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ARTIGOS

LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


INTELECTUAL
LITERACY AND SCHOOLING IN INTELLECTUALLY-DEFICIENT PEOPLE

Maria Silvia Cárnio I


Elsa Midori Shimazaki II

Resumo
Objetivou a estudar o processo de ensino da leitura e escrita em pessoas classificadas deficientes
intelectuais. Para tanto se apresentou a história da educação dessas pessoas ao longo da história do ensino
da escrita às pessoas com deficiência intelectual. As concepções de deficiência revelam o entendimento a
respeito da sociedade e do homem ao longo dos anos. A preocupação com a apropriação da leitura e
escrita também revelam os valores sociais de cada período. Houve preocupação com os métodos de
ensino e atualmente há a preocupação para que as pessoas utilizem a leitura e a escrita aprendida na
escola em suas práticas sociais.
Palavras-Chave: Deficiência Intelectual. Leitura e Escrita. Letramento. Alfabetização

Abstract
The study of the teaching process in reading and writing in intellectually-deficient people is provided. The
educational history of the above-mentioned people throughout the history of the teaching of writing to
people with intellectual deficiency is also given and ideas on deficiency reveal its understanding by
society and peoples. Concern on the appropriation of reading and writing also reveal the social values of
each period. Once there was a great concern in teaching methods whereas today there is a preoccupation
so that people use reading and writing learned in school for social practices.
Keywords: intellectual deficiency; reading and writing; literacy.

