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Para os transistores mostrados na figura 1 abaixo, a razão entre a largura total e a largura da camada
central é de 0,150/0,001 = 150:1.
Esse nível de dopagem menor reduz a condutividade (aumenta a resistência) desse material,
diminuindo o número de portadores “livres”.
Para análise da polarização a ser efetuada a seguir, os terminais são normalmente indicados pela letra
maiúscula E para emissor, C para coletor e B para base. O termo bipolar reflete o fato de que buracos e
elétrons participam do processo de injeção no material opostamente polarizado.
1
Operação do transistor:
Fluxo de corrente
Quando um transistor é polarizado corretamente, haverá um fluxo de corrente através das junções e
que se difundirá pelas camadas formadas pelos cristais p ou n. Como descrito anteriormente, essas
camadas não tem a mesma espessura e dopagem de tal forma que:
A operação básica do transistor será descrita utilizando o transistor pnp. A operação do transistor npn
é exatamente a mesma se as funções dos elétrons e buracos forem trocadas.
Atenção: nas figuras é indicado o fluxo convencional de corrente (buracos) ao invés do fluxo
de elétrons.
Vamos configurar o transistor com a junção base-emissor diretamente polarizada. Assim o fluxo de
portadores ocorre da mesma forma que em um diodo diretamente polarizado, tal como mostra a
Figura 2.
A região de depleção foi reduzida em largura devido à tensão aplicada, resultando em um fluxo de
portadores majoritários (buracos do material tipo p) para o material tipo n.
Vamos agora remover a polarização direta da junção base-emissor e polarizar reversamente a junção
base-coletor. Esta situação é mostrada na figura 3.
Nessa situação o fluxo de portadores majoritários é zero, havendo tão somente um pequeno fluxo de
portadores minoritários (buracos do material tipo n) tal como no caso de um diodo reversamente
polarizado.
2
Figura 3 – Junção Base-Coletor reversamente polarizada.
Por fim, vamos aplicar as duas polarizações anteriores, ou seja, a junção base-emissor estará
diretamente polarizada e a junção base-coletor estará reversamente polarizada, como mostra a
Figura 4, onde se observa os fluxos de portadores majoritários e minoritários.
As larguras das regiões de depleção indicam claramente qual junção está diretamente
polarizada e qual está reversamente polarizada.
Conforme se vê, inúmeros portadores majoritários (buracos) são injetados através da junção p-n
diretamente polarizada (junção base-emissor) no material tipo n, mas como o material tipo n é muito
fino e fracamente dopado (alta resistência), um número muito pequeno desses portadores adotará o
caminho para o terminal de base.
Assim a maior parte destes portadores majoritários (tipo p) entrará através da junção reversamente
polarizada (junção base-coletor) no material tipo p conectado ao terminal de coletor, conforme
também se observa na Figura 4.
3
A razão da relativa facilidade com que os portadores majoritários podem atravessar a junção
reversamente polarizada (base coletor) é facilmente compreendida de considerarmos o seguinte:
Tal como foi visto no diodo reversamente polarizado, os portadores majoritários (buracos)
irão se comportar como portadores minoritários no material tipo n (base).
Esta injeção de portadores minoritários somada ao fato de que todos os portadores minoritários
(buracos) na região de depleção atravessarão a junção reversamente polarizada de um diodo (tal como
visto anteriormente na formação da região de depleção dos diodos), é responsável pelo fluxo de
cargas da Figura 4.
I E IC I B ( 1 )
IC = ICmajoritário + ICOminoritário ( 2 )
Porém ICO, como a corrente reversa dos diodos, é sensível à temperatura e deve ser analisado
cuidadosamente quando a faixa de variação de temperatura for extensa. Em temperaturas elevadas,
esse parâmetro pode afetar consideravelmente a estabilidade de um sistema que não considera
apropriadamente o seu efeito.
Nas aplicações normais, o valor da corrente ICO é tão baixo em relação à corrente de coletor
que pode ser ignorado.
4
Simbologia
Os símbolos para os transistores npn e pnp são mostrados na figura 5:
Separador de Plástico
5
Configurações possíveis para os transistores:
1) Configuração Base-Comum
2) Configuração Emissor-Comum
3) Configuração Coletor-Comum
Os nomes das configurações derivam de qual terminal do transístor é comum (ligado à terra ou a
uma referência) tanto à entrada quanto à saída da configuração.
