Sentenca de Primeira Instancia

fls.
109
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMARCA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
1ª VARA CÍVEL
SENTENÇA
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1006035-19.2018.8.26.0554 e código 6A56184.
Processo nº: 1006035-19.2018.8.26.0554
Classe - Assunto Procedimento Comum Cível - Auxílio-Acidente (Art. 86)
Requerente: Joseildo José da Silva
Requerido: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
Juíza de Direito Drª FABIANA FEHER RECASENS
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FABIANA FEHER RECASENS, liberado nos autos em 08/05/2019 às 15:25 .
Vistos,
JOSEILDO JOSÉ DA SILVA propôs ação acidentária em face do

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS objetivando, em suma, a
concessão de auxílio acidente, alegando que padece de males na coluna, que irradiaram
para os membros superiores e inferiores, e que acredita serem derivados de sua atividade
laborativa e que o incapacita parcial e permanente.
O pedido de tutela de urgência foi indeferido (fls. 39/40).
Citado, o INSS apresentou contestação, afastando o pleito do autor, sob o

argumento de que não há incapacidade definitiva (fls. 91/96).
Informes do INSS e da empregadora foram juntados às fls. 49/58 e 62/71.
A perícia foi antecipada e o laudo pericial foi juntado (fls. 206/213).
O INSS se manifestou em contestação (fls. 91/96) e o autor silenciou (fl.

108).
O Ministério Público informou que não há razões para intervir no feito (fls.
100/101).
É o relatório.
D E C I D O.
1006035-19.2018.8.26.0554 - lauda 1
Joseildo José da Silva X INSS
fls. 110

1ª VARA CÍVEL
Desnecessária a realização de outras provas na presente ação, que analisa o
binômio incapacidade permanente/nexo causal.
A ação merece procedência.
O perito judicial informou que, no exame físico foram constatadas

contratura da musculatura paravertebral e redução de movimentos; o exame de ressonância
magnética da coluna lombar descreveu diversos achados, em especial um quadro de hérnia
discal lombar com tradução clínica incapacitante, caracterizado o prejuízo parcial e
permanente da funcionalidade da coluna vertebral.
No tocante ao nexo ocupacional, o perito estabeleceu na modalidade

concausal, entre o trabalho realizado e a patologia. Nesse sentido, verifica-se dos informes
da empregadora, ao descrever as funções do autor (fl. 53), que o mesmo exercia
inicialmente a função de servente, e, posteriormente, de pedreiro industrial. Nessa função,
o autor realizava preparação e aplicação de concreto. Pintura em geral; montagem de
andaimes para os trabalhos de reforma ou construção; construção, reforma ou manutenção
necessária na própria na empresa; e manutenção hidráulica.
Ademais, é sabido que o trabalho exercido pelo autor na função de pedreiro

exige rotineiramente grandes esforços físicos e movimentos repetitivos, que, obviamente,
contribuem para o agravamento dos males de que padece o autor.
Além disso, o próprio INSS concedeu ao autor o auxílio-doença por

acidente do trabalho, de modo que reconheceu o caráter acidentário da lesão de que padece
o autor.
Assim, conforme conclusão pericial, as causas estão relacionadas

diretamente com o trabalho do autor em razão dos fatores nocivos do trabalho. As lesões
são permanentes e determina incapacitação laboral parcial e permanente para o trabalho
habitual.
Dessa forma, comprovada está a incapacidade parcial e permanente

proveniente da atividade laborativa, e que deve ser indenizada.
1006035-19.2018.8.26.0554 - lauda 2
fls. 111

1ª VARA CÍVEL
No tocante à data do início do benefício, verifica-se dos informes
previdenciários juntados aos autos, inclusive dos documentos juntados pelo INSS que o
autor recebeu auxílio-doença por acidente do trabalho no período de 17/12/2017 a
08/03/2018, pela mesma moléstia (fls. 62/71), sendo de rigor, pois, que o benefício tenha
início no dia seguinte à alta médica, abatidos eventuais outros benefícios concedidos
posteriormente, pela mesma causa.
Isto posto, tendo em vista a incapacidade parcial estabelecida, que gera
evidente incapacidade laborativa, concedo a tutela de urgência, determinando a imediata
implantação do benefício ao autor, e julgo PROCEDENTE o pedido, condenando o réu a
pagar ao autor auxílio-acidente mensal desde o dia seguinte ao da cessação do benefício,
acrescido de abono anual, no percentual de cinqüenta por cento (50%) do salário de
benefício, respeitado o teto legal.
Anoto que o benefício deverá ficar suspenso durante todos os períodos em

que eventualmente esteve o autor em gozo de outro benefício oriundo da mesma moléstia.
O valor principal deverá ser acrescido de juros de mora legais, contados

englobadamente até a citação, e, a partir de então, calculados mês a mês, de forma
decrescente, observado o disposto no art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97, com as alterações
advindas da Lei nº 11.960/09 (porque não alterado neste aspecto em sede da ADI 4.357).
Considerando o termo inicial estipulado, para correção monetária há de ser

observado o que vier a ser decidido no julgamento do mérito do RE nº 870.947/SE, Tema
nº 810 STF, que afastou a aplicação da Lei nº 11.960/09, adotando-se o IPCA-E no lugar
da TR. Nesse sentido, vale consignar que em data de 24/09/2018, o C. Supremo Tribunal
Federal, por decisão monocrática do Ministro Luiz Fux, atribuiu efeito suspensivo aos
embargos de declaração opostos contra o v. acórdão proferido no referido RE 870.947/SE,
Tema 810 de repercussão geral, e determinou a suspensão do decidido, com fundamento no
artigo 1.026, caput e § 1º, do CPC.
Já a renda mensal inicial, inclusive para efeito de oportuna implantação do

benefício, será reajustada pelos índices previdenciários.
1006035-19.2018.8.26.0554 - lauda 3
fls. 112

