Вы находитесь на странице: 1из 189

Cálculo I

Notas de aulas

André Arbex Hallack

Julho/2007
Índice

0 Preliminares 1
0.1 Números reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
0.2 Relação de ordem em IR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
0.3 Valor absoluto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
0.4 Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
0.5 Funções exponenciais e logarı́tmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
0.6 Funções trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

1 A Derivada 21
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.2 Limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.3 Teoremas para (ajudar no) cálculo de limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.4 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.5 A definição da Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.6 Derivadas e continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.7 Regras de derivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
1.8 Derivação implı́cita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

2 Aplicações da Derivada 65
2.1 Acréscimos e diferenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.2 A Derivada como razão de variação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
2.3 Taxas relacionadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
2.4 Alguns resultados importantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

i
2.5 Concavidade e pontos de inflexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
2.6 Aplicações em problemas de máximos e/ou mı́nimos . . . . . . . . . . . . . . . 89
2.7 Aplicações nos esboços de gráficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
2.8 Apêndice A : Limites no infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
2.9 Apêndice B : Limites infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
2.10 Apêndice C : Formas indeterminadas
e a Regra de L’Hopital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
2.11 Apêndice D: Aproximações via
Polinômios de Taylor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

3 A Integral Definida 123


3.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
3.2 Somas de Riemann e a definição da Integral Definida . . . . . . . . . . . . . . 126
3.3 Propriedades da Integral Definida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
3.4 O Teorema Fundamental do Cálculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
3.5 Integrais Indefinidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
3.6 Mudança de variável na integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135

4 Técnicas de integração 145


4.1 Integração por partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
4.2 Algumas integrais trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
4.3 Substituições trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
4.4 Integrais de funções racionais (Frações Parciais) . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
4.5 Integrais impróprias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158

5 Aplicações geométricas
da Integral Definida 169
5.1 Áreas de regiões planas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
5.2 Volumes de (alguns) sólidos de revolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173

Referências 185
Capı́tulo 0

Preliminares

0.1 Números reais

Ao longo deste curso iremos trabalhar sobretudo com o conjunto IR dos números reais, os
quais identificamos geometricamente com os pontos de uma reta (orientada), a “reta real”:

Vejamos agora alguns conjuntos de números reais nessa identificação:

IN = { 1, 2, 3, . . . } (números naturais) ⊂ IR

Z = { . . . , −2, −1, 0, 1, 2, 3, . . . } (números inteiros) ⊂ IR

Q = { p/q ; p, q ∈ Z , q 6= 0 } (números racionais) ⊂ IR

Temos ainda números reais que não são racionais. São os chamados números irracionais.
Alguns exemplos:

(A) Consideremos um triângulo retângulo cujos catetos medem 1:

Do Teorema de Pitágoras, temos a2 = b2 + c2 = 2 .


√ √
Portanto a = 2 (e 2 não é racional).

1
2 CAPÍTULO 0

(B) Outro número irracional famoso:

FATO: A razão entre o comprimento e o diâmetro de qualquer circunferência é constante.


Essa razão é um número chamado π .
Assim, se C é qualquer circunferência, l o seu comprimento e r seu raio, temos:
l

2r

π é um número irracional ( π ≈ 3, 141592 )

Obs.: Existem muito mais números irracionais do que racionais !

Operações básicas em IR

Existem em IR duas operações básicas:

ADIÇÃO: a ∈ IR, b ∈ IR 7−→ a + b ∈ IR (soma)

MULTIPLICAÇÃO: a ∈ IR, b ∈ IR 7−→ a · b ∈ IR (produto)

Essas operações possuem as seguintes propriedades:

COMUTATIVIDADE: a+b = b+a quaisquer que sejam a, b ∈ IR.


a·b = b·a

ASSOCIATIVIDADE: a + (b + c) = (a + b) + c quaisquer que sejam a, b e c ∈ IR.


a · (b · c) = (a · b) · c

EXISTÊNCIA DE ELEMENTOS NEUTROS: a+0 = a para todo a ∈ IR.


a·1 = a

EXISTÊNCIA DE INVERSOS:
Todo a ∈ IR possui um INVERSO ADITIVO (−a) ∈ IR tal que a + (−a) = 0 .
Todo a 6= 0 em IR possui um INVERSO MULTIPLICATIVO a−1 ∈ IR tal que a · a−1 = 1 .

DISTRIBUTIVIDADE: a · (b + c) = (a · b) + (a · c) para todos a, b e c ∈ IR .


Preliminares 3

Conseqüências: (das propriedades)


1) Duas novas operações:
Subtração: Dados a, b ∈ IR, definimos: a − b = a + (−b) ;
a
Divisão: Dados a, b ∈ IR, com b 6= 0, definimos: = a · b−1 .
b
2) a · 0 = 0 para todo a ∈ IR .

