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5.

O governo e o impeachment de
Fernando Collor de Mello
Brasilio Sallum [r. *

1'1111 o mais de um ano depois que a Constituição de 1988 foi promulgada e


II lmiu uma ordem democrática para o Brasil, travou-se a primeira eleição
1111'1(1 para a Presidência da República desde 1961. A disputa ocorreu em

11'10 a crise política do final do governo Sarney (1985-1990) e à aguda

I1 I rhilidade monetária, com a inflação já ultrapassando os 50% ao mês no


1111 1I ti ' 1989. A eleição foi em dois turnos e "solteira", desacompanhada de

1111 I \ colhas populares, fossem para governos estaduais ou municipais,

I 1'111 para os legislativos federal, estaduais ou municipais. O primeiro

1111111 foi disputado por mais de duas dezenas de candidatos. Os vencedo-

IIIIZ Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, e Fernando


111111 ti . Mello, do Partido de Reconstrução Nacional, deixaram para trás

I. I ,III~ \Il nacionais importantes como Leonel Brizola (PDT), Mário Covas
1111) nté Ulysses Guimarães (PMDB),l até então a maior liderança do
IJlIII!10 pela democratização do país. Em 17 de dezembro de 1989,

I111 (' n 2° turno da eleição. Sustentaram a candidatura do PT as forças

I ,'I P 1I t idárias que haviam conduzido o processo de democratização-


"1' IV \111 I aquele momento a faixa que ia do centro para a esquerda do
11' I p,111 idl ri - e a maior parte do movimento sindical. Os partidos

j" 1I 1111 Idos d centro para a direita daquele espectro, uma fração
1111 I I ti ) Il\ovím 'oro sindical e a grande maioria do empresariado

10 ti 11" 11111 'lIto di' Sol'illlo/ i do Universidade de São Paulo.


o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
o GOVERNO E o M
I PEACHMENT DE FERNANDO COllOR DE MELLO

sustentaram a candidatura ColIor. Não havia, porém, uma forte articulação


partidária entre os apoiadores e seus candidatos. As forças que se juntaram Ve~~ida a eleição, CoIlor teve pouco meno ~
seu mInIstério e preparar-se p s de tres meses para montar
a ColIor, por exemplo, eram mais anti-Lula que pró-Collor, ' ara governar A sen - d .
tan d o, POIS a inflação seguiu c . _ saçao e crise foi aumen-
Na eleição presidencial de 1989 não houve controvérsia significativa P em rorre ascensao com 1 di ,
reços ao Consumidor (INPC) o n Ice NacIOnal de
sobre a democracia, que se imaginava já assegurada. Na verdade, a pró- de 1989, para 68 20/ em . . passando de 51,3% ao mês em dezembro
pria eleição direta parecia efetivar a democracia. O debate eleitoral se ,/0 JaneIro 74<J; f, , '.
março de 1990. ' o em everelro ate atIngir 82,2 % em
concentrou mais sobre as alternativas econômicas a adotar. Collor atacava
Ao mesmo tempo '
o gigantismo do Estado e os "marajás" que se locupletavam do dinheiro I. , porem, foi crescendo _ '
erro - a esperança da popul - f ate a posse do presidente
público sem trabalhar e sem merecimento; e defendia um reformismo liberal . açao no uturo gov P .
Intensa campanha de marketin
I ' , erno. ara ISSOCOntribuiu
que rompesse com o caráter fechado da economia brasileira e integrasse o futuro chefe de Estado C 11 g POlztICOdesenvolvida pela equipe do
Brasil ao "Primeiro Mundo". Lula adotava a retórica econômica do velh • . ' o Or se apresentava como i ,
I uorruco com o dinheiro p rbiico- . mo Jovem, VIgOroso, eco-
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a do desenvolvimentismo- 'd u ICO,suas VIagens i t . ,
III orn l 1 eres mundiais perm iti n ernaclonaIs e enCOntros
-distributivo, que demandava um desenvolvimento conduzido pelo Estado , 1 Iram acentuar su . d
, 'Ocurava acentuar sempre . a Imagem e bem-sucedido.
I que almejasse o crescimento econômico mas sem descuidar da igualdade, , sua autonomIa em reI - . '
gl upos de pressão consult d açao a partIdos poIíti ••os
da distribuição de renda. , an o-os antes d d idi
ClV 'rno mas não negocI'and e eCI Ir sobre sua equipe de
I A disputa entre estes ideá rios alternativos expressava mudanças recente Iglll1Sde seus ministros o cargos· ma' ind .
'~s ain a, reIterando, ao convidar
I
ocorridas no modo como as várias forças políticas propunham reorienta I I I .
li V fiam seria Sua.
, que a responsabIlzdad I ' ,
e pe as POlztlcas que desen-
ação econômica do Estado. Ainda que houvesse núcleos liberais entre intr
bnbora tais características fossem desr
lectuais e empresários, o reformismo liberal só ganhou certa força no espnço
',1 11 ncoravam-se em pa t ' . acadas por seu marketing político
público brasileiro depois do fracasso do Plano Cruzado de estabiliza . I' r e em matena real Df, '
IIc',pr tava a presidência con . d ,e ato, o presIdente eleito
monetária.? Até então predominava nos partidos que se desdobraram, ( 11 I d' qUlsta a como lhe da d d
I 1/ Il ,I iante dos demais pod d E n o gran e autonomia
1979, do MDB a versão "de esquerda", distributiva, do desenvolvimcuu IlIc'" fid s como de segu d deres e stado, o Legislativo e o Judiciário
mo. Com o fracasso do Plano Cruzado e, mais, com a moratória d I ()HH n a Or em. Tal conce - ,
li. 10 ' ercício voluntarista do d I ~çao, por sua vez, dava mar-
passou a haver maior assimilação no meio empresarial e partidário ri, po er pe o presId re eleí
longo do mandato Es c d en e e eito e marcaria Suas
perspectiva liberalizante que se difundia a partir dos Estados Unido . sa lorma o id
11,lhe u produzindo e lh d '. presi ente eleito de conduzir-
da Inglaterra desde o final dos anos 1970. Mas, ao contrário do qu 'holl ' I sco as e mInIstros sem I' , ,
" 11.rçno político-partid' 'C voo po ItICOproprio ou
entre as correntes de centro e de direita, os partidos de esquerda, (11111 . ana no ongresso. E I c
1I1I1'"1Xrllorcsdiretos p t" m gera, loram escolhidos
PT e PDT, não acompanharam esta transformação na forma d P('II 11 , ar IClpantes de sua camp h '
'li I" ti Ilba/hara. Pareci _ an a ou profissionais com
desenvolvimento. Assim, o apoio eleitoral a Lula dos partido de li 1111 •••....,;,:_ a nao preocupar-se e .
li" .r, hils '[H.ia em coalí - , , . m construIr uma maioria
PMDB e, principalmente, PSDB - decorreu mais por compartilhnrrtu r . izao partldana para a
I I I I II'}';IIS d ' intere se do 'provar no parlamento as
I o PT a tradição de luta pela democracia do que por qualqu 'r 11111111111 / governo. .
I 1I1('lIlnl"lU para difere' d
I com as ideias econômicas que Lula defendeu na campanha, pll'llIl 1

,I
"'" li~({-rios. ,ol/or
.
d .
nClar-se o governo S
.
. d
arney, o qual her-
disputadíssimo e terminou, a despeito do grand crc im 'lHO dn c !lU 11111111 e UZIUsua equIpe a 12 '.
11,I" 111illlp )!-. "cri'l '1 d . . ,. mInIstros. Claro que
Lula, com a vitória de Fernando Collor, qu ns 'gllill }';1. '01111I I , «v , e sup rmlfllstenos d
1
""01 1111111111.1/11("ISS'lr'l111 'I' ,comoo aEconomiae
dos votos válidos dados ao candidat d 1T. I, " fi anr: ar um de n»
1I1111dlllldo IVIIII) ". ' [an e numero de órgãos
, ,1111111, 1'110. ) d' In(rn 'SCrllCura,por exem.
111 I
O GOVERNO E O IMPEACHMENT DE FERNANDO COlLOR DE MElLO
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA

O abri o dos ministérios dos Transportes, Unidos em razão de o Brasil não proteger patentes industriais, de haver aqui
plo, reuniria o que antes ficava a, _g iam extintos. Mesmo aos reserva de mercado para a informática e da não adesão brasileira ao Tratado
, d Comulllcaçoes, que sen
de Minas e Energia e e ",' _ foi dada muita autonomia de de Não Proliferação de Armas Nucleares. Havia, pois, muitos obstáculos
escolhidos para esses supermmlst~r~os, ~aod Economia recaiu em Zélia a superar para que as promessas de Fernando Collor - fim da inflação, re-
,I o MllllstenO a ,
voo. A escolha crucia , para , d 36 anos que Collor conhecera formas liberais e integração ao Primeiro Mundo - pudessem ser realizadas.
' m economista e·, , '
Cardoso d e M e1o, Jove da renegociação das d1V1- Em seu discurso de posse no plenário do Congresso Nacional, reiterou a
AI ela encarregava-se
quando governava agoas e, F inistro da Fazenda durante orientação econômica liberal que adotaria e enfatizou que o objetivo central
, rã de Dilson unaro, rm "
das estaduais, na ges ao ,_ 1 h fi a equipe econômica de do início de seu governo "não é conter a inflação: é liquidá-Ia". A seguir
D d eleição e a c e ava
o governo Sarney. es e a id , istra em lugar de outros o presidente recebeu de José Sarney, já no Palácio do Planalto, o cargo e
b d escolhi a como rnim ,
transição" e aca ou sen o , tes apresentados ao presidente faixa presidencial, assinou as primeiras medidas que extinguiam órgãos
candidal:Os qualificados e bastante eXAPenenlhade alguém de menor peso públicos e criavam ministérios e nomeou seus ministros.
" d R' São Pau l o. esco
por empresanos o 10 ~ lifi da era mais do que justificada, Sexta-feira pela manhã, diante da equipe ministerial, o presidente apre-
~ , l' ' ainda que qua 1 ca ,
academlco ou po lUCO, , e seria o responsável pela entou e assinou as 17 medidas provisórias que constituíam o Plano Brasil
, 1. ít ou diversas vezes qu
pois o presidente e eito rei er , 1 do conteúdo desta política, ao Novo -logo apelidado como Plano Collor - e as levou em caminhada, na
, ' ~'além de antecipar a go ~
política economlca,. ' _ 'pp golpe decisivo no judo. ornpanhia de seus auxiliares, até o Congresso Nacional, entregando-as ao
afirmar que derrubana a inflação por t on, I r' idente do Legislativo, senador Nelson Carneiro (PMDB/RJ). Pretendia
Iis ursar, sem direito a questionarnentos, diante do Congresso, mas não
onseguiu autorização dos parlamentares para isso.
Estabilização, reformismo liberal e reorientação externa
plano produziu um impacto extraordinário sobre a vida econômica
IIH i nal, A reforma monetária (MP 168) foi o seu elemento central, mas
uinta-feira, quando Fernando Collor tomou
Dia 15 de março de 1990, q" f b lado de grande esperan a I. incluía também medidas de reforma fiscal (elevação da receita fiscal,
ídê , d Repubhca o ez em a
posse da Presi encia a " d 710/ dos brasileiros tinham forma administrativa e privatizações), políticas de renda (preços e salários)
D tafolha mais e
popular: segun d o o a
/0
'" ' bom o que contrastava \ IlfIlfticas cambial e de comércio exterior.
iva d governo sena onmo ou, ,
expectauva e que seu id a o governo Sarney runn ( ) hoque monetário pretendeu reduzir drasticamente o volume de
, '- de 56°/ dos entrevistados que consi erav
opllllao /0 ltulu-iro em circulação que o governo achava excessivo, pressionando
" 3
ou pesslmo. d I' pois o país passava po. 111 i.uitemente os preços para cima. Reduziu portanto a "liquidez", quer
- ia fá il e se rea izar,
A esperança nao sena ~ a~ N- b stasse a disparada da infla ao. I (I. (l volume de dinheiro existente como moeda, como depósitos nas
difi ld d economlcas. ao a . 111.1 correntes e a prazo e na forma de títulos públicos e privados, que
grandes 1 eu a es d fi 1 d 1982 tinham se interrompido
desde a crise de dívida externa" e na B '1' d de 1988 o país \I 11 I I, 1111 facilmente ser transformados em moeda. Como se fez isso? A re-
"d it s para o rasi e, es ,
os fluxos voluntanos e capi ai d ternos (moratória) para evitu 11\1 I 1I1()1J tária substituiu o cruzado novo, a moeda corrente de então,
d 'dos aos cre ores ex
fazia os pagamentos evi bi Ad mais a economia brasileir I \I Ic 1 fI It ictrc .Esra ubstituição ocorreu de duas formas principais: permitiu
d servas cam iais. e ,
o esgotamento as re , de quinhentas empresas est rai ) . I , 11\ 11 dilllll'iro na. mã do público e os depósitos à vista e das cadernetas
nha presença forte do Estado (mal~ f ão de barreira tari '1.\ 1'111111 111 I .u ~ 50 mil cruzado novos fossem usados como cruzeiros; e
I - o ao extenor, em unça
d
muito fecha a em re aça , o-e para prot 'r a i,HIII II1 111111111 I {OIlVl'I'S 10 1'111 'rLIZ 'iros de 20% d demais ativos financeiros,
, , ' incidi sobre as lmportaç
não tanfanas que inci la~ , íoso ()I1l o !'ov ruo do \', I \ I" dtll do VI 111'"' 1110 do 1111110 ,"I()(lo () restnnt d cruzados novos
nacional. Mais ainda, existiam conten I
o GOVERNO E o IMPEACHMENT DE FERNANDO COllOR DE MEllO
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA

eliminação das barreiras não tarifárias às im -


existentes em depósitos bancários e aplicações financeiras seria retido no sobre fretes e dos impostos bre i _ portaçoes, das sobretarifas
so re Importaçoes de eq , , d
Banco Central e devolvido - com correção monetária e juros de 6% - em A ideia era manter apenas as barrei ifá , uipamentos m ustriais.
arreiras tan anas às im -
12 parcelas mensais a partir de setembro de 1991. Calculou-se que estas reorganizá-Ias e reduzi-Ias. portaçoes e, no futuro,
regras de conversão deixaram como cruzeiros, aplicados ou não, somente Do ponto de vista global o Plano C Il foi
cerca de 20% dos cruzados novos existentes sob as mais variadas formas. apital-dinheiro e às suas vá~ias f .d or 01 antes de tudo um ataque ao
ormas e conservação de I ( I'
Os 80% restantes só se transformariam em cruzeiros a partir de setembro fi nanceiras com liquidez diiana, ), ataque que supunh va or ap icações
de 1991 (Pastore, 1990, p. 157). O governo permitiu, de início, por sessenta .III ação tanto o "excesso d I' id " a estarem na raiz da
fI e iqui ez como as fo " I"
dias, que dívidas existentes e impostos pudessem ser pagos com os cruzados c conservação da riqueza rmas quase Iquidas"
I
indexada", mantida pela aç'ã~ ~ueEse cdostuOmba~a chamar então de "riqueza
novos retidos no Banco Central. o sta o. viarnente f '
Como se observou, o plano incluía também iniciativas de "ajuste fiscal": onerou as classes proprietárias ' , ' esta re orma atingiu
pretendia não apenas zerar o déficit de 8% do PIB previsto para 1990, mas m \ mo, as camadas supe ' .dosrrabalha, a classe média profissional e,
nores os trabalhad I '
também produzir um superávit nas contas públicas de 2% do PIB. Para isso 11 fi m, onerou todos aqueles qu ' h ores assa anados urbanos;
e mantin am parte de ha '
o governo instituiu medidas de dois tipos. As de efeito transitório, como a IlIl exada, aplicada em tít I veres como nqueza
I u os ou poupança com cor -
instituição de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre os ativos (f. allum Júnior, pp. 90-92), reçao monetária e juros
financeiros existentes em 16 de março, a venda de Certificados de Priva- Embora sindicatos e suas centrais CI
tização para utilizáveis na compra das empresas a serem privatizadas, um aliás o fizeram contra tod I amassem contra o Plano Collor -
os os panos heterodo d bili
suspensão de incentivos fiscais concedidos a fundos de investimento como ra nde massa de trabalh dores assalari xos e esta 1 izaçâo=,
a ores assa anados n - foi iudi
o do Nordeste e da Amazônia e outras. E medidas de efeito permanentl. I um lado, tiveram reajustes reais de I" ao 01 preju icada, já que,
1I110miasforam em geral d sa a~tOs e, de outro, suas eventuais
como a instituição de tributação de ganhos de capital nas bolsas de valorc • . preserva as pOIScerca de 90~ d d
de imposto de renda na agricultura, de reduções nas isenções do imposto ti ,I poupança não foram atin grid as pe Io bloouei oqueio.' o as ca ernetas

importação, aumento do imposto de renda sobre as exportações, a extin "I (,0111 Collor antecipara o seu Iano d
I ph' e a direita indign .da: p
' ,
e estabilização deixou a esquerda
de dezenas de autarquias e empresas públicas e privatização de empr S I a a. era um ataque de um 1" - '
I squerda aos proprie ta' , , , po ltICOnao vincula-
estatais, reforma administrativa (com demissão de funcionários) e eliminn , nos e aos empresar 'I
I11 I I I n propriedade riv d tOS,p01Se evava impostos e
ção de salários indiretos de servidores públicos (as chamadas "mordomi I
No dia eguinte a: la:ç:~ onteradndoIsuas reservas líquidas de capital.
I

como residências funcionais e automóveis de "representação"). en o o p ano segundo 'L '

No que diz respeito à política de rendas (preços e salários), houve COIlI'1 IPltai' e tad ' ,pesqUIsa reita em
uais, constatou-se que 58~ d '
\I I medida eram boas e 60~ di o os entrevistados avaliaram
lamento de preços até 1 de maio - com liberalização gradual a parti r tI!- I I
0
o acre Itavam que a infla - " b '
I

data _ e fixação do reajuste salarial de março conforme o IPC d f Vl 1111I 111110, () plano de estabiliz açao - 101L' d e fato bern-sucedid çao O maJ diaixar."" ,
(72,87%). A partir de 15 de abril, o governo anunciou a prefixação \l\lll I I 11111li: k ialidade e o C ' I O. U iciano
ongresso Nacional o a
da taxa de correção dos salários, embora estes pudessem er ult rnp.I I II 1,1 11' • A in f • "ão de' Il1ICIO, , io. ced
ce eu: o INPC que tinh
provou com pequenas
id d 82
dos pela livre negociação desde que os adicionais concedid S 111 1'0 1111 "111III.11'Ç<aiu para 14 , 67~ o em a b rt'I e para 7 31~ a SI o e 'M,18%

repassados aos preços.


