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EVASÃO DE ALUNOS NO ENSINO SUPERIOR: UMA ANÁLISE DO CURSO DE

ADMINISTRAÇÃO DA FACULDADE DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO (FIS)

Jakson Fabricio de Melo Silva1; Júlio César Carvalho Cavalcante2

RESUMO

O artigo analisa a evasão dos alunos no curso de Administração da Faculdade de Integração


do Sertão (FIS) localizada em Serra Talhada, a 415 km de Recife, capital de Pernambuco.
Teve como objetivo identificar as principais causas contribuintes para a evasão de alunos do
curso e propor estratégias de marketing com o objetivo de reduzir a evasão de alunos. O
método de abordagem utilizado na pesquisa foi um estudo de caso, do tipo pesquisa
explicativo. Os dados foram adquiridos junto a Secretaria Geral da FIS, bem como
questionário aplicado ao coordenador do curso de Administração. De acordo com a análise
dos dados, as principais causas apontadas foram a incapacidade para a elaboração do Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC), problemas financeiros e a falta de identificação, entre outras
causas isoladas. As estratégias devem estar voltadas para a prática do marketing de
relacionamento, conscientização dos alunos quanto a importância do TCC e a criação de um
sistema de monitoramento de desempenho dos alunos.

Palavras-Chaves: Evasão. Marketing. Ensino Superior.

ABSTRACT

The article analyzes the students' avoidance in the course of Administration of the Faculty of
Integration of Sertão (FIS) located in Serra Talhada, 415 km from Recife, capital of
Pernambuco. It aimed to identify the main contributing causes for the avoidance of students of
the course and to propose strategies of marketing with the aim of reducing the student
evasion. The method of approach used in the research was a case study, of type explicative
research. The data were acquired from the FIS General Secretariat, as well as a questionnaire

1
Graduando do Curso de Administração da Faculdade de Integração do Sertão – Faculdade FIS.
2
Graduando do Curso de Administração da Faculdade de Integração do Sertão – Faculdade FIS.
applied to the coordinator of the Administration course. According to the analysis of the data,
the main causes were the inability to prepare the Course Completion Work (CBT), financial
problems and lack of identification, among other isolated causes. Strategies should be focused
on the practice of relationship marketing, raising students 'awareness of the importance of
CBT and creating a system for monitoring students' performance.

Key words: Evasion. Marketing. Higher education.

1 INTRODUÇÃO

A redução dos índices de evasão é de extrema importância para a instituição, levando


