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Aula 01
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DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB
Teoria e exerc’cios comentados
Prof.
Renan Araujo Ð Aula 01
SUMçRIO
1. INQUƒRITO POLICIAL ................................................................................. 3
1.1. NATUREZA E CARACTERêSTICAS .............................................................. 3
1.2. In’cio do IP (instaura•‹o do IP) ............................................................... 6
1.2.1. Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de a•‹o penal pœblica
incondicionada .................................................................................................. 6
1.2.1.1. De of’cio ........................................................................................... 6
1.2.1.2. Requisi•‹o do Juiz ou do MP ................................................................ 7
1.2.1.3. Requerimento da v’tima ou de seu representante legal ............................ 7
1.2.1.4. Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................ 8
1.2.2. Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Pœblica
Condicionada ˆ Representa•‹o .......................................................................... 8
1.2.2.1. Representa•‹o do Ofendido ou de seu representante legal .......................... 8
1.2.2.2. Requisi•‹o de autoridade Judici‡ria ou do MP ............................................ 9
1.2.2.3. Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................... 9
1.2.2.4. Requisi•‹o do Ministro da Justi•a ............................................................. 9
1.2.3. Formas de Instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Privada ......... 10
1.2.3.1. Requerimento da v’tima ou de quem legalmente a represente ................... 10
1.2.3.2. Requisi•‹o do Juiz ou do MP.................................................................. 10
1.2.3.3. Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................. 10
1.2.4. Fluxograma ......................................................................................... 10
1.3. Tramita•‹o do IP .................................................................................... 13
1.3.1. Dilig•ncias Investigat—rias .................................................................. 13
1.3.1.1. Requerimento de dilig•ncias pelo ofendido e pelo indiciado ....................... 16
1.3.1.2. Identifica•‹o criminal ........................................................................... 16
1.3.2. Curadoria ao indiciado menor ............................................................. 17
1.4. Forma de tramita•‹o .............................................................................. 17
1.5. Conclus‹o do inquŽrito policial ............................................................... 20
1.6. Poder de investiga•‹o do MP .................................................................. 24
2. RESUMO .................................................................................................... 27
3. EXERCêCIOS PARA PARATICAR ................................................................. 32
4. GABARITO ................................................................................................. 36
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Ol‡, meus amigos!
Bons estudos!
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1.! INQUƒRITO POLICIAL
3
Para entendermos, devemos fazer a distin•‹o entre sistema acusat—rio e sistema
inquisitivo.
O sistema acusat—rio Ž aquele no qual h‡ dialŽtica, ou seja, uma parte defende uma
tese, a outra parte rebate as teses da primeira e um Juiz, imparcial, julga a demanda.
Ou seja, o sistema acusat—rio Ž multilateral.
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No InquŽrito n‹o h‡ acusa•‹o, logo, n‹o h‡ nem autor, nem
acusado. O Juiz existe, mas ele n‹o conduz o IP, quem conduz o IP
Ž a autoridade policial (Delegado). No InquŽrito Policial, por ser
inquisitivo, n‹o h‡ direito ao contradit—rio nem ˆ ampla
defesa4. Como dissemos, no IP n‹o h‡ acusa•‹o alguma. H‡ apenas
um procedimento administrativo destinado a reunir informa•›es para
subsidiar um ato (oferecimento de denœncia ou queixa). N‹o h‡,
portanto, acusado, mas investigado ou indiciado (conforme o
andamento do IP).5 Em raz‹o desta aus•ncia de contradit—rio, o
valor probat—rio das provas obtidas no IP Ž muito pequeno,
servindo apenas para angariar elementos de convic•‹o ao titular da
a•‹o penal (o MP ou o ofendido, a depender do tipo de crime) para
que este ofere•a a denœncia ou queixa.
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delito desta natureza. Quando o crime for de a•‹o penal pœblica
incondicionada (regra), portanto, a instaura•‹o do IP poder‡ ser
realizada pela autoridade policial independentemente de provoca•‹o
de quem quer seja. ƒ claro que, se o MP j‡ dispuser dos elementos
necess‡rios ao ajuizamento da a•‹o penal, o IP n‹o precisa ser
iniciado. O que o inciso I do art. 5¼ quer dizer Ž que a autoridade
policial tem o poder-dever de instaur‡-lo, de of’cio, no caso de
crimes desta natureza (O que determinar‡ a instaura•‹o, ou n‹o,
ser‡ a exist•ncia de ind’cios m’nimos da infra•‹o penal e a eventual
utilidade do IP).
