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FCSHA. Fil., Política e R. Internacionais. ESASTA II Semestre, 2018/2019. 1º Ano.

Sobre a Unidade do Intelecto (Contra os Averroístas) – Filososofia da Mente de Tomás de


Aquino: Se existe um único intelecto para todos os homens, i.e, se o monopsiquísmo é uma
teoria da mente, verdadeira?

1. “Em particular (…) os escritos de Aquino sobre os tópicos hoje tratados por filósofos do espírito
(mind) continuam a ter valor”. KENNY, A. (1981). S. T. de Aquino, trad. de Mª M. Pecegueiro: Lisboa,
pp. 107-108.
2. “Quanto ao intelecto (nous) e à faculdade teorética nada ainda é claro, mas parece ser um género
der alma, o único separado, como o eterno o é do corruptível (…) Há, com efeito, por um lado, o intelecto
capaz de se tornar todas as coisas (intellectus possibilis), por outro, o intelecto capaz de as produzir
todas (intelecto agente/ intelligentia agens), semelhante a uma espécie de estado como a luz, pois, de uma
certa maneira, também aluz faz com que as cores passem de um estado de potência a acto”.
(ARISTÓTELES, De Anima, 430a 14-15)

3. “(...) De facto, dizemos que o homem é composto de alma e corpo, como uma terceira coisa constituída
por outras duas, não sendo nenhumas delas. Pois o homem não é nem corpo nem alma”. (TOMÁS, S.
(2000) O Ente e a Essência, III, trad. de Mª J. Figueiredo, p. 53).
4. “(...) a unidade e a comunidade pertencem à noção universal. Mas nenhuma destas coisas convém à
natureza humana de modo absoluto, Pois se a humanidade peretencesse ao conceito de homem, onde
quer que se encontrasse a humanidade, encontrar-se-ia a comunidade; e isto é falso, porque em Sócrates
não se encontra qualquer comunidade, mas tudo o que se encontra nele está individualizado. Desta
maneira... a natureza humana não ocorre nos indivíduos segundo a unidade, como se fosse algo único
que conviesse a todos; e é isso que exige a noção de universal. Resta, portanto, que a noção de espécie
pertença à natureza humana segundo o ser que tem no intelecto (abstração). Pois esta natureza humana
tem no intecto um ser abstraído de todas as individuações, e por isso tem uma noção uniforme a todos os
indivíduos que estão fora da alma, na medida em que é, da mesma maneira, semelhança de todos e induz,
ao conhecimento de todos, enquanto são homens. E daqui que, tendo uma tal relação com todos os
indivíduos, o intelecto descubra a noção de espécie e se aproprie dela, sendo por isso que o Comentador
(i.e, Averróis) diz no primeiro livro Acerca da Alma, que é o intelecto que produz a universalidade nas
coisas; e o mesmo diz Avicena na sua Metafísica. E, ainda que esta natureza intelecionada tenha uma
noção universal, na medida em que se compara com as coisas que estão fora da alma, pois é uma
semelhança de toda elas, ainda assim, na medida em que tem ser neste ou naquele intelecto, é uma certa
espécie intelectual particular. E isto mostra o erro do Comentador, no terceiro livro Acerca da Alma,
que partindo da universalidade da forma intelectual, quis concluir pela unidade do intelecto em todos os
homens (...)”. (Ibidem, IV, p. 63).

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FCSHA. Fil., Política e R. Internacionais. ESASTA II Semestre, 2018/2019. 1º Ano.
Sobre a Unidade do Intelecto (Contra os Averroístas) – Filososofia da Mente de Tomás de
Aquino: Se existe um único intelecto para todos os homens, i.e, se o monopsiquísmo é uma
teoria da mente, verdadeira?

5. “O problema aqui referido (...) é o problema do intelecto agente comum, e consiste em saber se, de
facto, todas as pessoas conceberam da mesma maneira a essência do homem, por exemplo, isto é, do
facto de, para todas as pessoas, a essência de homem ter as mesmas cracterísiticas, resulta que todas as
pessoas pensem com um único intelecto, no qual está presente essa e as outras essências. Ou seja, se da
universalidade da forma intelectual concebida da mesma maneira por todos, resulta a unidade do
intelecto – a existência de uma única mente. A resposta de São Tomás de Aquino a esta questão ... é que
não, que não há um único intelecto, comum a todos os homens, mas que cada ser humano tem o seu
próprio intelecto, que é uma das faculdades da sua alma. De facto, a existência de umintelecto comum a
todos os homens poria em causa a existência e a sobrevivência da alma individual...”. (in nota 10 de O
Ente e a Essência, IV, p. 63).

6. Teses de S.Tomás contra a Unidade do Intelecto (i. contra Averróis):

4.1. O intelecto é a potência da alma que é a forma de um corpo (cap. III, I Parte): a tese de Averróis
implicaria a substancialização de um intelecto impessoal, o que implicaria que no acto do conhecimento
estivessem presentes o eu (a alma individual), fundamento objetivo do conhecimento, e o intelecto (o nous
universal e eterno) seu fundamento subjetivo (um supra-eu coletivo). São Tomás recusa-se a universalizar
ou separar ontologicamente o intelecto de cada homem, ou seja, pensar é uma atividade própria da alma
(anima, mens, spiritus) de cada pessoa humana enquanto indivíduo.
6.2. O intelecto possível não é único para todos os homens (cap. IV, I Parte): Consequência: cada
homem per si, cada sujeito individual, pensa num modo universal, mas o pensar (intelligere) é um acto
individual (individualidade do pensar). Não existe um único intelecto para todos os homens. Quer o
intelecto agente quer o intelecto possível são constituintes da alma humana individual, o que implica que
cada homem individualmente considerado e de per si conheça e pense. Todo o acto de pensar está
associado ao corpo humano que é único e singular, e cuja forma é, precisamente, a alma (a alma humana
é a forma do corpo como em Aristóteles e chega ao Universal (através do intelecto agente que pensa o
universal de modo não separado do homem individual, i. e, impessoal, como quis Averróis) pela via de
abstração que se inicia nos sentidos, que captam as realidades singulares – entra aqui o intelecto material
ou possível, diz Averróis, que capta os inteligíveis que existem em potência no mundo das coisas)
Existe uma pluralidade de intelectos possíveis – noûs pathétikos (cap. V, I Parte): Não existe um único
intelecto partilhável por todos os homens, o que implicaria que o homem não pensa, mas é pensado.
Tomás defende, pelo contrário, a unicidade do sujeito do pensamento.

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