em conta que os mesmos causam um grande prejuízo, pois as salas são projetadas para
funcionarem com a sua capacidade máxima, normalmente é assim que as turmas se iniciam,
porém, vai diminuindo a quantidade de alunos, e a instituição tem que manter a turma
independentemente da quantidade de discentes que nela estiver.
Analisou-se as principais causas da evasão dos alunos do curso de Administração na
Faculdade de Integração do Sertão (FIS), bem como identificou-se as estratégias de marketing
que possam ajudar a reduzir a evasão.
A cada semestre é realizado o vestibular e, na maioria das vezes, um grande percentual
de alunos é aprovado, mas nem todos efetuam a matrícula, podendo assim, estudar estratégias
para fazer com que esses alunos realizem as matrículas e frequentem o curso.
Diante desta realidade, fez-se necessário conhecer as causas do fenômeno evasão,
tanto aquelas que estão diretamente ligadas internamente à instituição de ensino, quanto às
externas, para tentar manter os alunos.
O problema vem se acentuando a cada ano, ano após ano vários alunos resolvem
abandonar o curso, daí surgiu a necessidade de analisar o caso mais a fundo, e trazer para o
conhecimento de todos, inclusive da gestão da instituição, em profundidade, as possíveis
causas do problema.
Existem vários artigos do mesmo segmento no meio acadêmico, porém, será o
primeiro realizado no curso de Administração da Faculdade de Integração do Sertão, se
tornando assim uma pesquisa inédita na instituição, que pode resultar em outros trabalhos
focando o mesmo tema em outros cursos da instituição.
Esperamos que o mesmo venha a contribuir com a Faculdade de Integração do Sertão
(FIS), de modo que venha a auxiliar os gestores a tomar conhecimento dos eventuais
problemas, da mesma forma que possam a surgir possíveis soluções.
O tema da pesquisa é de extrema importância para a instituição de ensino, pois
acarreta prejuízo para a IES, e que se estudou profundamente, a fim de tomar conhecimento
das causas deste problema para que a partir dos resultados obtidos a instituição venha a
elaborar estratégias para combater à evasão.
Na visão pessoal a pesquisa contribuiu com a aquisição de conhecimento sobre gestão
numa Instituição do Ensino Superior (IES), bem como Marketing Educacional para que dessa
forma venhamos a utilizar o aprendizado posteriormente.
A evasão dos alunos é um grande problema enfrentado por todas as faculdades,
porém, focamos nos alunos do curso de Administração da Faculdade de Integração do Sertão
(FIS), em Serra Talhada.
No caso do curso de Administração na Faculdade de Integração do Sertão (FIS), foram
analisados os principais motivos que levam ao grande número de evasão, bem como as
estratégias de marketing para que se possa diminuir os números de evasão. Diante disto
apontou o seguinte problema: Como reduzir o número de alunos evadidos no curso de
Administração na Faculdade de Integração do Sertão (FIS)?
Com a vasta concorrência e a variedade de opções de cursos de nível superior, a
instituição deve investir em políticas de motivação através do marketing, buscar desenvolver
promoções nas mensalidades e criar estratégias de renegociação para alunos que atrasam as
prestações por problemas de ordem financeira e até com consequências sociais como o
desemprego.
Outro ponto a ser levado em consideração é o momento do vestibular e por conta da
seleção, a Instituição do Ensino Superior (IES) pode fazer uma maior divulgação do curso,
informando como funciona o curso, os conteúdos estudados e atuação no mercado de
trabalho, fazendo assim com que essa estratégia possa reduzir o número de alunos evadidos.
O artigo teve como objetivo principal analisar os fatores que podem influenciar na
evasão dos alunos dos alunos do curso de administração da Faculdade de Integração do Sertão
(FIS). Bem como os objetivos específicos a seguir, analisar o perfil dos alunos evadidos,
averiguar os principais motivos e falhas na instituição que podem levar à evasão dos alunos e
identificar estratégias de marketing que possam reduzir a evasão.
O método de abordagem utilizado na pesquisa é um estudo de caso, do tipo pesquisa
explicativa, que busca um aprofundamento no tema Evasão no Ensino Superior, tendo como
alvo analisar os principais motivos que levam a evasão dos alunos no curso de Administração
da Faculdade de Integração do Sertão (FIS).
A pesquisa foi realizada no curso de Administração da Instituição de ensino Faculdade
de Integração do Sertão (FIS), localizada na Rua João Luiz de Melo, 2110, Tancredo Neves,
Serra Talhada, Pernambuco.
Os dados para pesquisa foram coletados através do questionário realizado com o
coordenador do curso de Administração, para melhor compreender os motivos da evasão dos
alunos, além da coleta de dados levantados junto à Secretaria Geral da Fis.

2 EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR

Serão apresentados a seguir os principais estudos sobre evasão e as prováveis causas


encontradas em pesquisas já realizadas. Inicialmente, conceituaremos a evasão, definiremos
temas pertinentes em estudos realizados anteriormente. Logo serão enumerados os tipos de
evasão e analisaremos os estudos realizados no Brasil por vários pesquisadores.
Serão usadas como base as pesquisas realizadas, na qual serão analisadas e
contextualizadas dentro do cenário do século XXI, bem com, comparadas à realidade do curso
de Administração da Faculdade de Integração do Sertão (FIS).
Serão estudados conceitos de Marketing que possam ajudar na compreensão de como
elaborar estratégias que possam vim a reduzir os índices de evasão no curso de Administração
da IES. As Instituições de Ensino Superior (IES) têm passado por grandes desafios para se
manterem, além da desaceleração da demanda que tem atingindo-as, assim afirmam,
(COBRA E BRAGA 2004, apud MARTINS, 2007, p. 25).
Os teóricos apontam que há dois grandes desafios: a capacidade da IES oferecida com
a instalação relacionada à oferta do número de vagas e a demanda da sociedade e, por outro
lado, é apontado um grande número de IES numa mesma região oferecendo cursos similares
para um mesmo perfil de alunos.
Como se pode perceber são inúmeros os desafios enfrentados pelas IES. O ramo do
ensino passou a ser muito cobiçado, caso que fez aumentar a quantidade de instituições de
meados da década de 2000 até 2016, considerando instituições privadas e públicas, fato que
aumenta ainda mais as dificuldades do setor.
De acordo com (MEC 2015):
O número de Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil esteve
em constante ascensão nos últimos 13 anos, com um crescimento total de
102,6%, sendo 108,2% nas IES privadas e 71% nas públicas. No entanto, em
2013, o setor da educação de nível superior decresceu cerca de 1%
totalizando 2.391 instituições: 2.090 IES privadas e 301 públicas.