¥! Procedimento escrito - Todos os atos produzidos no bojo do
IP dever‹o ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais
(como depoimento de testemunhas, interrogat—rio do rŽu, etc.). Essa
regra encerra outra caracter’stica do IP, citada por alguns autores,
que Ž a da FORMALIDADE.
¥! Indisponibilidade - Uma vez instaurado o IP, n‹o pode
a autoridade policial arquiv‡-lo6, pois esta atribui•‹o Ž exclusiva
do Judici‡rio, quando o titular da a•‹o penal assim o requerer.
¥! Dispensabilidade - O InquŽrito Policial Ž dispens‡vel,
ou seja, n‹o Ž obrigat—rio. Dado seu car‡ter informativo (busca
reunir informa•›es), caso o titular da a•‹o penal j‡ possua todos os
elementos necess‡rios ao oferecimento da a•‹o penal, o InquŽrito
ser‡ dispens‡vel. Um dos artigos que fundamenta isto Ž o art. 39, ¤
5¡ do CPP.
¥! Discricionariedade na sua condu•‹o - A autoridade
policial pode conduzir a investiga•‹o da maneira que entender
mais frut’fera, sem necessidade de seguir um padr‹o prŽ-
estabelecido. Essa discricionariedade n‹o se confunde com
arbitrariedade, n‹o podendo o Delegado (que Ž quem preside o IP)
determinar dilig•ncias meramente com a finalidade de perseguir o
investigado, ou para prejudic‡-lo. A finalidade da dilig•ncia deve ser
sempre o interesse pœblico, materializado no objetivo do InquŽrito,
que Ž reunir elementos de autoria e materialidade do delito.
6
Art. 17 do CPP.
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B) Inquisit—rio.
C) Indispens‡vel.
D) Formal.
COMENTçRIOS: O inquŽrito policial possui algumas caracter’sticas,
dentre elas a caracter’stica da DISPENSABILIDADE. O IP Ž dispens‡vel,
ou seja, n‹o Ž obrigat—rio para o oferecimento da a•‹o penal. Dado
seu car‡ter informativo (busca reunir informa•›es), caso o titular da a•‹o
penal j‡ possua todos os elementos necess‡rios ao oferecimento da a•‹o
penal, o InquŽrito ser‡ dispens‡vel. Um dos artigos que fundamenta isto
Ž o art. 39, ¤ 5¡ do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
1.2.1.1.! De of’cio
Tomando a autoridade policial conhecimento da pr‡tica de fato
definido como crime cuja a•‹o penal seja pœblica incondicionada, poder‡
proceder (sem que haja necessidade de requerimento de quem quer que
seja) ˆ instaura•‹o do IP, mediante Portaria.
Quando a autoridade policial toma conhecimento de um fato
criminoso, independentemente do meio (pela m’dia, por boatos que
correm na boca do povo, ou por qualquer outro meio), ocorre o que se
chama de notitia criminis. Diante da notitia criminis relativa a um
crime cuja a•‹o penal Ž pœblica incondicionada, a instaura•‹o do
IP passa a ser admitida, ex officio, nos termos do j‡ citado art. 5¡,
I do CPP.
Quando esta not’cia de crime surge atravŽs de uma dela•‹o,
estaremos diante da delatio criminis simples. Nos termos do art. 5¡, ¤
3¡ do CPP.
Mas, e no caso de se tratar de uma denœncia an™nima. Como
deve proceder o Delegado, j‡ que a Constitui•‹o permite a
manifesta•‹o do pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso,
estamos diante da delatio criminis inqualificada, que abrange,
inclusive, a chamada Òdisque-denœnciaÓ, muito utilizada nos dias de hoje.
A solu•‹o encontrada pela Doutrina e pela Jurisprud•ncia para conciliar o
interesse pœblico na investiga•‹o com a proibi•‹o de manifesta•›es
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ap—crifas (an™nimas) foi determinar que o Delegado, quando tomar
ci•ncia de fato definido como crime, atravŽs de denœncia an™nima, n‹o
dever‡ instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada
a proced•ncia da denœncia e, caso realmente se tenha not’cia do
crime, instaurar o IP.7
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O requerimento feito pela v’tima ou por seu representante deve
preencher alguns requisitos. Entretanto, caso n‹o for poss’vel, podem ser
dispensados. Nos termos do art. 5¡, ¤ 1¡ do CPP:
¤ 1o O requerimento a que se refere o no II conter‡ sempre que poss’vel:
a) a narra•‹o do fato, com todas as circunst‰ncias;
b) a individualiza•‹o do indiciado ou seus sinais caracter’sticos e as raz›es de
convic•‹o ou de presun•‹o de ser ele o autor da infra•‹o, ou os motivos de
impossibilidade de o fazer;
c) a nomea•‹o das testemunhas, com indica•‹o de sua profiss‹o e
resid•ncia.
