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SABERES NECESSÁRIOS Á PRÁTICA DA PSICOMOTRICIDADE NA


EDUCAÇÃO INFANTIL
Maria Aparecida de Souza
Maria do Socorro de Oliveira B. Sampaio
Vania Maria da Silva Andrade

RESUMO

O presente artigo refletiu-se sobre os Saberes necessários á prática da


Psicomotricidade na Educação Infantil. Nesse contexto á problemática em questão
partiu-se da premissa de compreender a sua concepção em relação ao seu
desenvolvimento motor da criança e compreender como ajuda no desenvolvimento e
no processo de ensino e aprendizagem. Um dos aspectos mais importantes foi
saber que a educação psicomotora abrange todas as aprendizagens da criança e
indispensável nas aprendizagens escolares. Visou contribuir para esclarecimentos
mais concretos, tornando a criança mais aberta a novos saberes, através de estudos
e discussões que abordam a realidade na psicomotricidade e o quanto é importante
à atenção docente. Finalizando, através dessa pesquisa qualitativa de
procedimentos bibliográficos, percebeu-se a importância da psicomotricidade na
Educação Infantil como fortalecimento da criança enquanto pessoa e servindo de
instrumento para todas as áreas de estudos voltadas a organização afetiva, motora,
social e intelectual do aluno. Contribuindo assim para o processo educativo com o
objetivo de desenvolver nos alunos um desenvolvimento psicomotor satisfatório e,
contribuir para evolução social e o sucesso escolar da mesma.

Palavras-Chave: Psicomotricidade. Aprendizagem. Desenvolvimento. Criança.1

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tratou-se da importância da psicomotricidade na educação


infantil, pois além de ser um aspecto fundamental para a criança, trabalha o seu
desenvolvimento integral, envolvendo aspectos motores, afetivos e sociais. E ao
refletir sobre o tema em questão surgiu- se as seguintes questões: Que beneficios
proporcionam a prática da pscicomotricidade e considerando os tipos de motricidade
em que área do corpo elas atuam para desenvolver a coordenação motora e que
relação existe entre psicomotricidade e aprendizagem na vida do discente; Que

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Maria Aparecida de Souza, Pós-Graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional – UPE
( Universidade de Pernambuco);
Maria do Socorro de Oliveira B. Sampaio. Pós-Graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional –
UPE ( Universidade de Pernambuco);
Vania Maria da Silva Andrade, Pós-Graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional – FJN
( Faculdade de Juazeiro do Norte);
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beneficios ocorrem através do Lúdico, jogos e brincadeiras para a estrutura motora


da criança.

Como afirma Assunção e Coelho (1997 p 108):

A psicomotricidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o


corpo (todas as suas partes), relacionando-o com a afetividade, o
pensamento e o nível de inteligência. Ela enfoca a unidade da educação
dos movimentos, ao mesmo tempo em que põe em jogo as funções
intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal
são manifestações puramente motoras. (ASSUNÇÃO; COELHO, 1997,
p.108).