1) Configuração Base-Comum
Nessa configuração a base é normalmente o terminal aterrado ou com nível de potencial mais
próximo ao terra. A figura 8 esquematiza a notação, símbolos e fluxo de correntes na configuração
base-comum para transistores npn e pnp.
Para descrever o totalmente o comportamento de um dispositivo de três terminais são exigidos dois
conjuntos de curvas características – um para o ponto de excitação, ou parâmetros de entrada e o
outro para a saída. Para a configuração base-comum, o conjunto de entrada relacionará uma corrente
de entrada (IE) e uma tensão de entrada (VBE), como mostra a figura 9.
Figura 9 – Curvas características de entrada para um transistor amplificador de silício em base comum.
6
Essas curvas revelam que para valores fixos de tensão de coletor (VCB), a corrente base-emissor
aumenta quando a tensão base-emissor aumenta. Porém na prática os valores crescentes de VCB
podem ser desprezados que podemos desenhá-las tal como na figura 10.
VBE 0,7V ( 3 )
O conjunto de curvas de saída relacionará uma corrente de saída (IC) a uma tensão de saída (VCB) para
vários níveis de corrente de entrada (IE).
O conjunto de curvas características de saída ou de coletor tem três regiões de interesse como mostra
a figura 11:
Ativa;
Corte;
Saturação.
7
A região ativa é aquela normalmente empregada em amplificadores lineares. Em particular:
Na região ativa, a junção coletor-base está reversamente polarizada enquanto a junção base-
emissor está diretamente polarizada.
No extremo inferior da região ativa, a corrente de emissor (IE) é zero, a corrente de coletor é devida
exclusivamente à corrente de saturação reversa ICO.
O valor de ICO é tão pequeno (microampères) comparado á escala vertical de IC (miliampères) que ele
localiza-se virtualmente na mesma linha horizontal de IC = 0.
As condições de circuito que existem quando IE = 0 para a configuração base-comum estão mostradas
na figura 12.
Observe na figura 11 que à medida que a corrente de emissor aumenta a partir de zero, a corrente de
coletor aumenta até um valor essencialmente igual à corrente de emissor.
Note o efeito quase desprezível de VCB sobre a corrente de coletor para a região ativa.
IC I E ( 4 )
Além disso:
Atenção: No gráfico a escala horizontal foi expandida para mostrar as diferenças marcantes desta
região.
Nesta região do gráfico admite-se que tensão aplicada na junção coletor-base está variando de -1V até
zero. Estando a base no potencial de terra (0V), tem-se a junção coletor-base polarizada reversamente
(coletor em menor potencial que a base) enquanto a tensão no coletor aumentar até alcançar 0V.
Observe o aumento exponencial da corrente de coletor à medida que a tensão VCB aumenta de um
valor negativo à 0 V.
8
Na região de saturação, as junções coletor-base e base-emissor estão diretamente
polarizadas.
Observe o aumento exponencial da corrente de coletor à medida que a tensão VCB aumenta de um
valor negativo à 0 V.
Região de ruptura
À medida que a tensão VCB aplicada aumenta, há um ponto em que as curvas na Figura 11 sobem
drasticamente.
Isso se deve principalmente a um efeito de avalanche descrito para o diodo quando a tensão de
polarização reversa atinge a região de ruptura. Como afirmado anteriormente, a junção base-coletor é
polarizada reversamente na região ativa, mas existe um ponto onde uma tensão de polarização
reversa demasiado grande conduzirá ao efeito de avalanche.
O resultado é um elevado aumento nas correntes de coletor e emissor para pequenos aumentos na
tensão base-coletor. A maior tensão de base para coletor admissível é denominada BVCBO, como
mostrado na Figura 11. Também é chamada de V(BR)CBO nas folhas de dados dos transistores.
Note o uso da letra maiúscula O nas notações para demonstrar que o terminal do emissor está aberto
(não conectado).
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Alfa (α)
Na análise em corrente contínua (CC), os valores de IC e IE devido aos portadores majoritários são
relacionados por um parâmetro denominado de alfa e definido pela equação:
I
cc C ( 5 )
IE
Onde IC e IE são os níveis de corrente no ponto de operação.
