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Princípios de Biossegurança

Os profissionais de laboratórios, além de estarem expostos aos riscos ocupacionais:


ergonômicos, físicos e químicos, trabalham com agentes infecciosos e com materiais
potencialmente contaminados, que são os riscos biológicos. Esses profissionais devem ser
conscientizados sobre os riscos potenciais, e treinados a estarem aptos para exercerem as
técnicas e práticas necessárias para o manuseio seguro dos materiais e fluidos biológicos
(ZOCHIO, 2009).
Perigo pode ser definido como qualquer componente químico, físico ou biológico que
cause efeito adverso à saúde humana, animal e ambiental. Por sua vez, risco é a probabilidade
de ocorrência de um efeito adverso em decorrência da exposição ao perigo. Sendo assim,
podemos definir o conceito de avaliação de risco como a combinação de procedimentos ou
métodos, por meio dos quais é possível identificar e avaliar, caso a caso, a probabilidade de
ocorrência de efeitos adversos.
A importância no conhecimento e na identificação do risco torna sua avaliação
primordial para a aplicação de técnicas e procedimentos que possibilitem que estes sejam
atenuados ou eliminados. Identificar o agente manipulado, os tipos de ensaio realizados e
conhecer a espécie utilizada são critérios importantes para uma avaliação de risco eficiente.
Além disso, esta avaliação deverá contemplar as várias dimensões que envolvem a questão,
sejam elas relativas a procedimentos (boas práticas: padrões e especiais), a infraestrutura
(desenho, instalações físicas e equipamentos de proteção) ou a capacitação e qualificação das
equipes (BRASIL, 2004).
A organização do trabalho e as práticas gerenciais também passaram a ser
reconhecidas como importante foco de análise, seja como causadoras de acidentes, doenças e
desconforto, ou como integrantes fundamentais de um programa de Biossegurança nas
instituições.