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Caso a v’tima n‹o exer•a seu direito de representa•‹o no
prazo de seis meses, estar‡ extinta a punibilidade (decai do direito
de representar), nos termos do art. 38 do CPP.
10
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado
mental, e n‹o tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os
daquele, o direito de queixa poder‡ ser exercido por curador especial, nomeado, de
of’cio ou a requerimento do MinistŽrio Pœblico, pelo juiz competente para o processo
penal.
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Diferentemente da representa•‹o, a requisi•‹o do Ministro da
Justi•a Ž irretrat‡vel e n‹o est‡ sujeita a prazo decadencial,
podendo ser exercitada enquanto o crime ainda n‹o estiver
prescrito.
1.2.4.! Fluxograma
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FORMAS DE
INSTAURAÇÃO DO IP
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C) ERRADA: O IP pode ser instaurado em tais crimes, mas depender‡ de
requerimento da v’tima ou de quem tenha qualidade para representa-la,
nos termos do art. 5¼, ¤5¼ do CPP. O Termo circunstanciado somente Ž
cab’vel nas infra•›es penais de menor potencial ofensivo (da compet•ncia
dos Juizados Especiais Criminais).
D) CORRETA: Item correto, pois uma das caracter’sticas do IP Ž a sua
DISPENSABILIDADE, pois Ž mera pe•a que visa ˆ colheita de
informa•›es. Se as informa•›es j‡ existem, o IP pode ser dispensado.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA C.
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identificar o agente, Maria poder‡ decidir melhor sobre o interesse
na persecuç‹o penal. Foi proferido despacho indeferindo o
requerimento de abertura de inquŽrito.
Considerando a situaç‹o narrada, assinale a afirmativa correta.
A) Do despacho que indefere o requerimento de abertura de
inquŽrito policial n‹o cabe qualquer recurso, administrativo ou
judicial.
B) Em que pese o interesse de Maria ser relevante para o in’cio da
aç‹o penal, a instauraç‹o de inquŽrito policial independe de sua
representaç‹o.
C) Caso Maria manifeste interesse na instauraç‹o de inquŽrito
policial ap—s o indeferimento, ainda dentro do prazo decadencial,
o procedimento poder‡ ter in’cio, independentemente do
surgimento de novas provas.
D) Apesar de os pais de Maria n‹o poderem requerer a
instauraç‹o de inquŽrito policial, o MinistŽrio Pœblico pode
requisitar o in’cio do procedimento na hip—tese, tendo em vista a
natureza pœblica da aç‹o.
COMENTçRIOS: Neste caso temos um crime de a•‹o penal pœblica
condicionada ˆ representa•‹o, nos termos do art. 225 do CP, j‡ que Maria
n‹o Ž menor de 18 anos nem pessoa vulner‡vel.
Assim, a instaura•‹o do IP depende de manifesta•‹o de Maria neste
sentido (art. 5¼, ¤4¼ do CPP), n‹o sendo poss’vel a instaura•‹o em raz‹o
de mero requerimento formulado por seus pais (eis que n‹o s‹o seus
representantes legais). Est‡ errada, portanto, a alternativa B.
A alternativa A est‡ errada, pois em face de tal decis‹o caber‡ recurso ao
Chefe de Pol’cia, nos termos do art. 5¼, ¤2¼ do CPP.
A Alternativa C est‡ correta, pois Maria poder‡ requerer a instaura•‹o do
IP a qualquer tempo, desde que dentro do prazo decadencial de seis
meses, que se inicia quando Maria toma conhecimento de quem Ž o
infrator.
A alternativa D, por sua vez, est‡ incorreta, pois o MP n‹o poder‡
requisitar a instaura•‹o do IP sem que haja representa•‹o da ofendida, j‡
que se trata de crime de a•‹o penal pœblica condicionada ˆ
representa•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
1.3.! Tramita•‹o do IP
J‡ vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamos
estudar agora como se desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP).
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Ap—s a instaura•‹o do IP algumas dilig•ncias devem ser adotadas
pela autoridade policial. Estas dilig•ncias est‹o previstas no art. 6¡ do
CPP:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a
autoridade policial dever‡:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado e
conserva•‹o das coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela
Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
II - apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, ap—s liberados
pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
suas circunst‰ncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do disposto no
Cap’tulo III do T’tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras per’cias;
VIII - ordenar a identifica•‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se
poss’vel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,
familiar e social, sua condi•‹o econ™mica, sua atitude e estado de ‰nimo
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribu’rem para a aprecia•‹o do seu temperamento e car‡ter.
