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2018/2019

http://www.cgtp.pt/informacao/comunicacao-sindical/11806-milhares-de-pessoas-
participaram-nas-comemoracoes-do-25-de-abril [28/03/2019]

PROJETO INDIVIDUAL DE LEITURA


LITERATURA
TERESA GONÇALVES DA CUNHA
11LH5
Professora Fernada Freitas
Índice
A História Portuguesa................................................................................................................. 2
Biografia de Manuel Alegre ........................................................................................................ 7
Como Ulisses te busco e desespero ....................................................................................... 9
Abril de Abril ......................................................................................................................... 11
Arte: Pintura ............................................................................................................................. 13
Cartazes relativos ao antes e ao depois da Revolução de 1974 .............................................. 15
História: vida viva/os testemunhos.......................................................................................... 16
Reflexão pessoal ....................................................................................................................... 18
Webgrafia ................................................................................................................................. 20

1
A História Portuguesa

O Estado Novo foi o regime político, autoritário, conservador,


nacionalista e corporativista. Era um Estado de inspiração
fascista, parcialmente católica e tradicionalista, de cariz
antiliberal, antiparlamentarista, anticomunista e colonialista.
O regime criou a sua própria estrutura de Estado e um
aparelho repressivo (PIDE) apoiando-se na censura, na
propaganda, nas organizações paramilitares, nas
organizações juvenis, no culto do líder e na Igreja Católica.
Vigorou em Portugal durante 41 anos, desde a aprovação da
http://www.historiadeportugal.info/portugal-e-
a-ditadura-salazarista/salazar-jpg/ [29/03/2019] Constituição de 1933 até ao seu derrubamento pela
Revolução de 25 de abril de 1974.
Ao Estado Novo alguns historiadores chamam de “Segunda República Portuguesa”. No
entanto, tal designação jamais foi assumida pelo regime salazarista.
A designação oficial de “Estado Novo”, criada sobretudo por razões ideológicas e
propagandísticas, serviu para assinalar a entrada num período político aberto pela
Revolução de 28 de maio de 1926 que ficou marcado por uma conceção presidencialista,
autoritária e antiparlamentarista do Estado.
Como regime político, o Estado Novo foi também chamado de “Salazarismo” – referência a
António de Oliveira Salazar, seu líder e fundador. A designação de “salazarismo” reflete a
circunstância do Estado Novo e ter centrado na figura do “chefe” Salazar e ter sido muito

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marcado pelo seu estilo pessoal de governação. Contudo, o Estado Novo abrange também o
período em que Marcelo Caetano, sucessor de Salazar, chefiou o governo.
A ditadura nacional e o Estado Novo de Salazar e Marcelo Caetano foram, conjuntamente, o
mais longo regime autoritário na Europa Ocidental durante o século XX, estendendo-se por
um período de 48 anos.
O Estado Novo foi um regime autoritário, conservador, nacionalista e corporativista. Era um
Estado de inspiração fascista, parcialmente católica e tradicionalista, de cariz antiliberal,
antiparlamentarista, anticomunista e colonialista. O regime criou a sua própria estrutura de
Estado e um aparelho repressivo (PIDE) apoiando-se na censura, na propaganda, nas
organizações paramilitares, nas organizações juvenis, no culto do líder e na Igreja Católica.
Após 41 anos de vida, o Estado Novo é, finalmente,
derrubado no dia 25 de abril de 1974. O golpe que
acabou com o regime foi efetuado por militares do
MFA (Movimento das Forças Armadas) e contou
com a presença da população, cansada da
repressão, da censura, da guerra colonial e do
abrandamento económico do país. Ficou https://pt.slideshare.net/Tocestudar/o-estado-novo-8065641
[29/03/2019]
conhecida como a Revolução de 25 de abril.
A data celebra a revolta dos militares portugueses que a 25 de abril de 1974 levaram a cabo
um golpe de Estado militar, pondo fim ao regime ditatorial de Estado Novo. Este havia sido
liderado por António de Oliveira Salazar, que governou Portugal desde 1933 até 1968.
Na madrugada do dia 25 de abril de 1974, militares do Movimento das Forças Armadas
(MFA) ocuparam os estúdios do Rádio Clube Português e, através da rádio, explicaram à
população que pretendiam que o país fosse, de novo, uma democracia.
Ao mesmo tempo, uma coluna militar, comandada pelo general Salgueiro Maia, saiu da
Escola Prática de Cavalaria, com tanques,
e marchou até Lisboa. Na capital, tomou
posições junto dos ministérios e depois
cercou o quartel da GNR do Carmo onde
Marcelo Caetano, o sucessor de Salazar à
frente da ditadura, se tinha refugiado.

