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A Segunda Guerra Mundial

A segunda Guerra Mundial representa o corte decisivo na história do


século XX. Este livro oferece um olhar panorâmico sobre as causas, a
história prévia e o desenrolar da guerra, desde a assimilação da Manchúria
por parte do Japão, em 1931, até ao lançamento das bombas atômicas sobre
Hiroxima e Nagasáqui. Em 1945. Expõe, a partir de uma perspectiva
consequentemente global, não apenas as metas de guerra das grandes
potências, bem como as suas estratégias militares e políticas, mas aborda
igualmente os crimes terríveis que se tornaram possíveis no contexto da
guerra: do Genocídio sobre judeus e ciganos até às atrocidades, praticamente
ignoradas até ao presente, cometidas no oriente asiático. Tendo em conta as
mais recentes descobertas da investigação histórica, este livro dá a conhecer
o leitor todos os aspectos importantes da Segunda Guerra Mundial.

I. 1918 – Legado da Guerra Mundial?

Terminava em 1945 uma segunda guerra dos trinta anos? Por vezes,
a questão é respondida afirmativamente. As guerras mundiais e o intervalo
que as medeia apresentam-se a tal perspectiva como um todo e o resultado
da Primeira Guerra Mundial teria assim já englobado o que viria a ter início
vinte anos mais tarde. Uma tese que, em retrospectiva, chega a ser
fascinante. Contudo, o predeteterminismo causal, afirmado nessa tese, é
anti-histórico – ainda que, entre outras coisas, fatores sociais, ideológicos e
políticos tenham estabelecido pontos de ligação entre 1914 e 1939, como, por
exemplo, o revisionismo instigado por Berlim, Roma e Tóquio. Aquele tinha
em mira o status quo, definido pelas potências vitoriosas para a Europa em
1919-1920, fixado em vários acordos pelos Estados participantes na
conferência de Washington (entre 12 de Novembro de 1921 e 6 de Fevereiro
de 1922) para o Extremo Oriente.

Os governos da Alemanha, vencida, mas não substancialmente


enfraquecida, estavam, nestr contexto, até 1933, interessados sobretudo na
suspensão de grande parte do tratado de paz de Versalhes, de 28 de Junho
de 1919. Seja como for, uma tal ambição representava para as tradicionais
elites dirigentes alemãs, quanto muito, uma meta a curto prazo, o que as
movia era a exigência de hegemonia na Europa, alimentada pelo apego ao
mito do grande império alemão.

Italianos e japoneses contavam-se em 1918 entre os vencedores, no


entanto, a paz desiludira-os, pelo que desejavam melhorias substanciais. Ao
contrário da Alemanha de Hitler, que tinha em vista metas geopolíticas
globais e, em última instância, a hegemonia mundial, Roma e Tóquio
almejavam uma hegemonia regional, que também significava opressão e
exploração.

Em termos gerais, desde o início dos anos trinta estava a tomar forma
um mundo suscetível a crises. O seu caráter conflitual manifestava-se no
oriente asiático, no espaço mediterrânico, bem como no sul e no leste da
Europa. Ao que parece, as guerras permaneciam um instrumento da
política. Nem a Sociedade das Nações nem o pacto antibélico de Briand-
Kellogg de 27 de Agosto de 1928 trouxeram qualquer mudança em relação a
isso, e pela divisa “Guerra nunca mais” só se regiam socialistas. Por outro
lado, é um fato que nenhum Estado europeu tinha a intenção de provocar
um incêndio à escala mundial. Para provoca-lo foi necessário surgir o dia
fatal de 30 de Janeiro de 1933, dia em que forças reacionários levaram ao
poder na Alemanha Adolf Hitler e as suas ideias delirantes. Isto leva-nos
novamente à questão colocada no início.

A política do chanceler do Reich nacional-socialista formava uma


unidade coerente, animada pelo desejo de guerra. A médio prazo tinha em
vista a conquista da Europa, de espaço vital no leste, assim como a fundação
de um império continental. Muito daquilo que o Führer dizia a este respeito
soava familiar aos seus contemporâneos. Na verdade, porém, o objetivo era
estabelecer uma nova ordem do continente europeu com bases racistas e
realizar uma ambição de domínio que lhe permitia a quem e em que
condições seria permitido viver na sua Europa. 6 850 000 judeus, ciganos e,
assim designados, “seres humanos defeituosos” acabaram vítimas de tal
arrogância.

