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Livro Eletrônico

Aula 01

Direito Processual Penal p/ OAB 1ª Fase XXV Exame - Com videoaulas

Professor: Renan Araujo

12557693863 - Daniel
DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB
Teoria e exerc’cios comentados
Prof.
Renan Araujo Ð Aula 01

AULA 01: INQUƒRITO POLICIAL

SUMçRIO

1. INQUƒRITO POLICIAL ................................................................................. 3
1.1. NATUREZA E CARACTERêSTICAS .............................................................. 3
1.2. In’cio do IP (instaura•‹o do IP) ............................................................... 6
1.2.1. Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de a•‹o penal pœblica
incondicionada .................................................................................................. 6
1.2.1.1. De of’cio ........................................................................................... 6
1.2.1.2. Requisi•‹o do Juiz ou do MP ................................................................ 7
1.2.1.3. Requerimento da v’tima ou de seu representante legal ............................ 7
1.2.1.4. Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................ 8
1.2.2. Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Pœblica
Condicionada ˆ Representa•‹o .......................................................................... 8
1.2.2.1. Representa•‹o do Ofendido ou de seu representante legal .......................... 8
1.2.2.2. Requisi•‹o de autoridade Judici‡ria ou do MP ............................................ 9
1.2.2.3. Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................... 9
1.2.2.4. Requisi•‹o do Ministro da Justi•a ............................................................. 9
1.2.3. Formas de Instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Privada ......... 10
1.2.3.1. Requerimento da v’tima ou de quem legalmente a represente ................... 10
1.2.3.2. Requisi•‹o do Juiz ou do MP.................................................................. 10
1.2.3.3. Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................. 10
1.2.4. Fluxograma ......................................................................................... 10
1.3. Tramita•‹o do IP .................................................................................... 13
1.3.1. Dilig•ncias Investigat—rias .................................................................. 13
1.3.1.1. Requerimento de dilig•ncias pelo ofendido e pelo indiciado ....................... 16
1.3.1.2. Identifica•‹o criminal ........................................................................... 16
1.3.2. Curadoria ao indiciado menor ............................................................. 17
1.4. Forma de tramita•‹o .............................................................................. 17
1.5. Conclus‹o do inquŽrito policial ............................................................... 20
1.6. Poder de investiga•‹o do MP .................................................................. 24
2. RESUMO .................................................................................................... 27
3. EXERCêCIOS PARA PARATICAR ................................................................. 32
4. GABARITO ................................................................................................. 36

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Ol‡, meus amigos!

Na aula de hoje vamos estudar a principal forma pela qual se


desenvolve a investiga•‹o criminal, o InquŽrito Policial. Vamos analisar
seu in’cio, desenvolvimento, conclus‹o, arquivamento, etc.

Temos muitas quest›es interessantes, algumas bem recentes!


Aten•‹o!

Bons estudos!

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1.! INQUƒRITO POLICIAL

1.1.! NATUREZA E CARACTERêSTICAS


Antes de tudo, precisamos definir o que seria o InquŽrito Policial,
para, a partir da’, estudarmos os demais pontos. Podemos defini-lo como:
ÒInquŽrito policial Ž, pois, o conjunto de dilig•ncias realizadas pela Pol’cia Judici‡ria
para a apura•‹o de uma infra•‹o penal e sua autoria, a fim de que o titular da a•‹o
penal possa ingressar em ju’zoÓ.1

Assim, por Pol’cia Judici‡ria podemos entender a Pol’cia respons‡vel


por apurar fatos criminosos e coligir (reunir) elementos que apontem
se, de fato, houve o crime e quem o praticou (materialidade e autoria). A
Pol’cia Judici‡ria Ž representada, no Brasil, pela Pol’cia Civil e pela
Pol’cia Federal.
A Pol’cia Militar, por sua vez, n‹o tem fun•‹o investigat—ria, mas
apenas fun•‹o administrativa (Pol’cia administrativa), de car‡ter
ostensivo, ou seja, sua fun•‹o Ž agir na preven•‹o de crimes, n‹o na
sua apura•‹o! Cuidado com isso!
O IP tem natureza de procedimento administrativo, e n‹o de
processo judicial. Muito cuidado com isso!
O inquŽrito policial possui algumas caracter’sticas, atreladas ˆ sua
natureza. S‹o elas:

¥! O IP Ž administrativo - O InquŽrito Policial, por ser


instaurado e conduzido por uma autoridade policial, possui n’tido
car‡ter administrativo. O InquŽrito Policial n‹o Ž fase do
processo! Cuidado! O IP Ž prŽ-processual! Da’ porque eventual
irregularidade ocorrida durante a investiga•‹o n‹o gera
nulidade do processo. 2
¥! O IP Ž inquisitivo (inquisitorialidade) - A
inquisitorialidade do InquŽrito decorre de sua natureza prŽ-
processual3. No Processo temos autor (MP ou v’tima), acusado e Juiz.

1 1
Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 Ð Processo penal, volume 1 / Fernando da
Costa Tourinho Filho. Ð 28. ed. ver. e atual. - S‹o Paulo : Saraiva, 2006.
2
Este Ž o entendimento do STJ, no sentido de que eventuais nulidades ocorridas durante
a investiga•‹o n‹o contaminam a a•‹o penal, notadamente quando n‹o h‡ preju’zo
algum para a defesa (STJ - AgRg no HC 235840/SP).

3
Para entendermos, devemos fazer a distin•‹o entre sistema acusat—rio e sistema
inquisitivo.
O sistema acusat—rio Ž aquele no qual h‡ dialŽtica, ou seja, uma parte defende uma
tese, a outra parte rebate as teses da primeira e um Juiz, imparcial, julga a demanda.
Ou seja, o sistema acusat—rio Ž multilateral.

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No InquŽrito n‹o h‡ acusa•‹o, logo, n‹o h‡ nem autor, nem
acusado. O Juiz existe, mas ele n‹o conduz o IP, quem conduz o IP
Ž a autoridade policial (Delegado). No InquŽrito Policial, por ser
inquisitivo, n‹o h‡ direito ao contradit—rio nem ˆ ampla
defesa4. Como dissemos, no IP n‹o h‡ acusa•‹o alguma. H‡ apenas
um procedimento administrativo destinado a reunir informa•›es para
subsidiar um ato (oferecimento de denœncia ou queixa). N‹o h‡,
portanto, acusado, mas investigado ou indiciado (conforme o
andamento do IP).5 Em raz‹o desta aus•ncia de contradit—rio, o
valor probat—rio das provas obtidas no IP Ž muito pequeno,
servindo apenas para angariar elementos de convic•‹o ao titular da
a•‹o penal (o MP ou o ofendido, a depender do tipo de crime) para
que este ofere•a a denœncia ou queixa.

CUIDADO! O Juiz pode usar as provas obtidas no


InquŽrito para fundamentar sua decis‹o. O que o Juiz NÌO PODE Ž
fundamentar sua decis‹o somente com elementos obtidos
durante o IP. Nos termos do art. 155 do CPP: Art. 155. O juiz formar‡ sua
convic•‹o pela livre aprecia•‹o da prova produzida em contradit—rio judicial,
n‹o podendo fundamentar sua decis‹o exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investiga•‹o, ressalvadas as provas cautelares, n‹o
repet’veis e antecipadas. Vejam que mesmo nesse caso, existem exce•›es,
que s‹o aquelas provas colhidas durante a fase prŽ-processual em raz‹o
da impossibilidade de se esperar a Žpoca correta, por receio de n‹o se
poder mais obt•-las (ex.: Exame de corpo de delito).

¥! Oficiosidade Ð Em se tratando de crime de a•‹o penal


pœblica incondicionada, a autoridade policial deve instaurar o
InquŽrito Policial sempre que tiver not’cia da pr‡tica de um

J‡ o sistema inquisitivo Ž unilateral. N‹o h‡ acusador e acusado, nem a figura do Juiz
imparcial. No sistema inquisitivo n‹o h‡ acusa•‹o propriamente dita.
4
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124. Isso n‹o significa que o indiciado n‹o
possua direitos, como o de ser acompanhado por advogado, etc. Inclusive, o indiciado,
embora n‹o possua o Direito Constitucional ao Contradit—rio e ˆ ampla defesa
nesse caso, pode requerer sejam realizadas algumas dilig•ncias. Entretanto, a
realiza•‹o destas n‹o Ž obrigat—ria pela autoridade policial.
5
Entretanto, CUIDADO:
O STJ possui decis›es concedendo Habeas Corpus para determinar ˆ autoridade
policial que atenda a determinados pedidos de dilig•ncias;
O exame de corpo de delito n‹o pode ser negado, nos termos do art. 184 do CPP:
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negar‡ a per’cia requerida pelas partes, quando n‹o for necess‡ria ao esclarecimento da
verdade.

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delito desta natureza. Quando o crime for de a•‹o penal pœblica
incondicionada (regra), portanto, a instaura•‹o do IP poder‡ ser
realizada pela autoridade policial independentemente de provoca•‹o
de quem quer seja. ƒ claro que, se o MP j‡ dispuser dos elementos
necess‡rios ao ajuizamento da a•‹o penal, o IP n‹o precisa ser
iniciado. O que o inciso I do art. 5¼ quer dizer Ž que a autoridade
policial tem o poder-dever de instaur‡-lo, de of’cio, no caso de
crimes desta natureza (O que determinar‡ a instaura•‹o, ou n‹o,
ser‡ a exist•ncia de ind’cios m’nimos da infra•‹o penal e a eventual
utilidade do IP).
¥! Procedimento escrito - Todos os atos produzidos no bojo do
IP dever‹o ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais
(como depoimento de testemunhas, interrogat—rio do rŽu, etc.). Essa
regra encerra outra caracter’stica do IP, citada por alguns autores,
que Ž a da FORMALIDADE.
¥! Indisponibilidade - Uma vez instaurado o IP, n‹o pode
a autoridade policial arquiv‡-lo6, pois esta atribui•‹o Ž exclusiva
do Judici‡rio, quando o titular da a•‹o penal assim o requerer.
¥! Dispensabilidade - O InquŽrito Policial Ž dispens‡vel,
ou seja, n‹o Ž obrigat—rio. Dado seu car‡ter informativo (busca
reunir informa•›es), caso o titular da a•‹o penal j‡ possua todos os
elementos necess‡rios ao oferecimento da a•‹o penal, o InquŽrito
ser‡ dispens‡vel. Um dos artigos que fundamenta isto Ž o art. 39, ¤
5¡ do CPP.
¥! Discricionariedade na sua condu•‹o - A autoridade
policial pode conduzir a investiga•‹o da maneira que entender
mais frut’fera, sem necessidade de seguir um padr‹o prŽ-
estabelecido. Essa discricionariedade n‹o se confunde com
arbitrariedade, n‹o podendo o Delegado (que Ž quem preside o IP)
determinar dilig•ncias meramente com a finalidade de perseguir o
investigado, ou para prejudic‡-lo. A finalidade da dilig•ncia deve ser
sempre o interesse pœblico, materializado no objetivo do InquŽrito,
que Ž reunir elementos de autoria e materialidade do delito.

(FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)


Um Delegado de Pol’cia determina a instaura•‹o de inquŽrito
policial para apurar a pr‡tica do crime de recepta•‹o,
supostamente praticado por JosŽ. Com rela•‹o ao InquŽrito
Policial, assinale a afirmativa que n‹o constitui sua caracter’stica.
A) Escrito.


6
Art. 17 do CPP.

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B) Inquisit—rio.
C) Indispens‡vel.
D) Formal.
COMENTçRIOS: O inquŽrito policial possui algumas caracter’sticas,
dentre elas a caracter’stica da DISPENSABILIDADE. O IP Ž dispens‡vel,
ou seja, n‹o Ž obrigat—rio para o oferecimento da a•‹o penal. Dado
seu car‡ter informativo (busca reunir informa•›es), caso o titular da a•‹o
penal j‡ possua todos os elementos necess‡rios ao oferecimento da a•‹o
penal, o InquŽrito ser‡ dispens‡vel. Um dos artigos que fundamenta isto
Ž o art. 39, ¤ 5¡ do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

1.2.! In’cio do IP (instaura•‹o do IP)


As formas pelas quais o InquŽrito Policial pode ser instaurado
variam de acordo com a natureza da A•‹o Penal para a qual ele
pretende angariar informa•›es. A a•‹o penal pode ser pœblica
incondicionada, condicionada ou a•‹o penal privada.

1.2.1.! Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de a•‹o penal pœblica


incondicionada

1.2.1.1.! De of’cio
Tomando a autoridade policial conhecimento da pr‡tica de fato
definido como crime cuja a•‹o penal seja pœblica incondicionada, poder‡
proceder (sem que haja necessidade de requerimento de quem quer que
seja) ˆ instaura•‹o do IP, mediante Portaria.
Quando a autoridade policial toma conhecimento de um fato
criminoso, independentemente do meio (pela m’dia, por boatos que
correm na boca do povo, ou por qualquer outro meio), ocorre o que se
chama de notitia criminis. Diante da notitia criminis relativa a um
crime cuja a•‹o penal Ž pœblica incondicionada, a instaura•‹o do
IP passa a ser admitida, ex officio, nos termos do j‡ citado art. 5¡,
I do CPP.
Quando esta not’cia de crime surge atravŽs de uma dela•‹o,
estaremos diante da delatio criminis simples. Nos termos do art. 5¡, ¤
3¡ do CPP.
Mas, e no caso de se tratar de uma denœncia an™nima. Como
deve proceder o Delegado, j‡ que a Constitui•‹o permite a
manifesta•‹o do pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso,
estamos diante da delatio criminis inqualificada, que abrange,
inclusive, a chamada Òdisque-denœnciaÓ, muito utilizada nos dias de hoje.
A solu•‹o encontrada pela Doutrina e pela Jurisprud•ncia para conciliar o
interesse pœblico na investiga•‹o com a proibi•‹o de manifesta•›es

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ap—crifas (an™nimas) foi determinar que o Delegado, quando tomar
ci•ncia de fato definido como crime, atravŽs de denœncia an™nima, n‹o
dever‡ instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada
a proced•ncia da denœncia e, caso realmente se tenha not’cia do
crime, instaurar o IP.7

1.2.1.2.! Requisi•‹o do Juiz ou do MP


O IP poder‡ ser instaurado, ainda, mediante requisi•‹o do Juiz ou do
MP. Nos termos do art. 5¡, II do CPP.
Essa requisi•‹o deve ser obrigatoriamente cumprida pelo
Delegado, n‹o podendo ele se recusar a cumpri-la, pois requisitar Ž
sin™nimo de exigir com base na Lei. Contudo, o Delegado pode se
recusar8 a instaurar o IP quando a requisi•‹o:
¥! For manifestamente ilegal
¥! N‹o contiver os elementos f‡ticos m’nimos para subsidiar
a investiga•‹o (n‹o contiver os dados suficientes acerca do fato
criminoso)9

1.2.1.3.! Requerimento da v’tima ou de seu representante legal


Nos termos do art. 5¡, II do CPP:
Art. 5o Nos crimes de a•‹o pœblica o inquŽrito policial ser‡ iniciado:
(...)
II - mediante requisi•‹o da autoridade judici‡ria ou do MinistŽrio Pœblico, ou
a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para
represent‡-lo.

Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, n‹o requisi•‹o.


Por isso, a Doutrina entende que nessa hip—tese o Delegado n‹o est‡
obrigado a instaurar o IP, podendo, de acordo com a an‡lise dos fatos,
entender que n‹o existem ind’cios de que fora praticada uma infra•‹o
penal e, portanto, deixar de instaurar o IP.

7
(...) Admite-se a denœncia an™nima como instrumento de deflagra•‹o de
dilig•ncias, pela autoridade policial, para apurar a veracidade das informa•›es
nela veiculadas, conforme jurisprud•ncias do STF e do STJ. (...) (AgRg no RMS
28.054/PE, Rel. MIN. ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe 19/04/2012)
O STF corrobora esse entendimento: (...) Segundo precedentes do Supremo Tribunal
Federal, nada impede a deflagra•‹o da persecu•‹o penal pela chamada
Ôdenœncia an™nimaÕ, desde que esta seja seguida de dilig•ncias realizadas para
averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen Gracie, DJe de
22.08.2008; 90.178, rel. min. Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010; e HC 95.244, rel. min.
Dias Toffoli, DJe de 30.04.2010 Ð Informativo 755 do STF).
8
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 111/112
9
Neste œltimo caso o Delegado deve oficiar a autoridade que requisitou a instaura•‹o
solicitando que sejam fornecidos os elementos m’nimos para a instaura•‹o do IP.

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O requerimento feito pela v’tima ou por seu representante deve
preencher alguns requisitos. Entretanto, caso n‹o for poss’vel, podem ser
dispensados. Nos termos do art. 5¡, ¤ 1¡ do CPP:
¤ 1o O requerimento a que se refere o no II conter‡ sempre que poss’vel:
a) a narra•‹o do fato, com todas as circunst‰ncias;
b) a individualiza•‹o do indiciado ou seus sinais caracter’sticos e as raz›es de
convic•‹o ou de presun•‹o de ser ele o autor da infra•‹o, ou os motivos de
impossibilidade de o fazer;
c) a nomea•‹o das testemunhas, com indica•‹o de sua profiss‹o e
resid•ncia.

Caso seja indeferido o requerimento, caber‡ recurso para o


Chefe de Pol’cia, nos termos do art. 5¼, ¤2¼ do CPP.

1.2.1.4.! Auto de Pris‹o em Flagrante


Embora essa hip—tese n‹o conste no rol do art. 5¡ do CPP, trata-se
de hip—tese cl‡ssica de fato que enseja a instaura•‹o de IP. Parte da
Doutrina, no entanto, a equipara ˆ notitia criminis e, portanto,
estar’amos diante de uma instaura•‹o ex officio, o que n‹o deixa
de ser verdade.

1.2.2.! Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Pœblica


Condicionada ˆ Representa•‹o
A a•‹o penal pœblica condicionada Ž aquela que, embora deva ser
ajuizada pelo MP, depende da representa•‹o da v’tima, ou seja, a v’tima
tem que querer que o autor do crime seja denunciado.
Nestes crimes, o IP pode se iniciar:

1.2.2.1.! Representa•‹o do Ofendido ou de seu representante legal


Trata-se da chamada delatio criminis postulat—ria, que Ž o ato
mediante o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (atravŽs
do MP) a prosseguir na persecu•‹o penal e a proceder ˆ
responsabiliza•‹o do autor do fato, se for o caso. Trata-se de
formalidade necess‡ria nesse tipo de crime, nos termos do art. 5¡, ¤ 4¡
do CPP:
Art. 5¼ (...) ¤ 4o O inquŽrito, nos crimes em que a a•‹o pœblica depender de
representa•‹o, n‹o poder‡ sem ela ser iniciado.

N‹o se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao


Juiz, ao Delegado e ao membro do MP. Caso n‹o seja dirigida ao
Delegado, ser‡ recebida pelo Juiz ou Promotor e ˆquele encaminhada,
conforme art. 39 do CPP.

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Caso a v’tima n‹o exer•a seu direito de representa•‹o no
prazo de seis meses, estar‡ extinta a punibilidade (decai do direito
de representar), nos termos do art. 38 do CPP.

Caso se trate de v’tima menor de 18 anos, quem deve


representar Ž o seu representante legal. Caso n‹o o fa•a,
entretanto, o prazo decadencial s— come•a a correr quando a
v’tima completa 18 anos, para que esta n‹o seja prejudicada por
eventual inŽrcia de seu representante. Inclusive, o verbete sumular n¡
594 do STF se coaduna com este entendimento.
E se o autor do fato for o pr—prio representante legal (como
no caso de estupro e viol•ncia domŽstica)? Nesse caso, aplica-se o
art. 33 do CPP10, por analogia, nomeando-se curador especial para
que exercite o direito de representa•‹o:

1.2.2.2.! Requisi•‹o de autoridade Judici‡ria ou do MP


Como nos crimes de a•‹o penal pœblica incondicionada, o IP pode ser
instaurado mediante requisi•‹o do Juiz do membro do MP, entretanto,
neste caso, depender‡ da exist•ncia de representa•‹o da v’tima.

1.2.2.3.! Auto de Pris‹o em Flagrante


TambŽm Ž poss’vel a instaura•‹o de IP com fundamento no auto de
pris‹o em flagrante, dependendo, tambŽm, da exist•ncia de
representa•‹o do ofendido. Caso o ofendido n‹o exer•a esse direito
dentro do prazo de 24h contados do momento da pris‹o, Ž obrigat—ria a
soltura do preso, mas permanece o direito de o ofendido
representar depois, mas dentro do prazo de 06 meses.