3
Durante esse dia, a população lisboeta foi-se juntando aos militares e, o que era um golpe de
Estado transformou-se numa verdadeira revolução.
https://semanariov.pt/2018/04/25/25-de-abril-quando-o-clero-de-braga-
escondeu-bombistas-no-telhado-do-seminario/ [28/03/2019]
Marcelo Caetano rendeu-se e entregou o seu poder ao
general Spínola que, embora não pertencesse ao MFA, não pensava da mesma maneira que
o governo.
Entretanto, uma vendedora de flores começou a distribuir cravos pela população e militares
envolventes na revolução. Os soldados
enfiavam o pé do seu cravo no cano da
espingarda e os civis punham a flor ao
peito. Por isso se falava em Revolução
dos Cravos.
Vitoriosos, os revolucionários
conseguiram a implantação do regime
https://www.comunidadeculturaearte.com/25-de-abril-de-2018/ [28/03/2019] democrático e a instauração da nova
Constituição Portuguesa a 25 de abril de
1976, de forma pacífica.

Após a II Guerra Mundial, todos os países


europeus, à exceção de Portugal foram
concedendo a independência aos seus territórios
na Ásia e em África, recorrendo, por vezes, ao uso
da força. Assim, Angola, Moçambique, Guiné, S.
https://observador.pt/especiais/uma-descolonizacao-voluntarista/
Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Macau, Timor, Goa, [28/03/2019]

Damão e Diu eram ainda pertença portuguesa.


Em 1955, com a entrada de Portugal na ONU, foi recomendado ao governo que torna-se as
suas colónias independentes, algo que não foi aceite. Para tentar contornar a situação, o
regime declarou as colónias como “províncias ultramarinas” e concedeu a cidadania aos seus
habitantes.
Em 1961, uma lista de vastos acontecimentos marcam uma viragem no destino das colónias
portuguesas: a rebelião iniciada pelos militares do MPLA (Movimento Popular para a
Libertação de Angola) em Luanda; a UPA (União das Populações de Angola), posteriormente
denominada FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), inicia m conjunto de violentos

4
ataques no norte da colónia. Anos mais tarde, com a presença da UNITA (União Nacional
para a Independência Total de Angola), começa uma luta de guerrilha.
As três frentes de guerra provocaram fortes abalos nas economias do Estado, desgastando
as forças armadas ao mesmo tempo que colocavam Portugal cada vez mais isolado no
panorama político mundial. A nível humano, as consequências foram trágicas: um milhão e
quatrocentos mil homens mobilizados, nove mil mortos e cerca de trinta mil feridos. Além
disso, cento e quarenta mil ex-combatentes sofreram de distúrbios pós-guerra. A
acrescentar a estes números, há ainda que mencionar as não contabilizadas vítimas civis.
O conflito não terá solução através de vias pacíficas ou militares, mas apenas por meios
políticos e diplomáticos empreendidos após 1974.
Depois de vários anos de luta pela libertação, é o
25 de abril que abre portas ao processo
descolonizador. As divergências no que a esta
questão dizem respeito marcaram toda a
discussão em torno da descolonização.
As primeiras negociações formais têm início em https://www.portaldovestibulando.com/2015/01/descolonizacao-
da-africa-e-da-asia.html [28/03/2019]
Dacar, com membros do PAIGC (Partido Africano
para a Independência da Guiné e Cabo Verde), ao que sucede a tentativa de acordo com a
FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). As conversações fracassaram pois Portugal
exige a paz para prosseguir o diálogo e os movimentos pretendem liderar os países
reconhecidos como independentes para concederem a pacificação. Estamos então numa
situação de impasse.
No entanto, a urgência de uma resolução para a situação militar, a pressão internacional
para a autodeterminação das antigas colónias, bem como a própria evolução dos
acontecimentos em Portugal, foram razões que estiveram na origem da entrega rápida das
colónias africanas.
Inevitavelmente, o demorado processo de descolonização esteve na origem de um dos mais
importantes fenómenos sociais da nossa história: o regresso e integração em Portugal de
cerca de meio milhão de retornados, provenientes, na sua maioria, de Angola e
Moçambique.
Foi graças à Revolução de 25 de abril que se instaurou em Portugal uma Democracia que
vigora até aos dias de hoje. Demorou anos, é certo, mas em ditadura é que não se podia