I
INTRODUÇÃOII sociedade atual. A sociedade relaciona-se com o
desconhecido e com o não controlável,
Apresenta-se uma revisão bibliográfica a característica de muitas pessoas diferentes, por
respeito da deficiência intelectual, especialmente à meio de sentimentos como medo, piedade,
leitura e a escrita. exclusão e proteção (BIANCHETTI, 2000;
ARANHA, 2001).
UM POUCO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO Na Idade Antiga, como afirma Carvalho
ESPECIAL (1992), as mulheres deveriam ser fortes para gerar
guerreiros fortes e aqueles que nascessem com
A história revela que a humanidade foi anomalias eram eliminados. Aranha (2001)
marcada pela diversidade humana e o tratamento afirma, também, que as crianças “[...] deformadas
dado aos indivíduos com deficiência era e indesejadas eram abandonadas em esgotos
diretamente relacionado à estrutura social, política localizados no lado externo do Templo da
e cultural do povo. Esses tratamentos abarcam, Piedade” (p. 160). Ao analisar-se a organização
historicamente, desde a consideração da diferença social desse período, verifica-se que a sociedade
como algo perigoso ou divino, como no passado, se dividia em poucos senhores, que detinham a
até o discurso da inclusão como se vê na forma de produção, e os demais, que eram
serviçais, considerados sub-humanos, portanto,
I
excluídos de qualquer participação social. Nessa
Universidade de São Paulo- Faculdade de Medicina
II
Universidade Estadual de Maringá - Departamento de
sociedade tão excludente, o extermínio de
Teoria e Prática da Educação qualquer pessoa que não atendesse às
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características convencionadas pela sociedade não eram comidas por cães, mortas de frio, fome e
representava qualquer tipo de problema. sede. Januzzi (2004) afirma que essas rodas, onde
A história da deficiência intelectual reporta- eram deixadas as crianças não desejadas, foram
se à antiguidade. Há relatos e referências de como criadas no século XVIII e possibilitaram a entrada
tratar as pessoas com deficiência intelectual, às de pessoas com alguma anomalia, cujos pais ou
vezes humanas e às vezes cruéis que podem ser responsáveis não queriam criar por vários
encontrados nas sociedades antigas, tais como a motivos. Essas crianças acolhidas pelas irmãs de
egípcias, espartanas, romanas, chinesas e gregas, e caridade tinham a “[...] possibilidade de não só
alguns escritos religiosos como a Bíblia, o serem alimentadas como também de até
Alcorão, o Talmud e Darma. Os estudos receberem alguma educação” (p. 9).
arqueológicos mostram a descoberta de um corpo Com a Revolução Industrial, os mais fracos
de uma criança de aproximadamente quatro anos estavam destinados a sucumbir, uma vez que não
de idade mumificada que apresentava traços podiam ser aproveitados pelo sistema produtivo.
evidentes de síndrome de Down em uma tribo de Começa, assim, o fortalecimento do modo de
esquimós na costa oeste da Groelândia datada de produção capitalista e, conseqüentemente, a
1475 (KATIMS, 2000). Um crânio de uma pessoa consolidação da burguesia. Nesse período, criam-
com microencefalia foi encontrado no século 11, se instituições especializadas longe das cidades,
na Irlanda, e restos mortais de uma pessoa com com o pretexto de que a vida do campo seria
hidroencefalia, datada do período de 350-550 a.C., benéfica para o desenvolvimento dos sujeitos
foi encontrada próxima as cataratas do Nilo (BIANCHETTI, 2000). Tais medidas enfatizaram
(JORDAN, 1996). o caráter da marginalização e segregação
Na Idade Média, com a expansão do presentes, ainda, nos dias de hoje.
cristianismo, a igreja começou a condenar o Com a Revolução Francesa, produziram-se
infanticídio (BIANCHETTI, 2000). Apesar de avanços na educação especial. Um deles foi à
continuar atribuindo à deficiência causas criação da primeira escola pública para a educação
sobrenaturais, essas pessoas passaram a ser vistas de surdos, idealizada pelo abade Charles Michel
como portadoras de alma e merecedoras de de L’ Epèe e a educação de cegos, liderada por
caridade e cuidados. Para que o cuidado se Valentin. Dentre os alunos da escola estava Louis
efetivasse, criaram-se os orfanatos, manicômios, Braille (1806-1852), que criou o método Braille
prisões. “Ali ficavam juntos de delinqüentes, para ensinar as pessoas cegas a ler.
velhos, pobres (...) indiscriminadamente” A educação especial surgiu, no Brasil,
(JIMENÈZ, 1994, p. 22). institucionalmente, no conjunto das
Jimenèz (op. cit) aponta, ainda, o trabalho do concretizações possíveis das idéias liberais, que
frade Pedro Ponce de Leòn (1509-1549) com tiveram divulgação no país, no final do século
crianças surdas, como as primeiras experiências XVIII e começo do século XIX (MAZZOTTA,
positivas no campo da educação especial. Esse é o 1996).
período renascentista em que se introduz a idéia Ribeiro (1994) aponta a criação do Imperial
humanista, e a idéia de igualdade perante as leis. Instituto de Meninos Cegos, atual Instituto
O Absolutismo, do século XVII, caracteriza- Benjamim Constant, como a primeira instituição
se pela grande marginalização de todas as pessoas educacional organizada, exclusivamente para
com algum tipo de deficiência. Freqüentemente, atender as pessoas com necessidades especiais no
os termos utilizados para referir-se a tais pessoas Brasil, seguido do Imperial Instituto de Surdos-
eram “idiotas”, “delinqüentes”, “rebeldes” além Mudos (atual INES), em 1857, que funcionam até
de serem excluídas ao confinamento em asilos. Há hoje.
poucos dados estatísticos sobre crianças que Segundo Januzzi (1985), a educação dos
faleceram ao ingressar em asilos. Possivelmente, deficientes mentais não era motivo de
essa população foi, também, dizimada pelas preocupação pelo governo, tanto que as duas
epidemias. instituições para o atendimento dessas pessoas
No Brasil, a primeira notícia que se tem sobre surgiram no final do império, não como institutos
a possibilidade de cuidados com o deficiente foi a específicos para essa população, mas junto a
criação da “roda de expostos”. Kramer (1994) organizações estatais. Um desses serviços era
relata a criação dessa roda, como forma de oferecido junto ao hospital Juliano Moreira, em
amparar as crianças abandonadas nas ruas que Salvador, na Bahia, e outro junto a uma escola de