De acordo com (COBRA E BRAGA 2004, apud MARTINS, 2007, p. 26), os alunos
não compram cursos, compram, na verdade, uma carreira profissional de sucesso. E as IES, na
maioria das vezes, têm dificuldade em compreendê-los, pois precisa agregar valor a seus
cursos para que os alunos tenham condições de disputar espaço no mercado de trabalho.
Segundo (GARCIA 2006, apud MARTINS, 2007, p. 26), de 2007 a 2016 ocorreram
algumas mudanças no setor, são elas: alunos mais exigentes e mais informados; devido ás
novas tecnologias, mudança de hábitos, preferências e gostos; do momento da escolha do
curso até a frequência, queda no conceito de fidelidade, tornando mais fácil mudar de IES, e
consequentemente a evasão. A curva de desenvolvimento atingiu o ponto de maturação e já
começa a dar sinais de declínio, grande incremento de competição, com novos players no
mercado e redução geral dos valores de mensalidades, as IES estão gastando mais na captação
de novos alunos, sobretudo, com publicidade.
Por volta dos anos 2000, houve um grande aumento na demanda das faculdades em
todo país, dessa forma, as IES só se preocuparam em aumentar a quantidade de alunos. Não se
preocuparam em elaborar estratégias para manter esses mesmos.
Com a grande concorrência e o cenário econômico brasileiro, a partir de 2008, acabou
caindo a demanda de alunos pelas vagas, a preocupação passou a ser como reter os alunos já
conquistados e como atrair novos candidatos para o processo seletivo, ocorrendo uma
verdadeira disputa na busca por novos alunos, através da mídia. Essa conquista por novos
alunos tem ficado cada vez mais cara. Além disso, perder alunos tornou-se cada vez mais
frequente.
Dentro desse contexto pode-se observar a quantidade de instituições que passaram a
oferecer o curso de Administração nos últimos anos na mesma região que fica localizada a
Faculdade de Integração do Sertão – FIS, dentre elas, faculdades particulares e a Unidade
Acadêmica de Serra Talhada – UAST, também situada em Serra Talhada.

Nesse sentido, (Lopes 2006, p. 112, apud MARTINS, 2007, p. 27) afirma:

Muito se faz para conquistar novos alunos, mas muito pouco esforço tem sido
feito no sentido de reter ou aumentar o nível de satisfação de seus atuais [....]
A manutenção dos seus alunos é, cada vez mais, uma preocupação
compartilhada. As taxas de evasão crescem na medida em que crescem as
ofertas de novos cursos e novas instituições.

No cenário do século XXI, a manutenção dos alunos se tornou tão importante quanto
conquistar novos, por esse motivo, além de ser considerada uma ameaça, a evasão pode ser
considerada uma oportunidade no sentido de que, com a queda da demanda, as IES estão
percebendo que a manutenção do aluno é tão importante quanto a sua captação.
Reter alunos matriculados é tão importante quanto atraí-los e matriculá-los. Até
porque o aluno insatisfeito pode reduzir o número de disciplinas cursadas ou abandonar o
curso completamente. (KOTLER E FOX 1994, apud MARTINS, 2007, p. 28)

