LIVRO: Livro de Questões PC-SP Questões Comentadas e Gabaritadas- EDITORA NOVA-
As dimensões de direitos humanos são fundamentos de direitos humanos que se
correlacionam com o fundamento da interdependência, as quais podem ser detectadas em grupos de direitos: A) direitos civis e políticos correspondem à dimensão da liberdade (1ª); B) direitos econômicos, sociais e culturais referem-se à dimensão da igualdade (2ª); C) e direitos difusos e coletivos abrangem a dimensão da fraternidade (3ª).
Conectados ao valor liberdade, os direitos de primeira geração/dimensão são os direitos
civis e políticos. Já ligados ao valor igualdade, os direitos de segunda dimensão/geração são os direitos sociais, econômicos e culturais. Por fim, conexos ao valor fraternidade, estão os direitos de terceira dimensão/geração, como desenvolvimento e progresso, meio ambiente, paz, tipicamente direitos difusos. O mais antigo documento precedente do sistema internacional de proteção dos direitos humanos é a Magna Carta da Inglaterra de 1215. Ele foi imposto pelos barões feudais ingleses, em uma reação às pesadas taxas impostas pelo Rei João Sem-Terra. Quanto ao seu conteúdo, expunha a noção de concessão do rei aos súditos, estabelecia a existência de uma hierarquia social sem conceder poder absoluto ao soberano, previa limites à imposição de tributos e ao confisco, constituía privilégios à burguesia e trazia procedimentos de julgamento ao prever conceitos como o de devido processo legal, habeas corpus e júri. Com a Revolução Francesa ganhou destaque em toda a Europa a defesa de um Estado Liberal, no qual fosse garantida a maior quantidade de liberdade possível. Após o ideário liberalista (movimentos liberais e ideias iluministas), estabeleceu-se uma consciência de classe baseada em movimentos comunistas em prol da igualdade social. Neste momento, pretendeu-se o reconhecimento dos direitos sociais para a categoria dos trabalhadores. as pessoas físicas possuem capacidade processual perante alguns órgãos internacionais de proteção da pessoa humana, a exemplo do Conselho de Direitos Humanos e do Comitê de Direitos Humanos no âmbito global e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos no âmbito regional. as regras do sistema de proteção dos direitos humanos não possuem efeitos e conteúdos apenas formais, mas notadamente materiais. Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas elaborou a Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução nº 217), primeiro e principal documento declaratório de direitos humanos internacionais da história, que deu fundamento para todo o sistema jurídico que veio a ser construído. Consoante o artigo XXVI, item 3, da Declaração: “Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos” Dispõe o artigo XI, 1, da Declaração: “Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa”. É o perfeito teor do artigo I da Declaração: “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade” Não somente o ensino elementar deve ser gratuito, mas também o fundamental (artigo XXVI, 1, DUDH). Dispõe o artigo XXV, 1, da Declaração: “Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle”. A. Dispõe o artigo XVI da Declaração: “2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes”. PIDCP: ARTIGO 8 3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar trabalhos forçados ou obrigatórios; b) A alínea a) do presente parágrafo não poderá ser interpretada no sentido de proibir, nos países em que certos crimes sejam punidos com prisão e trabalhos forçados, o cumprimento de uma pena de trabalhos forçados, imposta por um tribunal competente; c) Para os efeitos do presente parágrafo, não serão considerados "trabalhos forçados ou obrigatórios": i) qualquer trabalho ou serviço, não previsto na alínea b) normalmente exigido de um individuo que tenha sido encarcerado em cumprimento de decisão judicial ou que, tendo sido objeto de tal decisão, ache-se em liberdade condicional; ii) qualquer serviço de caráter militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de consciência, qualquer serviço nacional que a lei venha a exigir daqueles que se oponham ao serviço militar por motivo de consciência; iii) qualquer serviço exigido em casos de emergência ou de calamidade que ameacem o bem-estar da comunidade; iv) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais. Prevê o art. 21 do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos: “Direito de reunião pacífica será reconhecido. O exercício desse direito estará sujeito apenas às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde públicas ou os direitos e as liberdades das pessoas”. Quanto à liberdade de associação, prevê o art. 22, 2 do Pacto: “O exercício desse direito estará sujeito apenas às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança e da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos a liberdades das demais pessoas. O presente artigo não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício desse direito por membros das forças armadas e da polícia”. O art. 4º da Convenção aborda o direito à vida: “1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. A súmula vinculante nº 25 do Supremo Tribunal Federal tem o seguinte teor: “É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”. A origem da discussão da súmula foi a previsão da Convenção Americana sobre Direitos Humanos de que “ninguém deve ser detido por dívidas. Nos termos do art. 3º da Convenção Interamericana, “serão responsáveis pelo delito de tortura: a) os empregados ou funcionários públicos que, atuando neste caráter, ordenem sua comissão ou instiguem ou induzam a ela, cometam-no diretamente ou, podendo impedi-lo, não o façam; b) as pessoas que, por instigação dos funcionários ou empregados públicos a que se refere a alínea ‘a’, ordenem sua comissão, instiguem ou induzam a ela, cometam-no diretamente ou nele sejam cúmplices”. Assim, respondem o funcionário e o empregado públicos e, em participação, o particular. Conforme o art. 77 do Estatuto de Roma, as seguintes as penas são aplicáveis aos criminosos internacionais: “1. a) Pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite máximo de 30 anos; ou b) Pena de prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado o justificarem. 2. Além da pena de prisão, o Tribunal poderá aplicar: a) Uma multa, de acordo com os critérios previstos no Regulamento Processual; b) A perda de produtos, bens e haveres provenientes, direta ou indiretamente, do crime, sem prejuízo dos direitos de terceiros que tenham agido de boa fé”.