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P1 P4
P2 P3
P5 P6 P7 P8
A6
0,6 l1 0,5 l2
Departamento de Estruturas
Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
2014
Pré-dimensionamento das Estruturas de Edificações – Prof. Henrique I. Longo pág. 1
1 Introdução
O pré-dimensionamento consiste em estimar as dimensões iniciais da estrutura antes mesmo dos
cálculos dos esforços e das armaduras. Isto deve ser feito para os elementos estruturais mais
solicitados a partir de um levantamento preliminar das cargas. As dimensões das lajes, vigas,
pilares e fundações são inicialmente estimadas em função dos vãos e dos esforços solicitantes,
calculados de uma maneira aproximada. Os valores obtidos neste pré-dimensionamento serão
muito úteis para que o engenheiro possa avaliar se o lançamento da estrutura está satisfatório.
l
d≥ ------------ donde h = d + d'
ψ2 ψ3
Para as lajes maciças armadas em duas direções e sem bordos livre, o coeficiente ψ2 varia de 1,1 a
2,2. Se o aço for CA-50, o coeficiente ψ3 é igual a 25. Por exemplo, para uma laje com apenas
dois engastes em bordos adjacentes, o valor mínimo de ψ2 é igual a 1,4. Neste caso, o valor de d
ficaria igual a l / 35. No entanto, como esta fórmula dá valores um pouco maiores do que o valor
necessário, a espessura h pode ser estimada em:
De acordo a NBR-6118 (2014), as espessuras mínimas das lajes maciças de concreto armado são:
q. lX2
M = --------------
m
m = - 8,2 a 11,9 laje com um dos menores lados engastado e os demais apoiados
m = - 8,3 a 11,9 laje com um dos maiores lados engastado e os demais apoiados
m = -8,4 a 14,3 laje com um lado menor engastado e um lado maior engastado
m = - 8,8 a 18,3 laje com os dois lados menores engastados e um lado maior engastado
m = -12 a -19,4 laje com todos os lados engastados
Assim sendo, pode-se estimar o momento máximo das lajes usuais de edificações como:
q. lX2
MMAX ≈ -------------- sendo lX o menor vão da laje
10
Este coeficiente kmd é um importante parâmetro para se avaliar se a espessura adotada para a laje
está satisfatória. Caso o valor de kmd seja maior do que o valor máximo, deve-se aumentar a
espessura da laje, tendo em vista que não é recomendável usar armadura dupla em lajes.
Md
AS = -------------
kz . d . fyd
Desafio 1
O pavimento da figura é de um edifício residencial. Estime a espessura, carregamento, momento
fletor máximo e armadura da laje L4.
7m L4
5m
Pré-dimensionamento das Estruturas de Edificações – Prof. Henrique I. Longo pág. 4
Pela NBR-6118 (2003), para o cálculo das reações de apoio das lajes maciças retangulares com
carga uniforme podem ser feitas de maneira aproximada. As reações em cada apoio são as
correspondentes às cargas atuantes nos triângulos ou trapézios determinados através das charneiras
plásticas, sendo que essas reações podem ser, de maneira aproximada, consideradas uniformemente
distribuídas sobre os elementos estruturais que lhes servem de apoio. Quando a análise plástica não
for efetuada, as charneiras podem ser aproximadas por retas inclinadas, a partir dos vértices com os
seguintes ângulos:
Segundo este critério, para cada apoio da laje vai um quinhão de carga correspondente a uma área
de triângulos ou trapézios (fig.1) obtida traçando-se linhas a partir do vértice da laje, formando um
ângulo de acordo com as condições dos bordos adjacentes:
A reação da laje na viga qV pode ser considerada uniformemente distribuída através do quinhão de
carga:
q.A
qV = --------------
lV
Assim sendo, é possível calcular estas reações de apoio das lajes nas vigas de uma maneira
aproximada, traçando-se os quinhões de carga na planta de fôrmas em escala.
Quando uma viga se apóia em outra viga, é preciso calcular a reação de apoio de uma sobre a outra.
Para estimar o valor, esta reação será calculada com apenas um vão com os seguintes valores:
Na figura 2, por exemplo, a viga V2 está apoiada nas vigas V4, V5 e V6 e está submetida a um
carregamento uniformemente distribuído q1 e q2 nos vãos l1 e l2 . Neste caso, as reações de apoio
estimadas para a viga V2 são as seguintes:
V1a V1b
V6
V2a V2b
V5
V3a V3b
M ≅ q l2 / 10
Considerando uma carga atuante na viga igual a q = 30 kN/m, este momento estimado será igual a:
M ≅ 30. l2 / 10 = 3 l2
Nesse caso o valor de kmd MAX considerando fCK = 30 MPa , aço CA-50 e b = 12 cm:
1,4 . 3 l2
kmd MAX = -------------------------- = 0,251
0,12. d2. 30.000/1.4
donde d = l / 12,4
h ≈ l /12
Como a carga na viga pode ser um pouco menor do que a estimada, a altura h da viga contínua pode
ser estimada em função do vão l da viga:
l
h ≈ ----------- ≥ 30cm
12 a 15
Se as vigas estiverem embutidas nas paredes de alvenaria, a sua largura pode variar de acordo com a
espessura da parede:
Em geral, adota-se uma altura constante ao longo de toda a viga para facilitar a execução. No caso
de uma viga apoiada em outra viga (apoio indireto), recomenda-se que a altura da viga apoiada seja
menor do que a altura da viga de apoio.
q M(-) = -q l2 / 2 M(-) = -P l
P
M(-) = -q l2 / 8
M(-) = -q l2 / 12
M(+) = q l2 / 24
M(+) = q l2 / 14,22
2 2
M(-)= Pa b (l+b) /( 2l 2)
M(-)= Pa b /l P
P
- q l2/ 8
q l2/ 14,22
- q l2/ 10
Fig.4 – Momentos fletores máximos em vigas com vãos e cargas distribuídas iguais nos vãos
Para um maior número de vãos, MONTOYA (1976) sugere uma simplificação (fig.5) quando os
vãos não diferirem em mais 20% e a sobrecarga não for maior do que a metade da carga
permanente. Nesta figura, o momento negativo no primeiro apoio é o momento estimado de
solidariedade com o pilar.
