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NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS: A

INDICAÇÃO/IDENTIFICAÇÃO DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO


NO CONTEXTO DA DIVERSIDADE ESCOLAR

MARIA TEREZA COCCIA

RESUMO

Este trabalho tem a finalidade de discutir com os professores de sala regular,


de sala de recursos, equipe pedagógica e equipe diretiva, a identificação de
características de altas habilidades/superdotação (AH/SD) dos alunos do
Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP, bem como as formas mais adequadas
de atendimento dos mesmos. Isso só será possível por meio de espaços de
aprendizagem com palestras e grupos de estudos, realizados no contexto das
escolas, que possibilitarão aos professores momentos de capacitação e
principalmente de reflexão, tratando especificamente da identificação e do
reconhecimento das necessidades de estudantes com AH/SD, tendo por
objetivo aproximar as discussões referentes à temática em destaque. Para
tanto, o olhar frente ao processo de inclusão requer do profissional da
educação a construção de uma percepção multirreferencial.

Palavras-chaves: Altas Habilidades/Superdotação; capacitação; identificação;


atendimento.
INTRODUÇÃO

A relevância na indicação/identificação dos alunos com possibilidade de


Altas Habilidades/Superdotação - AH/SD se justifica quando observamos
crianças sendo diagnosticadas e até mesmo, medicadas erroneamente,
com transtorno afetivo bipolar, transtorno do déficit de atenção, transtorno
desafiador e de oposição, depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-
compulsivo, e tantas outras patologias ligadas aos aspectos cognitivos por
exemplo. A identificação das AH/SD é importante, pois assim, os alunos terão
mais chances de desenvolver suas potencialidades, dentro das áreas escolares
e da vida diária.
É muito comum as escolas exigirem laudos e pareceres de médicos na
busca pela indicação/identificação destes alunos transferindo sua
responsabilidade para a área da saúde e não raro, encontrarmos crianças com
AH/SD sendo equivocadamente diagnosticadas e medicadas sem
necessidade.
Pesquisadores da área estão preocupados ao ver um elevado número
de alunos com AH/SD sendo diagnosticados erroneamente e medicados como
hiperativos, devido ao fato de os sintomas terem uma grande semelhança com
as características de AH/SD.
De acordo com Perez (2003, 240-241):

Na escola, os alunos com altas habilidades produtivo-criativos,


portanto, dificilmente são identificados como Pessoas com Altas
Habilidades, posto que seus interesses não sejam contemplados pelo
currículo do ensino regular e a tendência à dispersão e, portanto, a
falta de rendimento, o desempenho muitas vezes aquém do da média
de alunos em algumas disciplinas e a falta de elementos que
permitam avaliar suas habilidades, muitas vezes, fazem que eles
sejam encaminhados aos serviços de orientação educacional já
rotulado como alunos dispersivos, com dificuldades de aprendizagem,
hiperativos, com déficit de atenção ou desvios de comportamento.

