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28/06/2019 8.

COMUNICAÇÃO DIALÓGICA NA PRÁTICA DA TUTORIA

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logos 8. COMUNICAÇÃO DIALÓGICA NA PRÁTICA DA TUTORIA

8.1 MAIÊUTICA

A maiêutica é um método criado pelo filósofo Sócrates na Grécia antiga, que tinha o objetivo de extrair a verdade por meio das
perguntas. Os ideais gregos de educação estão fundados na Paidéia, que é "uma preocupação ampla com a formação humana e
conhecimento do mundo." Esses valores são levados em consideração até hoje como modelo educativo (CARVALHO, 2001, p.
87).
O método socrático se baseia em perguntas e respostas, e é dividido em duas partes: ironia e maiêutica. Na primeira parte,
Sócrátes era irônico ao fingir não conhecer o assunto abordado e tentar extrair o máximo do seu interlocutor, induzindo-o a
reconhecer seus raciocínios errôneos. Já a maiêutica é "uma arte obstétrica", que significa dar a luz ao conhecimento, é o
momento de desconstrução dos conceitos, para a criação de novos.
Veja agora um exemplo da maiêutica socrática retirada do diálogo Mênon (PLATÃO, 1966):

Sócrates: - Examina, agora, o que em seguida a estas dúvidas ele irá descobrir, procurando comigo. Só lhe farei perguntas;
não lhe ensinarei nada! Observa bem se o que faço é ensinar e transmitir conhecimentos, ou apenas perguntar-lhe o que sabe.
(E, ao escravo): Responde-me: não é esta a figura de nosso quadrado cuja área mede quatro pés quadrados?
Escravo: - É.
Sócrates: - A este quadrado não poderemos acrescentar este outro, igual?
Escravo: - Podemos.
Sócrates: - E este terceiro, igual aos dois?
Escravo: - Podemos.
Sócrates: - E não poderemos preencher o ângulo com outro quadrado, igual a estes três primeiros?
Escravo: - Podemos.
Sócrates: - E não temos agora quatro áreas iguais?
Escravo: - Temos.
Sócrates: - Que múltiplo do primeiro quadrado é a grande figura inteira?
Escravo: - O quádruplo.
Sócrates: - E devíamos obter o dobro, recordaste?
Escravo: - Sim.
Sócrates: - E esta linha traçada de um vértice a outro da cada um dos quadrados interiores não divide ao meio a área de cada
um deles?
Escravo: - Divide.
Sócrates: - E não temos assim quatro linhas que constituem uma figura interior?
Escravo: - Exatamente.
Sócrates: - Repara, agora: qual é a área desta figura?
Escravo: - Não sei.
Sócrates: - Vê: dissemos que cada linha nestes quatro quadrados dividia cada um pela metade, não dissemos?
Escravo: - Sim, dissemos.
Sócrates: - Bem, então quantas metades temos aqui?
Escravo: - Quatro.
Sócrates: - E aqui?
Escravo: - Duas.
Sócrates: - E em que relação aquelas quatro estão para estas duas?
Escravo: - O dobro.
Sócrates: - Logo, quantos pés quadrados mede esta superfície?
Escravo: - Oito.
Sócrates: - E qual é seu lado?
Escravo: - Esta linha.
Sócrates: - A linha traçada no quadrado de quatro pés quadrados, de um vértice a outro?
Escravo: - Sim.
Sócrates: - Os sofistas dão a esta linha o nome de diagonal e, por isso, usando esse nome, podemos dizer que a diagonal é o
lado de um quadrado de área dupla, exatamente como tu, ó escravo de Mênon, o afirmaste.
Escravo: - Exatamente, Sócrates!

"Sócrates desenha um quadrado formado com quatro cópias do quadrado com área igual a 4 pés2. O escravo concorda que este
quadrado maior tem 16 pés2 de área. Tomando uma diagonal de cada um dos quatro quadrados, Sócrates obtém um novo
quadrado. O escravo concorda que este último tem área de 8 pés2" ( PATERLINI, 2012).

Mas como podemos aplicar esse método à EaD?

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O método socrático é o oposto do que se espera em uma educação tradicional baseada no feedback, pois não se espera que os
alunos saibam todas as respostas e nem cabe ao tutor transmitir conhecimento. A proposta é que o tutor e o aluno construam
juntos o conhecimento. Assim, o tutor não deve dar respostas prontas nem ter como modelo premiações ou punições. Vamos
dar um exemplo de como dar uma devolutiva a um aluno EaD utilizando o método socrático:

Atividade: O que é sociointeracionismo?


Resposta do aluno: Sociointeracionismo é uma teoria da aprendizagem que faz com que o aluno aprenda pelo diálogo e que
premia cada etapa com reforços positivos, elogios e dá notas baixas para quem não atinge o conhecimento necessário.
*Perceba que o aluno acertou parcialmente a resposta, entretanto misturou o sociointeracionismo com comportamentalismo.
Devolutiva do tutor: Oi aluno x, você acertou parcialmente a resposta, por isso gostaria que você refletisse sobre o seguinte:
em uma educação que é baseada no diálogo, o mais importante é o resultado, as notas? Se você refletir sobre a terminologia do
termo sociointeracionismo terá o que (socio + interacionismo)? 
 Comentário explicativo: O tutor utilizou o método socrático
para realizar a devolutiva, pois ao invés de dar a resposta apontando a forma correta que o aluno deveria ter respondido, optou
por afirmar que a resposta estava parcialmente correta e fazer perguntas que apontem o caminho que o aluno deve seguir.

