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INTRODUÇÃO À ECONOMIA
1.1. O OBJECTO DA ECONOMIA
A economia é uma ciência social abrangente, dedicada à compreensão da forma como a
sociedade
faz a afectação dos seus recursos escassos.
Como disciplina académica, a economia tem dois séculos. Adam Smith publicou o seu livro
pioneiro
A riqueza das Nações em 1776 (ano da declaração de independência dos E.U.A1), dando um
elevado contributo na análise do modo como os mercados organizavam a vida económica e
geravam um rápido crescimento económico. Demonstrou que um sistema de preços e de
mercado é
capaz de coordenar os indivíduos e as empresas sem necessidade de qualquer direcção central.
Começava a era do capitalismo, marcada pela proliferação das empresas do sector ferroviário,
têxtil
e outros, que estenderam a sua influência a todas as partes do mundo. Com o início da Revolução
Industrial na Grã-Bretanha, desenvolveu-se paralelamente a ideologia do liberalismo clássico e
do
capitalismo. Estas ideias liberais eram baseadas nos fundamentos da doutrina do lassaiz-faire,
segundo a qual caberia aos governos assumirem exclusivamente as funções que apoiassem e
estimulassem as actividades lucrativas, e a interferência governamental era proibida nos demais
assuntos económicos. O liberalismo proporcionou as bases filosóficas do sistema capitalista e
criou
na Inglaterra uma atmosfera favorável ao desenvolvimento do sistema fabril.
Adam Smith mostrou uma preocupação com a análise das empresas, no contexto da sua situação
perante o mercado, desenvolvendo as ideias do laissez-faire e mão invisível, procurando explicar
a
formação dos preços com base em duas teorias de organização do mercado, a saber, a
concorrência perfeita e o monopólio. A primeira foi adoptada na Teoria Económica tradicional
por
mais de 150 anos sem contestação. Nesse sistema, a empresa tem os seus preços determinados
pelo mercado, através da inter-relação entre a oferta e a procura. A flutuação dos preços
determina
a produção, os custos e o lucro. Para Adam Smith, o sistema de preços era infalível, pois levaria
sempre ao equilíbrio de firma e da economia.
Assim, resumidamente, o mercado de concorrência perfeita ou pura é concebido como
organizado
por um grande número de empresas, que individualmente são pequenas em relação ao todo
(mercado) e não podem exercer influência perceptível no preço. O produto é homogéneo, ou
seja,
qualquer empresa vende um produto idêntico ao de qualquer outra e, portanto, os compradores
são
indiferentes ao comprarem a qualquer vendedor Observa-se a existência da livre mobilidade dos
recursos, no sentido de que cada recurso pode imediatamente entrar e sair do mercado como
respostas a impulsos monetários. O outro sistema de organização de mercado examinado pelos
clássicos é o monopólio, definido como uma situação em que há apenas um produtor num
mercado
bem definido, sem a existência de rivais ou concorrentes directos.
Posteriormente, com os neoclássicos, a Teoria dos Preços foi formulada em termos de uma nova
teoria do valor baseada nos conceitos de “utilidade” (já desenvolvidos pelos clássicos) passou a
constituir a essência do pensamento microeconómico, ou seja, da tomada de decisões. A teoria
da
empresa, desenvolvida sobre este prisma, passa a descrever o equilíbrio da empresa como sendo
1 Não é uma coincidência o aparecimento destes dois documentos. O movimento pela libertação
política da tirania das
monarquias europeias surgiu quase simultaneamente com as tentativas de emancipação dos
preços e salários da pesada
regulamentação estatal.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA
Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0
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baseada em ajustes marginais, ou seja, em termos das variações em unidades adicionais de
produção (teoria da produção) e de custos (teoria dos custos).
