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INSTITUTO DE FORMAÇÃO INTEGRAL

IFI EDUCAÇÃO
QS 408 Conjunto B Lote 2 Sala 105, 207, 208 e 209 - CEP 72.300-000
Samambaia Norte Brasília - DF - CNPJ: 27.548.084\0001-59

FONES: (61) 3458-7243 \ 9 8140-7164

Curso: Estimulação Precoce


Carga Horaria: 180 horas
Validado pelo processo n°: 00080-00055998/2018-29 EAPE

INSTITUTO DE FORMAÇÃO INTEGRAL - IFI EDUCAÇÃO - CNPJ: 27.548.084/0001-59 – FONE: (61) 3458-7243 –
(61) 98140-7164
ENDEREÇO: QS 408 Conjunto “B” Lote 02 Salas 105, 207, 208 e 209 – Samambaia Norte CEP: 72.318-590 –
Brasília DF
Querido Estudante,

É umgrande prazer tê-lo(a) como nosso estudante, você é muito especial para nós,
pensando nisso, preparamos pra vocês um material virtual especial onde irás aprender de
uma forma prática e muito dinâmica.

Você está recebendo a sequência de materiais (textos e atividades avaliativas) do


Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA. Todas as atividades e materiais serão
enviados por este e-mail para você.

As atividades respondidas (documentos editáveis em Word) devem ser enviadas


como resposta a esse e-mail. Você tem a opção de enviá-las todas juntas ou uma de cada
vez. Observe que, ao final de cada módulo há uma atividade avaliativa que você deverá
realizar. Cada atividade avaliativa é composta por 4 (quatro) questões, cada questão
valendo 1 (um) ponto.

As atividades avaliativas, somam, ao final do curso, o valor total de 12 pontos.


Você está recebendo ainda uma atividade avaliativa final, que tem o valor de 8 (oito)
pontos. Se você realizar todas as atividades com dedicação, poderá alcançar, no final
desse curso, a nota máxima de 20 (vinte pontos). A nota mínima para aprovação e
obtenção do certificado será de 10 (dez) pontos. Lembre-se que a sua nota será impressa
no certificado, juntamente à ementa desse curso, como orientado por lei.

Em caso de alguma dúvida, fique à vontade para entrar em contato com o IFI
Educação, teremos um grande prazer em atender você!

Espero que esta disciplina lhe sirva de motivação para ampliar os seus
conhecimentos nas áreas de formação que pretendes atuar.

Observe que o Módulo de Ambientação e todos os outros Módulos encontra-se


disponível na página principal do IFI Educação, caso você deseje tem acesso ao AVA.
Como o próprio nome diz, ele tem a finalidade de ambienta-lo e capacita-lo
operacionalmente na Plataforma AVA. Após navegar por todo o módulo, não deixe de
participar do fórum de discussão deste módulo, que embora não seja pontuado, lhe dará
a oportunidade de expor a sua opinião e compartilhar com os seus colegas e
professor/tutor.

Com Carinho e Atenção,

Equipe IFI Educação.


OBJETIVO APRENDIZAGEM

Geral

Capacitar o estudante a desenvolver o trabalho de Estimulação Precoce,


favorecendo o melhor desenvolvimento dos aspectos psicomotores, cognitivos,
emocionais, percepção de mundo da criança de 0 a 6 anos.

Objetivos de Aprendizagem específicos:

O público alvo ao concluir o curso Estimulação Precoce deverá ser capaz de:

 Conhecer e compreender as características que denominam a criança com


desenvolvimento biológico atípico e que, portanto, fazem jus à estimulação
precoce;
 Identificar conceitos básicos relacionados ao processo de estimulação precoce;
 Conhecer os aspectos legais relacionados à Educação Inclusiva, bem como os
aspectos específicos relacionados à inclusão da criança desenvolvimento
biológico atípico, no ensino formal;
 Compreender a organização pedagógica e de sala para a melhor promoção da
estimulação precoce;
 Conhecer os programas específicos da SEDF para o atendimento da criança na
estimulação precoce;
 Planejar e orientar o trabalho individual e significativo para o desenvolvimento
intelectual da criança com desenvolvimento biológico de risco na estimulação
precoce.
EMENTA

Aspectos históricos da estimulação precoce, etimologia e denominação.


Principais características e critérios para o diagnóstico da pessoa com risco
biológico de desenvolvimento atípico. Aspectos da legislação relacionada à
educação inclusiva e aspectos específicos da inclusão do estudante com
necessidades educacionais especiais por questões biológicas. Organização do
trabalho pedagógico para a criança na estimulação precoce. Adequação curricular
para a criança com necessidades educacionais especiais. Tecnologias assistivas
para inclusão da criança necessidades educacionais especiais. Estimulação
precoce do sistema motor. Estimulação precoce do sistema auditivo. Estimulação
precoce do sistema visual. Estimulação precoce para o desenvolvimento cognitivo
e da linguagem.
MÓDULO - I

Estimulação Precoce - Introdução

Ana Carolina Santos do Nascimento1

A Educação Inclusiva é um assunto de extrema relevância em nosso contexto


educacional atual. Sabemos que a inclusão efetiva dos sujeitos que apresentam alguma
necessidade educacional especial garante a reflexão de todos os envolvidos no processo
educativo, no que diz respeito ao direito de todos à educação de qualidade.

Tendo em vista o marco legal da Constituição Federal de 1988, que garante o acesso à
de escola pública de qualidade como obrigação do Estado, sendo oferecida preferencialmente
na Rede Regular de Ensino; até mesmo o advento da LDBEN (Nº 9.346-96) que versa sobre a
organização escolar para atender as necessidades específicas de cada estudante; a formação
de profissionais capazes de lidar com essa realidade se faz urgente. Para isso, percebemos que
a formação continuada de profissionais da área de educação, no sentido de oferecer
atualizações quanto os aspectos específicos da Educação Inclusiva e suas peculiaridades é
relevante.

Uma educação verdadeiramente inclusiva, só será possível, em nosso entendimento,


quando todas as crianças com necessidades educacionais específicas encontrem profissionais
que sejam capazes de identificar essas necessidades e propor caminhos alternativos que
assegure seu direito à aprendizagem.

Entre tantas necessidades educacionais especiais que, eventualmente, comprometem o


desenvolvimento infantil, elegemos àquelas que, ao longo dos anos vem mostrando
resultados relevantes quando a criança tem a oportunidade de passar pelo processo de
estimulação precoce. Sabemos que a estimulação precoce das habilidades intelectuais, sociais
e afetivas demonstra resultados positivos para qualquer criança em desenvolvimento, no
entanto, reconhecemos que a priorização no atendimento de crianças que nasceram pré-
maturas ou com desenvolvimento atípico é de extrema importância para garantir o seu
progresso biopsicossocial pleno. Por isso mesmo, o IFI Educação propõe a realização do
curso de formação continuada em Estimulação Precoce.

1
Professora, Mestra em Educação – UnB; doutoranda em Psicologia da Educação – UnB.

1
A Estimulação Precoce para a Criança com Necessidades Educacionais Especiais

O Papel do Professor na Equipe Multiprofissional

Ana Carolina Santos do Nascimento1

A estimulação precoce, em uma percepção de conceito amplo, pode ser definida,


segundo o Ministério da Saúde (2015), como um conjunto de ações, realizada por uma equipe
multidisciplinar, que tem por objetivo minimizar as dificuldades neuropsicomotoras de
crianças que, por algum motivo, apresentam desenvolvimento atípico. Neste sentido, os
profissionais buscam o melhor desenvolvimento possível, por meio do processo de
estimulação, de eventuais sequelas que podem atingir a criança, proporcionando ambiente
favorável para o desenvolvimento da linguagem, dos aspectos sócio-afetivos, de sua
estruturação subjetiva e, até mesmo, no vínculo escolar e familiar. Um dos profissionais que
compõem essa equipe multidisciplinar é o professor.