5
continuar. A Democracia mudou o país, concedeu-nos direitos, lutamos por eles! Foi um
processo demorado, e que, ainda hoje, continua a ser desenvolvida.

https://www.politize.com.br/democracia-representativa-de-fato-nos-representa/ [30/03/2019]

6
Biografia de Manuel Alegre

Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936 em


Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um
ativo dirigente estudantil. Foi fundador do CITAC – Centro de
Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, membro do TEUC –
Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, campeão nacional
de natação e atleta internacional da Associação Académica de

http://estarreja.bibliopolis.info/Ativi
dades/Autor-do-
Coimbra. Dirigiu o jornal A Briosa, foi redactor da revista Vértice e
Mes/ctl/Details/Mid/3166/ItemID/2
3?ContainerSrc=%5BG%5DContainer colaborador de Via Latina.
s/Satva/Invisible [27/03/219]

A sua tomada de posição sobre a ditadura e a guerra colonial levam o regime de Salazar a
chamá-lo para o serviço militar em 1961, sendo colocado nos Açores, onde tenta uma
ocupação da ilha de S. Miguel. Em 1962, é mobilizado para Angola, onde dirige uma
tentativa pioneira de revolta militar. É preso pela PIDE em Luanda, em 1963, durante 6
meses. Colocado com residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e sair
para o exílio em 1964.
Passa dez anos exilado em Argel, onde é dirigente da Frente Patriótica de Libertação
Nacional. Aos microfones da emissora A Voz da Liberdade, a sua voz converte-se num
símbolo de resistência e liberdade. Entretanto, os seus dois primeiros livros, Praça da
Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967) são apreendidos pela censura, mas passam de
mão em mão em cópias clandestinas, manuscritas ou
dactilografadas. Poemas seus, cantados, tornam-se
emblemáticos da luta pela liberdade.
Regressa, finalmente, a Portugal a 2 de Maio de 1974,
poucos dias após a Revolução de 25 de Abril.

7
Entra no Partido Socialista onde, ao lado de Mário Soares, promove as grandes mobilizações
populares que permitem a consolidação da democracia. Deputado por Coimbra em todas as
eleições desde 1975 até 2002 e por Lisboa a partir de 2002 e https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Alegre
[27/03/2019]

até 2009, participa no I Governo Constitucional formado pelo


Partido Socialista em 1976. Dirigente histórico do PS desde 1974, foi Vice-Presidente da
Assembleia da República desde 1995 e membro eleito do Conselho de Estado. É candidato a
Secretário-geral do PS em 2004, naquele que foi o mais participado Congresso partidário de
sempre.
Em 2005 candidatou-se à Presidência da República, como independente e apoiado por
cidadãos, tendo obtido mais de 1 milhão de votos nas eleições presidenciais, ficando em
segundo lugar e à frente de Mário Soares, o candidato então apoiado pelo PS.
A 23 de Julho de 2009 despediu-se do lugar de Deputado, que ocupou durante 34 anos e que
deixou por vontade própria nas legislativas de Setembro. Foi reeleito para o Conselho de
Estado em Novembro de 2009, tendo cessado funções com a posse dos novos titulares, em
abril de 2016.
Em Abril de 2010, a Universidade de Pádua inaugura a Cátedra Manuel Alegre, destinada ao
estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas.
Manuel Alegre tem sido distinguido por inúmeras condecorações e medalhas. Em 2017
recebeu o Prémio Camões e foi doutorado "honoris causa" pela Universidade de Pádua.
Manuel Alegre tem edições da sua obra em diversas línguas, nomeadamente italiano,
espanhol, alemão, catalão, francês, romeno e russo. A sua obra goza de reconhecimento
nacional e internacional, tendo recebido múltiplos e importantes prémios literários.
Em maio de 2016, o Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou: "Portugal
também foi grande e é grande porque Manuel
Alegre é português".
Atualmente, tem 82 anos.