Como alfa é definido exclusivamente para portadores majoritários, tem-se a justificativa dos
subscritos da equação (2) repetida aqui:
IC = ICmajoritário + ICOminoritário
Para a curva característica da Figura 11 (repetida abaixo), quando IE = 0 mA, IC é igual a ICBO. Como já
foi mencionado, o valor de ICBO é normalmente tão pequeno que não é possível detectá-lo no gráfico.
10
Figura 11 (repetida) - Curvas características de saída ou de coletor para um transistor amplificador em
base comum.
Em outras palavras, quando IE = 0mA na Figura 10, assume-se também que IC = 0 mA para a faixa de
valores de VCB.
11
2) Configuração Emissor-Comum
É a configuração mais frequentemente utilizada para o transistor e o seu nome vem do fato que o
emissor é comum com relação aos terminais de entrada e saída (nesse caso comum aos terminais de
coletor e base). A figura 13 esquematiza a notação, símbolos e fluxo de correntes na configuração
emissor-comum para transistores npn e pnp.
Saída Saída
Entrada Entrada
Para as correntes indicadas na Figura 13, a tensão da fonte VCC deve ser maior do que a fonte VBB.
12
A Figura 14 mostra as características de saída ou coletor-emissor. As características de saída são
representadas pelo gráfico da corrente de saída (IC) versus a tensão de saída (VCE), para uma faixa de
valores de corrente de entrada (IB).
0,25
A região ativa situa-se na porção do quadrante superior direito que apresenta maior linearidade, isto
é, a região na qual as curvas de IB são mais ou menos retas e estão igualmente espaçadas, situando-se
à direita da linha vertical VCEsat e acima da curva para IB igual a zero.
Observe nas características de coletor da Figura 14 que IC não é zero quando IB é zero.
A razão para esta diferença nas características de coletor pode ser justificada pelas equações (1) e (6):
Equação (1): I E I C I B
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Logo:
I B I CBO
IC (7)
1 1
0,996(0) I CBO I
IC CBO 250 I CBO
1 0,996 1 0,996 0,004
Como referência futura, a corrente de coletor definida para a condição de IB = 0 μA será, de acordo
com a dedução anterior:
I CBO
I CEO I B 0 A (8)
1
A Figura 15 mostra as condições que envolvem esta corrente assim como o seu sentido de referência.
A correte ICEO é a corrente que flui do coletor para o emissor com o terminal de base aberto (Open),
ou seja, desconectado
Para uma amplificação linear (distorção mínima), a região de corte para a configuração
emissor-comum será definida por IC = ICEO.
Em outras palavras, a região abaixo de IB = 0 µA deve ser evitada para que o sinal não seja distorcido.
14
Beta (β)
IC
dc (9)
IB
Nas folhas de especificações, βdc é normalmente incluído como hFE, com h derivado do circuito
equivalente CA híbrido. As letras FE são derivadas da amplificação de corrente direta (Forward) e
configuração emissor-comum (Common Emitter), respectivamente.
I C
ac VCE constante ( 10 )
I B
O nome formal para βac é o fator de amplificação der corrente direta em emissor comum. Nas folhas
de especificação, βac é normalmente incluído como hfe.
3,2 mA
2,7 mA
2,2 mA
15
A variação em IB (ΔIB) é definida por dois pontos acima e abaixo do ponto Q (quiescente) com
distâncias aproximadamente iguais em relação ao ponto Q. Para essa situação, as curvas IB = 20 µA e IB
= 30 µA atendem a exigência. E assim:
I C I C 2 I C1 3,2mA 2,2mA
ac VCE constante 100
I B I B 2 I B1 30 A 20 A
Ou seja, para uma entrada ac na base, a corrente de coletor será aproximadamente 100 vezes maior
do que a corrente de base.
I C 2,7mA
dc 108
I B 25A
Embora não sejam exatamente iguais, em geral, os valores de βac e βdc são bem próximos e
podem ser empregados indistintamente, isto é, se βac é conhecido assume-se que o valor de βdc
seja mais ou menos o mesmo e vice-e-versa.
Relação entre β e α
Utilizando as relações básicas desenvolvidas, podemos estabelecer uma expressão relacionando β e α.