X - colher informa•›es sobre a exist•ncia de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma defici•ncia e o nome e o contato de eventual respons‡vel
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Inclu’do pela
Lei n¼ 13.257, de 2016)
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infra•‹o sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poder‡ proceder ˆ reprodu•‹o
simulada dos fatos, desde que esta n‹o contrarie a moralidade ou a ordem
pœblica.
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Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o
MP poder‹o requisitar dados ou informa•›es cadastrais da v’tima ou
de suspeitos11. S‹o eles:
⇒! Sequestro ou c‡rcere privado
⇒! Redu•‹o ˆ condi•‹o an‡loga ˆ de escravo
⇒! Tr‡fico de pessoas
⇒! Extors‹o mediante restri•‹o da liberdade (Òsequestro
rel‰mpagoÓ)
⇒! Extors‹o mediante sequestro
⇒! Facilita•‹o de envio de crian•a ou adolescente ao exterior (art.
239 do ECA)
11
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder
público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei nº
13.344, de 2016) (Vigência)
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. (Incluído pela Lei
nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de
radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por
uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas)
horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso,
com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
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mediante autoriza•‹o judicial12, ˆs empresas prestadoras de servi•o
de telecomunica•›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente
os dados (meios tŽcnicos) que permitam a localiza•‹o da v’tima ou dos
suspeitos do delito em curso (como sinais, informa•›es e outros).
Contudo, o acesso a esse sinal:
⇒! N‹o permitir‡ acesso ao conteœdo da comunica•‹o, que
depender‡ de autoriza•‹o judicial (apenas dados como local
aproximado em que foi feita a liga•‹o, destinat‡rio, etc.).
⇒! Dever‡ ser fornecido pela prestadora de telefonia m—vel celular
por per’odo n‹o superior a 30 dias (renov‡vel uma vez por
mais 30 dias). Para per’odos superiores ser‡ necess‡ria ordem
judicial
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exce•›es, ou seja, hip—teses em que mesmo havendo identifica•‹o civil,
poder‡ ser realizada a identifica•‹o criminal.13
13
Isso consta na Lei 12.037/09:
Art. 3¼ Embora apresentado documento de identifica•‹o, poder‡ ocorrer identifica•‹o
criminal quando:
I Ð o documento apresentar rasura ou tiver ind’cio de falsifica•‹o;
II Ð o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III Ð o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informa•›es conflitantes
entre si;
IV Ð a identifica•‹o criminal for essencial ˆs investiga•›es policiais, segundo despacho da
autoridade judici‡ria competente, que decidir‡ de of’cio ou mediante representa•‹o da
autoridade policial, do MinistŽrio Pœblico ou da defesa;
V Ð constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualifica•›es;
VI Ð o estado de conserva•‹o ou a dist‰ncia temporal ou da localidade da expedi•‹o do
documento apresentado impossibilite a completa identifica•‹o dos caracteres essenciais.
Par‡grafo œnico. As c—pias dos documentos apresentados dever‹o ser juntadas aos autos
do inquŽrito, ou outra forma de investiga•‹o, ainda que consideradas insuficientes para
identificar o indiciado.
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investigat—rio, n‹o havendo nenhum interesse que justifique o acesso
liberado a qualquer do povo.14
Entretanto, o IP n‹o Ž, em regra, sigiloso em rela•‹o aos envolvidos
(ofendido, indiciado e seus advogados), podendo, entretanto, ser
decretado sigilo em rela•‹o a determinadas pe•as do InquŽrito quando
necess‡rio para o sucesso da investiga•‹o (por exemplo: Pode ser vedado
o acesso do advogado a partes do IP que tratam de requerimento do
Delegado pedindo a pris‹o do indiciado, para evitar que este fuja).
Com rela•‹o ao acesso por parte do advogado, h‡ previs‹o no art.
7¼, XIV do Estatuto da OAB. Vejamos o que diz esse dispositivo:
Art. 7¼ S‹o direitos do advogado:
(...) XIV - examinar, em qualquer institui•‹o respons‡vel por conduzir
investiga•‹o, mesmo sem procura•‹o, autos de flagrante e de
investiga•›es de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que
conclusos ˆ autoridade, podendo copiar pe•as e tomar apontamentos, em
meio f’sico ou digital; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 13.245, de 2016)
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Outro tema que pode ser cobrado, se refere ˆ necessidade (ou n‹o)
da presen•a do defensor (Advogado ou Defensor Pœblico) no
Interrogat—rio Policial.
