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ASSISTÊNCIA DE ENFERNAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 12ª CLASSE

Objetivos de aprendizagem
Ao final da unidade escolar os alunos devem ser capazes de:
i. Diferenciar urgência e emergência;
ii. Discutir a Política Nacional de Urgências e Emergências (INEMA);
iii. Descrever a estrutura organizacional do serviço de urgência e emergência;
iv. Identificar pacientes em situações de urgência e emergência;
v. Aplicar correctamente as técnicas de reanimação cardiorespiratória e controle de
hemorragias;
vi. Aplicar correctamente os procedimentos e técnicas em situações de urgência
as/emergência em ferimentos, queimaduras, choque eléctrico, desmaios, intoxicações,
envenenamento, picadas de animais peçonhentos, crise convulsiva, corpos estranhos
no organismo, estado de choque, afogamento;
vii. Aplicar correctamente as técnicas de imobilização de fraturas, luxação e entorse;
viii. Identificar correctamente os principais aspectos envolvidos na utilização dos fármacos
em situações de urgência e emergência;
ix. Identificar os recursos de atendimento de emergências disponíveis na comunidade.

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1.1 Introdução
O atendimento Hospitalar de urgência ou emergência deve levar em consideração todas as
condições momentâneas relactivas ao estado geral do paciente.

Os profissionais de saúde devem estar preparados para reconhecer, por meio da avaliação dos
sinais e sintomas de cada faixa etária, os sinais de gravidade. A impressão inicial do paciente
em situação de urgência forma uma ‘’fotografia instantânea’’ mental que possibilita o
reconhecimento rápido de instabilidade fisiológica. As funções vitais devem ser sustentadas
até que se defina o diagnóstico específico e que o tratamento apropriado seja instituído para
corrigir o problema subjacente.

A organização dos serviços de emergência são complexos e estão ligados ao fato de que a
assistência ao paciente em risco de vida deve ser prestada em curto espaço de tempo. Para ser
eficaz, a assistência deve ocorrer no menor tempo possível, ser organizada, que possa garantir
a prestação de cuidados contínuos e coerentes com as suas necessidades.

Para que o serviço prestado na emergência, seja eficaz alguns fatores devem ser observados
como: organização como sistema, acessível a toda população, estarem organizadas e bem
equipadas, acompanhar os avanços tecnológicos, possuir profissionais habilitados a prestar
assistência imediata, respeitando os valores e crenças individuais e regionais.

A área de urgência e emergência compreende a assistência pré-hospitalar realizada nos locais


onde a vítima se encontra, exigindo do profissional de enfermagem qualificação para oferecer
os cuidados imediatos e seguros ao paciente, qualquer que seja seu estado.

Saber o objectivo e diferenciar urgência de emergência é o primeiro passo para planear o


atendimento à vítima.

Objectivo de urgência e emergência

«O objectivo das acções de enfermagem em urgência e emergência destinam-se a situações


com agilidade e abordagem humanizada no atendimento de pacientes adultos, pediátricos e
idosos em situações específicas tanto no pré-hospitalar como no intra-hospitalar»

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Conceito de urgência e emergência

Urgência: é ocorrência imprevista de danos à saúde, em que não ocorre risco de morte, ou
seja, indivíduo necessita de atendimento médico mediato. Consideramos prioridade moderada
de atendimento. Exemplo:

• Dor torácica sem complicações respiratórias;

• Alguns tipos de queimaduras;

• Fracturas sem sinais de choques ou outras lesões mais sérias;

• Vômito e diarreia, acompanhados ou não por estado febril abaixo de 39ºC;

• Sangramentos e ferimentos leves e moderados.

Emergência: é constatação médica de condições de danos à saúde, que implicam em risco de


morte, exigindo tratamento médico imediato. Consideramos alta prioridade de tratamento de
atendimento. Exemplo:

• Paragem cardiorrespiratória (PCR);

• Dor torácica acompanhada de desconforto respiratório;

• Politraumatismo em geral;

• Hemorragias de alta intensidade;

• Queimaduras extensas;

• Perda do nível de consciência;

• Intoxicações em geral;

• Ferimento por arma de fogo (FAF);

• Ferimento por arma branca (FAB);

• Estados de choque;

• Estado febril acima de 40ºC;

• Gestações em curso com complicações.

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Tanto a urgência como a emergência requerem do profissional de enfermagem atenção


imediata em suas ações. O conhecimento técnico faz a diferença no final do atendimento.

1.2 Políticas Públicas relaccionadas a situações de urgência e emergência


A crescente evolução tecnológica impulsiona a sociedade ao progresso constante, refletindo
um cenário de transformações, inclusive no panorama da saúde. Acompanhando as mudanças
políticas e econômicas, constatamos a sobrecarga do atendimento pelo sistema de saúde, em
especial dos serviços de urgência e emergência.

Em busca da assistência imediata podem ser encontrados indivíduos em real condição de


emergência, os não caracterizados como urgência e aqueles que buscam o atendimento no
serviço pela proximidade, facilidade de acesso e não propriamente pela gravidade da condição
de saúde. Essa crescente demanda inadequadamente alocada resulta na superlotação dos
serviços de emergência e o risco de não atender adequadamente o paciente grave,
comprometendo significativamente a qualidade da assistência prestada.

Por isso, surge a necessidade de reordenar a atenção em saúde, de maneira que possa
efetivamente iniciar-se na atenção primária, de forma qualificada e resolutiva. A execução de
ações de promoção da saúde e prevenção de agravos reflete-se na diminuição da demanda de
atendimento de pacientes graves nos serviços de emergência e na redução dos índices de
internação hospitalar. Essa reordenação é essencial, para não pactuarmos com a distorção na
realidade, deparando-nos com permanência de pacientes em estado crítico nos diferentes
níveis de atenção.

Um sistema de atenção ao paciente em estado crítico/potencialmente crítico exige a


conformação de uma rede assistencial hospitalar e extra-hospitalar que atue de forma
organizada. Com a implementação das Políticas Públicas relacionadas a situações de urgência
e emergência, essa rede é apresentada com a explicitação dos componentes envolvidos na
atenção às urgências em diferentes níveis. A intersectorialidade envolve as interfaces e as
responsabilidades assistenciais de todos os componentes, para oferecer ao usuário uma
atenção qualificada e humanizada nas diferentes fases do ciclo vital. Incorporando o princípio
da complexidade progressiva e da integralidade no cuidar, conduz à reflexão sobre o papel do
cliente, do profissional e da sociedade, como agentes transformadores da realidade.

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Cabe ao poder público capacitar-se para responder às demandas de saúde, vinculadas à


assistência de paciente em estado crítico / potencialmente crítico, envolvendo:

• Componente pré-hospitalar móvel - Serviço de Atendimento Móvel de Urgências


(INEMA);
• Componente pré-hospitalar fixo - unidades básicas de saúde, unidades não-
hospitalares de pronto atendimento;
• Componente hospitalar - unidades de urgência / emergência hospitalares, enfermarias,
centro obstétrico, centro cirúrgico e unidade de hemodinâmica;
• Componente pós-hospitalar - casas de apoio, hospital dia, serviços de reabilitação,
internação domiciliar.

Essa condição crítica ou potencialmente crítica leva o cliente a procurar a assistência de saúde no
serviço de atendimento pré-hospitalar móvel ou no serviço hospitalar, cuja porta de entrada é o pronto-
socorro.

É considerado atendimento pré-hospitalar móvel:

“O atendimento que procura chegar precocemente à vítima de agravo de saúde, de natureza


traumática, não traumática ou psiquiátrica, seguido de transporte adequado ao serviço de
saúde.
Entendido como uma atribuição da área da saúde, o serviço de atendimento pré-hospitalar
móvel é organizado e constituído por uma central reguladora, equipe e frota de veículos,
além de contar com a retaguarda da rede de serviços de saúde”.

Nessa modalidade de atendimento o fator tempo é fundamental, pois o tratamento precoce

maximiza as chances de sobrevivência, por meio de avaliação rápida das condições do cliente,
com estabilização das condições de risco à vida, seguida de transporte ágil para a instituição
que oferecerá o tratamento definitivo.

Cada veículo é equipado com materiais e equipamentos específicos, tripulado por


profissionais com diferentes atribuições que compõem as equipes, segundo o tipo de
atendimento destinado a prestar: Suporte Básico de Vida (SBV) e Suporte Avançado à Vida
(SAV).

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Equipas SBV SAV


Profissionais Auxiliar ou Técnico de Enfermagem Enfermeiro
Condutor do veículo Médico
Condutor do veículo
Atribuição Atendimento de baixa complexidade Atendimento de urgência
realizando procedimentos invasivos e emergência de alta
em casos de vítimas de menor complexidade realizando
gravidade. procedimentos invasivos
e não invasivos, em
casos de vítimas graves.

A activação do serviço obedece a um fluxo de informações;

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Uma vez iniciado o atendimento pré-hospitalar, a assistência continua ao longo do transporte


até a chegada ao pronto-socorro. As informações do atendimento são transmitidas à equipe do
hospital, responsável pelo tratamento definitivo, e conforme o caso e a gravidade, o paciente é
encaminhado para a sala de emergência, centro obstétrico, centro cirúrgico ou ao consultório.

1.3. ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA


UNIDADE DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.

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O acesso aos centros de emergência dentro dos hospitais deve ser cômodo, livre de obstáculos
e bem sinalizado. Os SE não podem ficar situados em locais posteriores à entrada do hospital,
já que, para os que não conhecem os locais de acesso, pode representar problema chegar até
eles.

Do mesmo modo, é necessário existir sinalização pelo menos 10km antes, direcionando
assim, paulatinamente, os condutores ou os que necessitam de assistência até o centro e,
dentro deste e de forma muito clara, até à entrada na emergência.

