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Direito Penal

Professor Joerberth Nunes

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Direito Penal

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE

PARTE GERAL

TÍTULO I
Da Aplicação Da Lei Penal
Anterioridade da Lei
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.

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MATERIAL DE APOIO

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: a lei penal abrange fatos praticados após sua vigência. É
anterior aos fatos.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ou RESERVA LEGAL: toda a infração penal deve estar prevista em
lei. Porém, refere-se à lei estrita, em regra, oriunda do Congresso Nacional, art. 22, I, CF. Por tal,
não cabe Medida Provisória em Direito Penal, art. 62, par. 1º, I, “b”, CF.
Alguns autores diferenciam princípio da legalidade e princípio da reserva legal, pois aquele
seria quando o assunto pode ser regulado por lei em sentido amplo, enquanto este é para
assunto que exigem lei em sentido estrito.

CRIMES

INFRAÇÃO PENAL :

CONTRAVENÇÕES

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Direito Penal

FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA

CÓDIGO PENAL

PARTE GERAL

TÍTULO I
Da Aplicação da Lei Penal
Frações não computáveis da pena
Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações
de dia, e, na pena de multa, as frações de cru-
zeiro.
Legislação especial
Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-
-se aos fatos incriminados por lei especial, se
esta não dispuser de modo diverso.

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Direito Penal

PRINCÍPIOS PENAIS

•• PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU RESERVA LEGAL


•• PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL
•• PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL
•• PRINCÍPIO DA ULTRAVIDADE DA LEI PENAL
•• PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
•• PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE
•• PRINCÍPIO DA INSTRANSCDÊNCIA DA SANÇÃO PENAL
•• PRINCÍPIO DA SUFICIÊNCIA DA PENA
•• PRINCÍPIO DA HUMANIDADE
•• PRINCÍPIO DA ALTERIDADE
•• PRINCÍPIO DO NON BIS IN IDEM
•• PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
•• PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL

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Direito Penal

LEI PENAL NO TEMPO

CÓDIGO PENAL

PARTE GERAL

TÍTULO I
Da Aplicação da Lei Penal
Anterioridade da Lei
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
Lei penal no tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de
qualquer modo favorecer o agente, aplica-
se aos fatos anteriores, ainda que decididos
por sentença condenatória transitada em
julgado.
Lei excepcional ou temporária
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora
decorrido o período de sua duração ou cessadas
as circunstâncias que a determinaram, aplica-se
ao fato praticado durante sua vigência.
Tempo do crime
Art. 4º Considera-se praticado o crime no
momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.

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MATERIAL DE APOIO

→ Art. 1º, CP :
•• Princípio da anterioridade : a lei penal deve ser anterior aos fatos que vai regular.
•• Princípio da legalidade ou reserva legal : toda a infração penal, como a sanção penal devem
estar prevista em lei estrita. (art. 62, par. 1º, I, b, CF)
crimes
•• Infração Penal : crimes e contravenções
contravenções

•• Diferenças entre crimes e contravenções : a espécie de pena privativa de liberdade :


contravenções penais : prisão simples
detenção
•• Crimes :
reclusão
→ Art. 2º, CP :
•• Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica
•• Abolitio criminis : art. 107, CP e seus efeitos penais
→ Art. 3º, CP :
•• Lei penal excepcional ou temporária
•• Princípio da ultratividade
→ Art. 4º, CP :
•• Tempo do crime : teoria da ação ou da atividade para fins de aplicação da lei penal.
•• Não confundir com o art. 6º, CP

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Direito Penal

LEI PENAL NO ESPAÇO

CÓDIGO PENAL em parte, bem como onde se produziu ou deve-


ria produzir-se o resultado.
Extraterritorialidade
PARTE GERAL
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora co-
metidos no estrangeiro:
TÍTULO I
I – os crimes:
Da Aplicação da Lei Penal a) contra a vida ou a liberdade do Presiden-
te da República;
Territorialidade
b) contra o patrimônio ou a fé pública da
Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de União, do Distrito Federal, de Estado, de
convenções, tratados e regras de direito inter- Território, de Município, de empresa públi-
nacional, ao crime cometido no território nacio- ca, sociedade de economia mista, autarquia
nal. ou fundação instituída pelo Poder Público;
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se c) contra a administração pública, por quem
como extensão do território nacional as está a seu serviço;
embarcações e aeronaves brasileiras, de na-
tureza pública ou a serviço do governo bra- d) de genocídio, quando o agente for brasi-
sileiro onde quer que se encontrem, bem leiro ou domiciliado no Brasil;
como as aeronaves e as embarcações bra-
II – os crimes:
sileiras, mercantes ou de propriedade priva-
da, que se achem, respectivamente, no es- a) que, por tratado ou convenção, o Brasil
paço aéreo correspondente ou em alto-mar. se obrigou a reprimir;
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos b) praticados por brasileiro;
crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade c) praticados em aeronaves ou embarcações
privada, achando-se aquelas em pouso no brasileiras, mercantes ou de propriedade
território nacional ou em vôo no espaço privada, quando em território estrangeiro e
aéreo correspondente, e estas em porto ou aí não sejam julgados.
mar territorial do Brasil. § 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido
Lugar do crime segundo a lei brasileira, ainda que absolvido
ou condenado no estrangeiro.
Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou

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§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da
lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em
que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais
favorável.
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao
crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as
condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua
a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando
idênticas.

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Direito Penal – Lei Penal no Espaço – Prof. Joerberth Nunes

MATERIAL DE APOIO

→ Art. 5º¸ CP
•• Princípio da territorialidade
•• Exceções ao princípio: art. 5º, caput, CP
•• Parágrafos 1º e 2º : ver conceitos
→ Art. 6º, CP
•• Teoria mista ou da ubiqüidade: para fins de lugar do crime para a aplicação da lei penal
→ Art. 7º, CP
incondicionada (art. 7º, I, c/c par. 1º, CP)
•• Princípio da extraterritoralidade:
condicionada ( art. 7º, II, c/c par. 2º, CP e art.
7º, par. 3º, CP)
→ Art. 8º, CP :
•• Cômputo da pena

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Direito Penal

EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA

CÓDIGO PENAL

PARTE GERAL

TÍTULO I
Da Aplicação da Lei Penal
Eficácia de sentença estrangeira
Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplica-
ção da lei brasileira produz na espécie as mes-
mas conseqüências, pode ser homologada no
Brasil para:
I – obrigar o condenado à reparação do
dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II – sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único. A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de
pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de
tratado de extradição com o país de cuja au-
toridade judiciária emanou a sentença, ou,
na falta de tratado, de requisição do Minis-
tro da Justiça.

MATERIAL DE APOIO

•• Homologação pelo STJ : art. 105, CF

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Direito Penal

CONTAGEM DE PRAZO

CÓDIGO PENAL

PARTE GERAL

TÍTULO I
Da Aplicação da Lei Penal
Contagem de prazo
Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo
do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos
pelo calendário comum.

MATERIAL DE APOIO

•• Não confundir com a contagem de pra-


zo do processo penal.

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Direito Penal

LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS

1. IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS

2. EXTENSÃO DA IMUNIDADE DIPLOMÁTICA

3. CARACTERÍSTICAS DA IMUNIDADE DIPLOMÁTICA

4. IMUNIDADE CONSULAR

5. IMUNIDADE PARLAMENTAR

6. IMUNIDADE ABSOLUTA

7. IMUNIDADE RELATIVA

8. IMUNIDADE PROCESSUAL

9. IMUNIDADE NO ÂMBITO DA PRISÃO

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Direito Penal

CULPABILIDADE

CÓDIGO PENAL Estado de necessidade

Erro sobre a ilicitude do fato Art. 24. Considera-se em estado de necessidade


quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusá- que não provocou por sua vontade, nem podia
vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitá- de outro modo evitar, direito próprio ou alheio,
vel, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí- cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razo-
-la de um sexto a um terço. ável exigir-se.
Parágrafo único. Considera-se evitável o § 1º Não pode alegar estado de necessida-
erro se o agente atua ou se omite sem a de quem tinha o dever legal de enfrentar o
consciência da ilicitude do fato, quando lhe perigo.
era possível, nas circunstâncias, ter ou atin-
gir essa consciência. § 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifí-
cio do direito ameaçado, a pena poderá ser
Coação irresistível e obediência hierárquica reduzida de um a dois terços.
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irre- Legítima defesa
sistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem,
só é punível o autor da coação ou da ordem. usando moderadamente dos meios necessá-
rios, repele injusta agressão, atual ou iminente,
Exclusão de ilicitude a direito seu ou de outrem.
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica
o fato:
TÍTULO III
I – em estado de necessidade;
Da Imputabilidade Penal
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento de dever legal Inimputáveis
ou no exercício regular de direito. Art. 26. É isento de pena o agente que, por do-
Excesso punível ença mental ou desenvolvimento mental in-
completo ou retardado, era, ao tempo da ação
Parágrafo único. O agente, em qualquer das ou da omissão, inteiramente incapaz de enten-
hipóteses deste artigo, responderá pelo ex- der o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
cesso doloso ou culposo. de acordo com esse entendimento.

