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O
s estudantes de Ensino Médio quantas bolinhas se moverão na outra ex-
demonstram preferência pelas tremidade do pêndulo. Os alunos obser- Mauro Costa da Silva
aulas experimentais, quando varão que o número de bolinhas que ini- Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, RJ,
supostamente o conhecimento é tratado ciam o movimento em uma extremidade Brasil
de forma “mais concreta”, “aprender na é sempre igual ao número de bolinhas que E-mail: maurocostasilva@ig.com.br
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prática”, como costumam dizer. Sem partem na extremidade oposta, após cada
avançar na discussão epistemológica en- colisão. Este resultado, definitivamente,
tre empirismo e racionalismo, o pêndulo não é intuitivo. Pode-se avançar nas de-
de Newton (Fig. 1) pode contribuir para monstrações, escolhendo duas bolinhas
mostrar que a obser- em uma extremidade
vação de um fenôme- Antes de iniciar a e uma única na extre-
no desperta o interesse apresentação, é interessante o midade oposta, e
momentâneo dos alu- professor chamar a atenção dos soltando-as simulta-
nos, mas somente o alunos não apenas para o que neamente. Qualquer
estudo sistemático e o eles observarão, mas também outra combinação de
domínio dos conteú- para o que eles não observarão número igual ao de-
dos poderão levar os sigual de bolinhas em
estudantes à compreensão dos fatos obser- ambas as extremidades é possível a fim
vados. de enriquecer a apresentação.
A abordagem aqui proposta pretende
promover uma aula diferente daquelas em Reflexões
que o professor apresenta os conteúdos, Após fazer todas as demonstrações
explica e resolve exercícios. Na verdade, que achar conveniente, o professor pode
essa abordagem é complementar às aulas começar suas indagações: se as bolinhas
normalmente ministradas. O professor não estão presas umas às outras,1 por que
pode apresentar em sala de aula o pêndulo o pêndulo de Newton apresenta sempre o
de Newton, fazendo as bolinhas oscilar, e mesmo resultado - o número de bolinhas
motivar os alunos a utilizar seus conhe- que se movimentam em uma extremidade
cimentos de física a fim de explicar o fun- é sempre igual ao que se movimenta no
cionamento.
Procedimento
Antes de iniciar a apresentação, é in-
teressante o professor chamar a atenção
dos alunos não apenas para o que eles
observarão, mas também para o que eles
não observarão (isto permitirá o profes-
sor discutir sobre os “possíveis” resultados
que não são verificados). O pêndulo deve
ser colocado sobre uma mesa horizontal Este artigo propõe uma prática docente para
e mantido em repouso. Na dinâmica da os estudantes de ensino médio como forma de
apresentação, os alunos observarão o pro- comprovação dos princípios de conservação.
A prática prevê a utilização do pêndulo de New-
fessor realizar uma série de oscilações com
ton como forma de instigar os alunos à obser-
o pêndulo: inicialmente utilizando apenas vação crítica das múltiplas possibilidades de co-
uma bolinha; depois duas, três e quatro lisão nesse pêndulo, e motivá-los a encontrar
bolinhas. Antes de cada demonstração o uma explicação baseada nos conhecimentos
professor pode indagar ao grupo sobre Figura 1 - O pêndulo de Newton. adquiridos sobre mecânica

Física na Escola, v. 11, n. 1, 2010 O pêndulo de Newton 45


lado oposto? O professor poderá funda- mento:
mentar o “estranhamento” das observa-
ções verificadas no pêndulo lembrando mv = mv1 + m2v2 → mv =
mv1 + (xm)v2 → v = v1 + xv2 (1)
que o princípio de conservação da energia
permite que uma bolinha ao colidir em Considerando as colisões elásticas
um lado possa mover, por exemplo, duas Portanto
(coeficiente de restituição e = 1)
no lado oposto, basta que a velocidade das v1 = 0 e v2 = v
duas bolinhas seja convenientemente (2)
menor que a velocidade da primeira boli- O resultado comprova que o número
de bolinhas que colidem numa extremi-
nha no instante da colisão. O professor Montando um sistema com as Eqs. dade é igual ao número de bolinhas que
pode ainda lembrar o princípio de conser- (1) e (2) partem do outro lado.
vação da quantidade de movimento para
mostrar que esse princípio também não Conclusão
impede outras soluções. Então, o que está Para concluir, vale ressaltar aos alu-
havendo? Diante de uma condição inicial, (3) nos que o ensino de física, que prima por
por que a natureza escolhe sempre a mes- uma abordagem fenomenológica, pelo do-
ma solução final? Colocado o problema, mínio dos conceitos e valoriza as questões
deve-se dar aos alunos uns dias para que Substituindo o resultado da equação teóricas, não exclui o uso da matemática
pesquisem, antes de apresentar a solução. do sistema na Eq. (2) como ferramenta fundamental para
Alguns alunos acham que a solução é me- obtenção de resultados. Essa observação,
ramente teórica. Vale antecipar que a solu- óbvia para os professores de física, não
ção é numérica, e que os cálculos devem está tão clara para alguns alunos que se
ser apresentados. Caberá aos alunos per- dedicam ao estudo conceitual dos fenô-
(4)
ceber que a solução do problema se dá menos, mas deixam a matemática em um
quando os dois princípios de conservação plano secundário, um papel coadjuvante
citados são satisfeitos. no ensino da física. O pêndulo de Newton
Pelo princípio de conservação da ener- pode contribuir para enfatizar que, sem
Demonstração gia abandonar o estudo conceitual, algumas
A maioria dos livros do Ensino Médio questões “teóricas” só são resolvidas com
utiliza um modelo padrão que é apresen- a solução das equações.
tado no estudo das colisões (Fig. 2)2 . É (5)
possível demonstrar de maneira simples Notas
o funcionamento do pêndulo de Newton 1
Substituindo a Eq. (3) na Eq. (4) O que significa liberdade de movi-
a partir desse modelo. Sejam:
mento e, portanto, várias possibilidades
• m - massa que inicia a colisão (cor-
de resposta diante de uma condição inicial
responde a massa de uma ou mais
- por exemplo, uma bolinha poderia mo-
bolinhas); ver as outras quatro inicialmente em re-
• m2 - massa que parte após a colisão pouso, fazendo-as oscilar com pequena
da massa m; amplitude, ou fazer duas oscilarem com
• v - velocidade da massa m antes da amplitude um pouco maior, etc.
colisão; 2
O tratamento vetorial será dispen-
• v1 - velocidade da massa m após a sado em função de a colisão ser unidimen-
colisão; sional.
• v2 - velocidade da massa m2 após a
colisão.
Considerando que todas as bolas têm
a mesma massa, m2 = x.m, onde x é o
número de bolas que partem do outro lado
do pêndulo de Newton. Pelo princípio de
conservação da quantidade de movi-

(6)

Saiba mais
D. Halliday, R. Resnick and J. Walker, Fun-
Igualando as Eqs. (4) e (6) damentals of Physics Extended (John
Wiley & Sons, Inc. New York, 1997).
F.W. Sears e M.W. Zemansky,, Mecânica e
Hidrodinâmica (LTC, Rio de Janeiro,
1975), v. 1.
Figura 2 - Colisão unidimensional.

46 O pêndulo de Newton Física na Escola, v. 11, n. 1, 2010

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