3) Se a · b = 0 , então a = 0 ou b = 0 .

4) Cada a ∈ IR possui um único inverso aditivo −a ∈ IR.


6 0 em IR possui um único inverso multiplicativo a−1 ∈ IR .
Cada a =

5) −a = (−1) · a para todo a ∈ IR.


1
6) a−1 = para todo a 6= 0 em IR.
a
7) Para todos a, b ∈ IR , temos: a · (−b) = (−a) · b = −(a · b) e (−a) · (−b) = a · b .
8) Se a2 = b2 então a = ±b .

0.2 Relação de ordem em IR

Podemos decompor a reta IR como uma união disjunta IR = IR+ ∪ IR− ∪ { 0} :

IR+ é o conjunto dos números reais POSITIVOS;


IR− é o conjunto dos números reais NEGATIVOS.
De modo que:
• Dado a ∈ IR, ocorre uma, e apenas uma, das seguintes alternativas:

ou a ∈ IR+ ou a = 0 ou a ∈ IR−

• a ∈ IR+ ⇔ −a ∈ IR− ;
• A soma de dois números positivos é um número positivo.
O produto de dois números positivos é um número positivo.
4 CAPÍTULO 0

Dados números reais a e b, escrevemos a < b (ou b > a ) e dizemos que a é menor do que
b (ou b é maior do que a ) quando b − a ∈ IR+ , ou seja, b − a é um número positivo:

Propriedades da relação de ordem:

1) Se a < b e b < c então a < c .

2) Se a, b ∈ IR então a = b ou a < b ou a > b .

3) Se a < b então a + c < b + c para todo c ∈ IR.

4) Se a < b , temos: c>0 ⇒ a·c < b·c


c<0 ⇒ a·c > b·c

5) Se a < b e a0 < b0 então a + a0 < b + b0 .

6) Se 0 < a < b e 0 < a0 < b0 então 0 < a · a0 < b · b0 .


1
7) Se a > 0 então >0.
a
1 1
8) Se 0 < a < b então 0 < < .
b a

Intervalos: Dados números reais a < b , definimos:

(a, b) = { x ∈ IR ; a < x < b }

[a, b] = { x ∈ IR ; a ≤ x ≤ b }

(a, b] = { x ∈ IR ; a < x ≤ b }

[a, b) = { x ∈ IR ; a ≤ x < b }
Preliminares 5

(a, +∞) = { x ∈ IR ; x > a }

[a, +∞) = { x ∈ IR ; x ≥ a }

(−∞, b) = { x ∈ IR ; x < b }

(−∞, b] = { x ∈ IR ; x ≤ b }

(−∞, +∞) = IR

• Atenção: +∞ e −∞ não são números reais ! São apenas sı́mbolos !

Conjuntos limitados:
Um subconjunto X ⊂ IR é dito LIMITADO quando existem números reais a e b tais
que, para todo x ∈ X tem-se a ≤ x ≤ b .
Isto significa que X ⊂ [a, b] , com a, b ∈ IR .
(Exemplos)

Observações:
(A) Todo conjunto finito é limitado.

(B) CUIDADO ! NÃO CONFUNDA ILIMITADO COM INFINITO !


Podemos ter conjuntos infinitos que sejam limitados.

(C) FATO: O conjunto IN = { 1, 2, 3, 4, . . .} dos números naturais NÃO É limitado.


Conseqüências importantes deste fato:
(C.1) Propriedade arquimediana: Dados números reais a e b , com a > 0 , é possı́vel obter
um número natural n ∈ IN tal que n · a > b .

(C.2) Densidade dos racionais: Dados dois números reais a e b quaisquer, com a < b , é
possı́vel obter um número RACIONAL r = p/q ∈ Q (p, q ∈ Z, q 6= 0) tal que a < r < b
(por menor que seja a distância entre a e b ).
6 CAPÍTULO 0

A “densidade dos racionais” nos permite concluir que, dado qualquer número real x
(mesmo irracional), é possı́vel obter uma seqüência de números RACIONAIS que se aproximam
de x tanto quanto quisermos !!!
Exemplos:
1) π = 3, 141592 . . .
31 314 3141 31415
3 3, 1 = 3, 14 = 3, 141 = 3, 1415 = ... −→ π
10 100 1000 10000

2) Tome um número racional r1 > 0 e considere:


 
1 3
r2 = r1 + ∈ Q (r2 > 0 , r22 > 3 )
2 r1
↓  
1 3
r3 = r2 + ∈ Q (r2 ≥ r3 > 0 , r32 > 3 )
2 r2
↓  
1 3
r4 = r3 + ∈ Q (r2 ≥ r3 ≥ r4 > 0 , r42 > 3 )
2 r3

..
.
↓  
1 3 2
rn+1 = rn + ∈ Q (rn ≥ rn+1 > 0 , rn+1 > 3)
2 rn

..
.
Esta seqüência de racionais (r1 , r2 , r3 , . . . ) se aproxima (cada vez mais) de um certo
número real. Qual ?
Tente generalizar esse processo !