Durante os anos que a pesquisadora atuou com educação especial


teve a oportunidade de perceber que os educadores têm grande parcela de
culpa nisso, pois, na maioria das vezes, sem formação adequada, reclamam de
atitudes e comportamentos desses alunos até que alguém resolve tomar uma
atitude, encaminhando tais alunos para a área da saúde, que muitas vezes
culmina no tal diagnóstico errôneo.
Faz-se necessário destacar dois pontos importantes: a formação dos
professores sobre o tema, para que possam reconhecer os elementos
indicativos das AH/SD buscando observar com atenção os alunos no sentido
de, quem sabe, ajudar na indicação/identificação dos alunos com tais
características; e o direcionamento do trabalho com projetos educacionais na
escola, como forma de criar possibilidades aos alunos de exercerem seus
talentos e desenvolverem suas habilidades.
É importante salientar que os alunos com AH/SD são sujeitos da
educação especial como confirma a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - Lei nº 9394/96 em seus artigos 58, 59 e 60, e não somente aqueles
com deficiência intelectual, auditiva, visual ou física (BRASIL, 1996).
O contexto educacional atual tem frequentemente debatido a
necessidade de a escola ser um espaço inclusivo, que respeita as diferenças e
oportuniza o aprendizado a todos, conferindo-lhes capacidade de aprender e
desenvolver seus potenciais. Observa-se que quando se fala em inclusão, seja
nas escolas ou nas universidades, a concepção que se faz é, em quase sua
totalidade, de alunos com deficiência intelectual, física, auditiva entre outras.
O tema AH/SD parece, para muitos, não fazer parte deste universo.
Embora no âmbito escolar esse debate venha acontecendo, o mesmo não se
verifica na formação de professores, especificamente nos cursos de
licenciatura. Advindo da desinformação sobre o assunto, observa-se que os
professores nem mesmo sabem que os termos “altas habilidades” e
“superdotação” têm o mesmo significado. Os professores não estão
capacitados para indicar/identificar alunos com características de AH/SD por
falta de formação, seja ela inicial ou continuada.
Com isso, os mitos que cercam o imaginário destes professores sobre
tais alunos nos levam a pensar, baseados no senso comum, que as crianças
com AH/SD se constituem em um grupo homogêneo que possui um QI –
Quociente de inteligência elevado e que tem desempenho brilhante em todas
as áreas do conhecimento, o que é um equívoco. O que se observa é um
distanciamento entre a fantasia criada pelos mitos e a realidade acerca desses
indivíduos.
O professor, ao ser capacitado, deixará as fantasias que rondam suas
mentes a despeito desses indivíduos e passará a compreender o universo dos
superdotados observando e identificando suas características, oportunizando-
lhes uma prática pedagógica diversificada com: autenticidade, criatividade,
espontaneidade, confiança, experiência, segurança e equilíbrio emocional,
coerência nas atitudes, sentido de auto renovação e atualização constantes,
entusiasmo pela aprendizagem e flexibilidades às situações diferentes, a fim de
desenvolver suas potencialidades e ajudá-los a se tornarem adultos
equilibrados e saudáveis.
Segundo Freitas, PÉREZ, (2010, p. 5).

É necessário deixar de ser mero executor de currículos e programas


predeterminados, para se transformar em responsável pela escolha
de atividades, conteúdos ou experiências mais adequadas ao
desenvolvimento das capacidades fundamentais dos seus alunos,
tendo em conta o nível e as necessidades deles. Para tanto, é
necessário conhecer as características individuais dos alunos com
altas habilidades/superdotação e as diferentes formas de
manifestação de suas singularidades por meio de observações que
lhe permita identificar as preferências e facilidades de cada um, assim
como suas limitações.

É necessária a conscientização de toda a comunidade escolar da


relevância da observação das características para a identificação dos alunos
com AH/SD, pois será graças a ela que será possível instituir uma ação
pedagógica apropriada às necessidades educacionais, sociais e emocionais
destes alunos, dentro dos ambientes escolares. Sabe-se que indicar/identificar
e estimular crianças com este potencial tem se constituído em um desafio que
poderá ser amenizado quando os profissionais da educação obtiverem nos
cursos de formação inicial e continuada o conhecimento que proporcione a eles
maior criticidade, reflexão e melhores condições de concretizar o procedimento
bifásico de indicação-identificação desses alunos.
Diante de todos estes fatos, o objetivo deste trabalho do PDE foi
instigar o professor a refletir criticamente acerca da sua prática, bem como
buscar formação e conhecimento a respeito das características e se permitir
um olhar atento ao processo de reconhecimento do aluno com indicativos de
AH/SD, bem como promover práticas pedagógicas diversificadas e inclusivas
de ensino, que determinarão a qualidade de interação e o aprendizado do
aluno no ambiente escolar.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Souza (2013), foi no século XX que se iniciaram os


trabalhos para se quantificar os atributos referentes a inteligência, com as
pesquisas de Alfred Binet, que desenvolveu a primeira escala que media o
desenvolvimento infantil. Foi a partir destes trabalhos que os conceitos de
superdotação foram ampliados e incluíram a criatividade e o pensamento
divergente, a solução de problemas e tomada de decisão como escores para
conceituar a superdotação e não somente o QI.
Em 1995, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da
Educação e de Desportos instituiu as Diretrizes Gerais para atendimento
Educacional aos Alunos Portadores de Altas habilidades/Superdotação e
talentos, a qual traz uma definição para os termos:

