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CIBERCULTURA – PIERRE LEVY – fichamento 1 (fichar novamente com mais calma)

Pensar a cibercultura: esta é a proposta deste livro. Em geral consideram me consideram um


otimista. Estão certos. Meu otimismo, contudo, não promete que a internet resolverpa, em um
passe de mágica, todos os problemas culturais e sociais do planeta. Consiste apenas em
reconhecer dois fatos. Em primeiro lugar, que o crescimento do ciberespaço resulta de um
movimento internacional de jovens ávidos para experimentar, coletivamente, formas de
comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem. Em segundo lugar, que
estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar
as potencialidades mais positivas deste espaço nos planos econômicos, político, cultural e
humano. (1)

O ciberespaço (que também chamarei de rede) é o novo meio de comunicação que surge da
interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infraestrutura
material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela
abriga assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao
neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de
práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente
com o crescimento do ciberespaço. (17)

As atividades humanas abrangem, de maneira indissolúvel, interações entre:

- pessoas vivas e pensantes;

- entidades materiais naturais e artificias;

- ideias e representações. (22)

As técnicas determinam a sociedade ou a cultura? Se aceitarmos a ficção de uma relação, ela é


muito mais complexa do que uma relação de determinação. A emergência do ciberespaço
acompanha, traduz e favorece uma evolução geral da civilização. Uma técnica é produzida
dentro de uma cultura, e uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas. E digo
condicionada, não determinada. Essa diferença é fundamental. (25)

De fato, também vemos surgir na órbita das redes digitais interativas diversos tipos de formas
novas...

- de isolamento e de sobrecarga cognitiva (estresse pela comunicação e pelo trabalho diante da


tela);

- de dependência (vício na navegação ou em jogos em mundos virtuais);

- de dominação (reforço dos centros de decisão e de controle, domínio quase monopolista de


algumas potências econômicas sobre funções importantes de rede etc);

- de exploração ( em alguns casos de teletrabalho vigiado ou de deslocalização de atividades no


terceiro mundo);

- e mesmo de bobagem coletiva (rumores, conformismo em rede ou em comunidades virtuais,


acúmulo de dados sem qualquer informação, “televisão interativa”. (30)

Além disso, nos casos em que processos de inteligência coletiva desenvolvem-se de forma eficaz
graças ao ciberespaço, um de seus principais efeitos é o de acelerar cada vez mais o ritmo da
alteração tecnossocial, o que torna ainda mais necessária a participação ativa na cibercultura,
se não quisermos ficar para trás, e tende a excluir de maneira mais radical ainda aqueles que
não entraram no ciclo positivo da alteração, de sua compreensão e apropriação. (30)

Devido a seu aspecto participativo, socializante, descompartimentalizante, emancipador, a


inteligência coletiva proposta pela cibercultura constitui um dos melhores remédios para o
ritmo desestabilizante, por vezes excludente, da mutação técnica. Mas, neste memso
movimento, a inteligência coletiva trabalha ativamente para a aceleração dessa mutação. (...) A
inteligência coletiva que favorece a cibercultura é ao mesmo tempo um veneno para aqueles
que dela não participam (e ninguém pode participar completamente dela, de tão vasta e
multiforme) e um remédio para aqueles que mergulham em seus turbilhões e conseguem
controlar a própria deriva no meio de suas correntes. (30)

Anos 90 – As tecnologias digitais surgiram, então, como a infraestrutura do ciberespaço, novo


espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo
mercado da informação e do conhecimento. (32)

É virtual toda entidade “desterritorializada”, capaz de gerar diversas manifestações concretas


em diferentes momentos e locais determinados, sem contudo estar ela mesma presa a um lugar
ou tempo particular.(49)