IC I
Usando temos que: I B C
IB
IC I
E de temos que: I E C
IE
Substituindo em IE = IC + IB
IC IC
Temos: IC
1 1
1
Ou:
( 1)
Portanto:
( 11a ) Ou ( 11b )
1 1
16
A partir dessas expressões podemos explicar porque ICEO ≈ βICBO na Figura 14, repetida abaixo:
0,25
I CBO
I CEO
1
E usando a equivalência:
1 1 1 1
→ → → → 1
1 1 1 1 1
1
Chega-se a:
1
ICEO ICBO
1
I CEO ( 1) I CBO
Ou:
I CEO I CBO
17
Região de ruptura
Tal como no caso da configuração base-comum, existe uma tensão emissor-coletor máxima que pode
ser aplicada e ainda permanecer na região ativa estável de operação. Na Figura 17, as curvas
características da Figura 14 foram estendidas para demonstrar o impacto sobre as características em
níveis elevados de VCE.
Em níveis altos de corrente de base, as correntes quase ascendem verticalmente, enquanto em níveis
mais baixos desenvolve-se uma região que parece apoiar-se sobre si mesma.
Esta região é particularmente digna de nota porque um aumento na corrente está resultando em uma
queda de tensão, o que a caracteriza como uma região de resistência negativa do dispositivo.
O valor máximo recomendado para um transistor sob condições normais de operação é denominado
BVCEO como mostrado na Figura 17 ou V(BR)CEO nas folhas de dados dos transistores.
O valor de BVCEO menor que do que o BVCBO da configuração base-comum, frequentemente BVCEO é a
metade de BVCBO.
Nesta região de ruptura existem duas razões para a mudança drástica nas curvas:
A perfuração (punch-through)
18
A perfuração deve-se ao efeito Early. Como já foi observado, as curvas características de saída não são
perfeitamente horizontais, ao invés disso apresentam uma inclinação tal como pode ser visto
novamente na Figura 18.
Se a inclinação das curvas for estendida até chegar ao eixo horizontal, verifica-se que todas elas se
cruzam em uma tensão chamada de tensão Early. Essa intercessão foi descoberta por James M. Early
em 1952.
As inclinações das curvas também definem outro parâmetro importante que é a impedância de saída
do dispositivo, sedo que à medida que a corrente de base aumenta, a inclinação da reta aumenta, o
que resulta em um aumento da impedância de saída com um aumento da corrente de base e de
coletor.
Assim, pela Figura 18, para determinada corrente de base e de coletor, a impedância de saída podes
ser determinada pela seguinte equação:
V VA VCEQ
rO
I I CQ
VA
rO
I CQ
Para situações onde a tensão Early não está disponível, a impedância de saída pode ser determinada a
partir das curvas características em qualquer corrente de base ou de coletor por meio da seguinte
equação:
VCE
rO
I C
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No entanto, o efeito avalanche é dominante porque qualquer aumento da corrente de base
decorrente dos fenômenos de ruptura aumentará a corrente de coletor resultante pelo fator β.
Esse aumento na corrente de coletor contribuirá, por sua vez, para o processo de ionização (geração
de portadores livres) durante a ruptura, o que causará um aumento adicional na corrente de base e
níveis ainda mais elevados da corrente de coletor.
3) Configuração Coletor-Comum
Saída Saída
Entrada Entrada
Para as correntes indicadas na Figura 19, a tensão da fonte VEE deve ser maior do que a fonte VBB.
Uma configuração coletor-comum está mostrada na Figura 20 onde o resistor de carga é o resistor que
está conectado do emissor para a terra.
20
Não há necessidade de um conjunto de curvas características sobre a configuração coletor-comum
para escolher os parâmetros do circuito da Figura 20.
Assim, para a configuração coletor-comum, o gráfico de IE versus VEC para um conjunto de valores de IB
representa a característica de saída.
Região de saturação
Região ativa
Região de corte
O transistor consiste em duas junções pn, a junção base-emissor (JBE) e a junção base-coletor
(JBC).
Dependendo da condição de polarização de cada junção, são obtidos diferentes modos de
operação para o transistor.
21
Limites de operação
Para cada transistor, há uma região de operação nas curvas que assegura que os limites para o
transistor serão respeitados e que o sinal de saída conterá um mínimo de distorção. A Figura 22 mostra
a região de corte na área sombreada, onde IB = 0.
A curva de potência máxima representa a máxima potência que pode ser dissipada pelo transistor.
A Figura 23 mostra a curva característica para emissor comum onde a área sombreada é denominada
de área útil no qual o transistor opera com total segurança.