11 1111\0 reiom ram ritmo
l ascen d ente - o INPC ' bio em maio. as
Por último, o plano instituiu a flutuação do cãn1bio 1\111'Il0V I \" ,\ \11111111 \ u I I .) %, em julh , 1218% em ~u "" ~ara 11,64%
11ti 1111 I >() li 111 •• I' • I' agosto, ate anngir 19,14% em
tica de comércio exterior, com o propó ito d lib 'r, li", -lo t' 111111\ \1111 • /fi, li /llll'l ro c l' I ssim o PIano Collor acabou
I . As'
competitividade da produçã na i 11 I. E!ll. II)V\ pol tlll\ l()lll\'~IIIl I' I

II I
li"
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
o GOVERNO E o fMPEACHMENT DE FERNANDO COLLOR DE MULO

fracassando no seu objetivo político central, liquidar a inflação - como tro, aumentar progressivamente a capacidade de competição da indústria
afirmara o presidente, ainda que o Plano Collor afastasse o país do abismo reduzindo cautelosamente as tarifas de importação ao longo de quatro anos:
hiperinflacionário em que ameaçava cair no início de 1990. começando em 1991 e encerrando-se em 1994. Sublinhe-se que, de fato,
Claro que a retomada da inflação resultou em grande pressão sindical e
dos partidos de centro e de esquerda para que se alterasse a lei salarial que o programa original era cauteloso: o ritmo de redução das tarifas não era
eliminara a possibilidade de "recuperação das perdas". As pressões resul- uniforme, intensificando-se nas duas últimas etapas; e o grau maior de
taram em nova Medida Provisória, a MP 193, emitidá em 26 de junho de proteção era reservado aos setores intensivos em tecnologia (informática
1990, e reeditada várias vezes com nova numeração e pequenas alterações, química fina e máquinas-ferramenta com controle numérico) (Sallum júnior,
2001, p. 274).7 '
sempre mais favoráveis às demandas oposicionistas, até o final do ano. Estas
medidas provisórias autorizavam que, até agosto de 1991, se concedessem
reposições salariais pela média real dos rendimentos dos últimos 12 meses, Jo. te reformismo liberal, que pretendia que a economia brasileira se in-
instituindo depois a "livre negociação". I was~e de forma competitiva no capitalismo que se globalizava, estava
, Este fracasso parcial se repetiu na "reforma administrativa". Ela dis- mronizado com uma reorientação importante da política externa do Bra-
pensou mais de 100 mil funcionários públicos - na verdade quase a metade 11 Esta estivera marcada, ao longo do período da Guerra Fria, por uma
foi colocada apenas "em disponibilidade", sem perder, portanto, seus IIlt ulação ao Ocidente, mas com a estratégia de manter a "autonomia pela
salários, mas não foi acompanhada de nenhuma mudança significativa na I1 1incia", o que significava preservar certo afastamento em relação ao país
administração pública (cf. Martins, 1997). A reforma serviu, porém, de I d,'" os Estados Unidos, e não aceitar quaisquer regras internacionais que
um lado, à propaganda oficial que assegurava acabar com a ineficiência 1I~c1assem a hierarquia de poder mundial existente elou restringissem
os privilégios e as mordomias, e, de outro, a criar enorme animosidad Iria rdade de intervenção do Estado nacional sobre a vida econômica e
no movimento sindical, que contava com participação importante de ser- 'l.tI ( f. Fonseca Jr., 1998).
vidores públicos. grandes transformações que ocorreram na política internacional _
Entretanto, o processo de privatização das empresas do Estado e d 111I ti sagregação da União Soviética simbolizada pela queda do Muro
reinserção internacional do Brasil foi implementado pelo governo com mai B,,'i,~ em 1989 -, na organização
da economia mundial e na orientação
consistência. O Programa Nacional de Desestatização (PND) foi aprova nuca dos Estados dos países desenvolvidos que foi disseminada para
11111
do em abril de 1990 pelo Congresso. O processo mesmo de privatiza :lO ti ""Iis países sob a forma de recomendações codificadas no "Consenso
começou em outubro de 1991, quando foi privatizada a Usiminas, e ar, o I 11111 zr n"," tornaram anacrônica a estratégia da política externa
final do governo, setembro de 1992, foram privatizadas 14 empresas sob li. 1',1, A elit diplomática do país entendeu que, em vez de encolher-se
batuta do BNDES, que se encarregava da gestão do Programa. I. (111 uns fronteiras, o Brasil ganharia mais se participasse ativamente
Além de eliminar, como vimos, as barreiras não tarifárias ao com , I " u u \O da nova ordem internacional que surgiria a partir do fim da
cio exterior, o governo lançou em junho de 1990 a Política Indu tri.d " I h, I ( r. Azarnbuja, 1990). Esta reorientação da política externa se
de Comércio Exterior (PICE) que visava a renovar o parque indusui ti I ,I dllOIl ('1111
rês tip de iniciativa: redução dos conflitos com os poderes
brasileiro, tornando-o competitivo em termos globais, já que a indu III
I li ti I dtvidn t rna, da não proteção às patentes farmacêuticas e
crescera apenas 0,2% ao ano na década de 1980 e êstava muito "(li ,ti I '1111111.li' IIl1plillÇIHda açã diplomática brasileira para incluir novos
em termos internacionais. O programa envolvia, por um lado, elimin \I 11
11111
til ti 1!1I11Í" lOIlI() o d m i ambiente e o dos direitos humanos'
controles estatais sobre a indústria e privariznr cmpr 'S.1 esuu li , ( ti 1'"
I " I, 1'\1 I~ 01111('/1" 'i()I\HIhr ,sil 'ira orn a n trução de um bloco

1111 111
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
o GOVERNO E o IMPEACHMENT DE FERNANDO COllOR DE MEllO