1.2.2.4.! Requisi•‹o do Ministro da Justi•a


Esta hip—tese s— se aplica a alguns crimes, como nos crimes
cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7¡, ¤ 3¡, b
do CP), crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da Repœblica
ou contra qualquer chefe de governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art.
145, ¤ œnico do CP) e alguns outros.
Trata-se de requisi•‹o n‹o dirigida ao Delegado, mas ao
membro do MP! Entretanto, apesar do nome requisi•‹o, se o
membro do MP achar que n‹o se trata de hip—tese de ajuizamento
da a•‹o penal, n‹o estar‡ obrigado a promov•-la.


10
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado
mental, e n‹o tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os
daquele, o direito de queixa poder‡ ser exercido por curador especial, nomeado, de
of’cio ou a requerimento do MinistŽrio Pœblico, pelo juiz competente para o processo
penal.

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Diferentemente da representa•‹o, a requisi•‹o do Ministro da
Justi•a Ž irretrat‡vel e n‹o est‡ sujeita a prazo decadencial,
podendo ser exercitada enquanto o crime ainda n‹o estiver
prescrito.

1.2.3.! Formas de Instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Privada

1.2.3.1.! Requerimento da v’tima ou de quem legalmente a


represente
Nos termos do art. 5¡, ¤ 5¡ do CPP:
Art. 5¼ (...) ¤ 5o Nos crimes de a•‹o privada, a autoridade policial somente
poder‡ proceder a inquŽrito a requerimento de quem tenha qualidade para
intent‡-la.
Caso a v’tima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o
requerimento para a instaura•‹o do IP, nos termos do art. 31 do CPP:
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decis‹o judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na a•‹o passar‡
ao c™njuge, ascendente, descendente ou irm‹o.
Este requerimento tambŽm est‡ sujeito ao prazo decadencial de
seis meses, previsto no art. 38 do CPP, bem como deve atender aos
requisitos previstos no art. 5¡, ¤ 1¡ do CPP, sempre que poss’vel.

1.2.3.2.! Requisi•‹o do Juiz ou do MP


Neste caso, segue a mesma regra dos crimes de a•‹o penal pœblica
condicionada: A requisi•‹o do MP ou do Juiz deve ir acompanhada do
requerimento do ofendido autorizando a instaura•‹o do IP.

1.2.3.3.! Auto de Pris‹o em Flagrante


TambŽm segue a mesma regra dos crimes de a•‹o penal pœblica
condicionada, devendo o ofendido manifestar seu interesse na instaura•‹o
do IP dentro do prazo de 24h contados a partir da pris‹o, findo o qual,
sem que haja manifesta•‹o da v’tima nesse sentido, ser o autor do fato
liberado.

1.2.4.! Fluxograma

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FORMAS DE
INSTAURAÇÃO DO IP

CRIMES DE AÇÃO PENAL


PÚBLICA
INCONDICIONADA

EX OFFICIO REQUISIÇÃO DO MP OU REQUERIMENTO DA AUTO DE PRISÃO EM


DO JUIZ VÍTIMA FLAGRANTE

CRIMES DE AÇÃO PENAL


PÚBLICA CONDICIONADA
À REPRESENTAÇÃO

REPRESENTAÇÃO DA REQUISIÇÃO DO REQUISIÇÃO DO JUIZ AUTO DE PRISÃO EM


VÍTIMA MINISTRO DA JUSTIÇA OU DO MP FLAGRANTE

CRIMES DE AÇÃO PENAL


PRIVADA

REQUERIMENTO DA REQUISIÇÃO DO JUIZ AUTO DE PRISÃO EM


VÍTIMA OU DO MP FLAGRANTE

(FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XII -


PRIMEIRA FASE)
Quanto ao inquŽrito policial, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O inquŽrito policial poder‡ ser instaurado de of’cio pela
Autoridade Policial nos crimes persequ’veis por a•‹o penal pœblica
incondicionada.
b) O inquŽrito, nos crimes em que a a•‹o pœblica depender de
representa•‹o, n‹o poder‡ ser iniciado sem ela.
c) Nos crimes de a•‹o penal privada, n‹o caber‡ instaura•‹o de
inquŽrito policial, mas sim a lavratura de termo circunstanciado.
d) O inquŽrito policial, mesmo nos crimes hediondos, poder‡ ser
dispens‡vel para o oferecimento de denœncia.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Esta Ž a previs‹o contida no art. 5¼, I do CPP.
B) CORRETA: Esta Ž uma exig•ncia que est‡ prevista no art. 5¼, ¤4¼ do
CPP.

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C) ERRADA: O IP pode ser instaurado em tais crimes, mas depender‡ de
requerimento da v’tima ou de quem tenha qualidade para representa-la,
nos termos do art. 5¼, ¤5¼ do CPP. O Termo circunstanciado somente Ž
cab’vel nas infra•›es penais de menor potencial ofensivo (da compet•ncia
dos Juizados Especiais Criminais).
D) CORRETA: Item correto, pois uma das caracter’sticas do IP Ž a sua
DISPENSABILIDADE, pois Ž mera pe•a que visa ˆ colheita de
informa•›es. Se as informa•›es j‡ existem, o IP pode ser dispensado.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA C.

(FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - IV -


PRIMEIRA FASE)
Acerca das disposi•›es contidas na Lei Processual sobre o
InquŽrito Policial, assinale a alternativa correta.
a) Nos crimes de a•‹o privada, a autoridade policial poder‡
proceder a inquŽrito a requerimento de qualquer pessoa do povo
que tiver conhecimento da exist•ncia de infra•‹o penal.
b) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de
inquŽrito caber‡ recurso para o tribunal competente.
c) Para verificar a possibilidade de haver a infra•‹o sido praticada
de determinado modo, a autoridade policial poder‡ proceder ˆ
reprodu•‹o simulada dos fatos, desde que esta n‹o contrarie a
moralidade ou a ordem pœblica.
d) A autoridade policial poder‡ mandar arquivar autos de
inquŽrito.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Nestes crimes, a instaura•‹o do IP depende de requerimento
da v’tima ou de quem tenha qualidade para representa-la, nos termos do
art. 5¼, ¤5¼ do CPP.
B) ERRADA: Caber‡ recurso para o chefe de pol’cia, nos termos do art.
5¼, ¤2¼ do CPP.
C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 7¼ do CPP.
D) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poder‡ mandar arquivar autos
de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

(FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM)


No dia 10 de maio de 2015, Maria, 25 anos, foi v’tima de um crime
de estupro simples, mas, traumatizada, n‹o mostrou interesse em
dar in’cio a qualquer investigaç‹o penal ou aç‹o penal em relaç‹o
aos fatos. Os pais de Maria, porŽm, requerem a instauraç‹o de
inquŽrito policial para apurar autoria, entendendo que, ap—s

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identificar o agente, Maria poder‡ decidir melhor sobre o interesse
na persecuç‹o penal. Foi proferido despacho indeferindo o
requerimento de abertura de inquŽrito.
Considerando a situaç‹o narrada, assinale a afirmativa correta.
A) Do despacho que indefere o requerimento de abertura de
inquŽrito policial n‹o cabe qualquer recurso, administrativo ou
judicial.
B) Em que pese o interesse de Maria ser relevante para o in’cio da
aç‹o penal, a instauraç‹o de inquŽrito policial independe de sua
representaç‹o.
C) Caso Maria manifeste interesse na instauraç‹o de inquŽrito
policial ap—s o indeferimento, ainda dentro do prazo decadencial,
o procedimento poder‡ ter in’cio, independentemente do
surgimento de novas provas.
D) Apesar de os pais de Maria n‹o poderem requerer a
instauraç‹o de inquŽrito policial, o MinistŽrio Pœblico pode
requisitar o in’cio do procedimento na hip—tese, tendo em vista a
natureza pœblica da aç‹o.
COMENTçRIOS: Neste caso temos um crime de a•‹o penal pœblica
condicionada ˆ representa•‹o, nos termos do art. 225 do CP, j‡ que Maria
n‹o Ž menor de 18 anos nem pessoa vulner‡vel.
Assim, a instaura•‹o do IP depende de manifesta•‹o de Maria neste
sentido (art. 5¼, ¤4¼ do CPP), n‹o sendo poss’vel a instaura•‹o em raz‹o
de mero requerimento formulado por seus pais (eis que n‹o s‹o seus
representantes legais). Est‡ errada, portanto, a alternativa B.
A alternativa A est‡ errada, pois em face de tal decis‹o caber‡ recurso ao
Chefe de Pol’cia, nos termos do art. 5¼, ¤2¼ do CPP.
A Alternativa C est‡ correta, pois Maria poder‡ requerer a instaura•‹o do
IP a qualquer tempo, desde que dentro do prazo decadencial de seis
meses, que se inicia quando Maria toma conhecimento de quem Ž o
infrator.
A alternativa D, por sua vez, est‡ incorreta, pois o MP n‹o poder‡
requisitar a instaura•‹o do IP sem que haja representa•‹o da ofendida, j‡
que se trata de crime de a•‹o penal pœblica condicionada ˆ
representa•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

1.3.! Tramita•‹o do IP
J‡ vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamos
estudar agora como se desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP).

1.3.1.! Dilig•ncias Investigat—rias

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Ap—s a instaura•‹o do IP algumas dilig•ncias devem ser adotadas
pela autoridade policial. Estas dilig•ncias est‹o previstas no art. 6¡ do
CPP:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a
autoridade policial dever‡:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado e
conserva•‹o das coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela
Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
II - apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, ap—s liberados
pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
suas circunst‰ncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do disposto no
Cap’tulo III do T’tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras per’cias;
VIII - ordenar a identifica•‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se
poss’vel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,
familiar e social, sua condi•‹o econ™mica, sua atitude e estado de ‰nimo
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribu’rem para a aprecia•‹o do seu temperamento e car‡ter.
X - colher informa•›es sobre a exist•ncia de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma defici•ncia e o nome e o contato de eventual respons‡vel
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Inclu’do pela
Lei n¼ 13.257, de 2016)
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infra•‹o sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poder‡ proceder ˆ reprodu•‹o
simulada dos fatos, desde que esta n‹o contrarie a moralidade ou a ordem
pœblica.