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Redução de pena Embriaguez
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida II – a embriaguez, voluntária ou culposa,
de um a dois terços, se o agente, em vir- pelo álcool ou substância de efeitos análo-
tude de perturbação de saúde mental ou gos.
por desenvolvimento mental incompleto
ou retardado não era inteiramente capaz § 1º É isento de pena o agente que, por
de entender o caráter ilícito do fato ou de embriaguez completa, proveniente de caso
determinar-se de acordo com esse entendi- fortuito ou força maior, era, ao tempo da
mento. ação ou da omissão, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de
Menores de dezoito anos determinar-se de acordo com esse entendi-
mento.
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às § 2º A pena pode ser reduzida de um a dois
normas estabelecidas na legislação especial. terços, se o agente, por embriaguez, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, não
Emoção e paixão possuía, ao tempo da ação ou da omissão,
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acor-
I – a emoção ou a paixão; do com esse entendimento. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

MATERIAL DE APOIO

1. Culpabilidade: juízo de reprovação da conduta do autor, o qual é uma fato típico e antijurídico.
2. Requisitos: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
3. Imputabilidade: arts. 26, 27, 28, par. 1º, CP.
4. Teoria da actio libera in causae.
5. Potencial consciência da ilicitude art. 21, CP.
6. Ver erro de proibição.
7. Exigibilidade de conduta diversa: art. 22, CP.
8. Emoção e paixão: art. 28, I, CP.
9. Embriaguez voluntária ou culposa: art. 28, II, CP.

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Direito Penal

CONCURSO DE PESSOAS

CÓDIGO PENAL Casos de Impunibilidade


Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação
TÍTULO IV e o auxílio, salvo disposição expressa em contrá-
rio, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
Do Concurso De Pessoas menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Regras comuns às penas
privativas de liberdade

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre


para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Se a participação for de menor impor-
tância, a pena pode ser diminuída de um
sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se algum dos concorrentes quis partici-
par de crime menos grave, ser-lhe-á aplica-
da a pena deste; essa pena será aumentada
até metade, na hipótese de ter sido previsí-
vel o resultado mais grave. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e
as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

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Direito Penal

PENA-BASE

TÍTULO V § 1º A multa pode ser aumentada até o tri-


plo, se o juiz considerar que, em virtude da
Das Penas situação econômica do réu, é ineficaz, em-
bora aplicada no máximo.
Multa substitutiva
CAPÍTULO I § 2º A pena privativa de liberdade aplica-
DAS ESPÉCIES DE PENA da, não superior a 6 (seis) meses, pode ser
substituída pela de multa, observados os
critérios dos incisos II e III do art. 44 deste
Código.
CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DA PENA Circunstâncias agravantes

Fixação da pena Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam


a pena, quando não constituem ou qualificam o
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos crime:
antecedentes, à conduta social, à personalida-
de do agente, aos motivos, às circunstâncias e I – a reincidência;
conseqüências do crime, bem como ao compor- II – ter o agente cometido o crime:
tamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e pre- a) por motivo fútil ou torpe;
venção do crime:
b) para facilitar ou assegurar a execução, a
I – as penas aplicáveis dentre as cominadas; ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;
II – a quantidade de pena aplicável, dentro
dos limites previstos; c) à traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação, ou outro recurso que dificul-
III – o regime inicial de cumprimento da tou ou tornou impossível a defesa do ofen-
pena privativa de liberdade; dido;
IV – a substituição da pena privativa da li- d) com emprego de veneno, fogo, explosivo,
berdade aplicada, por outra espécie de tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
pena, se cabível. de que podia resultar perigo comum;
Critérios especiais da pena de multa e) contra ascendente, descendente, irmão
Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz deve ou cônjuge;
atender, principalmente, à situação econômica f) com abuso de autoridade ou prevalecen-
do réu. do-se de relações domésticas, de coabita-

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ção ou de hospitalidade, ou com violência anos, computado o período de prova da
contra a mulher na forma da lei específica; suspensão ou do livramento condicional, se
não ocorrer revogação;
g) com abuso de poder ou violação de dever
inerente a cargo, ofício, ministério ou pro- II – não se consideram os crimes militares
fissão; próprios e políticos.
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) Circunstâncias atenuantes
anos, enfermo ou mulher grávida;
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenu-
i) quando o ofendido estava sob a imediata am a pena:
proteção da autoridade;
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um),
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inun- na data do fato, ou maior de 70 (setenta)
dação ou qualquer calamidade pública, ou anos, na data da sentença;
de desgraça particular do ofendido;
II – o desconhecimento da lei;
l) em estado de embriaguez preordenada.
III – ter o agente:
Agravantes no caso de concurso de pesso-
as a) cometido o crime por motivo de relevan-
te valor social ou moral;
Art. 62. A pena será ainda agravada em relação
ao agente que: b) procurado, por sua espontânea vontade
e com eficiência, logo após o crime, evitar-
I – promove, ou organiza a cooperação -lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou
no crime ou dirige a atividade dos demais ter, antes do julgamento, reparado o dano;
agentes;
c) cometido o crime sob coação a que podia
II – coage ou induz outrem à execução ma- resistir, ou em cumprimento de ordem de
terial do crime; autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto
III – instiga ou determina a cometer o crime da vítima;
alguém sujeito à sua autoridade ou não-pu-
nível em virtude de condição ou qualidade d) confessado espontaneamente, perante a
pessoal; autoridade, a autoria do crime;
IV – executa o crime, ou nele participa, me- e) cometido o crime sob a influência de
diante paga ou promessa de recompensa. multidão em tumulto, se não o provocou.
Reincidência Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em
razão de circunstância relevante, anterior ou
Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o posterior ao crime, embora não prevista expres-
agente comete novo crime, depois de transitar samente em lei.
em julgado a sentença que, no País ou no es-
trangeiro, o tenha condenado por crime ante- Concurso de circunstâncias agravantes e
rior. atenuantes
Art. 64. Para efeito de reincidência: Art. 67. No concurso de agravantes e atenuan-
tes, a pena deve aproximar-se do limite indicado
I – não prevalece a condenação anterior, se pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
entre a data do cumprimento ou extinção do-se como tais as que resultam dos motivos
da pena e a infração posterior tiver decor- determinantes do crime, da personalidade do
rido período de tempo superior a 5 (cinco) agente e da reincidência.

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Direito Penal – Pena-Base – Prof. Joerberth Nunes

Cálculo da pena
Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se
ao critério do art. 59 deste Código; em seguida
serão consideradas as circunstâncias atenuan-
tes e agravantes; por último, as causas de dimi-
nuição e de aumento.
Parágrafo único. No concurso de causas de
aumento ou de diminuição previstas na par-
te especial, pode o juiz limitar-se a um só
aumento ou a uma só diminuição, prevale-
cendo, todavia, a causa que mais aumente
ou diminua.

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Direito Penal

CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES

TÍTULO V e) contra ascendente, descendente, irmão


ou cônjuge;
Das Penas f) com abuso de autoridade ou prevalecen-
do-se de relações domésticas, de coabita-
ção ou de hospitalidade, ou com violência
contra a mulher na forma da lei específica;
CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA g) com abuso de poder ou violação de dever
inerente a cargo, ofício, ministério ou pro-
fissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta)
CAPÍTULO III anos, enfermo ou mulher grávida;
DA APLICAÇÃO DA PENA
i) quando o ofendido estava sob a imediata
Circunstâncias agravantes proteção da autoridade;
Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inun-
a pena, quando não constituem ou qualificam o dação ou qualquer calamidade pública, ou
crime: de desgraça particular do ofendido;
I – a reincidência; l) em estado de embriaguez preordenada.
II – ter o agente cometido o crime: Agravantes no caso de concurso de pesso-
as
a) por motivo fútil ou torpe;
Art. 62. A pena será ainda agravada em relação
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ao agente que:
ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime; I – promove, ou organiza a cooperação
no crime ou dirige a atividade dos demais
c) à traição, de emboscada, ou mediante agentes;
dissimulação, ou outro recurso que dificul-
tou ou tornou impossível a defesa do ofen- II – coage ou induz outrem à execução ma-
dido; terial do crime;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, III – instiga ou determina a cometer o crime
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou alguém sujeito à sua autoridade ou não-pu-
de que podia resultar perigo comum; nível em virtude de condição ou qualidade
pessoal;

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IV – executa o crime, ou nele participa, me- e) cometido o crime sob a influência de
diante paga ou promessa de recompensa. multidão em tumulto, se não o provocou.
Reincidência Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em
razão de circunstância relevante, anterior ou
Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o posterior ao crime, embora não prevista expres-
agente comete novo crime, depois de transitar samente em lei.
em julgado a sentença que, no País ou no es-
trangeiro, o tenha condenado por crime ante- Concurso de circunstâncias agravantes e
rior. atenuantes
Art. 64. Para efeito de reincidência: Art. 67. No concurso de agravantes e atenuan-
tes, a pena deve aproximar-se do limite indicado
I – não prevalece a condenação anterior, se pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
entre a data do cumprimento ou extinção do-se como tais as que resultam dos motivos
da pena e a infração posterior tiver decor- determinantes do crime, da personalidade do
rido período de tempo superior a 5 (cinco) agente e da reincidência.
anos, computado o período de prova da
suspensão ou do livramento condicional, se
não ocorrer revogação;
II – não se consideram os crimes militares
próprios e políticos.
Circunstâncias atenuantes
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenu-
am a pena:
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um),
na data do fato, ou maior de 70 (setenta)
anos, na data da sentença;
II – o desconhecimento da lei;
III – ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevan-
te valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade
e com eficiência, logo após o crime, evitar-
-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou
ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia
resistir, ou em cumprimento de ordem de
autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto
da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a
autoridade, a autoria do crime;

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Direito Penal

CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO DE PENA

CÓDIGO PENAL § 1º A multa pode ser aumentada até o tri-


plo, se o juiz considerar que, em virtude da
situação econômica do réu, é ineficaz, em-
TÍTULO V bora aplicada no máximo.