https://bibliotecaegn.wordpress.com/2016/04/13/manuel-alegre-
biografia/ [27/03/209]

8
Poema e sua respetiva análise

Como Ulisses te busco e desespero

Como Ulisses te busco e desespero


como Ulisses confio e desconfio
e como para o mar se vai um rio
para ti vou. Só não me canta Homero.

Mas como Ulisses passo mil perigos


escuto a sereia e a custo me sustenho
e embora tenha tudo nada tenho
que em te não vendo tudo são castigos.

Só não me canta Homero. Mas como Ulisses


vou com meu canto como um barco
ouvindo o teu chamar – Pátria Sereia
Penélope que não te rendes – tu

que esperas a tecer um tempo ideia


que de novo teu povo empunhe o arco
como Ulisses por ti nesta odisseia.

9
Liberdade

Como Ulisses te busco e desespero Precisa de confiar nas pessoas mas, ao


como Ulisses confio e desconfio mesmo tempo, há sempre uma
e como para o mar se vai um rio desconfiança devido à PIDE

para ti vou. Só não me canta Homero. autor da odisseia

comparação
Mas como Ulisses passo mil perigos obstáculos
escuto a sereia e a custo me sustenho
O canto das sereias representa uma
e embora tenha tudo nada tenho distração para os homens mas, neste
que em te não vendo tudo são castigos. contexto, significa tudo o que o governo
dizia para perssuadir as pessoas

Só não me canta Homero. Mas como Ulisses


vou com meu canto como um barco
ouvindo o teu chamar – Pátria Sereia
Penélope que não te rendes – tu
Mulher de Ulisses

que esperas a tecer um tempo ideia


que de novo teu povo empunhe o arco união do povo para lutar pela liberdade
como Ulisses por ti nesta odisseia.

comparação Pátria

Poema construído em cima de comparações.


O sujeito poético compara a sua história com a de Ulisses na medida em que, Ulisses
procurava desesperadamente a sua salvação e a da sua Pátria, assim como o povo português
procurava e ambicionava a liberdade da sua nação.

10
Poema e sua respetiva análise

Abril de Abril

Era um Abril de amigo Abril de trigo


Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo


ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjetivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas


era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças


era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo


Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo

11
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.

Abril de Abril
anáfora
Algo estava para
Era um Abril de amigo Abril de trigo acontecer, mas ainda
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus não se sabia bem o
Abril de novos ritmos novos rumos. que se esperava
1º momento
Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil Era um abril normal,
Abril sem adjetivo Abril de Abril. como todos os outros

liberdade

Era um Abril na praça Abril de massas Foi um mês que


era um Abril na rua Abril a rodos juntos multidões
Abril de sol que nasce para todos. Mês esse que trouxe
uma nova vida para
todos
(festejos)
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
(ano da revolução)

Era um Abril viril Abril tão bravo


Abril de boca a abrir-se Abril palavra 2º momento
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo


Abril de mão na mão e sem fantasmas sem medos
esse Abril em que Abril floriu nas armas.

Referência aos cravos que os soldados meteram nas suas armas

12
Neste poema há uma relação entre o antes e o depois sendo que o antes são as vésperas da
revolução em que todos sabiam que iria acontecer algo que mudaria a vida para sempre
“Abril de novos ritmos novos rumos”. Contudo, ainda era um abril “sem adjetivo”, adjetivo
esse que é a liberdade, sendo que o dia de 25 de abril é intitulado como “Dia da Liberdade”;
e o depois onde finalmente acabara a censura, onde haviam festas pelas ruas celebrando a
liberdade.

