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62. Que tipo de processo a CF/88 se refere quando fala em devido processo legal?
R: A Constituição refere-se a processos judiciais e administrativos assim como se
refere expressamente no tocante ao direito ao contraditório e ampla defesa em seu
inciso LV do artigo 5º.
141. Artigo 5° - Inciso XXXVII CF dispõe que não haverá juízo ou tribunal de
exceção. Nesse contexto, o que significa tribunal de exceção?
R: Excelência, a expressão “Tribunal de Exceção” nos remete a ideia de um Tribunal
instituído ad hoc, ou seja, para o julgamento de um caso específico, e ex post facto,
isto é, criado depois do caso que será julgado.
148. Qual ministro que tem assento nos dois conselhos, de segurança e da
república?
R: Excelência, o ministro que tem assento nos dois conselhos é o Ministro da Justiça.
Art. 89, VI e Art. 91, IV, CF.
160. Por que se diz que o poder legislativo em âmbito federal é bicameral?
R: Excelência, diz-se que o poder legislativo em âmbito federal é bicameral pelo fato
de ser formado por duas casas legislativas, quais sejam: Câmara dos Deputados e
Senado Federal.
183. Exemplifique.
R.: Exemplo da primeira é a Constituição dos EUA, em vigor há mais de 200 anos.
Exemplo de analítica é a CF/88, que em seu Art. 242, §2º dispõe que “o Colégio Pedro
II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.”
200. A CF/88 prevê que não haverá juízo ou tribunal de exceção. O que quer
dizer?
R.: O Art. 5º, XXXVII, CF veda a designação ou criação, por deliberação legislativa
ou outra, de tribunal para julgar, através de processo, determinado caso, já ocorrido
ou não, independentemente da já existência do tribunal. Consagra, assim, o princípio
do juiz natural, pré-constituído, pelo qual é vedada a constituição de juiz ad hoc para
o julgamento de determinada causa.
254. Mandado de prisão. 18:32h. Sabe que o agente está na casa e você está na
porta. Cumpre o mandado?
R.: Observação - tenho dúvida com relação à essa resposta. Existe diversos
entendimentos. José Afonso: das 6 hrs as 18 hrs. Nucci: do alvorecer ao anoitecer.
Responderia afirmando a divergência e que se deveria observar os costumes da
localidade.
283. Há alguma palavra que diferencia a Polícia Civil da Polícia Federal, no artigo
144, CF/88?
R: A palavra contida no artigo 144 da CF que diferencia a Polícia Civil da Polícia
Federal é a COMPETÊNCIA, eis que incumbe a Polícia Federal a função de polícia
judiciária nos assuntos de competência da União.
295. Mandado de prisão. 18:32h. Sabe que o agente está na casa e você está na
porta. Cumpre o mandado?
R.: Sim, dou cumprimento ao mandado caso ainda não tenha anoitecido. O assunto é
controvertido na doutrina, parcela dos doutrinadores dizem compreender o conceito
de dia o período entre as 6 e as 18 horas. Porém, outra parte, como Guilherme de
Souza Nucci, prefere conceituar o termo sendo “o período que medeia o alvorecer e
o anoitecer.”
313 - Que diferença faz num plantão, se o tratado foi incorporado como norma
infra ou supraconstitucional?
OBS.: Aqui acho que o candidato errou as questões anteriores ao falar que o tratado
era “supraconstitucional”, teoria que não é adotada. Daí presumo que o examinador
elaborou a questão em cima desse erro. Vou responder obedecendo à teoria do duplo
estatuto: constitucional ou supralegal (e infraconstitucional)
R.: Num plantão, diante de um ato/fato que eventualmente contrarie um tratado de
direitos humanos supralegal, a principal fonte do Delegado para apreciação do caso
seria a Constituição Federal, pois esta é superior hierarquicamente. E se atentar que
esse tratado é superior hierarquicamente à legislação ordinária infraconstitucional. Se
for um tratado de direitos humanos incorporado na forma do §3º do art. 5º, deve
utilizá-lo como verdadeira norma constitucional diante daquele ato/fato.
OBS.: Nessas questões de tratados de direitos humanos, a legislação ordinária
engloba as leis complementares. O termo “ordinária” é genérico e equivale a
legislação infraconstitucional, usado para diferencial da supralegalidade, que
também é infraconstitucional.
331. Obrigatoriamente?
R.: Sim.
337. Uma universidade pública seria um quarto poder, uma vez que tem todas
as características que citou?
R: Não achei resposta para essa pergunta.
352. Uma pessoa pode se candidatar a cargo público sem estar vinculado a um
partido?
R: Nos termos do artigo 14, §3º, inciso V, da Constituição Federal, a filiação partidária
é condição de elegibilidade, sendo obrigatória. Não são admitidas, portanto, as
chamadas “candidaturas avulsas”. É também o que dispõe o artigo 87, do Código
Eleitoral (Lei 4337/1965) e o artigo 11, §14, da Lei Geral das Eleições (Lei n.
9504/97). Importa salientar, no entanto, segundo a doutrina de Nathalia Masson
(Manual de Direito Constitucional, pgs. 448-449), que: a. tramita, no STF, o ARE
1.054.490, no qual é debatido a viabilidade das candidaturas avulsas tendo como
substrato legislativo a suposta não exigência de filiação que o Pacto de São José da
Costa Rica consagra no item 5 do artigo 23; e b. em se tratando dos militares de
carreira, o TSE, a fim de compatibilizar as variadas determinações constitucionais
(artigo 14, §§ 3º e 8º e artigo 142, §3º, inciso V, todos da CF), firmou o entendimento
de que para os militares a obrigação constitucional da filiação será suprida pelo pedido
de registro de candidatura após a prévia escolha da convenção partidária.