Assim como expresso em documento oficial da secretaria de saúde, a estimulação


precoce deve ocorrer para criança de 0 a 3 anos (período definido pelo Ministério da
Educação como pré-escolar), e suas ações são realizadas por equipe multidisciplinares de
atenção básica a família e à criança. No entanto, esse processo de estimulação não se
interrompe quando a criança atinge os 3 anos de idade, uma vez que:

O desenvolvimento infantil pode ser definido como um processo


multidimensional e integral, que se inicia com a concepção e que engloba o
crescimento físico, a maturação neurológica, o desenvolvimento
comportamental, sensorial, cognitivo e de linguagem, assim como as relações
sócio-afetivas. Tem como efeito tornar a criança capaz de responder às suas
necessidades e as do seu meio, considerando seu contexto de vida
(ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2005). .

1
Professora, Mestra em Educação – UnB; doutoranda em Psicologia da Educação – UnB.

2
Neste sentido, Nunes (1993) preconiza que o processo de estimulação precoce
da criança deve acontecer do 0 até os 6 anos. Isso porque, segundo esse autor, os programas
educativos estão interligados aos programas de saúde da criança com necessidade
educacional especial, tendo em vista que ambos se relacionam com o desenvolvimento
humano e qualidade do meio ambiente.

Durante algum tempo, pessoas que demonstrassem padrões desviantes de linguagem


ou desenvolvimento neuropsicomotor eram afastadas do convívio social comum, estudavam
em escolas especificas e, muitas vezes nem mesmo tinham acesso à educação formal. Isso
porque, o foco de observação da sociedade a respeito desses sujeitos era apenas relacionado
às suas limitações. No entanto, reconhecemos nos escritos de Vigotski que a percepção da
pessoa sobre ótica de suas possibilidades de superação em detrimento de suas
descapacidades, é um salto importante para a superação e desenvolvimento de suas
possibilidades físicas e intelectuais.

A discussão sobre a educação da criança com condições biológicas de risco em seu


desenvolvimento pleno vem sendo ampliada nos últimos anos por profissionais envolvidos
com a educação, assim como também pela própria comunidade (recentemente principalmente
por conta dos altos índices de microcefalia associado ao vírus da Zica). Isso porque,
deparamo-nos com a realidade de atendimento escolar de crianças com desenvolvimento
atípico, pelos mais diversos motivos. Portanto, é importante reconhecer as eventuais
condições biológicas que levam à criança ao risco em seu desenvolvimento pleno:

Entre as condições biológicas de risco para o desenvolvimento


infantil estão: prematuridade, asfixia perinatal, hemorragia periventricular,
displasia broncopulmonar, distúrbios bioquímicos do sangue (hipoglicemia,
policitemia e hiperbilerrubinemia), malformações congênitas (por exemplo, a
microcefalia), infecções congênitas ou perinatais (toxoplasmose, sífilis,
rubéola, herpes, HIV, citomagalovírus), restrição ao crescimento uterino e
mães usuárias de drogas (RESEGUE; PUCCINI; SILVA, 2007)

O papel do professor tem sido enfatizado no que diz respeito à inclusão de estudantes
com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Há um consenso na literatura que
o desenvolvimento pleno da criança não está relacionado apenas ao seu desenvolvimento
biológico. Esse processo também está relacionado a fatores relacionais, afetivos, simbólicos,

3
contextuais e ambientais. Neste sentido, o professor encontra-se completamente implicado
nesse processo, uma vez que atua no desenvolvimento educacional, socialização em
ambientes externos ao da família e estimulação sensorial. Outros estudiosos enfatizam que
entre as atribuições dos professores está a de criar situações para que os alunos com
deficiência possam contribuir nesse novo contexto educacional em sala de aula, de maneira
que suas limitações não se evidenciem.

Se de um lado a lei indica a obrigatoriedade das instituições em oferecerem o ensino


para todas as crianças, seja qual for sua limitação física ou cognitiva, por outro lado
observamos quem nem sempre o professor, ou o profissional de educação que atenderá a
criança com desenvolvimento biológico atípico, está preparado para isso. Tendo em vista que
a pluralidade de fatores do desenvolvimento infantil atípico influencia diretamente o
comportamento da criança, no modo com que interage com as pessoas e com os objetos, o
professor encontra-se em situação onde a criança eventualmente deixa de explorar o mundo à
sua volta, complicando, dessa maneira, a atuação desse profissional como mediador do
conhecimento. Neste sentido, o preparo do professor para propor soluções alternativas de
socialização e construção do conhecimento, poderá proporcionar uma educação efetiva e
plena à criança com necessidades educacionais especiais em decorrência de seu
desenvolvimento biológico.

Compreende-se que, os profissionais da educação atualmente buscam se


especializarem cada vez mais com o objetivo de se adequarem às novas normas da educação.
Dessa maneira, buscam abrir um leque de informações e de formação continuada para que se
consigam atender a maioria das necessidades existentes em suas instituições, para que, com
isso consigamos garantir um futuro de maior igualdade na oportunidade de aprendizagem
para todos os atores evolvidos no processo educacional. Cabe salientar que, segundo o
ministério da saúde (2015): Pode-se dizer que a aquisição de marcos de desenvolvimento
pelas crianças depende do funcionamento do SNC e de outras dimensões do funcionamento
orgânico, bem como da carga e da qualidade dos estímulos e das relações que a criança
vivencia.

Por esses motivos, o curso de Estimulação Precoce no IFI é fundamental para a


formação de profissionais capazes de promover e facilitar a educação inclusiva!

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Educação Inclusiva e Estimulação Precoce – Aspectos Legais e Históricos

Ana Carolina Santos do Nascimento1

Tendo em vista os princípios legais do ensino formal no Brasil que, em ordem


cronológica, parte da Constituição de 1988 que estabelece: “promover o bem de todos,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação” (art. 3º inciso IV), e ainda no artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade
de condições de acesso e permanência na escola”. Passando pela Lei nº 7.853/89 que
define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um
estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele
público ou privado. Justifica-se à necessidade de formação de professores e demais
profissionais de educação capazes de atuar de forma efetiva para a estimulação precoce
da criança com indicadores de risco do desenvolvimento infantil.
Apontamos ainda a Declaração Mundial de Educação para todos, do ano de 1990
que reúne uma série de documentos nacionais e internacionais com o objetivo de balizar a
educação inclusiva e, neste contexto, salientamos a Declaração de Salamanca, de 1994
que dispõe sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educacionais
especiais.
Mais especificamente no Brasil, apontamos a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 que no artigo 59, preconiza que os sistemas de
ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização
específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica
àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental em
virtude de suas deficiências e; a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão
do programa escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação
básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado” (art. 24, inciso V) e “(…) oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). Em seu trecho mais controverso (art. 58 e

1
Professora, Mestra em Educação – UnB; doutoranda em Psicologia da Educação – UnB.

5
seguintes), diz que “o atendimento educacional especializado será feito em classes,
escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular”. Mesmo
assim, ainda preconiza o atendimento da criança com necessidade educacional especial
em classes inclusivas sempre que possível.
Seguimos com o Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001
Destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a
construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”.
Finalmente citamos as diretrizes de estimulação precoce do ministério da saúde que
preconiza o atendimento da criança com risco no desenvolvimento biológico. Neste
sentido, citamos:
O acolhimento e o cuidado a essas crianças e a suas famílias são
essenciais para que se conquiste o maior ganho funcional possível nos
primeiros anos de vida, fase em que a formação de habilidades
primordiais e a plasticidade neuronal estão fortemente presentes,
proporcionando amplitude e flexibilidade para progressão do
desenvolvimento nas áreas motoras, cognitiva e de linguagem (MARIA-
MENGEL; LINHARES, 2007)

O conhecimento de técnicas de Estimulação precoce deve contribuir para


assegurar uma educação inclusiva onde os riscos de desenvolvimento infantil sejam
minimizados, por meio das ações do professor e demais profissionais da educação,
baseados em seus conhecimentos. Neste, o curso de Estimulação Precoce da Instituição
IFI EDUCAÇÃO apresenta o trabalho pedagógico de forma inclusiva, baseado nos
estudos mais recentes para a Estimulação Precoce, de forma respeitosa e efetiva para o
desenvolvimento pleno de suas capacidades cognitivas, psicomotoras e sócio-afetivas.