2.2 CONCEITO DE EVASÃO

Trazer os conceitos relacionados à evasão escolar no ensino superior é extremamente


importante para que se obtenha resultados confiáveis e satisfatórios. O aluno será considerado
evadido após o prazo máximo para conclusão do ensino superior. De acordo com o Ministério
da Educação (MEC), a evasão é o abandono definitivo do curso de origem, ou a diferença
entre ingressantes e concluintes, após uma geração completa.
De acordo com (GOMES 1998, apud MARTINS, 2007, p. 28) certeza da evasão, do
ponto de vista técnico, só é possível após o término do período máximo para conclusão do
curso. Em média, 80% mais que o período mínimo de conclusão. Porém, conforme argumenta
(GOMES 1998, apud MARTINS, 2007, p. 28), como isso ocorre após sete, oito ou nove anos,
fica difícil prevenir a perda de grandes contingentes nos cursos de graduação na universidade.
Ao analisar os conceitos pode-se chegar a conclusão que o aluno só será considerado
evadido a partir do momento em que a turma na qual o mesmo iniciou o curso tenha sido
concluída. Caso contrário, o aluno pode deixar de fazer parte das estatísticas a qualquer
momento.
A Comissão Especial de Estudos Sobre Evasão nas IES Públicas (1997) afirma que
para estabelecer parâmetros metodológicos de forma a garantir a exatidão e comparabilidade
dos resultados, evasão ficou caracterizada seguindo critérios técnicos.
Para Gomes (1998), evasão de curso é quando o estudante desliga-se do curso superior
em situações diversas tais como: abandono (deixa de matricular-se), desistência (oficial),
transferência ou reopção (mudança de curso), trancamento, exclusão por norma institucional.
Evasão da instituição é quando o estudante desliga-se da instituição qual está matriculado,
evasão do sistema, quando o estudante abandona de forma definitiva ou temporária o ensino
superior.
O aluno poderá ser reprovado caso não atinja as médias preestabelecidas pela IES, ou
se não atingir a média de frequência para que seja considerado um aluno aprovado, caso não
atinja algum dos dois, o aluno será considerado reprovado e terá que refazer a disciplina na
qual não obteve sucesso.
Caso muito comum entre os alunos é o trancamento do curso, quando o discente tranca
o curso automaticamente será considerado um evadido, independentemente de retomar o
curso ou não entrará para as estatísticas de alunos evadidos.

2.3 A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DA EVASÃO

Com a crise econômica que o país enfrenta acirrou a disputa das IES por alunos, por
esse motivo tem se tornado cada vez mais difícil a aquisição de novos alunos. Mais que nunca
a manutenção do vínculo com o aluno passa a ser de fundamental importância para as IES.
Há alguns anos os alunos raramente tinham como escolher em qual faculdade fazer o
seu curso, com o grande aumento no número de IES os alunos passaram a ter o poder de
escolha, dessa forma as IES precisam se superar para ganhar a confiança do aluno.
Na cidade de Serra Talhada existem 3 (três) Instituições que oferecem o curso de
Administração, sendo 2 (duas) Instituições de ensino privado e 1 (uma) federal, sendo
disponibilizados 480 (quatrocentos e oitenta) vagas anuais.
De acordo com (NUNES 2005, apud MARTINS, 2007, p. 30), a importância da
retenção de clientes é única para as IES, e poucos segmentos reúnem a mesma configuração
do ensino superior, em função da intangibilidade do produto ou serviço.
Ou seja, na maioria dos outros segmentos, não se mantem um cliente fixo por tanto
tempo da forma que é no ensino superior. O serviço oferecido é projetado para servir a uma
determinada quantidade de clientes (alunos), porém, existe a evasão dos mesmos durante
determinado período de tempo, fato que causa prejuízo para as IES.
Dentro desse contexto (Nunes 2005, p. 125, apud MARTINS, 2007, p. 31) afirma:

Nesse sentido, uma universidade pode ser comparada com um avião que
parte com 100% da capacidade ocupada, apenas deixando passageiros
durante as com cerca de 60% das poltronas ocupadas. Entre uma ou outra
escala, que nesse caso são as fases semestrais ou anuais de um curso, a
capacidade ociosa vai aumentando, havendo poucas chances de substituição
de “passageiros”.

As IES sofrem muito com o problema da evasão, problema esse que causam sérios
riscos à saúde financeira das Instituições, pois, independentemente de quantos alunos que
restem no curso a IES têm obrigação de concluir o curso para aqueles que restaram.
As Instituições fazem um investimento muito alto, visando manter as salas com a sua
capacidade máxima de alunos. O ensino superior é o único negócio que mesmo caindo a
receita com evasão dos alunos os custos continuam os mesmo, acarretando na redução do
lucro, sendo o mesmo o principal objetivo das IES privadas.