364. Como pode ser analisada a estrutura do estado sob três aspectos?
R= A organização e estrutura do Estado podem ser analisadas sob três aspectos: 1)
Forma de Governo (República ou Monarquia); 2) Sistema de
Governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo) e, 3) Forma de Estado (Estado
unitário ou Federação), sendo que o Brasil adotou a forma republicana de governo,
o sistema presidencialista de governo e a forma federativa de Estado.
405. Ela tem um texto escrito? Algo em que eu possa fazer uma consulta?
R: Apesar de não ser elaborada de forma escrita e sistemática em um documento
único como as Constituições escritas, ela possui documentos esparsos e escritos, que
podem ser consultados.
415 - A Lei Orgânica Municipal pode ser reconhecida como fruto do Poder
Constituinte Originário?
R: Não. A Lei Orgânica de determinado Município deve respeito ao conteúdo tanto
em relação à Constituição Estadual, quanto em relação à Constituição Federal. O
Poder Constituinte Originário é aquele no qual se inicia uma nova ordem jurídica, de
forma incondicionada, ilimitada e, portanto, originária, sendo seu produto a
Constituição Federal. No que toca ao Poder Constituinte Derivado Decorrente, este
deve ser de segundo grau, isto é, deve encontrar sua fonte de legitimidade direta na
Constituição Federal. No caso dos Municípios, se descortina um poder de terceiro
grau, observando necessariamente dois graus de imposição legislativa. Assim,
conclui-se que o Poder Derivado decorrente não foi estendido aos Municípios.
426. Uma EC que venha a criar um novo direito fundamental será cláusula pétrea?
R: Quanto às cláusulas pétreas, há quatro correntes: são apenas aquelas do rol do art.
5º; são somente os direitos de liberdade (1ª geração); são todos os direitos
fundamentais; são os direitos de 1ª, 2ª e 3ª geração, os quais dizem respeito ao mínimo
existencial, à luz da dignidade da pessoa humana (corrente majoritária, adotada por
Barroso, Daniel Sarmento e STF). Assim, conforme corrente 4, independentemente
da posição no ordenamento, um direito fundamental criado por PEC teria
características de cláusula pétrea.
427.Qual a diferença entre princípio e norma?
R: Antes, as normas eram tidas como dotadas de relevância jurídica, dotados de
obrigatoriedade na apreciação das decisões, ao passo que os princípios eram meras
diretrizes teóricas. Hoje essa dicotomia acabou, pois princípio (e tbm a regra) passou
a ser espécie do gênero norma. Norma é o conteúdo de sentido resultante da
interpretação da disposição normativa (enunciado linguístico). Já princípios, para
Alexy, são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível
dentro das possibilidades jurídicas. São mandamentos de orimização, caracterizados
por poderem ser satisfeitos em graus variados, dentro das possibilidades fáticas e
jurídicas.
Obs: acredito que o examinador tenha perguntado a diferença entre princípios e
regras, pois, na gênese, n há diferença entre princípio e norma, pois princípio é norma
(e tbm pode ser regra).
428. Os chamados remédios constitucionais são tidos como que tipo de norma?
Os remédios constitucionais (writs) possuem natureza de garantias, pois servem de
instrumento de proteção não só dos direitos fundamentais em si, como também das
próprias garantias fundamentais gerais.
Obs: pesquisei em três doutrinas e ninguém qualificou os writs como norma-regra ou
norma-princípio, mas defenderam a natureza de garantia.
459 - Quanto à eficácia das normas constitucionais, o que se entende por norma
de eficácia limitada.
R.: Norma de eficácia limitada é aquela que dependem de uma legislação posterior
para adquirirem eficácia, dividindo-se em normas de principio institutivo (artigo 18,
parágrafo 3º, da Constituição Federal) e normas programáticas ( artigo 205 da
Constituição Federal).
460. Dê exemplo.
*OBS Questão é continuação da 459. Pede exemplo de norma de eficácia limitada.
R.: As normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas que dependem de uma
regulamentação e integração por meio de normas infraconstitucionais. Como
exemplo, podemos citar o artigo 37, VII que dispõe sobre o direito de greve no âmbito
da administração pública, nos termos da lei.
Examinador: MAURICIO CORREALI
553. O artigo 144, da CF/88 coloca uma palavra para a polícia federal que não coloca
para a polícia civil. Qual seria?
R.: O art.144, §1º, CF/88 colocou a expressão “instituída por lei como órgão
permanente” para a Polícia Federal, e não colocou a mesma expressão para a Polícia
Civil. Além disso, o art.144, §1º, CF listou algumas atribuições da Polícia Federal,
não o fazendo para a Polícia Civil.
556. Qualquer outra polícia ou órgão de segurança pública que não estiver no rol e
que exerce função é inconstitucional?
R.: Sim, posto que o rol do art.114, CF/88 é taxativo. Todavia, vale destacar que a
“Força Nacional”, embora não esteja no referido rol, possui legitimidade em especial
após a edição da Lei nº 11.473/2007, que passou a atender a exigência do
art.241,CF/88: lei em sentido estrito que prevê a existência do convênio de
cooperação federativa.
615. Com relação aos municípios, eles estão autorizados a criar guardas
municipais? Com qual finalidade?
R.: Os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei, nos termos do art. 144 §8º,
da C.F.
CF – Artigo 17
“§1º É assegurada aos partidos políticos autonomia política para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime
de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.”