6
IRDI – Indicadores de Risco do Desenvolvimento Infantil
Mistério da Saúde –Diretrizes para Estimulação Precoce, 2015

Idade em meses Indicadores – O que se espera que a criança


faça
0 a 4 incompletos: 1. Quando a criança chora ou grita, a mãe sabe o
que ela quer.
2. A mãe fala com a criança num estilo
particularmente dirigido a ela (manhês).
3. A criança reage ao manhês.
4. A mãe propõe algo à criança e aguarda a sua
reação.
5. Há trocas de olhares entre a criança e amãe.
4 a 8 incompletos: 6. A criança utiliza sinais diferentes para
expressar suas diferentes necessidades.
7. A criança reage (sorri, vocaliza) quando a mãe
ou outra pessoa está se dirigindo a ela.
8. A criança procura ativamente o olhar damãe.
8 a 12 incompletos: 9. A mãe percebe que alguns pedidos da criança
podem ser uma forma de chamar a sua atenção.
10. Durante os cuidados corporais, a criança
busca ativamente jogos e brincadeiras amorosas
com a mãe.
11. Mãe e criança compartilham uma linguagem
particular.
12. A criança estranha pessoas desconhecidas
para ela.
13. A criança faz gracinhas.
14. A criança aceita alimentação semi-sólida,
sólida e variada.
12 a 18 meses: 15. A mãe alterna momentos de dedicação à
criança com outros interesses.
16. A criança suporta bem as breves ausências

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da mãe e reage às ausências prolongadas.
17. A mãe já não se sente mais obrigada a
satisfazer tudo que a criança pede.
18. Os pais colocam pequenas regras de
comportamento para a criança.
Referências: Kupfer MCM, Jerusalinsky AN, Bernardino LML,
Wanderley D, Rocha PSB, Molina SE, et al.Valor
preditivo de indicadores clínicos de risco para o
desenvolvimento infantil: um estudo a partir da
teoria psicanalítica. In Lat. Am. Journal of Fund.
Psychopath. Online. 2009;6(1):48-68. Disponível
em:
www.fundamentalpsychopathology.org/journal/
v06n01/valor.pdf. Acesso em: 29 de set de 2011

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DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA (ZERO A 3 ANOS)

“Nos primeiros anos de vida, o tempo apenas é ‘vivido’


não medido” (PARIZZI; FONSECA, 2015, p. 23)

Há consenso na literatura especializada de que o desenvolvimento da criança não


depende apenas da maturação do sistema nervoso central (SNC), mas também de vários
outros fatores: biológicos, relacionais, afetivos, simbólicos, contextuais e ambientais. Essa
pluralidade de fatores e dimensões envolvidas com o desenvolvimento infantil se expressa
nas vivências e nos comportamentos dos bebês e das crianças, nos modos como agem,
reagem e interagem com objetos, pessoas, situações e ambientes.

Pode-se dizer que a aquisição de marcos de desenvolvimento pelas crianças depende


do funcionamento do SNC e de outras dimensões do funcionamento orgânico, bem como da
carga e da qualidade dos estímulos e das relações que a criança vivencia. Naturalmente,
fatores endógenos e exógenos que perturbem o desenvolvimento podem provocar, com maior
ou menor intensidade, transtornos nesse processo.

O desenvolvimento infantil pode ser definido como um processo multidimensional e


integral, que se inicia com a concepção e que engloba o crescimento físico, a maturação
neurológica, o desenvolvimento comportamental, sensorial, cognitivo e de linguagem, assim
como as relações socioafetivas. Tem como efeito tornar a criança capaz de responder às suas
necessidades e as do seu meio, considerando seu contexto de vida (ORGANIZAÇÃO PAN-
AMERICANA DA SAÚDE, 2005).

Illingworth (2013) aponta a necessidade de conhecimento do desenvolvimento infantil


típico, que servirá de base para comparação com alterações e doenças relacionadas. O autor
destaca, ainda, a importância em conhecer os indicadores de risco que possam aumentar a
probabilidade de transtornos no desenvolvimento da criança. Entre as condições biológicas de
risco para o desenvolvimento infantil estão: prematuridade, asfixia perinatal, hemorragia
periventricular, displasia broncopulmonar, distúrbios bioquímicos do sangue (hipoglicemia,
policitemia e hiperbilerrubinemia), malformações congênitas (por exemplo, a microcefalia),
infecções congênitas ou perinatais (toxoplasmose, sífilis, rubéola, herpes, HIV,
citomagalovírus), restrição ao crescimento uterino e mães usuárias de drogas (RESEGUE;
PUCCINI; SILVA, 2007).

Fonte: Ministério da Saúde – Estimulação Precoce (2015)

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MÓDULO II

Utilizando os Recursos de Acessibilidade na Educação Especial

Luciana Lopes Damasceno e Teófilo Alves Galvão Filho

Nosso interesse específico aqui, em função dos objetivos educacionais do nosso


Programa, é apresentar um pouco mais detalhadamente alguns recursos de acessibilidade
utilizados com as finalidades discriminadas na área 3, ou seja, como ferramentas ou
ambientes de aprendizagem, na Educação Especial.

Conforme tem sido detectado: "A importância que assumem essas tecnologias no
âmbito da Educação Especial já vem sendo destacada como a parte da educação que mais
está e estará sendo afetada pelos avanços e aplicações que vêm ocorrendo nessa área para
atender necessidades específicas, face às limitações de pessoas no âmbito mental, físico-
sensorial e motoras com repercussão nas dimensões sócio-afetivas." (SANTAROSA, 1997 e,
na Web, em PROINESP/MEC).

No nosso trabalho educacional, portanto, utilizamos adaptações com a finalidade de


possibilitar a interação, no computador, de alunos com diferentes níveis de comprometimento
motor e/ou de comunicação e linguagem, em processos de ensino-aprendizagem. Essas
adaptações podem ser de diferentes ordens, como, por exemplo:

"...adaptações especiais, como tela sensível ao toque, ou ao sopro, detector de ruídos,


mouse alavancado a parte do corpo que possui movimento voluntário e varredura automática
de itens em velocidade ajustável, permitem seu uso por virtualmente todo portador de
paralisia cerebral qualquer que seja o grau de seu comprometimento motor (Capovilla,
1994)." (Magalhães, Leila N. A. P. et al, in
http://www.c5.cl/ieinvestiga/actas/ribie98/111.html).

Nós classificamos os recursos de acessibilidade que utilizamos em três grupos:

1- Adaptações físicas ou órteses. São todos os aparelhos ou adaptações fixadas


e utilizadas no corpo do aluno e que facilitam a interação do mesmo com o
computador.
2- Adaptações de hardware. São todos os aparelhos ou adaptações presentes
nos componentes físicos do computador, nos periféricos, ou mesmo, quando

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os próprios periféricos, em suas concepções e construção, são especiais e
adaptados.
3- Softwares especiais de acessibilidade. São os componentes lógicos das TIC
quando construídos como Tecnologia Assistiva. Ou seja, são os programas
especiais de computador que possibilitam ou facilitam a interação do aluno
portador de deficiência com a máquina.

1 - Adaptações Físicas ou Órteses: Quando estamos posturando corretamente um


aluno com deficiência física em sua cadeira adaptada ou de rodas, utilizando almofadas, ou
faixas para estabilização do tronco, ou velcro, etc., antes do trabalho no computador, já
estamos utilizando recursos ou adaptações físicas muitas vezes bem eficazes para auxiliar no
processo de aprendizagem dos alunos. Uma postura correta é vital para um trabalho eficiente
no computador.

Alguns alunos com de paralisia cerebral têm o tônus muscular flutuante (atetóide),
fazendo com que o processo de digitação se torne lento e penoso, pela amplitude do
movimento dos membros superiores na digitação. Um recurso que utilizamos é a pulseira de
pesos que ajuda a reduzir a amplitude do movimento causado pela flutuação no tônus,
tornando mais rápida e eficiente a digitação. Os pesos na pulseira podem ser acrescentados ou
diminuídos, em função do tamanho, idade e força do aluno.