1. Classes de Riscos Biológicos


A classe de risco na qual um agente biológico é classificado está diretamente
relacionada ao nível de biossegurança que deverá ser utilizado para a manipulação do agente.
Os riscos biológicos se subdividem nas seguintes classes:
• classe de risco 1 – o risco individual e para comunidade é baixo, são agentes biológicos que
têm probabilidade nula ou baixa de provocar infecções no homem ou em animais sadios e de
risco potencial mínimo para o profissional do laboratório e para o ambiente. Exemplo:
Lactobacillus;
• classe de risco 2 – o risco individual é moderado e para comunidade é limitado. Aplica-se a
agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo risco de
propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, não constituindo
em sério risco a quem os manipula em condições de contenção, pois existem medidas
terapêuticas e profiláticas eficientes. Exemplo: Toxoplasma spp;
• classe de risco 3 – o risco individual é alto e para comunidade é limitado. Aplica-se a agentes
biológicos que provocam infecções, graves ou letais, no homem e nos animais e representam
um sério risco a quem os manipulam. Representam risco se disseminados na comunidade e no
meio ambiente, podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, mas existem medidas de
tratamento e prevenção. Exemplo: Bacillus anthracis;
• classe de risco 4 – o risco individual para a comunidade é elevado. Aplica-se a agentes
biológicos de fácil propagação, altamente patogênicos para o homem, animais e meio
ambiente, representando grande risco a quem os manipula, com grande poder de
transmissibilidade via aerossol ou com riscos de transmissão desconhecido, não existindo
medidas profiláticas ou terapêuticas. Exemplo: Vírus Ebola (BRASIL, 2004).
A classe de risco 2 aplica-se a laboratórios de análises clínicas, no qual o trabalho
envolve sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de células humanas primárias
através das quais a presença do agente infeccioso pode ser desconhecida. Os agentes
infecciosos são de um espectro de gravidade moderada para a comunidade e gravidade
variável a uma patologia humana (ZOCHIO, 2009).
Devido aos riscos ocupacionais, principalmente os riscos biológicos, cada laboratório
deverá desenvolver um manual de biossegurança ou de operações que identifique os riscos
que poderão ser encontrados. E onde se especifique também as práticas e procedimentos
específicos para minimizar ou eliminar as exposições a estes riscos (ZOCHIO, 2009).
2. Procedimentos Operacionais Padrão – POP – e os Manuais de Segurança
Os POP são protocolos que descrevem detalhadamente cada atividade realizada no
laboratório, desde a coleta até a emissão de resultado final, incluindo utilização de
equipamentos, procedimentos técnicos, cuidados de biossegurança e condutas a serem
adotadas em acidentes (BRASIL, 1999).
Para biossegurança dos laboratórios de análises clínicas, o POP é fundamental, pois
ele tem como objetivo padronizar todas as ações para que diferentes técnicos possam
compreender e executar, da mesma maneira, uma determinada tarefa. Esses protocolos
devem estar escritos de forma clara e completa, possibilitando a compreensão e adesão de
todos. Além disso, eles devem ser realistas para que seus técnicos possam de fato, seguir o
estabelecido (BRASIL, 1999).
Seria interessante e válido que as chefias dos laboratórios convidassem os
funcionários para participarem da elaboração dos POP, afinal de contas, são eles que
manipulam, que têm conhecimento empírico dos procedimentos. Esses protocolos devem ser
atualizados regularmente e suas alterações apresentadas e discutidas com os técnicos. Os
técnicos do laboratório devem assinar um termo atestando que conhecem e se comprometem
a cumprir o POP. Conforme Brasil (1999), os POP devem estar disponíveis em local de fácil
acesso e conhecido de todos os profissionais que atuam no ambiente laboratorial.
Segundo a ANVISA (2005), os POPs têm como objetivo padronizar todas as ações
para que diferentes técnicos possam compreender e executar, da mesma maneira, uma
determinada tarefa, garantindo assim qualidade. Reafirma que esses protocolos devem estar
escritos de forma clara e completa, possibilitando a compreensão e adesão de todos. Também
ressaltam que devem estar disponíveis em local de acesso e conhecido de todos os
profissionais que atuam no ambiente laboratorial, revisados e atualizados periodicamente e
devem ser assinados pelo responsável do laboratório.
Os manuais de biossegurança dos laboratórios clínicos são de responsabilidade de
comissões formadas por chefes de setores, médicos, e até mesmo funcionários. Essas
comissões preparam normas de biossegurança, dentro da legislação vigente e suas revisões
quando necessárias. Elas são distribuídas a todos os setores do laboratório que estejam
envolvidos direta ou indiretamente com a rotina que envolva o contato com material clínico. Isto
envolve os setores burocráticos, uma vez que as visitas aos setores técnicos constituem uma
atividade de rotina. Investigam os acidentes e suas causas buscando soluções que minimizem
a repetição do mesmo, coordena a coleta e descarte de rejeitos, garante o treinamento dos
funcionários e a realização do programa, e o registro de todas as atividades ligadas à
biossegurança (ZOCHIO, 2009).
Os respectivos chefes de setores devem verificar e relatar à comissão de