Aprofundamento do Tema:
A Teoria da Constituição Dirigente foi desenvolvida por Canotilho, que publicou uma
obra sobre o tema em 1982, intitulada “Constituição Dirigente e Vinculação do
Legislador”. Consoante o pensamento de Canotilho, a compreensão de Constituição
Dirigente está relacionada a um programa de ação para a mudança social, no sentido
de se conferir força jurídica para a alteração da sociedade. Nesta linha, segundo
Canotilho, as normas constitucionais programáticas possuem o condão de vincular o
legislador, impondo a obrigação de emanar leis fixadoras de prestações positivas,
assim como determinando ao Poder Executivo disponibilizar os serviços e atividades
necessárias à concretização das normas constitucionais.
R.: Há entendimentos recentes dos tribunais superiores no sentido de que não haveria
desrespeito a privacidade do investigado, vez que o que é protegido pela constituição
não é os dados em si, ligações recebidas e efetuadas e as mensagens, vídeos, fotos,
aplicativos como zapzat, instagram, face book, tinder.
653. Explique o que se entende por vício de iniciativa no que tange ao processo
legislativo?
R.: Primeiramente, é necessário esclarecer que somente se fala em vício de iniciativa
quando houver previsão constitucional para iniciativa reservada de lei a determinada
autoridade ou Poder, como os casos de iniciativa reservada ou privativa do Presidente
da República (art. 61 , § 1º , CF) e do Poder Judiciário (art. 96 , CF).
Nesses casos, ocorrendo usurpação da competência, haverá vício formal de
constitucionalidade, em razão da competência.
Aliás, caso ocorro um vício de iniciativa de projeto de lei que possua o Chefe do Poder
Executivo como legitimado e, ao final do processo legislativo, esta autoridade
sancione a lei com vício de iniciativa. Tal sanção não irar sanar o vício de iniciativa,
haja vista que a sanção é ato de natureza política, diversa do ato de iniciativa de lei,
não podendo convalidar vício constitucional absoluto, de ordem pública, insanável.
655. Na hipótese de uma emenda constitucional criar novo direito individual, esse novo
direito é uma cláusula pétrea?
R.: Sim, pois a Constituição Federal,noart. 60, § 4º apenas veda a aprovação de
Emenda cuja tendência seja a de abolir cláusula pétrea já existente, o que nos faz
concluir que não há óbices à edição de Emenda que vise ampliar esse núcleo
imodificável constitucional.
Ex: Art. 5º, LXXVIII,CF.
688. O dispositivo que prevê a possibilidade de se intentar ação penal privada se não
proposta ação penal pública no prazo é norma de eficácia plena?
R. Não encontrei a resposta
689. O que o CPP poderá prever subsidiariamente a este dispositivo? (pergunta feita
porque o candidato respondeu que a norma era de eficácia limitada)
R. Não encontrei a resposta
692. Investimento na educação seria uma exceção (União: 18% e Municípios: 25%)?
R. Sim. não se trata de princípio absoluto, posto que comporta exceções. Em
consonância com a doutrina, é possível destacar pelo menos três ressalvas: a)
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os
artigos 158 e 159 da CF ; b) a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para a manutenção do ensino (artigo 198 , § 2º e
artigo 212 da CF); c) a prestação de garantias às operações de por antecipação da
receita (artigo 165 , § 8º , CF).
693. Essa receita do Governo pode ser destinada à instituição privada de ensino?
R. Sim, desde que observe o disposto no art. 213 da CF:
Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a
escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em
educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica
ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo
para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede
pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a
investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação
realizadas por universidades e/ou por instituições de educação profissional e
tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
704. A doutrina traça seis efeitos das normas constitucionais de eficácia limitada.
Saberia elenca-los?
R: São efeitos produzidos pela norma constitucional de eficácia limitada: revogar as
normas infraconstitucionais anteriores com elas incompatíveis (efeito paralisante);
constituir parâmetro para a declaração da inconstitucionalidade por ação e por
omissão; fornecer conteúdo material para a interpretação das demais normas que
compõem o sistema constitucional; Estabelecem dever ou faculdade ao legislador
infraconstitucional para dar corpo à institutos jurídicos e aos órgãos ou entidades do
Estado previstos na Constituição; estabelecem programas, metas, objetivos a serem
desenvolvidos pelo Estado, impondo um objetivo de resultado ao Estado.
710. Artigo 144, §4º, CF/88 → Qual a diferença entre polícia judiciária e apuração
de infrações penais?
R: Por polícia judiciária, entende-se as atividades de auxílio ao Poder Judiciário, que
se materializa no cumprimento de suas ordens relativas à execução de mandados de
busca e apreensão, mandados de prisão, condução de testemunhas. Já as apurações de
infrações penais, funções da polícia investigativa, entendem-se às ações diretamente
ligadas à colheita de provas e elementos de informação quanto à autoria e
materialidade criminosa.
R.: Conforme art. 21, inciso XXIII da Constituição, compete à União explorar os
serviços e instalações nucleares, já nas alíneas “b” e “c” há a possibilidade, mediante
regime de permissão, que a comercialização e produção de radioisótopos nas áreas
médicas, agrícolas e industriais seja concedida a particulares.
714. Poderia citar três ou quatro atribuições comuns entre União, Estados e
Municípios?
R.: Preservar as florestas, fauna e floras; zelar pela guarda da constituição, das leis e
instituições democráticas e cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
garantia das pessoas portadoras de deficiência
R.: O direito à intimidade pressupõe uma proteção ao individuo quanto à sua vida
privada, na sua esfera subjetiva, na qual o conceito se relativiza conforme pessoa pra
pessoa. Como imagem e etc.
R.: Dentro desta colisão de direitos, pelo princípio da ponderação é possível que a
medida judicial de interceptação telefônica passe por cima do direito à intimidade,
pelo objetivo buscado por tal medida beneficiar uma coletividade, em detrimento de
uma pessoa.