Altas habilidades referem-se aos comportamentos observados e/ou


relatados que confirmam a expressão de 'traços consistentemente
superiores' em relação a uma média (por exemplo: idade, produção
ou série escolar) em qualquer campo do saber ou do fazer. Deve-se
entender por 'traços' as formas consistentes, ou seja, aquelas que
permanecem com frequência e duração no repertório dos
comportamentos da pessoa, de forma a poderem ser registradas em
épocas diferentes e situações semelhantes. (BRASIL, 1995, p. 13).

É importante destacar que essa definição engloba os


comportamentos/traços acima da média, quando observados e comparados
aos demais, aliados à permanência e duração destes. Nesse mesmo
documento, o MEC (BRASIL, 1995, p. 14-15) aponta seis tipos de
superdotação: intelectual, social, acadêmico, criativo, psicomotricinestésico e
talentos especiais.
A este respeito, Gardner (2009) salienta que, para testar estas
inteligências o teste de QI não é válido, pois testam apenas a parte linguística e
lógico matemático, e o ser humano não é dotado apenas destas habilidades.
Dentro deste contexto, há teóricos da psicologia que acreditam que a
inteligência não está relacionada à compreensão da criatividade, o caráter ou a
sabedoria, mas sim à capacidade de planejar, resolver problemas, raciocinar,
compreender ideias e linguagens e aprender.
No mesmo ano em que o MEC lança o referencial 1995, Gardner
propõe a existência de Sete Inteligências, que deveriam ser consideradas ao
avaliar um indivíduo, as Inteligências Múltiplas, dentre as quais: lógico-
matemática, linguística, musical, corporal-cenestésica, espacial, interpessoal e
intrapessoal.
Para chegar a esta teoria, Gardner realizou vários estudos em
diferentes áreas:

As informações disponíveis sobre o desenvolvimento normal e o


desenvolvimento do indivíduo talentoso; estudos sobre populações
prodígios, idiotas, sábios, crianças autistas, crianças com dificuldade
de aprendizagem; dados sobre a evolução da cognição;
considerações culturais comparadas sobre a cognição; estudos
psicométricos; estudos de treinamento psicológico e principalmente
análise da perda das capacidades cognitivas nas condições de lesão
cerebral. Foram consideradas inteligências genuínas apenas a
inteligência candidata que satisfaziam todos ou, pelo menos, a
maioria dos critérios acima. Além disso, cada inteligência deveria ter
uma operação nuclear ou um conjunto de operações identificáveis e
deveria também ser capaz de ser codificada em um sistema de
símbolos. (GARDNER, 1995, p. 21-22).

É importante destacar que nem todos os alunos superdotados


apresentam as mesmas características. Portanto, a identificação destes
indivíduos requer uma observação continua e cautelosa sobre o interesse dos
educandos em determinadas áreas assim como seu comportamento com
relação as mesmas (BARBOSA, 2014).
A mesma autora citada acima faz referências a vários autores que
disponibilizam alguns instrumentos que podem auxiliar os professores a
identificar os alunos superdotados, tais como:

As Escalas de Renzulli - SCRBSS (RENZULLI, 2001); a lista de


Características dos Estudantes Superdotados/Talentosos
(METTRAU, 2001); a Lista de Características de Altas Habilidades
(GUENTHER, 2000), além da observação contínua do professor,
pautada em leituras na área de altas habilidades, uma vez que “...
Gagné demonstra que os professores são perfeitamente capazes
para detectar sinais de talento nas crianças, o que vem a ser
confirmado por outros estudos” (BARBOSA, 2014, p. 34).