0.3 Valor absoluto

Dado qualquer número real x , definimos o VALOR ABSOLUTO DE x (ou MÓDULO


DE x ) da seguinte forma: (
x se x ≥ 0
|x| =
−x se x < 0

Geometricamente (na Reta), o valor absoluto de um número real x é a distância de x até


o 0 (zero). (Exemplos)
Preliminares 7

Propriedades:
1) Para todo x ∈ IR temos |x| = max {x, −x} (o maior dos dois valores).

2) Para todo x ∈ IR temos |x|2 = x2 .

3) |a · b| = |a| · |b| quaisquer que sejam a, b ∈ IR .

4) |a + b| ≤ |a| + |b| quaisquer que sejam a, b ∈ IR .

5) Seja c > 0 : |x| ≤ c ⇔ −c ≤ x ≤ c


|x| ≥ c ⇔ x ≤ −c ou x ≥ c

0.4 Funções

• Definição: Uma função f : X → Y é constituı́da de:


(a) Um conjunto X chamado o DOMÍNIO da função (onde a função está definida)
(b) Um conjunto Y chamado o CONTRA-DOMÍNIO da função (onde f “toma os valores”)
(c) Uma correspondência que associa, de modo bem determinado, a CADA elemento x ∈ X
um ÚNICO elemento f (x) = y ∈ Y .

Obs.: Estaremos interessados em estudar funções tais que X e Y são conjuntos de números
reais. Por isso vamos sempre considerar este caso de agora em diante.

• Imagem: Dada uma função f : X → Y , sua IMAGEM é o conjunto

f (X) = { f (x) ; x ∈ X } ⊂ Y

• Os elementos do domı́nio são representados por uma VARIÁVEL INDEPENDENTE.


Os elementos da imagem são representados por uma VARIÁVEL DEPENDENTE.

• Gráfico: O GRÁFICO de uma função f : X → Y é o conjunto dos pontos (x, y) do


Plano Cartesiano tais que y = f (x) , com x ∈ X .

• Funções limitadas: Uma função f : X → Y é dita LIMITADA quando sua imagem


f (X) é um conjunto limitado. Em geral, é dita LIMITADA EM A ⊂ X quando f (A) é um
conjunto limitado.
8 CAPÍTULO 0

• Funções crescentes ou decrescentes: Uma função f : X → Y é dita ...


... CRESCENTE quando x1 < x2 em X ⇒ f (x1 ) < f (x2 ) .
... DECRESCENTE quando x1 < x2 em X ⇒ f (x1 ) > f (x2 ) .
(Obs.: o mesmo tipo de definição se aplica também a subconjuntos do domı́nio - por exemplo,
podemos dizer que uma certa função é crescente ou decrescente em um determinado intervalo
dentro do domı́nio).

Exemplos:

(A) f1 : IR → IR dada por f1 (x) = −x2 + 4 .

(B) f2 : [1, 3] → IR dada por f2 (x) = −x2 + 4 .

(C) f3 : IR → IR dada por f3 (x) = |x| .

(D) f4 : IR → IR dada por f4 (x) = |−x2 + 4| .


(E) f5 : [−1, 1] → [0, +∞) dada por f5 (x) = 1 − x2 .

(F) f6 : [−1, 1] → IR que associa x 7→ y tais que x2 + y 2 = 1 NÃO É UMA FUNÇÃO


BEM DETERMINADA.

1 1


 se x>
 x
 4
(G) f7 : IR → IR dada por f7 (x) =


 −3 1
se x≤

4

(H) f8 : (−∞, 0) ∪ (1, 2] → IR dada por f8 (x) = x .

(I) f9 : IR → IR dada por f9 (x) = −2x + 1 .


(J) f10 : [0, +∞) → IR dada por f10 (x) = − x .
Preliminares 9

• Máximos e mı́nimos: Dizemos que uma função f : X → Y assume VALOR


MÁXIMO ABSOLUTO (ou GLOBAL) em um ponto c ∈ X quando f (x) ≤ f (c) para todo
x ∈ X . Neste caso f (c) é chamado VALOR MÁXIMO ABSOLUTO DE f .
Quando existir um intervalo (a, b) contendo c ∈ X tal que f (x) ≤ f (c) para todo
x ∈ (a, b) ∩ X , então c é dito um PONTO DE MÁXIMO RELATIVO (ou LOCAL) e f (c)
é um VALOR MÁXIMO RELATIVO DE f .
De modo análogo, definimos também MÍNIMOS ABSOLUTOS (GLOBAIS) E MÍNIMOS
RELATIVOS (LOCAIS).

(Ilustração)

Exemplo: f4 : IR → IR dada por f4 (x) = |−x2 + 4| .

