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Livro 3:
“Os filósofos concebem os afetos com que nos batemos como vícios em
que os homens caem por culpa própria. Por esse motivo, costumam rir-se
deles, lamentá-los, maltratá-los […] detestá-los. Acreditam, assim, fazer
coisa divina e alcançar o cume da sabedoria, ao louvar de muitas maneiras
uma natureza humana que em lugar nenhum existe e fustigar com suas
sentenças aquela que deveras existe. Com efeito, concebem os homens
não como são, mas como gostariam que fossem.
[…] Assim, não encarei os afetos humanos, como são o amor, o ódio, a ira,
a inveja […] como vícios da natureza humana, mas como propriedades que
lhe pertencem, tanto como o calor, o frio, a tempestade e outros fenômenos
do mesmo gênero pertencem à natureza do ar.” (Spinoza, Tratado Político,
apud Chauí, 2011)
O lugar dos afetos na ética de Spinoza
Distanciando-se dessa tradição, Spinoza empreende, em sua obra, não somente uma
exposição dos afetos como algo que pertence ao ser humano, mas uma busca pela
compreensão científica de como funcionam as afecções do ser humano, o que faz
segundo o método geométrico.
“O corpo humano pode ser afetado de muitas maneiras, pelas quais sua
potência de agir é aumentada ou diminuída, enquanto outras tantas não
tornam sua potência de agir nem maior nem menor” (post. 1, P. 3)
“Por Afeto compreendo as afecções do corpo, pelas quais sua potência de
agir é aumentada ou diminuída, estimulada ou refreada, e, ao mesmo tempo,
as ideias dessas afecções” (def. 3, P. 3)
Ação e Paixão
A partir da noção de Afeto, Spinoza desenvolve dois outros conceitos: Ação e Paixão.
Para compreendê-los, contudo, é preciso entender dois outros conceitos da Ética:
“causa adequada” e “causa parcial” (inadequada).
Causa adequada: é a causa “cujo efeito pode ser percebido clara e distintamente por ela mesma”
(Ética, p. 98)
Causa parcial (inadequada): é a causa “cujo efeito não pode ser compreendido por ela só”.
(Ética, p. 98)
“Proposição 4: nenhuma coisa pode ser destruída senão por uma causa
exterior.
Definição: Esta proposição é evidente por si mesma. Pois a definição de
uma coisa qualquer afirma a sua essência; ela não a nega. Ou seja,
ela põe a sua essência; ela não a retira. Assim, à medida que
consideramos apenas a própria coisa e não as causas exteriores, não
poderemos encontrar nela nada que possa destruí-la”. (Ética, p. 104)
Conatus
Vontade: é o esforço do conatus à medida que ele está referido apenas à mente
Apetite: é o esforço do conatus à medida que ele está referido simultaneamente à mente e
ao corpo.
Desejo: o desejo diz respeito aos homens à medida que eles estão conscientes de seu
apetite. Assim, o desejo abrange tanto o apetite quanto a vontade. O desejo é, portanto, o
próprio Conatus.
Exemplos de derivações: