Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Com o seu peculiar talento para exprimir a essência das coisas, Chesterton
formulou a ideia distributista: “Capitalismo demais não significa capitalistas
demais, mas capitalistas de menos.” O distributismo espera aumentar o
número de possuidores de propriedade privada, estimulando os indivíduos e
as famílias a adquirir ou criar seus próprios meios de produção, em vez de
depender de salários. Isso, na prática, pode significar muito bem os “três
alqueires e uma vaca” de Chesterton, assim como, na economia moderna,
“três computadores e um escritório em casa”.
Que se quer dizer com uma “terceira via”? Apenas que distributismo não é nem
socialismo, nem capitalismo. Como disse Thomas Storck: “Tanto o socialismo,
quanto o capitalismo, são produtos do Iluminismo europeu, e constituem,
portanto, forças modernizadoras e antitradicionais. O distributismo, ao
contrário, busca subordinar a atividade econômica à vida humana integral, isto
é, à nossa vida espiritual, intelectual e familiar.” É justamente isso que os
Papas propõem em sua doutrina social.
Não seria possível crise financeira alguma em uma ordem social católica, pois
nela a atividade econômica haverá de ser ordenada, como escreveu Pio XI,
pela “suavíssima e igualmente poderosa lei da moderação cristã, que manda
ao homem buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, seguro de que
também na medida do necessário a liberalidade divina, fiel às suas promessas,
lhe dará por acréscimo os bens temporais.”.
Em um artigo para o Remnant, Richard Aleman relatou que ele, John Rao e eu
estivemos no local da manifestação do movimento “Occupy Wall Street”, com o
objetivo de apresentar a defesa católica da justiça econômica. Não fomos lá
para comungar com hippies ou apoiar qualquer tipo de ideologia de esquerda.
Fomos lá por reconhecermos que muitas das almas errantes reunidas no
parque Zuccotti suspeitavam que havia algo de radicalmente errado com a
ordem econômica moderna, embora não tivessem uma ideia clara do que
fosse.
Não deixa de ser irônico que católicos que se consideram libertários defendam
um coletivismo de empresas sustentado com assistência governamental –
coletivismo esse tão amplo que equivale, na prática, a um socialismo “privado”
–, enquanto atacam os distributistas por sua defesa verdadeiramente libertária
da independência econômica para o indivíduo e a família, numa economia que
não dependa do trabalho de chineses pagos com salários escravos.