Das Penas Multa substitutiva


§ 2º A pena privativa de liberdade aplica-
da, não superior a 6 (seis) meses, pode ser
substituída pela de multa, observados os
CAPÍTULO III critérios dos incisos II e III do art. 44 deste
DA APLICAÇÃO DA PENA Código.
Fixação da pena Circunstâncias agravantes
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam
antecedentes, à conduta social, à personalida- a pena, quando não constituem ou qualificam o
de do agente, aos motivos, às circunstâncias e crime:
conseqüências do crime, bem como ao compor-
tamento da vítima, estabelecerá, conforme seja I – a reincidência;
necessário e suficiente para reprovação e pre- II – ter o agente cometido o crime:
venção do crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
I – as penas aplicáveis dentre as cominadas;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a
II – a quantidade de pena aplicável, dentro ocultação, a impunidade ou vantagem de
dos limites previstos; outro crime;
III – o regime inicial de cumprimento da c) à traição, de emboscada, ou mediante
pena privativa de liberdade; dissimulação, ou outro recurso que dificul-
IV – a substituição da pena privativa da li- tou ou tornou impossível a defesa do ofen-
berdade aplicada, por outra espécie de dido;
pena, se cabível. d) com emprego de veneno, fogo, explosivo,
Critérios especiais da pena de multa tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de que podia resultar perigo comum;
Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz deve
atender, principalmente, à situação econômica e) contra ascendente, descendente, irmão
do réu. ou cônjuge;

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f) com abuso de autoridade ou prevalecen- da pena e a infração posterior tiver decor-
do-se de relações domésticas, de coabita- rido período de tempo superior a 5 (cinco)
ção ou de hospitalidade, ou com violência anos, computado o período de prova da
contra a mulher na forma da lei específica; suspensão ou do livramento condicional, se
não ocorrer revogação;
g) com abuso de poder ou violação de dever
inerente a cargo, ofício, ministério ou pro- II – não se consideram os crimes militares
fissão; próprios e políticos.
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) Circunstâncias atenuantes
anos, enfermo ou mulher grávida;
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenu-
i) quando o ofendido estava sob a imediata am a pena:
proteção da autoridade;
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um),
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inun- na data do fato, ou maior de 70 (setenta)
dação ou qualquer calamidade pública, ou anos, na data da sentença;
de desgraça particular do ofendido;
II – o desconhecimento da lei;
l) em estado de embriaguez preordenada.
III – ter o agente:
Agravantes no caso de concurso de pesso-
as a) cometido o crime por motivo de relevan-
te valor social ou moral;
Art. 62. A pena será ainda agravada em relação
ao agente que: b) procurado, por sua espontânea vontade
e com eficiência, logo após o crime, evitar-
I – promove, ou organiza a cooperação -lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou
no crime ou dirige a atividade dos demais ter, antes do julgamento, reparado o dano;
agentes;
c) cometido o crime sob coação a que podia
II – coage ou induz outrem à execução ma- resistir, ou em cumprimento de ordem de
terial do crime; autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto
III – instiga ou determina a cometer o crime da vítima;
alguém sujeito à sua autoridade ou não-pu-
nível em virtude de condição ou qualidade d) confessado espontaneamente, perante a
pessoal; autoridade, a autoria do crime;
IV – executa o crime, ou nele participa, me- e) cometido o crime sob a influência de
diante paga ou promessa de recompensa. multidão em tumulto, se não o provocou.
Reincidência Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em
razão de circunstância relevante, anterior ou
Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o posterior ao crime, embora não prevista expres-
agente comete novo crime, depois de transitar samente em lei.
em julgado a sentença que, no País ou no es-
trangeiro, o tenha condenado por crime ante- Concurso de circunstâncias agravantes e
rior. atenuantes
Art. 64. Para efeito de reincidência: Art. 67. No concurso de agravantes e atenuan-
tes, a pena deve aproximar-se do limite indicado
I – não prevalece a condenação anterior, se pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
entre a data do cumprimento ou extinção do-se como tais as que resultam dos motivos

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Direito Penal – Causas de Aumento e de Diminuição de Pena – Prof. Joerberth Nunes

determinantes do crime, da personalidade do


agente e da reincidência.
Cálculo da pena
Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se
ao critério do art. 59 deste Código; em seguida
serão consideradas as circunstâncias atenuan-
tes e agravantes; por último, as causas de dimi-
nuição e de aumento.
Parágrafo único. No concurso de causas de
aumento ou de diminuição previstas na par-
te especial, pode o juiz limitar-se a um só
aumento ou a uma só diminuição, prevale-
cendo, todavia, a causa que mais aumente
ou diminua.

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Direito Penal

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

TÍTULO XI rível, extingue a punibilidade; se lhe é poste-


rior, reduz de metade a pena imposta.
Dos Crimes Contra a Peculato Mediante Erro de Outrem
Administração Pública
Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por
erro de outrem:
CAPÍTULO I
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
DOS CRIMES PRATICADOS POR
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A Inserção de Dados Falsos em Sistema de
Informações
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário auto-
Peculato rizado, a inserção de dados falsos, alterar ou ex-
cluir indevidamente dados corretos nos sistemas
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de informatizados ou bancos de dados da Admi-
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, nistração Pública com o fim de obter vantagem
público ou particular, de que tem a posse em ra- indevida para si ou para outrem ou para ausar
zão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio dano:
ou alheio:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
multa.
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcioná-
Modificação ou Alteração não Autorizada de
rio público, embora não tendo a posse do di-
Sistema de Informações
nheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre
para que seja subtraído, em proveito próprio Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe sistema de informações ou programa de informá-
proporciona a qualidade de funcionário. tica sem autorização ou solicitação de autoridade
competente:
Peculato Culposo
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
§ 2º Se o funcionário concorre culposamente anos, e multa.
para o crime de outrem:
Parágrafo único. As penas são aumentadas
Pena – detenção, de três meses a um ano. de um terço até a metade se da modificação
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a repara- ou alteração resulta dano para a Administra-
ção do dano, se precede à sentença irrecor- ção Pública ou para o administrado.

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Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou § 1º A pena é aumentada de um terço, se,
Documento em consequência da vantagem ou promes-
sa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer docu- qualquer ato de ofício ou o pratica infringin-
mento, de que tem a guarda em razão do cargo; do dever funcional.
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de prati-
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato car ou retarda ato de ofício, com infração de
não constitui crime mais grave. dever funcional, cedendo a pedido ou influ-
Emprego Irregular de Verbas ou Rendas ência de outrem:
Públicas Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplica- multa.
ção diversa da estabelecida em lei: Facilitação de Contrabando ou Descaminho
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. Art. 318. Facilitar, com infração de dever fun-
Concussão cional, a prática de contrabando ou descaminho
(art. 334):
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou an- Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e mul-
tes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem ta.
indevida: Prevaricação
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevida-
Excesso de Exação mente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dispo-
sição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contri- sentimento pessoal:
buição social que sabe ou deveria saber in-
devido, ou, quando devido, emprega na co- Pena – detenção, de três meses a um ano, e mul-
brança meio vexatório ou gravoso, que a lei ta.
não autoriza: Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e mul- ou agente público, de cumprir seu dever de ve-
ta. dar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito outros presos ou com o ambiente externo:
próprio ou de outrem, o que recebeu inde-
vidamente para recolher aos cofres públicos: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. Condescendência Criminosa

Corrupção Passiva Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência,


de responsabilizar subordinado que cometeu in-
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para ou- fração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
trem, direta ou indiretamente, ainda que fora da competência, não levar o fato ao conhecimento
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, da autoridade competente:
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem: Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.

