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Historicamente, a ideia de seu uso baseia-se na Garrafa de Leiden em 1746 por Pieter van
Musschenbroek na cidade de Leiden, na Holanda.[1]
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Índice
1 História
2 Física do capacitor
2.2 Capacitância
2.3 Energia
3 Capacitores na prática
4 Aplicações
5 Ver também
6 Referências
História
Em outubro de 1745, Ewald Georg von Kleist, descobriu que uma carga poderia ser
armazenada, conectando um gerador de alta tensão eletrostática por um fio a uma jarra de
vidro com água, que estava em sua mão.[1] A mão de Von Kleist e a água agiram como
condutores, e a jarra como um dielétrico (mas os detalhes do mecanismo não foram
identificados corretamente no momento). Von Kleist descobriu, após a remoção do gerador,
que ao tocar o fio, o resultado era um doloroso choque. Em uma carta descrevendo o
experimento, ele disse: "Eu não levaria um segundo choque pelo reino de França".[2] No ano
seguinte, na Universidade de Leiden, o físico holandês Pieter van Musschenbroek inventou um
capacitor similar, que foi nomeado de Jarra de Leiden.[3]
Daniel Gralath foi o primeiro a combinar várias jarras em paralelo para aumentar a capacidade
de armazenamento de carga. Benjamin Franklin investigou a Jarra de Leiden e "provou" que a
carga estava armazenada no vidro, e não na água como os outros tinham suposto. Ele também
adotou o termo "bateria",[4][5] posteriormente aplicada a um aglomerados de células
eletroquímicas.[6]
Jarras de Leiden foram utilizados exclusivamente até cerca de 1900, quando a invenção das
transmissões de rádio em 1899 criou uma demanda por capacitores padrão, e o movimento
constante para frequências mais altas necessitavam de capacitores com baixa
capacitância.[carece de fontes]
Os capacitores podem ser usados para outros fins além da sua função principal, que é
armazenar cargas elétricas. Esses dispositivos podem ser usados em circuitos alimentados por
correntes elétricas alternadas, quando se deseja a formação de uma corrente elétrica
contínua, como nos casos de eletrodomésticos, como geladeiras, liquidificadores, máquinas de
lavar e etc.
Uma corrente elétrica, no entanto, não fluirá pelo circuito enquanto os capacitores não se
encontrarem completamente carregados. Isso pode reduzir o desgaste produzido pelas
grandes variações de corrente elétrica geradas no momento em que um dispositivo eletrônico
é ligado ou desligado.
Por sua grande facilidade em armazenar cargas elétricas, os capacitores também podem ser
utilizados para suprir a demanda de altas correntes elétricas requisitadas por algum circuito de
alta potência, como os grandes aparelhos de som utilizados em shows.
Veja também: Associação de capacitores
Fórmula da Capacitância
Legenda:
C – capacitância (F – farad)
A unidade de capacitância no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o farad (F), unidade que
equivale a coulomb por volt (C/V).
A capacitância também é afetada por fatores geométricos dos capacitores: a distância (d)
entre as placas da armadura dos capacitores e a sua área (A) influenciam a quantidade máxima
de cargas que podem ser acumuladas por eles. Outro fator que pode afetar a capacitância é a
permissividade dielétrica (ε) do meio inserido entre a
No início capacitores também eram conhecidos como condensadores, um termo que ainda é
utilizado atualmente. O termo foi usado pela primeira vez por Alessandro Volta em 1782, com
referência à capacidade do dispositivo de armazenar uma maior densidade de carga elétrica do
que um condutor normalmente isolado.[7]
Corrente de deslocamento
O físico James Clerk Maxwell propôs o conceito de corrente de deslocamento para tornar a Lei
de Ampère consistente com o princípio de conservação da carga em casos em que a carga
elétrica se acumula, como por exemplo num capacitor. Ele interpretou este fenômeno como
um movimento real de cargas, mesmo no vácuo, onde ele supôs que corresponderia ao
movimento de cargas de um dipolo no éter. Embora essa interpretação tenha sido
abandonada, a correção de Maxwell à lei de Ampere permanece válida (um campo elétrico
variável produz um campo magnético).[8]
A corrente de deslocamento deve ser incluída, por exemplo, para aplicação das Leis de
Kirchhoff a um capacitor.
Física do capacitor
Visão geral
Os formatos típicos consistem em dois eletrodos ou placas que armazenam cargas opostas.[9]
Estas duas placas são condutoras e são separadas por um isolante (ou dielétrico). A carga é
armazenada na superfície das placas, no limite com o dielétrico. Devido ao fato de cada placa
armazenar cargas iguais, porém opostas, a carga total no dispositivo é sempre zero.