O ciberespaço encoraja um estilo de relacionamento quase independente dos lugares


geográficos (telecomunicação, telepresença) e da coincidência dos tempos (comunicação
assíncrona). Não chega a ser uma novidade absoluta, uma vez que o telefone já nos habituou a
uma comunicação interativa. Com o correio (ou a escrita em geral), chegamos a ter uma tradição
bastante antiga de comunicação recíproca, assíncrona e a distância. Contudo, apenas as
particularidades técnicas do ciberespaço permitem que os membros de um grupo humano (que
podem ser tantos quantos se quiser) se coordenam, cooperam, alimentem e consultem uma
memória comum, e isto quase em tempo real, apesar da distribuição geográfica e da diferença
de horários. O que nos conduz diretamente à virtualização das organizações que, com a ajuda
das ferramentas da cibercultura, tornam-se cada vez menos dependentes de lugares
determinados, de horários de trabalho fixos e de planejamentos a longo prazo. (51)

Pensando na mesma direção, o movimento californiano Computers for the People quis colocar
a potência de cálculo dos computadores nas mãos dos indivíduos, liberando-os ao mesmo
tempo da tutela dos informatas. Como resultado prático desse movimento “utópico”, a partir
do fim dos anos 70 o preço dos computadores estava ao alcance das pessoas físicas, e neófitos
podiam aprender a usá-los sem especialização técnica. O significado social da informática foi
completamente transformado. Não há dúvida de que a aspiração original do movimento foi
recuperada e usada pela indústria. Mas é preciso reconhecer que a indústria também realizou,
à sua maneira, os objetivos do movimento. Ressaltamos que a informática pessoal não foi
decidida, e muito menos prevista, por qualquer governo ou multinacional visado a
reapropriação em favor dos indivíduos de uma potência técnica que até então havia sido
monopolizada por grandes instituições burocráticas. (127)

Do mais básico ao mais elaborado, três princípios orientaram o crescimento inicial do


ciberespaço: a interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva. (129)

A interconexão diz respeito a tendência dos computadores estarem interligados, uma vez que
todos possuem um endereço de internet e por ele se conectam à outras pessoas.
O desenvolvimento das comunidades virtuais se apoia na interconexão. Uma comunidade
virtual é construída sobre as afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos
mútuos, em um processo de cooperação ou de troca, tudo isso independentemente das
proximidades geográficas e das filiações institucionais. (130)

Para aqueles que não as praticara, esclarecemos eu, longe de serem frias, as relações on-line
não excluem emoções fortes. Além disso, nem a responsabilidade individual nem a opinião
pública e seu julgamento desaparecem no ciberespaço. Enfim, é raro que a comunicação por
meio de redes de computadores substitua pura e simplesmente os encontros físicos: na maior
parte do tempo, é um complemento ou um adicional. (130)

A moral implícita da comunidade virtual é em geral a da reciprocidade. Se aprendermos algo


lendo as trocas de mensagens, é preciso também repassar os conhecimentos de que dispomos
quando uma pergunta formulada on-line os torna úteis. A recompensa (simbólica) vem, então,
da reputação de competência que é constituída a longo prazo na “opinião pública” da
comunidade virtual. (130)

(...) Afinidades, alianças intelectuais, até mesmo amizades podem desenvolver-se nos grupos de
discussão, exatamente como entre pessoas que se encontram regularmente para conversar.
Para seus participantes, os outros membros das comunidades virtuais são o mais humanos
possível, pois seu estilo de escrita, suas zonas de competências, sus eventuais tomadas de
posição obviamente deixam transparecer suas personalidades. (131)

As comunidades exploram novas formas de opinião pública. Sabemos que o destino da opinião
pública encontra-se intimamente ligado ao da democracia moderna. No século XX, o rádio
(sobretudo nos anos 30 e 40) e a televisão (a partir dos anos 60) ao mesmo tempo deslocaram,
amplificaram e confiscaram o exercício da opinião pública. Não seria permitido, então, entrever
hoje uma nova metamorfose, uma nova complicação da própria noção de público, já que as
comunidades virtuais do ciberespaço oferecem, para debate coletivo, um campo de prática mais
aberto, mais participativo, mais distribuído que aquele das mídias clássicas? (131)