2 - Adaptações de Hardware: Um dos recursos mais simples e eficientes como


adaptação de hardware é a máscara de teclado (ou colméia). Trata-se de uma placa de plástico
ou acrílico com um furo correspondente a cada tecla do teclado, que é fixada sobre o teclado,
a uma pequena distância do mesmo, com a finalidade de evitar que o aluno com dificuldades
de coordenação motora pressione, involuntariamente, mais de uma tecla ao mesmo tempo.
Esse aluno deverá procurar o furo correspondente à tecla que deseja pressionar.

3 - Softwares Especiais de Acessibilidade: Um dos recursos mais úteis e facilmente


disponíveis, mas muitas vezes ainda desconhecido, são as "Opções de Acessibilidade" do
Windows (Iniciar - Configurações - Painel de Controle - Opções de Acessibilidade). Através
desse recurso, diversas modificações podem ser feitas nas configurações do computador,
adaptando-o a diferentes necessidades dos alunos. Por exemplo, um aluno que, por
dificuldades de coordenação motora, não consegue utilizar o mouse, mas pode digitar no
teclado (o que ocorre com muita frequência), tem a solução de configurar o computador,

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através das Opções de Acessibilidade, para que a parte numérica à direita do teclado realize
todos os mesmos comandos na seta do mouse que podem ser realizados pelo mouse.

"Também os cegos já podem utilizar sistemas que fazem a leitura da tela e de


arquivos por meio de um alto-falante; teclados especiais que têm pinos metálicos que se
levantam formando caracteres sensíveis ao tato e que "traduzem" as informações que estão
na tela ou que estão sendo digitadas e impressoras que imprimem caracteres em Braille."
(FREIRE, 2000).

BIBLIOTECA VIRTUAL

PROINFO/MEC-textos: http://www.proinfo.gov.br/

Softwares Especiais- Jordi Lagares: http://www.lagares.org

Softwares Especiais- Rede Saci: http://www.saci.org.br/kitsaci.html

Softwares Especiais: http://www.qsnet.com.br/imagovox.htm

Tecnologia Assistiva: http://www.saci.org.br/pesquisa/veredas.html

Tecnologia Assistiva: http://www.geocities.com/to_usp.geo/principalta.html

Tecnologia Assistiva: http://www.clik.com.br/

Tecnologia Assistiva: http://www.expansao.com

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Módulo III

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO • AEE

O que é uma Sala de Recursos Multifuncionais - SRMF?

São espaços físicos localizados nas escolas públicas onde se realiza o Atendimento
Educacional Especializado - AEE.

As SRMF possuem mobiliário, materiais didáticos e pedagógicos, recursos de


acessibilidade e equipamentos específicos para o atendimento dos alunos que são público
alvo da Educação Especial e que necessitam do AEE no contraturno escolar.

A organização e a administração deste espaço são de responsabilidade da gestão escolar


e o professor que atua neste serviço educacional deve ter formação para o exercício do
magistério de nível básico e conhecimentos específicos de Educação Especial, adquiridos
em cursos de aperfeiçoamento e de especialização.

O que é o atendimento educacional especializado (AEE)?

O atendimento educacional especializado (AEE) é um serviço da educação especial que


identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminemas
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas" (SEESP/MEC, 2008).

O ensino oferecido no atendimento educacional especializado é necessariamente


diferente do ensino escolar e não pode caracterizar-se como um espaço de reforço escolar
ou complementação das atividades escolares. São exemplos práticos de atendimento
educacional especializado: o ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e do código
BRAILLE, a introdução e formação do aluno na utilização de recursos de tecnologia
assistiva, como a comunicação alternativa e os recursos de acessibilidade ao computador,
a orientação e mobilidade, a preparação e disponibilização ao aluno de material
pedagógico acessível, entre outros.

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O que é tecnologia assistiva e que relação ela tem com a Sala de Recursos
Multifuncional?

De acordo com a definição proposta pelo Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), tecnologia
assistiva "é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba
produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover
a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade
de vida e inclusão social. (CAT, 2007)

A tecnologia assistiva é um recurso ou uma estratégia utilizada para ampliar ou


possibilitar a execução de uma atividade necessária e pretendida por uma pessoa com
deficiência. Na perspectiva da educação inclusiva, a tecnologia assistiva é voltada a
favorecer a participação do aluno com deficiência nas diversas atividades do cotidiano
escolar, vinculadas aos objetivos educacionais comuns. São exemplos de tecnologia
assistiva na escola os materiais escolares e pedagógicos acessíveis, a comunicação
alternativa, os recursos de acessibilidade ao computador, os recursos para mobilidade,
localização, a sinalização, o mobiliário que atenda às necessidades posturais, entreoutros.

Como se organiza o serviço de tecnologia assistiva na perspectiva da educação


inclusiva?

No atendimento educacional especializado, o professor fará, junto com o aluno, a


identificação das barreiras que ele enfrenta no contexto educacional comum e que o
impedem ou o limitam de participar dos desafios de aprendizagem na escola.
Identificando esses "problemas" e também identificando as "habilidades do aluno", o
professor pesquisará e implementará recursos ou estratégias que o auxiliarão,
promovendo ou ampliando suas possibilidades de participação e atuação nas atividades,
nas relações, na comunicação e nos espaços da escola.

A sala de recursos multifuncional será o local apropriado para o aluno aprender a


utilização das ferramentas de tecnologia assistiva, tendo em vista o desenvolvimento da
autonomia. Não poderemos manter o recurso de tecnologia assistiva exclusivamente na
sala multifuncional para que somente ali o aluno possa utilizá-lo.

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A tecnologia assistiva encontra sentido quando segue com o aluno, no contexto escolar
comum, apoiando a sua escolarização. Portanto, o trabalho na sala se destina a avaliar a
melhor alternativa de tecnologia assistiva, produzir material para o aluno e encaminhar
estes recursos e materiais produzidos, para que eles sirvam ao aluno na escola comum,
junto com a família e nos demais espaços que frequenta.

São focos importantes do trabalho de tecnologia assistiva na perspectiva da educação


inclusiva:

 a tecnologia assistiva numa proposição de educação para autonomia,


 a tecnologia assistiva como conhecimento aplicado para resolução de problemas
funcionais enfrentados pelos alunos, e
 a tecnologia assistiva promovendo a ruptura de barreiras que impedemou limitam
a participação destes alunos nos desafios educacionais.

A tecnologia assistiva é uma área de atuação da educação ou é exclusiva da área


clínica?

O tema da tecnologia assistiva nasceu associado à ideia de reabilitação e era inicialmente


vinculado à prática de profissionais da saúde. A mudança de entendimento sobre o que é
a deficiência e especialmente o novo modelo biopsicossocial e ecológico de compreendê-
la como o resultado da interação do indivíduo, que possui uma alteração de estrutura e
funcionamento do corpo, com as barreiras que estão impostas no meio em que vive;
mostram-nos que os impedimentos de participação ematividades e a exclusão das pessoas
com deficiência são hoje um problema de ordem social e tecnológica e não somente um
problema médico ou de saúde.

As grandes e mais importantes barreiras estão, muitas vezes, na falta de conhecimentos,


de recursos tecnológicos, na não aplicação da legislação vigente, na forma como a
sociedade está organizada de forma a ignorar as diferentes demandas de sua população.

Nesse sentido, o conceito e a prática da tecnologia assistiva também evolui saindo da


concepção de recursos médicos ou clínicos para um bem de consumo de um usuário que
busca umapoio tecnológico para resolução de umproblema de ordem pessoale funcional.
Nessa perspectiva, o usuário deixa de ser um paciente e assume o papel de quem busca
no âmbito datecnologia assistiva a informação sobre o que é mais apropriado para suprir

15
a sua deficiência e os recursos disponíveis para o seu caso específico. A tecnologia
assistiva envolve hoje várias áreas do conhecimento tais como a saúde, a reabilitação, a
educação, o design, a arquitetura, a engenharia, a informática, entre outras.