8.2 COMUNICAÇÃO DIALÓGICA

A comunicação dialógica é uma relação dialética baseada no diálogo. No caso específico da educação, ela se dá por um processo
de encorajar o aluno a dar sua opinião, a expressar sua individualidade e também a criticar as opiniões dos colegas.
Segundo Dotta (2009, p. 46), o processo dialógico é:


O conhecimento é co-construído por professores e alunos em atividades realizadas em parceria, por meio do debate e do
discurso dialógico, (...) a natureza dialógica do discurso deve ser explorada para possibilitar a construção colaborativa do
conhecimento. Por meio do discurso dialógico, idéias podem ser refinadas e esclarecidas.

O papel do professor e/ou tutor, nesse contexto, é de mediador, sendo necessário que ele reconheça os signos na linguagem dos
alunos e que identifique o conteúdo elencando na disciplina a ser estudada, para que possa conduzí-los para a ampliação ou
obtenção deles. O conhecimento prévio que os alunos trazem não deve ser descartado e esse deve ser o ponto de partida das
interações.
A teoria de Vygostky (2006) é utilizada como base para a comunicação dialógica, pois leva em consideração as relações sociais,
as interações e a cultura dos sujeitos. Nesse sentido, Wertsch (apud Dotta, 2009, p. 51) diz que: "toda ação humana, seja
individual ou interacional social, está situada socioculturalmente, ainda quando um indivíduo esteja sozinho contemplando algo,
ele está socioculturalmente situado, em virtude dos modos de mediação que emprega."
Freire (1996) destaca a necessidade de uma reflexão critica sobre a pratica educativa. Para ele, o educador precisa:

1- Conseguir dosar a relação teoria/prática;


2- Criar possibilidades para o aluno produzir ou construir conhecimentos, ao invés de simplesmente transferir os mesmos;

3- Reconhecer que, ao ensinar, se está aprendendo; e não desenvolver um ensino de "depósito bancário", onde apenas se
injetam conhecimentos (informações) nos alunos.


4- Saber "despertar no aluno a curiosidade, a busca do conhecimento, a necessidade de aprender de forma crítica".

A obra de Paulo Freire (1996) também é a base para a educação dialógica. Para este autor, o sujeito contribui ativamente para a
formação de seu próprio saber. Segundo Paulo Freire, não existe a possibilidade de o aluno ser um receptáculo, posto que
mesmo na educação "tradicional" - chamada de "bancária" - o estudante assume posturas críticas em relação ao conteúdo que
é unicamente transferido.
A forma adequada de ensinar, de acordo com o "pensar certo", está em criar possibilidades para a produção ou construção do
conhecimento. Dessa forma, o ensino não deve ser transmitido e sim construído em um processo no qual educador e educando
devem trocar os papéis, pois os dois experimentam o ensinar e aprender: "quem forma se forma ou re-forma ao formar, e
quem é formado forma-se ao ser formado" (FREIRE, 1996, p.23).
Um dos fatores principais para a obtenção de uma educação baseada no "pensar certo" é o desenvolvimento da criticidade, tão
necessária para uma aprendizagem dialógica, pois construir o conhecimento de forma criativa implica em aprender a relacionar
os conteúdos com a realidade cotidiana. Essa prática ativa de ensino difere do método de memorização empreendido pelo
ensino "bancário", na qual os conhecimentos são concatenados e recitados.
Segundo Freire (1996, p.28), "só quem pensa certo, pode ensinar". O "pensar certo" propõe uma educação centrada no
conhecimento de mundo, do ser histórico. Reconhece-se, então, que, ao produzir o conhecimento, aprendemos com o que já
existe e muitas vezes o superamos, ao produzir algo novo.
Para que pensemos certo, é necessário respeitar o conhecimento trazido pelos alunos. Assim, é importante utilizar as diferentes
realidades vivenciadas pelos alunos para desenvolver um olhar crítico da sociedade. Um dos principais fatores do "pensar certo"
e da educação dialógica é agir com humildade, pois aprendemos a importância de ouvir os alunos. "O educador que escuta,
aprende a difícil lição de transformar seu discurso ao aluno, às vezes necessário, em uma fala com ele" (Freire, 1996, p. 113).
Ter uma postura humilde requer aceitar que somos seres inacabados. Essa consciência nos torna seres responsáveis. A postura
humilde nos faz ter respeito à autonomia e à liberdade do educando. Muitas vezes, respeitar significa dizer aquilo que
pensamos, pois não existe neutralidade nos discursos. Assim, sabemos que existe uma diferença entre professores e alunos,
mas não um juízo de valor, onde um é melhor que o outro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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28/06/2019 8. COMUNICAÇÃO DIALÓGICA NA PRÁTICA DA TUTORIA
CARVALHO, José Maurício. História da filosofia e tradições culturais: um diálogo com Joaquim de Carvalho. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2001.
DOTTA, Silvia. Aprendizagem dialógica em serviços de tutoria pela internet: estudo de caso de uma tutora em formação em
uma disciplina a distância. Tese de doutorado. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. [Tese de Doutorado], 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.SILVA, Marcos (Org.). Educação Online: teorias,
práticas, legislação, formação corporativa. São Paulo: Loyola, 2006. PATERLINI, Roberto Ribeiro. Sócrates e Mênon. Em:
<http://www.dm.ufscar.br/hp/hp157/hp157001/hp157001.html>. Acesso em: 12/12/2012.
PLATÃO. Diálogos I – Mênon – Banquete – Fedro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1966.

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