Semelhante coisa ia muito além dos limites no âmbito dos quais os


povos cultivados costumavam estabelecer os seus objetivos de guerra e
excluía definitivamente a possibilidade de considerar a Segunda Guerra
Mundial como uma mera herança da Primeira Guerra Mundial,
interpretando-a à luz do conceito de uma segunda guerra de trinta anos.
Hitler e a sua autêntica vontade paladina não tinham qualquer tipo de
tradição na história.

II. O longo caminho para a Guerra

A comunidade dos Estados permitiu a Hitler, até 1938, nadar ao


sabor de uma onda de sucesso, embora tivesse erigido um regime totalitário,
que desde 1933 encarcerara milhares de prisioneiros políticos em campos de
concentração, descriminara expropriara judeus, assassinando centenas até
finais de 1938. A seu favor jogou o fato de os governos por princípio
reconhecerem a soberania de Estado, coisa que aliás também foi benéfica
para Benito Mussolini, o chefe de Estado fascista da Itália, e para os
imperialistas radicais japoneses.

Não obstante, há que colocar a questão: porque é que as potências


ocidentais só tão tarde se opuseram à expansão militante dos agressores?
Decisivas foram porventura as objeções próprias de políticos que têm de
responder perante os povos, quando é preciso tomar decisões sobre o
emprego de meios extremos, sempre moralmente controversos, política e
militarmente arriscados e financeiramente dispendiosos. Para além disso,
britânicos e franceses lembravam-se dos seu 2 400 000 soldados mortos e
dos 5 200 000 feridos na Primeira Guerra Mundial. Contrariamente às
ditaduras, que agem arbitrariamente, os regimes democráticos estão
submetidos a um imperativo de política pragmática. O que há a fazer é, em
geral, o que é de interesse nacional.

1. Sinais de alarme

A crise da economia mundial, que entre 1929 e 1933, de forma


conjuntural e depois de forma estrutural, se fez sentir na maioria dos países
trouxe consigo conflitos sociais e econômicos, favoreceu os esforços com vista
a alcançar a meta da independência econômica e tornou tentadora uma
laboriosa corrida ao armamento.

É desta perspectiva que tem de ser vista a ocupação japonesa da


Manchúria, iniciada em 1931. Um ano depois, aquela rica província chinesa
era parte, enquanto Estado-satélite de Manchukuo, do domínio de influência
do Japão. O império, pobre em matérias-primas, densamente povoado e
dependente das exportações, dispunha assim de minérios, de espaço
colonizável e de um grande mercado externo.

Washington, Londres e Paris não achavam os seus interesses


comerciais e coloniais ameaçados, pelo que reagiram cautelosamente. Em
contrapartida, o secretário-geral Josef W. Estaline, que reconhecera o perigo
de uma guerra a duas frentes com os revisionistas, assinou, a 25 de Julho de
1932, com Varsóvia, bem como a 29 de Novembro desse ano com Paris,
tratados de não-agressão.

A Sociedade das Nações empreendeu uma tentativa de reconciliação.


O Japão deveria, aceitando a soberania da China sobre a Manchúria,
manter ali uma vasta influência. No entanto, Tóquio recusou e, acusado a 24
de Fevereiro de agressão bélica, abandonou a Sociedade das Nações a 27 de
Março de 1933. No final, o agressor permaneceu impune.

O resultado deste desafio à Sociedade das Nações encorajou Mussolini


e Hitler. Este tinha como interesse imediato, após a chegada ao governo,
alcançar internamente o poder absoluto, que deteve a partir de Agosto de
1934, obter um crescimento econômico, que parecia tornar-se um milagre
financeiro, e montar umas forças armadas modernas, superiores às das
outras potências, e preparadas para a guerra. Para não pôr em perigo o
terceiro objetivo, foi traçado um rumo em matéria de política externa que
permitiu prosseguir secretamente a corrida ao armamento, iniciada já
durante a república de Weimar, até a força militar própria atenuar o risco
de sanções decorrentes do incremento da maquinaria bélica.

A tal correspondeu a política externa até 1935, ainda que os alemães,


a 14 de Outubro de 1933, ousassem bastante.

Abandonaram a conferência de Genebra sobre o desarmamento, cujo


desenrolar fazia perigar a sua secreta corrida ao armamento, e deixaram a
Sociedade das Nações. Uma vez que as grande potências temiam em entrar
em confrontos políticos, Berlim foi poupada a consequências negativas.