2.4 ANÁLISE DE ESTUDOS REALIZADOS

Tendo em vista que se trata de um assunto importante para as IES, a evasão


frequentemente se torna tema de trabalhos científicos. Dessa forma, se torna importante a
realização de uma breve análise nos mais relevantes. Até aqui foram feitas análises dos
seguintes autores: Cobra e Braga (2004), Garcia (2006), Lopes (2006), Kotler e Fox (1994),
Gomes (1998), Nunes (2005), Veloso (2000).
A partir do que foi analisado pode-se notar uma unanimidade no que diz respeito ao
tamanho do problema que a evasão traz para as instituições. Também pode-se constatar uma
adversidade na hora de definir os fatores que levam a evasão dos alunos, foram apontadas
diversas possíveis causas, que vão desde problemas financeiros à falta de identificação com o
curso escolhido.
Diante desta pode-se ter noção da importância do estudo realizado. De acordo com
(Veloso 2000, p, 14, apud MARTINS, 2007, p. 35) assegura que:

A evasão de estudantes é um fenômeno complexo, comum às instituições


universitárias no mundo contemporâneo. Nos últimos anos, esse tema tem
sido objeto de alguns estudos e análises, especialmente nos países do
primeiro mundo, e têm demonstrado não só a universalidade do fenômeno
como a relativa homogeneidade de seu comportamento em determinadas
áreas do saber, apesar das diferenças entre as instituições de ensino e das
peculiaridades socioeconômico culturais de cada país.
A evasão pode vim a ser causada por problemas internos e externos, os problemas
externos são os que mais causam problemas à instituição, pois os gestores não tem como
gerenciar as mesmas. Já os problemas internos podem ser analisados e consequentemente
resolvidos pelos gestores.
Segundo (SCHARGEL E SMINK 2002, apud MARTINS, 2007, p. 36) existem três
tipos de dissidência, que são eles: dissidência eventual, dissidência situacional e dissidência
por contemporaneidade. Ainda segundo os autores o mau desempenho acadêmico, pobreza,
etnia, limitação em algumas disciplinas, gravidez, rastreamento e situação geográfica podem
levar à evasão.
Os problemas citados acima podem ser considerados problemas sociais ou falta de
planejamento por parte dos alunos antes de ingressarem em um curso superior, ou até mesmo
são feitos os planejamentos, porém são mal elaborados e acabam dando errado e a saída é a
dissidência do curso.
Para (SCHARGEL E SMINK 2002, p. 29, apud MARTINS, 2007, p. 36):

Devemos examinar com lucidez tudo o que fazemos na escola. Nossa meta
básica não é simplesmente manter os estudantes em nossas salas de aula até
que concluam seus cursos, mas oferecer lhes uma educação que os prepare
para uma vida plena e produtiva que não se limita à sala de aula.

A evasão deve ser analisada de forma ampla, a educação em si é um ponto muito


importante, A preocupação deve ir além da sala de aula. Ela deve passar a ser sistêmica, de
forma que possa conscientizar os alunos e prepará-los para além da sala de aula.
De acordo com (SCHARGEL E SMINK 2002, apud MARTINS, 2007, p. 36)
identificaram ainda através de estudos realizados anteriormente que a evasão pode ser
divididas em cinco categorias de possíveis causas. São elas: as psicológicas, as sociológicas,
as organizacionais, as interacionais e as econômicas.
As psicológicas estão relacionadas à imaturidade dos alunos, caso mais comum em
alunos mais jovens que começam o curso, mas desistem por falta de preparo. As sociológicas
estão englobadas em todo um contexto social que influenciam na desistência do aluno. Nesse
caso, não é possível especificar.
As categorias organizacionais são aquelas que estão relacionadas a problemas na
instituição. As categorias interacionais avaliam a conduta do aluno em relação aos fatores
interacionais e pessoais.
A categoria econômica, na maioria das vezes, ocorrem pela perda de empregos dos
alunos, que não veem saída a não ser a desistência. Esse talvez seja um dos mais preocupantes
para as instituições, tendo em vista a crise econômica que o país enfrenta desde o ano de
2008.
Como pode-se constatar existem várias possibilidades analisadas pelos autores. O
problema é mais complexo que se possa imaginar. A maioria dos autores trabalham com as
possíveis causas bem parecidas e que andam lado a lado, porém, alguns possuem algumas
divergências.
Para (GAIOSO 2006, apud MARTINS, 2007, p. 37), as principais causas são: falta de
orientação vocacional e desconhecimento da metodologia do curso, deficiência da educação
básica, busca de herança profissional, mudança de endereço, problemas financeiros, horário
de trabalho incompatível com o de estudo, concorrência entre as IES privadas, falta de
orientação vocacional e imaturidade.
Dentre elas também estão: reprovações sucessivas, falta de perspectivas de trabalho,
ausência de laços afetivos na universidade, busca de herança profissional, e falta de um
referencial na família, entrar na faculdade por imposição, casamentos não planejados,
nascimento de filhos.
Como se pode ver os motivos são diversos. Muitos vão além do poder dos gestores
que na maioria dos casos nada pode fazer. O problema é muito complexo que vem bem antes
da faculdade na maioria dos casos, como a falta de preparo dos alunos para adentarem num
curso superior, o planejamento familiar e as falhas no ensino médio podem ser determinantes.