718. Como delegado, há possibilidade de compatibilizar a interceptação telefônica
com direito a intimidade?
730 – O que entende por princípio do acesso unilateral e igualitário com relação
ao direito a saúde?
R – O direito a saúde está positivado na Constituição como um direito de todos e
dever do Estado, que deve ser garantido por meio de políticas sociais e econômicas
que objetivem a redução do risco da doença, bem como proporcionem acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação.
Portanto, o acesso ao direito a saúde deve ser garantido a todos de modo igualitário,
sem distinções relativas a classe social, ou até mesmo a custeio do Sistema Único de
Saúde.
735 – Qual ministro de Estado tem assento tanto no Conselho de Defesa como no
Conselho da República?
R – Segundo os art. 89 e 90 da CF/88, o ministro de estado que possui assento em
ambos os conselhos supracitados é o ministro da justiça
767. Com relação ao elemento temporal, qual a diferença entre direito de reunião
e direito de associação?
R.: O direito de reunião é caracterizado como direito-meio para o exercício de outras
liberdades e esta previsto no art. 5º, XVI, da CF/88. Caracteriza-se pela possibilidade
de reunir-se pacificamente, sem armas, exigindo-se o mero aviso à autoridade
competente. O direito de associação, previsto no art. 5º, XVII a XXI, da CF/ 88, é a
liberdade de reunião de pessoas para fins lícitos. A diferença, pois, considerando o
elemento temporal, consiste no caráter permanente da associação não presente no
direito de reunião, que, em tese, é exercido de modo transitório.
793. O servidor público estável pode perder o cargo em razão de uma medida
judicial liminar?
R: Não, pois conforme a Constituição Federal é preciso de sentença judicial transitada
em julgado para que haja a perda do cargo de servidor público estável.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de
lei complementar, assegurada ampla defesa.
801. Artigo 5° - Inciso XXXV – Qual a diferença entre lesão e ameaça de direito?
R: .: Observação - tenho dúvida com relação à essa resposta
816. É lei?
R.: Não, é um ato normativo provisório elaborado pelo chefe do Poder Executivo que
está previsto pela Constituição Federal como espécie normativa primária. Inclusive,
mister salientar a existência de doutrinadores que criticam o fato de sua previsão
constitucional estar inserida dentre as espécies normativas primárias, justificando que
isso ocorre em virtude do processo legislativo para sua conversão em Lei Ordinária.
817. Por que a Constituição Federal fala que a Medida Provisória tem força de
lei?
R.: Porque no momento de sua edição temos somente um ato normativo provisório e
não uma lei propriamente dita, o que só ocorre quando da aprovação pelo Congresso
Nacional, sendo que nesta oportunidade a Medida Provisória é convertida em Lei
Ordinária. Contudo, possui força de lei pelo fato de produzir efeitos desde sua edição
pelo chefe do Poder Executivo.
823. Cidadão se aposenta, vai para os estados Unidos, compra uma casa e vive
da aposentadoria. Pode perder a nacionalidade?
R.: O brasileiro nato pode perder a nacionalidade brasileira nessa hipótese apenas se,
mesmo não havendo qualquer empecilho para sua vida nos EUA, bem como não
sendo o caso de reconhecimento de nacionalidade originária, opte por nacionalizar-se
americano. (STF. 1ª Turma Ext 1462/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
28/3/2017 (Info 859))
832. O que caracteriza uma estrutura de poder perante órgãos que não são?
R.: A hierarquia e divisão de competências internas. (obs. não tenho certeza, mas
diante dos conceitos de concentração e desconcentração do direito administrativo,
chego a essa conclusão).
833. Por que o Poder Judiciário é um poder e uma agência reguladora não?
R.: Porque o poder judiciário foi criado pelo poder constituinte originário como uma
das funções de Estado, juntamente com o legislativo e executivo, com atribuições,
competências e o exercício de controle sobre esses outros poderes; já a agência
reguladora não passa de uma autarquia especial, criada por lei, pelo instrumento da
descentralização administrativa, cuja finalidade é regular e/ou fiscalizar a atividade
de determinado setor da economia.
841. A análise pelo Poder Judiciário pode abarcar o mérito de uma decisão
administrativa?
R.: Com relação aos atos vinculados não existe restrição, pois, sendo todos os
elementos definidos em lei, caberá ao Judiciário examinar, em todos os seus aspectos,
a conformidade do ato com a lei, para decretar a sua nulidade se reconhecer que essa
conformidade inexistiu. Com relação aos atos discricionários, o controle judicial é
possível, mas terá que respeitar a discricionariedade administrativa nos limites em que
ela é assegurada à Administração Pública pela lei. Isto ocorre precisamente pelo fato
de ser a discricionariedade um poder delimitado previamente pelo legislador; este, ao
definir determinado ato, intencionalmente deixa um espaço para livre decisão da
Administração Pública, legitimando previamente a sua opção; qualquer delas será
legal. Daí por que não pode o Judiciário invadir esse espaço reservado, pela lei, ao
administrador, pois, caso contrário, estaria substituindo, por seus próprios critérios de
escolha, a opção legítima feita pela autoridade competente com base em razões de
oportunidade e conveniência que ela, melhor do que ninguém, pode decidir diante de
cada caso concreto. A rigor, pode-se dizer que, com relação ao ato discricionário, o
Judiciário pode apreciar os aspectos da legalidade e verificar se a Administração não
ultrapassou os limites da discricionariedade; neste caso, pode o Judiciário invalidar o
ato, porque a autoridade ultrapassou o espaço livre deixado pela lei e invadiu o campo
da legalidade.