Diante desta visão, as atividades motoras desempenham na vida da criança


um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais.
Enquanto explora o mundo que a rodeia com todos os órgãos dos sentidos, ela
percebe também os meios como quais fará grande parte dos seus contatos sociais.
Portanto, a educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma
experiência ativa, onde a criança se confronta com o meio.
Justifica-se a relevância desse estudo nos benefícios que um
desenvolvimento psicomotor adequado traz para o processo de aprendizagem,
porque é parte integrante do desenvolvimento pleno da criança.
E para que tenha bons êxitos é necessário que se faça reconhecer através de
estímulos os tipos de motricidade, a motricidade fina garante a criatividade e seu
aperfeiçoamento através de movimentos com controle e habilidade, exemplos, usar
tesoura, lápis, rasgar, recortar, utilizar o barro ou pintar. A motricidade ampla que ao
brincar com o corpo todo, usa grupos de músculos maiores e o desenvolvimento de
habilidades que ao ser estimulado, a criança brinca com o corpo todo, durante a
atividade. E a lateralidade que define todas as direções com ideia de espaço e
mínima coordenação que aos poucos vão descobrindo a capacidade de realizar
vários movimentos ao mesmo tempo em lados diferentes. Exemplo disso:o ato de
escrever, levantar o braço esquerdo, o direito, abaixar o braço esquerdo, a direita.
E em geral, o desenvolvimento dos aspectos motores é essencial para que a
criança se torne independente, criando assim a possibilidade de exploração
ampliada ou clara em relação a sua visão de mundo.
A partir dos movimentos é que a criança adquire aprendizagem em todos os
aspectos cognitivos, ou seja, a união desses transforma-se em situações reais em
que o mesmo expresse sua linguagem.
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Os jogos e a ludicidade também são importantes no que diz respeito à


motricidade. É o próprio uso da brincadeira no cotidiano escolar ou familiar que a
criança vai criando futuramente seu próprio espaço de trabalho, da cultura e dos
afetos, através de muitas brincadeiras vividas anteriormente.
O objetivo principal foi identificar a importância da psicomotricidade no
desenvolvimento infantil e através desta surgiu-se as seguintes especificações:
Definação da psicomotricidade, identificar os tipos de motricidade, explicar a relação
existente entre psicomotricidade e apredizagem.
Portanto este trabalho nos mostra a importância das práticas psicomotoras no
aluno desde a sua face infantil á adulta e seus benefícios que consequentemente
estarão explícitos após os seus próprios estímulos. E neste estudo temos alguns
autores que com suas citações científicas, aprimoraram o assunto em questão.
Esta pesquisa é estruturada em um capítulo que desenvolve subtítulos onde
discutiu-se o conceito e definição da psicomotricidade, tipos de motricidade, relação
existente entre psicomotricidade e aprendizagem e a importância dos jogos, do
Lúdico e brincadeiras para o desenvolvimento motor.
Neste sentido, visou-se á aprendizagem e compreensão da psicomotricidade
para que estimule tanto o desenvolvimento motor como o psicomotor, gerando assim
um bom desempenho integral na criança.

2 PSICOMOTRICIDADE: Definição e conceito

A psicomotricidade é a ciência que estuda o homem através do seu corpo em


movimento, ou seja, é um dos instrumentos mais poderosos para que o sujeito
exprima seus conhecimentos, ideais, sentimentos, emoções e enfim se organize
como sujeito. Como afirma (Lê Bouche 1987): "A psicomotricidade se dá através de
ações educativas de movimentos espontâneos e atividades corporais da criança,
proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua
personalidade." (BOUCHE, 1987, s/p.).
A despeito disso a sua finalidade tem grande importância para as crianças,
pois as mesmas usam seu corpo como linguagem para transmitir suas reações,
sentimentos e emoções. O lugar da criança na psicomotricidade é o do prazer
sensório-motor, da expressividade psicomotora e de comunicação.
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Queremos destacar que a estimulação motora põe a criança em contato com


o objeto, com o meio e com ela mesma, criando uma comunicação corporal cheia de
significados, quanto mais incentivado mais flexível estarão. E é importante
diferenciar a estimulação motora de uma atividade motora que é justamente a
intenção de provocar o aprimoramento do esquema corporal, ou seja, a criança é
estimulada a organizar habilidades diferentes das já experimentadas. É fundamental
facilitar a interação da criança com o mundo dos objetos, por meio da experiência
concreta e do brincar; a aprendizagem torna-se mais do que um processo
acomodativo, para uma aprendizagem mais contextualizada e repleta de
significados. Como afirma Gonçalves (2011).
À medida que se colocam maneiras diferentes e novas para executar o
movimento anteriormente conhecido, a criança se vê desorganizada e todo
um sistema cerebral é ativado, buscando na cognição, na emoção e no
aparato motor uma forma de perceber, decodificar, planificar e executar o
novo movimento (GONÇALVES, 2011, p. 30).