Observações:
(i) Todo máximo (mı́nimo) absoluto é máximo (mı́nimo) local.
(ii) Uma função PODE NÃO ASSUMIR valores máximos ou mı́nimos.

Exercı́cio: Para cada uma das funções dos exemplos anteriores (Exemplos (A)-(J)), deter-
mine seus pontos e valores máximos e mı́nimos, se existirem.

• Construção de funções através de operações: Sejam f, g : X → IR funções


definidas num mesmo domı́nio X ⊂ IR .
A partir de f e g vamos construir novas funções (f + g), (f − g), (f · g) :

(f + g) : X → IR dada por (f + g)(x) = f (x) + g(x)


(f − g) : X → IR dada por (f − g)(x) = f (x) − g(x)
(f · g) : X → IR dada por (f · g)(x) = f (x) · g(x)
10 CAPÍTULO 0

Para ilustrar, consideremos a função indentidade f : IR → IR dada por f (x) = x e


funções constantes do tipo gc : IR → IR dadas por gc (x) = c (cada c é um número real
qualquer, fixado).
Utilizando a função identidade e funções constantes, podemos construir (através das operações
de adição e multiplicação) um importante tipo de função p : IR → IR chamada FUNÇÃO
POLINOMIAL:

p(x) = an xn + an− xn−1 + . . . + a2 x2 + a1 x + a0 para todo x ∈ IR

an , an−1 , . . . , a2 , a1 , a0 ∈ IR , an 6= 0
(essa é dita uma função polinomial de grau n)
(Exemplos)

Se quisermos utilizar a operação de divisão, temos que tomar o cuidado para evitar “divisões
por 0 (zero)”.
Assim, dadas f, g : X → IR e sendo Z = { x ∈ X ; g(x) = 0 } , podemos definir:
f (x)
(f /g) : X − Z → IR pondo (f /g)(x) =
g(x)

Para ilustrar, temos as chamadas FUNÇÕES RACIONAIS, dadas pelo quociente de funções
polinomiais:
p, q : IR → IR (polinomiais) , Z = { x ∈ IR ; q(x) = 0 }

p(x)
(p/q) : IR − Z → IR dada por (p/q)(x) =
q(x)
(Exemplos)

• Composição de funções:
Sejam f : X → IR e g : Y → Z funções tais que f (X) ⊂ Y (a imagem de f está
contida no domı́nio de g).
Preliminares 11

A cada elemento de X associamos um único elemento de Z, aplicando inicialmente a função


f e depois a função g.
Podemos pensar então em uma função de X em Z que associa a cada elemento x ∈ X
um único elemento g(f (x)) ∈ Z :

(g ◦ f ) : X −→ Z
x 7−→ g(f (x))

(Exemplos)

• Inversão de funções:
Seja f : X → Y uma função. A cada x ∈ X está associado um único f (x) ∈ Y .

Nos interessa a situação em que a associação inversa f (x) 7→ x é uma função de Y em X.


Para isso, f deverá possuir duas caracterı́sticas:
• f (X) = Y (a imagem de f é todo o conjunto Y );
• x1 6= x2 em X ⇒ f (x1 ) 6= f (x2 ) em Y .

Uma função f : X → Y é chamada SOBREJETORA quando f (X) = Y , ou seja, a


imagem de f é todo o contradomı́nio Y . (Exemplos)

Uma função f : X → Y é chamada INJETORA quando elementos distintos do domı́nio


têm sempre imagens distintas, ou seja, x1 6= x2 em X ⇒ f (x1 ) 6= f (x2 ) em Y . (Exemplos)

Uma função f : X → Y é INVERTÍVEL quando ela é sobrejetora e injetora ao mesmo


tempo (BIJETORA). Neste caso existe uma FUNÇÃO g : Y → X que associa y 7→ g(y) e
tal que g(f (x)) = x ∀ x ∈ X e f (g(y)) = y ∀ y ∈ Y .
g é dita A INVERSA DA FUNÇÃO f e escrevemos g = f −1 .

(Exemplo)
12 CAPÍTULO 0

Exercı́cio: Para cada uma das funções dadas posteriormente, faça o que se pede:
a) Faça um esboço do GRÁFICO da função.
b) Obtenha o conjunto IMAGEM e responda se a função dada é LIMITADA ou não.
c) Em que partes de seu domı́nio a função é CRESCENTE ou DECRESCENTE ?
d) Determine pontos e valores MÁXIMOS ou MÍNIMOS (quando existirem).
e) A função é INJETORA ? Justifique.
f) A função é SOBREJETORA ? Justifique.
g) Se a função dada for INVERTÍVEL, determine sua INVERSA e faça um esboço do
GRÁFICO DA FUNÇÃO INVERSA.

1) f1 : IR → IR dada por f1 (x) = 3x − 1 .