Arte: Pintura

António Dacosta, Melancolia [1942]

Entre pesquisas sobre as obras emblemáticas do pintor, poeta e crítico de arte português
António Dacosta, esta foi a pintura que, desde logo, me despertou interesse.
Numa visão pessoal, daquilo que interpretei do desenho, parece-me que este está dividido
em duas partes: um “antes” (lado direito) que simboliza a solidão, a tristeza, a “Melancolia”
daquilo que eram os dias, a vida do povo português durante a ditadura; e um “depois” (lado
13
esquerdo) que, embora a pintura seja de 1942, representa a ânsia e o sonho de mudança
para uma vida colorida e mais alegre.
A figura mostra a pobreza e, consequentemente, a alimentação (ou a falta dela): no lado
direito, vemos um gato, personificando toda a população, que aparece desnutrido e a
vaguear pela rua e que, contrasta com o gato do lado esquerdo que aparece saciado e a
dormir ao sol.
Deparamo-nos também com uma mulher do lado “depois da ditadura” da obra, que
evidencia o papel da mulher no decorrer dos períodos salazarista e marcelista. O sexo
feminino, contrariamente ao masculino, não tinha liberdade, qualquer posição relevante ou
poder de fala. Apesar de atualmente ainda se verificar esses contraste homens/mulheres, há
que confessar que muitos progressos foram feitos no sentido da igualdade de géneros –
veja-se a forma como uma mulher livre está representada na pintura de Dacosta.

14
Cartazes relativos ao antes e ao depois da Revolução de 1974

A Revolução de 1974 trouxe consigo uma série de slogans e palavras de ordem que ficaram
para sempre associados ao 25 de Abril e que, em alguns casos, continuam a ser utlizados nos
dias de hoje. São estas imagens e exemplos dessas frases, escritas em paredes, cartazes e
faixas.

Durante o período de repressão

Após a revolução

15
História: vida viva/os testemunhos

No âmbito do Projeto Individual de Leitura, relativo à Revolução de 25 de abril de 1974,


fomos conhecer e entrevistar duas pessoas influentes na cidade de Guimarães que nasceram
e cresceram no regime salazarista e que foram personagens intervenientes nas
manifestações pré-democracia que ocorreram na nossa cidade.
Torcato Ribeiro e Poças Falcão recordam-se de uma sociedade portuguesa com
mentalidades fechadas e movida a medo, recheada de pessoas igorantes e pouco instruídas.
Têm como primeiras memórias um regime duramente autoritário onde até nas escolas havia
uma separação entre rapazes e raparigas. Lembram-se de ouvir rádios ilegais que davam
notícias clandestinas, por vezes de forma perigosa e, muitas vezes, dentro dos seus carros
em plenas noites escuras. Ainda viram pais e amigos a seres presos pela PIDE por serem,
simplesmente, opositores ao regime que governava Portugal.
Embora jovens, tinham a perceção da situação social e, aliada à juventude, a vontade de
participar em lutas e de serem “valentes revolucionários” era enorme. Movidos pela ânsia
de liberdade, pelo querer mudar o mundo (caraterística tão marcante desta fase da vida) e
pelo desejo de viverem a sua mocidade em plenitude, relembram a adrenalina que sentiam
quando imprimiam panfletos a denunciar a ditadura e distribuíam pela população. Era –
como diziam – um dever cívico!
Caraterizam o pós-revolução como um período de paixão, de calor, com todos os
sentimentos à flor da pele e declaram que o 25 de Abril é, sem dúvida, uma grande e
maravilhosa data da História.

Neste segmento e sabendo como o meu avô aborda este tema, tive uma conversa com ele.
O meu avô, oriundo de uma típica família portuguesa do século XX, habituada à prática da
agricultura intensiva, ao lema “trabalhar para comer”, às mentalidades fechadas dos seus
progenitores pouco propícios a novos horizontes – que embora analfabetos, fizeram de tudo
para proporcionar o melhor aos seus onze filhos e a muitos outros que foram acolhendo
pela vida fora – tinha 27 anos, já casado e com um filho com paralesia cerebral quando se dá
a Revolução de 25 de Abril.