biossegurança, os riscos decorrentes das atividades do seu setor, assegurar a realização das
atividades de biossegurança e treinar seus funcionários. O coordenador de segurança do setor
coopera com o respectivo chefe para garantir que todas essas atividades sejam cumpridas.
Não podemos nos esquecer de outros órgãos e comissões que só tem a contribuir com as
boas práticas e segurança das pessoas envolvidas.
• CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes): essa comissão deve ser criada por
funcionários de todos os níveis, que deve atender às exigências legais vigentes. Tem como
filosofia, despertar nos funcionários o interesse pela prevenção de acidentes e promover a
proteção dos riscos ocupacionais (BERNARDINO; PAIZANTE, 2007).
• SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional): esses serviços devem estar
sob responsabilidade de um médico do trabalho junto ao técnico ou engenheiro de segurança
e, se possível, outros profissionais interligados. O SESMT tem for finalidade promover a saúde
e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho (BERNARDINO; PAIZANTE, 2007).
• PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais): esse serviço deve ficar sob
responsabilidade direta da Comissão de Biossegurança, avaliam os riscos biológicos e o local
de trabalho, esse programa deve ser reavaliado uma vez por ano (NR 32).
3. Equipamentos de proteção individual e coletiva - EPI e EPC
Os equipamentos de proteção individual (EPI), como o próprio nome diz, são
equipamentos que servem para proteção do contato com agentes infecciosos, substâncias
irritantes e tóxicas, materiais perfurocortantes e materiais submetidos a aquecimento ou
congelamento (BRASIL, 1999).
Os procedimentos de manipulação de amostras biológicas produzem partículas que
podem entrar pelas vias aéreas e causar infecções ou contaminar roupas, bancadas e
equipamentos. Usar EPI é um direito do profissional da saúde e a instituição em que esse
profissional trabalha é obrigada a fornecê-los. É fundamental que o profissional da saúde utilize
os EPI de forma correta, mesmo porque o uso indevido desses equipamentos também pode
provocar acidentes. Os EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número
suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou
reposição (NR 32).
Os EPI que devem estar disponíveis, obrigatoriamente, para todos os profissionais que
trabalham em ambientes laboratoriais são: jalecos, luvas, máscaras, óculos e protetores
faciais. Há também protetores de ouvido para trabalhos muito demorados com equipamentos
que emitam ruídos, além dos níveis recomendados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego e
máscaras de proteção contra gases para uso na manipulação de substâncias químicas tóxicas
e em caso de acidentes.
O jaleco protege a roupa e a pele do profissional do laboratório clínico, da
contaminação por sangue, fluidos corpóreos, salpicos e derramamentos de material infectados,
que pode ocorrer desde a coleta, transporte, manipulação e descarte de amostras clínicas. É
importante que o jaleco seja colocado assim que o profissional entre no laboratório, e
permaneça com ele o tempo todo, porém ao ir a cantinas, refeitórios, bancos, bibliotecas,
auditórios, outros, ele deve ser retirado, pois são áreas não contaminadas e o jaleco pode levar
agentes biológicos para estes locais.
O jaleco deve ser confeccionado em tecido resistente à penetração de líquidos, com
comprimento abaixo do joelho e mangas longas, podendo ser descartável ou não. Caso não
seja, deve ser resistente à descontaminação e autoclavação (BRASIL, 1999). Jamais se deve
arregaçar as mangas do jaleco e expor a pele ao contato com microrganismos depositados no
local de trabalho.
Se numa unidade hospitalar, a limpeza do jaleco pode ser feita na própria lavanderia
desta instituição, caso possua. Em caso contrário, se não disponível, o ideal é que
primeiramente o jaleco seja autoclavado e depois levado para casa, esse procedimento não
gera riscos de contaminação (BRASIL, 1999).
As luvas descartáveis servem para manipulação de materiais potencialmente
infectantes, conhecidas como luvas de procedimentos, que são de látex (borracha natural) ou
de material sintético (vinil). Estas últimas, além de mais resistentes aos materiais
perfurocortantes, são também indicadas a pessoas alérgicas às luvas de borracha natural.
As luvas descartáveis devem ser usadas em todos os procedimentos, desde coleta,
transporte, manipulação até o descarte das amostras biológicas, pois elas são uma barreira de
proteção contra agentes infecciosos. É importante que as luvas devam ser calçadas com
cuidado para que não rasguem e que fique bem aderida a pele, evitando acidentes (SBPC,
2009).
As luvas de borracha são grossas e antiderrapantes, servem para manipulação de
resíduos ou lavagem de materiais ou procedimentos de limpeza em geral. As luvas resistentes
à temperatura (alta e baixa) servem para manipulação de materiais submetidos a aquecimento
ou congelamento, como procedimentos que utilizem estufas para secagem de materiais,
banho-maria, câmaras frias, freezer para conservação de amostras, além de outros. As luvas
de borracha e as resistentes à temperatura podem ser reutilizadas (BRASIL, 1999).
As máscaras descartáveis e os óculos de proteção devem ser utilizados em todas as
atividades que envolvam a formação de aerossol ou suspensão de partículas como pipetagem,