É importante ressaltar que os testes psicológicos só poderão ser


executados por psicólogos, não cabendo aos professores sua aplicação, mas a
observação constante de seus alunos e o encaminhamento para realizar tais
testes.
Para auxiliar os educadores na identificação dos alunos com altas
habilidades/superdotação, uma opção é o Modelo do Anel de Renzulli e Mönks
(METTRAU, 2000).

Modelo Triádico de Rezulli & Mönks

Fonte Barbosa (2014, p. 40)

De acordo com a ilustração acima, cada anel apresenta no seu interior


uma característica específica, sendo o primeiro concernente ao envolvimento
com a tarefa, que se refere ao comprometimento do educando com aquilo que
ele faz, fazendo-o com afinco e dedicação, em razão da constância de suas
ações; o segundo diz respeito à(s) habilidade(s) acima da média, expressa(s)
pelo educando, de tal modo, que este se destaca dos demais; o terceiro anel é
o da criatividade, que ressalta o fato de que o produto criado pelo indivíduo
foge à regra, por apresentar características de expressiva criatividade, sendo
esta tomada como algo diferente e único. A expressão de seus talentos é vista
e reconhecida, socialmente, nas pontas do triângulo equilátero, onde se lê, no
vértice esquerdo, colégio, no direito, companheiros e no inferior, família
(METTRAU, 2000).
Após a identificação dos alunos com AH/SD, é importante que estes
sejam bem acolhidos pela instituição de ensino que frequentam e sejam
encaminhados para serviços especializados que potencializarão seus talentos,
pois a sua permanência é garantida por lei.
A LDB nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
dispõe em seu artigo 59, inciso I, que os sistemas de ensino assegurarão a
esses alunos, “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos, para atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996,
p. 44).
Isto significa que as escolas deverão atender a todos os alunos,
apresentem eles deficiência intelectual ou altas habilidades/superdotação.
Também a respeito do atendimento a esta clientela, a Resolução
CNE/CEB Nº. 02/2001, artigo 3º, a educação especial, modalidade da
educação escolar, é compreendida como um processo educacional definido por
uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais
especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar,
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns,
de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das
potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais
especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica. (BRASIL,
2001, p. 01).
De acordo com o endereço eletrônico
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?cont
eudo=666, que corresponde ao portal Dia a Dia Educação, do Governo do
Paraná, os atendimentos a estes alunos deverão ser ofertados pela Secretaria
Estadual de Educação do Paraná/Departamento de Educação Especial,
aos alunos com Altas Habilidades/Superdotação no Ensino Regular da
seguinte maneira:
Classe Comum – além do currículo previsto para série de frequência
do aluno, poderá ser realizado enriquecimento e ou aprofundamento curricular
e, quando necessário, a aceleração para conclusão de escolaridade em menor
tempo.
Sala de Recursos – Ensino Fundamental e Médio – é um serviço de
apoio especializado de natureza pedagógica, que suplementa o atendimento
educacional realizado nas classes comuns do Ensino Fundamental, em contra
turno.
Sala de Recursos Multifuncional para Altas
Habilidades/Superdotação do Tipo I - A Sala de Recursos Multifuncional -
Tipo I para Altas Habilidades/Superdotação é um espaço organizado com
materiais didático-pedagógicos, equipamentos e profissional (is) especializado
(s) onde é ofertado o atendimento educacional especializado que visa atender
às necessidades educacionais dos alunos público-alvo da Educação Especial
na Rede Pública de Ensino.
NAAH/S – Núcleo de Atividades de Altas
Habilidades/Superdotação – é um serviço de apoio especializado, realizado
em parceria entre a Secretaria de Educação Especial do MEC e a Secretaria
de Estado da Educação/Departamento de Educação Especial e Inclusão
Educacional, destinado a oferecer suporte aos sistemas de ensino no
atendimento às necessidades educacionais especiais, visando implementar as
políticas públicas de inclusão. (DIA A DIA EDUCAÇÃO, 2016, s/p).
Mas infelizmente e apesar de toda a legislação que ampara esta
clientela, poucas são as iniciativas para seu atendimento para que suas
potencialidades sejam desenvolvidas como deveriam, pois, Cupertino (2008)
ressalta que a educação desses alunos não pode ser deixada ao acaso, uma
vez que deve ser condizente com suas características, além de exigir
sistematização e coerência. “Sem estímulo, essa pessoa pode desprezar seu
potencial elevado e apresentar frustração e inadequação ao meio”
(CUPERTINO, 2008, p. 13).
A autora faz referências a Landau (2002) que afirma que a criança com
AH/SD é como qualquer outra, tendo o seu talento como o único diferencial. É
um engano pensarmos que esses indivíduos têm recursos suficientes para
sempre desenvolverem sozinhos suas habilidades. Alunos com altas
habilidades/superdotação necessitam de uma variedade de experiências de
aprendizagem enriquecedoras que estimulem seu potencial (CUPERTINO,
2008, p. 51).
Diante disto é importante que os professores fiquem atentos a seus
alunos para que possam identificar e assim proporcionar uma educação de
qualidade para todos.

ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este artigo é o resultado do Programa de Desenvolvimento


Educacional PDE - 2016, que aconteceu no Colégio Estadual Rui Barbosa na
cidade de Jacarezinho, junto ao corpo docente do referido estabelecimento de
ensino.
A finalidade deste trabalho foi fazer do ambiente escolar um espaço de
discussão que gere informações e conhecimento sobre AH/SD, capacitando os
professores para que juntos com a equipe pedagógica possam identificar
alunos com indicadores de AH/SD. Bem como apontar, aos docentes,
possibilidades de atendimentos aos superdotados, para potencializar o
desenvolvimento desses alunos de forma a não desperdiçar esse elevado
potencial ao longo de sua vida acadêmica.
Pretende-se, assim, conscientizar os professores sobre a importância
da identificação dos alunos com indicativos de AH/SD, não para rotulá-los
simplesmente, mas reconhecê-los como pertencentes à modalidade de ensino
de educação especial e a necessidade de atendimento especializado.
Como primeira atividade, buscou-se explanar os conhecimentos
prévios que os participantes tinham a respeito do assunto, com a apresentação
do trabalho pela professora Maria Tereza Coccia, com o tema “O papel do
Professor na Identificação e Atendimento ao Aluno com AH/SD: Uma
Discussão Pertinente”, para posteriormente intervir, com palestras e atividades
que pudessem agregar mais informações para um trabalho de qualidade com
os alunos com AH/SD.
Tal provocação foi realizada, pois está claro que as necessidades
deste alunado é diferente dos alunos ditos “comuns”, cabendo ao professor
reconhecer e trabalhar as diferenças, é necessário que todos tenham uma
mesma relação na sala de aula e não se sintam diferentes.
Mas para que isto ocorra de modo significativo, é necessário que os
professores sejam capacitados numa formação que inclua conhecimentos que
possam auxiliar a prática, visando à inclusão de alunos com Altas
Habilidades/Superdotação, bem como oportunizar a permanência do aluno em
turmas do ensino regular.
Conforme Alencar (2001, p. 147):

Um aspecto que tem sido foco de muita atenção é a formação do


professor. Este, sem sombra de dúvida, tem um papel da maior
importância, tanto para a descoberta e reconhecimento das
potencialidades de cada aluno como para a provisão de condições
favoráveis a este desenvolvimento. Sobretudo o professor que se
propõe atuar diretamente com alunos que se destacam por suas
habilidades superiores necessita de uma preparação especializada.