A entrada na emergência deve permanecer sempre livre de obstáculos. Não deve ser permitido
o estacionamento junto da entrada, devendo esta e a saída para pacientes serem diferenciadas
de forma a evitar o colapso na circulação de automóveis no local.

A porta de acesso ao interior permanecerá desimpedida, devendo ser facilmente empurrada de


forma a permitir a entrada rápida. Após entrada, deverá encontrar-se uma área de recepção
administrativa onde se realiza a inscrição do paciente pelos acompanhantes, enquanto ele é
conduzido ao interior do serviço.

Dentro do SE devem existir diversas salas destinadas ao atendimento de cada um dos


problemas, segundo a sua ordem de prioridade ou especialidade designada: assim, a primeira
sala será a utilizada para emergência, ou sala de parada; esta deverá estar situada em frente à
porta de acesso e manterá todos os aparelhos e medicação disposta para permitir atuar sobre
pacientes com PCR e / ou politraumatizados.

Posteriormente, e sempre obedecendo à disposição de superfície, em cada serviço existirá


uma ou várias salas de observações, onde se poderão manter os pacientes em espera para
estudo diagnóstico ou para controle da evolução e cuja situação não seja critica. Cada uma
delas deverá dispor dos materiais mais utilizados, assim como ponto de oxigênio, vácuo e ar
comprimido. Cada uma destas unidades de assistência denomina-se boxe, devendo também
contar com contentores para cortantes e/ou biocontaminados, assim como papeleiras para
consumo de papel limpo.

Estas áreas de observação podem ser dividas em especialidades ou de acordo com o costume
de cada hospital: assim, podem ser criadas áreas de cirurgia ou de especialidades médicas.
Deve haver áreas reservadas a determinadas especialidades ou patologias, como poderia,
traumatologia, devido à especialização das suas técnicas ou aos pacientes que tratam.

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Assim, contamos com mais três salas: uma de gessos, outra de pediatria e uma destinada à
realização de curativos e suturas, cada uma com o material suficiente para atuar nestes tipos
de pacientes.

Materiais necessários ao atendimento de urgência e emergência

A multiplicidade de situações exige a presença de um mini-hospital no pronto-socorro, onde


deve ter salas individualizadas para atendimento dos pacientes. Dessa forma, alguns recursos,
equipamentos e materiais devem estar disponíveis e em boas condições de uso, como:

• Central de O2, aspiração e ar comprimido; Cilindro de O2 pequeno (conectado ao


cilindro, ventilador (Ventilogus) não é umidificado por isso não pode ficar por muito
tempo (portátil)).

• Aquecedor de ambiente e estufas para aquecer cobertores e lençóis;

• Estufa para aquecimento do soro; microondas.

• Foco auxiliar; Aparelho de HGT e fitas.

• Carrinho de emergência, equipado com monitor cardíaco, oxímetro de pulso,


eletrocardiógrafo com cardioversor, e gavetas para guardar materiais de consumo e
medicamentos próprios ao atendimento de emergência.

• Suporte de soro; Otoscópio

• Balcões para guarda de equipamentos;

• Relógio de parede;

• Carrinho com material esterilizado para procedimentos cirúrgicos de urgência,


toracotomia, pequena cirurgia, punção subclávia, punção lombar, drenagem torácica,
material para cateterismo vesical, material para traqueostomia, material para
flebotomia.

• Bolsa coletora de urina (sistema fechado).

• Esfigmomanómetro e estetoscópio;

• Lanterna;

• Material para entubação, cânulas de lâminas curvas ou lâminas retas;

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• Sistema de ventilação (ambu), máscara de O2, (sistema Ayre – maior fluxo de


oxigênio (máscara maior) e Venturi (máscara pequena de inalação). Conexão de
diversos tamanhos, cânula de Guedel, pinça de maggil).

• Drenos de tórax, campos aventais, luvas esterilizadas e de procedimento, bisturis

• descartáveis, cateteres para acesso venoso, abocath, fios de sutura;

• Estojo contendo gases, chumaços esterilizados;

• Armários contendo materiais descartáveis como: seringas, agulhas, equipos para soro e
sangue, polifix, sondas para aspiração, nasogástricas, vesical, para flebotomia,
máscara, gorro, óculos, frascos coletores de amostras de material para exames,
lubrificantes, gel para eletrodos, material para tricotomia, esparadrapo, micropore,
atadura de crepom, eurokit (uropen).

1.4. Características do Banco de Urgência


Mesmo que já seja conhecida a definição de Pronto-socorro, é importante realçar para
entendermos melhor o tema. O pronto-socorro é local físico destinado ao atendimento das
urgências e emergências constatadas, com funcionamento durante 24 horas e dispõe de leitos
de observação.

Banco de urgencia ou sala de urgencia é o local destinado e equipado dentro do pronto


socorro para atendimento de urgências e emergências independemente da sua procedência.