Um século depois, surge Karl Marx (1867, 1885, 1894) que com o seu trabalho “O Capital”,
veio
tecer uma enorme crítica ao capitalismo, condenando-o pelos seus ciclos económicos, e pelas
profundas depressões que os caracterizavam. Marx defendia que estas depressões iriam criar
movimentos revolucionários, conduzindo ao socialismo. A sua corrente de pensamento era
oposta à
neoclássica, surgindo como resposta aos elevados custos sociais e decréscimo do bem-estar,
decorrentes do capitalismo e revolução industrial2.
Nas décadas que se seguiram, os acontecimentos pareciam confirmar as profecias de Marx. O
pânico económico e as profundas depressões dos anos 90 do século passado e dos anos 30 do
actual levaram os intelectuais do século XX a questionar a viabilidade do capitalismo da empresa
privada. Os socialistas começaram por aplicar o seu modelo na União Soviética em 1917 e por
volta
de 1980 cerca de um terço do mundo era regido por doutrinas marxistas.
Em 1936, na sequência da grande depressão, John Maynard Keynes publicou “A Teoria Geral
sobre
o Emprego, o Juro e o Dinheiro”. Esta obra fundamental descrevia uma nova abordagem da
economia que ajudaria as políticas governamentais, fiscais e monetárias a suavizar os maiores
estragos dos ciclos económicos.
Nos anos oitenta, as perspectivas fundamentais de Adam Smith foram redescobertas, marcadas
pela capacidade do mercado para gerar rápidas mudanças tecnológicas e elevados padrões de
vida.
No ocidente os governos reduziram a seu papel regulamentador e liberalizaram os preços. Na
Europa de leste (1989) os países socialistas abandonaram o seu aparelho de planeamento central
e
permitiram que as forças de mercado se desenvolvessem novamente.
Definição de economia: é o estudo da forma como as sociedades utilizam os recursos escassos
para
produzir bens com valor e como os distribuem entre os seus diferentes membros.
Na nossa cadeira distinguiremos entre macroeconomia, que estuda o funcionamento da economia
como um todo, e microeconomia, que estuda o comportamento dos componentes individuais tais
como a indústria, a empresa e o indivíduo.
No início tínhamos apenas o conceito de economia. Apesar da existência simultânea dos dois
“braços” económicos ao longo dos séculos, a sua divisão só começou a ser mais transparente a
partir da 1ª grande depressão de 1930, em que Ragnar Frish3 (1985-1973), um economista
norueguês, criou as palavras micro-dinâmica e macro-dinâmica (1933) para denotar aquilo a que
hoje chamamos micro e macroeconomia.
As diferenças entre os dois ramos da economia são:
A microeconomia lida com as escolhas individuais enquanto a macro lida com agregados
económicos (consumos totais, produção total, etc.). A distinção é contudo sujeita algumas
qualificações pois mesmo em microeconomia lidamos com agregados como procura total,
procura
de mercado para o trabalho, oferta da indústria. Contudo a diferença reside no facto de que estes
agregados são derivados das escolhas individuais (para além de na micro estudarmos agregados
de
produtos homogéneos; não estudamos a procura combinada entre maças e laranjas). Na
macroeconomia falamos por exemplo de PNB (produto nacional bruto), que é o agregado de
muitos
tipos diferentes de produtos.
2 A revolução industrial elevou a produtividade do trabalho a níveis inusitados para a época, com
a multiplicação das fábricas
e a ampliação da utilização da máquina, que se fez à custa do bem-estar social.
3 Conjuntamente com o economista Alemão Jan Tinbergen ganhou o Prémio Nobel da
Economia.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA – PARTE I MICROECONOMIA
Carlos Miguel Oliveira | Março de 2008 | R.0
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Na microeconomia, os preços relativos tem um papel fundamental na análise económica. Aqui
nós
estudamos a resposta dos consumidores e produtores a alterações relativas dos preços, tratando
sempre a questão de uma forma homogénea. Na macroeconomia os preços têm uma importância
relativa.

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