Quando uma diferença de potencial V = Ed é aplicada às placas deste capacitor simples, surge
um campo elétrico entre elas. Este campo elétrico é produzido pela acumulação de uma carga
nas placas.
Capacitância
A propriedade que estes dispositivos têm de armazenar energia elétrica sob a forma de um
campo eletrostático é chamada de capacitância ou capacidade (C) e é medida pelo quociente
da quantidade de carga (Q) armazenada pela diferença de potencial ou tensão (V) que existe
entre as placas:[9]
Pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), um capacitor tem a capacitância de um farad (F)
quando um coulomb de carga causa uma diferença de potencial de um volt (V) entre as placas
(ou armaduras). O farad é uma unidade de medida considerada muito grande para circuitos
práticos, por isso, são utilizados valores de capacitâncias expressos em microfarads (μF),
nanofarads (nF) ou picofarads (pF).[10]
A equação acima é exata somente para valores de Q muito maiores que a carga do elétron (e =
1,6021 × 10−19 C). Por exemplo, se uma capacitância de 1 pF fosse carregada a uma tensão de
1 µV, a equação perderia uma carga Q = 10−19 C, mas isto seria impossível já que seria menor
do que a carga em um único elétron. Entretanto, as experiências e as teorias recentes sugerem
a existência de cargas fracionárias.
onde
C é a capacitância em farad;
Energia
Para carregar um capacitor, é preciso carregar uma das armaduras com carga {\displaystyle Q}
Q e a outra com carga {\displaystyle -Q} -Q.O processo implica uma transferência de carga
{\displaystyle Q} Q de uma armadura para a outra. Essa passagem pode ser devida à ligação de
dois cabos nas armaduras e nos terminais de uma bateria.[11]
Para calcular a energia dispensada nesse processo, imaginamos que a carga total {\displaystyle
Q} Q foi transferida em pequenas cargas infinitesimais {\displaystyle dq} dq desde uma das
armaduras até a outra, como se mostra na figura abaixo.[11] Cada vez que uma carga
{\displaystyle dq} dq passa da armadura negativa para a positiva, ganha uma energia potencial
elétrica:
Passagem da carga de uma armadura para a outra num capacitor
A carga não será transferida para as armaduras de forma instantânea. Quando ligarmos um
condensador a uma fonte, a carga aumentará gradualmente até uma carga final. O processo
de aumento da carga, em função do tempo, denomina-se resposta transitória do condensador;
se a resistência entre a fonte e as armaduras do condensador não for muito elevada, a
resposta transitória será extremamente rápida e podemos admitir que a carga no condensador
já tem o seu valor final estável.
Circuitos elétricos
Os elétrons não podem passar diretamente através do dielétrico de uma placa do capacitor
para a outra. Quando uma tensão é aplicada a um capacitor, a corrente flui para uma das
placas, carregando-a, enquanto flui da outra placa, carregando-a inversamente. Quando a
carga no capacitor atinge seu valor máximo, a corrente no circuito é nula.[13]
A fórmula corrente é dada por
No caso de uma tensão contínua (DC ou também designada CC) logo um equilíbrio é
encontrado, onde a carga das placas correspondem à tensão aplicada pela relação Q=CV, e
nenhuma corrente mais poderá fluir pelo circuito. Logo a corrente contínua (DC) não pode
passar. Entretanto, correntes alternadas (AC) podem: cada mudança de tensão ocasiona carga
ou descarga do capacitor, permitindo desta forma que a corrente flua. A quantidade de
"resistência" de um capacitor, sob regime AC, é conhecida como reatância capacitiva, e a
mesma varia conforme varia a frequência do sinal AC. A reatância capacitiva é dada por:
Onde:
Desta forma a reatância é proporcionalmente inversa à frequência do sinal. Como sinais DC (ou
CC) possuem frequência igual a zero, a fórmula confirma que capacitores bloqueiam
completamente a corrente aplicada diretamente, após um determinado tempo, em que o
capacitor está carregando. Para correntes alternadas (AC) com frequências muito altas a
reatância, por ser muito pequena, pode ser desprezada em análises aproximadas do circuito.
D safskd çlsdj fçksdjkfj sçdfj çsdjfoi soçdfj oçsjfop JFOPJSPOIDFJ OPSD JFOIPJSD
SDOF OPSD
S DOFKOÇSDJKF
S FJDJFÇIJSDIPFJ
Numa esfera condutora isolada, a carga acumula-se toda na superfície, e de forma uniforme,
devido à simetria da esfera. Se a carga total na esfera for {\displaystyle Q} Q , a força sobre
uma carga pontual {\displaystyle q} q a uma distância {\displaystyle r} r do centro da esfera,
será igual à força que produziria uma carga pontual {\displaystyle Q} Q no centro da esfera.