Quanto às relações “virtuais”, não substituem pura e simplesmente os encontros físicos, nem as
viagens, que muitas vezes ajudam a preparar. Em geral é um erro pensar as relações entre
antigos e novos dispositivos de comunicação em termos de substituição. (...) O cinema não
eliminou o teatro, deslocou-o. As pessoas continuam falando-se após a escrita, mas de outra
forma. As cartas de amor não impedem os amantes de se beijar. As pessoas que ais se
comunicam via telefone são aquelas que mais encontram outras pessoas. O desenvolvimento
das comunidades virtuais acompanha, em geral, contatos e interações de todos os tipos.
(131/132)

Uma comunidade virtual não é irreal, imaginária ou ilusória, trata-se simplesmente de um


coletivo mais ou menos permanente que se organiza por meio do novo correio eletrônico
mundial. (132)

Os amantes da cozinha mexicana, os loucos pelo gato angorá, os fanáticos por alguma linguagem
de programação ou os intérpretes apaixonados de Heidegger, antes dispersos pelo planeta,
muitas vezes isolados ou ao menos sem contatos regulares entre si, dispõem agora de um lugar
familiar de encontro e troca. Podemos, portanto, sustentar que as assim chamadas
“comunidades virtuais” realizam de fato uma verdadeira atualização (no sentido da criação de
um contado efetivo) de grupos humanos que eram apenas potenciais antes do surgimento do
ciberespaço. A expressão “comunidade atual” seria, no fundo, muito mais adequada para
descrever os fenômenos de comunicação coletiva no ciberespaço do que “comunidade virtual”.
(132)

A cibercultura é a expressão da aspiração de construção de um laço social, que não seria fundado
nem sobre links territoriais, nem sobre relações institucionais, nem sobre as relações de poder,
mas sobre a reunião em torno de centros de interesse comuns, sobre o jogo, sobre o
compartilhamento do saber, sobre a aprendizagem cooperativa, sobre processos abertos de
colaboração. O apetite para as comunidades virtuais encontra um ideal de relação humana
desterritorializada, transversal, livre. As comunidades virtuais são os motores, os atores, a vida
diversa e suspreendente do universal por contato. (132/133)

Um grupo humano qualquer só se interessa em constituir-se como comunidade virtual para


aproximar-se do ideal do coletivo inteligente, mais imaginativo, mais rápido, mais capaz de
aprender e de inventar do que um coletivo inteligentemente gerenciado. O ciberespaço talvez
não seja mais do que o indispensável desvio técnico para atingir a inteligência coletiva. (133)

A inteligência coletiva constitui mais um campo de problemas do que uma solução. Todos
reconhecem que o melhor uso que podemos fazer do ciberespaço é colocar em sinergia os
saberes, as imaginações, as energias espirituais daquelas que estão conectadas a ele. (133)

MOVIMENTO SOCIAL QUE O CIBERESPAÇO PROPAGA É “sobre uma forma de comunicação não
midiática, interativa, comunitária, transversal e rizomática.” (134)

Numa abordagem mais acadêmica, William Mitchell foi convincente ao afirmar que estão
emergindo on-line novas formas de sociabilidade e novas formas de vida urbana, adaptadas ao
nosso novo meio ambiente tecnológico. (443)

Wellman nos lembra que as “comunidades virtuais” não precisam opor-se às “comunidades
físicas”: são formas diferentes de comunidades, com leis e dinâmicas específicas, que interagem
com outras formas de comunidade. (...) ´”A rede social do indivíduo de laços interpessoais
informais, que vão de meia dúzia de amigos íntimos a centenas de laços mais fracos.(444)

A Rede é especialmente apropriada para a geração de laços fracos múltiplos. Os laços fracos são
úteis no fornecimento de informações e na abertura de novas oportunidades a baixo custo. A
vantagem da Rede é que ela permite a criação de laços fracos com desconhecidos, num modelo
igualitário de interação, no qual as características sociais são menos influentes na estruturação,
ou mesmo no bloqueio, da comunicação. De fato, tanto off-line quanto on-line, os laços fracos
facilitam a ligação de pessoas com diversas características sociais, expandindo assim a
sociabilidade para além dos limites socialmente definidos do auto-reconhecimento. Nesse
sentido, a Internet pode contribuir para a expansão dos vínculos sociais numa sociedade que
parece estar passando por uma rápida individualização e uma ruptura cívica. Parece que as
comunidades virtuais são mais fortes do que os observadores em geral acreditam. (445)