No B.U prestam-se cuidados emergenciais - que são definidos como aqueles decorrentes de
alterações signifivativas no padrão de normalidade dos sinais e sintomas apresentados pelos
clientes de forma súbita, situações que requerem imediata tomada de iniciativa e medidas
terapêuticas para reverter o quadro, sendo, portanto, fundamental agir com precisão entre os
membros da equipa de saúde.

O B.U é caracterizado por;

a. Recursos Humanos – são as equipes de enfermagem e médica que actuam as


urgências e emergências
b. Recursos Materiais - equipamentos e materiais que as salas de urgencia devem ter,
necessárias para estabilizar o quadro clínico do paciente.

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c. Serviços – todo pessoal de apoio, como laboratórios, banco de sangue e centro de


imagens.
Tal como já se fez referência anteriormente, na assistência de enfermagem ao paciente em
risco de vida um aspecto importante que devemos considerar é o factor tempo. Portanto cada
componente da equipa de enfermagem deve:
• Dar sua parcela de contribuição, compromisso e disponibilidade para cooperar;
• Fazer um esforço para que o ambiente seja harmônico e homogêneo;
• Gostar de trabalhar nesse tipo de unidade;
• Ter competência física e espiritual para cuidar do outro e de suas famílias;
• Saber fazer diagnósticos precisos e manter o ambiente pessoal e da terminologia em
ordem para que as interações e a técnicas aconteçam sem risco;
• Cuidar para que os encaminhamentos sejam seguros, que forem encaminhados para o
• CC, UTI e outros.
Nunca se deve subestimar ou duvidar das informações relatadas pelo cliente, familiares e/ou
pessoas significativas, até porque é nossa função observar e avaliar tudo que diz respeito aos
clientes que estão sob nossa responsabilidade.

1.5. Características do Doente em urgência e emergência


Actualmente considera-se como doente como doente em situação de urgência quando
apresentam sinais e sintomas que não representam risco de morte. Portanto, em situação de
emergência a partir dos sinais e sintomas apresentam risco iminente de morte.

A avaliação inicial do paciente deve considerar quaisquer danos que representam risco
imediato de vida, principalmente quando há comprometimento da respiração e Hemorragias.
O protocolo onde há sequencia sistematizada já adopta internacionalmente que aborda o
ABCDE do atendimento, tem como objectivo estabelecer as prioridades no atendimento à
vítima.

O objetivo da avaliação inicial do politraumatizado deve visar àquelas situações que


representam risco imediato de vida resumida em obstrução das vias aéreas, situação que
comprometem a ventilação, a respiração e as hemorragias. Por isso seguimos a avaliação
sistematizada na avaliação primária que é o ABCDE do traumatizado. O ABCDE significa:

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A Air way Vias aéreas


B Breathing Respiração
C Circulation Circulação
D Disability Estado
Neurológico
E Exposure Exposição

A e B = Vias aéreas e respiração

Como em qualquer outro atendimento em pronto-socorro, a prioridade é garantir a


competência respiratória e, consequentemente, a oxigenação cerebral e sistêmica. É
fundamental acompanhar o quadro respiratório, considerando sempre que a respiração normal
se apresenta sem ruídos. Observa-se regularmente se a respiração está lenta ou rápida;
superficial ou profunda; de ritmo regular ou irregular; tranquila ou ruidosa.

Observação: Deve-se ficar de prontidão caso sejam observados sinais que antecedem uma
parada respiratória (respiração superficial, lenta, irregular). após aspirar e limpar a cavidade
oral, iniciar oxigenoterapia sob máscara facial bem ajustada. se o paciente inconsciente
apresentar dificuldades para respirar ou tiver períodos de apneia, colocar cânula de guedel e
ventilar com ambu e máscara, até que ele melhore. não havendo melhora, o médico poderá
indicar a entubação endotraqueal, cabendo à enfermagem providenciar o material.

C = Circulação
O choque hipovolêmico provocado por hemorragia é uma causa frequente de morte pós
trauma. A hipovolemia é controlada por compressão na lesão, nos casos de sangramentos
visíveis, e por procedimentos cirúrgicos, nos casos de hemorragia interna. Em qualquer uma
dessas situações, é necessária a imediata reposição de líquidos e, para isso, são
providenciados acesso venoso e coleta de amostra de sangue para verificar tipagem, prova
cruzada, hematócrito e hemoglobina.

Observe com atenção:

1. Nível de consciência: Pacientes com hipovolemia podem apresentar alteração do nível

de consciência.

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2. Cor da pele: Observar se o paciente se apresenta corado ou descorado. A palidez


indica

perda de cerca de 30% do volume total de sangue circulante.

3. Pulso: Prefira verificar o pulso carotídeo ou femoral, que são mais exatos, mais fortes
e, consequentemente, muito mais fáceis de palpar.