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ensino regular, escola México, no Rio de Janeiro, deficiência física ou mental que estiverem em
que atendia, também, deficientes físicos e visuais. atraso significativo em relação à idade regular e
A preocupação com a educação formal das aos superdotados”.
pessoas diferentes iniciou-se no final do Império, A defesa do direito à educação das pessoas
quando as idéias do liberalismo começaram a ser portadoras de deficiência intelectual é atitude
discutidas e quando o sistema monarquista deu recente na sociedade brasileira. Manifestando-se
lugar ao sistema republicano, que consolidou as por meio de medidas isoladas, de indivíduos e
idéias liberais. Todavia, as instituições eram grupos, a conquista e o reconhecimento de direitos
incipientes e só foram fortalecidas na segunda da pessoa com deficiência intelectual podem ser
metade do século XX. identificados como elementos integrantes de
Mazzotta (1996) afirma que com a criação do políticas sociais, a partir de meados do século XX.
Instituto PestalozziIII, em 1926, iniciou-se, no A Constituição Brasileira, no seu artigo 208,
Brasil, a concepção da ortopedagogia das escolas inciso III, garante “[...] atendimento educacional
auxiliares européias. Em 1927, foi transferido para especializado à pessoas com necessidades
Canoas (RS) como internato especializado no educativas especiais, preferencialmente na rede
atendimento de deficientes mentais. regular de ensino” (BRASIL, 1988, p. 3 ).
A partir de 1930, segundo Januzzi (2004), Esse inciso é repetido no estatuto da criança e
influenciados pelos ideais escolanovista, a do adolescente, bem como na Lei 9.394/96,
sociedade começa a se organizar em associações, atualmente em vigor. Essa lei, a terceira Lei de
entidades filantrópicas especializadas com o Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pela
objetivo de atender as pessoas com necessidades primeira vez, traz um capítulo que trata,
educacionais especiais, o que de fato, não exclusivamente, da educação especial, no qual se
aconteceu. define esse conceito e apontam-se alguns
No governo de Juscelino Kubitschek (1956- direcionamentos (BRASIL, 1996).
1961), a Educação Especial passou a fazer parte A lei n. 7.853/89 (BRASIL, 1989, p. 2),
das preocupações do governo. Foram obtidas regulamentada pelo decreto 3.298/99 (BRASIL,
algumas melhorias nos serviços educacionais 1999), ratifica a Constituição Federal no que se
direcionados aos deficientes mentais por meio de refere à obrigatoriedade da oferta da educação
ações do estado e do legislativo federal. Januzzi especial nas escolas públicas e determina como
(2004) afirma que, nesse governo, não houve a crime a recusa, suspensão ou cancelamento por
criação de instituições públicas para sistematizar a parte das instituições educacionais publicas ou
educação para pessoas com deficiência intelectual, privadas “da inscrição de alunos em
todavia, houve a preocupação em elaborar um estabelecimento de ensino de qualquer curso ou
levantamento de profissões que a pessoa com grau, público ou privado, por motivos derivados
capacidade intelectual reduzida poderia exercer. da deficiência que porta” .
Em 1961, foi aprovada a primeira Lei de A obrigatoriedade e o local para o
Diretrizes e Bases da Educação Nacional que atendimento educacional às pessoas com
estabelecia, em seus artigos 88 e 89, a educação necessidades educacionais especiais é repetido no
dos “excepcionais”, reconhecendo, portando, o estatuto da criança e do adolescente, bem como na
direito à educação dessas pessoas e a importância Lei 9.394/96, atualmente em vigor. Essa lei, a
de integrar “sempre que possível” as pessoas com terceira Lei de Diretrizes e Bases da Educação
necessidades educativas especiais no sistema geral Nacional, pela primeira vez, traz um capítulo que
de educação. trata, exclusivamente, da educação especial, onde
Em 1971, foi aprovada a segunda Lei de se define esse conceito e aponta-se alguns
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (Lei direcionamentos.
5.692/71), que em seu artigo 9º, delibera a A resolução n. 02/2001 do Conselho
educação especial, ressaltando um tratamento Nacional de Educação, publicou, também,
educacional diferenciado às pessoas com “[...] diretrizes para a educação especial e prevê o
atendimento dos alunos com necessidades
III
especiais em classes comuns do ensino regular
O Instituto Pestalozzi funciona em regime de internato, durante a educação básica. Assegura, também,
semi-internato externato, atendendo parte de seus alunos
mediante convênios com instituições públicas estaduais e que “as escolas podem criar, extraordinariamente,
federais (MAZZOTTA, 1996, p.101). classes especiais” desde que atendam as