A segunda proposta de trabalho foi a leitura e aprofundamento do tema


identificação e atendimento ao aluno com indicativo de AH/SD por meio do
artigo “Do Unidimensional ao Multidimensional na Identificação de Indivíduos
com Altas Habilidades” de autoria de Delpretto et al (2007), que relata um
estudo de caso sobre o assunto e também as intervenções sobre o mesmo.
Este fato é importante, pois segundo Merlo (2008) devem ocorrer
mudanças para a inclusão dos alunos com AH/SD, e que se faz necessário a
criação de estratégias inclusivas como a reelaboração do projeto político-
pedagógico das escolas e o processo de formação e qualificação do educador.
Assim, a inclusão deve começar na conscientização do próprio educador, para
uma melhor efetivação da prática de ensino e aprendizagem, objetivando uma
escola aberta à diversidade, possibilitando o desenvolvimento integral do
educando.
De acordo com Rodrigues (2005, p. 7), o processo de inclusão pode
ser entendido como reconhecimento e respeito das diferentes identidades dos
alunos e uma cultura institucional que aproveita estas diferentes identidades
para o benefício da educação de todos. Por outras palavras, é uma educação
para todos [...].
A terceira atividade proposta aos educadores foi que os mesmos
assistissem ao filme “Como Estrelas na Terra”, que descreve muito bem a
situação dos alunos com AH/SD nas escolas, e posterior debate com os
professores.
A quarta atividade foi uma palestra com a professora mestre Marcilene
Bacelar do Nascimento “Atendimento ao aluno com AH/SD na sala de recursos
multifuncional”.
Tanto a atividade 3 como a 4 tinham como objetivo responder a vários
questionamentos que os professores participantes do projeto tinham, pois o
assunto da inclusão dos alunos com AH/SD ainda traz muitas controvérsias,
sendo que os docentes que atuam no ensino comum, não se sentem
preparados para atender a estes alunos, pois acreditam que é necessário que
também sejam superdotados para realizar este atendimento.
Por meio do filme, os professores puderam perceber que este medo
não é realidade, e a palestra ajudou-os a entender que são capazes de ensinar
e promover o desenvolvimento integral destes alunos. A educação deve buscar
o desenvolvimento integral dos sujeitos envolvidos cultural e socialmente no
processo educativo. Nas palavras de Rocha (2005, p. 35), o processo de
desenvolvimento do sujeito está “inextricavelmente ligado às relações sociais
em que se insere”. Tratando do processo de internalização, comenta que:

No jogo das inter-relações, o sujeito gradualmente incorpora, como


seus, os recursos usados por sua cultura; internalizando-os, modifica
seus processos psicológicos, podendo estruturá-los de maneira
qualitativamente diferente. Os instrumentos e a palavra, que operam
nas relações interpessoais, passam a ser dominados e manejados
pelo sujeito de forma mais independente, adquirindo a capacidade de
regular seu próprio comportamento e seus próprios processos
psicológicos (ROCHA, 2005, p. 35 – 36).

Para que este desenvolvimento aconteça de maneira mais concreta, os


professores devem buscar por estratégias, metodologias que ampliem os
horizontes destes alunos. Uma opção são os grupos de enriquecimento, que
proporcionam aos envolvidos nas situações de aprendizagem, que de acordo
com Renzulli apud Alencar (2001, p. 137):