2) g1 : IR → IR+ ∪ {0} dada por g1 (x) = |3x − 1| .

3) h1 : IR → IR dada por h1 (x) = −x2 + 9 .

4) p1 : (0, 3] → (0, 6] dada por p1 (x) = 2x .

(
x2 se x < 1
5) q1 : (−∞, 5] → IR dada por q1 (x) = .
−x + 2 se x ≥ 1

6) r1 : [0, +∞) → IR+ ∪ {0} dada por r1 (x) = |x2 − 3x| .

7) s1 : IR → IR dada por s1 (x) = x2 + 2 .

8) u1 : [−2, 3] → IR dada por u1 (x) = x2 + 2 .

9) v1 : IR+ → IR+ dada por v1 (x) = x2 .

10) f2 : IR → IR dada por f2 (x) = − |x| .

x
11) g2 : IR → IR dada por g2 (x) = − +1.
3
Preliminares 13

x
12) h2 : (−3, +∞) → IR dada por h2 (x) = − +1.
3

13) p2 : IR+ ∪ {0} → IR− ∪ {0} dada por p2 (x) = − 2x .

(
1 se 1 ≤ x ≤ 3
14) q2 : IR → IR dada por q2 (x) = .
0 se x < 1 ou x > 3

15) r2 : IR → IR dada por r2 = q2 .s1 .

(
se x 6= 0
1/x
16) s2 : IR → IR dada por s2 (x) = .
0
se x = 0
 √

 −x se x < 0
17) u2 : IR → [−1, +∞) dada por u2 (x) = −1/2 se x = 0 .
 √

x − 1 se x > 0
(
−π se x < −1
18) v2 : (−∞, −1) ∪ [0, +∞) → IR dada por v2 (x) = .
x2 se x ≥ 0

19) f3 : (−1, 1] → IR dada por f3 (x) = 1 − 1 − x2 .

0.5 Funções exponenciais e logarı́tmicas

Revisão:

a ∈ IR , n = 1, 2, 3, . . . ⇒ an = a · a · a · . . . · a (n vezes).

1
a 6= 0 ⇒ a0 = 1 e a−n = (n = 1, 2, 3, . . .) .
an

n PAR e a ≥ 0 : b = n
a ⇔ bn = a , b ≥ 0 .

n ÍMPAR e a ∈ IR : b = n
a ⇔ bn = a .

Definimos potências RACIONAIS de números reais positivos do seguinte modo:



a > 0 , p, q inteiros , q 6= 0 ⇒ ap/q = q ap

Temos, neste caso: ar1 · ar2 = ar1 +r2 e ar > 0 .


14 CAPÍTULO 0

Nos interessa agora definir ax , com x ∈ IR (qualquer, mesmo irracional).


Para isso consideremos a > 0 .

Se x é racional, já temos ap/q = q
ap .
Se x é IRRACIONAL, sabemos que é possı́vel obter uma seqüência de racionais r1 , r2 , r3 , . . .
que se aproxima de x tanto quanto quisermos:

r1 , r2 , r3 , . . . −→ x

FATO: A seqüência ar1 , ar2 , ar3 , . . . se aproxima de um número real, o qual DEFINI-
MOS como ax .

Temos então a nossa função exponencial de base a:


• Fixado a > 0 em IR, a função fa : IR → IR+ dada por fa (x) = ax para todo x ∈ IR
é chamada FUNÇÃO EXPONENCIAL DE BASE a.

Propriedades:

ax · ay = ax+y , (ax )y = ax·y , (a · b)x = ax · bx , a0 = 1

Gráfico:

(
CRECENTE se a>1
Crescimento ou decrescimento: fa (x) = ax é
DECRESCENTE se a<1

Inversa: Se a 6= 1 então fa : IR → IR+ é SOBREJETORA e INJETORA, ad-


x 7→ ax

mitindo portanto uma função inversa fa−1 : IR+ → IR .


−1
y 7→ fa (y)
Preliminares 15

fa−1 é chamada FUNÇÃO LOGARÍTMICA DE BASE a e escrevemos fa−1 (y) = loga y .


Temos então: y = ax ⇔ x = loga y .

fa fa−1
x 7−→ ax = y 7−→ x = loga y = loga ax

fa−1 fa
y 7−→ x = loga y 7−→ y = ax = aloga y

• Fixado a > 0 , a 6= 1 em IR, temos a função fa−1 : IR+ → IR dada por fa−1 (y) = loga y .

