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Revista LBC
Revista da Literatura
Barra-Cordense
Fundador: EDITORIAL...........................................2
Nonato Silva
Ano I
Nº 34
HOMENAGEM
maio 2019 Ÿ Barra do Corda, 184 Anos -
Periodicidade: Francisco Brito..............................4
Trimestral
Ÿ Minha Barra - Tâmara Maria Pinto
Editor Responsável:
Kissyan Castro
Oliveira...........................................6
Ÿ Barra do Corda e seus 184 anos -
Diagramação:
Kissyan Castro Kissyan Castro...............................9
Fotos:
Acervo e Internet COLABORAÇÕES
Envio de textos para seleção: Ÿ O Relógio da Matriz - Francisca
revistadaliteraturabc@gmail.com
Alencar de Oliveira......................15
Ÿ O vendedor na feira - Álvaro
Apoio Institucional: Braga.............................................17
Ÿ Texto Inútil/Quero ser leve -
Ricardo Milhomem .....................20
Ÿ A Caminho do Trabalho - Sarleane
Brito..............................................22
ABCL - Academia Barra-Cordense de Letras
Reconhecida de utilidade pública pela Lei POESIAS
Municipal nº 03/95 Ÿ Raízes (O Canto da Cauanã) -
CNPJ: 00.823.518/0001-91
Eduardo Queiroz Galvão.............24
Rua Luís Domingues, nº 431 - Centro Barra do
Corda (MA)
Ÿ Quais Eram os Sonhos de Minha
Fone: (99) 3643-0312
e-mail: academiabarra-
Mãe/Inércia - Marinete Moura da
cordensedeletras@hotmail.com Silva Lobo.....................................30
Ÿ Professor Nonato Silva - Assis
Os artigos de opinião são de inteira Soares...........................................35
responsabilidade dos colaboradores, não
expressando necessariamente o Ÿ (E)noitece/Soneto de Confete -
pensamento da revista LBC Silvio Oliveira...............................39
Editorial
184 anos
de
Barra do Corda
O artista é aquele ser que descobre que as
coisas não são apenas o que aparentam; é aquele que,
com sua sensibilidade inerente, consegue captar o
instante de nudez das coisas; é aquele que entende o
idioma da mudez, o que ouve vozes e delas se apro-
xima, no dizer de Rilke, como o primeiro homem, e
então passa a dizer o que “vê, e vivencia, e ama, e
perde”; é aquele que, através de um processo alquí-
mico, metamórfico, consegue iluminar o lugar-
comum, a linguagem chula, os episódios banais do dia a
dia, de modo a nos comover, nos tocar ainda. Enfim, é
no artista que a própria dor se transfigura e vira beleza
estética.
Isso quer dizer que, para o artista, a natureza
não tem sentido, somos nós que lhe atribuímos
significados diversos através das linguagens. A ex-
pressão das coisas, por si só, não é arte, apenas faz
parte do processo. Logo, a arte implica elaboração
consciente. Nesse aspecto, podemos afirmar que nem
todos são capazes de realizar uma obra artística.
No entanto, na sociedade capitalista e consu-
mista em que vivemos, o que temos observado é que
2
Editorial
tudo tende a se transformar em mercadoria. O que
chamam de “arte de massa”, na verdade é a banali-
zação dela. Ela a vulgarizou e continua abrindo portas
para uma enxurrada incontida de indivíduos despro-
vidos de genuíno talento. Pois na massificação, o que a
“arte” ganha em motricidade, perde em encanto, em
magia. A condição mercantil da arte levanta sérias
dúvidas sobre o seu caráter geracional. Tal condição
tem se tornado um estorvo para as autênticas criações
artísticas, que precisam de uma força descomunal que
as transcendam, de forma que possam atingir os
paladares ainda não contaminados por essa anti-arte.
Outro extremo é a elitização da arte, que por se recusar
a absorver aquilo que lhe parece adverso, condena
muitos artistas ao ostracismo permanente, pois se
nega a ser porosa como a “arte de massa”, que de arte
mesmo nada possui.
Em face da situação presente, constitui a Revista
LBC um libelo de equilíbrio e resistência cultural, a fim
de que não pereçam os valores da terra de Melo Uchoa
que, agora com seus 184 anos de existência (impor-
tante efeméride celebrada neste número), mostra-se
ainda robusta e promissora, pois ainda que a sede de
lucro – que é a mola propulsora dessa banalização da
arte – enseje e até justifique a concepção artística, não
será capaz de obliterar a verdadeira Arte, que procura
criar um mundo permanente, um mundo da fantasia,
que passa a viver fora do artista e a sobreviver a ele. E
só porque é intangível é eterno.
