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UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Engenharia Agro-Pecuária (Produção Vegetal e Animal)
Matemática Básica
1o Ano - 1o Semestre, 2018
CÁLCULO INFINITESIMAL
Equação da Recta
Definição: Sejam 𝑃(𝑥0 , 𝑦0 ) o ponto e 𝒎 um número real. A recta que passa pelo ponto 𝑃
com declive 𝑚, é o conjunto de todos pontos 𝑄(𝑥, 𝑦) com
𝑦 − 𝑦0 = 𝑚(𝑥 − 𝑥0 )
Esta chama-se equação de geral da recta. A recta vertical que passa pelo ponto 𝑃 é o
conjunto de todos pontos 𝑄(𝑥, 𝑦) com 𝑥 = 𝑥0 . Rectas verticais não tem declive.
O declive é a medida de inclinação ou direcção da recta. Assim a recta que intersecta o eixo-y
no ponto (0, 𝑏) e tem declive 𝑚, é dada pela equação
𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑏
Esta equação é de interseção do declive que é obtida a partir da equação geral da recta
quando 𝑥0 = 0 e 𝑦0 = 𝑏.
Exemplos 1: As rectas são mostradas abaixo com zero, positivo, negativo e sem declives.
1
Exemplo 2: A recta passando pelo ponto (−1, 2) com declive 𝑚 = − 2 tem a equação 2
1 1
𝑦 − 2 = − (𝑥 − (−1)) 𝑦 − 2 = − (𝑥 + 1)
2 2
e a equação de interseção do declive será
1 1
𝑦=− 𝑥+
2 2
Função Linear
A função linear é a função da forma
𝑓(𝑥) = 𝑚𝑥 + 𝑏
Onde 𝑚 e 𝑏 são constantes. Assim, o gráfico da função linear é simplesmente a recta com a
equação é de interseção do declive
𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑏
Que é a recta passando pelo ponto (0, 𝑏) e com declive 𝑚. Quando dois ponntos da recta são
conhecidas, o declive pode ser encontrado.
Teorema 1:
Suponha que a recta L passa pelos dois pontos distintos 𝑃(𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑄(𝑥2 , 𝑦2 ).
Se 𝑥1 = 𝑥2 , então a recta L é vertical.
Se 𝑥1 ≠ 𝑥2 , então o declive da recta L é igual a variação em 𝑦 dividido pela variação
em 𝑥,
∆𝑦 𝑦2 − 𝑦1
𝑚= =
∆𝑥 𝑥2 −𝑥1
Um declive positivo grande significa que a recta está subindo abruptamente à direita.
Um declive positivo pequeno significa que a recta sobe lentamente à direita.
Um declive negativo significa que recta decresce à direita.
3
Existe exactamente uma recta L passando por dois pontos distintos 𝑃(𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑄(𝑥2 , 𝑦2 ). Se
𝑥1 ≠ 𝑥2 , temos a partir do teorema 1 que L tem a equação
𝑦2 − 𝑦1
𝑦 − 𝑦1 = ( ) (𝑥 − 𝑥1 )
𝑥2 − 𝑥1
Esta é equação de dois pontos da recta.
Exemplo:
Dado 𝑃(3, 1) e 𝑄(1, 4), determine a variação em 𝑥 e 𝑦, o declive e a equação da recta
passando pelos pontos 𝑃 e 𝑄.
Solução
Variação em 𝑥 e 𝑦:
∆𝑥 = 𝑥𝑄 − 𝑥𝑃 = 1 − 3 = −2 ∆𝑦 = 𝑦𝑄 − 𝑦𝑃 = 4 − 1 = 3
Declive
∆𝑦 3 3
= =−
∆𝑥 −2 2
∆𝑦 3
A recta que passa pelos pontos 𝑃 e 𝑄 tem o declive = − 2 e a sua equação da recta é
∆𝑥
𝑦𝑄 −𝑦𝑃 4−1 3
𝑦 − 𝑦𝑃 = (𝑥 ) (𝑥 − 𝑥𝑃 ) = 𝑦 − 1 = (1−3) (𝑥 − 3) 𝑦 − 1 = − 2 (𝑥 − 3)
𝑄 −𝑥𝑃
Exemplo 2:
4
Dado 𝑃(1, −1) e 𝑄(1,2), determine a variação em 𝑥 e 𝑦, o declive e a equação da recta
passando pelos pontos 𝑃 e 𝑄.