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orientações da LDB nas diretrizes curriculares Almeida (2004) define deficiência intelectual,
nacionais. Esclarece que o atendimento em classe fundamentada em Luckasson et al. (2002)IV ,
especial tem caráter transitório para os alunos que como uma incapacidade caracterizada por
“[...] apresentem dificuldades acentuadas de limitações significativas, tanto no funcionamento
aprendizagem ou limitações no processo de intelectual como no comportamento adaptativo e
desenvolvimento [...] não estão vinculadas a uma está expresso nas habilidades sociais, conceituais
causa orgânica específica ou relacionas a e práticas. Essa incapacidade deve originar-se
condições, disfunções, limitações, ou antes dos 18 anos de idade.
deficiências”, “dificuldades de comunicação e Luria (1986) afirma que Vygotsky (1896-
sinalização diferenciadas” (CURY, 2005, p. 46). 1923), ao trabalhar com as pessoas com
A história e as legislações têm nos mostrado necessidades especiais, concentrou a atenção nas
que, apesar d as contradições, existiram grupos ou habilidades que essas pessoas tinham, pois
indivíduos que se preocuparam em oferecer entendia que tais habilidades poderiam dar aportes
educação e cuidados para as pessoas com para o desenvolvimento das capacidades de tais
necessidades especiais e, no caso desse artigo, das indivíduos. Dessa forma, rejeitava as descrições
pessoas com deficiência intelectual. puramente qualitativas no que se referia a “traços
psicológicos unidimensionais refletidos de
EDUCAÇÃO DO DEFICIENTE MENTAL resultados de testes” (p. 34).
Atualmente, os testes de avaliação e
O tratamento dado às pessoas com classificação da inteligência têm sido
deficiência intelectual reporta-se à antiguidade questionados e contestados, todavia, a
como afirma González (1999). Alguns dados classificação da deficiência intelectual ainda é
revelam que o tratamento para essas pessoas, em feita por meio de testes de inteligência na maioria
determinado momento, mostra-se de forma das instituições que atende pessoas com
pitoresca ou artística, como revela a pintura de deficiência intelectual.
Velasquez denominado “The fools of King Phillip O mesmo autor afirma que o século XIX foi
of Spain”. O papiro de Tebes, datado de 1552 um momento representativo de inúmeros avanços
a.C., faz referência à deficiência intelectual, para os "deficientes", sendo que várias instituições
discutindo o tratamento de pessoas com escolares foram criadas, ainda sob o título de
habilidades intelectuais limitadas. Ainda nos anos abrigo, assistência e terapia. Somente a partir de
449 a. C., os romanos fazem referências a meados do século XX, a conquista e o
“palhaços” e “monstros” e citam a falta de reconhecimento de alguns direitos dos
habilidade dessas pessoas em cuidar de si "deficientes" puderam ser identificados.
mesmas, de suas famílias ou em servir a Documentos que registrem tentativas de
sociedade. Confúcio, em 500 a.C., assim como o ensinar a leitura, escrita e oralidade às pessoas
grego Hipócrates em 400 a.C, expressaram com deficiência intelectual são relativamente
interesses quanto ao cuidado e tratamento das recentes.
pessoas com deficiência intelectual. A literatura mostra que existem registros de
Após a Revolução Francesa, e, com os duas maneiras de ensinar-se pessoas com
crescentes discursos da igualdade, fraternidade e deficiência intelectual. A primeira refere-se
liberdade, há uma mudança, pelo menos teórica, a àquelas intervenções reducionistas com aportes
respeito da deficiência. Aparecem as primeiras em treinamento e prática rotineira para o ensino
intenções de tratamento específico e de processo de habilidades, feitas de forma isolada e
educativo. Criam-se tipos de instituições descontextualizada. Ensina-se o alfabeto, os sons
claramente diferentes: o médico e o educativo, de fonemas isolados e a decodificação de palavras
além de incorporar-se a aplicação de práticas de isoladas. Outra alternativa de ensino é aquela que
efeitos classificatórios, especialmente às pessoas se preocupa com a elaboração de formas
com deficiência intelectual. integradas com as áreas do conhecimento
A definição de deficiência intelectual tem humano, contextualizado. Essa maneira de ensinar
evoluído ao longo do tempo, como mostra
Almeida (2004). Segundo a autora, a definição IV
LUCKASSON, R. ET AL. Mental retardation – Definition,
aceita no momento, elaborada em 2002, é uma classificaction, and Systemas of Spports. Washington (DC):
revisão da anterior que fora elaborada em 1994. Americam Association on Metal retardation, 2002.