Propriedades:

loga (x · y) = loga x + loga y , loga (xy ) = y · loga x , loga 1 = 0

Gráfico:

Um número especial

(A) Séries numéricas:


Uma SÉRIE NUMÉRICA é uma soma x1 + x2 + x3 + . . . com uma quantidade INFINITA
de parcelas.
ATENÇÃO: Uma série pode representar ou não um número real bem definido !!!
Para vermos isso, precisamos observar o comportamento das chamadas somas parciais:
s1 = x 1
s2 = x 1 + x 2
s3 = x 1 + x 2 + x 3
..
.
16 CAPÍTULO 0

Quando a seqüência s1 , s2 , s3 , . . . se aproxima tanto quanto desejarmos de um número


a ∈ IR à medida que n cresce, dizemos que a série CONVERGE PARA a e escrevemos

x1 + x2 + x3 + . . . = a

Caso contrário a série é chamada DIVERGENTE (a soma não é um número real bem
definido).

Exemplos:
1) 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + . . . é uma série DIVERGENTE.
s1 = 1
s2 = 1 + 1 = 2
s3 = 1 + 1 + 1 = 3
..
.
sn = n
..
.
A seqüência s1 , s2 , s3 , . . . não se aproxima de nenhum número real em particular. Por-
tanto a série é divergente.

1
2) Se r ∈ IR e |r| < 1 , sabemos que 1 + r + r2 + r3 + . . . = (CONVERGENTE!)
1−r
1 1 1 1 1 1
Em particular: 1 + + + + + ... = 1 = 1 =2
2 4 8 16 1− 2 2

1 1 1 1
3) 1 + + + + + . . . (série harmônica) é uma série DIVERGENTE.
2 3 4 5

π 1  π 3 1  π 5 1  π 7
4) − + − + . . . = 1 (CONVERGENTE)
2 3! 2 5! 2 7! 2

5) 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + . . . é uma série DIVERGENTE.

(B) Séries de termos não-negativos:


Vamos considerar séries x1 + x2 + x3 + . . . tais que xn ≥ 0 para todo n ∈ IN .

FATO: Uma série x1 + x2 + x3 + . . . de termos não-negativos converge se, e somente se,


existe b ∈ IR tal que x1 + x2 + x3 + ... + xn ≤ b para todo n ∈ IN (“a soma é limitada”).
Preliminares 17

(C) O número e :
1 1 1 1
Consideremos a série 1 + 1 + + + + + ...
2! 3! 4! 5!
É fácil ver que
1 1 1 1 1 1 1 1
2 < 1+1+ + + + + ... < 1 + 1 + + 2 + 3 + 4 + ... = 3
2! 3! 4! 5! 2 2 2 2

1 1 1
Segue do FATO anterior que a série 1 + 1 + + + + . . . CONVERGE para um
2! 3! 4!
número real (entre 2 e 3), conhecido por CONSTANTE DE EULER e denotado por e .
O número real e acima definido irá desempenhar um importante papel ao longo do nosso
curso de Cálculo I, no que se refere às funções exponencial e logarı́tmica, na base e :
Exponencial: ex e sua inversa, a função logarı́tmica loge x (escrevemos log x ou ln x ).

Obs.: Outro modo de obter o número e :


 1  2  3  4
1 1 1 1
1+ , 1+ , 1+ , 1+ . . . −→ e
1 2 3 4

0.6 Funções trigonométricas

• Medidas de ângulos em radianos:


Um ângulo mede 1 RADIANO quando corresponde a um arco de circunferência (centrada
no vértice do ângulo) de comprimento igual ao raio da circunferência considerada:

Assim, um ângulo que mede θ rad corresponde a um arco de comprimento θ · r , sendo


r o raio da circunferência considerada:

θ l
= ⇒ l =θ·r
1 r

Desta forma, é fácil ver que a medida de “uma volta” em radianos é 2π rad :

2πr = θ · r ⇒ θ = 2π rad
18 CAPÍTULO 0

• Relações trigonométricas nos triângulos retângulos:


π
Consideremos 0 < θ < e um ângulo de θ rad em um triângulo retângulo:
2

b c sen θ b
sen θ = cos θ = tg θ = = cos2 θ + sen 2 θ = 1
a a cos θ c

• O cı́rculo trigonométrico:

Relações:
1
cos2 θ + sen 2 θ = 1 , sec2 θ = 1 + tg 2 θ , csc2 θ = 1 + ctg 2 θ , ctg θ = ( sen θ 6= 0)
tg θ

• Ângulos notáveis:

θ (rad) 0 π/6 π/4 π/3 π/2 π 3π/2 2π


√ √
1 2 3
sen θ 0 2 2 2
1 0 −1 0
√ √
3 2 1
cos θ 1 0 −1 0 1
√2 2 √2
3
tg θ 0 3
1 3 @ 0 @ 0
Preliminares 19

• Fórmulas de transformação:

 cos(a + b) = cos a · cos b − sen a · sen b cos(a − b) = cos a · cos b + sen a · sen b
 sen (a + b) = sen a · cos b + sen b · cos a sen (a − b) = sen a · cos b − sen b · cos a

1 − cos 2a


 sen 2 a =

 2

 cos2 a = 1 + cos 2a



2

1 1
 cos a · cos b = · cos(a + b) + · cos(a − b)




 2 2



1 1

sen a · sen b = · cos(a − b) − · cos(a + b)


 2 2




 1 1
 sen a · cos b =
 · sen (a + b) + · sen (a − b)
2 2

• Funções trigonométricas:

Função SENO:
sen : IR −→ IR
x 7−→ sen x

Gráfico:

Im ( sen ) = [−1, 1]
sen (−x) = − sen x (é uma função ÍMPAR)
sen (x + 2π) = sen x (é uma função PERIÓDICA de perı́odo T = 2π)
20 CAPÍTULO 0

A função SENO é ...