ƒ pac’fico que a presen•a do advogado no interrogat—rio
JUDICIAL Ž INDISPENSçVEL, atŽ por for•a do que disp›e o art. 185,
¤1¡ do CPP16.
Entretanto, n‹o h‡ norma que disponha o mesmo no que se refere
ao interrogat—rio em sede policial. Vejamos o que diz o art. 6¡ do CPP:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a
autoridade policial dever‡:
(...) V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do
disposto no Cap’tulo III do T’tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo
ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
Vejam que o inciso que trata do interrogat—rio em sede policial
determina a aplica•‹o das regrasd do inquŽrito judicial, NO QUE FOR
APLICçVEL. A quest‹o Ž: Exige-se, ou n‹o, a presen•a do advogado?
Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser
alertado sobre seu direito ˆ presen•a de advogado, mas, caso
queira ser ouvido mesmo sem a presen•a do advogado, o
interrogat—rio policial Ž v‡lido. Assim, a regra Ž: deve ser
possibilitado ao indiciado, ter seu advogado presente no ato de seu
interrogat—rio policial. Caso isso n‹o ocorra (a POSSIBILIDADE de ter o
advogado presente), haver‡ nulidade neste interrogat—rio em sede
policial.
Contudo, mais uma pol•mica surgiu. A Lei 13.245/16, que alterou
alguns dispositivos do Estatuto da OAB, passou a prever, ainda, que
Ž direito do defensor Òassistir a seus clientes investigados durante a
apura•‹o de infra•›es, sob pena de nulidade absoluta do respectivo
interrogat—rio ou depoimento e, subsequentemente, de todos os
elementos investigat—rios e probat—rios dele decorrentes ou derivados,
direta ou indiretamenteÓ.
Art. 7¼ (...) XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apura•‹o de
infra•›es, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogat—rio ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigat—rios e
probat—rios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo,
inclusive, no curso da respectiva apura•‹o: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.245, de
2016)
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Ainda n‹o temos posicionamento dos Tribunais sobre isso, pois Ž muito
recente. Prevejo, contudo, duas correntes:
1 - Alguns v‹o entender que o advogado, agora, Ž indispens‡vel
durante o IP.
2 - Outros v‹o entender que a Lei n‹o criou essa obrigatoriedade. O
que a Lei criou foi, na verdade, um DEVER para o advogado que tenha
sido devidamente constitu’do pelo indiciado (dever de assisti-lo, sob
pena de nulidade). Caso o indiciado deseje n‹o constituir advogado, n‹o
haveria obrigatoriedade.
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Caso o Delegado n‹o consiga elucidar o fato no prazo previsto,
dever‡ assim mesmo encaminhar os autos do IP ao Juiz, solicitando
prorroga•‹o do prazo. Caso o rŽu esteja solto, o Juiz pode deferir a
prorroga•‹o do prazo. Caso o rŽu esteja preso, o prazo n‹o pode ser
prorrogado, sob pena de constrangimento ilegal ˆ liberdade do
indiciado, ensejando, inclusive, a impetra•‹o de Habeas Corpus.
Estes prazos (10 dias e 30 dias) s‹o a regra prevista no CPP.
Entretanto, existem exce•›es previstas em outras leis:
¥! Crimes de compet•ncia da Justi•a Federal Ð 15 dias para rŽu
preso e 30 dias para rŽu solto.
¥! Crimes da lei de Drogas Ð 30 dias para rŽu preso e 90 dias para
rŽu solto. Podem ser duplicados em ambos os casos.
¥! Crimes contra a economia popular Ð 10 dias tanto para rŽu preso
quanto para rŽu solto. 2
17
HC 304.274/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/11/2014,
DJe 12/11/2014
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Outra parcela da Doutrina, que parece vem se tornando majorit‡ria,
entende que o destinat‡rio IMEDIATO seria o titular da a•‹o penal,
j‡ que a ele se destina o IP (do ponto de vista de sua finalidade). Para
esta corrente o Juiz seria o destinat‡rio MEDIATO, pois as provas
colhidas no IP seriam utilizadas, ao fim e ao cabo, para formar o
convencimento do Juiz.