22
A Figura 24 mostra a região de operação nas curvas de um transistor baseados nos dados de uma folha
de especificações típica. Alguns limites de operação são auto-explicativos como:
A corrente máxima de coletor ICmáx (normalmente referidas nas folhas como corrente de coletor
continua);
Para o transistor da figura 22, ICmáx = 50 mA e VCEO = 20 V. A linha vertical no gráfico, representando
VCEsat especifica o valor mínimo de VCE que pode ser aplicado sem que o transistor caia na região não-
linear, denominada de região de saturação. Para este transistor, VCEsat = 0,3 V.
Pcmax VCE I C
Para o dispositivo da figura 22, a potência de coletor dissipada é de 300 mW, ou seja:
E assim para traçar a curva de dissipação de potência, sabe-se que em qualquer ponto da curva o
produto VCE por IC deve ser igual a 300 mW.
300 mW
VCE 6V
50mA
23
Se escolhermos o valor de VCEmáx = 20 V, o valor de IC será:
20 I C 300 mW
300 mW
IC 15mA
20V
300 mW
VCE 12V
25mA
Uma estimativa grosseira da curva real pode normalmente ser obtida utilizando-se os três pontos
definidos anteriormente.
A região de corte é definida abaixo de IC = ICEO. Essa região também deve ser evitada para que o sinal
de saída apresente o mínimo de distorção. Nas folhas de especificações somente ICBO é fornecida. Para
se obter ICEO deve-se utilizar a equação:
I CEO I CBO
A operação na região resultante da Figura 24 assegurará uma distorção mínima do sinal de saída e
valores de corrente e tensão que não danificarão o dispositivo.
Se as curvas características não estão disponíveis ou não constam nas folhas de especificação – o que
normalmente ocorre – deve-se simplesmente assegurar que IC, VCE e o produto VCE × IC se situem nos
intervalos:
I CEO I C I Cmáx
VCE I C PCmáx
24
Analogia com diodos:
A Figura 25 mostra os circuitos equivalentes dos transistores PNP e NPN com diodos.
25
Análise da polarização de amplificadores transistorizados.
Conforme já foi citado anteriormente, o amplificador transistorizado deve ser polarizado
adequadamente para que opere em qualquer uma das regiões de operação. A polarização consiste em
aplicar tensões CC fixas adequadas na base e no coletor e em decorrência destas tensões correntes CC
fixas irão circular na base, coletor e emissor do transistor. Estas tensões e correntes fixas são
denominadas de quiescentes, ou seja, que não se alteram e define o ponto de operação do transistor,
também denominado de ponto quiescente ou ponto Q.
Serão estudadas as polarizações para a configuração emissor comum que é a mais empregada.
Esta configuração apresenta um resistor para a obtenção da tensão de base e um resistor para a
obtenção da tensão de coletor. A Figura 26 mostra este circuito com as tensões e correntes envolvidas.
Este circuito de polarização é simples, porém tem como inconveniente a baixa estabilidade de
operação. Uma vez que o parâmetro β varia com a temperatura, se a temperatura aumentar o β
aumenta, fazendo a corrente de base (IB) aumentar e consequentemente a corrente de coletor (IC). Isto
faz com que as tensão coletor-emissor (VCE) também varie e o ponto quiescente seja então
dependente da temperatura.
26
Análise da polarização
Para descobrirmos as correntes e tensões do circuito transistorizado iremos aplicar a Lei das tensões
de Kirchhof (Lei das malhas) nas malhas coletor-base-emissor e coletor-emissor do amplificador do
exemplo a seguir.
Exemplo 1: Determinar a corrente de base (IB), corrente de coletor (IC), corrente de emissor (IE), tensão
entre coletor e emissor (VCE), tensão de coletor (VC), tensão de emissor (VE), tensão de base (VB) e
tensão entre base e coletor (VBC) para o circuito transistorizado da Figura 27. Admitir VBE = 0,7V.
Malha coletor-base-emissor:
12 – 240×103 × IB – 0,7 = 0
IB = 47,08µA
IC = β × IB
IE = IC + IB → IE = β × IB + IB → IE = IB × (β + 1)
Temos:
Malha coletor-emissor:
27
VCE = 6,83V
O emissor está ligado à terra e, portanto, VC = 0, significando que VCE = VC – VE = 6,83 – 0 = 6,83V.