3 ESTRATÉGIAS DE MARKETING PARA CONTROLE DA EVASÃO DOS


DISCENTES

Um dos grandes desafios de um gestor é elaborar estratégias, sejam elas para


conseguir novos alunos ou manter os já adquiridos, a grande importância se dar pelo fato de
que o sucesso da instituição depende de estratégias bem elaboradas e que funcionem. De
acordo com (LAS CASAS, 2002; HAMEL e PRAHALAD, 1997; PORTER, 1989, apud
SLHESSARENKO, 2013, p. 04):

Administrar estrategicamente é planejar, executar e controlar ações, de forma


a garantir vantagens competitivas frente à concorrência. A manutenção da
competitividade implica aos gestores a percepção sobre as mudanças que
ocorrem no ambiente de ensino para poder traçar estratégias que aumentem
as possibilidades de reação frente às mudanças por intermédio da criação e
exploração de diferentes competências que apoiem essa interconexão,
representadas pela estrutura organizacional.

Porém o marketing ainda sofre rejeição no Ensino Superior, por não se tratar de um
negócio similar aos demais, onde se vendem produtos ou serviços, o Ensino Superior
transfere valores. De acordo com (KOTLER e FOX, 1994, apud SLHESSARENKO, 2013, p.
05):

As resistências frente à implantação de marketing apontam para o fato de que


a educação é uma necessidade social (e não comercial) e que o marketing e
sua visão de estratégia de negócios são incompatíveis com a missão
educacional, pois as instituições de ensino não vendem produtos e sim
transferem valores à sociedade como o conhecimento, o desenvolvimento de
competências e habilidades.

Mesmo diante das dificuldades na sua implantação, o marketing é fundamental e deve


ser usado de forma ostensiva. Para GRÖNROOS 1995 existe uma estratégia de marketing
muito eficiente a ser usada em uma IES. O relacionamento com o aluno pode ser um aliado no
combate à evasão, o marketing contribuir ao trabalhar de forma eficiente o marketing de
relacionamento.
Para (GRÖNROOS, 1995, apud RODRIGUES, 2012, p. 65), o estabelecimento de
relacionamento com um consumidor pode ser dividido em duas partes: atrair o consumidor e
construir um relacionamento em que os objetivos econômicos possam ser atingidos.
O relacionamento com o aluno deve ter início mesmo antes do mesmo ingressar na
faculdade, manter esse relacionamento é importante na fase em que o aluno está decidindo a
sua profissão.
É importante que o processo se dê de forma transparente, de forma que deixe claro
para o aluno o perfil que deseja e pretende formar. Esse marketing desse ser feito de acordo
com os valores adotados pela IES.
O marketing deve ser trabalhado por todos os meios possíveis. Deve-se utilizar meios
em que dá para expor por completo o cronograma e a didática de todos os cursos, isso é
possível por meio do site da instituição. A conscientização de que é importante para o aluno
saber de todas essas informações com antecedência se faz necessária.
Todos os setores da IES devem trabalhar em conjunto e de forma organizada. Devem
constar nos objetivos do Planejamento Estratégico Corporativo e são de responsabilidade de
toda a Instituição.
4 PERFIL DOS ALUNOS EVADIDOS NO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA FIS