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inclui a combinação do ensino da oralidade, fonemas e grafemas desenhados em letras


leitura e escrita, fazendo uso de textos, fosforescente em quadro negro em salas escuras
experiências linguísticas e acesso a outras (NORTON; FALK, 1992).
linguagens e comunicações orientadas. Katims (2000) afirma que, influenciada por
Katims (2000) afirma que, em 1800, Jean Itard e Seguin, em 1886, Maria Deteressa
Marc-Gaspard Itard, influenciado por Juan Pablo Montessori desenvolveu, na Itália, o trabalho na
Bonet, escreveu o primeiro documento onde área da alfabetização para as pessoas com
discutia os procedimentos e instruções para a deficiência intelectual. Montessori (1965)
alfabetização de uma pessoa com deficiência afirmava que as pessoas com deficiência
intelectual. Fundamentado no método de Bonet, intelectual deveriam ser trabalhadas mais em seus
para ensinar as pessoas com deficiência, na aspectos pedagógicos que médicos. A
Espanha, Itard, segundo Banks-Leite; Souza pesquisadora utilizou no ensino da leitura e da
(2000), criou o método sinestésico multissensorial escrita para pessoas com deficiência intelectual,
para ensinar um menino que foi encontrado nas pequenos textos, sentenças, cartões de palavras.
florestas de França. Esse, por não ter convivido Na alfabetização, usou o método sensorial, tanto
em sociedade, não tinha desenvolvido algumas para as crianças com ou sem deficiência.
características próprias dos humanos e ficou Inicialmente, ensinou os movimentos manuais
conhecido como “o menino selvagem de para a escrita, depois fazia com que os
Aveyron”. Itard preocupou-se, inicialmente, em alfabetizandos tocassem em contornos
desenvolver as sensações e percepções, mas geométricos dos encaixes planos, finalmente,
segundo as autoras acima citadas, ele tinha tocassem com os dedos em letras do alfabeto,
“obstinação em ensinar o garoto a ler e escrever” feito de madeira pintada e envernizada. Fazia, em
(p. 70). Para que o menino selvagem, cartões, a correspondência das letras com figuras
diagnosticado por Philippe Pinel como surdo e que representavam objetos cujo nome começava
deficiente mental, adquirisse uma linguagem com a letra indicada. Utilizou-se, também, do
constituída por signos convencionais, Itard tentou método fônico para a alfabetização, que consistia
ensiná-lo a falar e a escrever. Para ensinar o em nomear as consoantes foneticamente, onde a
menino, que recebeu o nome de Victor, professora indicava a letra, depois o cartão, e
estabelecia as relações entre objetos do uso pronunciava o nome do objeto desenhado,
cotidiano e os respectivos desenhos. Depois pronunciando o som da primeira letra
substituía os desenhos pelas letras ou palavras. (MONTESSORI, 1965).
Banks-Leite; Souza (2000) afirmam que, segundo Ela ensinou a ler e escrever ao mesmo tempo,
indicações de Itard, Victor adquiriu uma pois acreditava que uma habilidade reforçava e
linguagem, manejando a escrita (cópia de dava suporte à outra. É importante ressaltar as
palavras) e a leitura (identificação de palavras). contribuições de Montessori para a educação
Pelicier, Thuillier (1980) afirmam que especial. Ela apresentou o método sensorial, e
Edourd Onesimus Seguin avançou os estudos de também propôs uma nova concepção das pessoas
Itard no atendimento às pessoas com deficiência com retardo mental que passaram a ser vistas
intelectual. Ensinou-as a desenhar linhas e como pessoas capazes de aprender e criou um
ângulos, a escrever letras do alfabeto e a recortar método para alfabetizá-las.
letras do alfabeto em madeiras e colá-las em O uso do método fônico para a alfabetização
cartões. Por meio da adaptação do método de Itard de estudantes com deficiência intelectual foi
e da intensiva instrução, Seguin obteve sucesso na utilizado pelos educadores pioneiros nos Estados
área da alfabetização dos seus alunos que Unidos, na década de 30 do século XX. Kliewer
conseguiram escrever e oralizar em situações mais (1998) cita que, em 1931, Braem explicou a
diversificadas. técnica do método fônico, com demonstração de
O uso do alfabeto fosforescente foi utilizado seus alunos que analisaram e decodificaram
por John Jakob Guggenbühl, médico suíço, para a palavras usando a unidade fônica. Depois de três
alfabetização de pessoas com retardo mental, no décadas, um Inglês com síndrome de Down,
Abendberg, primeira instituição para atendimento chamado Nigel Hunt, publicou um livro chamado
de deficientes mentais no continente europeu. O “The world of Niger Hunt: The diary of a
método preocupava-se em ensinar a leitura por
meio da estimulação sensorial e exposição dos