Assim:
Verifica-se que a junção base-emissor está diretamente polarizada e a junção base-coletor está
reversamente polarizada e o transistor está operando na região ativa.
28
Análise da polarização
Para descobrirmos as correntes e tensões do circuito transistorizado iremos aplicar a Lei das tensões
de Kirchhof (Lei das malhas) nas malhas coletor-base-emissor e coletor-emissor do amplificador do
exemplo a seguir.
Exemplo 2: Determinar a corrente de base (IB), corrente de coletor (IC), corrente de emissor (IE), tensão
entre coletor e emissor (VCE), tensão de coletor (VC), tensão de emissor (VE), tensão de base (VB) e
tensão entre base e coletor (VBC) para o circuito transistorizado da Figura 29. Admitir VBE = 0,7V.
Malha coletor-base-emissor:
Usando a relação:
IE = IB × (β + 1)
IB = 40,12µA
Malha coletor-emissor:
29
VCE = 13,96V
Verifica-se que a junção base-emissor está diretamente polarizada e a junção base-coletor está
reversamente polarizada e o transistor está operando na região ativa.
Desejamos obter o circuito mais estável possível e a configuração por divisor de tensão podes ser
praticamente independente das variações de β se os parâmetros forem escolhidos adequadamente.
Razão disso é o uso de um divisor de tensão na base (o qual dá o nome da polarização) que estabelece
uma tensão VB que varia muito pouco com a temperatura. Além do divisor de tensão na base, também
há um resistor no emissor que estabelece o mecanismo da realimentação negativa da mesma forma
que na polarização anterior. A Figura 30 mostra o circuito do amplificador transistorizado com
polarização por divisor de tensão.
30
Análise da polarização
Exemplo 3: Determinar a corrente de base (IB), corrente de coletor (IC), corrente de emissor (IE), tensão
entre coletor e emissor (VCE), tensão de coletor (VC), tensão de emissor (VE), tensão de base (VB) e
tensão entre base e coletor (VBC) para o circuito transistorizado da Figura 31. Admitir VBE = 0,7V.
Para este circuito será necessário obter inicialmente o equivalente de Thévenin para o circuito de base
formado pela fonte VCC e os resistores de base 1 (R1) e de base 2 (R2).
RTH = R1 // R2
RTH = 39k // 3,9K = 3,55kΩ
R2 3,9
ETH VCC 22 2V
R1 R2 39 3,9
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Malha base-emissor
IB = 6,05µA
Malha coletor-emissor
VCE = 12,23V
Verifica-se que a junção base-emissor está diretamente polarizada e a junção base-coletor está
reversamente polarizada e o transistor está operando na região ativa.
32
Figura 33 – Circuito de polarização CC com realimentação de tensão
O resistor de emissor que propicia realimentação negativa como nas duas configurações anteriores,
porém note que o resistor de base está conectado à junção do resistor de coletor (R C) com o coletor do
transistor. Note que a corrente que circula em RC está marcada como IC’ pois ela é soma da corrente IC
com a corrente IB. Se a temperatura aumentar, o β aumenta ocasionando o aumento de I C e IB e
consequentemente o aumento de IC’. O aumento de IC causa o aumento da tensão em RC e, por
conseguinte a tensão no coletor (VC). A tensão de base (VB) depende da tensão VC e irá diminuir
também. Tem-se então uma dupla realimentação negativa, uma proporcionada por RE e a outra por RC
que diminuem a tensão VBE e assim reduzindo a condução do transistor e o estabilizando.
Análise da polarização
Exemplo 4: Determinar a corrente de base (IB), corrente de coletor (IC), corrente de emissor (IE), tensão
entre coletor e emissor (VCE), tensão de coletor (VC), tensão de emissor (VE), tensão de base (VB) e
tensão entre base e coletor (VBC) para o circuito transistorizado da Figura 34. Admitir VBE = 0,7V.
Malha Coletor-base-emissor
IB = 11,82µA
33
Malha coletor-emissor
10 – (1,06 × 10-3 + 11,82 × 10-6) × 4,7 × 103 – VCE – 1,2 × 103 × 1,8 × 10-3 =0
VCE = 3,67V
Verifica-se que a junção base-emissor está diretamente polarizada e a junção base-coletor está
reversamente polarizada e o transistor está operando na região ativa.
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