vocal entre os ensino, para realização de cursos que apresentem
professores, como: diminuição de carga horária e técnicas vocais para o bom uso da voz e interven-
mais oportunidades de períodos de repouso vocal. ções primárias no meio ambiente, adequando-o a
Porcentagens e recomendações semelhantes preservação da saúde vocal. Existindo essa ampli-
foram encontradas também na Itália 7 quando 48% tude de ação, ocorre uma visão integral do indivíduo
dos professores pesquisados apresentaram altera- e consequentemente um atendimento mais eficaz.
ções vocais frequentes na voz e 42% raras altera- Exemplos de ações desenvolvidas em
ções, porém existentes. programas de saúde vocal e o relato dos benefí-
Há mais de uma década as pesquisas brasi- cios obtidos constam na literatura ilustrando as
leiras também foram gradualmente aprofundadas diversas ações já desenvolvidas com grupos de
na tentativa de compreender melhor a problemática professores. Um deles comparou um treinamento
vocal do professor, suas causas e consequências 8. com utilização de amplificação sonora com aborda-
Estudos sobre a ocorrência de alterações de voz gens envolvendo conhecimento de procedimentos
entre professores brasileiros trazem números de cuidados vocais e de realização de técnicas de
bastante expressivos, como os dados obtidos entre ressonância e de respiração, realizado por pesqui-
professores de ensino fundamental 9, com 52% sadores americanos que revelaram benefícios
dos participantes referindo alterações vocais que significantes entre os professores treinados para
foram comprovadas por análise perceptivo-auditiva utilizar amplificação sonora, e benefícios consta-
feita por profissionais fonoaudiólogos. Presença tados nas medidas de função vocal e de impacto da
de queixas vocais, incômodos presentes durantes voz na qualidade de vida nos grupos que utilizaram
a fala, e de autopercepção de professores sobre técnicas de ressonância e respiração 14,15. Em outro
a presença de rouquidão foram referidas por 75% estudo, pesquisadores irlandeses relataram a parti-
dos professores de ensino infantil e fundamental cipação de alunos de pós-graduação em educação
da rede Municipal de Ensino de São Paulo 10, e em um treinamento com dois tipos de abordagem:
em estudo da rede Municipal de Ensino de Belo grupos com abordagem direta com melhores
dados de risco vocal entre professores usuários da qualidade vocal segundo Escala GRBASI estru-
de voz no exercício profissional 1,2,4,6,10,11; e a estru- turada inicialmente por Hirano em 1981, conforme
turação gradual do programa seguiu orientações descrito na literatura 22, na qual se avalia o grau de
difundidas na literatura 3,14,15 sobre prevenção de rugosidade, soprosidade, astenia, tensão e irregu-
saúde ocupacional em geral e vocal de professores. laridade da voz, compondo o grau geral de alte-
Nesta Rede Municipal de Ensino todos os envol- ração vocal (G) em 4 graus de severidade: voz
vidos nas ações educativas do ensino infantil e sem alteração quando o grau geral de rouquidão
fundamental são denominados por educadores, é igual a zero (G0); voz com alteração discreta
e compuseram o foco das ações do Programa quando seu grau geral é igual a um (G1); alteração
de Saúde Vocal sob solicitação da Secretaria de moderada quando o grau geral é igual a dois (G2); e
Educação de não priorizar somente os professores, severa quando igual a três (G3). Em 2004 iniciou-
pois todos educadores utilizavam a voz no contato se o processo de estruturação dos Grupos Avan-
educativo. çados de Voz, que envolveu um estudo detalhado
de como viabilizar as ações. Como os educadores
A saber, os educadores eram subdivididos
com vozes qualificadas como roucas moderadas
em: gestores responsáveis pelas orientações do
(G2) ou severas (G3), durante a triagem, provavel-
processo educativo realizadas com seus pares
mente encontravam-se em situação de dificuldade
e pelo funcionamento da escola; professores
para utilizar suas vozes no exercício profissional,
atuantes no processo educativo formal de ensino
e provavelmente precisavam de uma atenção um
infantil e fundamental; recreacionistas com atuação
pouco mais dirigida para as especificidades de seu
em atividades lúdicas em horários diferentes aos da
problema vocal, foram privilegiados na convocação
educação formal; e berçaristas responsáveis pelo
para participar dos primeiros Grupos Avançados de
cuidado e estimulação de bebês até 2 anos.