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Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

Advocacia Administrativa Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou


multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, in-
teresse privado perante a administração pública, § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre
valendo-se da qualidade de funcionário: quem:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. I – permite ou facilita, mediante atribuição,
fornecimento e empréstimo de senha ou
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: qualquer outra forma, o acesso de pessoas
Pena – detenção, de três meses a um ano, além não autorizadas a sistemas de informações
da multa. ou banco de dados da Administração Públi-
ca;
Violência Arbitrária
II – se utiliza, indevidamente, do acesso res-
Art. 322. Praticar violência, no exercício de trito.
função ou a pretexto de exercê-la: § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além Administração Pública ou a outrem:
da pena correspondente à violência. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
Abandono de Função multa.

Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos ca- Violação do Sigilo de Proposta de Concorrência
sos permitidos em lei: Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de con-
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou corrência pública, ou proporcionar a terceiro o
multa. ensejo de devassá-lo:

§ 1º Se do fato resulta prejuízo público: Pena – Detenção, de três meses a um ano, e mul-
ta.
Pena – detenção, de três meses a um ano, e mul-
ta. Funcionário Público

§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido Art. 327. Considera-se funcionário público, para
na faixa de fronteira: os efeitos penais, quem, embora transitoriamen-
te ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
Pena – detenção, de um a três anos, e multa. ou função pública.
Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou § 1º Equipara-se a funcionário público quem
Prolongado exerce cargo, emprego ou função em entida-
de paraestatal, e quem trabalha para empre-
Art. 324. Entrar no exercício de função pública sa prestadora de serviço contratada ou con-
antes de satisfeitas as exigências legais, ou con- veniada para a execução de atividade típica
tinuar a exercê-la, sem autorização, depois de da Administração Pública.
saber oficialmente que foi exonerado, removido,
substituído ou suspenso: § 2º A pena será aumentada da terça parte
quando os autores dos crimes previstos nes-
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou te Capítulo forem ocupantes de cargos em
multa. comissão ou de função de direção ou asses-
soramento de órgão da administração direta,
Violação de Sigilo Funcional
sociedade de economia mista, empresa pú-
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em ra- blica ou fundação instituída pelo poder pú-
zão do cargo e que deva permanecer em segre- blico.
do, ou facilitar-lhe a revelação:

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CAPÍTULO II tagem, a pretexto de influir em ato praticado por
DOS CRIMES PRATICADOS funcionário público no exercício da função:
POR PARTICULAR CONTRA A Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL multa.

Usurpação de Função Pública Parágrafo único. A pena é aumentada da


metade, se o agente alega ou insinua que a
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: vantagem é também destinada ao funcioná-
rio.
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e
multa. Corrupção Ativa
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem inde-
vantagem: vida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e mul-
ta. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
Resistência
Parágrafo único. A pena é aumentada de um
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, me- terço, se, em razão da vantagem ou promes-
diante violência ou ameaça a funcionário compe- sa, o funcionário retarda ou omite ato de ofí-
tente para executá-lo ou a quem lhe esteja pres- cio, ou o pratica infringindo dever funcional.
tando auxílio:
Descaminho
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamen-
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se to de direito ou imposto devido pela entrada,
executa: pela saída ou pelo consumo de mercadoria.
Pena – reclusão, de um a três anos. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem § 1º Incorre na mesma pena quem:
prejuízo das correspondentes à violência.
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos
Desobediência casos permitidos em lei;
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcio- II – pratica fato assimilado, em lei especial, a
nário público: descaminho;
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e III – vende, expõe à venda, mantém em de-
multa. pósito ou, de qualquer forma, utiliza em pro-
Desacato veito próprio ou alheio, no exercício de ati-
vidade comercial ou industrial, mercadoria
Art. 331. Desacatar funcionário público no exer- de procedência estrangeira que introduziu
cício da função ou em razão dela: clandestinamente no País ou importou frau-
dulentamente ou que sabe ser produto de
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou
introdução clandestina no território nacional
multa.
ou de importação fraudulenta por parte de
Tráfico de Influência outrem;
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito
ou para outrem, vantagem ou promessa de van- próprio ou alheio, no exercício de atividade

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comercial ou industrial, mercadoria de pro- § 3º A pena aplica-se em dobro se o crime


cedência estrangeira, desacompanhada de de contrabando é praticado em transporte
documentação legal ou acompanhada de do- aéreo, marítimo ou fluvial.
cumentos que sabe serem falsos.
Impedimento, Perturbação ou Fraude de
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, Concorrência
para os efeitos deste artigo, qualquer forma
de comércio irregular ou clandestino de mer- Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concor-
cadorias estrangeiras, inclusive o exercido rência pública ou venda em hasta pública, pro-
em residências. movida pela administração federal, estadual ou
municipal, ou por entidade paraestatal; afastar
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de ou procurar afastar concorrente ou licitante, por
descaminho é praticado em transporte aé- meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofe-
reo, marítimo ou fluvial. recimento de vantagem:
Contrabando Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria
proibida: Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem se abstém de concorrer ou licitar, em
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. razão da vantagem oferecida.
§ 1º Incorre na mesma pena quem: Inutilização de Edital ou de Sinal
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar
contrabando; ou conspurcar edital afixado por ordem de fun-
II – importa ou exporta clandestinamente cionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal
mercadoria que dependa de registro, análise empregado, por determinação legal ou por or-
ou autorização de órgão público competen- dem de funcionário público, para identificar ou
te; cerrar qualquer objeto:

III – reinsere no território nacional mercado- Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
ria brasileira destinada à exportação; Subtração ou Inutilização de Livro ou
IV – vende, expõe à venda, mantém em de- Documento
pósito ou, de qualquer forma, utiliza em pro- Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcial-
veito próprio ou alheio, no exercício de ati- mente, livro oficial, processo ou documento con-
vidade comercial ou industrial, mercadoria fiado à custódia de funcionário, em razão de ofí-
proibida pela lei brasileira; cio, ou de particular em serviço público:
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato
próprio ou alheio, no exercício de atividade não constitui crime mais grave.
comercial ou industrial, mercadoria proibida
pela lei brasileira. Sonegação de Contribuição Previdenciária
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição so-
para os efeitos deste artigo, qualquer forma cial previdenciária e qualquer acessório, median-
de comércio irregular ou clandestino de mer- te as seguintes condutas:
cadorias estrangeiras, inclusive o exercido
em residências. I – omitir de folha de pagamento da empre-
sa ou de documento de informações previsto
pela legislação previdenciária segurados em-

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pregado, empresário, trabalhador avulso ou CAPÍTULO II-A
trabalhador autônomo ou a este equiparado DOS CRIMES PRATICADOS
que lhe prestem serviços;
POR PARTICULAR CONTRA A
II – deixar de lançar mensalmente nos títu- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
los próprios da contabilidade da empresa as ESTRANGEIRA
quantias descontadas dos segurados ou as
devidas pelo empregador ou pelo tomador Corrupção Ativa em Transação Comercial
de serviços; Internacional
III – omitir, total ou parcialmente, receitas Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou
ou lucros auferidos, remunerações pagas ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário
creditadas e demais fatos geradores de con- público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para
tribuições sociais previdenciárias: determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e ofício relacionado à transação comercial interna-
multa. cional:

§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, es- Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e mul-
pontaneamente, declara e confessa as con- ta.
tribuições, importâncias ou valores e presta Parágrafo único. A pena é aumentada de
as informações devidas à previdência social, 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou
na forma definida em lei ou regulamento, an- promessa, o funcionário público estrangeiro
tes do início da ação fiscal. retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar infringindo dever funcional.
a pena ou aplicar somente a de multa se o Tráfico de Influência em Transação Comercial
agente for primário e de bons antecedentes, Internacional
desde que:
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para
I – (VETADO) A si ou para outrem, direta ou indiretamente, van-
tagem ou promessa de vantagem a pretexto de
II – o valor das contribuições devidas, inclu- influir em ato praticado por funcionário público
sive acessórios, seja igual ou inferior àquele estrangeiro no exercício de suas funções, relacio-
estabelecido pela previdência social, admi- nado a transação comercial internacional:
nistrativamente, como sendo o mínimo para
o ajuizamento de suas execuções fiscais. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa.
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica
e sua folha de pagamento mensal não ultra- Parágrafo único. A pena é aumentada da
passa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez metade, se o agente alega ou insinua que a
reais), o juiz poderá reduzir a pena de um vantagem é também destinada a funcionário
terço até a metade ou aplicar apenas a de estrangeiro.
multa. Funcionário Público Estrangeiro
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo ante- Art. 337-D. Considera-se funcionário público es-
rior será reajustado nas mesmas datas e nos trangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda
mesmos índices do reajuste dos benefícios que transitoriamente ou sem remuneração, exer-
da previdência social. ce cargo, emprego ou função pública em entida-
des estatais ou em representações diplomáticas
de país estrangeiro.