centrifugação, execução de raspados epidérmicos, semeadura de material clínico, outros. Na
manipulação de amostras contendo agente infeccioso da tuberculose, deve-se usar a máscara
N95 ou respirador de partículas.
Os óculos de proteção devem ser de material rígido, leve e cobrir completamente a
área dos olhos. É importante lembrar que os óculos de grau não substituem os óculos de
proteção. É importante o uso dos óculos com máscara descartável, pois protegem todo o rosto.
Outra opção para proteger o rosto é o protetor facial. Ele é feito com o mesmo material dos
óculos, deve ser ajustável a cabeça e cobrir todo o rosto. Os óculos e os protetores faciais são
equipamentos reutilizáveis e devem ser desinfetados (BRASIL, 1999). Esses equipamentos
funcionam como barreiras para: olhos, nariz, boca e pele contra respingos e aerossóis de
materiais infectados por agentes patogênicos e substâncias químicas, evitando lesões.
Dentre os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), encontramos as cabines de
segurança biológica (CSB) também chamadas de capelas de fluxo laminar, as capelas de
exaustão química, os chuveiros de emergência, o lava-olhos e outros.
As CSB são equipamentos utilizados para proteger o profissional e o ambiente
laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes que podem se espalhar durante a
manipulação. Alguns tipos de cabine protegem também o produto que está sendo manipulado
do contato com o meio externo, evitando contaminações. Existem três tipos de cabines de
segurança biológico:
• classe I – o ar que sai passa através de um filtro especial denominado de HEPA (High
Efficiency Particulate Air – alta eficiência para partículas de ar) e é eliminado no ambiente livre
das partículas contaminadas. Esse tipo de cabine protege o manipulador e o ambiente, porém
não evita a contaminação do material que está sendo manipulado;
• classe II – o ar é filtrado em filtros HEPA, antes de entrar e antes de sair da cabine,
protegendo o manipulador, o ambiente e o material. Essas duas cabines possuem abertura
frontal;
• classe III – o ar é estéril, essa cabine é completamente fechada, o que impede a troca de ar
com o ambiente e funciona com pressão negativa, ela oferece total segurança ao manipulador,
ambiente e material, os recipientes e o material a serem manipulados entram e saem por meio
de câmaras de desinfecção (BRASIL, 1999).
A CSB II é ideal para laboratórios clínicos, principalmente para procedimentos
microbiológicos, laboratórios de saúde pública e unidades hemoterápicas. Todos os
procedimentos envolvendo amostras biológicas devem ser feitos em CSB, porém, se a
quantidade de CSB disponíveis no laboratório não for suficiente, os procedimentos priorizados
são: separação de soro, manipulação de amostras de secreções e de outros fluidos corporais
(BRASIL, 1999).
Segundo a NR 32, é importante que a cabine esteja funcionando no mínimo 30 minutos
antes do início do trabalho e permaneça ligada mais 30 minutos após a sua conclusão e ser
submetida a processo de limpeza, descontaminação e desinfecção, nas paredes laterais e
internas e superfície de trabalho antes do início das atividades, e na ocorrência de acidentes e
derramamentos de respingos.
A cada seis meses, as CSBs devem ser testadas, calibradas e certificadas, a luz
ultravioleta deve manter registro de contagem de tempo de uso, pois sua vida útil de 7500
horas e os filtros HEPA devem ser testados e certificados de acordo com a especificação do
fabricante ou no mínimo uma vez por ano (BRASIL, 2004). As capelas de exaustão química
são equipamentos que protegem os profissionais na manipulação de substâncias químicas que
liberam vapores tóxicos e irritantes, por exemplo, na manipulação de formaldeído, pois seu
odor é irritante e pode causar hipersensibilidade, porém muito usado em laboratórios clínicos
para descontaminação (BRASIL, 1999).
O chuveiro de emergência é utilizado em casos de acidentes em que haja projeção de
grande quantidade de sangue, substâncias químicas ou outro material biológico sobre o
profissional. O jato de água deve ser forte e acionado por alavancas de mão, cotovelos ou
joelhos, para possibilitar a remoção imediata da substância reduzindo os danos para o
indivíduo (BRASIL, 1999).
O lava-olhos é um equipamento utilizado para acidentes na mucosa ocular, o jato de
água também deve ser forte e dirigido aos olhos. Quando ocorrer acidente com derrame de
material nos olhos, estes devem ser lavados por, no mínimo 15 minutos, para remoção da
substância, reduzindo danos ao indivíduo. Em geral, o lava-olhos é instalado junto dos
chuveiros ou junto das pias do laboratório, porém a proteção com óculos pode evitar esses
tipos de acidentes, que às vezes pode levar a danos irreversíveis (BRASIL 1999). Segundo a
NR 32, os chuveiros e os lava-olhos devem ser higienizados semanalmente.
Nos laboratórios deve constar também kit de primeiros socorros, com material
necessário para pequenos ferimentos na pele, kit de desinfecção, para descontaminação em
casos de acidentes com material biológico, porém os funcionários devem ser treinados para o
manuseio.
Os extintores de incêndio usados em laboratórios são: extintor de água (mangueira)
para fogo em papel e madeira; extintor de dióxido de carbono (pó químico ou espuma) para
fogo em líquidos ou gases inflamáveis; extintor de dióxido de carbono (pó químico seco) para