Alguns cuidados devem ser tomados quando da realiza•‹o destas


dilig•ncias, como a observ‰ncia das regras processuais de apreens‹o de
coisas, bem como ˆs regras constitucionais sobre inviolabilidade do
domic’lio (art. 5¡, XI da CF), direito ao silencio do investigado (art. 5¡,
LXIII da CF), aplicando-se no que tange ao interrogat—rio do investigado,
as normas referentes ao interrogat—rio judicial (arts. 185 a 196 do CPP),
no que for cab’vel.
Percebam que o art. 7¡ prev• a famosa Òreconstitui•‹oÓ,
tecnicamente chamada de reprodu•‹o simulada. ESTA REPRODU‚ÌO ƒ
VEDADA QUANDO FOR CONTRçRIA Ë MORALIDADE OU Ë ORDEM
PòBLICA (no caso de um estupro, por exemplo). O investigado n‹o est‡
obrigado a participar desta dilig•ncia, pois n‹o Ž obrigado a produzir
prova contra si.

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Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o
MP poder‹o requisitar dados ou informa•›es cadastrais da v’tima ou
de suspeitos11. S‹o eles:
⇒! Sequestro ou c‡rcere privado
⇒! Redu•‹o ˆ condi•‹o an‡loga ˆ de escravo
⇒! Tr‡fico de pessoas
⇒! Extors‹o mediante restri•‹o da liberdade (Òsequestro
rel‰mpagoÓ)
⇒! Extors‹o mediante sequestro
⇒! Facilita•‹o de envio de crian•a ou adolescente ao exterior (art.
239 do ECA)

Ou seja, em se tratando de um desses crimes o CPP expressamente


autoriza a requisi•‹o direta pela autoridade policial (ou pelo MP) dessas
informa•›es, podendo a requisi•‹o ser dirigida a —rg‹os pœblicos ou
privados (empresas de telefonia, etc.).
AlŽm disso, em se tratando de crimes relacionados ao tr‡fico
de pessoas, o membro do MP ou a autoridade policial poder‹o requisitar,


11
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder
público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei nº
13.344, de 2016) (Vigência)
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. (Incluído pela Lei
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de
radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por
uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas)
horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso,
com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

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mediante autoriza•‹o judicial12, ˆs empresas prestadoras de servi•o
de telecomunica•›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente
os dados (meios tŽcnicos) que permitam a localiza•‹o da v’tima ou dos
suspeitos do delito em curso (como sinais, informa•›es e outros).
Contudo, o acesso a esse sinal:
⇒! N‹o permitir‡ acesso ao conteœdo da comunica•‹o, que
depender‡ de autoriza•‹o judicial (apenas dados como local
aproximado em que foi feita a liga•‹o, destinat‡rio, etc.).
⇒! Dever‡ ser fornecido pela prestadora de telefonia m—vel celular
por per’odo n‹o superior a 30 dias (renov‡vel uma vez por
mais 30 dias). Para per’odos superiores ser‡ necess‡ria ordem
judicial

Nesses crimes (relacionados ao tr‡fico de pessoas) o IP dever‡ ser


instaurado em atŽ 72h, a contar do registro de ocorr•ncia policial
(informa•‹o da ocorr•ncia do crime ˆ autoridade, o chamado ÒB.O.Ó).

1.3.1.1.! Requerimento de dilig•ncias pelo ofendido e pelo indiciado


O ofendido ou seu representante legal podem requerer a realiza•‹o
de determinadas dilig•ncias (inclusive o indiciado tambŽm pode), mas
ficar‡ a critŽrio da Autoridade Policial deferi-las ou n‹o. Vejamos a
reda•‹o do art. 14 do CPP:
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poder‹o
requerer qualquer dilig•ncia, que ser‡ realizada, ou n‹o, a ju’zo da
autoridade.

Com rela•‹o ao exame de corpo de delito, este Ž obrigat—rio quando


estivermos diante de crimes que deixam vest’gios (homic’dio, estupro,
etc.), n‹o podendo o Delegado deixar de determinar esta dilig•ncia. Nos
termos do art. 158 do CPP:
Art. 158. Quando a infra•‹o deixar vest’gios, ser‡ indispens‡vel o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, n‹o podendo supri-lo a confiss‹o do
acusado.

1.3.1.2.! Identifica•‹o criminal


Com rela•‹o ˆ identifica•‹o do investigado (colheita de
impress›es de digitais), esta identifica•‹o criminal s— ser‡ necess‡ria e
permitida quando o investigado n‹o for civilmente identificado, pois a
Constitui•‹o pro’be a submiss‹o daquele que Ž civilmente
identificado ao procedimento constrangedor da coleta de digitais
(identifica•‹o criminal), nos termos do seu art. 5¡, LVIII. H‡ contudo,

12
Embora seja necessária a prévia autorização judicial, caso o Juiz não se manifeste em até 12h, a autoridade (MP ou
autoridade policial) poderá requisitar diretamente, sem a autorização judicial. Nesse caso, deverá comunicar tal fato ao
Juiz, imediatamente.

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exce•›es, ou seja, hip—teses em que mesmo havendo identifica•‹o civil,
poder‡ ser realizada a identifica•‹o criminal.13

1.3.2.! Curadoria ao indiciado menor


O art. 15 prev•, ainda, a figura do curador para o menor de 21 anos
quando de seu interrogat—rio:
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-‡ nomeado curador pela autoridade
policial.

Entretanto, a Doutrina e a Jurisprud•ncia s‹o pac’ficas no que tange


ˆ altera•‹o desta idade para 18 anos, pois a maioridade civil foi
alterada de 21 para 18 anos com o advento do Novo C—digo Civil
em 2002.
Assim, atualmente este artigo est‡ sem utilidade, pois n‹o h‡
possibilidade de termos um indiciado que Ž civilmente menor (eis que a
maioridade civil e a maioridade penal ocorrem no mesmo momento, aos
18 anos), diferentemente do que ocorria quando da edi•‹o do CPP, j‡ que
naquela Žpoca a maioridade penal ocorria aos 18 anos e a maioridade civil
ocorria apenas aos 21 anos. Assim, era poss’vel haver um indiciado que
era penalmente maior, mas civilmente menor de idade.

1.4.! Forma de tramita•‹o


O sigilo no IP Ž o moderado, seguindo a regra do art. 20 do CPP. A
corrente doutrin‡ria que prevalece Ž a de que o IP Ž sempre sigiloso em
rela•‹o ˆs pessoas do povo em geral, por se tratar de mero procedimento


13
Isso consta na Lei 12.037/09:
Art. 3¼ Embora apresentado documento de identifica•‹o, poder‡ ocorrer identifica•‹o
criminal quando:
I Ð o documento apresentar rasura ou tiver ind’cio de falsifica•‹o;
II Ð o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III Ð o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informa•›es conflitantes
entre si;
IV Ð a identifica•‹o criminal for essencial ˆs investiga•›es policiais, segundo despacho da
autoridade judici‡ria competente, que decidir‡ de of’cio ou mediante representa•‹o da
autoridade policial, do MinistŽrio Pœblico ou da defesa;
V Ð constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualifica•›es;
VI Ð o estado de conserva•‹o ou a dist‰ncia temporal ou da localidade da expedi•‹o do
documento apresentado impossibilite a completa identifica•‹o dos caracteres essenciais.
Par‡grafo œnico. As c—pias dos documentos apresentados dever‹o ser juntadas aos autos
do inquŽrito, ou outra forma de investiga•‹o, ainda que consideradas insuficientes para
identificar o indiciado.

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investigat—rio, n‹o havendo nenhum interesse que justifique o acesso
liberado a qualquer do povo.14
Entretanto, o IP n‹o Ž, em regra, sigiloso em rela•‹o aos envolvidos
(ofendido, indiciado e seus advogados), podendo, entretanto, ser
decretado sigilo em rela•‹o a determinadas pe•as do InquŽrito quando
necess‡rio para o sucesso da investiga•‹o (por exemplo: Pode ser vedado
o acesso do advogado a partes do IP que tratam de requerimento do
Delegado pedindo a pris‹o do indiciado, para evitar que este fuja).
Com rela•‹o ao acesso por parte do advogado, h‡ previs‹o no art.
7¼, XIV do Estatuto da OAB. Vejamos o que diz esse dispositivo:
Art. 7¼ S‹o direitos do advogado:
(...) XIV - examinar, em qualquer institui•‹o respons‡vel por conduzir
investiga•‹o, mesmo sem procura•‹o, autos de flagrante e de
investiga•›es de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que
conclusos ˆ autoridade, podendo copiar pe•as e tomar apontamentos, em
meio f’sico ou digital; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 13.245, de 2016)

Durante muito tempo houve uma diverg•ncia feroz na Doutrina e na


Jurisprud•ncia acerca do direito do advogado de acesso aos autos do IP,
principalmente porque o acesso aos autos do IP, em muitos casos,
acabaria por retirar completamente a efic‡cia de alguma medida
preventiva a ser tomada pela autoridade.
Visando a sanar essa controvŽrsia, o STF editou a sœmula
vinculante n¡ 14, que possui a seguinte reda•‹o:
Sœmula vinculante n¼ 14
Òƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, j‡ documentados em procedimento investigat—rio
realizado por —rg‹o com compet•ncia de pol’cia judici‡ria, digam respeito ao
exerc’cio do direito de defesaÓ.

Percebam, portanto, que o STF colocou uma Òp‡-de-calÓ na


discuss‹o, consolidando o entendimento de que:
ü! Sim, o IP Ž sigiloso
ü! N‹o, o IP n‹o Ž sigiloso em rela•‹o ao advogado do
indiciado, que deve ter livre acesso aos autos do IP, no
que se refere aos elementos que j‡ tenham sido
juntados a ele.15

ƒ —bvio, portanto, que se h‡ um pedido de pris‹o tempor‡ria, por


exemplo, esse mandado de pris‹o, que ser‡ cumprido em breve, n‹o
dever‡ ser juntado aos autos, sob pena de o advogado ter acesso a ele
antes de efetivada a medida, o que poder‡ levar ˆ frustra•‹o da mesma.

14
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124
15
N‹o ˆs dilig•ncias que ainda estejam em curso.