Hitler, que por princípio privilegiava acordos bilaterais, deixou assim


de estar vinculado ao sistema coletivo de solução de conflitos. Após a notável
celebração da concordata com a cúria (20 de julho de 1933), o tratado de não-
agressão germânico-polaco (26 de Janeiro de 1934) significou um grande
sucesso. O pacto, que fez acalmar a situação na fronteira de leste, incluía-se,
para o ditador, nos preparativos para a guerra contra a União Soviética.
Mas, não obstante o acordo com Varsóvia, o regime viu-se confrontado, em
1934, com dificuldades no campo da política externa. Quando nazis, a 25 de
julho de 1934, assassinaram o chanceler austríaco Engelbert Dollfuss,
pairou até a ameaça de um conflito armado com a Itália, ideologicamente
próxima.

O dia 1 de Março de 1935 poderia ter trazido uma acalmia, dia em


que a região do Sarre tornou a fazer parte do Reich. Hitler, porém, não
utilizou o acontecimento para ceder, antes respondeu ao comportamento
correto da Sociedade das Nações durante o referendo no Sarre (13 de Janeiro
de 1935) com mais incumprimentos de tratados. A 9 de Março foi posta a
descoberto a ampliação da força aérea, a 16 foi comunicada a reintrodução
do serviço militar obrigatório. Houve reações. O primeiro-ministro de
França, Pierre-Etienne Flandin, o primeiro-ministro inglês, James Ramsay
MacDonald e Mussolini reuniram-se (entre 11 e 14 de Abril de 1935) em
Stresa para discutir medias de retaliação. A declaração final foi clara.
Também a Sociedade das Nações condenou o procedimento alemão. Em
Maio assinaram Praga, Paris e Moscovo tratados de mútuo apoio. Tomava
contornos um bloco internacional de defesa, o “cerco” tão temido por Hitler?
As aparências iludiam. É que Londres, querendo limitar o perigo do
rearmamento marítimo e aéreo que se vislumbrava por parte da Alemanha,
celebrou a 18 de Junho um acordo sobre as frotas com Berlim. Não obstante
esse acordo assegurar por algum tempo uma superioridade tranquilizadora
à Royal Navy, os alemães, que a longo prazo tinham a Grã-Bretanha em
mira como inimigo, não se importaram demasiado. Afinal, podiam nos anos
seguintes, segundo o tratado, atingir um nível de armamento que lhes
permitia empregar as suas forças navais como meio de pressão em
negociações internacionais.

Mussolini mudou igualmente de rumo. Pretendia dotar a grande


potência italiana de uma força real, desde o século XIX até então instável,
na mira de uma expansão no espaço mediterrânico. Os objetivos
encontravam-se na região adriático-balcânica, bem como no norte de África,
onde o regime preparava uma guerra contra um membro da Sociedade das
Nações, a Etiópia.

Contudo, os franceses deram luz verde, em Janeiro de 1935, para a


agressão. Os Ingleses, pelo contrário, opuseram-se.

Só agora o Duce se aproximava do Füher, que o encorajara. A


intervenção italiana em África tornava possível consolidar a influência
alemã na Áustria, que estava para ser anexada, e no sudestes, importante
do ponto de vista da economia externa, onde Berlim lutava pela hegemonia.
Uma longa guerra africana servia, portanto, os próprios interesses, o que
levou Hitler a apoiar secretamente ambas as partes através do fornecimento
de armas.

Sem ter sido declarada guerra, a 3 de Outubro de 1935 marcharam


aproximadamente 500 000 soldados da Somália e Eritreia sobre a Etiópia,
que conseguiu mobilizar cerca de 250 000 homens. Começou uma guerra
desigual, em que os italianos empregaram cerca de 340 toneladas de gás
venenoso. Estes tiveram a lamentar 9000 mortos, os Etíopes, incluindo civis,
275 000 vítimas. A 5 de Maio de 1936 Adis Abeba capitulou, ao que se
seguiu, por parte de Roma, a proclamação do Impero. O consenso entre o
regime fascista e a população italiana atingiu o ponto máximo.

