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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL


DEPARTAMENTO DE POLÍTICA SOCIAL

ESTUDO DIRIGIDO

1. Qual o conjunto de determinações que confluíram para o surgimento das


primeiras iniciativas de políticas sociais?
As políticas sociais surgem na confluência dos movimentos de ascensão do
capitalismo com a Revolução Industrial, com as lutas de classe e com o
desenvolvimento da intervenção estatal, iniciando na Europa no final do século XIX,
se generalizando após a segunda guerra mundial. Essa análise deve ser feita a
partir de um olhar para a história, acompanhando os movimentos históricos dentro
dos processos das lutas de classes, analisando como a filantropia e as ações
caritativas foram criando formas mais sistematizadas até se constituírem em
políticas sociais, com a consolidação do modo de produção capitalista. Embora nas
sociedades pre-capitalista, já são identificadas algumas políticas sociais, que não
são universais, mas são ações localizadas.
Com ascensão da burguesia e as expansões marítima, cria-se o mercado
mundial, potencializando a ampliação das formas de produção existente. Nesse
processo de desenvolvimento do capitalismo, houve os cercamento das terras afim
de garantir as novas atividades emergentes, o que ocasionou a expulsão dos
camponeses, que se viram obrigados a irem para as cidades nascente, marcando
um processo de expropriação dos camponeses, formando um contingente de
desempregado em aglomerados urbanos, causando um pauperismo absoluto entre
os trabalhadores. Não tendo garantias mínimas para sua sobrevivência, muitos
camponeses em meio a miséria produzida socialmente, passaram a fazer parte do
que ficou conhecido por vagabundagem.
Em meio a estes acontecimentos, surgiram algumas medidas de proteção
social, visando manter a ordem feudal que já estava em ruínas, assegurar a
imobilidade social e punir a vagabundagem, com caridades privadas e ações
filantrópicas realizada em sua maior parte pela igreja. Foram criadas as chamadas
leis inglesas, que em um primeiro momento visava assegurar a ordem em declínio,
que passaram a obrigar os “vagabundos” à trabalharem. E para que essa população

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desprovidas de todos os direitos não ficassem ociosas, as primeiras medidas
sociais, teve o caráter repressor, onde obrigavam os trabalhadores a venderem sua
força de trabalho a qualquer custo, obrigando-os a se submeter aos trabalhos
existente, proibindo a mendicância dos pobres. Sendo elas: o estatuto dos
trabalhadores (1349); estatuto dos artesão (1563); leis dos pobres elisabetanas
(1531 e 1601); lei de domicílio (1662); Speenhamland (1795).

2. O que eram as “leis dos pobres”, que objetivos tinham e qual a sua
importância para a manutenção da ordem feudal?
Entre 1531 e 1601, a Lei dos Pobres, na Inglaterra, tinha caráter mais punitivo
e repressivo do que protetor. Os pobres eram obrigados a trabalhar, em troca de
qualquer salário, induziam os trabalhadores a se manterem do seu próprio trabalho,
e apenas os incapacitados para o trabalho tinham acesso à assistência mínima
como alimentação e viviam reclusos nas workhouses - casas de trabalho.
Em 1795, a Speenhamland, reconheceu o direito de todos os homens a um
mínimo de subsistência, garantindo tanto aos empregados e desempregados uma
renda como complemento ao salário que recebiam. De caráter menos repressor,
exigia como contrapartida a fixação do trabalhador no emprego, o que contribuiu
para retardar a constituição do livre mercado de trabalho, sendo uma forma de
resistência da ordem feudal à implantação da sociedade de mercado. Essa lei
permitia o trabalhador a “negociar” minimamente o valor de sua força de trabalho.
Não teve longa duração, pois como foi criada no período da expansão da
Revolução Industrial, se tornou uma ameaça à necessidade do capital em ter
trabalhadores livres para vender sua força de trabalho e logo acumular capital.
Em 1834, implanta-se a Nova Lei dos Pobres, nasce já no contexto da
revolução industrial e ao contrário da lei anterior , tinha o sentido de liberar a mão-
de-obra necessária à instituição da sociedade de mercado, induzir o trabalhador a se
manter por meio do seu próprio trabalho.
A nova lei dos pobres, restringiu os direitos assegurados pela lei anterior,
restabeleceu a assistência aos pobres inválidos de forma seletiva e restrita, restituiu
o trabalho forçado para os pobres apto ao trabalho, tendo uma vasta massa de
despossuídos a mercê da exploração do capitalismo nascente.
Todas essas leis foram implementadas mediantes conflitos e interesses de

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classes, onde a ordem decadente procurava se manter no poder e a burguesia
buscava a consolidação de seu poder econômico e político.

3. Qual o impacto do desenvolvimento do livre mercado liberal para as


medidas de proteção social aos “pobres merecedores”?

Com o livre mercado, o trabalho passa a ser fonte única e exclusiva de renda.
A ajuda aos pobres passou a ser considerada um limite para o desenvolvimento
social, pois tais assistência limitava a independência e a autonomia dos pobres,
estimulando assim a ociosidade na sociedade. Tal mudança implicou na limitação da
assistência social aos pobres considerados inválidos e sem capacidade para o
trabalho. Esses que já tinham uma assistência social limitada, passam a ficar a
mercê de caridades a aos domínios da filantropia. Os direitos já assegurados pela lei
Speenhand, são revogados, os não aptos ao trabalho passam a ter uma assistência
interna nos albergues e estabelece-se a obrigatoriedade do trabalho aos aptos para
tal atividade. Os trabalhadores sem nenhuma medida de proteção social, em um
contexto da plena subsunção real do trabalho ao capital, vivenciam um enorme
pauperismo, fenômeno que se expressara na chamada “questão social”.

4. Porque o conceito da “questão social” é utilizado pelo Serviço Social”


mesmo sendo um termo amplamente utilizado pela ideologia dominante?

Esse conceito é utilizado a fim de desvelar a gênese da desigualdades sociais


no capitalismo, sendo essa fundada na contradição da relação capital e trabalho,
expressas de forma multifacetada através da “questão social”. Dentro de uma
perspectiva critica, passa a ser compreendida em suas manifestações concretas,
analisadas pelo processo de acumulação do capital, com a produção e reprodução
de indivíduos, classes e nas relações sociais.
È analisado dentro dos processos históricos, relacionando às formas da
produção e reprodução capitalista, incorporando os componentes de resistências, de
ruptura e de constituição de formas de enfrentamento dos trabalhadores frente as
expressões da “questão social”, em meio a luta de classes.

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5. Qual a relação existente entre Politica Social e o conceito de “Questão
Social”? E como as análises de Marx acerca da jornada de trabalho podem
ajudar na interpretação dessa relação?

Do ponto de vista histórico, é preciso relacionar o surgimento da política social


com as expressões da “questão social que possuem papel determinante em sua
origem. É necessário estabelecer relações da politica social com as questões
estruturais da economia e seus efeitos para as condições de produção e reprodução
da classe trabalhadora.
As políticas sociais atua diretamente nas expressões das questão social que
está associada com a emergência da classe operária no cenário político, por meio
das lutas desencandeadas em prol dos direitos trabalhista, exigindo o seu
reconhecimento como classe por parte do Estado. Fundamenta-se na relação de
exploração do capital sobre o trabalho, seja como meio de amenizar os conflitos de
classe, seja para garantir a reprodução da força de trabalho, mediante o que se
chama de salário indireto. As políticas sociais ao atenderem os interesses dos
trabalhadores, também atendem o processo de valorização do valor.

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