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O documento discute as críticas à ideologia anarcocapitalista, distinguindo entre funcionalidade e aplicabilidade. Aponta que o anarcocapitalismo, ao conceber o homem como ele é, é a ideologia mais realista, embora sua aplicação gere ceticismo. Discorre sobre estratégias possíveis para sua implantação, como convencimento público, tecnologias como criptomoedas ou um golpe de estado com Constituição Libertária.
Исходное описание:
Artigo sobre Anarcocapitalismo
Оригинальное название
[J. M. THEODORO] Por Que o Anarcocapitalismo Não é Utópico (Criticidade Voraz)
O documento discute as críticas à ideologia anarcocapitalista, distinguindo entre funcionalidade e aplicabilidade. Aponta que o anarcocapitalismo, ao conceber o homem como ele é, é a ideologia mais realista, embora sua aplicação gere ceticismo. Discorre sobre estratégias possíveis para sua implantação, como convencimento público, tecnologias como criptomoedas ou um golpe de estado com Constituição Libertária.
O documento discute as críticas à ideologia anarcocapitalista, distinguindo entre funcionalidade e aplicabilidade. Aponta que o anarcocapitalismo, ao conceber o homem como ele é, é a ideologia mais realista, embora sua aplicação gere ceticismo. Discorre sobre estratégias possíveis para sua implantação, como convencimento público, tecnologias como criptomoedas ou um golpe de estado com Constituição Libertária.
utopia. Nessa acusação acham-se dois equívocos: a falha no entendimento de o que é uma ideologia utópica e a negligência em se dissociar o problema da funcionalidade do arranjo libertário da questão de se tal arranjo é aplicável. Primeiramente, deve-se saber que uma ideologia utópica é aquela cuja funcionalidade depende de uma reforma na natureza humana. Exemplo perfeito é o comunismo, uma vez que necessita do desaparecimento do desejo humano por lucro, e mesmo que isso acontecesse, haveria ainda o problema do cálculo econômico sob o socialismo, o qual cálculo é impossível. Ao provar irrefutavelmente a impraticabilidade do socialismo, Ludwig von Mises, em nome da argumentação, assumiu a colaboração total das pessoas. Isto é, provou que o socialismo leva ao colapso da sociedade mesmo que todas as pessoas trabalhem como se fosse para si mesmas (quando na verdade é para o Estado), uma verdadeira utopia. O estatismo, a meu ver, também apresenta um grau de utopismo, na medida em que seu funcionamento demanda governantes altruístas, que pensam no bem-estar comum muito antes do próprio. Mencione-se que, ademais, qualquer ideologia estatista não só é utópica como é imoral. Assim, o anarcocapitalismo, por conceber o homem tal como ele é de fato, mostra-se a ideologia mais supremamente realista que existe. Funcionalmente, a anarquia capitalista não apresenta erro algum, é o sistema mais próspero e recebe o beneplácito da Ética. No entanto, a sua aplicação gera um ceticismo terrível. Stephan Kinsella, por exemplo, é um dos anarcocapitalistas que não acreditam na aplicabilidade desse arranjo. Isso causa a rejeição da ideia por muitos indivíduos. Mas os que a rejeitam estão errados. Kinsella salientou que o fato de ele não crer que o anarcocapitalismo será posto em prática não o leva a defender posicionamentos antiéticos. Esse ceticismo não deve degenerar à imoralidade. De todo modo, eu gosto de frisar que a funcionalidade do modelo libertário não está intimamente ligada à sua estratégia de aplicação. São estudos diferentes e dissociados. A estratégia padrão é o convencimento da maioria. Dado que a maior força do Estado é a opinião pública a ele favorável, uma mudança desta pode destruir aquela gangue criminosa de agressão institucionalizada. Obviamente, a mudança necessária é dificultada pela lavagem cerebral socialista que a população sofre do sistema educacional estatal e, se ocorresse, levaria tanto tempo que desalentaria qualquer amante da Liberdade. Revolução mais lesta é possibilitada pela tecnologia. O Bitcoin, uma criptomoeda, é o principal exemplo disso, por estorvar o roubo estatal. Mesmo assim, o uso em massa dessa moeda não garante o desaparecimento do Estado nem que, caso ele desapareça, as novas regras adotadas sejam baseadas no Direito Natural. A melhor estratégia que conheço é uma que prevê um golpe de Estado com implantação de uma Constituição Libertária, ideia elaborada por Sidnei Santana. Essa estratégia é de curto prazo e não contradiz o Princípio da Não-Agressão, pois impingiria apenas a deposição de cargos ilegítimos e ameaça de violência somente contra agressores. Desconheço críticas a esse plano que já não tenham sido devidamente refutadas. Sendo essa última estratégia viável ou não, fique clara a distinção entre a funcionalidade e a aplicação do anarcocapitalismo. Ceticismo pode haver, mas a rejeição dessa ideologia é injustificável.