Por isso que é importante motivar a criança e coloca-la em situação na qual


será preciso que ela busque novas situações para conseguir um resultado desejado,
onde colocará seu cérebro em funcionamento, o que, além de contribuir para o
desenvolvimento cognitivo, será importante para sua organização motora, sua
autonomia e a criatividade.
A atividade motora é um facilitador dos movimentos humanos, através destes
facilitarão o aprendizado e envolverá todo o processo de aprendizagem já citados.
Como enfatiza Vayerapud Le Boulch (2001):
A educação psicomotora é uma educação global que, associando os
potenciais intelectuais, afetivos, sociais e motores da criança, dá-lhe
segurança, equilíbrio e permite o seu desenvolvimento, organizando
corretamente as suas relações com os diferentes meios nos quais deve
evoluir. ( BOULCH; VAYER ,2001, s/p. ).

Também as atividades motoras se fazem necessárias para a prevenção e


tratamento de problemas, ou seja, ao ser diagnostica em tempo hábil o individuo terá
um atendimento eficaz que de imediato será contornada a situação. Segundo
Lorenzon (1995) descreve “A psicomotricidade se faz necessária para a prevenção e
tratamento de problemas, a fim de conseguir o máximo do potencial dos alunos, não
só motor, mas em outros aspectos da personalidade, que se inter-relacionem”.
(LORENZON, 1995, s/p)
Apesar da Psicomotricidade se desenvolver como uma prática independente
no século XIX, seu nascimento ocorre no momento em que o corpo deixa de ser
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pura carne para transformar-se num corpo falado. Para Alves (2003) “A
psicomotricidade Considerando isso os exercícios motores se concretizam através
de ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança,
proporcionando-lhe a imagem do corpo contribuindo para a formação de sua
personalidade”. (ALVES, 2003, s/p.).
Portanto, é importante o educador e a família ter conhecimentos sobre a sua
contribuição no crescimento infantil, para que a prática seja efetiva tanto em sala de
aula, como na vida familiar envolve toda a ação realizada pelo indivíduo, que
represente suas necessidades e permitem a relação com os demais. É “a integração
psiquismo-motricidade”.

2.1 Tipos de motricidade

Para contribuir para a área psicomotora quero destaca-se os tipos de


motricidade: A motricidade fina, a ampla e lateralidade.
Sendo que a motricidade fina é a capacidade para executar movimentos finos
como controle e destreza (por exemplo usar tesoura e lápis), traduzindo em escrita.
Outros exemplos como Rasgar, recortar, utilizar o barro ou a pintar; provocam o
desenvolvimento infantil e a criatividade, aperfeiçoando consideravelmente a
motricidade fina. Como afirma Le Boulch( 1982):
A coordenação viso-manual e o aperfeiçoamento da motricidade fina da
mão e dos dedos se dá a partir da organização das reações combinadas
dos olhos e da mão dominante. Ela começa no primeiro ano e só se
completa no final da escolaridade primária. No período pré-escolar, o
desenvolvimento global dessa forma de coordenação far-se-á durante as
atividades práticas escolhidas para desenvolver a destreza e a coordenação
fina; por meio da prática de expressão gráfica e do desenho, desenvolve-se,
ao mesmo tempo, a função simbólica. (LE BOULCH, 1982, s/p.).