R.: O preventivo ocorre antes do nascimento jurídico da lei ou ato normativo, ou seja,
legitima mecanismos hábeis ao sujeito para impedir que o objeto maculado contamine
o ordenamento jurídico, por conta de não observar parâmetros constitucionais. O
repressivo é posterior a promulgação da lei ou ato normativo. Dispõe como norte o
objetivo de expulsar do ordenamento jurídico a norma acabada, incompatível com as
disposições previstas na Carta Maior.
R.: Sim. Deve-se atentar ao princípio da proteção ao retrocesso social, bem como a
vedação do art. 60, §4, da CF, mas o que se proíbe é a abolição desses preceitos.
Permitida, portanto, a mera alteração dessas normas.
858. O que aconteceu com a nossa Federação em relação aos demais países que
de federação passaram a ser autônomos? - tenho dúvida com relação à essa
resposta.
R.: No Brasil a federação se deu de forma centrífuga, de dentro para fora, a partir de
um Estado unitário que se descentralizou. Nos Estados Unidos cada Estado cedeu
parte de sua soberania a um órgão central, responsável pela unificação, não sendo
mais admitido o direito de secessão (ou retirada). Neste momento, formaram-se, por
meio de um pacto federativo, os Estados Unidos da América, todos autônomos entre
si, consistindo na federação centrípeta, ou por aglutinação.
R.: Não sei se entendi bem a pergunta. Mas em alguns países, em que pese não serem
uma federação, há concessão de autonomia a determinada ou determinadas regiões do
país, como no caso de Barcelona na Espanha. No Brasil, o poder central, a União, tem
sua limitação expressa na CF e deve respeitar a autonomia dos entes federados em
todo o território nacional. A exceção seria a criação de território federal.
R.: Entendo que sim, pois não haveria afronta a forma federativa de Estado e nem a
nenhuma outra cláusula pétrea.
R.: Sim, consta do texto originário, por exemplo, o art. 24, XIII, da CF.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
867. Dê um exemplo?
R.: Art. 5º é inviolável a liberdade de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos ( direito) , garantindo-se na forma da lei a proteção dos locais de
cultos e suas liturgias (garantia).
R.: O direito ao salário mínimo, tratado como garantia no art. 7o, VII.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
R.: A imagem-retrato decorre da própria identidade física da pessoa (art. 5o, X, CF).
Seria uma cláusula geral de tutela e promoção da dignidade humana. A imagem-
atributo corresponde ao conjunto de características apresentadas socialmente pela
pessoa física ou jurídica (art. 5o, V, CF), também merecedora de tutela constitucional,
com características próprias.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
R.: Se trata de ação afirmativa. Política social para conceder a isonomia material aos
que nascem desiguais perante a sociedade. Serve para garantir um acesso ao ensino
superior em igualdade de condições a todas as pessoas.
R.: Esse é um tema polêmico, principalmente num país miscigenado como o nosso.
Normalmente as normas dão preponderância ao fenótipo das pessoas.
1
https://www.dizerodireito.com.br/2015/05/plenario-do-stf-decide-que-ministerio_15.html
Embora a CF/88 não mencione expressamente que o MP tem poder para
investigar crimes, adota-se aqui a teoria dos poderes implícitos.
Segundo essa doutrina, nascida nos EUA (Mc CulloCh vs. Maryland – 1819),
se a Constituição outorga determinada atividade-fim a um órgão, significa
dizer que também concede todos os meios necessários para a realização dessa
atribuição.
A CF/88 confere ao MP as funções de promover a ação penal pública (art. 129,
I). Logo, ela atribui ao Parquet também todos os meios necessários para o
exercício da denúncia, dentre eles a possibilidade de reunir provas para que
fundamentem a acusação.
Ademais, a CF/88 não conferiu à Polícia o monopólio da atribuição de
investigar crimes. Em outras palavras, a colheita de provas não é atividade
exclusiva da Polícia.
Desse modo, não é inconstitucional a investigação realizada diretamente pelo
MP.
Esse é o entendimento do STF e do STJ.
Além da doutrina dos poderes implícitos, podemos citar como fundamento
constitucional que autoriza, de forma implícita, o poder de investigação do MP,
o art. 129 da CF em seus incisos: I, VI, VII, VIII e IX; assim como do art. 8º,
I, V e VII da LC 75/93.
2
http://www.guilhermenucci.com.br/sem-categoria/ministerio-publico-e-investigacao-criminal-
verdades-e-mitos
Federal, que é o titular do direito de ação penal pública. Se estes papéis forem
respeitados, como tem sucedido com preocupante frequência, tem-se clara
violação do preceito constitucional referente ao devido processo legal (…). O
grave inconveniente que se cria com este desrespeito às funções de cada
instituição (Polícia, Ministério Público, Magistratura) reside na parcialidade
que se estabelece. Se o Procurador da República se traveste de policial, pode
ele adotar, desde logo, no início das investigações, um determinado ponto de
vista, que tenderá a manter ao longo de todo o procedimento, tornando-se
indiferente a qualquer outra alternativa probatória3.
2º. A investigação criminal é atribuição exclusiva da polícia judiciária:
O nosso ordenamento constitucional e infraconstitucional veda completamente
que o Ministério Público exerça as funções de polícia judiciária. Nos termos
da Constituição Federal, a polícia judiciária da União é exercida, com
exclusividade, pela Polícia Federal. É o que estabelece o art. 144, em seu § 1o:
(…). Em matéria penal, todavia, a Constituição Federal determina tão somente
que o Parquet pode ‘requisitar diligências investigatórias e a instauração de
inquérito policial’ (cf. Inciso VIII, do art. 129).
