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Terminava em 1945 uma segunda guerra dos trinta anos? Por vezes,
a questão é respondida afirmativamente. As guerras mundiais e o intervalo
que as medeia apresentam-se a tal perspectiva como um todo e o resultado
da Primeira Guerra Mundial teria assim já englobado o que viria a ter início
vinte anos mais tarde. Uma tese que, em retrospectiva, chega a ser
fascinante. Contudo, o predeteterminismo causal, afirmado nessa tese, é
anti-histórico – ainda que, entre outras coisas, fatores sociais, ideológicos e
políticos tenham estabelecido pontos de ligação entre 1914 e 1939, como, por
exemplo, o revisionismo instigado por Berlim, Roma e Tóquio. Aquele tinha
em mira o status quo, definido pelas potências vitoriosas para a Europa em
1919-1920, fixado em vários acordos pelos Estados participantes na
conferência de Washington (entre 12 de Novembro de 1921 e 6 de Fevereiro
de 1922) para o Extremo Oriente.
Em termos gerais, desde o início dos anos trinta estava a tomar forma
um mundo suscetível a crises. O seu caráter conflitual manifestava-se no
oriente asiático, no espaço mediterrânico, bem como no sul e no leste da
Europa. Ao que parece, as guerras permaneciam um instrumento da
política. Nem a Sociedade das Nações nem o pacto antibélico de Briand-
Kellogg de 27 de Agosto de 1928 trouxeram qualquer mudança em relação a
isso, e pela divisa “Guerra nunca mais” só se regiam socialistas. Por outro
lado, é um fato que nenhum Estado europeu tinha a intenção de provocar
um incêndio à escala mundial. Para provoca-lo foi necessário surgir o dia
fatal de 30 de Janeiro de 1933, dia em que forças reacionários levaram ao
poder na Alemanha Adolf Hitler e as suas ideias delirantes. Isto leva-nos
novamente à questão colocada no início.
1. Sinais de alarme
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