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1º ano
Estudo identifica as principais dificuldades das crianças nesse momento de
mudanças
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Por: Elisângela Fernandes
Com o objetivo de investigar essa fase de intensas mudanças, Flávia Miller Naethe
Motta acompanhou uma turma desde a pré-escola até o fim do 1º ano, de 2007 a 2009,
no município de Três Rios, a 125 quilômetros da capital fluminense. Com base na
abordagem etnográfica, ela observou e registrou como a cultura infantil se apresenta
na escola. O resultado está na tese de doutorado De Crianças a Alunos: Transformações
Sociais na Passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, defendida na
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).
Rotina do 1º ano
Para amenizar as dificuldades que surgem com a mudança de fase, Corsaro propõe no
livro I Compagni: Understanding Children?s Transition from Preschool to Elementary
School (Os Companheiros: Entendendo a Transição das Crianças da Pré- Escola para a
Escola Primária, sem tradução para o português) a realização de "eventos primários".
São ações que funcionam como uma socialização antecipatória e facilitam a passagem
de uma etapa de ensino para a outra. Isso deve ser feito pelo corpo pedagógico das
duas etapas, de forma que as crianças possam conhecer a futura escola e ter contato
com seus alunos e professores.
Atenção às especificidades das crianças
Pesquisas como a que foi realizada por Flávia, que analisam as culturas infantis em
contextos escolares, estão ganhando ainda mais importância. Isso porque a
escolarização ocorre cada vez mais cedo no Brasil. Em 2006, a lei nº 11.274 reduziu
para seis anos a idade de ingresso no Ensino Fundamental e, recentemente, a Emenda
Constitucional nº 59/09 determinou que até 2016 todas as crianças entre 4 e 5 anos
deverão estar matriculadas na pré-escola. Diante disso, a pesquisadora ressalta que ao
receber esse aluno tão pequeno a escola precisa garantir espaço para o
desenvolvimento pleno da infância.
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Por: Diego Braga Norte
FIM DAS DÚVIDAS A professora Anne Karine Miranda fala sobre os conteúdos do 6º ano com alunos do 5º. Foto:
Cristiano Mariz
Além do contato com os futuros professores, é válido promover a interação dos mais
novos com os mais velhos. Assim, os que já se adaptaram ao novo jeito de estudar
explicam aos outros como fizeram para se adequar (confira as principais dificuldades
dessa fase e as ações para ajudar a superá-las no quadro abaixo). Esses momentos de
troca podem ocorrer em uma visita dos estudantes de 5º ano a uma sala de 6º para a
realização de uma entrevista, por exemplo. Segundo Maria Aparecida Ferreira da
Silveira, educadora e formadora de professores do Instituto Chapada, em Palmeiras, a
390 quilômetros de Salvador, antecipar dados da realidade do ano seguinte é mesmo
uma das melhores formas de evitar o choque inicial.
Como a escola pode ajudar em cada momento
Os espaços e o ritmo de estudo são diferentes nessa nova fase
Outra questão a ser encarada diz respeito ao espaço físico. Para muitas crianças,
terminar o 5º ano significa mudar para a escola mais próxima, onde são oferecidas as
séries finais do Ensino Fundamental. Nesses casos, é importante que diretores e
coordenadores das unidades que atendem até o 5º ano combinem uma visita
monitorada a salas de aula, laboratórios, quadras e pátios que serão usados em breve.
Mesmo quando a escola é a mesma, pode ocorrer de as séries finais ocuparem locais
diferentes dos reservados às iniciais. Às vezes, os alunos tiveram pouco ou nenhum
contato com os futuros ambientes de ensino.
MUDANÇAS EM VISTA Para a professora Maria Cristina Nazário, apresentar o laboratório agiliza a adaptação. Foto:
Edu Lyra
Maria Cristina destaca que o ritmo dos alunos é outro aspecto que merece atenção. No
5º ano, com uma professora apenas, as aulas tendem a ser mais lentas. No 6º, com
aulas de 45 minutos, a dinâmica de ensino se acelera um pouco, demandando
agilidade. As aulas também ficam mais densas, exigindo maior concentração. "Às
vezes, o quadro está cheio quando chego. Não posso entrar e já ir logo apagando.
Sempre dou um tempinho para que todos terminem de anotar", explica. Em geral,
superado o primeiro bimestre, a moçada já está acostumada ao andamento das aulas e
acompanha as atividades com facilidade.
FERRAMENTA EXTRA Na agenda eletrônica do Colégio Magno, os alunos acompanham a data das tarefas. Foto: Kriz
Knack
De fato, desde o 5º ano, é importante incentivar o registro das tarefas nos respectivos
dias de entrega. A agenda na versão de papel e para uso individual dá conta dessa
organização básica, mas há escolas que adotam também uma agenda eletrônica
coletiva. No Colégio Magno, em São Paulo, cada aluno tem um login e uma senha para
acessar a relação de atividades de sua classe por meio do site da escola. Os pais
também têm a possibilidade de consultar. A lista é simples: indica a disciplina, a tarefa,
a data de solicitação e a de entrega. "Estamos diante de uma geração que entra na
internet todos os dias. Já faz parte do cotidiano", conta a diretora, Cláudia Tricate.
Organização exemplar
O professor também precisa se organizar para cumprir suas atividades. É
fundamental fazer um planejamento cuidadoso, realizado no início de cada ano.
Para ajudar nessa tarefa, vem aí o especial Planejamento. A edição vai trazer as
didáticas essenciais para o ensino de todas as disciplinas do currículo de 6º a 9º
ano, as expectativas de aprendizagem e uma proposta de currículo. A revista chega
às bancas em 11 de janeiro, por 5,40 reais.