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Outro tema que pode ser cobrado, se refere ˆ necessidade (ou n‹o)
da presen•a do defensor (Advogado ou Defensor Pœblico) no
Interrogat—rio Policial.
ƒ pac’fico que a presen•a do advogado no interrogat—rio
JUDICIAL Ž INDISPENSçVEL, atŽ por for•a do que disp›e o art. 185,
¤1¡ do CPP16.
Entretanto, n‹o h‡ norma que disponha o mesmo no que se refere
ao interrogat—rio em sede policial. Vejamos o que diz o art. 6¡ do CPP:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a
autoridade policial dever‡:
(...) V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do
disposto no Cap’tulo III do T’tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo
ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
Vejam que o inciso que trata do interrogat—rio em sede policial
determina a aplica•‹o das regrasd do inquŽrito judicial, NO QUE FOR
APLICçVEL. A quest‹o Ž: Exige-se, ou n‹o, a presen•a do advogado?
Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser
alertado sobre seu direito ˆ presen•a de advogado, mas, caso
queira ser ouvido mesmo sem a presen•a do advogado, o
interrogat—rio policial Ž v‡lido. Assim, a regra Ž: deve ser
possibilitado ao indiciado, ter seu advogado presente no ato de seu
interrogat—rio policial. Caso isso n‹o ocorra (a POSSIBILIDADE de ter o
advogado presente), haver‡ nulidade neste interrogat—rio em sede
policial.
Contudo, mais uma pol•mica surgiu. A Lei 13.245/16, que alterou
alguns dispositivos do Estatuto da OAB, passou a prever, ainda, que
Ž direito do defensor Òassistir a seus clientes investigados durante a
apura•‹o de infra•›es, sob pena de nulidade absoluta do respectivo
interrogat—rio ou depoimento e, subsequentemente, de todos os
elementos investigat—rios e probat—rios dele decorrentes ou derivados,
direta ou indiretamenteÓ.
Art. 7¼ (...) XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apura•‹o de
infra•›es, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogat—rio ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigat—rios e
probat—rios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo,
inclusive, no curso da respectiva apura•‹o: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.245, de
2016)

A pergunta que fica Ž: a presen•a do advogado passou a ser


considerada INDISPENSçVEL tambŽm no interrogat—rio policial?

16
Art. 185 (...)
¤ 1o O interrogat—rio do rŽu preso ser‡ realizado, em sala pr—pria, no estabelecimento
em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a seguran•a do juiz, do membro
do MinistŽrio Pœblico e dos auxiliares bem como a presen•a do defensor e a publicidade
do ato. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 11.900, de 2009)

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Ainda n‹o temos posicionamento dos Tribunais sobre isso, pois Ž muito
recente. Prevejo, contudo, duas correntes:
1 - Alguns v‹o entender que o advogado, agora, Ž indispens‡vel
durante o IP.
2 - Outros v‹o entender que a Lei n‹o criou essa obrigatoriedade. O
que a Lei criou foi, na verdade, um DEVER para o advogado que tenha
sido devidamente constitu’do pelo indiciado (dever de assisti-lo, sob
pena de nulidade). Caso o indiciado deseje n‹o constituir advogado, n‹o
haveria obrigatoriedade.

Assim, Ž necess‡rio que os Tribunais Superiores se manifestem sobre


o tema para que possamos ter um posicionamento mais seguro.

(FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA


FASE)
Tendo em vista o enunciado da sœmula vinculante n. 14 do
Supremo Tribunal Federal, quanto ao sigilo do inquŽrito policial, Ž
correto afirmar que a autoridade policial poder‡ negar ao
advogado
a) a vista dos autos, sempre que entender pertinente.
b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido
indiciado formalmente.
c) do indiciado que esteja atuando com procura•‹o o acesso aos
depoimentos prestados pelas v’timas, se entender pertinente.
d) o acesso aos elementos de prova que ainda n‹o tenham sido
documentados no procedimento investigat—rio.
COMENTçRIOS: O advogado do indiciado, conforme a sœmula vinculante
n¼ 14 do STF, deve ter acesso irrestrito aos elementos de prova Jç
DOCUMENTADOS nos autos do IP.
Ora, assim podemos entender que a autoridade policial poder‡ negar
acesso, ao advogado do indiciado, aos elementos de prova que ainda NÌO
tenham sido documentados no procedimento investigat—rio.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

1.5.! Conclus‹o do inquŽrito policial


Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se conclu’das as
investiga•›es, o IP ser‡ encerrado e encaminhado ao Juiz. O IP deve ser
encerrado no prazo de 10 dias, em caso de indiciado preso e 30 dias
no caso de indiciado solto, nos termos do art. 10 do CPP:

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Caso o Delegado n‹o consiga elucidar o fato no prazo previsto,
dever‡ assim mesmo encaminhar os autos do IP ao Juiz, solicitando
prorroga•‹o do prazo. Caso o rŽu esteja solto, o Juiz pode deferir a
prorroga•‹o do prazo. Caso o rŽu esteja preso, o prazo n‹o pode ser
prorrogado, sob pena de constrangimento ilegal ˆ liberdade do
indiciado, ensejando, inclusive, a impetra•‹o de Habeas Corpus.
Estes prazos (10 dias e 30 dias) s‹o a regra prevista no CPP.
Entretanto, existem exce•›es previstas em outras leis:
¥! Crimes de compet•ncia da Justi•a Federal Ð 15 dias para rŽu
preso e 30 dias para rŽu solto.
¥! Crimes da lei de Drogas Ð 30 dias para rŽu preso e 90 dias para
rŽu solto. Podem ser duplicados em ambos os casos.
¥! Crimes contra a economia popular Ð 10 dias tanto para rŽu preso
quanto para rŽu solto. 2

O STJ firmou entendimento no sentido de que, estando o indiciado


solto, embora exista um limite previsto no CPP, a viola•‹o a este limite
n‹o teria qualquer repercuss‹o, pois n‹o traria preju’zos ao indiciado,
sendo considerado como prazo impr—prio.17
A maioria da Doutrina e da Jurisprud•ncia entende que se trata
de prazo de natureza processual. Assim, a forma de contagem
obedece ao disposto no art. 798, ¤ 1¡ do CPP, excluindo-se o dia do
come•o (se inicia no dia œtil seguinte).
Contudo, estando o rŽu PRESO, Doutrina e Jurisprud•ncia
entendem, majoritariamente, que o prazo Ž considerado MATERIAL,
ou seja, inclui o dia do come•o, nos termos do art. 10 do CP.
H‡ diverg•ncia na Doutrina quanto ao destino do IP, face ˆ
promulga•‹o da Constitui•‹o de 1988 (O CPP Ž de 1941), posto que a
CRFB/88 estabelece que o MP Ž o titular da a•‹o penal pœblica.
Entretanto, a maioria da doutrina entende que a previs‹o de
remessa do IP ao Juiz permanece em vigor, devendo o Juiz abrir
vista ao MP para que tenha ci•ncia da conclus‹o do IP, nos casos
de crimes de a•‹o penal pœblica, ou ainda, disponibilizar os autos em
cart—rio para que a parte ofendida possa se manifestar, no caso de crimes
de a•‹o penal privada.
Ainda com rela•‹o ao destinat‡rio do IP, a Doutrina se divide. Parte
da Doutrina, acolhendo uma interpreta•‹o mais gramatical do CPP,
entende que o destinat‡rio IMEDIATO do IP Ž o Juiz, pois o IP deve ser
remetido a este. Desta forma, o titular da a•‹o penal seria o destinat‡rio
MEDIATO do IP (porque, ao fim e ao cabo, o IP tem a finalidade de
angariar elementos de convic•‹o para o titular da a•‹o penal).


17
HC 304.274/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/11/2014,
DJe 12/11/2014

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Outra parcela da Doutrina, que parece vem se tornando majorit‡ria,
entende que o destinat‡rio IMEDIATO seria o titular da a•‹o penal,
j‡ que a ele se destina o IP (do ponto de vista de sua finalidade). Para
esta corrente o Juiz seria o destinat‡rio MEDIATO, pois as provas
colhidas no IP seriam utilizadas, ao fim e ao cabo, para formar o
convencimento do Juiz.
Caso o MP entenda que n‹o Ž o caso de oferecer denœncia (por
n‹o ter ocorrido o fato criminoso, por n‹o haver ind’cios a autoria, etc.), o
membro do MP requerer‡ o arquivamento do IP, em peti•‹o
fundamentada, incluindo todos os fatos e investigados. Caso o Juiz
discorde, remeter‡ os autos do IP ao PGJ (Procurador-Geral de
Justi•a), que decidir‡ se mantŽm ou n‹o a posi•‹o de
arquivamento. O Juiz est‡ obrigado a acatar a decis‹o do PGJ
(Chefe do MP). ==dc29b==

Mas, em se tratando de crime 9 de a•‹o penal privada, o que se


faz? Depois de conclu’do o IP, nesta hip—tese, os autos s‹o remetidos
ao Juiz, onde permanecer‹o atŽ o fim do prazo decadencial (para
oferecimento da queixa), aguardando manifesta•‹o do ofendido. Essa Ž a
previs‹o do art. 19 do CPP:
Art. 19. Nos crimes em que n‹o couber a•‹o pœblica, os autos do inquŽrito
ser‹o remetidos ao ju’zo competente, onde aguardar‹o a iniciativa do
ofendido ou de seu representante legal, ou ser‹o entregues ao requerente, se
o pedir, mediante traslado.

O Juiz nunca poder‡ determinar o arquivamento do IP sem


que haja manifesta•‹o do MP nesse sentido! NUNCA!18

A Doutrina criou a figura do arquivamento impl’cito.


Embora n‹o tenha previs‹o legal, o arquivamento impl’cito, como o
nome diz, Ž deduzido pelas circunst‰ncias. Ocorrer‡ em duas hip—teses:
a) Quando o membro do MP deixar requerer o arquivamento em rela•‹o
a alguns fatos investigados, silenciando quanto a outros; b) requerer o
arquivamento em rela•‹o a alguns investigados, silenciando quanto a
outros. Como disse, trata-se de hip—tese admitida (os fatos ou
investigados omitidos ser‹o considerados objeto do arquivamento), mas
n‹o possui previs‹o legal. N‹o Ž pac’fico, mas a Doutrina majorit‡ria o
admite. No entanto, o STF vem recha•ando a sua aplica•‹o em
decis›es recentes, afirmando que n‹o existe Òarquivamento
impl’citoÓ: Ò(...) O sistema processual penal brasileiro n‹o prev• a figura do
arquivamento impl’cito de inquŽrito policial.Ó (HC - 104356, informativo 605 do
STF).


