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A acusação mais comum contra os

anarcocapitalistas é a de que defendem uma


utopia. Nessa acusação acham-se dois equívocos:
a falha no entendimento de o que é uma
ideologia utópica e a negligência em se dissociar
o problema da funcionalidade do arranjo
libertário da questão de se tal arranjo é aplicável.
Primeiramente, deve-se saber que uma
ideologia utópica é aquela cuja funcionalidade
depende de uma reforma na natureza humana.
Exemplo perfeito é o comunismo, uma vez que
necessita do desaparecimento do desejo humano
por lucro, e mesmo que isso acontecesse, haveria
ainda o problema do cálculo econômico sob o
socialismo, o qual cálculo é impossível. Ao provar
irrefutavelmente a impraticabilidade do
socialismo, Ludwig von Mises, em nome da
argumentação, assumiu a colaboração total das
pessoas. Isto é, provou que o socialismo leva ao
colapso da sociedade mesmo que todas as pessoas
trabalhem como se fosse para si mesmas (quando
na verdade é para o Estado), uma verdadeira
utopia.
O estatismo, a meu ver, também apresenta
um grau de utopismo, na medida em que seu
funcionamento demanda governantes altruístas,
que pensam no bem-estar comum muito antes do
próprio. Mencione-se que, ademais, qualquer
ideologia estatista não só é utópica como é
imoral.
Assim, o anarcocapitalismo, por conceber o
homem tal como ele é de fato, mostra-se a
ideologia mais supremamente realista que existe.
Funcionalmente, a anarquia capitalista não
apresenta erro algum, é o sistema mais próspero
e recebe o beneplácito da Ética. No entanto, a sua
aplicação gera um ceticismo terrível. Stephan
Kinsella, por exemplo, é um dos
anarcocapitalistas que não acreditam na
aplicabilidade desse arranjo. Isso causa a rejeição
da ideia por muitos indivíduos. Mas os que a
rejeitam estão errados.
Kinsella salientou que o fato de ele não crer
que o anarcocapitalismo será posto em prática
não o leva a defender posicionamentos antiéticos.
Esse ceticismo não deve degenerar à imoralidade.
De todo modo, eu gosto de frisar que a
funcionalidade do modelo libertário não está
intimamente ligada à sua estratégia de aplicação.
São estudos diferentes e dissociados.
A estratégia padrão é o convencimento da
maioria. Dado que a maior força do Estado é a
opinião pública a ele favorável, uma mudança
desta pode destruir aquela gangue criminosa de
agressão institucionalizada. Obviamente, a
mudança necessária é dificultada pela lavagem
cerebral socialista que a população sofre do
sistema educacional estatal e, se ocorresse,
levaria tanto tempo que desalentaria qualquer
amante da Liberdade.
Revolução mais lesta é possibilitada pela
tecnologia. O Bitcoin, uma criptomoeda, é o
principal exemplo disso, por estorvar o roubo
estatal. Mesmo assim, o uso em massa dessa
moeda não garante o desaparecimento do Estado
nem que, caso ele desapareça, as novas regras
adotadas sejam baseadas no Direito Natural. A
melhor estratégia que conheço é uma que prevê
um golpe de Estado com implantação de
uma Constituição Libertária, ideia elaborada por
Sidnei Santana. Essa estratégia é de curto prazo e
não contradiz o Princípio da Não-Agressão, pois
impingiria apenas a deposição de cargos
ilegítimos e ameaça de violência somente contra
agressores. Desconheço críticas a esse plano que
já não tenham sido devidamente refutadas.
Sendo essa última estratégia viável ou não,
fique clara a distinção entre a funcionalidade e a
aplicação do anarcocapitalismo. Ceticismo pode
haver, mas a rejeição dessa ideologia é
injustificável.

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