Caso o MP entenda que n‹o Ž o caso de oferecer denœncia (por
n‹o ter ocorrido o fato criminoso, por n‹o haver ind’cios a autoria, etc.), o
membro do MP requerer‡ o arquivamento do IP, em peti•‹o
fundamentada, incluindo todos os fatos e investigados. Caso o Juiz
discorde, remeter‡ os autos do IP ao PGJ (Procurador-Geral de
Justi•a), que decidir‡ se mantŽm ou n‹o a posi•‹o de
arquivamento. O Juiz est‡ obrigado a acatar a decis‹o do PGJ
(Chefe do MP). ==dc29b==
18
Apenas para corroborar: (...) N‹o se admite o arquivamento de inquŽrito policial de
of’cio, sem a oitiva do MinistŽrio Pœblico, sob pena de ofensa ao princ’pio acusat—rio.
(STF, Pleno, AgRg no Inq 2913 julg. 01/03/2012)
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a retomada das investiga•›es quando j‡ houve manifesta•‹o
do MP e chancela do Juiz atestando a ATIPICIDADE da conduta
(irrelev‰ncia penal do fato)19.
¥! ARQUIVAMENTO EM RAZÌO DO RECONHECIMENTO DE
EXCLUDENTE DE ILICITUDE OU DE CULPABILIDADE Ð A
Doutrina e a jurisprud•ncia MAJORITçRIAS entendem que
tambŽm n‹o Ž poss’vel reabrir futuramente a investiga•‹o.
Embora haja diverg•ncia jurisprudencial a respeito, o STJ
pacificou seu entendimento neste sentido20.
¥! ARQUIVAMENTO PELO RECONHECIMENTO DA EXTIN‚ÌO
DA PUNIBILIDADE Ð Tanto Doutrina quanto Jurisprud•ncia
entendem que se trata de decis‹o que faz coisa julgada
material, ou seja, n‹o admite a reabertura do IP. Com rela•‹o
a este ponto, entende-se que se o reconhecimento da extin•‹o
da punibilidade se deu pela morte do agente (art. 107, I do CP)
mediante apresenta•‹o de certid‹o de —bito falsa (o agente n‹o
estava morto) Ž poss’vel reabrir as investiga•›es.
19
STF - Inq 3114/PR
20
O STJ possui decis‹o recente no sentido de que faz coisa julgada MATERIAL:
(...) A par da atipicidade da conduta e da presen•a de causa extintiva da punibilidade, o
arquivamento de inquŽrito policial lastreado em circunst‰ncia excludente de
ilicitude tambŽm produz coisa julgada material. (...)(RHC 46.666/MS, Rel.
Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJe
28/04/2015)
21
(...) A decis‹o que faz ju’zo de mŽrito do caso penal, reconhecendo atipia,
extin•‹o da punibilidade (por morte do agente, prescri•‹o...), ou excludentes da
ilicitude, exige certeza jur’dica - sem esta, a prova de crime com autor indicado geraria a
continuidade da persecu•‹o criminal - que, por tal, possui efeitos de coisa julgada
material, ainda que contida em acolhimento a pleito ministerial de
arquivamento das pe•as investigat—rias.
3. Promovido o arquivamento do inquŽrito policial pelo reconhecimento de leg’tima
defesa, a coisa julgada material impede rediscuss‹o do caso penal em qualquer novo
feito criminal, descabendo perquirir a exist•ncia de novas provas. Precedentes.
(...) (REsp 791.471/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em
25/11/2014, DJe 16/12/2014)
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destinat‡rio da investiga•‹o, na qualidade de titular da a•‹o penal
(pœblica).
No entanto, essa discuss‹o j‡ n‹o existe mais. Atualmente o
entendimento pacificado Ž no sentido de que o MP tem, sim,
poderes investigat—rios, j‡ que a Pol’cia Judici‡ria n‹o detŽm o
monop—lio constitucional dessa tarefa22.
Resumidamente:
¥! MP pode investigar
¥! MP n‹o pode instaurar e presidir inquŽrito policial
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poss’vel obter ind’cios suficientes de autoria, raz‹o pela qual o
inquŽrito policial foi arquivado pela autoridade judici‡ria por falta
de justa causa, em 06/10/2014, ap—s manifesta•‹o nesse sentido
da autoridade policial e do MinistŽrio Pœblico. Ocorre que, em
05/01/2015, a m‹e de Nat‡lia encontrou, entre os bens da filha
que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex namorado de
Nat‡lia, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24
horas para retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar
com as consequ•ncias. A referida carta foi encaminhada para a
autoridade policial.
Nesse caso,
A) nada poder‡ ser feito, pois o arquivamento do inquŽrito policial
fez coisa julgada material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e
justificar o desarquivamento do inquŽrito pela autoridade
competente.
C) nada poder‡ ser feito, pois a carta escrita antes do
arquivamento n‹o pode ser considerada prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido
determinado diretamente pela autoridade policial,
independentemente de manifesta•‹o do MinistŽrio Pœblico ou do
juiz.