No caso etíope, a Sociedade das Nações impôs sanções em Novembro


de 1935. O fato de estas não terem feito vergar a Itália ficou a dever-se à
ânsia pelo lucro material das outras potências. E em Julho de 1936 foi posto
ao critério de cada país reconhecer o status quo alcançado na África oriental
por via das armas – uma capitulação política, bem como moral.
Aproveitando a situação internacional resultante da guerra de
Mussolini, as forças armadas alemãs (Wehrmacht) marcharam a 7 de Março
de 1936 sobre a zona desmilitarizada da Renânia. Botas alemãs
espezinharam assim o tratado de Locarno, assinado a 1 de Dezembro de
1925, que havia consolidado a paz e aberto as portas ao entendimento entre
Paris e Berlim. O golpe de Hitler era ousado. Necessitava para a guerra que
planeava do potencial, quer de recrutas quer de armamento, da região do
Ruhr, e uma linha de defesa logo atrás da fronteira com a França. Uma vez
mais, o plano funcionou. Londres tolerou a brincadeira, Paris, que desejaria
ter feiro algo contra, não o ousou. A condenação pela Sociedade das Nações
não passou de um ritual.

A propaganda alemã celebrou a remilitarização da Renânia – um


passo significativo no caminho para a guerra – como conquista da liberdade
de rearmamento. Através de um plano de quatro anos (Setembro de 1936), o
regime nacional-socialista tencionava intensificar o rearmamento, dando-lhe
ao mesmo tempo uma maior eficácia. O que realmente se pretendia estava
explicado num manuscrito de Hitler de forma lapidar: dentro de quatro anos
deveria a economia estar pronta para a guerra e as forças armadas prontas
para atuar.

A guerra civil espanhola, que começou a 17 de Julho de 1936 com o


golpe perpetrado por oficiais nacionalistas e terminou a 28 de Março de 1939
com a vitória destes, pôs mais uma vez à prova a capacidade de ação da
Comunidade dos Estados. Por razões ideológicas, militares, econômicas e de
política externa, Berlim e Roma apoiaram os golpista. Moscovo e as brigadas
internacionais, em que combatiam homens e mulheres de 53 nações,
apoiaram a republica. Esta guerra bárbara custou cerca de 50 000 vidas:
prisioneiros foram massacrados, mulheres violadas, homens castrados.
Houve lugar a excessos e humilhações de toda espécie, até mesmo com a
benção da Igreja, no caso das vítimas serem comunistas.

A tragédia espanhola fortaleceu os revisionistas e o seu desprezo pela


democracia. Hitler distanciou-se pela primeira vez do seu aliado
preferencial. A 25 de outubro de 1936, por ocasião da assinatura do protocolo
germânico-italiano, advertiu o ministro dos negócios estrangeiros, conde
Galeazzo Ciano, da necessidade de uma aliança antibritânica. Um ano mais
tarde, os Britânicos tinham-se tornados os “inimigos de morte”. Mussolini
celebrou os acordos, que forneciam a base para uma cooperação mais
estreita e, do ponto de vista estratégico, significavam uma mais-valia para o
seu país, a 1 de Novembro de 1936, como eixo Berlim-Roma. Nessa altura
surgiu também o pacto Antikomintern, que originalmente se dirigia contra
Moscovo e tinha Londres em mira, assinado a 25 de Novembro de 1936 entre
Berlim e Tóquio. Roma aderiu ao tratado a 7 de Novembro de 1937,
abandonando cinco semanas depois a Sociedade das Nações.

Quando o triângulo geopolítico Berlim-Roma-Tóquio tomou forma,


grassava na Ásia uma guerra desencadeada no Japão em Julho de 1937. Em
jogo estava o espaço macroeconômico, pretendendo o Japão impor à China a
sua “nova ordem”. Na primavera de 1939 as frentes estagnaram. Os
invasores ocupavam então 1 700 000 km² na China setentrional e central,
mas os resistentes logravam com astúcia escapar ao aniquilamento. Além
disso, os comunistas de Mao Tsé-Tung e os nacionalistas chineses de Chang
Kai-Chek, embora se tratasse de inimigos profundos, uniram-se na defesa
contra o agressor. Também entre a população, ainda que fustigada por
extensivos bombardeamentos e por terríveis crimes de guerra – os invasores
massacraram apenas em Nanjing, em Dezembro de 1937, cerca de 200 000
chineses-, aumentava a resistência.

Todos os governos tinham conhecimento das execuções em massa de


prisioneiros de guerra, das violações sistemáticas e de muitas outras
atrocidades. A dimensão dos crimes horrorizava o mundo. Mas nenhuma
potencia interveio. Apenas o tempo jogava a favor da China, e os “falcões”
japoneses iam-se cada vez mais isolando politicamente.

2. O ano crucial de 1938

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