fogo em equipamentos elétricos. A manta ou cobertor serve para abafar ou envolver a vítima
de incêndio, é confeccionado em lã ou algodão grosso, não pode ter fibras sintéticas. O balde
com areia ou absorvente granulado, é derramado sobre substâncias químicas perigosas como
álcalis para neutralizá-lo. O número dos telefones do corpo de bombeiros e dos responsáveis
pela segurança das chefias dos laboratórios deve estar em local de fácil acesso e à vista de
todos (BRASIL, 1999).
Zochio (2009) completa que os laboratórios são obrigados a manter em boas condições
de funcionamento todos esses equipamentos citados, os quais devem estar sinalizados com
placas indicativas, instalados ou colocados em locais conhecidos de todos e de fácil acesso,
bem como os funcionários devem receber treinamentos para utilizá-los.
4. Acidentes de trabalho com material biológico
Estudos de Rapparini (2010) reforçam que há muito tempo as repercussões do trabalho
na vida e na saúde do homem vêm sendo objeto de reflexões e análises. As doenças e os
acidentes relacionados ao trabalho constituem um importante problema de saúde pública.
Os trabalhadores da área da saúde sujeitos ao risco de exposições percutâneas,
envolvendo material biológico, representam 12% da população trabalhadora, um universo de
35 milhões de pessoas em todo o mundo.
Historicamente, esses profissionais não vinham sendo considerados como categoria de
alto risco para acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.
Nas últimas três décadas, diferentes estudos realizados nos campos das ciências
sociais e humanas e nas ciências da saúde, em relação aos processos de saúde e doença
desses trabalhadores, têm revelado dados alarmantes. Na atividade da área da saúde, há
exposição a uma multiplicidade de riscos: físicos, químicos, biológicos, psicossociais,
ergonômicos, mecânicos e de acidentes.
As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) são da ocorrência mundial de
três milhões de acidentes percutâneos com agulhas contaminadas por material biológico por
ano entre trabalhadores da área da saúde. Baseando-se em um modelo de estudo de carga de
doenças, a OMS considera que, em 2000, possam ter ocorrido 16 mil casos de hepatite C, 66
mil de hepatite B e mil casos de infecção pelo HIV devido a exposições ocupacionais
percutâneas entre estes trabalhadores. O texto – excerto – que segue é de autoria da Dra.
Cristiane Rapparini, médica, mestre e doutora em Infectologia pela UFRJ, docente
colaboradora do programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFRJ
e coordenadora do Projeto Riscobiológico.org.
No texto, a doutora contextualiza acidentes e doenças relacionadas ao trabalho
nacional e internacionalmente, relacionando a legislação pertinente e as normas
regulamentadores, sobre as quais daremos breve atenção. Especificamente de interesse a
este módulo, temos os acidentes de trabalho com material biológico, as exposições
percutâneas, mucosas, cutâneas ou mordeduras envolvendo sangue ou outros fluidos e
secreções corporais.
Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam uma média diária de
aproximadamente seis mil mortes de trabalhadores como resultado de acidentes ou doenças
relacionadas ao trabalho, totalizando anualmente mais de 2,2 milhões de mortes. Retratam
ainda que, anualmente, 270 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes do trabalho que
levam ao afastamento, por pelo menos três dias, e a ocorrência de 160 milhões de incidentes
que originam doenças relacionadas ao ambiente profissional. Estes números podem
subestimar de forma importante a realidade, principalmente pela fragilidade da cobertura e
notificação dos sistemas de informações de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho nos
diversos países.
No contexto nacional, o reconhecimento do acidente do trabalho como evento crítico na
saúde do trabalhador foi oficialmente identificado como gravíssimo problema de saúde pública,
desde a década de 1970. A queda observada no número de acidentes do trabalho nos últimos
anos no país pode ser explicada como resultado de vários fatores, que vão desde a adoção de
uma política de engenharia de segurança e medicina do trabalho, com o estabelecimento de
normas regulamentadoras e formação específica de profissionais, até as questões que não
refletem, na realidade, melhorias na qualidade de saúde e segurança no trabalho, mas que
estão relacionadas a restrições que a legislação sofreu progressivamente no conceito do
acidente e das doenças relacionadas ao trabalho, o que implicou mudança na concessão de
benefícios.
A despeito da tendência de declínio nas últimas décadas, a mortalidade vem se
mantendo em patamares mais elevados do que a de outros países. O aumento da letalidade,
concomitante à tendência declinante da mortalidade, tem sido interpretado como indicativo de
sub-registro dos casos de acidentes.
De acordo com os dados do Ministério da Previdência Social (MPS), em 2008, foram
registrados aproximadamente 750.000 acidentes do trabalho e 2.750 mortes, o que
corresponde a 230 óbitos por mês ou mais de sete mortes por dia. Com base nos dados do
Anuário Estatístico da Previdência Social de 2008, verifica-se que na categoria “Saúde e
serviços sociais”, com um número médio de 1.700.000 vínculos empregatícios, foram
registrados 52.559 acidentes (7,0% do total do país), correspondendo a uma taxa de incidência