COMENTçRIOS: Como o arquivamento se deu apenas em raz‹o da
aus•ncia de justa causa para o oferecimento da a•‹o penal (aus•ncia de
elementos de prova suficientes), o IP pode ser reaberto, pois surgiu prova
NOVA, nos termos do entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial, bem
como do que disp›e o art. 18 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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D) A autoridade policial, ainda que convencida da inexist•ncia do
crime, n‹o poder‡ mandar arquivar os autos do inquŽrito j‡
instaurado.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois o titular da a•‹o penal pode j‡ dispor dos
elementos necess‡rios para o ajuizamento da a•‹o penal. O IP Ž,
portanto, um procedimento dispens‡vel.
B) ERRADA: Item errado, pois tal despacho Ž recorr’vel, cabendo recurso
ao Chefe de Pol’cia, nos termos do art. 5¼, ¤2¼ do CPP.
C) ERRADA: Item errado, pois a despeito do car‡ter sigiloso do IP, Ž
direito do defensor, no interesse do representado, ter amplo acesso aos
elementos de prova que, j‡ documentados em procedimento
investigat—rio realizado por —rg‹o com compet•ncia de pol’cia judici‡ria,
digam respeito ao exerc’cio do direito de defesa, nos termos do que
disp›e a sœmula vinculante n¼ 14 do STF.
D) CORRETA: De fato, a autoridade policial NUNCA poder‡ mandar
arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
2.! RESUMO
INQUƒRITO POLICIAL
Conceito - Conjunto de dilig•ncias realizadas pela Pol’cia Judici‡ria, cuja
finalidade Ž angariar elementos de prova (prova da materialidade e
ind’cios de autoria), para que o legitimado (ofendido ou MP) possa ajuizar
a a•‹o penal.
Natureza Ð Procedimento administrativo prŽ-processual. NÌO Ž processo
judicial.
Caracter’sticas
¥! Administrativo - O InquŽrito Policial, por ser instaurado e
conduzido por uma autoridade policial, possui n’tido car‡ter
administrativo.
¥! Inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do
InquŽrito decorre de sua natureza prŽ-processual. No Processo temos
autor (MP ou v’tima), acusado e Juiz. No InquŽrito n‹o h‡
acusa•‹o, logo, n‹o h‡ nem autor, nem acusado. No InquŽrito
Policial, por ser inquisitivo, n‹o h‡ direito ao contradit—rio
pleno nem ˆ ampla defesa.
¥! Oficioso (Oficiosidade) Ð Possibilidade (poder-dever) de
instaura•‹o de of’cio quando se tratar de crime de a•‹o penal pœblica
incondicionada.
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¥! Escrito (formalidade) - Todos os atos produzidos no bojo
do IP dever‹o ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem
orais.
¥! Indisponibilidade Ð A autoridade policial n‹o pode dispor do
IP, ou seja, n‹o pode mandar arquiv‡-lo.
¥! Dispensabilidade Ð N‹o Ž indispens‡vel ˆ propositura da
a•‹o penal.
¥! Discricionariedade na condu•‹o - A autoridade policial
pode conduzir a investiga•‹o da maneira que entender mais frut’fera,
sem necessidade de seguir um padr‹o prŽ-estabelecido.
INSTAURA‚ÌO DO IP
FORMAS DE INSTAURA‚ÌO DO INQUƒRITO POLICIAL
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OBS.: Denœncia an™nima (delatio criminis inqualificada) -
Delegado, quando tomar ci•ncia de fato definido como crime, atravŽs de
denœncia an™nima, n‹o dever‡ instaurar o IP de imediato, mas
determinar que seja verificada a proced•ncia da denœncia e, caso
realmente se tenha not’cia do crime, instaurar o IP.
TRAMITA‚ÌO DO IP
Dilig•ncias
Logo ap—s tomar conhecimento da pr‡tica de infra•‹o penal, a autoridade
deve:
§! Dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado
e conserva•‹o das coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais.
§! Apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, ap—s
liberados pelos peritos criminais
§! Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato
e suas circunst‰ncias
§! Ouvir o ofendido
§! Ouvir o indiciado (interrogat—rio em sede policial)
§! Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es
§! Determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras per’cias Ð O exame de corpo de delito Ž
indispens‡vel nos crimes que deixam vest’gios.
§! Ordenar a identifica•‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se
poss’vel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
§! Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condi•‹o econ™mica, sua atitude e
estado de ‰nimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribu’rem para a aprecia•‹o do
seu temperamento e car‡ter.