... CRESCENTE em [kπ − π/2 , kπ + π/2] , k PAR, k ∈ Z

... DECRESCENTE em [kπ − π/2 , kπ + π/2] , k ÍMPAR, k ∈ Z

Assume o VALOR MÁXIMO ABSOLUTO 1 em x = 2kπ + π/2 (k ∈ Z)


Assume o VALOR MÍNIMO ABSOLUTO −1 em x = 2kπ + 3π/2 (k ∈ Z)

1
Se sen x 6= 0 , então temos csc x = . Assim, não é difı́cil ver que a função
sen x
csc : IR − {kπ , k ∈ Z} → IR , que associa x 7→ csc x = 1/ sen x tem gráfico:

A função SENO NÃO É injetora e NÃO É sobrejetora, mas


f : [−π/2, π/2] −→ [−1, 1]
é BIJETORA
x 7−→ sen x

e tem portanto inversa


f −1 : [−1, 1] −→ [−π/2, π/2]

y 7−→ f −1 (y) = arc sen y

Exercı́cio: Faça um estudo semelhante ao que fizemos com a função SENO, para as funções
COSSENO e TANGENTE.
Capı́tulo 1

A Derivada

1.1 Motivação

Seja dada uma função f : X → Y (X, Y ⊂ IR) .


Para cada x ∈ X , a melhor maneira de se aproximar f numa vizinhança de x por uma
função cujo gráfico é uma reta é através da reta tangente ao gráfico de f no ponto (x, f (x)) ,
se houver esta tangente.

Conseqüência: Podemos relacionar uma série de informações sobre o comportamento de


f com o coeficiente angular mt da reta tangente ao gráfico de f em cada ponto (onde existir).
Por exemplo:
(A) f crescente em um intervalo ⇔ mt > 0 neste intervalo.

21
22 CAPÍTULO 1

(B) f decrescente em um intervalo ⇔ mt < 0 neste intervalo.

)
f assumindo máximo ou mı́nimo local
(C) ⇒ mt = 0 no ponto de máximo ou mı́nimo.
no interior de um intervalo

)
Concavidade do gráfico de f
(D) ⇒ mt crescente neste intervalo.
voltada para cima, em um intervalo

)
Concavidade do gráfico de f
(E) ⇒ mt decrescente neste intervalo.
voltada para baixo, em um intervalo

Obtendo “mt ” (coeficiente angular da reta tangente)

Dada f : X → Y (X, Y ⊂ IR) , seja a ∈ I(intervalo aberto) ⊂ X. Queremos obter o


coeficiente angular mta da reta ta , tangente ao gráfico de f no ponto (a, f (a)) :
A Derivada 23

Para fazermos isso, vamos utilizar “APROXIMAÇÕES POR RETAS SECANTES”:


Para cada x 6= a (em I), temos uma reta secante sa (que depende do ponto x),
secante ao gráfico de f , passando pelos pontos (a, f (a)) e (x, f (x)) :

Temos então uma função msa : I − {a} → IR


f (x) − f (a)
x 7→ msa (x) =
x−a

Nos interessa investigar o comportamento de msa (x) (coeficiente angular das secantes)
quando x se aproxima de a , sem assumir o valor a ( x → a ).
O esperado é que, quando x → a , msa (x) se aproxime tanto quanto quisermos de algum
número real e teremos
msa (x) → mta ∈ IR , quando x → a

Neste caso, dizemos que a função f é derivável no ponto a, existe a reta tangente ao gráfico
de f no ponto (a, f (a)) e seu coeficiente angular mta é chamado a derivada de f no ponto
a (escrevemos f 0 (a) ).

Obs.: É fundamental, para fazermos x → a , que possamos aproximar o ponto a por uma
seqüência de pontos do domı́nio X de f , diferentes de a.

Exemplo:
24 CAPÍTULO 1

Precisamos portanto sistematizar o todo este processo, ou seja,


Dada uma função g : X → Y e um ponto a que pode ser aproximado por
pontos x ∈ X , x 6= a queremos estudar o comportamento de g(x) quando x → a
(x se aproxima de a por valores diferentes de a) e saber se g(x) → L ∈ IR quando
x→a.