de 30,9 acidentes/1.000 vínculos empregatícios. As atividades com maior número de registros
foram aquelas da categoria “Atividades de atendimento hospitalar”.
Os índices de registros de acidentes do setor da saúde estão crescendo. O setor saúde
tem superado áreas historicamente consideradas de maior risco, como da construção civil e
metalurgia, por exemplo.
A legislação brasileira sobre acidentes do trabalho sofreu importantes modificações ao
longo dos anos. A primeira lei a respeito surgiu em 1919 e considerava o conceito de ‘risco
profissional’ como natural à atividade exercida.
Essa legislação previa a comunicação do acidente de trabalho à autoridade policial e o
pagamento de indenização ao trabalhador ou à sua família, calculado de acordo com a
gravidade das sequelas do acidente.
Em 1972, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) iniciou o programa de formação
de especialistas e técnicos em medicina e segurança do trabalho, tendo sido publicada uma
portaria que obrigava as empresas a criar serviços médicos para os empregados, dependendo
do tamanho e do risco da empresa.
Essa portaria ministerial tinha como base a recomendação nº 112 da OIT, de 1959, que
foi o primeiro instrumento internacional em que foram definidos de maneira precisa e objetiva
as funções, a organização e os meios de ação dos serviços de medicina do trabalho, servindo
como base para as diretrizes de outras instituições científicas.
Em 1978, o MTE aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) relativas à segurança e
à medicina do trabalho. Mediante essas normas, estabeleceram-se, segundo critérios de risco
e número de empregados das empresas, a obrigatoriedade de serviços e programas
responsáveis pelas questões relativas à saúde e segurança no ambiente de trabalho. No final
de 2005, foi publicada uma nova NR (NR-32), relacionada à segurança e saúde no trabalho em
serviços de saúde. Nela, constam recomendações contempladas nas NRs anteriores,
considerando-se as especificidades para controle e prevenção dos riscos encontrados no
ambiente de trabalho da saúde.
A legislação brasileira sobre acidentes de trabalho, atualmente em vigor, é de 1991 e
foi regulamentada em 1992 (Lei Básica da Previdência Social). No glossário da NR-32,
acidente é definido como um evento súbito e inesperado que interfere nas condições normais
de operação e que pode resultar em danos ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente,
ao passo que incidente é um evento súbito e inesperado que interfira na atividade normal do
trabalho sem dano ao trabalhador, à propriedade ou ao meio ambiente.
A NR-32 reafirma que os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente
ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de
trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à Cipa. Para fins de
aplicação desta NR, considera-se risco biológico a probabilidade da exposição ocupacional a
agentes biológicos, que são os microrganismos, geneticamente modificados ou não, as
culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons.
O Ministério da Saúde publicou em 1999 a Portaria nº 1.339, com uma lista de doenças
relacionadas ao trabalho, referindo-se a entidades nosológicas, agentes e situações de
exposição ocupacional, codificadas de acordo com a Classificação Internacional de Doenças –
CID-10 (Brasil, 1999). A mesma lista foi adotada pela previdência social para fins de
caracterização dos acidentes do trabalho e procedimentos decorrentes. As doenças infecciosas
e parasitárias relacionadas com o trabalho, de acordo com essa portaria, são: tuberculose,
carbúnculo (antraz), brucelose, leptospirose, tétano, psitacose/ornitose/doenças dos tratadores
de aves, dengue, febre amarela, hepatites virais, doença pelo HIV, dermatofitose e outras
micoses superficiais, candidíase, paracoccidioidomicose (blastomicose sulamericana,
blastomicose brasileira, doença de Lutz), malária, leishmaniose cutânea ou leishmaniose
cutâneo mucosa.
Essas informações constam também de um documento publicado em 2001 em que
doenças são relacionadas com potenciais agentes ou fatores de risco ocupacionais. Essa
iniciativa contribui não apenas para a vigilância em saúde, mas também na caracterização,
pelos serviços de saúde, do diagnóstico de doenças e seu vínculo com o trabalho, auxiliando
os médicos e viabilizando o adequado tratamento e notificação.
Em 2004, foi publicada uma portaria pelo Ministério da Saúde (Portaria nº 777, de 28
abro 2004) que dispõe sobre a regulamentação da notificação compulsória de agravos à saúde
do trabalhador, acidentes e doenças relacionados com o trabalho, em uma rede de serviços
sentinela. Para efeitos dessa portaria, os acidentes do trabalho com exposição a material
biológico foram classificados como agravos de notificação compulsória.
Em 2005, foi aprovada a Lei de Biossegurança, que estabelece normas de segurança e
mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente
modificados (OGMs) e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS),
reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e dispõe sobre a Política
Nacional de Biossegurança (PNB).
Sobre os acidentes com material biológico, deve-se atentar para as características de
exposição (relacionadas ao descarte de material perfurocortante e descarte de material) e
principais patógenos envolvidos.