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mongoloid youth”, Vem 1967, onde relata como a em filmes projetados em 8 mm que ligavam
sua mãe o ensinou. Descreve que a mãe usou uma automaticamente quando o aluno escolhia uma
técnica gráfico-fonética envolvendo palavras letra na máquina de datilografia. O “feedback”
comuns, alfabeto feito em letras de plástico, e, ocorria quando o aluno dizia corretamente a letra
eventualmente, leituras simples. É importante o do alfabeto datilografada. Esse programa de
mérito desse trabalho, pois se trata da primeira instrução tecnológica pode ser considerado
pessoa a publicar os efeitos da alfabetização para avançado e promissor porque ensinava, por meio
o cotidiano de uma pessoa com deficiência da visualização, palavras para as pessoas de vários
intelectual. níveis de deficiência intelectual. A partir de então,
Para ensinar os alunos classificados como a tecnologia educacional tem sido utilizada na
deficientes mentais moderados a ler, Samuel Kirk alfabetização da pessoa com deficiência
(1978) usou sistema de instrução prática intelectual. O uso de “software” em computador
multissensorial em 1933. Em 1936, sua esposa, tem evoluído desde a década de 60.
que também abriu o caminho para o sistema de No Brasil, em 1994, Goyos; Almeida (1994,
instrução, criou o sistema de escrita seqüencial apud Goyos; Freire 2000), desenvolveram o
para as pessoas com retardo mental. programa computacional Mestre, fundamentada
A partir da metade do século XX, os na “tecnologia derivada dos estudos sobre
educadores do ensino especial do Departamento equivalência de estímulos” (GOYOS; FREIRE,
de Saúde e Educação dos Estados Unidos, usaram 2000, p. 48). Esse programa era um instrumento
o “flip chart”VI (álbum seriado) para a experiência para que os professores e demais profissionais da
com a linguagem no ensino de frases, sentenças e educação infantil, ensino fundamental e educação
parágrafos para jovens idenficados como especial ensinassem habilidades acadêmicas aos
deficientes mentais. Os estudantes relatavam as seus alunos.
suas experiências para o professor que registrava Outro método, introduzido na década de 70, é
em “flip chart”. O resultado do texto relatado pelo conhecido como “Ball (bola), Stick (vara) e Bird
aluno e escrito pelo professor era motivador, pois (pássaro). Esse método é utilizado para pessoas de
apresentava a própria experiência e o vocabulário todos os níveis de inteligência, incluindo o
dos alunos. A escrita foi utilizada de forma deficiente mental moderado e o severo.
contextualizada, em direção a diversas habilidades Fundamenta-se em três formas básicas para o
e com ênfase nos conectores e na relação entre as traçado das letras do alfabeto, a linha (vara), o
palavras. Heber, vinte anos depois, usou a círculo (bola) e o ângulo (pássaro). Para a
linguagem por meio de uma intervenção efetivação da alfabetização, usam-se letras escritas
longitudinal. Diferente dos outros, como relata com cores diferentes. Nesse método, usa-se,
Katims (2000), Heber enfatizou a decodificação inicialmente, um livro composto de nomes e
específica de palavras do contexto do aluno, verbos de ação, e, gradualmente, os adjetivos e os
ditando-a. Estudantes com deficiência intelectual advérbios são ensinados. Há a ênfase na
eram imersos regularmente em ambientes com decodificação assim como na compreensão da
livros de história. Verifica-se que essas eram as escrita pela população denominada como
primeiras experiências na alfabetização de jovens deficiente mental.
com deficiência intelectual, pois as anteriores Um documento, datado de 1975, mostra as
referem-se somente às crianças. orientações de alfabetização para as pessoas com
O primeiro documento que aborda o uso de deficiência intelectual, sensorial, física e para
tecnologia para a alfabetização de pessoas com aquelas com graves problemas de saúde que não
deficiência intelectual é datada de 1960. Trata-se podiam freqüentar a escola. Katims (2000)
de um ensino programado que era desenvolvido descreve que Butler (1975) publicou um livro com
por meio da tecnologia educacional, com a o título “Cusha and her books”VII. Nessa obra
presença automática de um “filme tutor”, usado foram sugeridos vários meios para o
desenvolvimento vocal, verbal, físico, cognitivo e
V
O mundo de Niger Hunt: O diário de um jovem emocional responsáveis pela aquisição da leitura e
mongolóide. da escrita. Esse texto é mais dedicado aos pais e
VI
Flip Chart é uma palavra utilizada para se referir a cartazes conta a história de Cusha que, apesar de ter
escritos em letras ampliadas e com seqüência de idéias, no
entanto, não se sabe se é igual ao que era usado no século
VII
XX, na época do experimento. Cusha e seus livros