4. Sangramentos: Devem ser identificados rapidamente e, quando forem externos,

controlados com compressão direta. A pressão arterial, as freqüências cardíaca e respiratória e


o volume urinário precisam ser monitorados para avaliar a evolução e a resposta ao
tratamento, que devem ser registradas e notificadas ao médico.

a. Pulso fino, rápido, irregular = sinal de hipovolemia

b. Pulso ausente = sinal de PCR, indicando que o paciente necessita de reanimação


imediata.

D = Estado neurológico

O quadro neurológico deve ser avaliado, considerando-se principalmente o nível de


consciência e a manutenção de movimentos e respostas normais aos estímulos táteis. Com o
objetivo de buscar caminhos diagnósticos e acompanhar a evolução do paciente, são
verificados o nível de consciência e o aspecto das pupilas.

Verifique:

Nível de consciência: Se o paciente está alerta, reagindo a voz e a dor, confuso ou agitado,
não respondendo a estímulos externos intensos.

Escala de Coma e Trauma - Glasgow (ECG)

É usada a nível universal, são tabelas usadas para medir nível de consciência e gravidade do
trauma, funcionando como parte integrante da avaliação inicial evolutiva da vítima do trauma.

Abertura Ocular Expontanea 4


Ao comando Verbal 3
À dor 2
Ausente 1
Resposta Motora Obedece a comandos 6

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Localização à dor 5
Flexão inespecifica 4
Flexão Hipertonica 3
Extensão Hipertonica 2
Sem resposta 1
Resposta Verbal Orientado e conversando 5
Desorientado e conversando 4
Palavras inapropriadas 3
Sons incomprenssiveis 2
Sem resposta 1
Interpretação

Coma: um paciente é definido em como quando não tem abertura ocular (1 ponto), não
obedece a comandos verbais (1 a 5 pontos) e não articula palavras (1 a 2 pontos). Isto
significa que todos os pacientes com escala de coma menor ou igual que a 8 pontos estão em
coma.

Severidade do trauma crânio encefálico (TCE):

TCE grave – escala de coma menor ou igual a 8;

TCE moderado – escala de coma entre 9 e 12;

TCE leve – escala de coma entre 13 e 15.

Pupilas: Tamanha reação à luz, coordenação e movimento dos olhos. Normalmente, as pupilas
têm o mesmo tamanho, isto é, são isocóricas. Se tem tamanhos diferentes, são denominadas
anisocóricas. Caso estejam exageradamente dilatadas, denomina-se midríase, e se, estão
anormalmente contraídas, dá-se o nome de miose. Se não existir contração pupilar ou se esta
for diferente de pupila para pupila, poderá indicar sofrimento do sistema nervoso central.

Reactividade das pupilas:

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E = Exposição

Durante o atendimento a vítima precisa ser completamente examinada, o que exige que suas
roupas sejam retiradas. Entretanto, com o objetivo de preservar a intimidade e diminuir o
risco de hipotermia, esse procedimento deve ser realizado de maneira cuidadosa, evitando que
todo o corpo do paciente fique exposto ao mesmo tempo.

Princípios do atendimento de emergência:

• Manter uma via aérea pérvia e proporcionar ventilação adequada, empregando, quando
necessário, medidas de ressuscitação;

• Avaliar a presença de traumatismo torácico com subsequente obstrução de vias aéreas;

• Controlar a hemorragia e suas consequências;

• Avaliar e restaurar o débito cardíaco;

• Prevenir e tratar o choque, manter ou restaurar uma circulação eficiente;

• Proteger as feridas com gazes esterilizadas;

• Monitorizar os sinais vitais frequentemente;

• Colocar o oxímetro de pulso

• Puncionar acesso venoso (2) se necessário com abocath de grosso calibre em veias
periféricas, colhendo amostra de sangue para hematócrito, tipagem sanguínea e prova
cruzada, especialmente nos casos de hemorragias; instalando Ringer Lactato, aquecido
a 39º C, já que este se aproxima da composição eletrolítica e da osmolaridade
plasmática. É importante se conhecer o mecanismo do trauma;

• Retirar as roupas do paciente, usando tesoura para cortá-las, para evitar o agravamento
das fracturas e causar mais dor a ele;

• Manter o paciente protegido com cobertores aquecidos;

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• Utilizar maca com grades de proteção para evitar quedas e agravamento do estado do
paciente;

• Permanecer sempre junto do paciente, observando alterações que possam ocorrer.

1.6. Recepção do doente/Triagem de Manchester


1.6.1. Protocolos de Atendimento em Urgência e Emergência
O protocolo de Manchester foi implementado em Novembro de 1994 com objectivo de
estabelecer um consenso entre médicos e enfermeiros do serviço de urgência com vista a
criação de normas de triagem.

A triagem pré-hospitalar é o procedimento realizado por um profissional habilitado para detectar com
rapidez situações que ameaçam a vida e executar ações que viabilizem a estabilização das funções
vitais (ventilatória, circulatória e neurológica), transportando a vítima para uma unidade de referência.