16
O pai da minha mãe recorda a sua infância como uma vida simples e feliz dentro daquilo que
conhecia. Lembra-se de correr a pé com um carro puxado a bois todas as ruas da sua aldeia
e da sua cidade, lembra-se de brincar nas vielas sempre sem qualquer tipo de restrição,
apenas com a autoridade parental. “Fazia aquilo que queria sem me ser proíbido nada”,
“nem eu nem a minha família tivemos qualquer problema com o regime, pois estávamos
sempre na nossa vidinha”. Sem qualquer ambição, viveu uma vida meramente terrena,
comparada ao fervor revolucionário de Torcato Ribeiro e Poças Falcão.
O meu avô diz, seguramente, que “o que fazia falta nos dias de hoje era um Salazar para
trazer de novo ordem a este nosso Portugal”. No entanto, tem a plena noção de que,
embora fossem “comboios de barras de ouro” a chegar a Portugal, as pessoas viviam
miseravelmente e que havia, de facto, um atraso a nível social. Refere ainda que muito foi
feito em relação ao desenvolvimento do país e reconhece que, embora Salazar fosse uma
pessoa que hoje faria falta, estámos melhores sem a sua opressão.

17
Reflexão pessoal

Sempre ouvi falar em Liberdade. Daquilo que ela representa e da sorte que tenho em poder,
livremente, afirmar que sou livre. Não imagino um mundo sem ela. Não faz – e espero que
nunca venha a fazer – parte da minha realidade.
Desde cedo que a liberdade de expressão, de pensamento e a igualdade me foram incutidas
de diversas formas. Sempre aceitei e, de facto, sou uma sortuda por ter acesso a esta
benção. Quando, por algum motivo, a me repreendem, sinto-me inconformada e injustiçada.
Mas, nem sempre foi assim. Para eu conseguir ter esta maravilhosa dádiva, outros tantos
inconformados, como eu, morreram, foram presos, maltratados e excluídos para que a
liberdade fosse implantada no nosso pequenino país. Graças aos corajosos que levantaram a
voz quando eram impedidos de falar, por causa daqueles que se moveram quando tinham
quilos de ignorância atados a si, por mérito da população que vivia inquieta e ansiosa pela
mudança, deu-se a revolução da nossa vida. Conseguimos!
No entanto, nem tudo é tão linear quanto parece. E jamais se julgue que a liberdade está
instalada porque não nos está garantida! A barreira está lá, mas aparece-nos disfarçada.
Todos os dias somos invadidos e enganados pelos diversos meios de comunicação, pelas
redes sociais, pelo nosso amigo mais próximo. É preciso cuidado! É preciso coragem! É
necessário ter noção dos perigos que existem e que comandam a sociedade. O mundo não é
fácil. E é indispensável a consciência moral e social. Só vive feliz quem vive na ignorância.
Ainda assim, temos que viver intensamente, com paixão, com vivacidade e veracidade.
Estamos melhores, mas não estamos bem! Vivemos, ainda hoje, num mundo de corrupção,
de abandonos sociais, de má aplicação do dinheiro. E, perante isto, não podemos baixar os
braços. É preciso continuar a lutar, dia após dia desde o dia vinte e cinco de abril de mil
novecentos e setenta e quatro.

18
“Ser português é ter na guelra o sangue quente arrefecido por uma ditadura. Ser português
é ter poesia de revolução e fazê-la sem violência e de cravo na mão.”
[“Ser português é...” de Guilherme Duarte]

19
Webgrafia

http://visao.sapo.pt/visaojunior/noticias/2016-04-11-25-de-Abril---O-Dia-da-Liberdade
[14/03/2019]
https://www.calendarr.com/portugal/dia-da-liberdade-25-de-abril/ [14/03/2019]
https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/EstadoNovo.aspx [14/03/2019]
https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=69 [17/03/2019]
https://www.infoescola.com/historia/descolonizacao/ [20/03/2019]

20

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