18
Apenas para corroborar: (...) N‹o se admite o arquivamento de inquŽrito policial de
of’cio, sem a oitiva do MinistŽrio Pœblico, sob pena de ofensa ao princ’pio acusat—rio.
(STF, Pleno, AgRg no Inq 2913 julg. 01/03/2012)

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Outros pontos merecem destaque:


¥! ARQUIVAMENTO INDIRETO Ð ƒ um termo utilizado por
PARTE da Doutrina para designar o fen™meno que ocorre
quando o membro do MP deixa de oferecer a denœncia por
entender que o Ju’zo (que est‡ atuando durante a fase
investigat—ria) Ž incompetente para processar e julgar a a•‹o
penal. Grande parte da Doutrina entende este fen™meno como
inadmiss’vel, j‡ que se o Promotor entende que o Ju’zo n‹o Ž
competente deveria requerer a remessa dos autos do IP ao
Ju’zo competente para, ent‹o, prosseguir nas investiga•›es ou,
se j‡ houver fundamentos, oferecer a denœncia.
¥! TRANCAMENTO DO INQUƒRITO POLICIAL Ð O trancamento
consiste na cessa•‹o da atividade investigat—ria por decis‹o
b
judicial quando h‡ ABUSO na instaura•‹o do IP ou na condu•‹o
das investiga•›es (Ex.: ƒ instaurado IP para investigar fato
nitidamente at’pico, ou para apurar fato em que j‡ ocorreu a
prescri•‹o, ou quando o Delegado dirige as investiga•›es
contra uma determinada pessoa sem qualquer base
probat—ria). Neste caso, aquele que se sente constrangido
ilegalmente pela investiga•‹o (o investigado ou indiciado)
poder‡ manejar HABEAS CORPUS (chamado de HC
ÒtrancativoÓ) para obter, judicialmente, o trancamento do IP,
em raz‹o do manifesto abuso.

A decis‹o de arquivamento do IP faz coisa julgada? Em regra,


NÌO, pois o CPP admite que a autoridade proceda a novas dilig•ncias
investigat—rias, se de OUTRAS PROVAS tiver not’cia.
Isso significa que, uma vez arquivado o IP, teremos uma espŽcie de
Òcoisa julgada secundum eventum probationisÓ, ou seja, a decis‹o far‡
Òcoisa julgadaÓ em rela•‹o ˆquelas provas. Assim, n‹o poder‡ o MP
ajuizar a a•‹o penal posteriormente com base NOS MESMOS ELEMENTOS
DE PROVA, nem se admite a reativa•‹o da investiga•‹o.
O STF, inclusive, possui um verbete de sœmula neste sentido:
SòMULA 524
Arquivado o InquŽrito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do
Promotor de Justi•a, n‹o pode a a•‹o penal ser iniciada, sem novas provas.

Entretanto, existem EXCE‚ÍES, ou seja, situa•›es em que o


arquivamento do IP ir‡ produzir Òcoisa julgada materialÓ (n‹o ser‡
poss’vel recome•ar a investiga•‹o). Vejamos:
¥! ARQUIVAMENTO POR ATIPICIDADE DO FATO Ð Neste
caso, h‡ entendimento PACêFICO no sentido de que n‹o Ž mais
poss’vel reativar, futuramente, as investiga•›es. Isso Ž
absolutamente l—gico, j‡ que n‹o faz o menor sentido permitir
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a retomada das investiga•›es quando j‡ houve manifesta•‹o
do MP e chancela do Juiz atestando a ATIPICIDADE da conduta
(irrelev‰ncia penal do fato)19.
¥! ARQUIVAMENTO EM RAZÌO DO RECONHECIMENTO DE
EXCLUDENTE DE ILICITUDE OU DE CULPABILIDADE Ð A
Doutrina e a jurisprud•ncia MAJORITçRIAS entendem que
tambŽm n‹o Ž poss’vel reabrir futuramente a investiga•‹o.
Embora haja diverg•ncia jurisprudencial a respeito, o STJ
pacificou seu entendimento neste sentido20.
¥! ARQUIVAMENTO PELO RECONHECIMENTO DA EXTIN‚ÌO
DA PUNIBILIDADE Ð Tanto Doutrina quanto Jurisprud•ncia
entendem que se trata de decis‹o que faz coisa julgada
material, ou seja, n‹o admite a reabertura do IP. Com rela•‹o
a este ponto, entende-se que se o reconhecimento da extin•‹o
da punibilidade se deu pela morte do agente (art. 107, I do CP)
mediante apresenta•‹o de certid‹o de —bito falsa (o agente n‹o
estava morto) Ž poss’vel reabrir as investiga•›es.

Resumidamente, o STJ entende atualmente que toda decis‹o de


arquivamento que enfrente o mŽrito far‡ coisa julgada material,
ou seja, somente poder‡ ser reaberta a investiga•‹o no caso de
arquivamento por aus•ncia de provas para a denœncia.21

1.6.! Poder de investiga•‹o do MP


Durante muito tempo se discutiu na Doutrina e na Jurisprud•ncia
acerca dos poderes de investiga•‹o do MP, j‡ que embora estas
atribui•›es tenham sido delegadas ˆ Pol’cia, certo Ž que o MP Ž o


19
STF - Inq 3114/PR
20
O STJ possui decis‹o recente no sentido de que faz coisa julgada MATERIAL:
(...) A par da atipicidade da conduta e da presen•a de causa extintiva da punibilidade, o
arquivamento de inquŽrito policial lastreado em circunst‰ncia excludente de
ilicitude tambŽm produz coisa julgada material. (...)(RHC 46.666/MS, Rel.
Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJe
28/04/2015)
21
(...) A decis‹o que faz ju’zo de mŽrito do caso penal, reconhecendo atipia,
extin•‹o da punibilidade (por morte do agente, prescri•‹o...), ou excludentes da
ilicitude, exige certeza jur’dica - sem esta, a prova de crime com autor indicado geraria a
continuidade da persecu•‹o criminal - que, por tal, possui efeitos de coisa julgada
material, ainda que contida em acolhimento a pleito ministerial de
arquivamento das pe•as investigat—rias.
3. Promovido o arquivamento do inquŽrito policial pelo reconhecimento de leg’tima
defesa, a coisa julgada material impede rediscuss‹o do caso penal em qualquer novo
feito criminal, descabendo perquirir a exist•ncia de novas provas. Precedentes.
(...) (REsp 791.471/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em
25/11/2014, DJe 16/12/2014)

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destinat‡rio da investiga•‹o, na qualidade de titular da a•‹o penal
(pœblica).
No entanto, essa discuss‹o j‡ n‹o existe mais. Atualmente o
entendimento pacificado Ž no sentido de que o MP tem, sim,
poderes investigat—rios, j‡ que a Pol’cia Judici‡ria n‹o detŽm o
monop—lio constitucional dessa tarefa22.
Resumidamente:
¥! MP pode investigar
¥! MP n‹o pode instaurar e presidir inquŽrito policial

(FGV Ð 2013 - X EXAME UNIFICADO DA OAB)


Na cidade ÒAÓ, o Delegado de Pol’cia instaurou inquŽrito policial
para averiguar a poss’vel ocorr•ncia do delito de estelionato
praticado por M‡rcio, tudo conforme minuciosamente narrado na
requisi•‹o do MinistŽrio Pœblico Estadual. Ao final da apura•‹o, o
Delegado de Pol’cia enviou o inquŽrito devidamente relatado ao
Promotor de Justi•a. No entendimento do parquet, a conduta
praticada por M‡rcio, embora t’pica, estaria prescrita. Nessa
situa•‹o, o Promotor dever‡
A) arquivar os autos.
B) oferecer denœncia.
C) determinar a baixa dos autos.
D) requerer o arquivamento.
COMENTçRIOS: Considerando o membro do MP que o crime j‡
prescreveu, ou seja, est‡ extinta a punibilidade, dever‡ requerer o
arquivamento do InquŽrito Policial, nos termos do art. 28 do CPP,
devendo o Juiz decidir sobre o arquivamento. Caso o Juiz discorde, dever‡
remeter os autos ao PGJ, que decidir‡ a quest‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

(FGV Ð 2015 Ð OAB - XVII EXAME DA OAB)


No dia 01/04/2014, Nat‡lia recebeu cinco facadas em seu
abd™men, golpes estes que foram a causa eficiente de sua morte.
Para investigar a autoria do delito, foi instaurado inquŽrito policial
e foram realizadas diversas dilig•ncias, dentre as quais se
destacam a oitiva dos familiares e amigos da v’tima e exame
pericial no local. Mesmo ap—s todas essas medidas, n‹o foi

22
REsp 998.249/RS, Rel. MIN. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2012,
DJe 30/05/2012

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poss’vel obter ind’cios suficientes de autoria, raz‹o pela qual o
inquŽrito policial foi arquivado pela autoridade judici‡ria por falta
de justa causa, em 06/10/2014, ap—s manifesta•‹o nesse sentido
da autoridade policial e do MinistŽrio Pœblico. Ocorre que, em
05/01/2015, a m‹e de Nat‡lia encontrou, entre os bens da filha
que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex namorado de
Nat‡lia, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24
horas para retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar
com as consequ•ncias. A referida carta foi encaminhada para a
autoridade policial.
Nesse caso,
A) nada poder‡ ser feito, pois o arquivamento do inquŽrito policial
fez coisa julgada material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e
justificar o desarquivamento do inquŽrito pela autoridade
competente.
C) nada poder‡ ser feito, pois a carta escrita antes do
arquivamento n‹o pode ser considerada prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido
determinado diretamente pela autoridade policial,
independentemente de manifesta•‹o do MinistŽrio Pœblico ou do
juiz.
COMENTçRIOS: Como o arquivamento se deu apenas em raz‹o da
aus•ncia de justa causa para o oferecimento da a•‹o penal (aus•ncia de
elementos de prova suficientes), o IP pode ser reaberto, pois surgiu prova
NOVA, nos termos do entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial, bem
como do que disp›e o art. 18 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

(FGV Ð 2015 Ð OAB - XVI EXAME DA OAB)


O inquŽrito policial pode ser definido como um procedimento
investigat—rio prŽvio, cuja principal finalidade Ž a obten•‹o de
ind’cios para que o titular da a•‹o penal possa prop™-la contra o
suposto autor da infra•‹o penal.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
A) A exig•ncia de ind’cios de autoria e materialidade para
oferecimento de denœncia torna o inquŽrito policial um
procedimento indispens‡vel.
B) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de
inquŽrito policial Ž irrecorr’vel.
C) O inquŽrito policial Ž inquisitivo, logo o defensor n‹o poder‡ ter
acesso aos elementos informativos que nele constem, ainda que j‡
documentados.