3
Homenagem
184 anosde
Barra do Corda
Francisco Brito de Carvalho
Jornalista e poeta, membro da Academia
Barra-Cordense de Letras
5
Homenagem
Homenagem
184 anosde
Barra do Corda
Tâmara Maria Pinto Oliveira
Poetisa e membro da Academia
Barra-Cordense de Letras
MINHA BARRA
8
Homenagem
184 anos de
Barra do Corda
Kissyan Castro
Poeta, pesquisador e membro da
Academia Barra-Cordense de Letras
10
Homenagem
Dilatada, robusta e promissora. Barra do Corda
cresceu. O asfalto encobriu com seu negrume aqueles
idos saudosos. Contudo, ainda podemos ouvir o seu
latejo a embriagar-nos de vertigem. Esses tempos não
estão mortos, coexistem no presente, respiram
conosco, crescem com o tempo.
Sim à Barra do Corda de Olímpio Cruz, subli-
mada e elevada a mito em seus fragrantes versos,
enriquecendo nosso imaginário, viscerando o orgulho
de ser cordino. Ainda que no presente reclame ela
vozes outras, novos mitos insurjam e reivindiquem
novas manifestações artísticas, novas formas de dizê-
la, de iluminá-la.
Barra do Corda está em cada passo que transita
na rua e que nela repercute. A brisa soprando nos
bambus, o sol tateando o mármore da Matriz, a
azáfama do tráfego matutino, as diversas vozes que
dela ecoam vão compondo o que há de cordino em cada
um de nós. Estamos em cada um de seus odores, em
cada uma de suas frutas, de seus semáforos, de seus
rios, compondo a sinfonia de suas águas. Somos seus
múltiplos barulhos. Barra do Corda não é singular, é
plural. Somamos às dela as nossas vozes, e assim nasce
o cordino desse diálogo, como neste poema que
compus há tempos:
11
Homenagem
Tudo me acorda
e mearinha nesta Barra,
até o barro.
“nunca fui
de pronunciar rio
preferi antes
o minuto de silêncio
12
Homenagem
sempre dei asa
à pausa
tudo o que digo
cabe só
no meu umbigo
rio é passar
performance do espaço
quando o tempo
é puro aço
o rio passa
eu passeio
ainda passará
quando eu for
passarinho”
13
Homenagem
metido
na minha cara a tapa
no meu preço a prazo
no meu saldo devedor
no meu queima total
e agora fervendo
na gema
do meu poema”
14
Colaborações
184 anos de
Barra do Corda
Francisca Alencar de Oliveira
Poetisa e cronista, mora
em Barra do Corda
O RELÓGIO DA MATRIZ
16
Colaborações
184 anos de
Barra do Corda
Álvaro Braga
Arquivista, historiador e membro da
Academia Barra-Cordense de Letras
O VENDEDOR NA FEIRA
19
Colaborações
184 anos de
Barra do Corda
Ricardo Milhomem
Cronista, compõe o Colégio de Literatos
Cursa Licenciatura em Letras pela UEMA
TEXTO INÚTIL
184 anosde
Barra do Corda
Sarleane Brito
Cursa Licenciatura em Letras pela UEMA
mora em Barra do Corda
A CAMINHO DO TRABALHO
23
Poesias
184 anos
de
Barra do Corda
Eduardo Queiroz Galvão
Poeta, membro do Serviço Exterior
Brasileiro e da ABCL
RAÍZES
(O Canto da Cauanã)
II
III
IV
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Poesias
28
Poesias
VI
29
Poesias
184 anosde
Barra do Corda
Marinete Moura
Poetisa, professora, pedagoga e membro
da Academia Barra-Cordense de Letras
INÉRCIA
34 a
Poesias
184 anos de
Barra do Corda
Assis Soares
Poeta, cordelista e membro da
Academia Barra-Cordense de Letras
(1)
O dom da inspiração
Se agrega em minha memória,
Falar sobre fol-clo-ris-ta
É enaltecer uma história;
Ainda hoje perdura
A beleza da Cultura
De um voz positiva;
De um Cidadão Coerente
35
Poesias
(3)
36
Poesias
(4)
(5)
37
Poesias
(6)
38
Poesias
184 anos
de
Barra do Corda
Silvio Oliveira
Poeta, compõe o Colégio de Literatos
Cursa Licenciatura em Letras pela UEMA
(E)NOITECE
SONETO DE CONFETE
Escrevo, agora, essas reminiscências
Por solidão de quem-mais-amo.
Declaro a interna ausência
Do amor que, por vezes, conclamo.
Sonhei, em mim,
O amar mais-livre em verso
Preso, agora, assim,
Até o meu amor contesto.