O artigo 144, § 1º, I a IV, e § 4º, CF, atribui de forma expressa às Polícias
Federal e Civil a apuração de infrações penais. Ao Ministério Público, a CF
atribui a função de exercer o controle externo da atividade policial e não a de
substituí-la (artigo 129, VII). A CF não permite a figura de promotor
investigador. O escopo do inciso VI do art. 129 da CF/88 (que atribui ao
Ministério Público poderes para expedir notificações nos procedimentos
administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos
para instruí-los) está restrito aos inquéritos civis públicos e outros também de
natureza administrativa, como os preparatórios de ação de
inconstitucionalidade ou de representação por intervenção. O inquérito
criminal é disciplinado em inciso diverso (VIII) e quanto a ele a atuação do
Parquet se limita à requisição de instauração do próprio inquérito e de
diligências investigatórias.
3
José Carlos Fragoso expõe (São ilegais os procedimentos investigatórios realizados pelo Ministério
Público, http://www.fragoso.com.br/ptbr/arq_pdf/artigos/arquivo60.pdf.
3º. As normas constitucionais e infraconstitucionais não autorizam a
investigação criminal:
Quanto aos poderes atribuídos ao Ministério Público, na Constituição Federal,
tais como requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquéritos
policiais, indicando os fundamentos jurídicos de suas manifestações
processuais, que configuram os limites investigatórios dos membros do
Ministério Público, que não podem mais do que requisitar diligências
investigatórias e a instauração de inquérito policial. Requisitar a que órgãos?
Àqueles que a Constituição deu competência para a apuração de infrações
penais, que são a Polícia Federal e a Polícia Civil (art. 144, §§ 1º, I e IV, e 4º).
As requisições têm de estar devidamente respaldadas por fundamentos
jurídicos de suas manifestações processuais. Nisso se resume a função
investigativa do Ministério Público. Apesar disso, o Ministério Público, por
atos normativos internos, vem dando-se o poder de investigação criminal
direta. Isso vai para além de sua competência, porque a função investigativa –
ou seja, as funções de polícia judiciária e de apuração de infrações penais – foi
atribuída à Polícia Civil (art. 144, §§ 1º e 4º). Não se tem aqui um modelo de
Ministério Público correspondente ao italiano, onde a Polícia Judiciária
funciona sob dependência e direção da autoridade judiciária por serviços de
polícia judiciária previstos em lei e pelas seções de polícia judiciária instituídas
junto a alguma Procuradoria da República, subordinados, pois, ao respectivo
procurador da República (Ministério Público).
Desta forma, não há autorização normativa para a investigação criminal, a ser
conduzida pelo Ministério Público. O texto constitucional vigente e o da Lei
Orgânica que o regulamentou parecem claros, adotando-se um critério
diferenciado em matéria de investigações preparatórias: no campo civil, cabe
ao Ministério Público instaurar o inquérito civil ou outros procedimentos
administrativos pertinentes, ao curso dos quais se permite que realize
diretamente diligências, inclusive a colheita de depoimentos; já em sede penal,
é-lhe facultado meramente requisitar diligências ou a abertura de inquéritos,
podendo acompanhá-los. Aliás, é atribuição do Procurador-Geral de Justiça
designar membros do Ministério Público para “acompanhar inquérito policial
ou diligência investigatória”(art. 10, IX, e , da Lei 8.625/93).
4º. Resoluções editadas pelo Ministério Público sobre investigação
criminal extrapolam a sua atribuição:
Luiz Flávio Gomes (Fonte: http://jus.com.br/revista/texto/22131/investigacao-
e-atividade-de-policia) argumenta que “a maior prova da nebulosidade nesse
campo reside no seguinte: por falta de expressa disposição legal, que é
exigência do Estado de Direito, primordialmente quando em jogo estão direitos
fundamentais dos investigados, todo procedimento dessa natureza do
Ministério Público está regulamentado por Resoluções ou Atos Normativos
dos Procuradores Gerais. Esses atos, no entanto, não possuem o status de lei”.
Em virtude do “déficit de legalidade”, o autor alerta para a ausência de
uniformidade das investigações e identidade nos procedimentos, sem um
“controle judicial periódico”. Não há como o Ministério Público assumir, neste
momento, de forma independente, a atividade investigatória. Por maior boa
intenção que exista, “ninguém pode dar passos maiores que as penas”.
5º. O controle externo da polícia judiciária pelo Ministério Público indica
a inviabilidade da investigação criminal autônoma por esta instituição.
O controle externo da atividade policial pelo Ministério Público é uma das
formas de assegurar o sistema acusatório, na medida em que desvincula, por
inteiro, o magistrado dos atos de investigação. Nesse sentido, o promotor atua
como futuro órgão acusador quando acompanha e requisita diligências
investigativas. Por outro lado, atua como custos legis quando garante que,
durante a fase pré-processual, o acusado terá seus direitos constitucionalmente
assegurados. Dessa forma, com esse tipo de atuação externa, não parcial, e sim
controladora da legalidade, o Parquet afastaria, como regra, a presença do juiz
no inquérito, não ficando este contaminado com a investigação policial. Logo,
tendo um órgão encarregado de controlar a legalidade da investigação, o juiz
não precisará fiscalizar o andamento do inquérito, não comprometendo sua
imparcialidade. O controle externo exercido pelo Parquet não se aplica aos atos
internos da Polícia, pois, se assim fosse, tornar-se-ia uma espécie de
corregedoria. Esse controle se dá sobre a principal atividade da polícia, qual
seja, a investigação, através de acompanhamento e requisição de diligências,
dentre outras funções. Assim sendo, com a investigação direta a cargo do
Ministério Público, essa atividade ficaria sem controle externo algum,
comprometendo o sistema de check and balances, e consequentemente,
gerando nítido prejuízo ao indiciado e à sociedade, eis que a mesma não teria
um órgão que fiscalizasse a correta atividade investigativa.