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D) A autoridade policial, ainda que convencida da inexist•ncia do
crime, n‹o poder‡ mandar arquivar os autos do inquŽrito j‡
instaurado.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois o titular da a•‹o penal pode j‡ dispor dos
elementos necess‡rios para o ajuizamento da a•‹o penal. O IP Ž,
portanto, um procedimento dispens‡vel.
B) ERRADA: Item errado, pois tal despacho Ž recorr’vel, cabendo recurso
ao Chefe de Pol’cia, nos termos do art. 5¼, ¤2¼ do CPP.
C) ERRADA: Item errado, pois a despeito do car‡ter sigiloso do IP, Ž
direito do defensor, no interesse do representado, ter amplo acesso aos
elementos de prova que, j‡ documentados em procedimento
investigat—rio realizado por —rg‹o com compet•ncia de pol’cia judici‡ria,
digam respeito ao exerc’cio do direito de defesa, nos termos do que
disp›e a sœmula vinculante n¼ 14 do STF.
D) CORRETA: De fato, a autoridade policial NUNCA poder‡ mandar
arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

2.! RESUMO

INQUƒRITO POLICIAL
Conceito - Conjunto de dilig•ncias realizadas pela Pol’cia Judici‡ria, cuja
finalidade Ž angariar elementos de prova (prova da materialidade e
ind’cios de autoria), para que o legitimado (ofendido ou MP) possa ajuizar
a a•‹o penal.
Natureza Ð Procedimento administrativo prŽ-processual. NÌO Ž processo
judicial.
Caracter’sticas
¥! Administrativo - O InquŽrito Policial, por ser instaurado e
conduzido por uma autoridade policial, possui n’tido car‡ter
administrativo.
¥! Inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do
InquŽrito decorre de sua natureza prŽ-processual. No Processo temos
autor (MP ou v’tima), acusado e Juiz. No InquŽrito n‹o h‡
acusa•‹o, logo, n‹o h‡ nem autor, nem acusado. No InquŽrito
Policial, por ser inquisitivo, n‹o h‡ direito ao contradit—rio
pleno nem ˆ ampla defesa.
¥! Oficioso (Oficiosidade) Ð Possibilidade (poder-dever) de
instaura•‹o de of’cio quando se tratar de crime de a•‹o penal pœblica
incondicionada.

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¥! Escrito (formalidade) - Todos os atos produzidos no bojo
do IP dever‹o ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem
orais.
¥! Indisponibilidade Ð A autoridade policial n‹o pode dispor do
IP, ou seja, n‹o pode mandar arquiv‡-lo.
¥! Dispensabilidade Ð N‹o Ž indispens‡vel ˆ propositura da
a•‹o penal.
¥! Discricionariedade na condu•‹o - A autoridade policial
pode conduzir a investiga•‹o da maneira que entender mais frut’fera,
sem necessidade de seguir um padr‹o prŽ-estabelecido.

INSTAURA‚ÌO DO IP
FORMAS DE INSTAURA‚ÌO DO INQUƒRITO POLICIAL

FORMA CABIMENTO OBSERVA‚ÍES

DE OFêCIO ¥! A•‹o penal pœblica OBS.:


incondicionada Requisi•‹o do
¥! A•‹o penal pœblica condicionada MP ou do Juiz
(depende de representa•‹o ou deve ser
requisi•‹o do MJ) cumprida pela
autoridade
¥! A•‹o penal privada (depende de policial.
manifesta•‹o da v’tima)
OBS.:
REQUISI‚ÌO DO ¥! A•‹o penal pœblica
Requerimento
MP OU DO JUIZ incondicionada do ofendido n‹o
¥! A•‹o penal pœblica condicionada obriga a
(requisi•‹o deve estar instru’da autoridade
com a representa•‹o ou requisi•‹o policial. Caso
do MJ) seja
indeferimento o
¥! A•‹o penal privada (requisi•‹o
requerimento,
deve estar instru’da com a
cabe recurso
manifesta•‹o da v’tima nesse
ao chefe de
sentido)
pol’cia.
REQUERIMENTO ¥! A•‹o penal pœblica
DO OFENDIDO incondicionada
¥! A•‹o penal pœblica condicionada
¥! A•‹o penal privada

AUTO DE PRISÌO ¥! A•‹o penal pœblica


EM FLAGRANTE incondicionada
¥! A•‹o penal pœblica condicionada
(depende de representa•‹o ou
requisi•‹o do MJ)
¥! A•‹o penal privada (depende de
manifesta•‹o da v’tima)

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OBS.: Denœncia an™nima (delatio criminis inqualificada) -
Delegado, quando tomar ci•ncia de fato definido como crime, atravŽs de
denœncia an™nima, n‹o dever‡ instaurar o IP de imediato, mas
determinar que seja verificada a proced•ncia da denœncia e, caso
realmente se tenha not’cia do crime, instaurar o IP.

TRAMITA‚ÌO DO IP
Dilig•ncias
Logo ap—s tomar conhecimento da pr‡tica de infra•‹o penal, a autoridade
deve:
§! Dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado
e conserva•‹o das coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais.
§! Apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, ap—s
liberados pelos peritos criminais
§! Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato
e suas circunst‰ncias
§! Ouvir o ofendido
§! Ouvir o indiciado (interrogat—rio em sede policial)
§! Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es
§! Determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras per’cias Ð O exame de corpo de delito Ž
indispens‡vel nos crimes que deixam vest’gios.
§! Ordenar a identifica•‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se
poss’vel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
§! Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condi•‹o econ™mica, sua atitude e
estado de ‰nimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribu’rem para a aprecia•‹o do
seu temperamento e car‡ter.
§! colher informa•›es sobre a exist•ncia de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma defici•ncia e o nome e o contato de
eventual respons‡vel pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.
§! Possibilidade de se proceder ˆ reprodu•‹o simulada dos fatos
(reconstitui•‹o) - Desde que esta n‹o contrarie a moralidade
ou a ordem pœblica.

OBS.: O procedimento de identifica•‹o criminal s— Ž admitido para aquele


que n‹o for civilmente identificado. Exce•‹o: mesmo o civilmente
identificado poder‡ ser submetido ˆ identifica•‹o criminal, nos
seguintes casos:
¥! Se o documento apresentado contiver rasuras ou ind’cios de
falsifica•‹o.

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¥! O documento n‹o puder comprovar cabalmente a identidade da
pessoa.
¥! A pessoa portar documentos de identidade distintos, com
informa•›es conflitantes;
¥! A identifica•‹o criminal for indispens‡vel ˆs investiga•›es
policiais (Necess‡rio despacho do Juiz determinando isso).
¥! Constar nos registros policiais que a pessoa j‡ se apresentou
com outros nomes.
¥! O estado de conserva•‹o, a data de expedi•‹o do documento
ou o local de sua expedi•‹o impossibilitem a perfeita
identifica•‹o da pessoa.

Requerimento de dilig•ncias pelo ofendido e pelo indiciado Ð


Ambos podem requerer a realiza•‹o de dilig•ncias, mas ficar‡ a critŽrio
da Autoridade Policial deferi-las ou n‹o.

FORMA DE TRAMITA‚ÌO DO IP
Sigiloso Ð A autoridade policial deve assegurar o sigilo necess‡rio ˆ
elucida•‹o do fato ou o exigido pelo interesse da sociedade. Prevalece o
entendimento de que o IP Ž sempre sigiloso em rela•‹o ˆs pessoas do
povo em geral, por se tratar de mero procedimento investigat—rio.

Acesso do advogado aos autos do IP


O advogado do indiciado deve ter franqueado o acesso amplo aos
elementos de prova j‡ documentados nos autos do IP, e que digam
respeito ao exerc’cio do direito de defesa. N‹o se aplica ˆs dilig•ncias
em curso (Ex.: intercepta•‹o telef™nica ainda em curso) Ð SòMULA
VINCULANTE n¼ 14.
OBS.: A Lei 13.24/16 alterou o Estatuto da OAB para estender tal
previs‹o a qualquer procedimento investigat—rio criminal (inclusive
aqueles instaurados internamente no ‰mbito do MP).

Interrogat—rio em sede policial


Necessidade de presen•a do advogado? Posi•‹o cl‡ssica da Doutrina
e da Jurisprud•ncia: NÌO.
Altera•‹o legislativa (Lei 13.245/16) Ð passou-se a exigir a
presen•a do advogado no interrogat—rio policial? Ainda n‹o h‡
posi•‹o do STF ou STJ. Duas correntes:
§! Alguns v‹o entender que o advogado, agora, Ž indispens‡vel
durante o IP.
§! Outros v‹o entender que a Lei n‹o criou essa obrigatoriedade. O
que a Lei criou foi, na verdade, um DEVER para o advogado

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que tenha sido devidamente constitu’do pelo indiciado
(dever de assisti-lo, sob pena de nulidade). Caso o indiciado
deseje n‹o constituir advogado, n‹o haveria obrigatoriedade.

CONCLUSÌO DO IP
Prazo
PRAZO PARA A CONCLUSÌO DO IP

NATUREZA DA PRAZO OBSERVA‚ÍES


INFRA‚ÌO

REGRA GERAL ¥! Indiciado preso: 10 dias OBS.: Em se tratando de


¥! Indiciado solto: 30 dias indiciado solto, o prazo Ž
processual. Em se tratando
CRIMES ¥! Indiciado preso: 15 dias de indiciado preso o prazo Ž
FEDERAIS ¥! Indiciado solto: 30 dias material (conta-se o dia do
come•o).
LEI DE ¥! Indiciado preso: 30 dias
OBS.: No caso de indiciado
DROGAS ¥! Indiciado solto: 90 dias preso, o prazo se inicia da
OBS.: Ambos podem ser data da pris‹o. Em se
duplicados. tratando de indiciado solto, o
prazo se inicia com a Portaria
CRIMES ¥! Indiciado preso ou solto: de instaura•‹o.
CONTRA A 10 dias
ECONOMIA
POPULAR

OBS.: Em caso de indiciado solto o STJ entende tratar-se de prazo


impr—prio (descumprimento do prazo n‹o gera repercuss‹o pr‡tica).