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Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou
público estrangeiro quem exerce cargo, em- multa.
prego ou função em empresas controladas,
diretamente ou indiretamente, pelo Poder Falso Testemunho ou Falsa Perícia
Público de país estrangeiro ou em organiza- Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar
ções públicas internacionais. a verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo ar-
bitral:
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
multa.
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a
Reingresso de estrangeiro expulso um terço, se o crime é praticado mediante
Art. 338. Reingressar no território nacional o es- suborno ou se cometido com o fim de obter
trangeiro que dele foi expulso: prova destinada a produzir efeito em pro-
cesso penal, ou em processo civil em que for
Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem pre- parte entidade da administração pública di-
juízo de nova expulsão após o cumprimento da reta ou indireta.
pena.
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da
Denunciação caluniosa sentença no processo em que ocorreu o ilíci-
to, o agente se retrata ou declara a verdade.
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação
policial, de processo judicial, instauração de in- Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou
vestigação administrativa, inquérito civil ou ação qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
de improbidade administrativa contra alguém, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afir-
imputando-lhe crime de que o sabe inocente: mação falsa, negar ou calar a verdade em depoi-
mento, perícia, cálculos, tradução ou interpreta-
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
ção:
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.
o agente se serve de anonimato ou de nome
suposto. Parágrafo único. As penas aumentam-se de
um sexto a um terço, se o crime é cometido
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a im-
com o fim de obter prova destinada a produ-
putação é de prática de contravenção.
zir efeito em processo penal ou em processo
Comunicação Falsa de Crime ou de civil em que for parte entidade da adminis-
Contravenção tração pública direta ou indireta.
Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comu- Coação no Curso do Processo
nicando-lhe a ocorrência de crime ou de contra-
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com
venção que sabe não se ter verificado:
o fim de favorecer interesse próprio ou alheio,
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. contra autoridade, parte, ou qualquer outra pes-
soa que funciona ou é chamada a intervir em
Autoacusação Falsa processo judicial, policial ou administrativo, ou
Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de cri- em juízo arbitral:
me inexistente ou praticado por outrem: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa,
além da pena correspondente à violência.

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Exercício Arbitrário das Próprias Razões Favorecimento Real
Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo coautoria ou de receptação, auxílio destinado a
quando a lei o permite: tornar seguro o proveito do crime:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, au-
Parágrafo único. Se não há emprego de vio- xiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico
lência, somente se procede mediante queixa. de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
autorização legal, em estabelecimento prisional.
Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coi-
sa própria, que se acha em poder de terceiro por Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
determinação judicial ou convenção:
Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e
multa. Art. 350. Ordenar ou executar medida privativa
de liberdade individual, sem as formalidades le-
Fraude Processual gais ou com abuso de poder:
Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência Pena – detenção, de um mês a um ano.
de processo civil ou administrativo, o estado de
lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir Parágrafo único. Na mesma pena incorre o
a erro o juiz ou o perito: funcionário que:

Pena – detenção, de três meses a dois anos, e I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a
multa. prisão, ou a estabelecimento destinado a
execução de pena privativa de liberdade ou
Parágrafo único. Se a inovação se destina a de medida de segurança;
produzir efeito em processo penal, ainda que
não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. II – prolonga a execução de pena ou de me-
dida de segurança, deixando de expedir em
Favorecimento Pessoal tempo oportuno ou de executar imediata-
mente a ordem de liberdade;
Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autori-
dade pública autor de crime a que é cominada III – submete pessoa que está sob sua guarda
pena de reclusão: ou custódia a vexame ou a constrangimento
não autorizado em lei;
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
IV – efetua, com abuso de poder, qualquer
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de re- diligência.
clusão:
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de
Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e segurança
multa.
Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, legalmente presa ou submetida a medida de se-
descendente, cônjuge ou irmão do crimino- gurança detentiva:
so, fica isento de pena.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada,
ou por mais de uma pessoa, ou mediante ar-

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rombamento, a pena é de reclusão, de dois a Patrocínio simultâneo ou tergiversação


seis anos.
Parágrafo único. Incorre na pena deste ar-
§ 2º Se há emprego de violência contra pes- tigo o advogado ou procurador judicial que
soa, aplica-se também a pena corresponden- defende na mesma causa, simultânea ou su-
te à violência. cessivamente, partes contrárias.
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro Sonegação de Papel ou Objeto de Valor
anos, se o crime é praticado por pessoa sob Probatório
cuja custódia ou guarda está o preso ou o in-
ternado. Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou dei-
xar de restituir autos, documento ou objeto de
§ 4º No caso de culpa do funcionário incum- valor probatório, que recebeu na qualidade de
bido da custódia ou guarda, aplica-se a pena advogado ou procurador:
de detenção, de três meses a um ano, ou
multa. Pena – detenção, de seis meses a três anos, e
multa.
Evasão Mediante Violência Contra a Pessoa
Exploração de Prestígio
Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou
o indivíduo submetido a medida de segurança Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qual-
detentiva, usando de violência contra a pessoa: quer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz,
jurado, órgão do Ministério Público, funcionário
Pena – detenção, de três meses a um ano, além de justiça, perito, tradutor, intérprete ou teste-
da pena correspondente à violência. munha:
Arrebatamento de Preso Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, Parágrafo único. As penas aumentam-se de
do poder de quem o tenha sob custódia ou guar- um terço, se o agente alega ou insinua que
da: o dinheiro ou utilidade também se destina a
qualquer das pessoas referidas neste artigo.
Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da
pena correspondente à violência. Violência ou Fraude em Arrematação Judicial
Motim de Presos Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrema-
tação judicial; afastar ou procurar afastar concor-
Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a rente ou licitante, por meio de violência, grave
ordem ou disciplina da prisão: ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou
da pena correspondente à violência. multa, além da pena correspondente à violência.
Patrocínio Infiel Desobediência a Decisão Judicial Sobre Perda
Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou pro- ou Suspensão de Direito
curador, o dever profissional, prejudicando inte- Art. 359. Exercer função, atividade, direito, auto-
resse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: ridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e por decisão judicial:
multa. Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou
multa.

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CAPÍTULO IV Prestação de Garantia Graciosa
DOS CRIMES CONTRA AS Art. 359-E. Prestar garantia em operação de cré-
FINANÇAS PÚBLICAS dito sem que tenha sido constituída contra ga-
rantia em valor igual ou superior ao valor da ga-
Contratação de Operação de Crédito rantia prestada, na forma da lei:
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar opera- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
ção de crédito, interno ou externo, sem prévia
autorização legislativa: Não Cancelamento de Restos a Pagar

Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
promover o cancelamento do montante de res-
Parágrafo único. Incide na mesma pena tos a pagar inscrito em valor superior ao permi-
quem ordena, autoriza ou realiza operação tido em lei:
de crédito, interno ou externo:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
I – com inobservância de limite, condição ou anos.
montante estabelecido em lei ou em resolu-
ção do Senado Federal; Aumento de Despesa Total com Pessoal no
Último Ano do Mandato Ou Legislatura
II – quando o montante da dívida consoli-
dada ultrapassa o limite máximo autorizado Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato
por lei. que acarrete aumento de despesa total com pes-
soal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final
Inscrição de Despesas não Empenhadas em do mandato ou da legislatura:
Restos a Pagar
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em
restos a pagar, de despesa que não tenha sido Oferta Pública ou Colocação de Títulos no
previamente empenhada ou que exceda limite Mercado
estabelecido em lei: Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) oferta pública ou a colocação no mercado finan-
anos. ceiro de títulos da dívida pública sem que tenham
sido criados por lei ou sem que estejam registra-
Assunção de Obrigação no Último Ano do dos em sistema centralizado de liquidação e de
Mandato ou Legislatura custódia:
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
obrigação, nos dois últimos quadrimestres do
último ano do mandato ou legislatura, cuja des-
pesa não possa ser paga no mesmo exercício
financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Ordenação de Despesa não Autorizada
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por
lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

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Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

MATERIAL COMPLEMENTAR

CRIMES CONTRA A ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA

1. Art. 312 , CP : Peculato (IMPORTANTE)


•• Espécies: caput: peculato-apropriação e peculato-desvio
•• Parágrafo 1º : peculato-furto
•• crime material
•• admite tentativa
•• cabe o arrependimento posterior, nos termos do art. 16, CP e após o recebimento da denún-
cia cabe a atenuante genérica do art. 65, III, b, CP.
•• admite a forma culposa : art. 312, parágrafo 2º, CP
•• art. 312, parágrafo 3º, CP : reparação no dano (não aplica-se, neste caso, o art. 16, CP, eis que
temos regra especial, sendo uma forma de extinção da punibilidade, conforme o citado dis-
positivo legal, 1ª parte)
•• apesar de ser um crime próprio, o terceiro que não é funcionário público, responde pelo tipo
penal, consoante art. 30, CP.
2. Art. 313, CP: Peculato mediante erro de outrem (IMPORTANTE)
•• -“peculato-estelionato”
•• - o agente apropria-se de bem de terceiro por erro da vítima
•• - não confundir com art. 171, CP, caso o agente crie o erro em desfavor da referida vítima
3. Art. 313-A, CP : Inserção de dados falsos em sistemas de informações
•• sujeito ativo : somente o funcionário autorizado
4. Art. 314, CP : Extravio, sonegação de livro ou documento oficial (IMPORTANTE)
•• princípio da subsidiariedade expressa
•• art. 3º, I, lei 8137/90 : princípio da especialidade
5. Art. 316 : concussão (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “exigir”
•• crime formal
•• qualquer vantagem, não necessariamente patrimonial
•• cabe arrependimento posterior (art. 16, CP)
•• em tese, admite-se a tentativa.
•• art. 3º, II, lei 8137/90 : princípio da especialidade
6. Art. 317, CP : corrupção passiva (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “solicitar” ou “receber” ou “aceitar promessa”
•• crime formal
•• crime próprio
•• objeto material : vantagem indevida
•• exceção à teoria monista da ação : art. 29, CP (art. 333, CP)
•• parágrafo 2º : corrupção passiva privilegiada
•• não confundir com art. 333, CP