6º Investigação criminal seletiva e desvirtuada:
Fernando da Costa Tourinho (Processo penal, 33a ed., p. 344) mostra-se
contrário à investigação criminal conduzida pelo Ministério Público,
apontando a seletividade dos casos escolhidos para tanto; noutros termos, os
membros da instituição elegem somente os casos de repercussão, produzindo
apenas as provas que lhes interessam. Ademais, trata-se de investigação de
gabinete, que não se conduz ao local do crime. Em suma, em matéria de
investigação, cabe-lhe somente o inquérito civil público.
7º Outros países também optam pela inviabilidade da investigação
criminal conduzida pelo Ministério Público:
Não necessariamente, pois diversos países adotam o sistema inglês em que há
separação obrigatória entre os órgãos estatais de investigação e polícia
judiciária dos órgãos de acusação no processo penal.
8º. Quem pode o mais, pode o menos: afirmação inadequada ao contexto
da investigação promovida pelo Ministério Público.
José Afonso da Silva (Em face da Constituição Federal de 1988, o Ministério
Público pode realizar e/ou presidir investigação criminal, diretamente? Revista
Brasileira de Ciências Criminais, n.49, v. 12, 2004, páginas 368-388), quanto
à teoria de quem pode o mais, pode o menos afirma não ter nenhum valor no
campo do direito público, particularmente no direito constitucional. Prossegue:
“O que é mais e o que é menos no campo da distribuição das competências
constitucionais? Como se efetua essa medição, como fazer uma tal
ponderação? Como quantificá-las? Não há sistema que o confirme. As
competências são outorgadas expressamente aos diversos poderes, instituições
e órgãos constitucionais. Nenhuma é mais, nenhuma é menos. (…) As regras
enumeradas, explicitadas, sobre investigação na esfera penal conferem esta à
Polícia Judiciária, e são regras de eficácia plena, como costumam ser as regras
técnicas.”
E continua o autor, dizendo ser a investigação um procedimento de instrução
criminal em busca da verdade e da formação dos meios de prová-la em juízo.
A ação é um ato pelo qual se invoca a jurisdição penal. Procedimento da
instrução penal preliminar, como qualquer procedimento, é uma sucessão de
atos concatenados que se registram e se documentam no inquérito policial, que
vai servir de base para a propositura da ação penal. O resultado positivo da
investigação do crime é que constituirá pressuposto da ação penal viável. Sem
a investigação prévia da verdade e dos meios de prova-la em juízo, é
impossível a ação penal. Dessa forma, como é possível estabelecer uma relação
de mais e de menos entre esses elementos?!
9. A teoria dos poderes implícitos é inaplicável quando as normas
constitucionais são expressas acerca da competência constitucional de
órgão estatais.
Sobre a doutrina dos poderes implícitos, José Afonso da Silva (Em face da
Constituição Federal de 1988, o Ministério Público pode realizar e/ou presidir
investigação criminal, diretamente? Revista Brasileira de Ciências Criminais,
n.49, v. 12, 2004, páginas 368-388) afirma ser inaplicável ao caso, pois inexiste
uma relação entre meio e fim no tocante a investigação criminal e ação penal.
O fim da investigação penal não é a ação penal, mas a apuração da autoria do
delito, de suas causas, de suas circunstâncias. O resultado dessa apuração
constituirá a instrução documental – o inquérito (tecnicamente, instrução penal
preliminar) – para fundamentar a ação penal e serve de base para a instrução
definitiva.
Os poderes implícitos só existem no silêncio da Constituição, ou seja, quando
ela não tenha conferido os meios expressamente em favor do titular ou em
favor de outra autoridade, órgão ou instituição. Se ela outorgou expressamente
a quem quer que seja o que se tem como meio para atingir o fim previsto, não
há falar em poderes explícitos. “Como falar em poder implícito onde ele foi
explicitado, expressamente estabelecido, ainda que em favor de outra
instituição?” Não cabe a determinado órgão a competência que está prevista
para outro.
1029 - Se pelo seu raciocínio, o médico também não pode fazer greve?
R.: A atividade policial diferencia-se, contudo, de outras atividades essenciais, como
educação e saúde, porque ela não pode ser exercida por particulares. A segurança
pública é, portanto, atividade privativa do Estado. Portanto, é possível que médicos e
professores possam fazer greve, porém os integrantes das carreiras policiais não sob
pena de colocar em risco a segurança pública, a ordem a paz social.
1033 - Qual critério para decidir qual direito fundamental deve prevalecer?
R.: O critério para justificar a restrição é norteado através do princípio da
Concordância prática ou harmonização entre direitos fundamentais.
1049. Dê exemplo de juiz não togado que exerce a função de juiz na Justiça
Eleitoral.
R.: São juízes não togados que exercem a função de juiz na Justiça Eleitoral: dois
advogados integrantes do TSE; dois advogados integrantes dos TREs; e dois ou
quatro cidadãos integrantes das juntas eleitorais.
1124. Estado de defesa e estado de sítio, logo que cessam os seus efeitos o que deve
fazer o presidente da República?
R.: Deve remeter mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação
das providências adotadas e contendo a relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas.
1145.Quando fixa as normas de competência das cotas, traz uma garantia ao cidadão.
Que garantia é essa?