Voz. Posteriormente seriam chamadas também as
As ações propostas foram divididas em dois educadoras com rouquidão discreta (G1).
tipos: grupos básicos e grupos avançados de voz.
Assim, estas educadoras foram convocadas
Os educadores foram convidados a participar
a participar de reuniões com a fonoaudióloga do
das ações, realizavam inscrições confirmando a
Centro Universitário, responsável pelo programa,
presença, recebiam um certificado de participação
com a finalidade de compreenderem os objetivos da
e tinham suas presenças controladas por serem
nova ação e de declararem interesse em participar.
ações consecutivas e a participação no grupo
Novamente, não houve possibilidade de liberação,
avançado dependia da participação prévia no grupo
das educadoras para esta atividade, em horários
básico. Antes de iniciar os convites para os grupos
de atividade profissional. O local escolhido foi a
avançados foram realizadas reuniões com os educa-
Clínica Escola de Fonoaudiologia do Centro Univer-
dores indicados pela constatação de alteração vocal
sitário, pela viabilidade de horários, pós-trabalho
na triagem realizada durante o grupo básico, com
das educadoras, e espaço físico condizente com as
explicações sobre as próximas atividades e solici-
necessidades da ação.
tação de manifestação de interesse por escrito. As
atividades ocorreram fora do horário de trabalho dos A estruturação do Grupo Avançado previa um
educadores segundo solicitações administrativas. total de 10 horas de treinamento em grupo, subdi-
O conteúdo teórico dos Grupos Básicos envolvia o vididas em cinco encontros de duas horas com no
conhecimento sobre comportamentos vocais espe- máximo cinco integrantes, e assim foi realizado o
cíficos ao trabalho docente, informações sobre primeiro Grupo formado por educadoras com vozes
produção e cuidados vocais; e, o conteúdo prático classificadas em G3.
abordava treinamento de tarefas fonatórias básicas Todos participantes foram encaminhados para
para aumento de resistência vocal e diminuição de avaliação otorrinolaringológica, com médicos de
tensão, conforme sugerido pela literatura 13,14. Os seus convênios de saúde, e faziam avaliação
grupos eram compostos por no máximo 50 educa- completa no setor de Voz da Clínica Escola no
dores, que participavam de dois encontros de três início e no final das atividades. Nos encontros propi-
horas, perfazendo uma carga horária total de seis ciava-se uma discussão aprofundada sobre o uso
horas. As vozes dos participantes foram registradas vocal em sala de aula na busca de estratégias que
por gravador digital MD Sony MZ em duas amos- minimizassem o esforço durante a comunicação
tras: emissão de vogal [a] prolongada e contagem oral, e os exercícios escolhidos para treinamento
de 1 a 20, configurando amostras para triagem abordavam tarefas fonatórias que favorecessem
vocal como critério de seleção para a formação conforto vocal segundo o grau de distúrbio de voz
dos Grupos Avançados de Voz. A análise desta do grupo, principalmente com exercícios de coor-
amostra foi realizada por fonoaudióloga especia- denação respiração x facilitação de fonação e
lista em voz utilizando avaliação perceptivo-auditiva ressonância. Orientações sobre busca de cuidados
EDUCADORES N %
professores 154 39,79
berçaristas 119 30,75
recreacionistas 56 14,47
agentes educadionais 50 12,92
gestores 8 2,07
total 387 100
Escala GRBASI
Total
Educadores G0 G1 G2 G3
N % N % N % N % N %
Gestores 4 1,0 2 0,5 2 0,5 0 0,0 8 2,2
Professores 42 11,0* 68 18,3 30 8,1 8 2,2 148 39,8
Recreacionistas 42 11,0* 39 10,5 16 4,3 5 1,3 102 27,4
Berçaristas 50 13,0* 46 12,4 16 4,3 2 0,5 114 30,6
Total 138 37,0 155 41,7 64 17,2 15 4,0 372 100,0
Teste Igualdade de duas proporções; p-valor = 0,05
Tabela 3 – Dados sobre a participação nos grupos avançados de voz por educadores com vozes
roucas severas (G3)