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•• art. 3º, II, lei 8137/90 : princípio da especialidade
7. Art. 318, CP : facilitação de contrabando ou descaminho (IMPORTANTE)
•• exceção à teoria monista : art. 29, CP (art. 334, CP e art. 334-A, CP)
•• sujeito ativo : somente o funcionário público que agir com infração do dever funcional
•• crime próprio
8. Art. 319, CP : prevaricação (IMPORTANTE)
•• dolo de fazer ou deixar de fazer alguma coisa com o objetivo de satisfazer sentimento ou in-
teresse pessoal
•• consuma-se com a omissão
•• crime próprio
•• nas condutas omisssivas, não se admite a tentativa, enquanto nas condutas comissivas, é per-
feitamente possível.
•• não confundir com os crimes dos arts. 317, parágrafo 2º, CP e art. 320, CP
9. Art. 320, CP : Condescendência Criminosa (IMPORTANTE)
•• crime próprio
•• não confundir com prevaricação, art. 319, CP
•• elemento subjetivo do tipo : por indulgência
10. Art. 321, CP : Advocacia Administrativa (IMPORTANTE)
•• crime próprio
•• núcleo do tipo : “patrocinar” : favorecer, advogar interesse perante a administração pública
•• art. 3º, III, lei 8137/90 : princípio da especialidade
11. Art. 327, CP : conceito legal de funcionário público (IMPORTANTE)
•• conceito mais amplo do que o conceito de funcionário público no Direito Administrativo
•• crimes funcionais próprios : a ausência da qualidade de funcionário público torna o fato atípi-
co : art. 319, CP; art. 320, CP
•• crimes funcionais impróprios : a ausência da qualidade de funcionário público não torna o
fato atípico : art. Art. 312, CP, o qual pode ser art. 168, CP,uma vez não sendo o autor funcio-
nário público
12. Art. 328, CP: Usurpação de Função Pública
•• núcleo do tipo : apoderar-se
•• os crimes do capítulo II são de particulares contra a Administração Pública
•• parágrafo único : forma qualificada
13. Art. 329, CP : Resistência (IMPORTANTE)
•• deve ser mediante grave ameaça ou violência
•• crime formal
•• sujeito passivo : Estado, funcionário público que executa o ato ou o terceiro que o auxilia
•• resistência passiva : art. 330, CP

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Direito Penal – Crimes Contra a Administração Pública – Prof. Joerberth Nunes

•• parágrafo 2º, CP : concurso de crimes com o crime de lesões leves, graves ou gravíssimas ou
homicídio; a simples ameaça, se este for o meio executório restará absorvida.
14. Art. 330, CP : Desobediência
•• ordem legal;
•• pode ser omissivo ou comissivo
15. Art. 331, CP : Desacato (IMPORTANTE)
•• é desacatar funcionário público em razão de sua função, ainda que fora dela, porém devido à
função
•• pode ser por meio de qualquer ato;
•• deve ser na presença do funcionário público, sob pena de ser outro crime, nos termos do art.
138, 139, 140, c/c art. 141, II, CP
16. Art. 332, CP : Tráfico de Influência (IMPORTANTE)
•• crime formal
•• objeto material : qualquer vantagem ou promessa de vantagem
•• diferenciar do art. 357, CP
17. Art. 333, CP : Corrupção ativa (IMPORTANTE)
•• núcleo do tipo : “oferecer” ou “prometer”
•• crime formal
•• não confundir com o crime do art. 317, CP
18. Art. 334, CP : Descaminho
•• descaminho : iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido na en-
trada ou saída de mercadoria permitida
•• princípio da insignificância
19. Art. 334-A, CP : Contrabando
•• contrabando : ingressou exportação no país de mercadoria ilegal
20. Art. 337-A : sonegação de contribuição previdenciária (IMPORTANTE)
•• suprimir : eliminar; reduzir : diminuir
•• parágrafo 2º : perdão judicial
21. Art. 339, CP : Denunciação Caluniosa
•• atribuir a alguém (determinado) a prática de um crime. No que à contravenção, vide art. 339,
parágrafo 2º, CP

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•• imputação de fato preciso e determinado
22. Art. 340, CP :Falsa Comunicação de Crime ou Contravenção
•• o agente comunica falsamente a prática de crime ou contravenção, sem, no entanto, atribuir
a terceiro determinado
23. Art. 341, CP : Auto-Acusação Falsa
•• núcleo do tipo : atribuir a si a autoria de crime inexistente ou praticado por terceiro
•• pode haver concurso de crimes com o art. 339, CP
24. Art. 342, CP : Falso Testemunho ou Falsa Perícia
•• núcleo do tipo : “fazer afirmação falsa”, “negar” ou “calar a verdade” (reticência)
•• crime de mão própria
•• ver parágrafo 1º e parágrafo 2º (retratação, como forma de extinção da punibilidade, art. 107,
CP)
•• não confundir com o crime do art. 138, CP
25. Art. 343, CP : Suborno
•• se for contra perito, contador, tradutor ou intérprete oficial, haverá o crime do art. 333, CP, eis
que se trata de funcionários públicos
•• objeto material : dinheiro ou qualquer vantagem
26. Art. 344, CP : Coação no curso do Processo
•• meios de execução : violência ou grave ameaça
27. Art. 348, CP : Favorecimento Pessoal
•• ver parágrafos
28. Art. 349, CP : Favorecimento Real
•• não confundir com art. 180, CP
29. Art. 350, CP : Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder :
•• diferenciar do crime de Abuso de Autoridade da lei 4898/65
30. Art. 359-A a H : Crimes contra as Finanças Públicas
•• leitura atenta (IMPORTANTE)

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Direito Penal

LEI DO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 4898/65)

TÍTULO XI corrível, extingue a punibilidade; se lhe é


posterior, reduz de metade a pena imposta.
Dos Crimes Contra a Peculato Mediante Erro de Outrem
Administração Pública
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
por erro de outrem:
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO Inserção de dados falsos em sistema de infor-
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO mações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
EM GERAL Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
Peculato autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de
sistemas informatizados ou bancos de dados
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
da Administração Pública com o fim de obter
público ou particular, de que tem a posse em ra-
vantagem indevida para si ou para outrem ou
zão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
ou alheio:
2000))
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcio- multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
nário público, embora não tendo a posse do
Modificação ou Alteração não Autorizada de
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con-
Sistema de Informações (Incluído pela Lei nº
corre para que seja subtraído, em proveito
9.983, de 2000)
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade
que lhe proporciona a qualidade de funcio- Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
nário. sistema de informações ou programa de infor-
mática sem autorização ou solicitação de auto-
Peculato Culposo
ridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983,
§ 2º Se o funcionário concorre culposamen- de 2000)
te para o crime de outrem:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
Pena – detenção, de três meses a um ano. anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a repa-
ração do dano, se precede à sentença irre-

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Parágrafo único. As penas são aumentadas Corrupção Passiva
de um terço até a metade se da modificação
ou alteração resulta dano para a Adminis- Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para ou-
tração Pública ou para o administrado.(In- trem, direta ou indiretamente, ainda que fora
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) da função ou antes de assumi-la, mas em razão
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou de tal vantagem:
Documento
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
Art. 314 – Extraviar livro oficial ou qualquer e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
documento, de que tem a guarda em razão do 12.11.2003)
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcial-
mente: § 1º A pena é aumentada de um terço, se,
em conseqüência da vantagem ou promes-
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato sa, o funcionário retarda ou deixa de prati-
não constitui crime mais grave. car qualquer ato de ofício ou o pratica in-
fringindo dever funcional.
Emprego Irregular de Verbas ou Rendas
Públicas § 2º Se o funcionário pratica, deixa de prati-
car ou retarda ato de ofício, com infração de
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas apli- dever funcional, cedendo a pedido ou influ-
cação diversa da estabelecida em lei: ência de outrem:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
Concussão multa.

Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta Facilitação de Contrabando ou Descaminho
ou indiretamente, ainda que fora da função ou Art. 318. Facilitar, com infração de dever fun-
antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta- cional, a prática de contrabando ou descaminho
gem indevida: (art. 334):
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
Excesso de Exação multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou con-
tribuição social que sabe ou deveria saber Prevaricação
indevido, ou, quando devido, emprega na Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevi-
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a damente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº posição expressa de lei, para satisfazer interesse
8.137, de 27.12.1990) ou sentimento pessoal:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e Pena – detenção, de três meses a um ano, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de multa.
27.12.1990)
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito e/ou agente público, de cumprir seu dever de
próprio ou de outrem, o que recebeu inde- vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico,
vidamente para recolher aos cofres públi- de rádio ou similar, que permita a comunicação
cos: com outros presos ou com o ambiente externo:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).