econômico regional, o Mercosul, com seus vizinhos meridionais da América


o presidente lançou o Plano Collor I 15
do Sul- Argentina, Uruguai e Paraguai.? mínimo de oposição ent d ' em de março, encontrando um
re os po eres de Estad id
O conjunto de estímulos governamentais à renovação e à competitivida- esquerda e entre as entidad d I o, nos parn os de centro e de
de industrial e da economia como um todo não teve no governo Collor o , ' es e c asse. Em funç- da si - ~
cnnca, deu-se ao presidente ' 1 itud ao a sItuaçao economica
efeito esperado em função da incerteza decorrente da retomada da inflação maior atrru e de vo d '
Conseguiu que o Supremo Tribun 1F d 11 ,o o que tena usualmente.
e, especialmente, em razão da profunda recessão que o plano de estabiliza- a e era egahzasse fi ' , ,
que promoveu nas Contas b " d " o con sco prOVIsono
ancanas eposItos b " ,
ção produziu na economia. No final de 1990, a inflação já beirava os 20% c teve aprovadas pelo C ' ancanos e títulos da dívida;
ongresso, com poucas m díf -
ao mês e o PIB brasileiro apresentou queda de 4,3%, tendo a indústria de provisórias em que se mate ' I' PI o 1 caçoes, as medidas
transformação, em particular, reduzido o seu produto em 9,5%. na IZOUo ano Collor. _
No entanto, na medida em que o eri o d ' , _ ,
As irrovações econômicas introduzidas pelo governo ColIor, apenas em diminuiu a adesão política ao resid p g a,hIpennflaçao fOI afastado,
parte bem-sucedidas, deram lugar - especialmente pelo modo como foram o,~ônus diretos ou colateraI's Pd ente'd~ parur do final de maio de 1990,
implantadas - a uma articulação política defensiva e, mais tarde, ofensiva a extraor lllária ' -
ordem econômica converr d llltervençao do Estado na
eram-se em ernand f' ,
que acabou por encurtar o governo iniciado em março de 1990. É o qu tll11 de oposição e em esrí l' _ as en ancas das forças polí-
irnu os a reaçao dos d d
se verá a seguir. I sos do Executivo A d ito d po eres e Estado contra os
. esperto essas reaçõ L
I ('S impostas a seus pod es, poucas rorarn as limita-
eres e raras as der t f id
, rnando Collor. ro as so n _aspela política de
Democratização e poder presidencial
I c um lado, isso decorreu do fato de o ove ' ,
111.1 I gíslar o instituto da M did P "~ rno ter a sua dIsposição
Fernando Collor de Mello montou seu governo sem negociar cargos e re 111 I 111 L', "em caso de relevân-. e I a ~,rovrsona . EIe permItIa ' ,
que o presi-
sos do Executivo com os partidos a quem solicitava apoio parlamentar pai I ancIa e urgencIa" itisse r] '
111"" imediata de lei até L ,emItIsse etermlllações com
seus projetos. Com isso, desprezou os procedimentos de seus antecessou
que rossem aprovadas 1 C
111101 dias. O instituto era ' d pe o ongresso dentro de
Tancredo Neves e José Sarney, cujos ministérios surgiram ou foram 11(111
novo, cna o pela Co ti - - d
'1IIItI' espaço de mando a h L d ' ns ItUIçao e 1988, e dava
compostos de forma negociada com partidos majoritários no Congrei II o c ele o ExecutIVO Até h d
,o! lareza sequer sobre a po ibilid d _ . e jun o e 1990 não
Em vez de arrebanhar forças partidárias para compor maioria parlarneut 11 . SSI I I a e ou nao d id
I d,d is provisórias recusad I C e o presi ente reeditar
concedendo a elas, em contrapartida, participação nos recursos do Exeru as pe o ongresso Na 1 ~
111111 vez recusada uma medida el . que e mes? STF decidiu
tivo, o presidente Collor optou por mantê-los sob seu controle dir '10, I fi dll., In. Havia no entanto p 'bo'l~dongresso,o ExecutIVO não podia
de seus auxiliares, reforçando sua posição mediante contínua carnpr "li I d , , a POSSI I I ade de o di
IIII.,~provisórias com peq dif _ governo e itar novas
marketing político que acentuava sua personalidade, sua virilidad '(' till ti uenas mo 1 caçoes de 'd
/"1 I IlI'ri, /TI perigo de se d COnteu o para substituir
r recusa as pelo L 'I' ,
dades messiânicas e confrontava adversários. No Legislativo, conteutun I I P /9 I ' egis atIVO.FOI o que ocorreu
, que regu ava os reajustes de sal' ,
desde o início em obter maiorias ad hoc, projeto a projeto, vota ;0 n ve11I " 1IIIl'rior Em se ' , ano, como mostramos na
. u pnmeIro ano de gover C 11 E
Não constituiu, portanto, maioria organizada no Congre o. '"1 dlcldS pr( vi rias: foram 143 MP no, o or ez extenso uso
Esta forma de governar, encarnação da utopia presiden ia! {l11'11/ 11/ I 11 /1(" j,( l'S d . iniciativa ,s em 1990, grande parte das quais
ria,1O foi bem-sucedida enquanto o presidente teve Iegitirnidn I, ('111 tlllI I
s antenores com pequ I -
111I II I l/l"c,' -j'lI'- pel C enas a teraçoes, de forma
l' o ongresso.
por combater um inimigo interno) a hip rinflr fio, qu " 111 '''\ IVII I "I"
1111 I I I/,IH) pl\l' I 1 I 11'a intensidade e fi ' ia d ' _
vência material da grande n iorin tos b"\Niki,o . COJlII I ,ldpl'llIllI, I e cacia a OpOsIçao n L '
1 I P! I I 1111 11f t' 1]0 St'l' LI' do s '111 Ser de 1990 _ o egrs-
, nao decorreu apenas
11
11
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA o GOVERNO E o IMPEACHMENT DE FERNANDO COLLOR DE MELLO

de o presidente dispor de um sistema legal que o favorecia e de contar, no Fez-se congelamento de preços, nova lei salarial e desindexação de títulos
início de seu governo, com grande legitimidade para evitar a hiperinflação. públicos.
Decorreu também de estarem os parlamentares no último ano de seus man- A reação negativa de centrais sindicais e entidades empresariais às no-
datos; enfraquecidos, pois, já que precisavam fazer campanha eleitoral para vas medidas e à entrada em cena de um novo Congresso Nacional - com
renovar seus mandatos nas eleições de outubro de 1990. parlamentares recém-eleitos, com cinco anos de mandato pela frente, e
Ainda assim, a oposição partidária opôs resistência significativa e iorn dirigentes que prometiam fazer valer o poder do Legislativo - levou
visível à legislação salarial, obrigando o governo a alterar suas inten- () governo a adotar nova postura diante do Congresso. De um lado, ele
ções iniciais - associadas ao objetivo de estabilizar a moeda - .d~ mod.o passou a negociar mais efetivamente o Plano Collor II no Congresso e,
a proteger da inflação, residual e vindoura, as faixas salariais mars d ' outro, comprometeu-se a editar medidas provisórias apenas em casos de
baixas. -Para essa resistência ela contou com a sustentação de um forte 'AI "relevância e urgência".
movimento sindical grevista. Embora a dinâmica dos interesses eleitorais Com tais promessas e negociações pontuais com segmentos do Congres-
tendesse, por si só, a produzir essa conduta parlamentar, ela expressava °
o, presidente conseguiu aprovar o Plano Collor II e evitar que o movi-
também a associação que o movimento pela democratização fazia, desd • mento oposicionista restringisse seu poder de editar medidas provisórias.
a década de 1970, entre as lutas pela democracia política e pela redução Entretanto, o Plano Collor II se mostrou ineficaz contra a inflação: de
das desigualdades sociais. Para este movimento uma conquista sempre mediato os índices de preços declinaram, como era de se esperar, chegando
esteve vinculada à outra: a forma democrática de governo foi associada 11111 mínimo de 5% em abril, mas, logo depois, recomeçaram a subir, com
expansão aos direitos sociais e a um mínimo de democracia substantiva. INPC atingindo 6,7% em maio de 1991. Neste mesmo mês o governo
De forma menos visível, a oposição parlamentar fez tramitar, já n \( Ihou por abandonar o projeto de eliminar a inflação de forma heterodoxa
primeiro ano, projeto de lei complementar que restringia os poderes do 0111 um tiro só"), sinalizando, pela substituição da ministra Zélia Cardo-
Executivo de legislar por medidas provisórias. 11 di' Melo pelo embaixador Marcilio Marques Moreira no Ministério da
Assim, mesmo no seu ano inicial de mandato, quando a luta contra 111 11 imia, que adotaria uma política econômica francamente
.
ortodoxa ,sem
hiperinflação e as medidas iniciais de liberalização estavam no topo ti I "1'111 rn das regras do jogo, Os índices de preços mostraram que a mudança
agenda governamental, as questões relativas à democratização foram 11 I !,,,III i a não fora capaz de evitar o crescimento da inflação: em junho o
pomo da discórdia. No que diz respeito às questões referentes à dim '11 \11 1'(, lóí ra de 10,1% e, depois, os números seguiram trajetória ascendente,
social da democracia, as esquerdas tinham o apoio de grande parte dI! umprindo a promessa de reduzir drasticamente o número de MPs edi-
partidos de centro (PMDB e PSDB); na questão institucional, era o 'lIt 111 II () governo eliminou a face mais visível da proeminência do governo
parlamentar que tinha a liderança, contando com o apoio das esquct ti I "I II Ll'gi lativo. Seguiu, porém, governando sem o apoio de uma coalizão

(PT, PCdoB, PSB, PDT etc.)." 1"111 I1 in no Congresso, com base apenas em maiorias parlamentares

Ainda que em seu primeiro ano de mandato o presidente Collor 'li f II 1I I ••, lI!>l ida em geral de parlamentares de partidos mais conservadores,
tasse uma oposição sem força suficiente para resistir à força governa 1111'111 li 1111 11 I'I>S, PFL, PTB, PDC, PL e outros, além do partido que formara
a ordem econômica ofereceu resistência crescente à política econôrui 11,11 , I' It'gt'r, o PRN,'2 Isso foi possível em função dos extensos poderes
vernamental- a inflação, como se viu, retomou impulso em m 'io :1 111111 ti 1111VII '11" n .onstiruição de 1988 concedeu ao Executivo e ao atendi-

II1I 111 I 11 III II d . ti .rnnndas de pa r1amentares que o seguiam, A não ser em


recessão econômica.
Frente a isso, o governo decidiu desencad 'ar, mais uma v ':I., \11111 !to,,\! 1I 11111 () 11111. IVO d • m xlida provisórias, o Congresso não questionou
monetárioheterodoxo,oPlano li r Il, 'dilldlll'll\ 1i d, 1\11\'11011" "1'11 11 II o pOl l'I'llIllIdo ,nllor d p dere Jegislativos concedidos ao