São circunstâncias comuns de exposição:


_ coletores cheios acima do limite permitido;
_ agulhas ou outros materiais perfurocortantes projetados para fora do coletor;

_ dificuldade de descarte do próprio instrumento (por exemplo, escalpes);


_ montagem incorreta dos coletores;
_ localização inadequada;
_ coletores pequenos ou em número insuficiente para um determinado setor;
_ descarte incorreto com desconexão da agulha da seringa.

O desconhecimento dos trabalhadores em relação à necessidade de descarte de


qualquer material perfurocortante – vidros, frascos e ampolas –, independentemente de estar
ou não contaminado, em coletores resistentes e específicos para essa finalidade, tem sido
responsável por frequentes acidentes na equipe de limpeza pela manipulação de lixo comum.
Todos os materiais perfurocortantes devem ser desprezados em coletores rígidos e
padronizados para cada tipo de descarte.
Uma grande variedade de patógenos pode ser responsável pela contaminação de
trabalhadores da área da saúde, já tendo sido descritos casos de infecção ocupacional com
sessenta diferentes agentes infecciosos, após exposição a sangue e outros materiais
biológicos: 26 diferentes vírus, 18 bactérias/micobactérias/rickettsias, 13 protozoários e três
fungos.
Nas doenças de curta duração, que cursam com baixos níveis do agente infeccioso na
circulação sanguínea e nas quais há contenção da infecção pelo sistema imunológico, a
possibilidade de contaminação do trabalhador acidentado durante o curto período de circulação
sanguínea é improvável, e essas doenças não são normalmente de transmissão sanguínea.
Outras infecções cursam com a presença contínua ou intermitente de partícula infecciosa na
corrente sanguínea, oferecendo um risco contínuo de transmissão.
Dessa forma, o papel das bactérias, dos fungos e dos parasitas nas doenças
ocupacionais por transmissão sanguínea não é tão importante quanto os riscos associados à
transmissão viral. O HIV-1, o vírus da hepatite B (HBV) e o da hepatite C (HCV) são os agentes
mais importantes envolvidos nessas infecções ocupacionais. Com esses vírus, é comum a
ocorrência de longos períodos de tempo sem sinais clínicos que indiquem a suspeita do risco
de infecção. Além disso, esses são os agentes etiológicos mais frequentes pela maior
prevalência entre a população geral e a maior gravidade da infecção provocada, podendo
representar maior probabilidade de hospitalização e atendimento em serviços de saúde em
relação a outros agentes infecciosos (RAPPARINI, 2010).
Gerenciamento de Resíduos de Laboratórios

Para Ferreira e Sisinno (2010) discutir a questão de resíduos gerados em laboratórios e


de seu gerenciamento é tratar de uma questão polêmica e de ampla abrangência em relação à
saúde humana e ao meio ambiente. O problema se complica ainda mais quando se constatam
as precárias condições de tratamento e disposição final dos resíduos nas cidades brasileiras e
as dificuldades orçamentárias das instituições públicas, principalmente aquelas ligadas aos
sistemas de saúde.
Mas, afinal, quais são esses resíduos e em que tipo de laboratório são produzidos?
São os resíduos sólidos, definidos, segundo a NBR-10004, como sendo os resíduos nos
estados sólido e semissólido que resultam de atividades de origem industrial, (...) comercial,
(...) de serviços (...). Ficam incluídos nesta definição (...) determinados líquidos, cujas
particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis face à melhor
tecnologia disponível (ABNT, 2004).
Tomada ao pé da letra, tal definição englobaria quase todos os resíduos gerados nos
laboratórios de unidades industriais e comerciais de prestação de serviços. Entretanto, os
resíduos de serviços de saúde – definidos nas resoluções RDC nº 306 da ANVISA e nº 358 do
CONAMA deverão ser classificados, gerenciados e tratados de acordo com as orientações
descritas nessas resoluções (ANVISA, 2004; CONAMA, 2005).
A importância da discussão desse tema se baseia no fato de que a inexistência de
sistemas de tratamento de esgotos faz com que os resíduos líquidos despejados na rede
pública sejam lançados nos corpos d’água receptores in natura, nas condições em que foram
gerados. Da mesma forma, os resíduos sólidos coletados pelo sistema de limpeza urbana são,
na maioria das vezes, dispostos em vazadouros a céu aberto (‘lixões’) e aterros controlados,
sem a infraestrutura sanitária necessária para proteção ao meio ambiente. Segundo a
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (lBGE, 2002), das 228.413 toneladas por dia de lixo
coletadas no Brasil em 2000, cerca de 59% foram dispostas em aterros controlados,
vazadouros a céu aberto e em áreas alagadas.
Essa situação inadequada, entretanto, não exime o cidadão comum nem os técnicos
que produzem resíduos, durante suas atividades profissionais, da responsabilidade perante a
preservação ambiental. Na medida em que se detém maior conhecimento específico sobre o
assunto, maior se torna a responsabilidade sobre os riscos potenciais. Sem que o cidadão
comum seja isentado das suas responsabilidades éticas, o lançamento indiscriminado de
agulhas hipodérmicas contaminadas no ambiente tem gravidade muito maior se os autores são
um laboratório ou uma unidade de serviços de saúde, que não poderiam ignorar os riscos de
tal procedimento.
Portanto, podemos ter como pressupostos básicos para se contemplar um
gerenciamento de resíduos correto, efetivo e viável, a responsabilidade, o envolvimento e,
claro, o conhecimento dos resíduos que podemos resumir em informação e educação.
Fugindo um pouco ao descarte dos resíduos, em se tratando do espaço físico de um
laboratório clínico, é importante que a desinfecção de pisos, paredes, vidraças, bancadas e
superfícies não metálicas, seja feita com hipoclorito e sódio 0,5% e para superfícies metálicas,
álcool etílico 70%, o piso deve ser limpo duas vezes por dia e o lixo retirado nessa frequência
também. A equipe de limpeza deve estar treinada em relação os riscos e situações de
emergências e também usar os EPIs e EPCs (NR 32).
O gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, onde se inserem os gerados
nos laboratórios, se constitui em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e
implementados a partir de bases científicas e técnicas normativas e legais com objetivo de
minimizar a produção de resíduos e proporcionar o descarte seguro e eficiente, visando a
proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e meio
ambiente (SBPC, 2009).
O responsável técnico do laboratório pode ser o coordenador responsável pela
elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
(PGRSS), mas, quando sua formação profissional não abranger o conhecimentos necessários,
este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que possuam as qualificações
correspondentes ou necessárias (SBPC, 2009).
É recomendável que o laboratório, antes de implantar o PGRSS, estude por um
período de dois a três meses os diferentes tipos de resíduos gerados pelo laboratório, a fim de
verificar o percentual de cada um dos tipos de resíduos, e atender às orientações e
regulamentações estaduais, municipais ou federais. Assim, ao implantar o PGRSS, procure
saber algumas características da cidade, do aterro sanitário, do tratamento de água e esgoto,
das empresas especializadas em transporte de resíduos, de abrigo de lixo, etc. (SBPC, 2009).
Os resíduos de saúde são classificados em:
_ grupo A – resíduos com possível presença de agentes biológicos, que podem
apresentar riscos de infecção;
_ grupo B – resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar
riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade;
_ grupo C – quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que
contenham radionucleídeos;
_ Grupo D – resíduos que não apresentam riscos biológicos, químico ou
radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podem ser comparados aos
resíduos domiciliares;
_ Grupo E – materiais perfurocortantes ou escarificantes como lâminas de
bisturi, agulhas, escalpes, ampolas de vidros, lancetas, tubos de ensaio,
capilares, placas de Petri, lâminas, lamínulas, pipetas e outros (SBPC, 2009).