1ª VARA CÍVEL
Não há condenação em custas processuais, uma vez que a autarquia encontra-
se isenta, como previsto no artigo 129, parágrafo único da lei 8.213/91.
Condeno o requerido no reembolso de eventuais despesas processuais,

corrigidas desde o desembolso, além dos honorários do perito judicial.
No tocante aos honorários advocatícios, dispõe o inciso II, do § 4º do art. 85

do Código de Processo Civil: “.....não sendo líquida a sentença, a definição do percentual,
nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado....”.
Desse modo, não havendo valor certo de condenação, mas em prestações

periódicas, que não se esgotam com a prolação da sentença, prematura a discussão acerca
do arbitramento da verba honorária, que será tratada quando da fase executiva, após a
apresentação da conta do montante devido a título do crédito principal e juros moratórios.
Atendendo à recomendação da Corregedoria Geral da Justiça, veiculada pelo

Comunicado nº 912/2007, e visando contribuir para o cumprimento mais célere do julgado,
passa a integrar a presente o seguinte tópico-síntese:
1. Nº do processo 1006035-19.2018.8.26.0564
2. Nome do segurado Joseildo José da Silva
3. Benefício concedido Auxílio-Acidente de 50%
4. D.I.B. 09 de Março de 2018 [fl. 68]
5. R.M.I. a ser apurado em liquidação
Deverá ser observada a cessação do auxílio acidente, a partir da véspera do

início de qualquer aposentadoria a ser percebida pelo autor, nos termos do artigo 86 da Lei
nº 8.213/91, com a redação dada pela Lei nº 9.528/97.
Por imposição normativa (artigo 496, inciso I, do Código de Processo Civil,

bem como as Súmulas 423 do STF, e 490 do STJ), nas sentenças ilíquidas, entre elas, a
deste caso, para o trânsito em julgado, deve ocorrer o reexame necessário.
1006035-19.2018.8.26.0554 - lauda 4
fls. 113

1ª VARA CÍVEL
Assim, decorrido o prazo para eventuais recursos voluntários, subam os
autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 16ª e 17ª Câmaras de
Direito Público.
Ante a tutela de urgência ora concedida, o benefício deve ser

imediatamente implantado. Oficie-se ao INSS.
P.I.C.
São Bernardo do Campo, 8 de maio de 2019.
FABIANA FEHER RECASENS

Juíza de Direito
(assinatura eletrônica)
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,

- CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA -
1006035-19.2018.8.26.0554 - lauda 5

Sentenca de Primeira Instancia

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Juíza de Direito Drª FABIANA FEHER RECASENS

JOSEILDO JOSÉ DA SILVA propôs ação acidentária em face do

O pedido de tutela de urgência foi indeferido (fls. 39/40).

Citado, o INSS apresentou contestação, afastando o pleito do autor, sob o

Informes do INSS e da empregadora foram juntados às fls. 49/58 e 62/71.

A perícia foi antecipada e o laudo pericial foi juntado (fls. 206/213).

O INSS se manifestou em contestação (fls. 91/96) e o autor silenciou (fl.

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A ação merece procedência.

O perito judicial informou que, no exame físico foram constatadas

No tocante ao nexo ocupacional, o perito estabeleceu na modalidade

Ademais, é sabido que o trabalho exercido pelo autor na função de pedreiro

Além disso, o próprio INSS concedeu ao autor o auxílio-doença por

Assim, conforme conclusão pericial, as causas estão relacionadas

Dessa forma, comprovada está a incapacidade parcial e permanente

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Isto posto, tendo em vista a incapacidade parcial estabelecida, que gera

Anoto que o benefício deverá ficar suspenso durante todos os períodos em

O valor principal deverá ser acrescido de juros de mora legais, contados

Considerando o termo inicial estipulado, para correção monetária há de ser

Já a renda mensal inicial, inclusive para efeito de oportuna implantação do

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Condeno o requerido no reembolso de eventuais despesas processuais,

No tocante aos honorários advocatícios, dispõe o inciso II, do § 4º do art. 85

Desse modo, não havendo valor certo de condenação, mas em prestações

Atendendo à recomendação da Corregedoria Geral da Justiça, veiculada pelo

Deverá ser observada a cessação do auxílio acidente, a partir da véspera do

Por imposição normativa (artigo 496, inciso I, do Código de Processo Civil,

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Ante a tutela de urgência ora concedida, o benefício deve ser

FABIANA FEHER RECASENS

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,

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