11 I1
o GOVERNO E O IMPEACHMENT DE FERNANDO COLLOR DE MELLO
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA

As articulações eventuais dessa frente partidária democratizante tiveram


Executivo pela Constituição de 1988, a exemplo do grande poder de veto
o suporte de organizações sindicais, como a Central Única dos Trabalhado-
sobre projetos de lei aprovados pelo Congresso. O que os seus apoiadores
res (CUT) e a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT); profissionais,
_ partidos e parlamentares - demandavam, primeiro velada e depois aber-
como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras; confessionais, como
tamente, era compartilhar os recursos do Executivo.
a Comissão de Justiça e Paz da Igreja Católica; e mesmo uma empresarial
Desta forma, as divergências em torno da democracia incluíram três de
(PNBE), sinalizando que os partidos associados expressavam um movimento
suas dimensões: a político-operacional, que dizia respeito aos recursos que
ocietário democratizante, ainda vigente.
o Executivo podia compartilhar com os partidos e parlamentares como
A distância entre projeto e realização foi deveras extraordinária, sobretudo
compensação pelo apoio recebido no Congresso; a institucional, que incidia
m sua política de liberalização econômica, o que sublinha mais que tudo a
sobre a distribuição dos poderes legislativos entre Congresso e Executivo; e
istência dos partidos e do Congresso à forma do governo de conceber e
a dimensão social, que incidia sobre a remuneração da força de trabalho e o
onduzir a democracia de 1988. Sim, pois o reformismo liberal contava com
direitos sociais da cidadania. No primeiro caso, não se questionava o poder
I astante simpatia não só nos partidos da direita do espectro partidário mas
institucional do Executivo, mas desejava-se a participação dos governistas
t unbérn do centro. E, apesar disso, o Legislativo bloqueou a tentativa de
do Legislativo na distribuição dos recursos do governo. No segundo caso,
,I illor de aprofundar o processo de liberalização para além das medidas que
demandava-se mudança institucional para fortalecer o Congresso diante do
hrara no seu primeiro ano de governo. Com efeito, o presidente apresentou,
Executivo; e, no terceiro, exigia-se condicionar as políticas governament, i
111 março de 1991, um grande número de propostas de reforma econômica
à proteção dos assalariados em geral e, em especial, os da base da pirâ~idl'
em agosto, enviou ao Congresso vários projetos de emenda constitucional
social, como era o "espírito" da Constituição. Nas três dimensões, enfatiz \
li materializavam - exigindo maioria de 2/3 na Câmara e no Senado
das por distintos segmentos do Parlamento com maior ou menor intensidad •
11.1 erem aprovados." Apesar desta forte exigência, Collor tentou fazê-los
dependendo da posição que ocupava no campo político, demandava-se dI I
I I 11I itar sem muita negociação no Congresso, apesar de não contar sequer
Executivo uma postura mais equilibrada, menos prepotente em relação \\1
11\1 sólida maioria simples para aprová-los. Para aprovar as novas reformas
Congresso e às demandas parlamentares.
I residente usou como armas, de um lado, o marketing pessoal- cada vez
Na medida em que essas demandas por maior equilíbrio entre os pode
I 111)1>C nvincente em função de políticas fisiológicas e suspeitas de corrupção
não foram atendidas satisfatoriamente - e que os resultados socíoeconôru
I dl'sfi uravam sua imagem - e, de outro, a intermediação de governadores
cos das políticas do governo mostraram-se negativos -, surgiram r n 1II
mprcsários para pressionar o Congresso, sem qualquer resultado. Dado
parlamentares que reverteram parcialmente aquele desequilíbrio, esvazi \ 111"
1/1 111 politico dos projetos e a falta de compromisso do governo com os
paulatinamente as pretensões de poder do presidente. Suas realizações f(ll 1111
IlIdo de centro e, mesmo, com os de direita, o Congresso simplesmente
se tornando mais distantes das pretensões.
I 111 d,' li, agenda a discussão dos projetos governamentais.
Ainda assim, após algumas derrotas parlamentares, o governo t 'VI' 1\\1
I, 111 dt' não ter incorporado a agenda proposta pelo Executivo, o Par-
refrear seu ímpeto de mando no que diz respeito à política salarial, VI 11.1
11\11110 foi mai longe: aprovou no fim de 1991 proposta de renegociação
-se obrigado a aceitar, no segundo semestre de 1991, um proj to d(' 1I I ti
dlvid 1I israduais que contrariava a "política de ajuste" do governo
oposição parlamentar de centro e de esquerda que protegia OS ,S 1111I I
1111 1(' t ringiu fortemente a massa de recursos materiais pedidos pelo
dos de menor poder aquisitivoY Desta vez, como em outrr S o 'USIIII
11\11 J .11 \ ) tino d 1992.
longo de 1991, os partidos de centro e de esquerda. forma ram lIlllIl /""
11 IIld \ 1111 dl'Z('1l1br de 1991, uma decisão do Superior Tribunal de
parlamentar de oposição, na medida em que nr ndi: m 'HI IJ \'11\ 1111 I
I1 I 11''111111111 uuk no iov .rno que pagasse para todos os aposentados
democracia, seja no plano in titu ionnl, Ht'i 111011 \I\() , IIh I IIItiVI •

111
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o GOVERNO E O IMPEACHMENT DE FERNANDO (OLLOR DE MELLO
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA

dos aposentados e dos trabalhadores da ativa. Para isso teve que convocar
e pensionistas um reajuste de 147%, equivalente ao do salário mínimo,
extraordinariamente o Congresso Nacional e pedir que "colaborasse" com
dramatizou ao máximo as dificuldades do governo de manter, no ano se-
o Executivo, aprovando os reajustes.
guinte, sua política econômica em moldes ortodoxos, com rígido controle
. O Congresso, porém, disse não. Ainda em janeiro de 1992, não só as
das despesas. , . ., lideranças dos partidos de centro e de esquerda recusaram-se, como quase
A restrição que o Congresso impôs no fim de 1991 as posslblhd~des de
sempre o faziam, a onerar os trabalhadores e aposentados. Desta vez, as lide-
Collor governar decorreu principalmente da percepção, cada vez mais clara,
r; nças dos partidos sit~ados à direita do espectro partidário, como PFL, PDS,
da maioria das forças políticas de que, a despeito de ter deixado de lado a
I TB, PDC, PL, tambem se recusaram a aceitar a proposta do Executivo. O
edição de medidas provisórias, o governo mantinha um ace.ntuado vol~n-
~overno tentou escapar do torniquete parlamentar, decretando a postergação
tarismo que se expressava na aguda desproporção entre proJe~o ref~rmlsta
por um ano dos pagamentos devidos aos aposentados, o que contrariava as
e possibilidades políticas de sua realização. Suas propostas l~b~~ahzantes
lemandas "sociais" usuais da esquerda e do centro. Os partidos da frente
não se sustentavam em uma avaliação realista sobre as posslblhdades de
Irll1ocratiz~nte tentaram, então, resolver a questão por decreto legislativo
encontrarem assentimento entre as forças de direita e de centro, quer dizer,
'1111' ontranava o do Executivo, mas não conseguiram aprová-lo de imediato.
em uma avaliação que levasse o Executivo a reduzir, por concessões ao
O b!oqu:io parla~entar acabou levando o Executivo a redefinir a posição
partidos e parlamentares, o alto custo político-eleitoral das reformas qu.
III! • te entao mantivera em relação ao Legislativo. Por um lado, iniciou
propunha. A orientação do Executivo sinalizava claramente a descon~l
1111,\ reforma ministerial limitada, substituindo alguns ministros acusados
deração pelos interesses políticos sediados no Congresso e, por e~ta VI I,
t l orrupção e dando ao PFL, maior partido conservador do Congresso
a incapacidade do presidente ·de liderar a maioria das f?rças políticas 'I,"
111 lc ulação política do governo. Com isso, indicava a intenção de muda;
alguma direção. Ademais, sua política econômica contmuava a produZ\!
II I I ( lnções com o Legislativo na dimensão politico-operacional da demo-
resultados medíocres: o PIB voltou a crescer modestamente, 1% em relaçuo
I 11 I t, Mas não enunciou em que medida o seu governo buscaria construir
ao ano anterior, e a inflação chegara em novembro e dezembro a 26,5%
I oalizão governista no Congresso Nacional.
24 1% altura bem maior que as dos mesmos meses do ano anterior.
I ,I(' no de recomposição das relações com o Congresso não teve,
,A despeiro dos sinais de deterioração da autoridade do Executi~o d i011l1
" 111, o r sultado esperado pelo Executivo. Os meios de comunicação
do Congresso, Collor parecia não perceber no final de 1991 a precanedadl' I
I 1111 (01 rtura francamente favorável aos aposentados, e os sindicatos
situação política em que se encontrava, pois terminou o ano comprou I
111 1111/ 11:l m manifestações públicas de massa, limitadas, em seu favor. A
tendo-se a implantar no ano seguinte, 1992, o programa de refor~:\ 11
I I \0 pnrtidária não se conformou com a "solução" encontrada pelo
nem conseguira fazer o Congresso discutir em 1991. As forças políti ,I •
11111 I 111 ti nau judicialmente o decreto que emitira postergando o
moviam, assim, em direção a um impasse sem que o presidente apar '111 I
111111110 dos aposentados. Ademais, a oposição de centro e esquerda
ter plena consciência disso. I 10 11 por segmentos da direita partidária - recusou-se a permitir a
1 I n de qu: lqu r matéria legislativa e, mesmo, a oficialização do
dtl II0VO ( rd nador político do governo, o ex-senador Jorge Bor-
A virada do Legislativo I 11 .111 I'FL, l"1I<)U, nt te não desbloqueasse a tramitação, em regime
I 111 I I lu t1t'Ul'l () do ngr sso que pretendia anular os efeitos do
No início de 1992, o presidente manteve o mesmo-padr50 de olldl1l I ,
It 111111101111 '111(' l' '10 Ex cutivo para postergar os pagamentos aos
ano anterior: tentou enfrentar os gastos com ap s nn lorins I 'I '1111 11 I ,
111 11111 1" 11 IClltiNt ,IN.
pelo Judiciário por meio de uma 1 vn 50 11' C( 111 rihuiç< " I 1('Vi 111111 1