O percentual médio da composição dos resíduos gerados nos estabelecimentos de


saúde para os grupos A, B e C varia de 10 a 25%, e de 75 a 90% para o grupo D. O setor de
coleta do laboratório pode gerar resíduos classificados nos quatro grupos descritos (SBPC,
2009).
Segundo a NR 32, os resíduos do grupo A, com risco biológico, devem ser submetidos
a tratamento antes de serem descartados, utilizando-se processo físico (calor ou radiações
ionizantes) ou outros processos que sejam validados para obtenção de redução ou eliminação
da carga microbiana, então os resíduos podem ser acondicionados em sacos impermeáveis e
podem ser tratados como resíduos comuns. Porém se não ocorrer a esterilização, os resíduos
são acondicionados em saco branco leitoso, que deve ser identificado e não pode ultrapassar
2/3 de sua capacidade e devem ser fechados, de tal forma que não se permita o seu
derramamento, mesmo virados com abertura para baixo.
Os resíduos do grupo E (perfurocortantes), recomenda-se descartar separadamente,
imediatamente após o uso, em recipientes rígidos, resistentes à perfuração, ruptura e
vazamentos, com tampa e seu preenchimento máximo deve ficar abaixo de 5 cm do bocal.
Devem estar identificados com símbolo internacional de risco biológico, acrescido da inscrição
de “PERFUROCORTANTE” (NR 32).
Os resíduos do grupo B (lixo químico) devem ser descartados de acordo com suas
características das classes de substâncias químicas (tóxicas, corrosivas, irritantes, outras), por
isso deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original (NR 32) e jamais se
deve misturar substâncias químicas, pois essa mistura pode liberar gases tóxicos (BRASIL,
1999).
Para resíduos do grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a identificação deve
ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda recipientes, usando códigos de cores e suas
correspondentes nomeações:
I - Papel – azul;
II - metais – amarelo;
III - vidros – verde;
IV - plásticos – vermelho;
V - resíduos orgânicos – marrom (SBPC, 2009).

Recomenda-se identificar de forma clara e de fácil visualização os sacos de


acondicionamento, recipientes de coleta interna e externa, os recipientes de transporte interno
e externo e os locais de armazenamento. Quando o transporte for manual, deve ser realizado
de forma que não exista o contato com nenhuma parte do corpo e quando for por carros deve
ser realizado em carros apropriados, em sentido único com roteiro definido em horários que
não coincidentes com distribuição de roupas, alimentos, medicamentos ou períodos de maior
fluxo de pessoas. É importante capacitar a equipe de coleta, prestadores de serviços para
situações de emergência (falta de energia, incêndio) e acidentes (por perfurocortantes). Além
disso, realizar auditorias periódicas, para verificar se as metas estão sendo alcançadas e como
está a equipe do laboratório no cumprimento dos protocolos estabelecidos pelo programa (NR
32).

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