A tecnologia assistiva é, acima de tudo, um recurso de seu usuário e a equipe coloca seu
conhecimento à disposição para que ele encontre o recurso ou a estratégia que atenda a
sua demanda de atuar e participar de tarefas e atividades de seu interesse.

Na prática, em se tratando de crianças com deficiência, o lugar por excelência daatuação


da tecnologia assistiva é a sala de recursos multifuncional, onde se oferece um serviço
que identifica, elabora e disponibiliza recursos que ampliam a participação do aluno com
deficiência nos desafios educacionais propostos pela escola comum.

16
Atendimento Educacional Especializado – AEE

O Atendimento Educacional Especializado, realizado por pedagogos e professores


de áreas específicas na Sala de Recursos (generalistaou específica) caracteriza-se por ser
um apoio indispensável às crianças com necessidades educacionais especiais. Tendo em
vista que o atendimento da pessoa com necessidades educacionais especiais perpassa
todos os níveis de ensino, desde a educação básica até o nível superior, acreditamos na
importância da difusão das informações acerca dessa modalidade de atendimento que
garante a ampla oportunidade de escolarização, a efetiva participação do estudante com
deficiência na sociedade e sua eventual inserção no mercado de trabalho.

Dessa maneira, o Atendimento Educacional Especializado designa um serviço


educacional que identifica, elabora e organiza os recursos pedagógicos e de acessibilidade
com o objetivo de eliminar eventuais barreiras que dificultem a plena participação dos
estudantes com deficiência nos processos educacionais. Essa organização pedagógica
leva em conta suas necessidades específicas, complementando e suplementando o
trabalho do professor do ensino regular, com vistas ao desenvolvimento da autonomia e
independência do estudante, tanto no ambiente escolar, quanto fora dele.

Tendo em vista que o Atendimento Educacional Especializado destina-se aos


estudantes com algum tipo de deficiência física, deficiência mental, estudantes com
surdez, cegueira, baixa visão, surdocegueira, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidade, percebemos que a atuação do profissional pedagogo nas escolas, no AEE
tem campo muito amplo. Vale salientar que a EAA reúne uma equipe multiprofissional
onde professores especializados da Sala de Recurso Multiprofissional, professores
especializados do Centro de Apoio Pedagógico para o atendimento do deficiente visual,
professores de em libras, professores revisores em Braille, e tantos outros profissionais
da educação, com objetivo maior de garantir o direito de aprendizagem aos estudantes
com alguma necessidade educacional especial.

Uma vez que o profissional da educação precisa formação específica para a


atuação no AEE, que perpassa por sua formação inicial, e processo emcursos de formação
continuada para o exercício específico em cada área, salientamos o valor heurístico de

17
curso. Reconhecemos que a formação do profissional que atuará na EAA encontra
caminhos variados, de acordo com a necessidade específica dos sujeitos que cada
profissional irá atender. Portanto, concluímos que a proposta inicial de curso tem como
objetivo demonstrar as principais ações relacionadas ao profissional do AEE, bem como
orientar quanto suas modalidades de atendimento, disponibilizar recursos, orientações
pedagógicas e metodologias específicas para uma atuação dinâmica, eficaz e efetiva nesse
contexto educacional específico.

Reconhecemos os objetivos da Política Nacional de Educação Especial, na


Perspectiva inclusiva, que buscar assegurar a inclusão escolar dos estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades. Percebemos o
esforço no sentido de assegurar acesso a todos os estudantes ao ensino regular,
promovendo, para isso a acessibilidade, a participação da família e da comunidade no
processo educacional e, sobretudo, promovendo articulação intersetorial para a
implementação de políticas públicas que atendam as necessidades específicas de cada
público, como é o caso do AEE.

Durante algum tempo, pessoas que demonstrassem padrões desviantes de


comportamento, ou deficiência física eram afastadas do convívio social comum,
estudavam em escolas especificas e, muitas vezes nem mesmo tinham acesso à educação
formal. Isso porque, o foco de observação da sociedade a respeito desses sujeitos era
apenas relacionado às suas limitações. No entanto, reconhecemos nos escritos de
Vigotski que a percepção da pessoa sobre ótica de suas possibilidades de superação em
detrimento de suas descapacidades, é um salto importante para a superação e
desenvolvimento de suas possibilidades físicas e intelectuais.

O papel do professor tem sido enfatizado no que envolve a inclusão de estudantes


com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Alguns autores, a exemplo
de Boaventua, afirmam que ‘temos direito à diferença, quanto a igualdade nos
descaracteriza’, uma vez que as necessidades da pessoa com deficiência é diferente
àquelas oportunidades oferecidas no ensino regular, eles precisam da EAA . Outros
estudiosos enfatizam que entre as atribuições dos professores está a de criar situações para
que os alunos com deficiência possam contribuir nesse novo contexto educacional em
sala de aula, de maneira que suas limitações não se evidenciem.

18
Se de um lado a lei indica a obrigatoriedade das instituições em oferecerem o
ensino para todas as crianças, seja qual for sua limitação física ou cognitiva, por outro
lado observamos quem nem sempre o professor ou o profissional de educação que
atenderá a criança no AEE está preparado para isso. Por isso mesmo, compreende-se que,
os profissionais da educação atualmente buscam se especializarem cada vez mais com o
objetivo de se adequarem às novas normas da educação. Dessa maneira, buscam abrir um
leque de informações e de formação continuada para que se consigam atender a maioria
das necessidades existentes em suas instituições, para que, com isso consigamos garantir
um futuro de maior igualdade na oportunidade de aprendizagem para todos os atores
evolvidos no processo educacional.

19
Qual é o público-alvo do Atendimento Educacional Especializado (AEE)?

I – Estudantes com deficiência: aqueles que têm impedimentos de natureza física,


intelectual ou sensorial, o s quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas.

II – Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um


quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas
relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nesta definição
alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno
desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outraespecificação.

III – Estudantes com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam


um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento
humano, isoladas ou combinadas, como intelectual, liderança, psicomotora, artes e
criatividade.

Fonte: Resolução CNE/CBE n.04/2009

20
Módulo IV

ESTIMULAÇÃO PRECOCE EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN:


ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA.

Rosane de Carvalho Santos


Aluna do Curso de Fisioterapia
Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá
rosane_fisio@outlook.com

Érica Bertaglia de Paula


Professora do Curso de Fisioterapia
Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Campus Guarujá
erica_bertaglia@yahoo.com.br

Resumo: Este trabalho mostra a importância da estimulação precoce para o melhor


desenvolvimento das habilidades motora de qualquer indivíduo, levando em conta que para
portadores de Síndrome de Down essa estimulação é de fundamental importância. Sabe-se
que a estimulação precoce pode ajudar a desenvolver as habilidades psicomotoras dessas
pessoas, aumentando a capacidade de desenvolver o máximo as habilidades que já possuem.
Cabe aos pais e a equipe multidisciplinar a decisão de estimular precocemente a criança, pois
sabe-se que a estimulação precoce se inicia desde o nascimento até os 4 anos de idade,
período em que ainda os padrões de posturas e movimentos estão se instalando,
principalmente nos portadores da Síndrome de Down, isso fará toda diferença e sabendo que
ao estimular seu filho precocemente estará dando a ele maiores chances de ter uma vida típica
assim investindo em seu futuro.
Palavras Chave: Trissomia do 21, Intervenção precoce, tratamento.
Área de conhecimento: Saúde.

1. Introdução.
A Síndrome de Down (SD) é a alteração genética de maior ocorrência em todo o
mundo, consiste em alteração cromossômica causadora de retardo mental, caracterizada pela
presença de um cromossomo extra no par 21, entre outras formas (PORTO, 2010).
É caracterizada como condição genética, que leva seu portador a apresentar uma série
de características físicas e mentais específicas (HENN; PICCININI; GARCIAS; 2008) A
síndrome pode ser diagnosticada logo após o nascimento devido à manifestação dos seus
principais fenótipos, como: hipotonia muscular generalizada, occipital achatado, pescoço
curto e grosso, prega única na palma das mãos e alteração no comprimento dos membros
(Barbosa, 2011), mais tarde além das características físicas a criança com SD pode apresentar
diversas anormalidades estruturais e funcionais no sistema nervoso, que podem ser
evidenciadas pelo atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, alterações nos domínios da
linguagem e memória são acentuadas e acabam dificultando a aprendizagem (Freire, 2014).

