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A formação do professor universitário

Pedro Américo Almeida Magalhães Júnior

PROFESSORES X MESTRES

Atualmente os cursos de pós-graduação se dividem em especialização, mestrado e doutorado. O


título de especialista é dado após o cumprimento de uma carga horária mínima de 360 horas de
aula e a entrega de uma monografia. Já ao mestre, além das aulas, é necessário seminários e a
apresentação de uma dissertação com defesa para uma banca examinadora. Para o doutor, há um
aumento da carga horária e dos seminários, com a entrega e defesa de uma tese, que deve ter
caracter inédito para uma banca de exame formada por doutores. Normalmente é cobrado o
conhecimento de uma ou duas línguas estrangeiras. Não existe pré-requisito, "apriori", a pessoa
pode ser doutora sem ter o mestrado, mas o comum é fazer o mestrado e depois o doutorado.

A especialização ou pós-graduação "latu-sensu" tem duração variando de 6 meses a um ano e


meio, o mestrado ou pós-graduação "Stritu-sensu", de 2 a 4 anos e o doutorado, aproximadamente
de 4 a 7 anos. É comum o aluno terminar a graduação e iniciar logo em seguida a pós-graduação,
sem ter exercido a profissão, logo tendo uma grande bagagem acadêmica e teórica, mas pouca
experiência.

O problema é que este aluno quando conclui o mestrado, acaba se transformando em professor
universitário, sem nunca ter trabalhado no seu ramo, e ainda sendo a pós-graduação muito mais
voltada para a realização de pesquisa que para a o magistério. Os estabelecimento de ensino
superior dão preferência à contratação de docentes com pelo menos o mestrado, uma vez que os
cursos são avaliados pelo número de mestres e doutores. Assim temos um profissional sem nunca
exercer a profissão e também não preparado para o magistério. Porém trata-se, sem dúvida, de
jovens brilhante e com ótima base de conhecimento.

A maioria dos cursos superiores formam profissionais para o mercado de trabalho, para a indústria,
comércio ou prestação de serviços. Pode-se pensar que é muito importante para estes cursos
terem profissionais com vivência prática no seu corpo docente, e não apenas professores com
pós-graduação mas com pouca experiência na carreira profissional. O docente, para lecionar uma
matéria da graduação, que na grande maioria das vezes é um assunto bem geral, deve gastar um
longo tempo trabalhando, pesquisando e usando o tema, e não apenas estudá-lo rapidamente.
Exige-se um certo tempo de maturação para conhecer bem e ganhar segurança em um assunto e
suas implicações.

Uma das razões para o sucesso do curso superior de medicina é possuir a maioria dos professores
médicos e exercendo a profissão. E uma deficiência de cursos superiores como o de Engenharia
Elétrica consiste no aluno concluir o curso conhecendo o cálculo de estruturas atômicas, mas sem,
contudo, saber como fazer uma instalação elétrica de uma residência, fruto isso, talvez, de
professores brilhantes com mestrado e doutorado, mas sem qualquer vivência prática em
engenharia. Para se formar engenheiros é necessários professores engenheiros. Vemos, pois, um
número enorme de alunos formados em Engenharia Elétrica que não exercem a profissão, e estão
no mercado de trabalho como analistas de sistemas, administradores, vendedores e etc. Já a
maioria dos médicos formados exercem a sua profissão.

As escolas superiores do Brasil praticamente não contratam mais professores sem mestrado ou
doutorado, ou não deixam estes profissionais serem promovidos. A meu ver isso é um grande
equívoco, pois o profissional vale pelo que faz e não pelo que é. Ás vezes, um professor sem
pós-graduação pode ensinar muito mais do que outro que é mestre ou doutor. Não existe
necessidade desta discriminação, pois o próprio mercado de trabalho, a vida prática do dia a dia do
exercício da profissão já atualiza e prepara o professor para a sala de aula. A carreira docente
exige grande dedicação e idealismo.

Os cursos de mestrado e doutorado preparam a pessoa muito mais para serem pesquisadores do
que um professores. Os cursos de pós-graduação dão grande ênfase a pesquisa, a dissertação ou
a tese, especializando bastante em um dado assunto. Abordagem esta, em geral, muito avançada
e específica para a graduação, que dificilmente será ministrada em sala de aula. Como, por
exemplo, um professor de instalações elétricas residenciais, que faz doutorado em modelo de
estrutura atômica avançada, assuntos totalmente diferentes. Deve-se notar, também, que as
dissertações de mestrado, atualmente, estão mais voltada apenas para a discussão de um dado
tema do que a criação e desenvolvimento cientifico.

A criação cientifica atual demanda grande tempo, enormes recursos e um trabalho em equipe; que
geralmente o estudante de mestrado e doutorado não dispõem.
Sugiro a criação de um curso de pós-graduação voltado para a formação de professores de curso
superior, que tivesse aulas de didática, psicologia, pedagogia e de técnicas de ensino e
aprendizado. Este curso deveria ter disciplinas de atualização do conhecimento de uma forma mais
geral, discutindo grandes temas da modernização das profissões e suas relações humanas, como,
por exemplo, o uso da informática, novas técnicas, normas e experiências no qual a dissertação ou
tese fossem substituídos pela avaliação de uma aula ministrada pelo professor, algo que fosse
periódico, reciclando e nivelando o professor universitário.

O curso superior no Brasil deve "pensar grande", ter em seu quadro docente tanto professores com
formação acadêmica, mestrado e doutorado, como também com formação profissional prática, que
exerçam a profissão no mercado de trabalho, abrangendo assim, tanto a parte teórica e básica
como também a parte prática e avançada. Não é correto classificar um curso pelo número de
mestres e doutores, mas sim pelo nível de conhecimento de seus alunos e o sucesso profissional
destes. O sucesso no Provão do MEC de algumas Universidade Federais deve ser avaliado como
uma comprovação do bom aluno que nelas estuda e não pelo número de pós-graduados no seus
corpos docentes. Alunos em geral que tiveram uma boa escola particular de primeiro e segundo
grau, possuem uma família de alta renda e não trabalham o dia inteiro, estudando de manhã ou à
tarde. Os melhores estudantes fazem como primeira opção as Universidades Federais, pois nelas o
ensino é gratuito, sobrando para os de classe social mais baixas as faculdades particulares com
crédito educativo e ensino noturno, uma vez que o estudante tem de trabalhar oito horas por dia
para o seu sustento. O aluno é quem faz a faculdade e não a faculdade que faz o aluno. O nível do
assunto lecionado depende do nível da turma.

A escola de ensino superior não deveria dar incentivo maior aos professores de dedicação
exclusiva, mas sim à melhoria das aulas, a didática, a transmissão de conhecimento, a passagem
de experiências e ao ensino de uma profissão. Muito além de seguir um programa de uma
disciplina, o professor deve passar para seus alunos sua experiência de vida.

As faculdades devem ser o lugar de transmissão de conhecimentos, feitos pelos seus professores,
e também o lugar de geração e criação de novos conhecimentos, feitos agora pelos seus
pesquisadores. São profissões diferentes, a de pesquisador e a de professor. Às vezes, um bom
pesquisador não será um bom professor. Para o docente, não é necessário possuir somente o
conhecimento, mas também saber transmiti-lo. Como também não se forma um profissional apenas
com a teoria, é fundamental o conhecimento prático e a passagem de experiências daqueles que já
exercem a carreira, ainda na faculdade.

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