Solução
Variação em 𝑥 e 𝑦:
∆𝑥 = 𝑥𝑄 − 𝑥𝑃 = 1 − 1 = 0 ∆𝑦 = 𝑦𝑄 − 𝑦𝑃 = 2 − (−1) = 3
Declive
∆𝑦 3 3
= = → Não tem Declive
∆𝑥 −2 0
A recta que passa pelos pontos 𝑃 e 𝑄 não tem o declive e a sua equação é
𝒙=𝟏
Teorema 2
Equação da forma 𝐴𝑥 + 𝐵𝑦 + 𝐶 = 0 onde 𝐴 e 𝐵 não são todos zeros (0) é uma equação linear.
Isto é explicado pelo teorema que segue:
Teorema 2 diz o seguinte: Qualquer equação linear determina a recta.
Prova:
𝐶
Caso 1: 𝐵 = 0, a equação 𝐴𝑥 + 𝐶 = 0 pode ser resolvida para 𝑥, 𝑥 = − que é uma recta vertical.
𝐴
Exemplo 1:
Encontre o declive da recta 6𝑥 − 2𝑦 + 7 = 0.
Soluução
𝐴 = 6, 𝐵 = −2 𝑒 𝐶=7
𝐴 6
Então o declive é: 𝑚 = − 𝐵 = − −2 = 3.
Solução
Primeiro resolva a equação isolando 𝑦
3
𝑦 = −2𝑥 −
2
Escolha quaisquer dois valores de x, seja 𝑥 = 0 𝑒 𝑥 = 1 e determine valores de 𝑦.
3 7
Quando 𝑥 = 0, 𝑦 = −2 e Quando 𝑥 = 1 𝑦 = −2
3 7
Finalmente, esboçe os pontos (0, − 2) e (1, − 2) e desenhe a recta passando pelos pontos.
Declive da Parábola
6
𝒚 = 𝒙𝟐
O declive mede a vairação da parabola da mesma maneira que mede a variação da recta. O declive
desta parábola vai ser diferente nos pontos no eixo-x, porque a direcção da parábola varia. Se
(𝑥0 , 𝑦0 ) e (𝑥0 + ∆𝑦, 𝑦0 + ∆𝑦) são dois pontos na parábola, então o declive médio entre os dois
pontos é definido pela razão de variações em y por variações em x
∆𝑦
Declive Médio =
∆𝑥
Que é exactamente o mesmo que o declive da recta passando por dois pontos (𝑥0 , 𝑦0 ) e
(𝑥0 + ∆𝑦, 𝑦0 + ∆𝑦).
Para determinar o declive médio passando pelos dois pontos (𝑥0 , 𝑦0 ) e (𝑥0 + ∆𝑦, 𝑦0 + ∆𝑦):
∆𝑦 𝑥0 2 + 2𝑥0 ∆𝑥 + (∆𝑥)2 − 𝑥0 2
=
∆𝑥 ∆𝑥
∆𝑦 2𝑥0 ∆𝑥 + (∆𝑥)2
= = 2𝑥0 + ∆𝑥 𝑜𝑛𝑑𝑒 ∆𝑥 ≠ 0.
∆𝑥 ∆𝑥
Seja ∆𝒙 um valor muito pequeno (mas não igual a zero), assim o ponto (𝑥0 + ∆𝑦, 𝑦0 + ∆𝑦)
estará próximo do ponto (𝑥0 , 𝑦0 ) e o declive médio entre os dois pontos estará próximo do declive
da parábola no ponto (𝑥0 , 𝑦0 );
[Declive no ponto (𝑥0 , 𝑦0 )] é próximo 𝑎𝑜 2𝑥0 + ∆𝑥
Se omitirmos o termo ∆𝑥 por ser muito pequeno, obtemos [Declive no ponto (𝑥0 , 𝑦0 )] = 2𝑥0 .
7
Exemplo:
No ponto (0, 0) o declive é 0, no ponto (1, 1) o declive é 2 e no pnto (-3, 9) o declive é -6. A figura
segue abaixo:
Problema!!!
O problema que surge com a omissão do termo ∆𝒙 é que não está claro quando deve ou não ser
omitido. Neste caso, o que necessário é clara distinção entre números que são pequenos
suficientemente para serem omitidos e números que não podem ser omitidos.