21
Um portador de síndrome de Down, pode estar presente em qualquer família
independentemente de sua nacionalidade, raça, classe social e gênero da criança.
Estas crianças tem o direito de desenvolver as suas potencialidades em todos os
aspectos da vida através de uma educação adequada. A educação ajuda a promover a sua
integração na sociedade e promove a independência e o controle de suas vidas.
Quanto ao processo de reabilitação, ou podemos dizer até uma habilitação em
capacidades em desenvolvimento, esta deve associada a educação adequada promover o
processo de independência, sendo uma obrigação da área da saúde, garantida a qualquer
individuo, visto que a saúde é direito de todos.

2. Objetivos.
Descrever a importância da estimulação precoce em portadores da SD em seus
primeiros anos de vida, pois a criança possui o desenvolvimento motor alterado devido a
fatores genéticos.
Verificar os principais tratamentos descritos na literatura atual, resultados da
intervenção proposta e verificar os métodos de estudos empregados.

3. Justificativa.
As crianças portadoras de SD necessitam de estímulos para seu desenvolvimento
motor e cognitivo assim elevando suas potencialidades, quando estes estímulos são fornecidos
de forma adequada em tenra idade os resultados tender a ser atingidos precocemente
proporcionando um repertório neuropsicomotor mais abrangente.

4. Revisão bibliográfica.

4.1 Síndromes de Down.

Segundo a Fundação da Síndrome de Down (SD) (2013) esta é uma alteração genética
produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 21, também conhecida
cromotrissomia 21.
A palavra Síndrome de Down só foi atribuída após varias denominações como:
Imbecilidade mongoloide, idiota mongoloide, cretinismo fufurácio, criança inacabada, entre
outras. Somente em 1965 se denominou o nome Síndrome de Down (VOIVODIC, 2002)
A Síndrome de Down (SD) foi descrita em 1866 por John Langdon Down, esta
alteração genética afeta o desenvolvimento do individuo, determinando algumas
características físicas e cognitivas. A maioria das pessoas com SD apresenta a denominada
trissomia 21 simples, isto significa que um cromossomo extra, está presente em todas as
células do organismo, devido a um erro na separação dos cromossomos 21 em uma das
células dos pais. Este fenômeno é conhecido como disfunção cromossômica. Existem outras
formas de SD como, por exemplo: mosaico, quando a trissomia está presente somente em
algumas células, e por translocação, quando o cromossomo 21 está unido a outro
cromossomo.
Além do atraso no desenvolvimento, outros problemas de saúde podem
ocorrer no portador da síndrome de Down: cardiopatia congênita (40%); hipotonia (100%);
problemas de audição (50 a 70%); de visão (15 a 50%); alterações
na coluna cervical (1 a 10%); distúrbios da tireoide (15%); problemas neurológicos (5

22
a 10%); obesidade e envelhecimento precoce. Em termos de desenvolvimento, a síndrome de
Down, embora seja de natureza subletal, pode ser considerada geneticamente letal quando se
considera que 70–80% dos casos são eliminados prematuramente. (MOREIRA, 2000).
A sequência das habilidades motoras de uma criança pode ser considerada fixa. Porém
o ritmo de cada criança vai depender do ambiente em que vive bem como do aprendizado e da
experiência (MATTOS, 2010).

4.2 Fisioterapia.

O tratamento fisioterapêutico é uma forma de oferecer a criança oportunidades


adequadas de interagir e explorar ambientes com mais funcionalidade e independência
(MOLINARI, 2010).
Apesar de a fisioterapia convencional ter se mostrando eficiente em relação ao
equilíbrio e outras habilidades motora, notou-se que o ambiente tem grandes influências na
terapia, como pode ser observado pelos pesquisadores do estudo e relatado pelos
responsáveis, as crianças que realizam equoterapia apresentaram uma maior interação entre o
ambiente, o animal e o terapeuta adquirindo uma melhor sociabilizarão. Já nas sessões de
fisioterapia convencional, geralmente o tratamento é individualizado, o contato é apenas entre
terapeuta e paciente (RIBEIRO, 2007).
Silva; Kleinhans (2006) ainda relata que a fisioterapia normalmente centra-se na
mobilidade, inclusive na pré-marcha, como dar impulso da posição ajoelhada para em pé.
Possivelmente essa seja a razão para a fisioterapia ter apresentado melhor desempenho em
relação ao equilíbrio dinâmico. A hiperfrouxidão ligamentar com a hipotonia resulta na falta
de rotação de tronco, e consequentemente no atraso e na imaturidade da aquisição da marcha e
no equilíbrio dinâmico (RODRIGUES et al., 2011).
A intervenção fisioterapêutica é considerada precoce quando iniciada antes que os
padrões de postura e movimentos atípicos tenham sido instalados, ou seja, nos primeiros
quatro meses de idade do bebê seria a época essencial para se iniciar o programa. O
tratamento precoce é indicado como uma forma de aumentar a interação do organismo com o
ambiente, obtendo respostas motoras próximas ao padrão da normalidade e prevenindo a
aprendizagem de padrões atípicos de movimento e postura (MATTOS, 2010).

4.3 Estimulação Precoce do Desenvolvimento.

A estimulação precoce é definida como uma técnica terapêutica que aborda, de forma
elaborada, diversos estímulos que podem intervir na maturação da criança, com a finalidade
de estimular e facilitar posturas que favoreçam o desenvolvimento motor e cognitivo de
crianças com alguma deficiência (GIACCINI, 2013).
Segundo Mattos; Bellane (2010), a falta de estímulos nos primeiros dias de vida pode
levar a criança a ter uma dificuldade de adaptação sensorial, bem como atraso no seu
desenvolvimento motor. Costuma-se intervir precocemente quando um bebê apresenta
desordens psicossomáticas, de desenvolvimento ou em estado de risco psíquico.
Ainda Mattos; Bellane (2010) a intervenção é considerada benéfica e quando iniciada
precocemente antes que os padrões de postura e movimentos atípicos

23
tenham sido já instalados, ou seja, nos primeiros quatro meses de vida do bebê seria a época
essencial para se iniciar o programa de intervenção.
Entende-se que os primeiros anos de vida são considerados críticos para o
desenvolvimento infantil, visto a plasticidade cerebral, que favorece o desenvolvimento de
todas as capacidades da criança. A plasticidade neuronal no cérebro em desenvolvimento
aliada a experiências apropriadas neste período é fundamental para o desenvolvimento
apropriado das funções dos sistemas neurais (NASCIMENTO, 2010)
A estimulação deve começar a ser realizada a partir do nascimento, principalmente
pelos primeiros encontros entre os pais e o bebê, são fundamentais para o engajamento
emocional e para a experiência de vinculação. Os programas de estimulação precoce
iniciaram-se nos Estados Unidos na década de 60, e no Brasil em 1973.
Foram internacionalmente deslocando seu foco do modelo centrado na criança para
um modelo que inclui a família e a comunidade (ALMEIDA, 2004).
No decorrer do processo terapêutico percebeu-se modificação do relacionamento entre
mãe e bebê, grande melhora da afetividade, aumento do contato visual e físico, maior
interação e aceitação sobre a SD e sobre as intercorrências que podem acontecer no
desenvolvimento. Além de tudo, as mães apresentaram melhora na autoestima e maior
envolvimento nas atividades de estimulação do bebê (DÉA; DUARTE, 2009).
O bebê com síndrome de Down poderá ter um atraso para atingir o desenvolvimento
motor de uma criança normal, entretanto há inúmeras variações no tempo de aquisição dos
marcos do desenvolvimento, como por exemplo, o andar podendo ser atingido com 1 ano de
idade e outras que somente aos 5 anos desenvolveram tal habilidade.
Este fato ira depender não somente da hipotonia muscular e da amplitude de
movimento, mas principalmente dos estímulos oferecidos pela equipe multidisciplinar e do
estimulo da família (DÉA; DUARTE, 2009).

