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1°_Estudo_de_Caso_Modelo Capitalista Tópicos Espec. Eng.

O Desenvolvimento de Produtos

1. Contexto da evolução tecnológica, produção e criação de novos produtos

1.1. Breve discussão sobre a abordagem crítica do capitalismo


Segundo Marx (1983), os elementos componentes do processo de trabalho são: a matéria prima,
os meios de produção (máquinas, instalações) e a atividade de trabalho. Ao valor da matéria
prima e dos meios nada se somaria no processo produtivo. Cabe então ao trabalho a tarefa de
agregar valor novo. Obviamente, conclui-se que, se um trabalhador possui acesso aos meios de
produção, ele trabalhará menos para garantir sua subsistência do que quando é obrigado a
vender sua força de trabalho. Se a força de trabalho torna-se mercadoria, o custo desta é o custo
de produzi-la, ou seja, o custo de manter o trabalhador. O trabalho após o tempo necessário para
esta subsistência é criação de valor excedente ou “mais valia”. A disputa entre salário e mais valia
é marcada historicamente pela tomada de medidas externas (golpes militares, intervenções do
estado, etc.) que sempre atuam como armas secretas a favor da mais valia quando o salário a
tenta eventualmente encurralar.

Dessa forma o capitalismo está diretamente ligado à relação produção-consumo. Um capitalista


só se apropria da mais valia quando ele converte o produto em seu valor ao final do processo
produtivo. No entanto, a contínua reprodução deste sistema tem encontrado seu caminho no
consumo artificial em grandes quantidades de bens ditos duráveis1 (MÉSZÁROS, 1989). Isto se
dá pelo decréscimo constante da taxa de uso do produto, gerando assim uma nova necessidade
de consumo que reestimula a função produtiva. A redução desta taxa de uso encontra na
obsolescência e na redução de vida útil seus maiores aliados.

Prosseguindo no argumento de Mészáros, em uma sociedade cuja evolução tecnológica permita


potencialidades produtivas diferenciadas, parece importar pouco se a taxa de uso é máxima ou
mínima. Efetivamente, para a realização do capital, basta que uma mercadoria qualquer retorne
na forma de valor a ser reinvestido para o capitalista (venda). A subutilização provoca então uma
aceleração neste processo que passa a contar com uma produção mais alta sem alargar em um
primeiro momento as fronteiras do mercado explorado (novos países ou novas camadas sociais),
o que poderia acarretar em diversos riscos2. Este "desperdício racional" torna-se então a maneira
mais segura de sustentar a expansão contínua do acúmulo de capital. Portanto, consumo e
destruição tornam-se equivalentes funcionais do processo de realização de capital. Considerando-
se ainda que a obsolescência está ligada fortemente à evolução tecnológica, se tal taxa de uso
tornasse mais alta (racionalidade de uso) tornar-se-ia ela mesma o limitador do sistema produtivo
e da própria evolução da tecnologia.

A abordagem acima descrita baseia-se na visão social de alguns autores a respeito da contínua
necessidade de novos produtos, com tempo de vida no mercado cada vez menor. De fato, a
obsolescência gerada pelo modelo capitalista é um grande trunfo na renovação da necessidade
de compra. Todavia, acrescentamos nesta obsolescência algumas outras necessidades como
redução do custo de manutenção dos bens duráveis, adequações ecológicas e relativas à saúde e
bem estar humanos, adequação a novas tecnologias de produção de materiais e geração de
recursos energéticos e outros. É desenvolvida neste trabalho uma visão interna do contexto
econômico atual (vide próximo tópico) a respeito da evolução tecnológica e diversificação de
produtos. No entanto, defendemos neste momento uma visão mesclada com a posição de autores
críticos da evolução econômica capitalista. Sem dúvida tal economia cresce e se desenvolve sob

1
A evolução cultural provoca um desbalanceamento a favor da produção de bens duráveis. É esperado portanto que
bens de subsistência (que são consumidos rapidamente) representem uma fatia cada vez menor do mercado.
2
Uma forte estratégia é realizada aliando-se o consumo dos países ricos com o custo de produção no terceiro mundo.
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pilares que se encontram sob grande discussão ética e social. Por outro lado, a evolução
tecnológica pode conter importantes contribuições para tornar a economia da sociedade menos
traumática para o meio-ambiente e para si mesma, gerando uma direção para o desenvolvimento
sustentável do homem.

1.2. Abordagem interna do contexto econômico contemporâneo


Para ser um líder no mercado atual uma empresa precisa se habilitar a, ao mesmo tempo,
oferecer um produto que atenda as necessidades do cliente melhor que seus competidores e criá-
lo de uma maneira mais rápida e mais eficiente. O desenvolvimento de produtos é um verdadeiro
teste de habilidades integrativas de uma organização. É também uma importante ferramenta para
fortalecer o relacionamento entre funções e crescer em suas especialidades (CLARK &
WHELLWRIGHT, 1993).

Podemos concluir que evolução tecnológica, produção e criação de novos produtos são hoje itens
de enorme importância para a sobrevivência das organizações. Não se trata somente de um
processo específico de uma empresa, mas do alinhamento de diversos processos e estruturas
distintas (em um primeiro momento) em prol de objetivos estratégicos de ordem maior. É
importante, pois estamos deixando uma era onde a fabricação de produtos e sua produtividade
eram os fatores chave para lucratividade. Entramos em um novo tempo onde o projeto concentra
a inteligência e o resultado da evolução organizativa e tecnológica da companhia. Estamos na era
do mercado restrito, onde o gargalo deixa de ser a capacidade produtiva e passa a ser a
capacidade de desenvolvimento. Cabe às empresas e subsidiárias intensificar seu foco no
desenvolvimento de produtos no âmbito de se destacar no mercado em um período considerável
de tempo. Neste ponto o nível de autonomia de desenvolvimento (no caso de empresas
subsidiárias) é um fator chave de diferenciação. Novos produtos delineiam o caminho futuro da
empresa e o conhecimento estratégico – a inteligência da organização – se concentra neles. A
maneira de lidar com esta realidade reflete em diversas dimensões dentro da companhia como
estruturação, planejamento, integração, gestão de recursos, aplicação de ferramentas,
implantação e manutenção de sistemas, gestão da evolução técnica do produto, aprendizado,
flexibilidade, cultura, etc. Certamente, sucesso é um fator a ser definido para as organizações que
sabem lidar com as dimensões citadas e o fazem em prol da qualidade sustentável.

O desenvolvimento de produtos nas empresas envolve diversas dimensões, e depende


fundamentalmente de uma estratégia. Antes do esforço de aplicação de qualquer novo conceito, é
importante se fazer o diagnóstico para estabelecer o tipo de trabalho necessário. Apesar dos
esforços que têm sido feitos, esta é ainda uma área repleta de lacunas para exploração. É de
suma importância criticar a origem e forma de elaboração do material estudado quanto a método,
bibliografia utilizada, formação e vivência dos autores, abrangência, etc. No aspecto da origem do
autor, destacam-se claramente dois pontos de vista: o de engenharia e o de marketing, conforme
evidenciado em detalhes durante a reflexão metodológica. Os dois pontos são importantíssimos e
complementares no que tange aos conceitos desenvolvidos ao longo deste capítulo.

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