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múltipla deficiência (física, mental e auditiva) foi intelectual, geralmente, tem sido exposto como
capaz de desenvolver a oralidade, aprender enredo uma questão de métodos e técnicas. Ide (1992) faz
e ações de uma história, bem como identificar criticas às formas tradicionais de preparação para
algumas de suas características, por meio de a leitura e para a escrita, em que o aluno faz
comunicação alternativa como gestos e exercícios grafo-motores, tais como de cobrir
expressões, usos de figuras e símbolos. pontilhados e preencher folhas e folhas de
A partir de 1990, começa a discussão sobre a exercícios fotocopiados, sem nenhum significado
alfabetização emergente para o deficiente mental. concreto.
Katims (1991) obtém o primeiro resultado em O modelo de alfabetização exposto pela
uma pesquisa sobre alfabetização. O pesquisador autora e que busca aportes nos métodos
coloca um grupo de jovens, incluindo alguns tradicionais, torna-se artificial e mecânico e muito
alunos com deficiência intelectual em situações distante da práticas sociais. Feil (1991) afirma que
promissoras de alfabetização. Os alunos foram se ensina partindo de letras ou sons para a criança
incluídos em biblioteca de classe, em ambiente formar silabas e só mais tarde formar palavras
com vários materiais escritos, tendo acesso a com a única finalidade de fixar as letras
livros de história. Para essa pesquisa, o autor estudadas. O aluno passa horas repetindo letras,
formou dois grupos (controle e experimental) e, sílabas e palavras, muitas vezes sem sentido para
após a experiência, o grupo experimental teve ele, até que as memorize. Tal prática, certamente,
muito mais avanço na alfabetização. Os alunos não se preocupa com o uso social da linguagem
com deficiência intelectual do grupo experimental nos contextos reais em que ela pode acontecer.
tiveram progresso significativo em relação aos Na literatura, encontram-se algumas
demais, especialmente, na linguagem escrita, na pesquisas realizadas com pessoas deficiência
compreensão de histórias lidas por outras pessoas, intelectual, que passam a ser descritas.
na decodificação da escrita e leitura e na produção Em pesquisa realizada por Shimazaki e Mori
escrita a partir de situações reais ou simuladas. O (1998), foi constatado que as pessoas com
objetivo era tornar as pessoas com deficiência deficiência intelectual são capazes de serem
intelectual indivíduos capazes de usar a linguagem alfabetizadas, ou seja, elas conseguem adquirir a
de forma competente. tecnologia da escrita. É importante ressaltar que,
É importante ressaltar que os nessa pesquisa, não foram estudadas as questões
encaminhamentos citados pautam-se somente no concernentes ao nível de entendimento da escrita.
método concreto e, a respeito disso, Vygotsky Bochner, Outhred e Peiterse (2001), com o
(1988) afirma que o sistema de ensino baseado objetivo de examinar a linguagem e a habilidade
somente no concreto pode eliminar a abstração. A de alfabetização em jovens e adultos com
educação assim falha, pois “a criança retardada, síndrome de Down, desenvolveram uma pesquisa.
quando deixada por si mesma, não atingirá formas Entre seus sujeitos, havia alguns que já tinham
bem elaboradas de pensamento abstrato, e que a freqüentado a escola e, qualitativamente, essas
escola deveria fazer todo esforço para empurrá-las pessoas não apresentavam desempenho melhor
nessa direção, para desenvolver nelas o que está que as demais. Os resultados mostraram que as
intrinsecamente faltando no seu próprio pessoas com deficiência aprenderam a ler, mas as
desenvolvimento” (p. 34). habilidades de linguagem e alfabetização, no que
Dessa forma, Vygotsky (1988b) afirma que, se refere ao seu uso, eram muito limitadas. Os
por meio da mediação social, é possível utilizar o autores atribuem o fato à deficiência dos alunos e
concreto como “um ponto de apoio necessário e às questões metodológicas das escolas.
inevitável” para o desenvolvimento do Outra pesquisa com adultos com síndrome de
pensamento abstrato. A educação escolar precisa Down é apresentada por Moni; Jobbing (2001)
ajudar os alunos a desenvolverem idéias que, fundamentados na teoria sócio-interacionista,
associativas com abstração, signos e a construção desenvolveram um programa de escolarização
do pensamento. Para o autor o melhor com quatro pessoas com 18 anos de idade. Duas
encaminhamento pedagógico é aquele que dessas pessoas estudavam em uma escola regular
desenvolve, por meio do pensar, a abstração e a e as outras duas, em uma escola especial. Os
generalização. pesquisadores afirmam que os sujeitos
O problema da aprendizagem de leitura e melhoraram nas habilidades de codificar e na
escrita da criança portadora de deficiência