111
'fi
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
o GOVERNO E o IMPEACHMENT DE FERNANDO (OllOR DE MEllO

Com seu governo praticamente paralisado no Congresso, o presidente


Foi nesta ~osição política pouco sólida, a despeito da exaltação d
finalmente cedeu, em meio a um clima de opinião francamente negativo em parte dos me d . e uma
que despontavam novas acusações de corrupção contra auxiliares muito _ IOS e c~mu_mcação de massa, que o presidente foi atin ido
por acusaçoes do seu irmao mais jovem Pedro Coll d ~
próximos. Conseguiu nomear seu ministro para a articulação política e bli d' ,or, em uas entrevIstas
tentou retomar o controle do processo político promovendo uma grande pu .Ica as, nos dias 10 e 24 de maio, pela revista Veja. Ele acusou o irmão
reforma ministerial, mais drástica do que a inicialmente pretendida. ~resIdente ~e ser o responsável e maior beneficiário das atividades suspeitas
II A reforma permitiu afastar auxiliares acusados de corrupção e reforçar c~r::so~reIr~ de ~ua.campanha eleitoral, PC Farias. Agora, a suspeita de
sua equipe de governo com ministros conhecidos por sua competência . .pçao nao atingra apenas auxiliares que o presidente poderia f .
urrngra ele m d a astar,
i I técnica e com alguma relação com os partidos conservadores, incluindo I' _ esmo, ~cusa o de ser o verdadeiro responsável pelo esquema
entre eles antigos colaboradores do regime militar autoritário. A coalizão corrupça? orgamzado por PC Farias.
II

II governista era, de fato, pouco sólida, pois a inclusão dos partidos conserva- h I A aCUtação era p~l~ticamente gravíssima, pois o presidente não tinha uma
dores no governo não foi a desejada por eles, à exceção do PFL. Ademai , , se ~~r ame~t~r ~oh~a e, agora, estava ameaçado de perder seu alicerce
Collor tentou, sem sucesso, trazer para o ministério um partido de centro imbólico, de nurrugo Intransigente da corrupção, de "caçador de m ""
I que colocava em' arajas ,
- o PSD B, tanto pelo prestígio de seus quadros como para garantir com i M I " 'bl' ~eque sua autondade moral para exercer a Presidência
pelo menos maioria simples no Congresso. De qualquer modo, a crise d, /I cp.u ica. ~om ISSO,tornava-se mais difícil assegurar a lealdade da base
janeiro foi superada em começo de abril de 1992 com a formação de alWI (Iv('rOlsta~pOISos custos políticos da adesão tendiam a se elevar.
próximo a um governo "de coalizão", ainda que minoritária, no Congre: NO , Adem~s, o deslocamento das disputas políticas dos problemas de
Collor recuperou um pouco a capacidade de governar, mas continuaria I cmpen ~ ~overnamental para a questão da corrupção simplificava o
depender de maiorias ad hoc para aprovar matérias no Congresso. IJllb:Hep~l~tIc~ e aumentava as oportunidades para que ele extravasasse do
Sublinhe-se, porém, que a superação da crise foi obtida com a reduçã ti I 1II'I)()polIt!co-Institucional, envolvendo atores coletivos sem participação
pretensões de autonomia do Executivo em relação à sua base parlam '111II 11 11 na esfera políri '
,I 1 rca e, mesmo, um círculo mais amplo de cidadãos
ele ganhou fôlego político, mas ao preço de compartilhar poder e recut 11 11 I l se conectavam.
do governo com os que o apoiavam no Legislativo. O presidente aprcscnn '11 ,I usação de corrupção d I
. _ ' e qua quer modo, tornou quase inevitável
a nova equipe ao público como o "ministério dos notáveis", homens (. 11'I
'I I op siçao parlamentar investigar as denúncias Contra o presidente
zes, de reputação ilibada e comprometidos com seu programa re fo ri 11I I ''''/1 I de perd l' .
as po incas praticamente certas Mas ela fez . d
,
de modernização da economia. A reforma foi festejada pela maionu d,· I' J' P DB . l' mais o que
, e .PMDB formaram uma coalizão partidária de centra-
meios de comunicação de massa, mas não permitiu ao presidente r' 1111I 11 l'" fi/ti pura unificar suas ações contra o governo' .
a autoridade para grandes voos reformistas. ( . _ , e consegUIram aprovar
111111.'\/01<10 Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) . .
Além de o governo só ter conseguido fôlego político limitado flllll' I 'I.ft I ' PC F'" para InVestIgar as
Legislativo com a reforma ministerial, a opinião pública torn u-s I I 11" , , 1 I arras. Cnaram, aSSIm, uma trincheira institucional que
1," I( ,\ 'e autoridade aos ataques que desferia no governo no plano
mente negativa em relação a ele, e um conjunto, ainda p qu '110,d, 11111 1/1, 11/111 a usaçõ .
coletivos com presença eventual na esfera pública, reprcs nuuulo dd, I 1\ " . oes COntra o presidente feitas por seu irmão mais
"
111Ii I1diZ 11'(1111 a articulação governista man h d _
segmentos sociais (como trabalhadores assalariado, clhss ' 111 ~dlI !l' (lI, 11'" ' c aram e corrupçao a
111I II (,ollo!' • p 'rmitiram a unificação d . _
e uma reduzida fração do p qu 11 11 pr snrin 10),;1 procuruvn ( 111/1111 " I a oposição parlamentar.
emfavordaop si â parlamcnuir de (.'11110('(1j11l'1t!IU)IIIII01'1l1l11 11 III 11 I" li' 'lIltlIS, [uc a c alizão oposicionista fixou claramente os
I

d. II I 11.10, EII dt' 'id;/I uunr 'fTI b diência ao d . . .


qua ro InstItuc/O-
1 11
I I
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
o GOVERNO E o IMPEACHMENT DE FERNANDO COUOR DE MELLO

nal vigente, marginalizando as correntes políticas - presentes no PT e no Tendo isso tudo em vista, as chances efetivas de interromper legalmente
PCdoB - cujas demandas implicavam ruptura das regras institucionais.
~ mandato do presidente Collor não pareciam grandes, seja porque não
Por outro lado, o governo - embora fragilizado - conseguiu usar o
tI~ham aparecido evidências suficientes para sustentar que tivesse havido
espaço de manobra de que ainda dispunha no Congresso para limitar os
nrne de ~es~onsabilidade, seja porque a oposição estava longe de contar
objetivos da CPMI: ela foi constituída não para investigar o presidente
orn a maiona necessária para aprovar o impeachment.
Collor mas apenas PC Farias. Ademais, o governo conseguiu moldar par-
cialmente em seu favor a composição da comissão.
Essas alterações das relações de força no campo político-institucional
r/se política e impeachment
estimularam mudanças no plano societário, as quais reversarnente reforça-
ram a posição política da coalizão de centro e esquerda diante do governo.
Houve, desde logo, uma mudança de posicionamento político dos
A onju~t~ra sofreu uma inf1exão decisiva em final de junho, quando
I .manano Isto É publicou uma entrevista do motorista da secretária
I
meios de comunicação de massa, participantes usuais da esfera política.
Acentuou-se a competição entre os diversos órgãos por um público ávido
I('N~oaldo presidente afirmando ter carregado cheques da empresa de PC
por informações sobre corrupção, CPMI etc. No entanto, o governo con- 1'1111s.para ~agar despesas de Fernando Collor. Com isso, surgiram pela
servou o apoio de quase todas as redes de televisão, reduzindo o impacto 1lII1I1Clravez indicações de haver provas documentais das relações suspeitas
do "escândalo" sobre a massa da população. 1111e Fernando Collor e seu ex-tesoureiro de campanha. A entrevista foi
Intensificou-se também a mobilização de várias organizações da "soci • III1l'/lento transformador," Ela desencadeou uma mudança importante nas
dade civil", críticas do governo Collor, tais como associações voluntária '11,0' de força entre os atores, rompendo os padrões usuais, rotineiros
orientadas para objetivos democratizantes, entidades religiosas, organiza I Irlnçâo política, abrindo uma conjuntura de crise política. '
ções de classe média profissional, sindicatos e até organizações de pequeno 1\ (o~lizãO partidária de centro e esquerda, que tinha a direção política
empresários. Elas adensaram suas articulações, constituindo o Movimento 'I movunenro contra Collor, vislumbrou a possibilidade efetiva do im-
pela Ética na Política (MEP), e desenvolveram ações de apoio à CPMI ' I. lnnent, ace.ntuou sua adesão às regras do jogo democrático e procurou
oposição político-partidária. II I ,I 11 utralidade dos militares na disputa política em curso. A CPMI
A atuação inicial na CPMI de partidos políticos, da mídia e das or ;1111 IIlulIl 110VO impulso, determinando a quebra de sigilo bancário de vários
zações da "sociedade civil" não conseguiu produzir perdas irrecuperávrt 1'1111)para colher provas; os meios de comunicação enfatizaram sua
à posição fragilizada do governo. Mantiveram o presidente sob ata 1'1 I 11111 n rítica dos eventos, alguns deles pedindo a renúncia do presiden-
mas não ameaçaram a continuação de seu mandato: os convocados 1" 1 11111 ti -ssa mudanças no campo político-institucional, o Movimento
CPMI não acrescentavam informações que pudessem demonstrar as su I1'11I f 1I I na Política se expandiu, incorporando mais de uma centena de
da oposição, os meios de comunicação acompanhavam os depoirncni« 1,,11' (' S ' estruturou fixando sede em Brasília, no escritório da OAB.
com viés mais ou menos crítico e as entidades da "sociedade civil" fllll IIII 11111 111.1\ ,10 de forças societárias, embora não tenha produzido de
algumas manifestações em local fechado mas de impacto políti o liuih 111111 111 uiifcsra ões públicas de grande visibilidade, cumpriu função
do; o presidente continuava com apoio da direita parlamentar, le 11III 11I1I I()II'SNO, on truindo o quadro interpretativo - isto é, o conjun-
da mídia e da maioria das principais organizações empresariais 10 li II I Idl t I ((l/ll <111(.' S' interpretou a situação - com que o conjunto da
Estas últimas davam suporte especialmente à sua política d libl'I'\!11 I I ,_., ••." •.,111111t IIIOI! . I Titil11()u ua luta contra o governo. Esse quadro deu
entendida como de uma barreira contra ataqu pr pri dn I' pllV 1.1I '1111.111'111111
I \()ulIllbill(.! ontra a orrupção,associando-oàluta "pela
às pretensões estatizantes das e querd s. lttl
1I11 lt ,"I'II·t1ll.lçlOt!n!em era ia almejada para o Brasil, um

