DECivil - Secção de Estruturas

DINÂMICA DE ESTRUTURAS e ENGENHARIA SÍSMICA .......................... Exame Recurso

28 de Janeiro de 2014 PARTE 2 (c/ consulta de formulário) Duração: 2,5h

Considere as figuras indicadas de um edifício da Proteção Civil, com R/C (nível 0), 1º piso (nível 1) e
cobertura (nível 2). É constituído por um corpo central definido pelo contorno BCKJ que se estende até à
cobertura, esta última materializada por uma laje que se prolonga para o exterior sobre duas galerias laterais
definidas pelos contornos ABJI e CDLK. Conforme indicado na planta da cobertura existem duas clarabóias
que abrangem totalmente os setores BCFE e GHKJ (apenas na cobertura) sem contribuição estrutural.

Por simplicidade admita que: i) é desprezável a massa de todos os elementos verticais; ii) as vigas apresentam
uma rigidez muito superior à dos pilares; iii) a rigidez de flexão da laje de cobertura é desprezável face à dos
pilares. Note que existem vigas em todos os alinhamentos do setor BCKJ nos níveis 1 e 2.

A B C D Dados dos elementos estuturais:

4X P1 P2 P2 P1
V2 P2 V2

P1: ∅b=0.50 m; ∅T=0.35m

5.00m

P2: 0.35x0.35 m2
3X P1 P2
E V2 P2 V2 F
P2 P1
Eb = 20 Gpa
Isoladores de base:
5.00m

XX PILAR

G V2 P2 V2 H
2X P1 P2 P2 P1 Ki
LINTEL

A A'
ISOLADOR
5.00m

P1 P2 V2 P2 V2 P2 P1
ki,h = 2000 KN/m
1X
I J K L
5.00m 5.00m 5.00m 5.00m
Valores caraterísticos de cargas:
PLANTA ESTRUTURAL DA COBERTURA

Nível
1º Piso:
COB.
2
V2
g = 7.5 kN/m2; q = 4.0 kN/m2 ;
2=0.2 ;  = 0.80
3.00m

Ø35 Ø35
P2 P2 P2
1º PISO
1
Cobertura (terraço acessível):
V1
g = 6.0 kN/m2; q = 3.0 kN/m2 ;
4.00m

Ø50 P2 P2 P2 Ø50

P1 R/C P1
2=0.2 ;  = 1.00;
Is Is Is
CORTE A-A'

Dados gerais:
Local: Vila do Bispo;
Terreno NSPT=28;
Amortecimento:   5%

a) Planta estutural da cobertura e corte transversal na direção XX b) Dados do problema

Figura 1

Dinâmica de Estruturas e Engenharia Sísmica – Exame Recurso - 28/01/2014 1/3

Os pilares P1 têm seção circular com diâmetro constante entre níveis mas variável do 1º para o 2º, de acordo
com os dados fornecidos (∅b na base junto R/C e ∅T no topo junto à cobertura).

Face à variação da seção dos pilares P1 em altura, é razoável admitir a sua deformada proporcional a uma
 
função polinomial cúbica dada por  ( x)  x 2 2L2 3  x L , onde x é a coordenada medida desde a base
do elemento com desenvolvimento total L.

Tratando-se de uma construção elevada importância em caso de ocorrência sísmica (Classe IV), na base dos
pilares P2 (ligados entre si por uma grelha de lintéis de grande rigidez) foram colocados isoladores de base
com rigidez vertical muito elevada, rigidez rotacional desprezável e rigidez horizontal ki,h = 2000 kN/m, de
acordo com o esquema incluído na Figura 1-b). As cargas atuantes no R/C são transmitidas diretamente ao
solo por pavimentos térreos desligados dos lintéis.

1) (7.0 val.) Suponha que, devido a uma máquina atuando na vizinhança do edifício, a estrutura se encontra
submetida a uma aceleração horizontal uniforme na base de todos os pilares na direção XX (maior
dimensão) dada por ag(t)=2.5sen(10t) m/s2. Admita que, nessas condições, a massa da estrutura
corresponde apenas ao valor sob condições sísmicas correspondentes às cargas descritas na Figura 1-b).

a) (2.4 val.) Desprezando o amortecimento e eventuais fenómenos de encurvadura, calcule as matrizes de

massa e rigidez da estrutura estritamente necessárias ao estudo dinâmico relativo às translações XX
dos pisos e estabeleça a equação de equilíbrio dinâmico do sistema para a ação acima descrita.

Importante: Identifique as contribuições de todos os alinhamentos resistentes na direção XX.

b) (0.8 val.) Determine as frequências naturais e esboce os respetivos modos de vibração, normalizados
para componente máxima unitária, indicando expressamente o deslocamento horizontal dos pilares P2
ao nível dos lintéis de travamento (devidamente justificado).

Obs.:

Independentemente do obtido em a) e b), passe a considerar em todas as questões seguintes, os seguintes

dados de rigidez de qualquer dos alinhamentos, massa e modos de vibração:

 37550  33350
K PT    kN / m ; 0.95
f 1 = 1.411 Hz ;  1  
 1.0 
 ; f 2 = 7.364 Hz ;  2   
 33350 34350 
1.00   0.88
m1  125 ton; m2  135 ton

Rigidez de corte dos pilares P1: kP1= 500 kN/m.

Rigidez de corte dos pilares P2+Isolador de base (entre Nível 1 e a base dos isoladores): k P2+i= 1400 kN/m.

Importante: Estes resultados não são necessariamente os corretos!

c) (0.8 val.) Com base nos dados acima fornecidos e admitindo x1 = 5%, x2 = 4%, calcule os valores
modais da massa, amortecimento, rigidez e solicitação para cada modo de vibração e escreva as
correspondentes equações de equilíbrio modais desligadas.
d) (2.0 val.) Obtenha a expressão do deslocamento da cobertura devido à actuação da ação indicada em
regime estacionário e calcule o valor do momento fletor na base do pilar A para t=0.8s.
e) (1.0 val.) Considerando só a contribuição do 1º modo de vibração, determine o valor máximo do
deslocamento horizontal de um qualquer isolador (entre a sua base e a base do respetivo pilar P2), bem
como o momento fletor máximo em P2 abaixo do 1º piso.
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 2) (5.0 val.) Suponha agora que não existe clarabóia no setor BCFE da cobertura, estendendo-se a laje de
cobertura a esse setor. Pretende-se fazer a análise sísmica da estrutura segundo o Eurocódigo 8, na
direção indicada (segundo a maior dimensão do edifício), para um coeficiente de comportamento de 3.5.

Considere os dados de rigidez anteriormente fornecidos, proceda aos ajustes de massa da cobertura em
conformidade com o valor dado anteriormente quando havia 2 clarabóias e admita que os novos modos
de vibração são caraterizados por:

0.056404  0.069416 
T1 = 0.754 s ;  1     ; T2 = 0.142 s ;  2   
0.059842  0.048624

a) (3.0 val.) Recorrendo a uma análise modal e desprezando o efeito de torção:

i) quantifique a massa modal efetiva de cada modo e pronuncie-se sobre que modo(s) deve(m) ser
considerado(s) na análise;
ii) calcule os deslocamentos sísmicos máximos de piso devidos apenas ao 1º modo de vibração;
iii) calcule o corte basal total da estrutura e o momento fletor na base do pilar P1 na posição I, em
correspondência com os resultados de ii).
b) (2.0 val.) Com base nos resultados anteriores, considerando agora os efeitos de torção e apenas a
contribuição do 1º modo de vibração, calcule o valor corrigido do momento flector na base do
mesmo pilar P1 em I.

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