O perfil dos alunos evadidos foi traçado de acordo com dados obtidos junto à
Secretaria Geral da FIS. A partir do momento que se sabe qual o perfil dos alunos evadidos
ficará mais fácil compreender as prováveis causas.
Os dados obtidos são da turma 2013.1 (2013.1 – 2016.2) do curso de Administração
da Faculdade de Integração do Sertão-FIS. Fez-se levantamento quantitativo de números de
evadidos e evolução por períodos mais afetados.
Foi feita consulta ao banco de dados da IES, buscando o cadastro dos ex-alunos com o
objetivo de fornecer alguns dados como a cidade na qual os alunos residem, idade e sexo.
A partir dos dados levantados junto à Secretaria Geral da FIS, pode-se notar que 29%
dos alunos evadidos são de Serra Talhada, cidade onde fica instalada a instituição. Veremos
todos os dados de forma detalhada no gráfico 01.

GRÁFICO 01
PORCENTAGEM DE ALUNOS EVADIDOS POR CIDADE 2013.1 – 2016.2
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%

Fonte: Dados internos da IES coletados em maio de 2017

Como se pode ver o maior percentual de alunos evadidos são da própria cidade da IES,
o que leva a acreditar que a distância não influencia de forma efetiva na evasão, exceto em
casos isolados.
Em relação à variável gênero, analisou-se o quantitativo de alunos do sexo feminino e
masculino que evadiram-se, e notou-se uma diferença considerável, em que 57% eram do
sexo feminino e os 43% restantes do sexo masculino. Veremos no gráfico 02.

GRÁFICO 02
PORCENTAGEM DE ALUNOS EVADIDOS POR GÊNERO 2013.1 – 2016.2
43%
57% Maculino
Feminino

Fonte: Dados internos da IES coletados em maio de 2017

De acordo com as dados pode-se perceber que alguns fatores como: filhos, dupla ou
até tripla jornada de trabalho que a maioria das mulheres enfrentam podem influenciar
diretamente na evasão.
Na tabela 01, analisou-se a idade dos alunos evadidos, os alunos ficaram separados por
faixa etária, mostrando que o maior percentual de alunos evadidos tinha de 22 a 25 anos,
chegando a um percentual de 66%.

TABELA 01
IDADE DOS ALUNOS EVADIDOS 2013.1 – 2016.2
Idade Frequência Percentual
18 a 21 anos 3 4%
22 a 25 anos 45 66%
26 a 29 anos 8 12%
30 a 33 anos 6 9%
34 a 37 anos 4 6%
Mais de 38 anos 2 3%
Fonte: Dados internos da IES coletados em maio de 2017

A partir dos dados analisados foi possível detectar a quantidade de alunos evadidos na
turma 2013.1, período por período, através de uma listagem compreendendo todos os
períodos.
Conforme a tabela 02, o total de ingressantes no curso objeto deste estudo no ano de
2013.1 foi de 83 (oitenta e três); deste total, 68 (sessenta e oito) alunos evadiram-se,
resultando numa taxa agregada de 82%.

TABELA 02
EVASÃO DOS ALUNOS 2013.1 – 2016.2

Curso Administração Taxa


Ingressantes 83 ----
Evadidos 68 82%
Concluintes 15 18%
Fonte: Dados internos da IES coletados em maio de 2017

Para melhor compreensão, o gráfico 03 faz uma comparação entre a quantidade de


alunos ingressantes e evadidos, no qual se pode observar que 83 alunos começaram o curso de
Administração começaram o curso em 2013.1, porém apenas 15 alunos concluíram o curso, o
que mostra que apenas 18% dos alunos matriculados inicialmente atingiram o seu objetivo,
que é o de concluir o curso.

GRÁFICO 03
EVASÃO DOS ALUNOS 2013.1 – 2016.2

Ingressantes / Evadido

83
90
80 68
70
60
50
40
30
20
10
0
Ingressantes Evadidos

Fonte: Dados internos da IES coletados em maio de 2017

É importante analisar como ocorreu a evasão período por período, observar em quais
períodos aconteceram as maiores taxas de evasão. A pesquisa mostra uma concentração nos
primeiros períodos, vindo a cair a partir do quarto período, porém, no oitavo período houve
um índice de evasão muito grande, chegando à taxa de 31,32%. Vejamos no gráfico 04.

