Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
AUTORES:
LUIZ ANTONIO COELHO LOPES
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
lcoelho@finep.gov.br
RESUMO
ABSTRACT
Profound technological, social, political, and economic changes have accelerated the
obsolescence of management structures and planning systems regarding high education
institutions. As far as Brazilian universities are concerned, the main problem lies in the search
for a model which comprises their peculiarities. Universities are complex organizations
characterized by: 1) the desire of teaching and technical-administrative staffs, as well as
students, for maintaining political pluralism, university autonomy and academic freedom; 2)
teaching, research, and extension activities for the achievement of their goals; 3) having their
development connected to public policies. This article analyzes the models of organizational
structures found at Brazilian universities, based upon historical aspects as well as those
concerning management general theory. It also gathers relevant information on organizational
charts currently adopted. Structure formats are compared, those demanded by the 1968
Reform, according to Law no. 5540 (dated November 28, 1968), and those derived from the
changes made possible by the publication of Directives and Bases of National Education Law
(Law no. 9394, dated December 20, 1996).
2
3
Introdução
As duas últimas décadas foram marcadas por profundas mudanças tecnológicas, sociais,
políticas e econômicas, que aceleraram a obsolescência das estruturas organizacionais e dos
sistemas de planejamento das instituições de ensino superior (IES).
É notável o espaçamento entre o desenvolvimento do conhecimento, decorrente das
referidas mudanças e sua incorporação aos programas universitários. Torna-se mister,
portanto, o estabelecimento de mecanismos de gestão que permitam à universidade: 1)
capacidade de reflexão de demandas e exigências sociais, cada vez mais complexas e
diferenciadas; e 2) controle dos custos crescentes de suas atividades. Para tanto, sua
organização é elemento fundamental para a consecução de seus objetivos.
O problema de estruturação administrativa das IES reside na busca de um modelo que
atenda às suas especificidades, que são originadas no pluralismo político e ideológico, que
produz dissensões, inclusive, no entendimento do projeto de universidade.
Na comunidade acadêmica, apesar de tais divergências, há concordância e consenso em
dois aspectos fundamentais: 1º) A missão universitária está relacionada à produção e
disseminação do conhecimento; e 2º) Faz-se urgente e necessária a geração de um processo de
organização e planejamento de suas atividades.
A maioria dos pesquisadores da teoria das organizações admite a existência de um forte
vínculo entre a estrutura administrativa e o processo decisório. E embora não haja maiores
investigações sobre as relações de causa-efeito, é sabido que: ou a estrutura segue a decisão
estratégica, ou a decisão estratégica é influenciada pela estrutura. Leitão (1982), baseado no
trabalho de Fredrikson, admite que onde não há uma estratégia global institucionalizada há
predomínio da estrutura organizacional nos processos decisórios. A relevância do tema
proposto, reside, como lembra Zainko (in Anais do III seminário de administração
universitária), na ausência de um plano global para o desenvolvimento do ensino superior
brasileiro. Historicamente, tal desenvolvimento foi articulado através de políticas públicas
fragmentadas e desconectadas, dificultando sobremodo o estabelecimento de uma estratégia
global da universidade, gerando a expectativa do predomínio da estrutura organizacional na
tomada de decisão.
O presente trabalho objetiva discutir os modelos de estruturas organizacionais das
universidades brasileiras. Para tanto, além de abordar aspectos históricos e de teoria geral da
administração, foram levantados os organogramas de todas as universidades brasileiras,
através de pesquisa aos sítios destas instituições na internet. Naqueles sítios onde o
organograma propriamente dito não estava disponível, o mapa do sítio foi utilizado para
dedução da referida estrutura.
Entende-se por universidade, instituições pluridisciplinares de formação dos quadros
profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber
humano, conforme disposto no Art. 52 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) – Lei nº 9.394, de 20/12/1996.
Aspectos históricos
Aspectos teóricos
Modelo 1 Modelo 2
Modelo 3 Modelo 4
Um levantamento feito em 1989 indicou que apenas quatro universidades, das cinqüenta
observadas, apresentavam as estruturas mais complexas, isto é, as que se utilizam do quarto
modelo: UFRJ, UERJ, PUC/SP e UFF (Soares,1989).
No que diz respeito às instituições que adotam tal modelo, Sucupira (apud Soares, 1989)
aponta algumas disfunções, além dos inevitáveis conflitos de autoridade e difícil coordenação
das unidades integrantes: 1ª- o reforço das faculdades, escolas e institutos em detrimento do
departamento, em função da tradição de independência das faculdades profissionais (em sua
9
maioria instituições isoladas que foram integradas e federalizadas) e dos resíduos do sistema
de cátedra; e 2ª- a superposição de centros aos institutos gera a necessidade das decisões
departamentais atravessarem os planos da faculdade e do centro, podendo levar a perda de
oportunidades, pela demora de sua aprovação pelos órgãos superiores.
A distribuição das universidades segundo os modelos de estruturação apresentam
predomínio (86% dos casos observados) das organizações com departamentos agregados em
centros ou institutos (faculdades).
Havia apenas três universidades com departamentos diretamente relacionados à
administração superior.
A distribuição das universidades estudadas por Cunha, antes da publicação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20/12/1996), era a representada no
gráfico abaixo.
A situação atual
seus cursos e programas (Art. 53); e 2º) a criação de 27 novas universidades desde a
publicação da LDB, e 74 iniciadas após o estudo de Soares (1989).
Os quatro novos modelos, basicamente, derivam dos anteriores. Contudo, têm a menor
unidade administrativa representada por cursos e não por departamentos. Os modelos
clássicos dão aos cursos organização colegiada que demandam disciplinas de diferentes
departamentos, como, por exemplo, o curso de Administração demanda disciplinas dos
departamentos de Administração, Contabilidade, Economia, Estatística, Matemática, etc. Nos
novos modelos as disciplinas estão vinculadas diretamente ao curso.
Estão, portanto, adicionados aos quatro modelos básicos de estruturação os seguintes
organogramas, no que se refere às atividades-fim: 5) agregação de cursos em poucos centros
(algumas vezes designados como áreas); 6) reunião de cursos em número maior de
faculdades; 7) cursos vinculados a administração de um campus (especialização regional); e
8) ligação direta de cursos à administração superior. Tais modelos estão representados na
figura abaixo.
Modelo 5 Modelo 6
Modelo 7 Modelo 8
O levantamento dos modelos atualmente vigentes nas universidades brasileiras mostra uma
forte adoção dos novos organogramas, 44% das instituições o implantaram, conforme pode
ser observado no gráfico abaixo.
11
Referências Bibliográficas
BRASIL. Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e
funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras
providências. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5540.htm.Acesso
em 20 de abril de 2005.
_______. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em
20 de abril de 2005.
BUARQUE, Cristovam. Gestão universitária: problemática brasileira. In Seminário
Internacional sobre administração e desenvolvimento universitários: problemáticas e
estratégias, 1, 1990, Natal. Anais ... Natal: Editora Universitária,1990. 216p. p.19-32.
_______. A aventura da universidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. (Universitas)
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração: abordagens descritivas e
explicativas. 3.ed. - São Paulo: McGraw-Hill, 1987.
13