E não existe maneira melhor de se desenvolver a coordenação motora que a


brincadeira e para que isso aconteça necessitará de estímulos que resulte em um
bom desempenho motor. Contudo, o discente seja encorajado devem ser feitos com
certo cuidado, dentro de um limite para não ser forçado a fazer coisas demais para
sua fase; através de músicas infantis, pinturas ou qualquer brincadeira que dá prazer
a criança fará ela se desenvolver. É a coordenação motora que possibilita a mesma
a dançar, pular e fazer tarefas que irão se aperfeiçoar a cada dia. E outros meios de
estimulo da coordenação, como de um circuito, que envolva brincadeiras como
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amarelinha, cambalhota, bola ao cesto, andar sobre duas linhas, passar por
obstáculos e caminhar em ziguezague e entre outros. Como faz notar Caot (1996):
Baseada em diferentes autores, propõe que o brincar é uma atividade
completa, que proporciona um meio ou ambiente pelo qual a criança
desenvolve habilidades cognitivas, sociais, comunicativas, autocuidado,
solução de problemas e funções sensório-motoras. (CAOT 1996, p.2).

Na visão do autor o brincar é um momento em que a criança desenvolve


várias habilidades, consequentemente adquirido pelo estimulo nelas estingados.
Escrever, coordenar os movimentos das mãos e dos olhos, criar peças de arte,
mover os olhos e lábios também são exemplos de habilidade motora fina. Pegar
uma pequena folha no chão com os dedos é um exemplo dela. A montagem do
quebra cabeça ou quando brinca com montagem de blocos lógicos, promovendo
assim, a nossa capacidade motora visual. Portanto é necessário que estimule de
forma adequada como enfatizado desenvolvendo assim a motricidade com sucesso.
Além disso, a motricidade ampla consiste no uso de grupos de músculos
maiores e o desenvolvimento de habilidades que ao ser estimulada a criança brinca
com o corpo todo, deste modo, durante a atividade, os educandos realizam
exercícios em que pulam, engatinham, rolam, correm e se equilibram.Coordenação
global ou motricidade ampla representa a ação simultânea e relativamente diferente
de grupos musculares na execução de movimentos voluntários, amplos complexos,
tem a capacidade de agir nos movimentos que ajudam e estimulam a sensibilidade
motora da criança. Na motricidade Global segundo Marques (1979):
As crianças podem começar a pedalar um triciclo aos três anos e aos oito
anos andar de bicicleta, já que, como já foi enfatizado o desenvolvimento
físico da criança é acompanhado por um gradativo desenvolvimento
neurológico. Durante a infância as crianças gostam de espaços abertos,
com bastante liberdade para poderem correr e brincar a vontade. Assim
como, gostam de frequentar parques públicos para brincar de gangorra,
balanços e escorregadores (MARQUES, 1979 s/p.).

Outro exemplo é o caminhar, onde utilizamos a coordenação motora ampla


em que membros superiores e inferiores se alternam coordenadamente para que
haja deslocamento. Interessa o individuo como um todo, procurando auxiliar se um
problema está no corpo, na área da inteligência ou na afetividade, então, definir
quais atividades devem ser desenvolvidas para superar tal problema.
E quando se tem déficit nessas habilidades, verificamos dificuldades, por
parte principalmente de crianças, em praticar atividades esportivas, o que acaba
gerando baixa autoestima. Como afirma Papst & Marques (2010):
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“Referem ainda que há uma situação que gera preocupação e tem atingido
grande parte de escolares das séries iniciais do ensino básico, é a
incidência de crianças com dificuldades de aprendizagem escolar.
Preocupações importantes são manifestadas por pais e professores
referentes ao insucesso escolar e às dificuldades de aprendizagem das
crianças que, muitas vezes, se refletem em frustrações e problemas de
maior proporção. Essas dificuldades podem não estar atreladas a nenhum
tipo de comprometimento neurológico ou estrutural como doenças
congênitas, déficits intelectuais ou deficiência física, entretanto, definem o
desempenho da criança nas diversas atividades escolares”. (PAPST;
MARQUES ,2010, p.36 - 42).