Para resolver este problema, surgiu a necessidade de introduzir um tipo de número que é
infinitamente pequeno mas não igual a zero. Este número chama-se infinitesimal.
Este capítulo é regido por três princípios nomeadamente: Princípio de extensão, princípio de
transferência e princípio da parte padrã (Princípio padrão).
Princípio de extensão
a) Os números reais formam o subconjunto de números hiperreais e a ordem da relação
𝑥 < 𝑦 de números reais forma subconjunto da ordem da relação de números
hiperreais. Isto é, a recta real é uma parte da recta hiperreal.
b) Existe um número hiperreal que é maior que zero mas menor que qualquer número
real. Isto é
Definição
i. Um número hiperreal 𝒃 é dito ser:
Infinitesimal positivo se 𝒃 é positivo, mas menor que qualquer número
positivo real.
Infinitesimal negativo se b é negativo, mas maior que qualquer número
negativo real.
Infinitesimal se 𝒃 é Infinitesimal positivo ou Infinitesimal negativo ou zero.
Assim a parte (b) do princípio de extensão diz que existe no mínimo um número infinitesimal
positivo. Este número infinitesimal positivo é hiperreal mas não pode ser real. Desta análise
conclui-se que a parte (b) do princípio de extensão guarante que existem números hiperreais
que não são reais.
c) Para qualquer função real 𝑓 de uma ou mais variáveis, temos a correspondente função
hiperreal 𝑓 ∗ do mesmo número de variáveis. 𝑓 ∗ é chamada extensão natural de 𝑓. Isto
é, permite-nos aplicar funções reais a números hiperreais.
Exemplos:
9
Porque a função de adição " + " é a função real de duas variáveis, a sua
extensão natural "+∗ " é a função hiperreal com duas variáveis. Isto é, se 𝑥 e 𝑦
são dus variáveis hiperreais, a soma de números 𝑥 e 𝑦 é 𝑥+∗ 𝑦 formada pelo
uso da extensão natural de " + ".
Princípio de Transferêrencia
Qualquer expressão real que é definida para uma ou mais funções particulares reais,
também é definida para a extensão natural dessas funções.
Cada exemplo acima tem duas variáveis, 𝑥 e 𝑦 e são verdadeiros sempre que 𝑥 e 𝑦 são
nímeros reais. O princípio de transferência diz que cada exemplo acima também é
definida sempre que 𝑥 e 𝑦 são nímeros hiperreais. O princípio de transferência nos
permite fazer cálculos exactamente da mesma maneira como números reais. Transfere os
factos sobre números reais para factos dos números hiperreais. Em particular, o princípio
de transferência implica que a função real e a sua extensão natural sempre dão o mesmo
valor quando aplicados ao número real. Esta é a razão que nos permite retirar asteríscos
quando trabalhamos com números hiperreais.
Uma das importantes aplicações do princípio de transferência é no cálculo envolvendo
10
números infinitesimais. Enquanto o princípio de extensão diz que existe no mínimo um
número hiperreal infinitesimal positivo, seja 𝜀. A partir deste número 𝜀, pelo princípio de
transferência podemos construir mais outros números infinitesimais.
Exemplos:
0 < 𝜀2 < 𝜀
𝜀
𝜀3 < 𝜀2 < < 𝜀 < 75𝜀 < √𝜀 < 𝜀 + √𝜀
100
Outros números hiperreais: −𝜀, −𝜀 2 , 1 + √𝜀, (10 − 𝜀)2 , 1⁄𝜀 , etc.
Definição
Um número hiperreal 𝑏 é:
𝑭𝒊𝒏𝒊𝒕𝒐 se 𝑏 está entre dois números reais.
𝑰𝒏𝒇𝒊𝒏𝒊𝒕𝒐 𝒑𝒐𝒔𝒊𝒕𝒊𝒗𝒐 se 𝑏 é maior que qualquer número real.