II 111
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
o GOVERNO E O IMPEACHMENT DE FERNANDO COLLOR DE MELLO

regime de governo não autoritário, com maior equilíbrio entre os poderes pois ainda se temia a intervenção militar contra a participação popular no
processo.
do Estado, e promotor da expansão plena da cidadania. Esta associação
Entretanto, em meados de agosto, o próprio presidente, em discurso
entre ética e democracia não era trivial, pois rompia a vinculação popular
usual entre política e corrupção. Construindo esse quadro interpretativo, diante de uma multidão de taxistas no Palácio do Planalto, pediu manifes-
tações de rua em seu favor, o que acabou "autorizando" a mobilização de
disseminado pela imprensa, o MEP deu direção cultural ao movimento em
favor do impeachment, cuja direção política foi assumida, desde o início, massa que até então a oposição incentivava com muita cautela. Desafiada
pelo presidente, a coalizão partidária de centro-esquerda e o MEP desen-
pela coalizão partidária de centro e esquerda.
Em fins de julho, com a chegada da documentação solicitada à CPMI, cadearam, a partir do dia 16 de agosto, o Domingo Negro," um ciclo de
consolidou-se a mudança ocorrida nas relações de força política. A opo- mobilizações de massa, com participação estudantil muito importante, que
só terminou em final de setembro, com a destituição de Collor. O Domingo
sição encurralou o presidente. A coalizão partidária de centro e esquerda
anunciou o impeachment como alvo a atingir, ampliou os contatos com Negro produziu também uma transformação importante de conjuntura;
foi o evento impulsionador do aprofundamento da crise política em curso.
políticos conservadores e adensou sua articulação com o vice-president .
Itamar Franco para constituir uma coalizão alternativa de governo. Colloi Tais manifestações exacerbaram o conflito, aprofundando a crise política
e o Executivo foram colocados, em definitivo, no polo negativo do quadro levando a disputa a um novo patamar. A mobilização foi forte o suficiente
interpretativo do movimento pró-impeachment - já que marcados p 1.\ pa ra ampliar o campo das disputas políticas, alterando as referências usuais
I esfera político-institucional, mas não a ponto de colocar em xeque as
corrupção, autoritarismo e descaso com a maioria dos cidadãos - e a CPM I
e o Congresso como agentes que garantiriam a superação das iniquidad . nstituiçôes democráticas. A mobilização de massa ocorreu em dois ciclos ,
111 iniciou em 16 de agosto e culminou no dia 26, quando a CPMI aprovou
do presente. Esta interpretação acabou tornando-se hegemônica, subiu
gando a polarização simbólica com que o governo interpretava a situação , 11relatório final, por 11 votos a 5, afirmando haver fortes indícios de que
de um combate dos partidários das reformas e da modernidade contru 11 I residente cometera crime de responsabilidade. O outro ciclo começou
I Início de setembro e terminou no dia 29 daquele mês, quando a Câmara
estatismo e o atraso. Derrotado no plano simbólico, restou ao presid '111
evitar a derrota parlamentar, distribuindo recursos materiais - cargo. 1'/1111 eputados autorizou o julgamento de Fernando Collor pelo Senado. I?
verbas de relevância eleitoral- para manter os aliados de que nece sit IV I manifestações de massa foram intensas e se tornaram referência incon-
1I.lVcI para os atores usuais daquele campo, produzindo mudanças nas
para preservar o seu cargo, ou tentando postergar qualquer deci 50 d,
Congresso para depois das eleições de outubro, o que reduziria o (..111" "jogadas" costumeiras e nos cálculos que as sustentavam, favorecendo
I 1111 .nte a oposição, com raríssimas exceções. De fato, a mobilização de
político de manter-se ao lado do presidente.
Na primeira metade de agosto, o avanço da oposição, encurrala mIl I 1111 .1 I .gitimou as ações da coalizão partidária de centro-esquerda e da
liticamente o governo, não permitia antever com segurança o impeat 1111/1 . Ii sublinhou os prejuízos políticos que teriam os que se mantivessem
do presidente. Parecia possível que Collor, embora em minoria pa rln1111
11111 I \llc) do presidente. Acelerou, com isso, a conquista da direita parlamentar
conservasse a adesão de pelo menos 1/3 da Câmara dos Deputado 1""
I C1poHi'no . a olução da crise política pelo impeachment. Mais ainda:
I ,1111./,,11 'iio I massa produziu no topo da sociedade a percepção - não
evitar dar seguimento ao processo de impeachment. Ainda que prol\1I1VI
111f I t' sol r(' lim 'O íonada - de que a frustração da vontade expressa
discretamente a mobilização popular para impulsionar I 'gil inuu 1\ I"
peachment, a coalizão partidária de centro e e qu r'da virnvn ('"IIH'1I1t1i li'" I IItll'SI>.o .nsionar maior i stabilidade política, o que estimulou o
nisso antes que a CPMI apresenta c S li r 'sult do pnrn \I () I' 11 "I
"/1 111111'111 11Iillis 'rio, iupremo Tribunal Federal e elites empresariais
II1 \'111 f IV()\ tlt' umn sol I fio rápida e institucional da crise política."
de perturbar o funcionam nto dos illstit ui 'I \' , E \l' lllld ulo f \/1 I 1111'\ I

111'
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
o GOVERNO E o IMPEACHMENT DE FERNANDO COLlOR DE MEllO

Se a rnobilização de massa legitimou a ação pró-impeachment da opo- Notas


sição e acentuou a percepção das consequências negativas prováveis da
preservação de ColIor no poder, a construção negociada do futuro governo 1. As siglas partidárias referem se Partid
do vice-presidente Itamar Franco sublinhou, para a maioria dos políticos ao Partido do M' D- ao , "" o Democrático Trabalhista (PDT)
ovrmenm emocratlco Brasileiro (PMDB) .'
profissionais, as vantagens que teriam com a aprovação do impeachment. Social-Democracia Brasileira (PSDB). e ao Partido da
O governo Itamar seria, desde logo, um governo de coalizão, "congressual", 2. O Plano Cruzado de combate à infl - foi
negociado com as direções dos partidos políticos. Valorizaria, assim, o constituiu o primeiro de vários pl açhao oldlançado em fevereiro de 1986 e
anos erero oxos de estab T -
Congresso Nacional, colocado à margem por Fernando ColIor. E a coalizão surgidos nas décadas de 1980 1990 EI L . I izaçao monetária
e . e 101 heterodoxo p 1
governamental não incluiria apenas os partidos condutores do processo ruptura das "regras do jogo" e A.I orque envo veu uma
conomlco pe o governo co
de impeachment; incorporaria também aqueles, conservadores, que se intervenção drástica nos preços das m dori mo, por exemplo, a
súbita do padrão monetário a fi _ edrca onas, congelando-os, a mudança
juntaram ao movimento ao longo do processo. Com isso, atendiam-se as , xaçao e novos padrõ d .
Outras medidas similares. es e reajuste salarial e
demandas em relação à dimensão político-operacional da democracia, in-
cluindo na coalizão quase todos os partidos. Em segundo lugar, a despeito l. Folha de S.Paulo. São Paulo, 15/03/1990, p. 1-1.
da recusa do PT em participar da gestão de Itamar Franco, o governo em 4, Estes 50 mil cruzados novos equivaliam na é o '
não oficial ou 1.250 no cârnbi fi' I ( f p ca a 625 dolares no câmhio
formação se orientou por uma postura de centro-esquerda, comprometendo _ 10 o era c. Ipeadata).
-se a dar prioridade ao "social", como rezava a Constituição de 1988. EIlI A demonstraçao, muito persuasiva, de ue houve _ , .
encontra-se em Bresser Pereira (1990 q9 eJevaçao dos salanos reais
terceiro lugar, comprometendo-se a manter a Iiberalização econômica 111 vação de 90o/c das d d ,pp. 1-92). A observação sobre a preser-
andamento, ainda que de forma moderada, Itamar Franco evitou confrou o ca ernetas e poupança é de Ibrai E' _ .
do Banco Central (cf, Villa 2016 3 ,m rrs, entao preSidente
tar os partidos de direita e de centro, as elites empresariais e a fração dn , ,pp. 5-36). Ha que sublí h '
1 recessâo produzida pelo plano b duzi m ar, porem, que
classes médias que se inclinava naquela direção. aca ou pro uzmdo com t . ,
I() assalariados. ' o empo, prejuízo
A convergência das forças políticas e societárias em favor do impeacbmrni
de Fernando ColIor resultou na autorização da Câmara dos Deputado
1'(Jlh~ ~e "r= São Paulo, 18/03/1990, p. 1.
A política industrial e de comércio exterior foi alterad .
no dia 29 de setembro de 1991 - por 441 votos favoráveis, 38 contrário. I li lronograma de redução t 'f" . a em 1992 (antecIpando-se
arr afia em seis meses) e f . I d
abstenção e 23 ausentes - para o seu afastamento provisório da Presidên 1I I una Brasileiro de Qualidade e P d ivid d 01 comp era a pelo Pro-