Já a Lateralidade é a capacidade que a criança tem de saber definir todas as


direções com ideia de espaço e mínima coordenação, que aos poucos vão
descobrindo que seu próprio corpo tem a capacidade de realizar mais de um
movimento ao mesmo tempo em lados diferentes. Nesse processo o docente ajuda
a criança a desenvolver a lateralidade em todas as partes do corpo, inclusive ao ato
de escrever, onde o professor deve deixar a criança livre sem ao menos pressiona-
la, em relação a que mão ela deverá escrever, sabendo que isso é uma escolha
própria da criança, que a favorece na decisão do que é melhor e de sua melhor
habilidade.
Com a lateralidade o professor poderá desenvolver comandos para a criança
seguir para ambos os lados; Professor de costas para a turma dá ordens que todos
devem seguir: levantar o braço esquerdo, o direito; abaixar o braço esquerdo, a
direita; todos em pé com a perna esquerda, dar 3 pulinhos; com a perna direita, 4
pulinhos para frente; logo após os alunos executam sem modelo; Brincadeiras como
músicas estimulando a noção de lateralidade, com bambolês ao mostrar o lado
esquerdo e direito dos mesmos.

3. RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM

Inicialmente o que salta os olhos no desenvolvimento infantil é o corpo em


movimentos que a principio não apresentam significados ainda inscritos. Aos poucos
este corpo em movimento transforma-se em expressão de desejo e posteriormente
em linguagem.
A partir da junção desses a criança é capaz de manifestar situações reais,
fazendo imitações que se transformam em faz-de-conta, ou seja, começa a fazer
sempre o uso do imaginário e consiga separar o objeto do seu significado, falar
daquilo que não está concreto e representar corporalmente. Este processo nada
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mais é do que a vivência de cada elemento psicomotor dentro do seu próprio


contexto histórico-cultural e afetivo significativo. E para que se exprima enquanto
corpo é necessário que ela cresça cada um na sua individualidade, contudo em sua
interação com o meio social em que vivem.
É a partir disso que garantirá a aprendizagem de conceitos do cotidiano:
construir textos, contar uma história, dar um recado, fazer compras, varrer a casa e
utilizar as operações matemáticas para contar quantas pessoas vieram e quantas
faltaram, etc.
A psicopedagogia e a psicomotricidade estão intimamente ligadas. Antes de
aprender matemática, o português, os ensinamentos formais, o corpo tem que estar
organizado, com todos os elementos psicomotores estruturados. Uma criança que
não consegue organizar seu corpo no tempo e no espaço, não conseguirá sentar-se
numa cadeira, concentrar-se, segurar num lápis com firmeza e reproduzir num papel
o que elaborou em pensamento. Como diz Wallon (1974, p.9).
Esquema corporal é a consciência do corpo como meio de comunicação
consigo mesmo e com o meio. É um elemento básico indispensável para a
formação da personalidade da criança. É a representação relativamente
global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo
(WALLON, 1974. p.9).

Se assim o é, a criança não terá dificuldades de se comunicar porque a


mesma tem consciência do seu próprio corpo e que através dele ela pode expressar
suas necessidades particulares.
E os conceitos básicos da aprendizagem (dentro/fora, em cima/embaixo,
escuro/claro, mole/duro, cheio vazio, grande/pequeno, direita/esquerda, entre
outros) são experimentados primeiramente no corpo do sujeito para que depois
possam ser representados, “inscritos pelas palavras para serem escritos por
palavras”. Assim, fica constatada a importância do professor em oferecer vivências
motoras adequadas ás crianças para que seu corpo vivido haja positivamente no
processo de aprendizagem de conceitos formais e informais. Como nos diz Negrine (
1995).
Seja qual for à experiência proposta e o método adotado, o educador
deverá levar em consideração as funções psicomotoras (esquema corporal,
lateralidade, equilíbrio, etc.) que pretende reforçar nas crianças com as
quais está trabalhando. Mesmo levando em conta que, em qualquer
exercício ou atividade proposta, uma função psicomotora sempre se
encontra associada a outras, o professor deverá estar consciente do que
exatamente está almejando e onde pretende chegar.
(NEGRINE, 1995, p.25).
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Portanto, se tratando de educação psicomotora é importante ressaltar, nesse