Fig.5 – Momentos fletores estimado para vigas com um grande número de vãos
Quando as vigas contínuas tiverem vãos e cargas não muito diferentes (figuras 6 e 7), o momento
fletor máximo pode ser estimado pela média ponderada dos momentos.
q1
q2
l1 l2
q1 q3
q2
l1 l2 l3
Na figura 9, está assinalada a área de influência do pilar P6, obtida de acordo com este
procedimento. A carga estimada para este pilar no pavimento i será igual a Ni = q x A6 sendo q a
carga distribuída nas lajes.
É importante deixar claro que estas cargas são aproximadas mas dão uma noção da ordem de
grandeza para o engenheiro, que terá assim uma referência para comparação com os resultados dos
programas de computador.
Qual o erro que se comete quando a carga no pilar é estimada por área de influência?
P1 P4
P2 P3 c
P5 P6 P7 P8
A6
0,6 l1 0,5 l2
As cargas verticais nos pilares, no nível da fundação, são dadas pelo somatório das cargas Ni de
cada pavimento, sendo que o peso próprio pode ser estimado em 5% desta carga total :
NTOTAL = 1,05 Σ Ni
Quando a disposição dos pilares for muito irregular ou algumas vigas estiverem apoiadas em outras
vigas esse método pode produzir valores distorcidos. Nesse caso, a estimativa da carga no pilar pode
ser feita pelas reações das vigas, consideradas como simplesmente apoiadas.
Pré-dimensionamento das Estruturas de Edificações – Prof. Henrique I. Longo pág. 10
Estimativa das dimensões para pilares submetidos a uma carga centrada de compressão
De acordo com a NBR-6118 (1978), pode-se fazer um cálculo simplificado do pilar supondo a força
normal aumentada de γ = 1 + 6/h ≥ 1,1 sendo h(cm) o lado menor do retângulo. Assim sendo, a
área de concreto do pilar vale :
γ Nd TOTAL
AC = --------------------------
0,85 fcd + µ σ’Sd
σ’Sd - tensão no aço para uma deformação específica de 2 %o (σ’Sd =420 MPa para o aço CA-50)
Por exemplo, considerando γ = 1,2 (h = 30cm), concreto C20, taxa de armadura for igual a 2%, a
área de concreto vale N / 12.228. Se o concreto for o C30 esta área vale N / 15.842. Pode-se então
estimar a área de concreto dos pilares:
N
AC ≅ --------------------
sendo N em kN e AC em m2
12.000 a 15.000
A área das armaduras longitudinais dos pilares submetidos a um esforço normal pode ser calculada
da seguinte maneira:
De acordo com a NBR-6118(2014), a armadura mínima e máxima para os pilares deve ser igual a:
Desafio 2
Estime as dimensões e calcule as armaduras de um pilar submetido a uma carga de compressão
centrada igual a 3.000 kN.
Pré-dimensionamento das Estruturas de Edificações – Prof. Henrique I. Longo pág. 11
Fundações rasas
• blocos sem armaduras
• sapatas simples
• sapatas e associadas
• radier
• vigas de fundação
Fundações profundas
• bloco sobre estacas
• tubulões
• tipo de solo
• carregamentos atuantes
• características da obra
• construções vizinhas
• custo da fundação
Pré-dimensionamento das Estruturas de Edificações – Prof. Henrique I. Longo pág. 13
Área da sapata
Se a fundação for uma sapata ou um bloco sem armadura e considerando apenas uma carga vertical
centrada atuando, a área S da fundação pode ser calculada por:
1,05 NTOTAL
S = ------------------ fundação A x B
padm
sendo padm a pressão admissível do terreno
Altura da sapata
Se a fundação for uma sapata, a sua altura h pode ser estimada em função da distância c (fig.13):
1,05 NTOTAL
q = ----------------
A.B
Momento fletor atuante na sapata
A figura 13 mostra uma sapata retangular de dimensões AxB e altura h, submetida a uma carga
vertical centrada.
NTOTAL
0,15a
c-2q
l/
ho
q
S1
B b
O momento fletor total em uma determinada direção pode ser calculado na seção S1 situada a uma
distância 0,15 a da face do pilar, conforme mostrado na figura 10.
q. (0,15 a + c)2
MS1 = ------------------ . B
2
A área das armaduras longitudinais nesta direção pode ser calculada usando as tabelas de
dimensionamento:
Md
k md = ---------------- ≤ kmd MAX sendo b a largura do pilar.
b. d2 . fcd
É importante frisar que no cálculo do k md , o valor de b foi considerada igual a largura do pilar,
tendo em vista que a seção transversal em S1 é trapezoidal.
Md
AS = ----------------
kz d . fyd
A área das armaduras longitudinais por metro será obtida, dividindo-se a área AS pela largura B da
sapata:
AS / m = AS / B
Referências Bibliográficas
HAMPSHIRE, S.C.S.- “Os concretos de alta resistência na NBR-6118:2014”.revista IBRACON
n.73, 2103.
MONTOYA, P.J., Meseguer A. G., Cabré F.M. – “Hormigon Armado”, Ed. Gustavo Gili, 8a ed.,
1976.
ROCHA, A.M. – “Concreto Armado”, vol.3, Ed. Nobel, 19a edição, 1985.