A triagem tem de ser prática e salvar o maior número de possível de vidas. Os clientes não
permanecem sempre estáveis; portanto, é necessário atualizar a triagem periodicamente.

Objetivos:

Avaliar rapidamente todas as vítimas que se encontram em situação de emergência /urgência;

• Determinar a prioridade dos cuidados, de acordo com o estado de saúde da vítima;


• Dar acesso aos cuidados para as vítimas nas quais o estado de saúde requer interven-
ção imediata e rápida;
• Reduzir os riscos de deteriorização do estado clínico pelos cuidados rápidos ou uma
observação apropriada;
• Diminuir a ansiedade, e melhorar a satisfação das vítimas e de seus familiares através
de informações pertinentes e de fácil compreensão;
• Diminuir as frustrações e inquietude da equipe;
• Reduzir os riscos de agressão contra a equipe ou outras pessoas no local de atendimen-
to;
• Melhorar o funcionamento do serviço de emergência / urgência.

Classificação da triagem

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A triagem é um processo dinâmico. Nos acidentes com múltiplas vítimas a triagem é feita em
todas as etapas do atendimento, até o final da ocorrência.

• Triagem inicial para dimensionar os recursos necessários;


• Triagem da gravidade de todas as vítimas com identificação e separação das mesmas;
• Triagem nas áreas de prioridades na cena do evento;
• Triagem na recepção do pronto-socorro.
A triagem inicial deve ser feita por meio de parâmetros simples e rápidos, gastando, no máximo, até
60 segundos por vítima.

Existem vários protocolos de triagem no atendimento aos acidentes com múltiplas vítimas. O mais
utilizado é o START (Simples Triagem e Rápido Tratamento), que já está bem difundido no nosso
meio. Foi idealizado nos Estados Unidos na década de 80 e é fácil e rápido de ser utilizado para a
triagem de um grande número de vítimas. Utiliza parâmetros fisiológicos de respiração, circulação e
nível de consciência, dividindo as vítimas em quatro categorias ou prioridades e utilizando cartões
coloridos para definir cada uma das prioridades:

• Óbito (Preto): Pacientes que não respiram, mesmo após manobras simples de abertura
da via aérea.
• Imediata (Vermelho): Respiração presente somente após manobras de abertura da via
aérea, ou respiração maior que 30 por minuto.
• Atrasada (amarelo): Pacientes que não se enquadram nem na prioridade imediata e
nem na prioridade menor.
• Menor (verde): Feridos que estão andando pelo local.

Classificação para triagem conforme o grau de prioridade

Número Nome Cor Tempo-alvo/ Minutos


1 Emergente Vermelho 0
2 Muito Urgente Laranja 10
3 Urgente Amarelo 60
4 Pouco Urgente Verde 120
5 Não Urgente Azul 240

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Fluxograma geral de prioridade no atendimento

1.6.2. Suporte Básico de Vida (SBV)


Suporte básico de vida (SBV) é o conjunto de medidas e procedimentos técnicos que
objectivam o suporte de vida à vítima. O SBV é vital até a chegada do SIV (Suporte
intermediário de vida - transporte até o hospital). O objetivo principal é não agravar lesões já

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existentes ou gerar novas lesões (iatrogenias). Um rápido SBV proporciona até 60% de
chance de sobrevivência.

O Suporte básico de vida é um dos elos da "Cadeia de Sobrevivência". Há que salientar


também que no SBV (Suporte Básico da Vida) tem diferença entre bebés, crianças e adultos
pois nos bebés usam-se dois dedos para se fazer a compressão, nas crianças usa-se uma mão
para se fazer a compressão. As semelhanças são os processos de insuflação que tem o mesmo
procedimento

PCR: Interrupção da actividade mecânica do coração caracterizada por perda da consciência,


apneia e ausência de pulso carotídeo.

Ressuscitação cardiopulmonar (RCP): serie de acções coordenadas de salvamento que


aumentam a chance de sobrevivência após uma PCR.

Cadeia de sobrevivência – PCR extra-hospitalar

Cadeia de sobrevivência – PCR intra-hospitalar

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Etapas do SBV

1. Checar responsividade
• Verifique se a vítima responde

2. Chamar ajuda:
• Grite por ajuda
• Use o celular
• Acione o SME (serviços médicos de emergência) – peca um Desfibrilador Ex-
terno Automático (DEA)
• Encarregue uma pessoa
3. Checar respiração e pulso simultaneamente
• Verifique se a vítima está respirando ou com respiração anormal (gasping agó-
nico) – obs. movimentação tórax
• Cheque pulso central (carotídeo)
• Ate 10 segundos

4. C - Compressões torácicas
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• Centro do tórax, metade inferior do esterno


• 100 a 120 compressões/min
• Profundidade mínima de 5 cm e máxima de 6cm
• Permitir o retorno do tórax ao final de cada compressão
• Minimizar as interrupções nas compressões (≤ 10 seg)
• Alternar os profissionais a cada 2 min

O Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAV) consiste no ABCD secundário, que


ocorre na sequência do suporte básico de vida (SBV).