“[...] desafiadoras, auto-seletivas e baseadas em problemas reais,


além de favorecer o conhecimento avançado em uma área
específica, estimular o desenvolvimento de habilidades superiores de
pensamento e encorajar a aplicação destas em situações criativas e
produtivas”.
Este trabalho de enriquecimento foi o que aconteceu na segunda parte
do trabalho, onde os professores participantes do projeto tiveram a
oportunidade de após identificar os possíveis alunos com AH/SD, ofertar
atividades de enriquecimento curricular para promover o desenvolvimento
integral dos alunos.
Desta forma, um dos requisitos necessários ao professor é não parar
no tempo. Precisa fazer de sua vida um cultivo, se atualizar e articular o
conhecimento com a realidade. Não precisa ser superdotado ou perito em
todas as áreas do currículo. É preciso alta competência na área em que ensina
para que possa conduzir as investigações. Mas, sobretudo, ser flexível e aberto
a novas experiências (SAKAGUTI; BOLSANELLO, 2009).
Não parece ser necessário que o professor de crianças bem-dotadas
seja, ele mesmo, uma pessoa excepcionalmente capaz, mas é evidente que
ele deve demonstrar e cultivar interesse por esse tipo de trabalho, alargar sua
visão sobre a problemática da dotação e talento humano, esclarecer sua
própria posição e valores em relação à área, e sobretudo aprender, estudar,
adquirir o conhecimento necessário para melhor se desincumbir de sua tarefa
(FREEMAN & GUENTHER, 2000, p.147).
A quarta e a quinta proposta de trabalho foram a leitura e reflexão do
artigo “O papel do professor junto ao aluno com Altas Habilidades” de autoria
de Rech e Freitas (2005); e palestra com a equipe do NAAH/S de Londrina
“Identificação e Atendimento Educacional Especializado ao Estudante com
AH/SD”.
Estas atividades tiveram como finalidade motivar os professores a
desenvolverem o trabalho com estes sujeitos que necessitam e muito da
intervenção adequada para que possam se desenvolver em todas as suas
potencialidades.
Para trabalhar com este alunado é preciso estar motivado. É se
encantar por aquilo que faz. É ter o que Renzulli chama de “romance com a
disciplina”. Sobre isto, Alencar comenta:

O professor é considerado o componente mais importante. Aqueles


que contribuem de forma mais efetiva para o desenvolvimento de
habilidades criativas de seus alunos caracterizam-se pelo domínio da
disciplina sob sua responsabilidade, grande entusiasmo e mesmo
paixão pela sua área de conhecimento (denominado “romance com a
disciplina” pelo autor), além do uso de práticas pedagógicas
diversificadas em sala de aula, utilizando, por exemplo, discussão em
grupo, aulas expositivas, estudos dirigidos, jogos e exercícios, filmes
para ilustrar tópicos abordados e outras estratégias que ajudam a
despertar e assegurar o interesse do aluno pelo conteúdo ministrado
(ALENCAR, 2007, p.22).

Desse modo, a participação do professor e da escola é de fundamental


importância, como já explicitado, tanto no processo de identificação dos alunos
com Altas Habilidades/Superdotação, como na estimulação de suas
potencialidades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a realização das atividades do PDE – Programa de


Desenvolvimento Educacional junto aos professores, para que estes pudessem
compreender a importância de se identificar os alunos que apresentam
Superdotação/Altas Habilidades.
A partir do momento que os docentes compreendem que estes alunos
estão presentes em nossas escolas e que é possível trabalhar com eles sem
que os professores sejam superdotados, muitos paradigmas são quebrados,
pois ainda existe este medo.
Os alunos com AH/SD apresentam necessidades educativas
diferentes daquelas apresentadas pelos alunos ditos “normais”, e cabe aos
professores reconhecer e trabalhar com estas diferenças. Portanto, faz-se
necessário que os docentes tenham uma formação apropriada para que
possam exercer este papel com segurança.
Um aspecto que deve ser foco de muita atenção é a formação do
professor. Este, sem sombra de dúvida, tem um papel da maior importância,
tanto para a descoberta e reconhecimento das potencialidades de cada aluno
como para a provisão de condições favoráveis a este desenvolvimento.
Sobretudo o professor que se propõe atuar diretamente com alunos que se
destacam por suas habilidades superiores, necessita de uma preparação
especializada.
Uma educação sintonizada é de grande relevância, segundo as
necessidades cada vez mais urgentes e dinâmicas dos alunos que estão
inseridos em um mundo competitivo e em constante transformação, deste
modo, o papel do professor diante do aluno com necessidades educacionais
especiais torna-se cada vez mais complexo.
Discutir o papel que os professores devem exercer dentro da educação
inclusiva não é coisa nova, mas, definir a posição dele diante de novas ideias
e, principalmente, diante da grande diversidade de alunos, torna-se uma
questão fundamental para o sucesso e permanência dos alunos com Altas
Habilidades/Superdotação em sala de aula regular.

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