GRÁFICO 04
EVASÃO POR PERÍODO 2013.1 – 2016.2

EVASÃO POR PERÍODO


35.00%
30.00%
25.00%
20.00%
15.00%
10.00%
5.00%
0.00%

Fonte: Dados internos da IES coletados em maio de 2017

O grande índice de evasão no oitavo período deixa uma causa em evidência: o fato da
elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no formato de monografia, o
despreparo dos alunos leva os mesmos a desistirem do curso no oitavo período, fato que
sugere que a IES, traça estratégias para que os alunos cheguem no último período preparados
e consigam elaborar o TCC e evitar a evasão.

5 CONCLUSÃO

Este artigo teve como principal objetivo identificar através de dados os principais
motivos que levam os alunos a evadirem-se do curso de Administração da Faculdade de
Integração do Sertão (FIS), bem como buscar analisar estratégias através do marketing com o
objetivo de reduzir a evasão.
De acordo com os dados analisados, podemos chegar a conclusão de que uma das
principais causas da evasão se dá por conta do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Os
alunos não chegam no oitavo período preparados para a elaboração do mesmo e acabam
desistindo do curso.
O índice de 31,32% de alunos evadidos faltando apenas 12,5% para a conclusão do
curso é alarmante e mostram uma falha, não só na instituição, mas sim, uma deficiência da
formação escolar que vem desde o ensino médio.
A IES deve se preocupar em conscientizar os alunos desde os períodos iniciais,
trabalhar com os mesmo essa deficiência, para que cheguem ao último período capazes de
elaborar os seus TCC´S.
Do segundo ao quarto período se notou uma quantidade relevante de evadidos, no qual
chegou-se ao índice de 37% somado aos três períodos. Nos períodos iniciais a evasão ocorre
na maioria das vezes por problemas financeiros e a falta de identificação com o curso, exceto
em casos isolados.
Quantos às causas apontadas nos períodos iniciais, percebe-se aí a importância do
marketing na gestão da instituição. Como comentado anteriormente, o marketing deverá ser
utilizado para a criação de vínculos emocionais com os alunos, antes mesmo de o aluno
ingressar na IES.
A prática do marketing de relacionamento deve ser trabalhada de forma que os valores
de IES sejam passados para os seus futuros alunos de forma correta, mostrando o que a
instituição espera dos mesmos, deixando exposto o tudo o que a IES tem a oferecer, dessa
forma pode-se igualar os parâmetros entre expectativa e realidade vivida pelo aluno no dia a
dia da instituição.
Após a ingressão do aluno a instituição deve oferecer aos seus alunos exatamente
aquilo que vendeu, suprindo as expectativas dos mesmos. O marketing de relacionamento
deverá ser trabalhado de forma que se crie um vinculo emocional entre alunos e IES.
É indicada a criação de um sistema de monitoramento do desempenho dos alunos,
levando em consideração as notas, faltas e financeiro, um sistema de monitoramento bem
gerido, juntamente com as propostas apresentadas anteriormente poderá trazer ótimos
resultados.
A evasão causa um grande problema financeiro à instituição, porém, sendo bem
trabalhado, utilizando das estratégias indicadas acima a evasão pode ser reduzida.
Recomenda-se um estudo aprofundado nos demais cursos da instituição e nas demais
instituições, de forma que se faça um detalhamento das suas causas.
6 REFERÊNCIAS

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2015. Disponível em: <https://goo.gl/odFDqJ>. Acesso em: 15 jun. 2017.

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de Integração do Sertão. Serra Talhada, PE, 2014.

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RODRIGUES, Gabriel Mario Rodrigues. Evasão no Ensino Superior. Brasília. 01, dez.
2012. Disponível em: <https://goo.gl/1Etg10>. Acesso em: 31 mai. 2017.

SLHESSARENKO, Michelli Slhessarenko. A evasão na educação superior para o curso de


bacharelado em sistema de informação. Florianópolis. 03, dez. 2013. Disponível em:
<https://goo.gl/I5oyNf>. Acesso em: 31 mai. 2017.

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