Nele utilizam-se equipamentos adequados para maior oxigenação e ventilação associados ao


uso de medicamentos e à busca do diagnóstico. A abordagem segue a sequência mnemônica
A, B,C,D:

A-Vias Aéreas

B-Respiração

C-Circulação

D-Desfibrilação e Diagnóstico Diferencial

A – Abertura da via aérea

• Inclinação da cabeça e elevação do queixo

• Relação compressão/ventilação 30:2 - 1 ou 2 socorristas.

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B –Boa ventilação

Administrar oxigênio quando indicado:


• O2 a 100% em paciente com PCR
• Administrar O2 para alcance de SatO2 ≥ 94% para os demais pacientes

Monitore a adequação da ventilação e oxigenação no paciente em PCR

• Critérios clínicos: elevação do tórax e cianose

• Capnografia

• Oxímetro de pulso

C – Circulação

• Presença de pulso? Sim


• Inicie ventilação de resgate (1 ventilação a cada 5 ou 6 segundos) e verifique o pulso a
cada 2 minutos
D – Desfibrilação

• DEA verifica se o ritmo e chocavel


• Administrar choque, conforme indicado
• Iniciar RCP imediatamente apos cada choque

Causas da parada cardiorrespiratória

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ASSISTÊNCIA DE ENFERNAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 12ª CLASSE

1.7. Assistência Integral e Humanizada de enfermagem na promoção,


prevenção e recuperação da saúde do adulto e idoso em situações de
urgência e emergência.

Os primeiros momentos significam para o cliente em risco de vida a diferença entre a vida e a
morte. Assegurar uma assistência de enfermagem humanizada, onde suas necessidades sejam
atendidas de forma sistematizada, em todos os níveis, é um compromisso humano e
profissional. A situação de risco de vida do cliente significa um desequilíbrio pessoal, familiar
e social. A repercussão essa situação é extramuros hospitalar.

As exigências não se manifestam de forma diferente: é fundamental que se preste assistência


ao cliente, visualizando-o holisticamente, isto é, o cliente é percebido como ser integral, cujas
necessidades podem manifestar-se em diferentes dimensões: biológica, psicológica, social e
espiritual.

A humanização representa um conjunto de iniciativas que visam a produção de cuidados em


saúde, capazes de conciliar a melhor tecnologia disponível com promoção de acolhimento,
respeito ético e cultural do paciente, espaços de trabalho favoráveis ao bom exercício técnico
e a satisfação dos profissionais de saúde e usuários.

Actuar de forma humanizada em serviços de urgência e emergência nos hospitais é um


desafio ao enfermeiro e sua equipe. Nesse contexto, espera-se estar oferecendo segurança,
atendimento rápido e eficaz, além de um efetivo apoio emocional ao cliente e a sua família,
aliados a uma atitude orientada para o aproveitamento dos recursos tecnológicos existentes.
(SALOME; MARTINS; ESPOSITO, 2009)

Na assistência humanizada ao idoso, é essencial que a equipe de enfermagem ofereça uma


atenção que valorize a comunicação com esse ser que se torna vulnerável devido à doença,
escutando-o com atenção, procurando oferecer-lhe informações de forma clara e objectiva e
atendendo-os em suas dúvidas e inquietações. Assim, a prática do cuidado na enfermagem
geriátrica deve ser articulada ao processo de cuidar integral, direcionando a pessoa idosa em
seu contexto de vida.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERNAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 12ª CLASSE

Esse cuidar depende do conhecimento e do respeito à realidade do idoso e se dá em ações


gradativas, de modo interativo, entre quem provê o cuidado e quem o recebe.

O cuidado em enfermagem deve ser proporcionado de forma humana e holística, com base em
uma abordagem integral, que valorize a individualidade do paciente, visando-se a uma
assistência de qualidade, pautada numa relação empática com o doente que se encontra no
ambiente hospitalar, em particular o idoso. Portanto, o profissional desta área precisa envidar
esforços no sentido de apoiar e acolher esses pacientes, com atitudes de engajamento na
abordagem do cuidado humanizado e com estratégias, por meio das quais, considere suas
especificidades.

Por essa razão, é sobremaneira importante desenvolver estudos que busquem disseminar
conteúdos relacionados com as estratégias utilizadas por enfermeiros assistenciais, com a
finalidade de promover um cuidado humanizado com o idoso hospitalizado.

1.8. Relações interpessoais com paciente, fqamilia e equipa multidisciplinar

A enfermagem profissional ou moderna teve início na segunda metade do século XIX, quando
passa a integrar-se ao trabalho do hospital, e tem por finalidade a recuperação do corpo
biológico dos doentes, ou seja, o modelo clínico de assistência - até hoje dominante na
assistência à saúde. Apesar do grande desenvolvimento tecnológico, esse modelo não vem
conseguindo resolver os graves problemas de saúde da maioria da população angolana,
especialmente quando esta recuperação traz, implícitas, condições sociais desfavoráveis tais
como acesso aos serviços de saúde, emprego, alimentação, transporte, etc.