Centenas de milhares de pessoas assistiram à votação - por telões espa Ih, 111,1 ti , 90 e pelo P d ro Ut.IVIa e (PBQP) lançado em novembro
rograma eCo .. id d .
.I,. '991 Sob . _ mpetltlvl a e Industnal editado em fevereiro
por dezenas de praças públicas no país - e aplaudiram com entusiasmo , . re estas movaçoes, ver Erber (1991)
decisão da Câmara dos Deputados que autorizava o julgamento d ' eollll' I) 1IIIllO "Consenso de Washington" cunh d .
11" omcndações de política e A'. L a o por John Williamson, refere-se
pelo Senado Federal. Após alguns dias, o vice-presidente Itarnar Fl,1I1\" cononuca, lOrmuladas de .
tomou posse provisoriamente como presidente. '"1/ r.r], qUt r sultaram de u m semmano " .
acadêmico'
uma perspectIva neo-
. I
l'IH'/1I1l(l, irnl dos Estad Unid . IOternaclOna ,reunindo em
Cerca de três meses depois, nos dias 29 e 30 de dezembro de II}II I os 1lI os um conjunto de es . I'
I •u 111 I (d. Wil/iamson, 1990). pecia istas em América
Senado Federal fez o julgamento de ColIor e o levou até o final, (11'1 11
ele haver apresentado de início sua renúncia. Por 76 a 3 votos, () ~('II 111
I' "1"1 () ul uns'. u do .
compromisso entre Brasil e Argentina já em 1990 d
condenou Fernando Collor de Mello à perda do cargo de pre Idllll' I urur () alfandegária em pouco tempo (At d B' . ,e
11 fi. . a e uenos Aires) Em
República e o declarou inabilitado p r oito ano. pnrt .xerc 'I 1111 tlqll , rgnlW1fI, Uruguai e Paraguai constituíram .
, I "('1011 11111(,'0l. cr (..ol1vcrrido em união alfand ,. o Mercosul como
função pública, como d rcrrnin: n OIlNI itui () d(' I( HH, I
• 1I
I
i.,
j ;1'11, , (' llli
egana em 1994 A resp 't
ívos fl'( 'rido, v r nllurn Jr. (2011). . elo

1/1/
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
O GOVERNO E O IMPEACHMENT DE FERNANDO COllOR DE MELLO

10. O termo e a caracterização da utopia do "presidencialismo plebiscitário"


17. As mobilizações populares e suas interações com a esfera político-institucional
encontram-se em Lamounier (1990). Esta utopia tem como pressuposto um
em crise são examinadas em Sallum Jr. (2015, capo 7).
regime político em que a eleição popular dá ao presidente eleito um poder
18. O ministério de Collor divulgou no dia 25 de agosto um "manifesto pela
superior aos demais poderes de Estado. Assim, o Legislativo e o Judiciário
governabilidade" em que se comprometia a manter as atividades de Estado
teriam status efetivo inferior ao do Executivo, conformando uma "democracia
até que a crise política se resolvesse sem expressar solidariedade ao chefe de
delegativa", termo cunhado por O'Donnel (1992).
governo. O STF, contra as expectativas do Planalto, validou no dia 28 de agosto
11. As siglas partidárias referem-se-ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao Parti-
do Comunista do Brasil (PCdoB), ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ao a Lei n° 1.059 de 1950 que regulava o impeachment, e atribuiu ao presidente

Partido Democrático Trabalhista (PDT). da Câmara dos Deputados a missão de adaptá-Ia ao caso, sem prejuízo do
12. As siglas partidárias referem-se ao Partido Democrático Social (PDS), ao julgamento de recursos que surgissem. A Fiesp, depois de ter apoiado Collor
Partido da Frente Liberal (PFL), ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ao longo de seu governo, fez declaração em que afirmava confiar que o Con-
gresso solucionaria a crise.
ao Partido Democrata Cristão (PDC) e ao Partido Liberal (PL).
13. Outro sinal das dificuldades em conduzir a esfera político-institucional d.
acordo com sua interpretação da democracia foi ter o presidente Collor pedido
Ibliografia
que as Forças Armadas se pronunciassem em junho de 1991 contra uma decr
são do Congresso contrária ao reajuste que propusera para o funcionalismo,
interrompendo o afastamento da política que ele mesmo impusera aos milita r • At.llmbuja, Marcos C. 1990. "A política externa do governo Collor", palestra
14. Entre as propostas incluíam-se o fim da estabilidade para o funcionalismo, II proferida no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo
,
revisão da aposentadoria por tempo de serviço, a eliminação do imposto sindl série Documentos, IEA-USP.
cal, a criação do imposto sobre grandes fortunas e a eliminação dos subsídio 111.s r-Pereira, Luiz Carlos. 1990. "As incertezas do Plano Collor". ln Faro, Clóvis
públicos para a agricultura. (org.). Plano Cal/ar: avaliações e perspectivas. Rio de Janeiro: LTC.
15. O termo é de McAdam; Sewell Jr. (2002, pp. 89-125) e se refere a aconreu u VilIho, Rodrigo de. 2012. A Era Cal/ar - da eleição ao impeachment. São Paulo:
mentos que produzem uma mudança significativa nas relações sociais em ('1111 Fllndação M. Grabois/Anita Garibaldi.
contexto histórico particular. No caso, transformou uma conjuntura pol II I
111111,
Mario Sérgio. 1999. Notícias do Planalto: a imprensa e Fernando Collor.
rotineira (ainda que disputada) numa conjuntura de crise, de instabilidndi lIO Paulo: Companhia das Letras.
perda das referências usuais presentes nas conjunturas rotineiras, como, PI'I
I "ftl y, M ichel. 2014. Sociologia das crises políticas: a dinâmica das mobilizações
exemplo, a de que o presidente vai seguir governando até o fim do rns 11<1
li"
IIl1dlisSetoriais. São Paulo: Editora Unesp.
de que ele sempre terá no mínimo mais do que 1/3 dos votos do Conl' 11 •
11"I, ). íhio, 1992. "A política industrial e de comércio exterior: uma avaliação".
etc. Sobre a natureza das crises políticas modernas, ver Dobry, M. (20 "1)
/" IJ1m (org.). Perspectivas da economia brasileira. Brasília: lpea.
16. No dia 13 de agosto o presidente Collor, em cerimônia diante d ttl I t •
, I IIlVIIi(org.) 1990. Plano Cal/ar: avaliações e perspectivas. Rio de Janeiro:
atacou os adversários, qualificando-os de golpistas, e convocou os 011111111 11(.,
de brasileiros que o tinham elegido a irem às ruas em seu apoio no d01l1 "1"
I I)C)I. A ' onomia pós-Plano Cal/ar lI. Rio de Janeiro: LTC.
dia 16, vestidos com as cores da bandeira nacional. A opo i .0, dI' dllll,
convocou seus apoiadores a se manifestarem vestidos de 11 'ro,'I)!t1l Idll " 1
" I, I 'I,. • .lson. /990. A legitimidade e outras questões internacionais. São
I' IIdll PII~ ( 'J'·rrn.
democracia "com Collor". Dado que praricarncnt 6 < ()p()si~'lo 111111\1111
11
presença, a data passou a ser conh idn omu o) olllillllO NI'I',IO, 1111111111
" 1\01 VII. /I)')(). V ' ei el a Collor: o balanço da transição. São Paulo:
II1I 1'/1 dilUI I SllIlIll ,

I "
o TEMPO DA NOVA REPÚBLICA
O GOVERNO E O IMPEACHMENT DE FERNANDO COllOR DE MEllO

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