Assim, o campo elétrico produzido pela esfera é igual ao campo produzido por uma carga
pontual {\displaystyle Q} Q com componente radial dada pela equação:
A energia potencial elétrica que terá uma carga pontual q quando for colocada na superfície da
esfera, é dada pela equação {\displaystyle U=q\,V_{\text{sup}}} U=q\,V_{{\text{sup}}} onde
{\displaystyle V_{\text{sup}}} V_{{\text{sup}}} é a diferença de potencial entre um ponto na
superfície da esfera e um ponto no infinito, onde a esfera já não produz nenhuma energia
potencial na carga {\displaystyle q} q.[11]
Para calcular {\displaystyle V_{\text{sup}}} V_{{\text{sup}}} aplica-se a definição da diferença
de potencial, usando um percurso de integração que segue a direção radial das linhas de
campo:
Esfera condutora de raio a, isolada, com carga Q, e gráfico do módulo do campo elétrico
produzido por essa esfera.
Quanto maior for a esfera, maior será a sua capacidade. A capacidade não depende nem da
carga armazenada na esfera, nem do potencial produzido por essa carga. A capacidade
depende apenas do tamanho e da forma geométrica do condutor; neste caso apenas podia
depender do raio da esfera.[11]
Associação de capacitores
Um sistema de capacitores pode ser substituído por um único capacitor equivalente. Nos casos
em que os capacitores estejam ligados em série ou em paralelo, é fácil calcular a capacidade
que deverá ter o capacitor equivalente.
Assim, o sistema é equivalente a um único capacitor com capacidade que verifica a equação:
A figura abaixo mostra um sistema de dois capacitores ligados em paralelo entre dois pontos A
e B. A diferença de potencial será sempre igual nos dois capacitores, e igual à diferença de
potencial entre os pontos A e B.
Assim, o sistema é equivalente a um único capacitor com capacidade igual à soma das duas
capacidades dos capacitores[11]:
Capacitores na prática
Capacitores comuns
X7R - tipicamente de 3300 pF a 0,33 uF, 10 %. Bom para acoplamento não-crítico, aplicações
com timer.
Z5U - tipicamente de 0,01 uF a 2,2 uF, 20 %. Bom para aplicações em bypass ou acoplamentos.
Baixo preço e tamanho pequeno.
eletrolítico (de alta potência, compacto mas com muita perda, na escala de 1 μF a 4700 μF)
Propriedades importantes dos capacitores, além de sua capacitância, são a máxima tensão de
trabalho e a quantidade de energia perdida no dielétrico. Para capacitores de alta potência a
corrente máxima e a Resistência em Série Equivalente (ESR) são considerações posteriores.
Um ESR típico para a maioria dos capacitores está entre 0,0001 ohm e 0,01 ohm, valores
baixos preferidos para aplicações de correntes altas.
Já que capacitores têm ESRs tão baixos, eles têm a capacidade de entregar correntes enormes
em circuitos curtos, o que pode ser perigoso. Por segurança, todos os capacitores grandes
deveriam ser descarregados antes do manuseio. Isso é feito colocando-se um resistor pequeno
de 1 ohm a 10 ohm nos terminais, isso é, criando um circuito entre os terminais, passando pelo
resistor.
Há dois tipos distintos de capacitores variáveis, cujas capacitâncias podem ser mudadas
intencionalmente e repetidamente ao longo da vida do dispositivo:
Aqueles que usam uma construção mecânica para mudar a distância entre as placas, ou a
superfície da área das placas superpostas. Esses dispositivos são chamados capacitores de
sintonia, ou simplesmente "capacitores variáveis", e são usados em equipamentos de
telecomunicação para sintonia e controle de frequências.Neste tipo de capacitor o elemento
dielétrico é o próprio ar.
Aqueles que usam o fato de que a espessura da camada de depleção de um diodo varia com a
tensão da corrente contínua atravessando o diodo. Esses diodos são chamados de diodos de
capacitância variável, varactores ou varicaps. Qualquer diodo exibe esse efeito, mas
dispositivos vendidos especificamente como varactores têm uma área de junção grande e um
perfil de dopagem especificamente dimensionado para maximizar a capacitância.
Os EDLCs podem ser usados como substitutos para baterias em aplicações em que uma grande
corrente de descarga seja necessária. Eles também podem ser recarregados centenas de
milhares de vezes, diferentemente das baterias convencionais que duram apenas algumas
poucas centenas ou milhares de ciclos de recarga.