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150 Letramento e alfabetização das pessoas com deficiência intelectual

fluência, todavia, a compreensão representava sua escolas não tem assegurado a construção do
maior dificuldade. conhecimento e a sua prática social. Como no
Shimazaki; Pacheco (2002), fundamentados período do desenvolvimento da escrita, ela não
em Vygotsky, desenvolveram uma pesquisa onde pode se restringir-se à mera decodificação, pois a
estudaram a formação de conceitos matemáticos escrita tem fim específico e o nível de letramento,
com deficiência intelectual. A pesquisa relata que na sociedade moderna, pode determinar uma
a educação dada nas escolas é desvinculada do melhor inserção social por meio do acesso à
cotidiano e que as pessoas, colocadas em situação cultura.
onde o processo de ensino e aprendizagem parte Tratando-se de sujeitos com deficiência
dos problemas cotidianos, pode elaborar conceitos intelectual é fundamental que o ensino seja
científicos. organizado de forma que a leitura, escrita,
Os estudos acima citados, Shimazaki e Mori capacidades matemáticas e outros conteúdos
(1998), Bochner e Outhred (2001), Moni, Jobbing sejam trabalhados a partir das necessidades dos
(2001) e Shimazaki, Pacheco (2002) mostram que aprendizes, ou seja, o ensino deve desenvolver-se
pessoas com deficiência intelectual requerem como algo relevante na vida, deve ter significado
apoio e estratégias variadas para que se efetive a a fim de que seja incorporado na formação social
aprendizagem. É preciso o uso constante de da mente (Vygotsky, 1996).
atividades de letramento, considerando não só a As pessoas com deficiência mental são
idade, como também, o interesse, a experiência e capazes, não só de aprender a ler e escrever, mas
a vida cotidiana. A escola deve preocupar-se com de utilizar tais práticas em situações do dia-a-dia,
o modelo ideológico de letramento, pois assim é capaz de elaborar as funções psíquicas
estará desenvolvendo, por meio do pensar, as superiores, quando é oferecida uma interação de
funções psíquicas superiores. qualidade a ela,, onde o educador atue para a
Nesse sentido, concorda-se com Soares formação social da mente, transcendendo os
(2003) que não basta saber ler e escrever, é limites da escola e cumprindo sua função social.
necessário saber fazer uso das práticas sociais da Constata-se que ao longo da história as
leitura e escrita, num processo de compreensão, pessoas na sociedade houve a preocupação em
onde o indivíduo seja capaz de produzir sentido ensinar as pessoas com deficiência intelectual,
para a linguagem e, assim, chegar as suas próprias todavia, muitos ainda não tem acesso ao
descobertas, análises e sínteses. conhecimento escolar. Precisamos encontrar
O processo da elaboração da linguagem mecanismos para que as pessoas deficientes ou
escrita, para as pessoas com deficiência não tenham acesso à escola e apropriem dos
intelectual, deve ser organizado de forma que esta conhecimento necessários ao seu
se torne necessária para a vida. Portanto, tão desenvolvimento.
importante quanto o ato de ler e escrever como
tecnologias, deve ser o uso social dessas
habilidades. Por isso, enfatiza-se que é preciso REFERÊNCIAS
criar situações de ensino e aprendizagem onde
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à demanda daquele período e o seu acesso era BANKS-LEITE, L. e GALVÃO, L. (Orgs) A educação de
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restrito à classe hegemônica. Todavia, com as
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mudanças nas formas de produção e,
consequentemente, na sociedade fez-se necessário BIANCHETTI, L. Aspectos históricos da educação especial.
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que o seu acesso fosse ampliado. Hoje, discute-se 1995, p. 7-19.
discursa a educação para todos, no entanto,
constata-se que o acesso e a permanência nas

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CÁRNIO; SHIMAZAKI 151

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Endereço para correspondência: Universidade de São Paulo, Departamento de Fisioterapia Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional.
Rua Cipotânea , 51 - Cidade Universitária – CEP: 05586-060 - São Paulo, SP

Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 14, n. 1, p. 143-151, jan./abr. 2011

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