A condição crônica de adoecimento exige que a pessoa faça uma série de adaptações em sua
vida, seja nos aspectos fisiológico, psicológico, social, o que representa verdadeiro desafio ao
cuidador, seja na família, seja nas instituições de saúde.

Os clientes reagem ao mesmo diagnóstico e/ou fase da doença de formas diferenciadas,


utilizando-se de diferentes comportamentos físicos, cognitivos e verbais. Por seu lado, os
familiares também passam por momentos de adaptação e compreensão durante a fase
diagnóstica e do adoecimento – o que lhes exigirá, além dos problemas diários, modificações

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ASSISTÊNCIA DE ENFERNAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 12ª CLASSE

em suas demandas de recursos pessoais e sociais. Assim sendo, é importante orientá-los


quanto à manutenção da autonomia do cliente, apesar da tendência à dependência mútua.

Tendo em vista a complexidade do cuidado ao doente crônico, faz-se necessário considerar a


interação entre a equipa multidisciplinar, o cliente e sua família, visando proporcionar-lhes
segurança e conforto no decorrer do tratamento.

A equipa multidisciplinar é formada por profissionais da área de enfermagem, médicos,


nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, dentre outros.

Como o período de adaptação é contínuo, e onde surgem as mais variadas necessidades,


obviamente um único profissional não conseguirá atender a todas as demandas. Por isso, é
importante que a equipe de enfermagem, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos,
assistentes sociais, dentre outros, mantenha a interação necessária para fornecer a terapêutica
e orientação mais apropriada a cada tipo de cliente.

1.9 Suporte emocional à família


Na Assistência em Urgências e Emergências também circulam sentimentos e emoções que
modificam e mesmo interferem nos cuidados de quem, neste sector, encontra-se. O paciente
atravessa uma rotina de vida, que subitamente é entrecortada pelo inusitado mal-estar
inesperado ou por um acidente de diversas ordens, onde as consequências são inundadas por
medos, fantasias, inseguranças, tristezas, sensação de impotência, ansiedade e tantos outros
sentimentos, deflagrando uma condição perturbadora que também transcende a toda a equipe
multiprofissional que atua na sala de emergência.

O pronto-socorro é o local aonde se chega não apenas só com a dor física, mas também, com
a dor psíquica; onde ambas possibilitam o deflagrar de vivências únicas e, neste sentido,
apontam a necessidade da atuação do psicólogo nas emergências médicas, acolhendo e
humanizando, compartilhando com os actores, paciente, família e equipa, suas angústias.
Cabe a este profissional a inserção rápida e adequada de intervenções psicológicas emer-
genciais neste novo ambiente de trabalho que se define.

Família
A família do paciente, com a qual se estabelece triangulação definida pelos termos médico-
paciente-família tem fundamental papel para entender os processos de construção e
manutenção da doença. Da mesma forma, a família pode ser um contexto de cura, de
potencialização de recursos terapêuticos.

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Os profissionais de saúde podem vir a ter uma relação tão intensa com a família do paciente
(como nos casos de um politraumatismo grave com internação em unidade de terapia
intensiva), e/ou tão prolongada (como nas doenças psiquiátricas e nas crônicas em geral), que
se pode afirmar que passa a formar, com ela, um sistema maior, que chamaremos, seguindo
um modelo das terapias sistêmicas, de sistema terapêutico. Assim, ele fica sujeito a ser
“absorvido” pelo sistema familiar, e a ocupar determinadas funções que podem servir tanto à
doença quanto à cura.

A família e o paciente quando estão sob atendimento na internação vivem em um primeiro


momento a necessidade e a possibilidade do diagnóstico, quer saber o que tem, saber sobre a
doença, as consequências, sequelas, tratamento e cura. Em seguida, podem apresentar uma
variedade de respostas emocionais por conta do diagnóstico que nem sempre é favorável.
Dessa forma apresentam sentimentos e comportamentos com reações à confirmação da
doença: Incerteza, ansiedade, preocupação, vulnerabilidade, falta de esperança.

Numa fase posterior, podendo ser trabalhada as questões desfavoráveis e inadaptativas,


acontece um processo de reconstrução da realidade com a doença que envolve mudanças de
planos futuros, manuseio das limitações e aceitação

O protocolo de sistematização da intervenção de informação e apoio aos familiares e


pacientes deve, portanto, focar:

• Conhecer os sentimentos do paciente: expressando respostas empáticas que facilitem a


expressão e acolhimento;

• Considerar como suas as preocupações do paciente: com atitudes que mostre o quanto
você está prestando atenção, mostrando que o que ele traz é pertinente; mostrando que
entende as preocupações e que estas serão consideradas;

• Fazer um plano para o problema: com envolvimento do paciente e familiar,


fortalecendo o vínculo e a confiabilidade.

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