5. Materiais e métodos.

Foram utilizados artigos científicos nacionais e internacionais publicados nos


principais bancos de dados.
Este trabalho tem como característica ser uma revisão bibliográfica sistemática realizada de
agosto de 2015 á junho 2016, com pesquisa nos bancos de dados (Scielo, Bumed, Bireme,
Lilacs) nos idiomas português, Inglês e espanhol.
Os livros científicos, originados da biblioteca Universidade UNAERP - Guarujá,
situada no distrito de Guarujá - SP, e também livros e material didático de acervo pessoal,
foram utilizados no corpo do trabalho.
Os critérios de inclusão para os trabalhos pesquisados são: estar nos idiomas citados
terem data de publicação dos últimos 10 anos (2006-2016), tratarem em seu corpo de pesquisa
sobre a intervenção precoce no tratamento da Síndrome de Down, os critérios de exclusão
são: os trabalhos abordarem o tratamento de crianças maiores de 4 anos de idade.
Além do tratamento utilizado pelos autores também ocorreu a verificação do método
de estudo dos resultados obtidos e das considerações feitas pelos autores.

24
6. Resultados e discussão.

Após a análise inicial realizada com base nos títulos e nos resumos de 45 artigos que
falam sobre estimulação precoce, foram selecionados 10 artigos que preenchessem os critérios
de inclusão. Estes descrevem tratamentos fisioterapêuticos em crianças de até 4 anos de idade
com diagnostico de Síndrome de Down.

QUADRO 1 – ARTIGOS SELECIONADOS NESTA PESQUISA


AUTOR MÉTODO/INTERVENÇÃO RESULTADOS CONCLUSÃO
/ ANO

Barbosa Foram aplicados 2 Obteve melhora na Neste trabalho foi possível


et al, questionários um no início e qualidade do sono, verificar que com a técnica
(2011) outro no final. uma Shantala ocorreu: melhora do
N =3 apresentou
Realizados 20 minutos de vínculo pais filho e melhor
ganho de
Shantala, uma vês por motricidade, as desenvolvimento psicomotor.
semana durante 60 dias. outras duas
aperfeiçoaram
movimentos que já
realizam.
LooperJ GMFM foi utilizado para Todas as crianças Órteses podem ter um efeito
, Ulrich testar o desenvolvimento de apresentaram negativo sobre o
(2010) habilidades motoras. aumento desenvolvimento de
Separados 2 grupos um que significativo nas habilidades motoras bruta
recebeu treino em esteira pontuaçõe
global.
outro que recebeu treino em s GMFM ao longo
esteira e órteses do tempo.
suprameleolar.
Carvalho; Avaliação Neurológica de A análise resultou Concluiu-se que o trabalho
Moreira; AMIELTISON e ao em melhora dos realizado, observou-se
Pereira, questionário de tônus dos membros evolução em vários aspectos
(2010) desenvolvimento motor de superiores do
portadores da SD. Antes e comportamentais, motor, com
controle cervical e
após as seções realizadas. na qualidade do no desenvolvimento da
Realizou 20 seções da sono. linguagem,
massagem Shantala. coordenaçã
o motora.
Giacchini Avaliados 11 sujeitos Todos as crianças É clara a importância de uma
et al, com idade de 12 acompanhadas intervenção qualificada nos
(2013) meses a 4 anos. 3, possuem apresentam primeiros anos de vida da
diagnostico de SD,4 de melhoras, tanto no
criança com necessidades
paralisia cerebral,4 aspecto de
apresenta atraso no linguagem, quanto especiais. Observa-se neste
desenvolvimento em relação a contexto que a fisioterapia
neuropsicomotor aspectos orofaciais, pode se obter resultados
Empregou-se a o protocolo melhora dos tônus. positivos na evolução das
de Observação crianças com SD.
comportamental – PROC
(2004), e partes do
protocolo MBGR (2009).

25
Cabral O artigo apresenta uma Os resultados da Conclui-se que a relação
,Gorett discussão e analise, de pesquisa apontaram mãe- bebe e benéficos nos
i; orientação psicanalítica do que o profissional seus primeiros anos de vida,
Almeid atendimento a bebês com que adotava um
a E que o número de
Síndrome de Down. Durante modelo de
(2014) e intervenção profissionais que se
após as observações dos voltado encarrega da promoção

26
atendimentos, aplicou-se o para a criança e seu do desenvolvimento de
protocolo IRDI (Indicadores diagnostico crianças de 0 a 4 anos de
Clínicos de Risco para o realizava uma idade aumentou
Desenvolvimento Infantil). função de
consideravelmente.
maternagem.
Mattos A revisão da literatura teve Os estudos A família tem uma
; como objetivo descrever a revisados neste relevância no tratamento.
Bellan importância da estimulação trabalho foram
Ficou evidente que a troca de
i precoce no desenvolvimento todos afirmativos.
A informações dos terapeutas
(2010) e aquisição das habilidades
motoras de crianças com Fisioterapia com os pais é importante,
Síndrome de Down. contribuiu para o pois auxilia na continuidade
melhor da terapia e na prática
desenvolvimento funcional para a
motor aprendizagem da função.
comportamental e
social
Batista, Submetida Constatou-se nas Neste estudo foi considerado
avaliaçõe evoluções que a
Carvalho; s periódicas perfazendo 30 anteriores e nas Estimulação
Felix, sessões utilizando os atuais que a criança sensoriomotora global na
(2010) métodos neuroevolutivo obtev
criança com SD é
e ganhos nos
(Conceito padrões motores imprescindível, deve ser
Bobah, Método Rood, controle inserida o mais cedo possível
Estimulação Vestibular e cefálico, sentar, observando que em 30
Shantala). postura bípede, e a sessões obteve evolução
atualmente a significativa.
marcha assistida.
Toble,et Eficácia da Após as Etapas I e Diante dos dados obtidos
al (2013) hidrocinesioterapia em um II, foinesse estudo, conclui-se que
participante com Síndrome observad a técnica de
de Down, sexo masculino, 1 o aumento de três
ano e 4 meses de idade, hidrocinesioterapia foi
pontos no escore
com perda auditiva bilateral benéfica para o
bruto da AIMS,
de grau severo. O desenvolvimento de
desenvolvimento motor foi habilidades motoras grossas
avaliado por meio da de um lactente com Síndrome
Alberta Infant Motor Scale de Down e perda auditiva
(AIMS).
bilateral de grau severo
Almeid O objetivo deste trabalho é Como resultado Concluiu que a criança com
a, descrever o trabalho e a ficou evidente a SD não tem uma idade exata
Moreira importância da Fisioterapia importância do para aquisição de cada etapa
; a criança com SD. fisioterapeuta para do desenvolvimento. O papel
Tempsk Atendimento de crianças o desenvolvimento
com idade zero e 18 anos. motor, além de do fisioterapeuta é estimular
i (2013)
atuar como junto à equipe
educador em saúde multiprofissional à família, o
junto a família. desenvolvimento motor
destas crianças, respeitando o
seu tempo e valorizando suas

27
potencialidades.

Bastos et O artigo teve como objetivo Foi encontrado nas A Fisioterapia é de


al, (2013) analisar a Fisioterapia instituições fundamental importância para
Aquática como entrevistadas, reabilitação do paciente com
primeira escolha dos 63,42% têm
síndrome de Down,
profissionais para o como
tratamento da síndrome de primeira escolha de minimizando efeitos
Down na cidade de tratamento para negativos desta disfunção.
Fortaleza. síndrome de
Down a
Fisioterapia
Aquática.