R.: Constituição Federal de 1988, em seu artigo 3º, reconhece a existência de
desigualdades sociais e inclui, dentre os objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil, a redução das mesmas, constituindo, assim, as políticas públicas
tendentes a minimizar essas diferenças uma verdadeira concretização do mandamento
constitucional referido. Combate-se, pois, com o sistema de cotas, dois problemas que
se retroalimentam: a desigual condição de acesso a uma educação de qualidade e a
marginalização de certos grupos em relação ao desenvolvimento econômico, social e
intelectual. As cotas, portanto, cumprem o salutar papel de tratar desigualmente
indivíduos que não tiveram iguais oportunidades, materializando, assim, o nobre
princípio da igualdade. É o que Ronald Dworkin, um dos mais prestigiados filósofos
da atualidade, em seu Levando os direitos a sério, chama de “discriminação positiva
ou compensatória”. https://jus.com.br/artigos/22632/lei-de-cotas-nas-universidades-
constitucionalidade-e-necessidade
1154. Se não tem essa natureza, qual seria a natureza jurídica da lei
orgânica?
R: Observação - tenho dúvida com relação à essa resposta. Acredito que o
candidato tenha respondido não à pergunta anterior (1153), por isso a pergunta sobre
a natureza jurídica. O problema é que os autores que entendem que a lei orgânica não
se trata de uma Constituição Municipal, não explicam sua natureza jurídica. Caso se
adote essa posição, pode-se dizer que a lei orgânica é uma lei sui generis, pois, apesar
de não ser uma Constituição em sentido estrito, tem conteúdo de natureza
constitucional.
1171.Se eu sou monarca e decido editar uma nova Constituição, ainda assim, o Poder
Constituinte é de titularidade do povo?
R: A titularidade do poder constituinte, como aponta a doutrina moderna, pertence ao
povo. Para isso, a constituição deve ser promulgada (seja em um regime monárquico
ou presidencialista), ou seja, é aquela constituição fruto do trabalho de uma
Assembleia Constituinte, eleita diretamente pelo povo. Se a constituição for editada
diretamente pelo monarca ela é do tipo outorgada, ou seja, não recebeu do povo a
legitimidade para em nome dele atuar.
R.: Regra geral, o Poder Executivo arrecada os tributos, sendo que parte dessa
arrecadação será repassada para o Poder Judiciário, nos termos do artigo 99,
parágrafo 1º a 5º, da C.F, porém, tal fato não interfere na autonomia administrativa
e financeira do Poder Judiciário, que organizará seus serviços, promoverá seus
cargos, bem como organizará suas finanças sem qualquer interferência do
Legislativo ou do Executivo (artigo 99 C.F.).
1194. Qualquer indivíduo que cometa uma infração penal tem direito a ser
investigado por autoridade competente?
R: A Constituição não faz menção expressa ao Delegado Natural, apenas ao princípio
do Promotor Natural e do Princípio do Juiz Natural. Entretanto, o art. 2º, §4º, da Lei
n. 12.830/2013 expressa que a investigação policial somente poderá ser avocada ou
redistribuída ao superior hierárquico por despacho fundamentando consubstanciando
o motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos
previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
Nos termos da idéia geral do princípio da autoridade natural (como ocorre com o juiz,
o promotor e o defensor), o ordenamento jurídico brasileiro positivou a noção de
delegado natural como autoridade pública presidente do inquérito policial.
1211. Sob qual fundamento a expressão isonomia salarial foi retirada do texto
constitucional original?
R.: Por meio do inciso XXX do artigo 7º, transpõe-se, para as relações de trabalho, a
norma constitucional de isonomia, contida no artigo 5º,caput, segundo a qual todos
são iguais perante a lei. O salário mínimo assegurado pelo art. 7, inciso IV protege o
empregado em geral, enquanto o piso salarial, garantido no inciso V, tutela, favorece
apenas os que exercem certas profissões ou atividades. O princípio, respeitado pelo
dispositivo em exame, é o da isonomia, que tem, ao lado de sua faceta mais
reconhecida, de tratamento igual aos iguais, imposição idêntica para que sejam
tratados desigualmente os desiguais.
1308.E jurisdicional?
Quando o controle dos atos normativos é realizado pelo Poder Judiciário, tanto através
de um único órgão (controle concentrado) como por qualquer juiz ou tribunal
(controle difuso).
1313. Um aumento de salário para delegado federal poderia ser concedido por
uma MP?
R.: É possível que, por meio de uma medida provisória, seja determinado o aumento
salarial para os delegados federais. No entanto, os pagamentos dos aumentos
remuneratórios serão condicionados à existência de dotação orçamentária e
autorização específica na Lei de Diretrizes Orçamentárias, sob a pena de violação ao
art. 62, §1º, I, d da CRFB.
1319. De quem poderá ser a iniciativa para propor uma emenda constitucional?
R.: A CRFB somente poderá ser emendada mediante a proposta: (i) de 1/3, no
mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; (ii) do
Presidente da República; ou (iii) de mais da metade das assembleias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros (art. 60, incisos I, II e III da CRFB).
1323. E sanção?
R.: A sanção é a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional. A sanção pode ser expressa, se ocorre a subscrição do projeto,
ou tácita, se não ocorre o seu veto no prazo de 15 dias (CF, art. 66, § 3º).
1335. No que consiste a identificação criminal conforme o Artigo 5°, inciso LVIII
da CF?
R.: Consiste na identificação do investigado, utilizando-se para tanto o processo
datiloscópico e o fotográfico. Quando a identificação criminal for essencial às
investigações policiais, também poderá incluir a coleta de material biológico.
1346. Caso seja criado um novo direito ou garantia fundamental por emenda
constitucional também será considerado cláusula pétrea?
R: Poderá uma emenda constitucional ampliar direitos e garantias fundamentais, a
exemplo das EC n.º 26/00 (direito social à moradia, que foi acrescentado ao art. 6º)
e EC n.º 45/04 (garantia da razoável duração do processo, que foi inserida, como
inciso LXXVIII, ao art. 5º), estando esses novos direitos e garantias blindados pela
cláusula pétrea do art. 60, § 4º, IV da CF.