aspecto, que o professor primeiramente precisa conhecer sobre o desenvolvimento
infantil e as funções psicomotoras, e para que o mesmo enriqueça seu aprendizado
é necessário que exista uma parceria um psicopedagogo institucional e o educador
para posteriormente organizar o seu planejamento de aula.
Diante disso destacamos o lúdico, os jogos e brincadeiras na educação
infantil, que ao passar dos anos se mostram mais importantes e necessários para o
desenvolvimento, psicológico, cognitivo emocional e motor das crianças. O jogo é
uma maneira prazerosa de expressar esses desenvolvimentos, além de trabalhar
toda a sua estrutura motora. Como educativo é oferecer á criança uma forma de
aprendizado sem cansaço.
Os jogos, o lúdico e as brincadeiras são considerados importantes para o
desenvolvimento das crianças e eles acontecem desde o começo de nossas vidas, é
através deles que as crianças podem se expressar, se comunicar, criar, misturar
realidade e fantasias. Afirma Cunha (2001).
“Brincar desenvolve habilidades da criança de forma natural pois brincando
desenvolve habilidades da criança de forma natural, pois brincando aprende
a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, a mente, a
criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim com prazer”.
(CUNHA 2001,p.14).

Assim, os mesmos podem apresentar concepções diferentes, segundo a ótica


de cada autor, mas independente do sentido que cada um atribui ao brincar, todos
colocam a sua importância no desenvolvimento humano e é por isso que necessitam
invadir os espaços da educação. O brincar por si só é um instrumento de alegria, de
diversão e entretenimento, de práticas das emoções e de construção de
conhecimento. Ao levar o lúdico para as escolas está se promovendo algo
diferenciado que ajuda os alunos a resgatar o prazer de mudar sua visão de escola
e dar um novo sentido ao processo de aprendizagem, pois trabalhar com as
emoções, além de contribuir na concretização de propostas cognitivas que levam a
construir conceitos e dominar habilidades, pode transformar as metodologias de
ensino. Como afirma (Froebel, 1912):
A brincadeira é uma atividade espiritual mais pura do homem neste estágio
e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo da vida
natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade,
contentamento, descanso interno e externo, paz com o mundo... A criança
que brinca sempre, com determinação auto ativa, perseverança,
esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem
determinado, capaz de auto sacrifício para a promoção do seu bem e de
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outros...Como sempre indicamos o brincar em qualquer tempo não é trivial,


é altamente sério e de profunda signicação (FROEBEL, 1912c, p.55).

Assim sendo, são ferramentas indispensáveis para a criação de um ambiente


criativo, diferente, inovador e significativo.
Diz, também, que brincar é a primeira conduta inteligente do ser humano.
Quando a criança nasce, suas brincadeiras tornam-se tão essenciais como o sono e
a alimentação.
Portanto, na escola a criança deve continuar brincando para que seu
desenvolvimento e crescimento físico, intelectual, afetivo e social possam evoluir e
se associar á construção do conhecimento de si mesma, do outro e do outro mundo;
enfim de possibilidades que a vida lhe reserva. Como afirma PIAGET (1967):“O jogo
não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia,
pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. (PIAGET
1967, p.25).
Com base nesses argumentos, pode-se dizer que o brincar e o jogo são
manifestações humanas carregadas de magia, encantamento, satisfação pessoal,
prazer e, em certos casos, desprazer.
Desprazer porque a ludicidade trabalha com as emoções, não significando
apenas lidar com atividades prazerosas. Existem emoções que são consideradas
básicas e que se manifestam no ser humano. Essas são identificadas como medo,
alegria, raiva, amor, tristeza, nojo e surpresa.
Na escola, necessariamente, não é preciso trabalhar somente com satisfação
e prazer utilizando alegria e o amor. É interessante trabalhar com raiva, medo,
tristeza, nojo e surpresa de forma lúdica e viver essas emoções no jogo, na fantasia
e no faz de conta.
Com isso, há uma possibilidade de a criança aprender a conviver com elas,
aceitando melhor cada situação quando vivida na realidade, pois todas as emoções
são importantes para construir a personalidade das pessoas. Como argumenta
Aguiar (1998):
Brincando e jogando, a criança terá a oportunidade de desenvolver
capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional e social, tais
afetividade, o hábito de permanecer concentrada e outras habilidades
perceptuais e/ou psicomotoras, pois brincando a criança torna-se operativa.
(AGUIAR, 1998, p.36).
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Portanto o brincar e a psicomotricidade estão interligadas porque ambas