𝑰𝒏𝒇𝒊𝒏𝒊𝒕𝒐 𝒏𝒆𝒈𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐 se 𝑏 é menor que qualquer número real.
ii. Negativos:
−𝜀 é infinitesimal
−𝑏 é finito mas não infinitesimal
−𝐻 é finito
iii. Recíprocos:
Se 𝜀 ≠ 0, 1⁄𝜀 é infinito
1⁄ é finito mas não infinitesimal
𝑏
1⁄ é infinitesimal
𝐻
iv. Somas:
11
𝜀 + 𝛿 é infinitesimal
𝑏 + 𝜀 é finito mas não infinitesimal
𝑏 + 𝑐 é finito (possivelmente infinitesimal)
𝐻 + 𝜀 e 𝐻 + 𝑏 são infinitos
v. Produtos:
𝛿 ∙ 𝜀 e 𝑏 ∙ 𝜀 são infinitesimais
𝑏 ∙ 𝑐 é finito mas não infinitesimal
𝐻 ∙ 𝑏 e 𝐻 ∙ 𝐾 são infinitos
vi. Quocientes:
𝜀⁄ , 𝜀⁄ e 𝑏⁄ são infinitesimais
𝑏 𝐻 𝐻
𝑏⁄ é finito mas não infinitesimal
𝑐
𝑏⁄ , 𝐻⁄ e 𝐻⁄ são infinitos, dado que 𝜀 ≠ 0
𝜀 𝜀 𝑏
vii. Raízes:
𝑛
Se 𝜀 > 0, √𝜀 é infinitesimal
𝑛
Se 𝑏 > 0, √𝑏 é finito mas não infinitesimal
𝑛
Se 𝐻 > 0, √𝐻 é infinito
Cada uma das leis em (viii) ou pode ser infinitesimal ou finito mas não infinitesimal, ou
infinito, dependendo de quais valores 𝜀, 𝛿, 𝐻 e 𝐾 são. A tabela que segue ilustra diferentes
casos de formas indeterminadas,
12
Exemplos 1:
𝜀 2⁄ = 𝜀 é infinitesimal
𝜀
𝜀⁄ = 1 é finito mas não infinitesimal
𝜀
𝜀⁄ = 1⁄ é infinito
𝜀2 𝜀
Soluções
(𝑏 − 3𝜀)
i.
(𝑐 + 2𝛿)
𝑂 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜 𝑏 − 3𝜀 é 𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑠 𝑛ã𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑒𝑠𝑖𝑚𝑎𝑙, igualmente o termo 𝑐 + 2𝛿 é finito
mas não infinitesimal, então a expressão é finita mas não infinitesimal.
5𝜀 4 − 8𝜀 3 + 𝜀 2 𝜀 2 (5𝜀 2 − 8𝜀 + 1) 𝜀(5𝜀 2 − 8𝜀 + 1) 5𝜀 3 − 8𝜀 2 + 𝜀
ii. = = =
3𝜀 3𝜀 3 3
𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 é 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑒𝑠𝑖𝑚𝑎𝑙, 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝜀 ≠ 0.
3𝜀 3 + 𝜀 2 − 6𝜀 𝜀(3𝜀 2 + 𝜀 − 6) 3𝜀 2 + 𝜀 − 6
iii. = = ,
2𝜀 2 + 𝜀 𝜀(2𝜀 + 1) 2𝜀 + 1
𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 é 𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎 𝑚𝑎𝑠 𝑛ã𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑒𝑠𝑖𝑚𝑎𝑙.
𝜀 4 − 𝜀 3 + 2𝜀 2 𝜀 2 (𝜀 2 − 𝜀 + 2) 𝜀 2 − 𝜀 + 2 𝜀 2 − 𝜀 + 2
iv. = = = , 13
5𝜀 4 + 𝜀 3 𝜀 3 (5𝜀 + 1) 𝜀(5𝜀 + 1) 5𝜀 2 + 𝜀
𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 é 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎
2𝐻 2 + 𝐻
v. , 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎 𝑜 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑒 𝑑𝑒𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑝𝑜𝑟 1⁄𝐻 2 𝑒 𝑜𝑏𝑡𝑒𝑚 − 𝑠𝑒
𝐻2 − 𝐻 + 2
2 + 1⁄𝐻
, 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 1⁄𝐻 𝑒 1⁄𝐻 2 𝑞𝑢𝑒 𝑠ã𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑒𝑠𝑖𝑚𝑎𝑖𝑠, 𝑚𝑎𝑠 𝑜
1 2
1 − ⁄𝐻 + ⁄𝐻 2
Teorema 1
a) Qualquer número hiperreal que está entre dois números infinitesimais é infinitesimal
b) Qualquer número hiperreal que está entre dois números hiperreais finitos é finito
c) Qualquer número hiperreal que é maior que algum número positivo infinito é positivo
infinito.
d) Qualquer número hiperreal que é menor que algum número negativo infinito é
negativo infinito.