os dados relacionados ao grau geral de alteração entre o local de trabalho das educadoras e a Clínica
(G): 62,9% dos educadores apresentaram vozes Escola, frequência semanal em cinco encontros de
consideradas como alteradas, a maioria delas com duas horas, motivos particulares de saúde, tempo
rouquidão discreta, e somente 4% com rouquidão decorrido entre a triagem e a convocação (exemplo:
considerada severa. Na comparação entre os tipos caso da professora que já havia se aposentado);
de funções dos educadores somente entre profes- e falta de motivação dos educadores para parti-
sores, recreacionistas e berçaristas houve seme- cipar da ação. Em comum acordo decidiu-se pela
lhança significativa de ocorrência de vozes sem convocação de uma reunião com as educadoras
alteração. dentro do horário de trabalho delas, com objetivo
de explicar novamente a importância dos grupos
Sobre a participação dos educadores no Grupo avançados, motivando-as para o valor da voz nas
Avançado relações com os alunos, e manteve-se a neces-
O primeiro grupo de educadores foram aqueles sidade de que ao final da reunião as educadoras
com vozes rouco-severas. Importante ressaltar que confirmassem o interesse na participação dos
até o momento da convocação havia somente nove grupos. Decidiu-se também que a duração de cada
educadoras com grau de alteração severa. Destas encontro do Grupo Avançado seria reduzido para
nove educadoras somente quatro (representando 90 minutos, mantendo-se os 5 encontros.
44,4% das convidadas) iniciaram a participação no Em 2005 foram convocadas para esta reunião 54
grupo avançado realizando a avaliação completa educadoras cujas vozes foram classificadas como
de voz, três delas tiveram participação parcial nas rouco-moderadas (G2) nas triagens realizadas até
ações, e uma educadora somente teve aderência aquela data. Conforme exposto na Tabela 4, houve
plena com 100% de freqüência (Tabela 3). declaração de interesse por 28 educadoras (51%
Novamente a baixa adesão e a real partici- das convocadas para a reunião inicial) formando-
pação dos educadores foram analisadas tanto pela se quatro grupos avançados de voz, sendo que 22
responsável pelo programa como pelos gestores da das educadoras inscritas iniciaram os grupos avan-
Secretaria de Educação e as seguintes possíveis çados realizando a avaliação completa de voz, mas,
causas foram delineadas: dificuldade pela distância somente 17 (31% das inicialmente convocadas)
Educadoras
Especificação do envolvimento/participação
N %
Convocadas para reunião inicial – G2 54 100
Presentes na reunião inicial 33 61
Pontuaram interesse nos Grupos avançados 28 51
Compareceram na Avaliação Global da Voz 22 40
Participaram dos Grupos (+75% de presença) 17 31
Teste Igualdade de duas proporções; p-valor = 0,05
Educadores
Exame Otorrinolaringológico
N %
Sem exame 3 17,7
Sem alterações 5 29,4
Nódulos 2 11,7
Nódulos ou cisto 2 11,7
Fenda fusiforme 1 5,9#
Fenda posterior 1 5,9#
Fenda paralela 1 5,9#
Hiperemia 1 5,9#
Somente imagem sem laudo 1 5,9#
Total 17 100
Teste Igualdade de duas proporções; p-valor = 0,05
participaram efetivamente o grupo avançado com classificadas na triagem roucas moderadas havia,
frequência superior a 75% dos encontros. Estes na sua maioria envolvimento de alterações funcio-
dados sugerem que apesar da baixa participação nais, carentes de modificações do padrão fonatório
entre os educadores com voz G2, o grupo avançado para garantir saúde vocal.
ficou configurado em um formato viável para a parti- Uma análise detalhada dos laudos otorrinolarin-
cipação de educadores interessados. A convocação gológicos (Tabela 5) revela que 29,4% das educa-
dos educadores com grau discreto de rouquidão doras que participaram dos grupos avançados não
ficou prevista para ser realizada em 2006, fora do tinham alterações laríngeas. Observou-se, em 47%
período descrito neste estudo. dos laudos otorrinolaringológicos a ocorrência de
nódulos, cistos ou fendas.