Capacitores Planos
Um capacitor plano (figura abaixo) é formado por duas armaduras planas, de área A, paralelas
e separadas por uma distância constante d , se as cargas nas armaduras forem {\displaystyle
Q} Q e {\displaystyle -Q} -Q , o campo elétrico entre as armaduras é aproximadamente
constante e com módulo {\displaystyle (4\,\pi \,k\,Q)/(K\,A)} (4\,\pi \,k\,Q)/(K\,A)
Capacitor plano
Por tanto, a partir da equação de Capacitância obtêm-se a expressão para a capacidade desse
tipo de capacitor:
Ultra capacitores
Um capacitor pode cumprir uma função semelhante à de uma bateria, já que pode ser usado
para armazenar cargas que são fornecidas a um circuito. A grande vantagem é que, como não
há reações químicas envolvidas, a carga e descarga podem ser feitas muito rapidamente e um
condensador não fica inutilizado após várias cargas e descargas, que é o que acontece a uma
bateria recarregável. Imagine por exemplo que em vez de ter que esperar algumas horas para
recarregar a bateria do telemóvel, esta ficasse imediatamente recarregada quando fosse ligada
à tomada, e que nunca tivesse que trocá-la por uma nova. Isso está cada vez mais perto de ser
uma realidade, com o desenvolvimento dos ultra capacitores.
A dificuldade em usar um condensador normal como fonte é que à medida que o condensador
descarrega, a diferença de potencial entre as suas armaduras decresce rapidamente.
Outra desvantagem ainda maior é que a capacidade de armazenar carga não é tão elevada
como nas baterias.[11]
Uma capacidade tão elevada era algo impensável, até finais do século passado. Um
condensador tradicional, teria uma capacidade na ordem dos {\displaystyle \mu F} \mu F. Os
condensadores eletrolíticos atinge capacidades superiores, mas ainda aquém dos quilo-farad.
Recentemente têm sido produzidos ultracondensadores, com capacidades muito mais
elevadas, na ordem dos quilo-farad.[11]
Por exemplo, o ultra capacitor cilíndrico na frente, tem uma capacidade de 3000 farads, a 2.7
volts. Com esses valores, a carga que se consegue armazenar é de 8.1 kC já muito perto da
carga numa pilha recarregável. A capacidade elevada também implica que demora muito mais
tempo a descarregar quando for ligado a um circuito. Ainda falta reduzir um pouco o tamanho
para que seja competitivo com as atuais baterias de íon lítio.
Nos ultra capacitores usa-se um meio poroso. A área de contato entre elétrodos e eletrólito é
muito elevada. Uma das aplicações atuais dos ultracondensadores é em combinação com os
motores elétricos dos automóveis que funcionam a hidrogênio com células de combustível ,
que já estão a ser comercializados em alguns países.[11]
Os ultra capacitores podem fornecer carga e serem recarregados muito mais rapidamente do
que uma bateria e sem sofrer o desgaste que faz com que a bateria tenha um número limitado
de ciclos de carga e descarga.
Aplicações
Os capacitores são comumente usados em fontes de energia onde elas suavizam a saída de
uma onda retificada completa ou meia onda.
Por passarem sinais de Corrente Alternada mas bloquearem Corrente Contínua, capacitores
são frequentemente usados para separar circuitos Corrente alternada de corrente continua.
Este método é conhecido como acoplamento AC.
Ver também
Portal de eletrônica
Eletromagnetismo
Eletricidade
Eletrônica
Indutor
Supercapacitores
Referências
Henry Smith Williams. «A History of Science Volume II, Part VI: The Leyden Jar Discovered»
(em inglês)
Houston, Edwin J. (1905). Electricity in Every-day Life. [S.l.]: P. F. Collier & Son
Keithley, Joseph (1999). The Story of Electrical and Magnetic Measurements From 500 BC to
the 1940s. [S.l.]: IEEE Press. p. 23. ISBN 0-7803-1193-0
Isaacson, Walter (2003). Benjamin Franklin. [S.l.]: Simon and Schuster. p. 136. ISBN
0684807610
«Sketch of Alessandro Volta». The Popular Science Monthly. Maio/Outubro de 1892 Verifique
data em: |data= (ajuda)
Serway, R.A.; Jewett Jr., J.W (2008). Princípios de Física. 3. São Paulo: Cengage Learning. p.
909-910. ISBN 85-221-0414-X
Ulaby, p.168
[ Eletricidade e Magnetismo. Porto: Jaime E. Villate, 20 de março de 2013. 221 págs]. Creative
Commons Atribuição-Partilha (versão 3.0) ISBN 978-972-99396-2-4. Acesso em 14 jun. 2013.
Serway, Raymond A.; Jewett Jr., John W. (2008). Princípios de Física. 3. São Paulo: Cengage
Learning. p. 796. ISBN 978-85-221-0414-7
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