Parte Padrã
Dois números hiperreais 𝑏 e 𝑐 são infinitamente próximos um do outro, simbolicamente 𝑏 ≈
𝑐, se a differença entre os dois é infinitesimal. 𝑏 ≉ 𝑐 significa que 𝑏 não é infinitamente
próximo de 𝑐.
Observações:
1. Se 𝜀 é infinitesimal, então 𝑏 ≈ 𝑏 + 𝜀. Esta expressão é verdadeira porque a diferença
𝑏 − (𝑏 + 𝜀) = −𝜀 que é infinitesimal.
2. 𝑏 é infinitesimal so se, somente se 𝑏 ≈ 0. A formula 𝑏 ≈ 0 será frequentemente
14
usada para indicar que 𝑏 é infinitesimal.
3. Se 𝑏 e 𝑐 são números reais e 𝑏 infinitamente próximo de 𝑐, então 𝑏 é igual a 𝑐.
Teorema 1:
Sejam 𝑎, 𝑏 e 𝑐 números hiperreais. temos
i. 𝑎≈𝑎
ii. Se 𝑎 ≈ 𝑏, então 𝑏 ≈ 𝑎
iii. Se 𝑎 ≈ 𝑏 e 𝑏 ≈ 𝑐, então 𝑎 ≈ 𝑐
Teorema 2:
Suponha 𝑎 ≈ 𝑏. então
i. Se 𝑎 é infinitesimal, assim é 𝑏
ii. Se 𝑎 é finito, assim é 𝑏
iii. Se 𝑎 é infinito, assim é 𝑏
Os números reais são algumas vezes chamados números padrões, enquanto números
hiperreais que não são reais são chamados números não-padrões. Por esta razão, um número
real que está infinitamente próximo de 𝑏 é chamado parte padrã de 𝑏. Um número infinito
não tem parte padrã porque não pode ser infinitamente próximo de qualquer número finito.
Princípio Padrão
Qualquer número hiperreal finito está infinitamente próximo a exactamente um número real.
Definição
Seja 𝑏 o número hiperreal finito. A parte padrã de 𝑏, representada por 𝑝𝑝(𝑏), é o número real
que está infinitamente próximo de 𝑏. Números hiperreais infinitos não tem partes padrãs.
Observação
Seja 𝑏 o número hiperreal finito. temos,
i. pp(𝑏) é número real.
ii. 𝑏 = pp(𝑏) + ε para algum número infinitesimal ε.
iii. Se 𝑏 é real, então 𝑏 = pp(𝑏)
Teorema 3
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Sejam 𝑎 𝑒 𝑏 dois números hiperreais finitos. Então
i. pp(−𝑎) = −pp(𝑎)
ii. pp(𝑎 + 𝑏) = pp(𝑎) + pp(𝑏)
iii. pp(𝑎 − 𝑏) = pp(𝑎) − pp(𝑏)
iv. pp(𝑎𝑏) = pp(𝑎) ∙ pp(𝑏)
pp(𝑎)
v. Se pp(𝑏) ≠ 0, então pp(𝑎⁄𝑏) = ⁄pp(𝑏)
vi. pp(𝑎𝑛 ) = [pp(𝑎)]𝑛
𝑛
vii. 𝑎 ≥ 0, então 𝑝𝑝( √𝑎) = 𝑛√𝑝𝑝(𝑎)
viii. Se 𝑎 ≤ 𝑏, então pp(𝑎) ≤ pp(𝑏)
Exemplos:
1. Quando ∆𝑥 é infinitesimal e 𝑥 é real, determine a parte padrã da expressão abaixo,
𝟑𝒙𝟑 + 𝟑𝒙∆𝒙 + (∆𝒙)𝟐
2. Se pp(c) = 4 e c≠ 4, encontre
𝑐 2 + 2𝑐 − 24
𝑝𝑝 ( )
𝑐 2 − 16
3. Se 𝐻 é número positivo hiperreal infinito, determine a parte padrã da expressão