Sobre os dados otorrinolaringológicos
Todas as educadoras que compareceram à Sobre a avaliação do impacto da voz nas
avaliação completa de voz no início dos grupos atividades profissionais durante os Grupos
avançados foram encaminhadas para exame otorri- Avançados
nolaringológico. Entre as efetivas participantes dos Os educadores do programa, ora descrito,
grupos avançados somente 13 apresentaram laudo responderam ao protocolo VAPP ao iniciarem os
otorrinolaringológico, uma apresentou somente a grupos avançados. As respostas das 17 educa-
imagem gravada em vídeo, e as demais não conse- doras participantes ofereceram dados intrigantes
guiram agendar consulta médica antes do final do quando comparados com os valores médios encon-
grupo. Os dados obtidos consolidaram a importância trados pelos autores do protocolo entre disfônicos
da participação destas educadoras no programa de e não disfônicos (Tabela 6). A média dos escores
saúde vocal e demonstraram que entre as vozes obtidos pelos educadores revela interferência
Tabela 6 – Escores VAAP obtidos durante os grupos avançados comparados com padrões entre
vozes normais e entre vozes disfônicas 23
discreta da voz nas suas atividades: classificam (Tabela 7) revelam que houve sensível diminuição
suas vozes como discretamente alteradas (2,69 de da presença de sintomas vocais entre os partici-
escore máximo em 10,0), sentem a voz interferindo pantes. Antes da participação nos grupos avan-
de forma discreta em todas situações de comuni- çados não houve referência de três sintomas ou
cação analisadas com escores atingindo de 15,5% menos, somente a partir de 4 e até 13 sintomas
a 26% dos escores máximos possíveis, da mesma apareceram nas respostas dos educadores. Ao
forma se comportaram os dados relacionados à limi- final do Grupo avançado 55,5% dos participantes
tação ou restrição de participação nas suas ações referiram de 0 a 3 sintomas. Ou seja, antes todos
profissionais com escores entre 14,9% a 28% dos os educadores estavam com sinais da síndrome de
máximos possíveis. atrito vocal (mais de três sintomas) e no após os
grupos, somente 45% deles ainda apresentavam
Sobre a avaliação da presença de sintomas mais de três sintomas vocais, porém, com dimi-
vocais pré e pós-grupo avançados nuição significativa representativa da quantidade
Fez-se a opção de analisar somente a quanti- de sintomas.
ficação de sintomas apontados pelos educadores,
ao início e no final dos grupos avançados, com a DISCUSSÃO
finalidade de observar se ocorreriam modificações
do quadro de atrito vocal (Tabela 7). Referências sobre dificuldades em conseguir
Foi possível obter respostas sobre sintomas total adesão de professores a programas de saúde
vocais de 14 educadores para a análise pré e pós- vocal ou a processos de formação em voz e comu-
participação dos grupos avançados. Os dados nicação são relatadas na literatura internacional 14,15
ABSTRACT
Background: in the last two decades teacher’s voice has been the target of many researches due
to the high incidence of voice disturbances in this professional class; therefore, the need for these
professionals to take part in actions that ensure the vocal health has been reinforced. Few papers
in the literature describe vocal health programs and their results. Procedures: describe a Vocal
Health Program of Educators from public schools (kinder garden and elementary schools) from the
countryside of São Paulo inland, developed from 2002 to 2005, that was made up by basic voice group
to offer essential theoretical and practical knowledge about vocal care, including the participants’ vocal
screening; advanced voice group to reorganize the phonation process and the voice use in classroom.
Results: the average of 56% of total enrolment participated in the actions; 62.9% of voice disturbance
is the result of vocal screening, most of it with discreet vocal deviation; 100% of participants referred 3
or more voice symptoms at the beginning of advanced voice group, and after the group had finished,
45% still had 4 to 13 symptoms; data about vocal self-perception show low scores in vocal impact in
professional activities. Conclusion: the description showed the need for constant regulation of the
program in order to reach its goals. The low participation in actions might be related to the discreet
impact of voice in professional activities, although this fact requires further investigation. The highest
measured benefit of the participation in the advanced vocal groups was the reduction in the volume e
of vocal symptoms.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000059
RECEBIDO EM: 15/11/2009
ACEITO EM: 05/01/2010