Destinat‡rio do IP Ð Prevalece que:


§! Destinat‡rio imediato Ð titular da a•‹o penal
§! Destinat‡rio mediato Ð Juiz

ARQUIVAMENTO DO IP
Regra Ð MP requer o arquivamento, mas quem determina Ž o Juiz. Se o
Juiz discordar, remete ao Chefe do MP (em regra, o PGJ). O Chefe do MP
decide se concorda com o membro do MP ou com o Juiz. Se concordar
com o membro do MP, o Juiz deve arquivar. Se concordar com o Juiz, ele
pr—prio aju’za a a•‹o penal ou designa outro membro para ajuizar.
A•‹o penal privada Ð Os autos do IP ser‹o remetidos ao Ju’zo
competente, onde aguardar‹o a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal (ou ser‹o entregues ao requerente, caso assim
requeira, mediante traslado).
Arquivamento impl’cito Ð Cria•‹o doutrin‡ria. Duas hip—teses:

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§! Quando o membro do MP deixar requerer o arquivamento em
rela•‹o a alguns fatos investigados, silenciando quanto a outros.
§! Requerer o arquivamento em rela•‹o a alguns investigados,
silenciando quanto a outros.
STF e STJ n‹o aceitam a tese de arquivamento impl’cito.

Arquivamento indireto Ð Quando o membro do MP deixa de oferecer a


denœncia por entender que o Ju’zo (que est‡ atuando durante a fase
investigat—ria) Ž incompetente para processar e julgar a a•‹o penal. N‹o
Ž un‰nime.
Trancamento do IP - Consiste na cessa•‹o da atividade investigat—ria
por decis‹o judicial quando h‡ ABUSO na instaura•‹o do IP ou na
condu•‹o das investiga•›es, geralmente quando n‹o h‡ elementos
m’nimos de prova.

Decis‹o de arquivamento de IP faz coisa julgada? Em regra, n‹o,


podendo ser reaberta a investiga•‹o se de outras provas (provas novas) a
autoridade policial tiver not’cia. Exce•›es:
§! Arquivamento por atipicidade do fato
§! Arquivamento em raz‹o do reconhecimento de manifesta
causa de exclus‹o da ilicitude ou da culpabilidade Ð Aceito
pela Doutrina e jurisprud•ncia MAJORITçRIAS.
§! Arquivamento por extin•‹o da punibilidade
OBS.: Se o reconhecimento da extin•‹o da punibilidade se deu pela
morte do agente, mediante apresenta•‹o de certid‹o de —bito falsa
(o agente n‹o estava morto) Ž poss’vel reabrir as investiga•›es.

ATEN‚ÌO! A autoridade policial NÌO PODE mandar arquivar autos de


inquŽrito policial.

PODER DE INVESTIGA‚ÌO DO MP
Entendimento pac’fico no sentido de que o MP pode investigar, mediante
procedimentos pr—prios, mas n‹o pode presidir nem instaurar inquŽrito
policial.

Bons estudos!
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3.! EXERCêCIOS PARA PARATICAR

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01.! (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)


Um Delegado de Pol’cia determina a instaura•‹o de inquŽrito policial para
apurar a pr‡tica do crime de recepta•‹o, supostamente praticado por
JosŽ. Com rela•‹o ao InquŽrito Policial, assinale a afirmativa que n‹o
constitui sua caracter’stica.
A) Escrito.
B) Inquisit—rio.
C) Indispens‡vel.
D) Formal.

02.! (FGV Ð 2013 - X EXAME UNIFICADO DA OAB)


Na cidade ÒAÓ, o Delegado de Pol’cia instaurou inquŽrito policial para
averiguar a poss’vel ocorr•ncia do delito de estelionato praticado por
M‡rcio, tudo conforme minuciosamente narrado na requisi•‹o do
MinistŽrio Pœblico Estadual. Ao final da apura•‹o, o Delegado de Pol’cia
enviou o inquŽrito devidamente relatado ao Promotor de Justi•a. No
entendimento do parquet, a conduta praticada por M‡rcio, embora t’pica,
estaria prescrita. Nessa situa•‹o, o Promotor dever‡
A) arquivar os autos.
B) oferecer denœncia.
C) determinar a baixa dos autos.
D) requerer o arquivamento.

03.! (FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XII -


PRIMEIRA FASE)
Quanto ao inquŽrito policial, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) O inquŽrito policial poder‡ ser instaurado de of’cio pela Autoridade
Policial nos crimes persequ’veis por a•‹o penal pœblica incondicionada.
b) O inquŽrito, nos crimes em que a a•‹o pœblica depender de
representa•‹o, n‹o poder‡ ser iniciado sem ela.
c) Nos crimes de a•‹o penal privada, n‹o caber‡ instaura•‹o de inquŽrito
policial, mas sim a lavratura de termo circunstanciado.
d) O inquŽrito policial, mesmo nos crimes hediondos, poder‡ ser
dispens‡vel para o oferecimento de denœncia.

04.! (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V -


PRIMEIRA FASE)

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Tendo em vista o enunciado da sœmula vinculante n. 14 do Supremo
Tribunal Federal, quanto ao sigilo do inquŽrito policial, Ž correto afirmar
que a autoridade policial poder‡ negar ao advogado
a) a vista dos autos, sempre que entender pertinente.
b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado
formalmente.
c) do indiciado que esteja atuando com procura•‹o o acesso aos
depoimentos prestados pelas v’timas, se entender pertinente.
d) o acesso aos elementos de prova que ainda n‹o tenham sido
documentados no procedimento investigat—rio.

05.! (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - IV -


PRIMEIRA FASE)
Acerca das disposi•›es contidas na Lei Processual sobre o InquŽrito
Policial, assinale a alternativa correta.
a) Nos crimes de a•‹o privada, a autoridade policial poder‡ proceder a
inquŽrito a requerimento de qualquer pessoa do povo que tiver
conhecimento da exist•ncia de infra•‹o penal.
b) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquŽrito
caber‡ recurso para o tribunal competente.
c) Para verificar a possibilidade de haver a infra•‹o sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poder‡ proceder ˆ reprodu•‹o
simulada dos fatos, desde que esta n‹o contrarie a moralidade ou a
ordem pœblica.
d) A autoridade policial poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito.

06.! (FGV Ð 2015 Ð OAB - XVII EXAME DA OAB)


No dia 01/04/2014, Nat‡lia recebeu cinco facadas em seu abd™men,
golpes estes que foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a
autoria do delito, foi instaurado inquŽrito policial e foram realizadas
diversas dilig•ncias, dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e
amigos da v’tima e exame pericial no local. Mesmo ap—s todas essas
medidas, n‹o foi poss’vel obter ind’cios suficientes de autoria, raz‹o pela
qual o inquŽrito policial foi arquivado pela autoridade judici‡ria por falta
de justa causa, em 06/10/2014, ap—s manifesta•‹o nesse sentido da
autoridade policial e do MinistŽrio Pœblico. Ocorre que, em 05/01/2015, a
m‹e de Nat‡lia encontrou, entre os bens da filha que ainda guardava,
uma carta escrita por Bruno, ex namorado de Nat‡lia, em 30/03/2014,
em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o
relacionamento amoroso ou deveria arcar com as consequ•ncias. A
referida carta foi encaminhada para a autoridade policial.
Nesse caso,

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A) nada poder‡ ser feito, pois o arquivamento do inquŽrito policial fez
coisa julgada material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar
o desarquivamento do inquŽrito pela autoridade competente.
C) nada poder‡ ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento n‹o
pode ser considerada prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado
diretamente pela autoridade policial, independentemente de manifesta•‹o
do MinistŽrio Pœblico ou do juiz.

07.! (FGV Ð 2015 Ð OAB - XVI EXAME DA OAB)


O inquŽrito policial pode ser definido como um procedimento
investigat—rio prŽvio, cuja principal finalidade Ž a obten•‹o de ind’cios
para que o titular da a•‹o penal possa prop™-la contra o suposto autor da
infra•‹o penal.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
A) A exig•ncia de ind’cios de autoria e materialidade para oferecimento de
denœncia torna o inquŽrito policial um procedimento indispens‡vel.
B) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquŽrito
policial Ž irrecorr’vel.
C) O inquŽrito policial Ž inquisitivo, logo o defensor n‹o poder‡ ter acesso
aos elementos informativos que nele constem, ainda que j‡
documentados.
D) A autoridade policial, ainda que convencida da inexist•ncia do crime,
n‹o poder‡ mandar arquivar os autos do inquŽrito j‡ instaurado.

08.! (FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM)


No dia 10 de maio de 2015, Maria, 25 anos, foi v’tima de um crime de
estupro simples, mas, traumatizada, n‹o mostrou interesse em dar in’cio
a qualquer investigaç‹o penal ou aç‹o penal em relaç‹o aos fatos. Os pais
de Maria, porŽm, requerem a instauraç‹o de inquŽrito policial para apurar
autoria, entendendo que, ap—s identificar o agente, Maria poder‡ decidir
melhor sobre o interesse na persecuç‹o penal. Foi proferido despacho
indeferindo o requerimento de abertura de inquŽrito.
Considerando a situaç‹o narrada, assinale a afirmativa correta.
A) Do despacho que indefere o requerimento de abertura de inquŽrito
policial n‹o cabe qualquer recurso, administrativo ou judicial.
B) Em que pese o interesse de Maria ser relevante para o in’cio da aç‹o
penal, a instauraç‹o de inquŽrito policial independe de sua representaç‹o.
C) Caso Maria manifeste interesse na instauraç‹o de inquŽrito policial
ap—s o indeferimento, ainda dentro do prazo decadencial, o procedimento
poder‡ ter in’cio, independentemente do surgimento de novas provas.

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D) Apesar de os pais de Maria n‹o poderem requerer a instauraç‹o de
inquŽrito policial, o MinistŽrio Pœblico pode requisitar o in’cio do
procedimento na hip—tese, tendo em vista a natureza pœblica da aç‹o.

4.! GABARITO

1.! ALTERNATIVA C
2.! ALTERNATIVA D
3.! ALTERNATIVA C
4.! ALTERNATIVA D
5.! ALTERNATIVA C
6.! ALTERNATIVA B
7.! ALTERNATIVA D
8.! ALTERNATIVA C

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