28
Após observar os artigos revisados, ficou evidente que a estimulação precoce é
essencial para a maturação neural e global do desenvolvimento motor da criança com
síndrome de Down, além da equipe multidisciplinar o fisioterapeuta é de extrema importância
para seu desenvolvimento motor.
A fisioterapia auxilia a criança a realizar suas etapas de desenvolvimento o mais
próximo do normal, além de que, cada criança tem seu próprio tempo de desenvolvimento que
é influenciado por estímulos dados pelo ambiente externo e pela família.
Durante a revisão foram encontrados diversos tipos de tratamento fisioterapêutico e da
equipe multidisciplinar.
Barbosa et al (2011) relata que os efeitos da Shantala na interação entre mãe e filho
foram positivos, pois proporcionou uma melhor qualidade de vida para as crianças e já para as
mães uma melhor aceitação da doença gerando um maior vínculo com os filhos. Além dos
benefícios já citados ocorreu uma melhora na qualidade do sono, na motricidade e no
aperfeiçoamento dos movimentos das crianças.
Carvalho et al (2010) cita que com a Shantala para os portadores de síndrome de
Down obteve evolução em vários aspectos, dentre eles: o comportamental, motor, no
desenvolvimento da linguagem, da coordenação motora de membros superiores e inferiores,
na melhora dos tônus e no controle cervical e na qualidade de vida. Entretanto Batista (2012),
relata que em seu experimento que obteve melhores resultados que os autores citados
anteriormente utilizando a técnica de Shantala, porem este deve ter obtido tal sucesso devido a
associação de técnicas implicando uma estimulação mais global disponibilizando uma maior
quantidade e variedade de estímulos para o SNC.
Toble et al (2013), realizou estudo com um lactante, o qual recebeu tratamento de
Hidrocinesioterapia associada também ao método neuroevolutivo e intervenção em solo,
observando este estudo, em meu ponto de vista, pouco relevante, pois a hidrocinecioterapia
foi aplicada somente uma vez durante o tratamento de 24 sessões em 19 semanas. O paciente
obteve ganhos significativos, mas o ideal seria ter mais sessões da técnica para melhor
observação dos benefícios do método proposto pelo autor. Porém o que se observa que seus
resultados foram similares ao Barbosa (2012) que também realizou várias técnicas associadas
em seu estudo.
Bastos (2011) que abordou em sua pesquisa os tipos de técnicas utilizadas pelos
fisioterapeutas, constatou que a primeira escolha de tratamento fisioterapêutico é a fisioterapia
aquática (63,42% dos entrevistados), onde traz benefícios como liberdade dos movimentos,
aumento da sociabilização pois se tem um ambiente agradável auxiliado por atividades lúdicas
e terapêuticas, assim a criança ira alcançar uma melhor correção postural, previne
complicações osteomusculares, melhora do sistema respiratório alem dos efeitos psicológicos
agregados.

29
A importância da relação entre pais e filho ficou evidente nas pesquisas realizadas
pelos autores Cabral; Almeida; Lignani (2010) e Barbosa et al (2011), pois os portadores da
Síndrome de Down requerem da família maior tempo e dedicação, especialmente se estiverem
em fase de crescimento, período em que os estímulos, cuidados e atenção são fundamentais
para seu desenvolvimento.
Ressaltar que Barbosa et al (2011), observou em seu estudo que um bom
relacionamento entre filho e pais associada a Massagem Shantala ocorre a diminuição nos
níveis de aceticolamina e produção ativa de neurotransmissores responsáveis pela sensação do
bem-estar como consequência a criança ira ter relaxamento, resistência a barulhos esternos, a
diminuição de ocorrências de cólicas e amplia o laço entre pais e filho.
Mattos; Bellani (2010) afirma que o acompanhamento dos pais durante as sessões com
a equipe multidisciplinar tem benefícios tanto para criança como para si, passando eles a estar
mais próximo ao desenvolvimento de seu filho, a mãe a ter condições de maior
conscientização e consequentemente proporcionara a oferta de estímulos no cotidiano para o
processo de reabilitação. E resaltado em seu trabalho a importância da estimulação precoce,
onde destaca que o início desta deve ser em casa local onde a criança passa a maior parte do
seu tempo.
A importância da Fisioterapia ficou evidente nos trabalhos pesquisados,
principalmente Almeida; Moreira; Tempski (2013), destaca que o papel do fisioterapeuta é
estimular junto a equipe multidisciplinar a participação da família, o desenvolvimento motor
destas crianças, respeitando o seu tempo e valorizando suas potencialidades pois cada criança
tem um desenvolvimento diferenciado de acordo com o tempo de inicio da terapia e até os
aspectos comportamentais de seus pais, fato que influência no seu desenvolvimento.
LooperJ, Ulrich DA (2010), realizou sua pesquisa com o objetivo de constatar o uso de
órtese precoce em combinação com esteira em crianças com síndrome de Down em
comparação com criança que recebeu treino de esteira somente. Seus resultados não foram
positivos, em nenhum dos grupos que passaram pela intervenção proposta, isso poderá ter
ocorrido devido a própria característica da síndrome que proporciona hipotonia generalizada e
lentificação dos movimentos, que talvez não se sua proposta de tratamento não se adequou as
necessidades destas crianças.
Além da fisioterapia motora outro tratamento que faz parte da equipe multidisciplinar
que atua para melhor desenvolvimento da criança com síndrome de Down é a fonoaudiologia.
Onde Giacchini; Tonial; Mota (2013), realizou um estudo onde firam avaliados 11 crianças
com idade de 12 meses a 4 anos, idade ideal para estimulação onde ainda suas maturidades
neurais e motoras ainda estão em desenvolvimento. Destes 11 sujeitos 3 possuem a síndrome
de Down, 4 com paralisia cerebral e 4 com atraso no desenvolvimento motor.
A linguagem oral tem importância fundamental para seu desenvolvimento, pois e um
dos aspectos marcantes no seu desenvolvimento, eles apresentam dificuldade de articulação
das palavras, ou seja, de realizar os movimentos necessários para produção da fala que exige
um controle muscular envolvido

30
complexo que e afetado pela hipotonia dos músculos envolvidos na produção da fala como lábios,
língua e bochecha.
Os resultados da pesquisa foram positivos para evolução das crianças, observou que a
instrumentalização fonoaudiologica adequada os pacientes com SD apresentaram uma
considerável melhora do tônus, dos músculos, da face, sendo necessário e essencial o
acompanhamento de um fonoaudiologia nos setores de estimulação precoce.
De acordo com a pesquisa realizada neste trabalho e evidente a importância da
estimulação precoce para criança com síndrome de Down, a fisioterapia e essencial nos seus
primeiros anos de vida. Constatado que a técnica mais utilizada foi a Shantala, além dela
outras técnicas associadas a ela que gerou efeitos positivos no desenvolvimento geral das
crianças avaliadas.

7. Conclusões.
Foi compreendido que é de extrema importância a estimulação precoce da criança
portadora de Síndrome de Down, o qual o acompanhamento da fisioterapia e suas técnicas
empregadas e a equipe multidisciplinar se tem resultados positivos em seu desenvolvimento
global.
A relação entre a criança e pais ficou evidente, citados pelos autores que a inserção da
família como parte ativa tem resultado positivo no tratamento, demonstrando que a troca de
informações dos terapeutas com os pais é relevante, para que estes entendam a importância da
terapia continuada e da prática funcional para a aprendizagem da função motora de seu filho.
As técnicas fisioterapêuticas empregadas de predileção dos autores foram a Shantala e
a hidroterapia, porem verificou-se que os resultados mais positivos ocorreram quando há
associação de técnicas e participação ativa dos pais durante as sessões de fisioterapia assim
agregando conhecimento destes e continuidade do tratamento em casa.
A intervenção precoce deve ser adotada em período de tenra idade assim oferecendo
estímulos a um sistema em desenvolvimento potencializando a neuroplasticidade existente
neste momento.
Desta forma concluímos que a criança com SD é beneficiada por este tratamento, mas
que ainda necessitamos de maiores pesquisas, com maior N e métodos mais confiáveis pois o
estudo verificou que a grande maioria dos autores levantados não utilizou nenhum método de
randomização e nem de grupo controle.

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Sugestão de Leitura

Links para leitura complementar

http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001344/134413porb.pdf

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me002557.pdf

http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/openaccess/9788580391664/13.pdf

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