2𝐻 3 + 5𝐻 2 − 3𝐻
𝑐=
7𝐻 3 − 2𝐻 2 + 4𝐻
4. Se 𝜀 é infinitesimal mas diferente de zero, encontre a parte padrã de
𝜀
𝑏=
5 − √25 + 𝜀
5. Se 𝜀 é infinitesimal mas diferente de zero, encontre a parte padrã de
3+𝜀
4𝜀 + 𝜀 2
Soluções
1. ∆𝑥 é infinitesimal e 𝑥 é real
3𝑥 3 + 3𝑥∆𝑥 + (∆𝑥)2 aplicando leis do teorema 3, temos
𝑝𝑝(3𝑥 3 + 3𝑥∆𝑥 + (∆𝑥)2 ) = 𝑝𝑝(3𝑥 3 ) + 𝑝𝑝(3𝑥∆𝑥) + 𝑝𝑝((∆𝑥)2 )
= 𝑝𝑝(3𝑥 3 ) + 𝑝𝑝(3𝑥)𝑝𝑝(∆𝑥) + [𝑝𝑝(∆𝑥)]2 = 3𝑥 3 + 3𝑥 ∙ 0 + 02
= 3𝑥 3
2. Dado que pp(c) = 4 e c≠ 4
16
𝑐 2 + 2𝑐 − 24
factorize 𝑝𝑝 ( )
𝑐 2 − 16
(𝑐 + 6)(𝑐 − 4) 𝑐+6
Aplique leis do teorema 3 𝑝𝑝 ( ) = 𝑝𝑝 ( )
(𝑐 + 4)(𝑐 − 4) 𝑐+4
𝑝𝑝(𝑐 + 6) 𝑝𝑝(𝑐) + 𝑝𝑝(6) 4 + 6
= =
𝑝𝑝(𝑐 + 4) 𝑝𝑝(𝑐) + 𝑝𝑝(4) 4 + 4
10
=
8
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Engenharia Agro-Pecuária (Produção Vegetal e Animal)
Matemática Básica
1o Ano - 1o Semestre, 2018
CÁLCULO INFINITESIMAL
1. Encontre a o declive e a equação da recta passando pelos pontos P e Q seguintes:
a) P(1,1) e Q(3, 4)
b) P(1, −3) e Q(0, 2)
c) P(−4,1) e Q(−4, 2)
d) P(3,0) e Q(0,1)
e) P(0,0) e Q(10, 4)
f) P(6, −2) e Q(1, −2)
c) 𝑚 = 4, 𝑃(0, 0)
d) 𝑚 = 0, 𝑃(7, 4)
e) Recta vertical, 𝑃(4, 5)
4. Demonstre que a recta que intersecta o eixo-x no ponto 𝑎 ≠ 0 e eixo-y no ponto 𝑏 ≠ 0 tem
a equação
𝑥 𝑦
+ −1=0
𝑎 𝑏
6. Qual é a equação da recta passando pela origem com declive 𝑚.
6. Encontre os pontos aos quais a recta 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0 intersecta eixo-x e eixo-y.
19
(Considere 𝑎 ≠ 0 e 𝑏 ≠ 0).
(iv)
(iv)
(iv)
8. Determine em cada caso abaixo, qual dos dois números é maior que outro.
a) 𝜀 e 𝜀 2 b) 1⁄𝜀 3 𝑒 1⁄𝜀 4 c) 𝐻 𝑒 𝐻 2
3
d) 𝜀 e √𝜀 e) 𝐻 e √𝐻 f) √𝐻 e √𝐻
𝑥 𝑦
9. Sejam 𝑥 e 𝑦 dois números hiperreais positivos. Será que 𝑦 + 𝑥 pode ser finito? Infinito?
Infinitesimal? Justifique a sua resposta.
(3𝜀 2 − 𝜀 + 𝑎)
10. Sejam 𝑎 e 𝑏 dois números reais. Quando é que ⁄(4𝜀 2
+ 2𝜀 + 𝑏) é:
a) Infinitesimal?
b) Finito mas não infinitesimal?
20
c) Infinito?
(𝑎𝐻 2 − 2𝐻 + 5)
11. Sejam 𝑎 e 𝑏 dois números reais. Quando é que ⁄(𝑏𝐻 2
+ 𝐻 − 2) é:
a) Infinitesimal?
b) Finito mas não infinitesimal?
c) Infinito?
a)
b)
c) 𝑝𝑝(𝑏) = 5 𝜀 infinitesimal
d)
f)
g) 𝑝𝑝(𝑏) = 5 𝑒 𝑝𝑝(𝑐) = −1
h) 𝐻 infinito
i) 𝐻 infinito
j) 𝐻 infinito e
k) 𝐻 infinito positivo