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Direito Penal – Lei do Crime de Abuso de Autoridade – Prof. Joerberth Nunes

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
Prolongado
Condescendência Criminosa
Art. 324 Entrar no exercício de função pública
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, antes de satisfeitas as exigências legais, ou con-
de responsabilizar subordinado que cometeu tinuar a exercê-la, sem autorização, depois de
infração no exercício do cargo ou, quando lhe saber oficialmente que foi exonerado, removi-
falte competência, não levar o fato ao conheci- do, substituído ou suspenso:
mento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
multa.
Violação de Sigilo Funcional
Advocacia Administrativa
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em ra-
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, in- zão do cargo e que deva permanecer em segre-
teresse privado perante a administração públi- do, ou facilitar-lhe a revelação:
ca, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre
Pena – detenção, de três meses a um ano, além quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
da multa. I – permite ou facilita, mediante atribuição,
Violência Arbitrária fornecimento e empréstimo de senha ou
qualquer outra forma, o acesso de pesso-
Art. 322. Praticar violência, no exercício de fun- as não autorizadas a sistemas de informa-
ção ou a pretexto de exercê-la: ções ou banco de dados da Administração
Pena – detenção, de seis meses a três anos, Pública;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
além da pena correspondente à violência. II – se utiliza, indevidamente, do acesso res-
Abandono de Função trito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos ca- § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
sos permitidos em lei: Administração Pública ou a outrem: (Incluí-
do pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Violação do Sigilo de Proposta de Concorrência
Pena – detenção, de três meses a um ano, e
multa. Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de con-
corrência pública, ou proporcionar a terceiro o
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendi- ensejo de devassá-lo:
do na faixa de fronteira:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e
Pena – detenção, de um a três anos, e multa. multa.
Funcionário Público
Art. 327. Considera-se funcionário público, para
os efeitos penais, quem, embora transitoria-

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mente ou sem remuneração, exerce cargo, em- § 2º A pena será aumentada da terça par-
prego ou função pública. te quando os autores dos crimes previstos
neste Capítulo forem ocupantes de cargos
§ 1º Equipara-se a funcionário público em comissão ou de função de direção ou
quem exerce cargo, emprego ou função em assessoramento de órgão da administração
entidade paraestatal, e quem trabalha para direta, sociedade de economia mista, em-
empresa prestadora de serviço contratada presa pública ou fundação instituída pelo
ou conveniada para a execução de atividade poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799,
típica da Administração Pública. (Incluído de 1980)
pela Lei nº 9.983, de 2000)

LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965

Regula o Direito de Representação e o processo a) à liberdade de locomoção;


de Responsabilidade Administrativa Civil e Pe-
nal, nos casos de abuso de autoridade. b) à inviolabilidade do domicílio;

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o c) ao sigilo da correspondência;


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- d) à liberdade de consciência e de crença;
guinte Lei:
e) ao livre exercício do culto religioso;
Art. 1º O direito de representação e o processo
de responsabilidade administrativa civil e penal, f) à liberdade de associação;
contra as autoridades que, no exercício de suas
g) aos direitos e garantias legais assegura-
funções, cometerem abusos, são regulados pela
dos ao exercício do voto;
presente lei.
h) ao direito de reunião;
Art. 2º O direito de representação será exercido
por meio de petição: i) à incolumidade física do indivíduo;
a) dirigida à autoridade superior que tiver j) aos direitos e garantias legais assegurados
competência legal para aplicar, à autoridade ao exercício profissional. (Incluído pela Lei
civil ou militar culpada, a respectiva sanção; nº 6.657,de 05/06/79)
b) dirigida ao órgão do Ministério Público Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
que tiver competência para iniciar proces-
so-crime contra a autoridade culpada. a) ordenar ou executar medida privativa da
liberdade individual, sem as formalidades
Parágrafo único. A representação será feita legais ou com abuso de poder;
em duas vias e conterá a exposição do fato
constitutivo do abuso de autoridade, com b) submeter pessoa sob sua guarda ou cus-
todas as suas circunstâncias, a qualificação tódia a vexame ou a constrangimento não
do acusado e o rol de testemunhas, no má- autorizado em lei;
ximo de três, se as houver. c) deixar de comunicar, imediatamente, ao
Art. 3º Constitui abuso de autoridade qualquer juiz competente a prisão ou detenção de
atentado: qualquer pessoa;

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Direito Penal – Lei do Crime de Abuso de Autoridade – Prof. Joerberth Nunes

d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento e) demissão;


de prisão ou detenção ilegal que lhe seja co-
municada; f) demissão, a bem do serviço público.

e) levar à prisão e nela deter quem quer § 2º A sanção civil, caso não seja possível fi-
que se proponha a prestar fiança, permitida xar o valor do dano, consistirá no pagamen-
em lei; to de uma indenização de quinhentos a dez
mil cruzeiros.
f) cobrar o carcereiro ou agente de autori-
dade policial carceragem, custas, emolu- § 3º A sanção penal será aplicada de acordo
mentos ou qualquer outra despesa, desde com as regras dos artigos 42 a 56 do Código
que a cobrança não tenha apoio em lei, Penal e consistirá em:
quer quanto à espécie quer quanto ao seu a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
valor;
b) detenção por dez dias a seis meses;
g) recusar o carcereiro ou agente de auto-
ridade policial recibo de importância rece- c) perda do cargo e a inabilitação para o
bida a título de carceragem, custas, emolu- exercício de qualquer outra função pública
mentos ou de qualquer outra despesa; por prazo até três anos.

h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio § 4º As penas previstas no parágrafo ante-


de pessoa natural ou jurídica, quando prati- rior poderão ser aplicadas autônoma ou
cado com abuso ou desvio de poder ou sem cumulativamente.
competência legal;
§ 5º Quando o abuso for cometido por
i) prolongar a execução de prisão tempo- agente de autoridade policial, civil ou mili-
rária, de pena ou de medida de segurança, tar, de qualquer categoria, poderá ser comi-
deixando de expedir em tempo oportuno nada a pena autônoma ou acessória, de não
ou de cumprir imediatamente ordem de poder o acusado exercer funções de nature-
liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de za policial ou militar no município da culpa,
21/12/89) por prazo de um a cinco anos.

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos art. 7º recebida a representação em que for so-
desta lei, quem exerce cargo, emprego ou fun- licitada a aplicação de sanção administrativa, a
ção pública, de natureza civil, ou militar, ainda autoridade civil ou militar competente determi-
que transitoriamente e sem remuneração. nará a instauração de inquérito para apurar o
fato.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu
autor à sanção administrativa civil e penal. § 1º O inquérito administrativo obedecerá
às normas estabelecidas nas leis municipais,
§ 1º A sanção administrativa será aplicada estaduais ou federais, civis ou militares, que
de acordo com a gravidade do abuso come- estabeleçam o respectivo processo.
tido e consistirá em:
§ 2º não existindo no município no Estado
a) advertência; ou na legislação militar normas reguladoras
b) repreensão; do inquérito administrativo serão aplicadas
supletivamente, as disposições dos arts.
c) suspensão do cargo, função ou posto por 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro
prazo de cinco a cento e oitenta dias, com de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos
perda de vencimentos e vantagens; Civis da União).
d) destituição de função;

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§ 3º O processo administrativo não poderá § 2º No caso previsto na letra a deste artigo
ser sobrestado para o fim de aguardar a de- a representação poderá conter a indicação
cisão da ação penal ou civil. de mais duas testemunhas.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao in-
funcional da autoridade civil ou militar. vés de apresentar a denúncia requerer o arqui-
vamento da representação, o Juiz, no caso de
Art. 9º Simultaneamente com a representação considerar improcedentes as razões invocadas,
dirigida à autoridade administrativa ou inde- fará remessa da representação ao Procurador-
pendentemente dela, poderá ser promovida -Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará
pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou outro órgão do Ministério Público para oferecê-
penal ou ambas, da autoridade culpada. -la ou insistirá no arquivamento, ao qual só en-
Art. 10. Vetado tão deverá o Juiz atender.

Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não
do Código de Processo Civil. oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei,
será admitida ação privada. O órgão do Minis-
Art. 12. A ação penal será iniciada, independen- tério Público poderá, porém, aditar a queixa,
temente de inquérito policial ou justificação por repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e in-
denúncia do Ministério Público, instruída com a tervir em todos os termos do processo, interpor
representação da vítima do abuso. recursos e, a todo tempo, no caso de negligên-
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a re- cia do querelante, retomar a ação como parte
presentação da vítima, aquele, no prazo de qua- principal.
renta e oito horas, denunciará o réu, desde que Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do
o fato narrado constitua abuso de autoridade, prazo de quarenta e oito horas, proferirá despa-
e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, cho, recebendo ou rejeitando a denúncia.
a designação de audiência de instrução e julga-
mento. § 1º No despacho em que receber a denún-
cia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora
§ 1º A denúncia do Ministério Público será para a audiência de instrução e julgamento,
apresentada em duas vias. que deverá ser realizada, improrrogavel-
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso mente. dentro de cinco dias.
de autoridade houver deixado vestígios o ofen- § 2º A citação do réu para se ver processar,
dido ou o acusado poderá: até julgamento final e para comparecer à
a) promover a comprovação da existência audiência de instrução e julgamento, será
de tais vestígios, por meio de duas testemu- feita por mandado sucinto que, será acom-
nhas qualificadas; panhado da segunda via da representação e
da denúncia.
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas
antes da audiência de instrução e julgamen- Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa
to, a designação de um perito para fazer as poderão ser apresentada em juízo, independen-
verificações necessárias. temente de intimação.

§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu Parágrafo único. Não serão deferidos pe-
relatório e prestarão seus depoimentos ver- didos de precatória para a audiência ou a
balmente, ou o apresentarão por escrito, intimação de testemunhas ou, salvo o caso
querendo, na audiência de instrução e jul- previsto no artigo 14, letra "b", requerimen-
gamento. tos para a realização de diligências, perícias
ou exames, a não ser que o Juiz, em despa-

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Direito Penal – Lei do Crime de Abuso de Autoridade – Prof. Joerberth Nunes

cho motivado, considere indispensáveis tais Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o repre-
providências. sentante do Ministério Público ou o advogado
que houver subscrito a queixa, o advogado ou
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o defensor do réu e o escrivão.
porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça
declare aberta a audiência, apregoando em se- Art. 27. Nas comarcas onde os meios de trans-
guida o réu, as testemunhas, o perito, o repre- porte forem difíceis e não permitirem a obser-
sentante do Ministério Público ou o advogado vância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá
que tenha subscrito a queixa e o advogado ou aumentá-las, sempre motivadamente, até o do-
defensor do réu. bro.
Parágrafo único. A audiência somente dei- Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as
xará de realizar-se se ausente o Juiz. normas do Código de Processo Penal, sempre
que compatíveis com o sistema de instrução e
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marca- julgamento regulado por esta lei.
da o Juiz não houver comparecido, os presentes
poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar Parágrafo único. Das decisões, despachos e
do livro de termos de audiência. sentenças, caberão os recursos e apelações
previstas no Código de Processo Penal.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento
será pública, se contrariamente não dispuser o Art. 29. Revogam-se as disposições em contrá-
Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e rio.
dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excep-
cionalmente, no local que o Juiz designar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualifi-
cação e o interrogatório do réu, se estiver pre-
sente.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu
nem seu advogado, o Juiz nomeará imedia-
tamente defensor para funcionar na audi-
ência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o
perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao
Ministério Público ou ao advogado que houver
subscrito a queixa e ao advogado ou defensor
do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada
um, prorrogável por mais dez (10), a critério do
Juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá
imediatamente a sentença.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão la-
vrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo
que conterá, em resumo, os depoimentos e as
alegações da acusação e da defesa, os requeri-
mentos e, por extenso, os despachos e a sen-
tença.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL

PROFESSOR JOERBERTH NUNES

LEI 4898/65
(CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE)

1. CONCEITO : É UM CRIME FUNCIONAL, PRATICADO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO (AUTORI-


DADE) CONTRA A ADMINSITRAÇÃO PÚBLICA, SENDO A CONDIÇÃO DE AUTORIDADE PÚBLI-
CA UMA ALEMENTAR DO TIPO PENAL.

2. SUJEITO ATIVO : ART. 5º; CRIME PRÓPRIO; NÃO SE CONFUNDE COM O CONCEITO DE FUN-
CIONÁRIO PÚBLICO DO ART. 327, CP.; CABE CONCURSO DE PESSOAS COM PARTICULAR,
NOS TERMOS DO ART. 30, CP;

3. SUJEITO PASSIVO : DIRETO/INDIRETO

4. ELEMENTOS DO TIPO PENAL : SUJEITO ATIVO/PASSIVO; OBJETO JURÍDICO; OBJETO MATE-


RIAL; MATERIALIDADE;

5. TIPOS PENAIS EM ESPÉCIE : ARTS. 3º (CRIME DE ATENTADO) E 4º; LEMBRAR QUE O ART. 4º,
“d”, LEI 4898/65 É UM CRIME DE MÃO PRÓPRIA;

6. SANÇÃO PENAL : ART. 6º E PARÁGRAFOS 3º, 4º, 5º;

7. ESPÉCIE DE AÇÃO PENAL : PÚBLICA INCONDICIONADA : ARTS. 2º E 12, LEI 4898/65;

8. PROCEDIMENTO : ARTS. 7º EM DIANTE :ESPECIAL, CONTUDO, COMMO ADVENTO DA LEI


9099/95, ALTERADA PELA LEI 11313/06, SEGUE RITO SUMARÍSSIMO;

9. EM RELAÇÃO AOS ARTS. 230 A 232, LEI 8069/90, ESTA É LEI ESPECIAL, DADO O PRINCÍPIO
DA ESPECIALIDADE;

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Direito Penal

LEI DO CRIME DE RACISMO (LEI 7.716/89)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o § 2º Ficará sujeito às penas de multa e de


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- prestação de serviços à comunidade, in-
guinte Lei: cluindo atividades de promoção da igualda-
de racial, quem, em anúncios ou qualquer
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os outra forma de recrutamento de trabalha-
crimes resultantes de discriminação ou precon- dores, exigir aspectos de aparência próprios
ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência de raça ou etnia para emprego cujas ativi-
nacional. dades não justifiquem essas exigências.
Art. 2º (Vetado). Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabeleci-
devidamente habilitado, a qualquer cargo da mento comercial, negando-se a servir, atender
Administração Direta ou Indireta, bem como ou receber cliente ou comprador.
das concessionárias de serviços públicos.
Pena: reclusão de um a três anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
quem, por motivo de discriminação de raça, Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou
cor, etnia, religião ou procedência nacional, ingresso de aluno em estabelecimento de ensi-
obstar a promoção funcional. no público ou privado de qualquer grau.
Pena: reclusão de dois a cinco anos. Pena: reclusão de três a cinco anos.
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa Parágrafo único. Se o crime for pratica-
privada. do contra menor de dezoito anos a pena é
agravada de 1/3 (um terço).
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por mo-
tivo de discriminação de raça ou de cor ou Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospeda-
práticas resultantes do preconceito de des- gem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer
cendência ou origem nacional ou étnica: estabelecimento similar.
I – deixar de conceder os equipamentos ne- Pena: reclusão de três a cinco anos.
cessários ao empregado em igualdade de
condições com os demais trabalhadores; Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimen-
to em restaurantes, bares, confeitarias, ou lo-
II – impedir a ascensão funcional do empre- cais semelhantes abertos ao público.
gado ou obstar outra forma de benefício
profissional; Pena: reclusão de um a três anos.

III – proporcionar ao empregado tratamen- Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimen-


to diferenciado no ambiente de trabalho, to em estabelecimentos esportivos, casas de di-
especialmente quanto ao salário. versões, ou clubes sociais abertos ao público.

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Pena: reclusão de um a três anos. § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou
veicular símbolos, emblemas, ornamentos,
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimen- distintivos ou propaganda que utilizem a
to em salões de cabeleireiros, barbearias, ter- cruz suástica ou gamada, para fins de divul-
mas ou casas de massagem ou estabelecimento gação do nazismo.
com as mesmas finalidades.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Pena: reclusão de um a três anos.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em caput é cometido por intermédio dos meios
edifícios públicos ou residenciais e elevadores de comunicação social ou publicação de
ou escada de acesso aos mesmos: qualquer natureza:
Pena: reclusão de um a três anos. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes § 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz
públicos, como aviões, navios barcas, barcos, poderá determinar, ouvido o Ministério Pú-
ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de blico ou a pedido deste, ainda antes do in-
transporte concedido. quérito policial, sob pena de desobediência:
Pena: reclusão de um a três anos. I – o recolhimento imediato ou a busca e
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém apreensão dos exemplares do material res-
ao serviço em qualquer ramo das Forças Arma- pectivo;
das. II – a cessação das respectivas transmissões
Pena: reclusão de dois a quatro anos. radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da
publicação por qualquer meio;
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio
ou forma, o casamento ou convivência familiar III – a interdição das respectivas mensagens
e social. ou páginas de informação na rede mundial
de computadores.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da
Art. 15. (Vetado). condenação, após o trânsito em julgado da
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda decisão, a destruição do material apreendi-
do cargo ou função pública, para o servidor pú- do.
blico, e a suspensão do funcionamento do esta- Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
belecimento particular por prazo não superior a publicação.
três meses.
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrá-
Art. 17. (Vetado). rio.
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e
17 desta Lei não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discrimina-
ção ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.

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