trabalham as emoções, que é uma característica da infância que persiste na
juventude, contínua na idade adulta e alcança a velhice.
Em cada etapa da vida, o brincar apresenta trajetórias e funções
diferenciadas com uma variedade de experiências, de situações e de propósitos que
dão características especiais para as atividades lúdicas da criança, do jovem, do
adulto e do idoso, seja na brincadeira, no jogo ou dinâmicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância da psicomotricidade na educação infantil tem seu foco no


movimento, principalmente nas várias manifestações motoras, para que se possa
ampliar o desenvolvimento dos aspectos próprios da motricidade das crianças. É um
dos instrumentos mais poderosos para que o sujeito exprima seus conhecimentos,
ideais, sentimentos, emoções, enfim se organize como pessoa. A despeito disso a
sua finalidade tem grande importância para as crianças, pois as mesmas usam o
seu corpo como linguagem para expressar suas reações, sentimentos e emoções. O
lugar da criança é o do prazer sensório-motor, da expressividade psicomotora e de
comunicação.
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise sobre a
importância da psicomotricidade na educação infantil, uma reflexão acerca dos
benefícios que as práticas proporcionam para o desenvolvimento integral da criança
e as dificuldades encontradas de quem não dispõem de um esquema corporal bem
estruturado
E para auxiliar no desenvolvimento da criança e no enriquecimento do
conteúdo é fundamental facilitar a interação da criança com o mundo dos objetos,
por meio da experiência concreta e do brincar; a aprendizagem torna-se mais do que
um processo acomodativo, para uma aprendizagem mais contextualizada e repleta
de significados, além de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, será importante
para a sua organização motora, sua autonomia e criatividade. Destacaram-se
também os tipos de motricidade: a Motricidade fina, a Ampla, Lateralidade e o
Desenvolvimento das Percepções, sendo que a motricidade fina é a capacidade
para executar os movimentos finos como controle e destreza. A Lateralidade tem a
capacidade que a criança tem de definir todas as direções com ideia de espaço e
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mínima coordenação, proporcionando livre arbítrio para decidir em qual mão deverá
escrever. Destacou-se também a relação existente entre psicomotricidade e
aprendizagem porque sem um esquema corporal bem estruturado não ocorrerão
aprendizagens internalizadas. E os jogos e brincadeiras são essenciais para o
desenvolvimento da motricidade e aprendizagem da criança, garantindo a
autonomia, cooperação e criatividade da mesma e desenvolvem também o
psicológico, cognitivo emocional e motor, além de trabalhar toda a sua estrutura
motora.
Os objetivos desse estudo foram alcançados porque a mesma ofereceu
subsídios para a prática pedagógica motivando o entendimento do individuo a
compreender que a psicomotricidade é fundamental para a educação integral da
criança e através da mesma se constituem os domínios do afeto, cognitivo e motor
da criança. Pode-se perceber que esta pesquisa foi bastante proveitosa tanto para
trabalhar em sala de aula, como no ambiente familiar.
Foi observado que é necessário ter professores preparados á executar as
atividades para que o discente faça atividades com certo cuidado dentro do seu
limite não seja forçado a fazer coisas demais para a sua face.
Por fim a partir desse contexto consideramos a psicomotricidade essencial na
educação infantil.

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