Assim, no fim das contas, as comunidades virtuais são comunidades reais? Sim e não. São
comunidades, porém não são comunidades físicas, e não seguem os mesmos modelos de
comunicação e interação das comunidades físicas. Porém não são “irreais”, funcionam em outro
plano da realidade. São redes sociais interpessoais, em sua maioria baseadas em laços fracos,
diversificadíssimas e especializadíssimas, também capazes de gerar reciprocidade e apoio por
intermédio da dinâmica da interação sustentada. (446)

PARA AJUDAR NA PENHA NAS REDES SOCIAIS

Os atores são o primeiro elemento da rede social, representados pelos nós (ou nodos). Trata-se
das pessoas envolvidas na rede que se analisa. Como partes do sistema, os atores atuam de
forma a moldar as estruturas sociais, através da interação e da constituição de laços sociais.
(RECUERO, 2014, p.25)

Web blog, fotolog, orku, Facebook – São espaços de interação, lugares de fala construídos pelos
atores de forma a expressar elementos de sua personalidade e individualidade. (RECUERO,
2014, p. 26)

Appud – Redes sociais complexas sempre existiram, mas os desenvolvimentos tecnológicos


recentes permitiram sua emergência como uma forma dominante de organização social.
Exatamente como uma rede de computadores conecta máquinas, uma rede social conecta
pessoas, instituições e suporta redes sociais. (Wellman, 2002b, p.2) (93)

Um dos aspectos mais populares para a compreensão das redes sociais na Internet é o estudo
dos sites das redes sociais (SRSs). Esses sites, defenderemos, não são exatamente um elemento
novo, mas uma consequência da apropriação das ferramentas de comunicação mediada pelo
computador pelos atores sociais. Assim, embora sejam frequentemente referenciados como
exemplos, o Orkut, Facebook etc. não são os únicos tipos de sites de redes sociais. (102)

Sites de redes sociais foram definidos por Boyd &Ellison (2007) como aqueles sistemas que
permitem: i) a construção de uma persona através de um perfil ou página pessoal; ii) a interação
através de comentários; e iii) a exposição pública da rede social de cada ator. Os sites de redes
sociais seriam uma categoria do grupo de softwares sociais, que seriam softwares com aplicação
direta para a comunicação mediada por computador. (102)

O que é diferencial nos sites de redes sociais é que eles são capazes de construir e facilitar a
emergência de tipos de capital social que não são facilmente acessíveis aos atores sociais no
espaço off-line. Por exemplo, no Orkut um determinado ator pode ter rapidamente 300 ou 400
amigos. Essa quantidade de conexões, que dificilmente o ator terá na vida off-line, influencia
várias coisas. Pode, assim torná-lo mais visível na rede social, pode tornar as informações mais
acessíveis a esse ator, Pode, inclusive, auxiliar a construir impressões de popularidade que
transpassem ao espaço off-line. (107)

Os sites de redes sociais permitem aos atores sociais estar mais conectados. Isso significa que
há um aumento da visibilidade social desses nós. A visibilidade é constituída enquanto um valor
porque proporciona que os nós sejam mais visíveis na rede. Com isso, um determinado nó pode
amplificar os valores que são obtidos através dessas conexões, tais como o suporte social e as
informações. (108)

Os elementos formadores da comunidade virtual seriam: as discussões públicas; as pessoas que


se encontram e reencontram, ou que ainda mantêm contato através da Internet (para levar
adiante a discussão); o tempo; e o sentimento. Esses elementos, combinado através do
ciberespaço, poderiam ser formadores de redes de relações sociais, constituindo-se em
comunidades. (137)
Os coceitos de Wellman apresentam um elemento fundamental para análise das comunidades
virtuais: para ele, não são necessários laços fortes, mas quaisquer laços baseados na interação
social, na identificação e no interesse comum. (143)

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