§! colher informa•›es sobre a exist•ncia de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma defici•ncia e o nome e o contato de
eventual respons‡vel pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.
§! Possibilidade de se proceder ˆ reprodu•‹o simulada dos fatos
(reconstitui•‹o) - Desde que esta n‹o contrarie a moralidade
ou a ordem pœblica.
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¥! O documento n‹o puder comprovar cabalmente a identidade da
pessoa.
¥! A pessoa portar documentos de identidade distintos, com
informa•›es conflitantes;
¥! A identifica•‹o criminal for indispens‡vel ˆs investiga•›es
policiais (Necess‡rio despacho do Juiz determinando isso).
¥! Constar nos registros policiais que a pessoa j‡ se apresentou
com outros nomes.
¥! O estado de conserva•‹o, a data de expedi•‹o do documento
ou o local de sua expedi•‹o impossibilitem a perfeita
identifica•‹o da pessoa.
FORMA DE TRAMITA‚ÌO DO IP
Sigiloso Ð A autoridade policial deve assegurar o sigilo necess‡rio ˆ
elucida•‹o do fato ou o exigido pelo interesse da sociedade. Prevalece o
entendimento de que o IP Ž sempre sigiloso em rela•‹o ˆs pessoas do
povo em geral, por se tratar de mero procedimento investigat—rio.
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que tenha sido devidamente constitu’do pelo indiciado
(dever de assisti-lo, sob pena de nulidade). Caso o indiciado
deseje n‹o constituir advogado, n‹o haveria obrigatoriedade.
CONCLUSÌO DO IP
Prazo
PRAZO PARA A CONCLUSÌO DO IP
ARQUIVAMENTO DO IP
Regra Ð MP requer o arquivamento, mas quem determina Ž o Juiz. Se o
Juiz discordar, remete ao Chefe do MP (em regra, o PGJ). O Chefe do MP
decide se concorda com o membro do MP ou com o Juiz. Se concordar
com o membro do MP, o Juiz deve arquivar. Se concordar com o Juiz, ele
pr—prio aju’za a a•‹o penal ou designa outro membro para ajuizar.
A•‹o penal privada Ð Os autos do IP ser‹o remetidos ao Ju’zo
competente, onde aguardar‹o a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal (ou ser‹o entregues ao requerente, caso assim
requeira, mediante traslado).
Arquivamento impl’cito Ð Cria•‹o doutrin‡ria. Duas hip—teses:
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§! Quando o membro do MP deixar requerer o arquivamento em
rela•‹o a alguns fatos investigados, silenciando quanto a outros.
§! Requerer o arquivamento em rela•‹o a alguns investigados,
silenciando quanto a outros.
STF e STJ n‹o aceitam a tese de arquivamento impl’cito.
PODER DE INVESTIGA‚ÌO DO MP
Entendimento pac’fico no sentido de que o MP pode investigar, mediante
procedimentos pr—prios, mas n‹o pode presidir nem instaurar inquŽrito
policial.
Bons estudos!
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3.! EXERCêCIOS PARA PARATICAR
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Tendo em vista o enunciado da sœmula vinculante n. 14 do Supremo
Tribunal Federal, quanto ao sigilo do inquŽrito policial, Ž correto afirmar
que a autoridade policial poder‡ negar ao advogado
a) a vista dos autos, sempre que entender pertinente.
b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado
formalmente.
c) do indiciado que esteja atuando com procura•‹o o acesso aos
depoimentos prestados pelas v’timas, se entender pertinente.
d) o acesso aos elementos de prova que ainda n‹o tenham sido
documentados no procedimento investigat—rio.
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A) nada poder‡ ser feito, pois o arquivamento do inquŽrito policial fez
coisa julgada material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar
o desarquivamento do inquŽrito pela autoridade competente.
C) nada poder‡ ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento n‹o
pode ser considerada prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado
diretamente pela autoridade policial, independentemente de manifesta•‹o
do MinistŽrio Pœblico ou do juiz.
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D) Apesar de os pais de Maria n‹o poderem requerer a instauraç‹o de
inquŽrito policial, o MinistŽrio Pœblico pode requisitar o in’cio do
procedimento na hip—tese, tendo em vista a natureza pœblica da aç‹o.
4.! GABARITO
1.! ALTERNATIVA C
2.! ALTERNATIVA D
3.! ALTERNATIVA C
4.! ALTERNATIVA D
5.! ALTERNATIVA C
6.! ALTERNATIVA B
7.! ALTERNATIVA D
8.! ALTERNATIVA C
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