1.2 Limites

Dada uma função f : X → IR , nos interessa conhecer o comportamento de f (x) quando


6 a.
x se aproxima de a , x =
Para isso, a não precisa pertencer ao domı́nio de f , mas deve ser aproximado por pontos
do domı́nio:
Definição 1.1. (Ponto de acumulação): Um ponto a é chamado um PONTO DE ACUMULAÇÃO
do conjunto X quando podemos encontrar pontos de X, diferentes de a, tão próximos de a
quanto quisermos, ou seja, a pode ser aproximado por pontos de X diferentes de a.
Denotamos por X 0 o conjunto dos pontos de acumulação de X.

Exemplos:
(A) A = [−1, 3)
O conjunto dos pontos de acumulação de A é A0 = [−1, 3] .

(B) B = (0, 2) ∪ (2, 3)


Temos B 0 = [0, 3] .

(C) C = [1, 2] ∪ (3, 5) ∪ {7}


Neste caso C 0 = [1, 2] ∪ [3, 5] .
A Derivada 25

Consideremos agora, por exemplo, a função f : IR − {1} → IR dada por

3x2 − 2x − 1
f (x) =
x−1

1 não pertence ao domı́nio de f , mas é ponto de acumulação de IR − {1} . Podemos


então observar o comportamento de f (x) quando x → 1 (x se aproxima de 1, x 6= 1)
Temos:

x 0 0, 9 0, 99 0, 999 0, 9999 x 2 1, 1 1, 01 1, 001 1, 0001


f (x) 1 3, 7 3, 97 3, 997 3, 9997 f (x) 7 4, 3 4, 03 4, 003 4, 0003

Observemos que f (x) se aproxima cada vez mais de 4 à medida que x → 1 .


Dizemos então que 4 é o limite de f (x) quando x tende a 1 (x → 1) e escrevemos:

3x2 − 2x − 1
lim = 4.
x→1 x−1

A definição de limite

Definição 1.2. Sejam f : X → IR uma função e a ∈ X 0 (a é ponto de acumulação do


domı́nio - não precisa pertencer a X).
Dizemos que um número real L é o LIMITE de f (x) quando x tende a a , e escrevemos

lim f (x) = L
x→a

quando ...

... podemos obter f (x) tão próximo de L quanto


desejarmos, sempre que x se aproxima de a, por va-
lores (no domı́nio de f ) diferentes de a .

m TRADUZINDO

... para cada  > 0 dado, é possı́vel obter um


δ > 0 (em geral dependendo do ) tal que :
se x ∈ X e 0 < |x − a| < δ então |f (x) − L| <  .
26 CAPÍTULO 1

Alguns limites fundamentais

• Fixemos c ∈ IR e seja f1 : IR → IR dada por f1 (x) = c ∀ x ∈ IR (função constante).


Para cada a ∈ IR temos:
lim f1 (x) = lim c = c
x→a x→a

• Seja f2 : IR → IR dada por f2 (x) = x ∀ x ∈ IR (função identidade).


Para cada a ∈ IR temos:
lim f2 (x) = lim x = a
x→a x→a

• Seja f3 : IR → IR dada por f3 (x) = sen x ∀ x ∈ IR .


Temos:
lim sen x = 0
x→0

• Seja f4 : IR → IR dada por f4 (x) = cos x ∀ x ∈ IR .


Temos:
lim cos x = 1
x→0

sen x
• Seja f5 : IR − { 0} → IR dada por f5 (x) = ∀ x 6= 0 .
x
Temos:
sen x
lim =1
x→0 x

cos x − 1
• Seja f6 : IR − { 0} → IR dada por f6 (x) = ∀ x 6= 0 .
x
Temos:
cos x − 1
lim =0
x→0 x

ex − 1
• Seja f7 : IR − { 0} → IR dada por f7 (x) = ∀ x 6= 0 .
x
Temos:
ex − 1
lim =1
x→0 x
A Derivada 27

1.3 Teoremas para (ajudar no) cálculo de limites

Teorema 1.1. Sejam f : X → IR e a ∈ X 0 . Temos:

lim f (x) = L ⇔ lim (f (x) − L) = 0 ⇔ lim |f (x) − L| = 0


x→a x→a x→a

Em particular, considerando L = 0 , temos: lim f (x) = 0 ⇔ lim |f (x)| = 0 .


x→a x→a

Exemplo: Sabemos que lim x = 0 . Então segue que lim |x| = 0 .


x→0 x→0

Teorema 1.2. (Sanduı́che) Sejam f , g , h funções tais que f (x) ≤ g(x) ≤ h(x) para todo
x 6= a em um intervalo aberto contendo a .
Se lim f (x) = L = lim h(x) , então lim g(x) = L .
x→a x→a x→a

Exemplo: Vamos mostrar que lim sen x = 0 .


x→0
28 CAPÍTULO 1

Teorema 1.3. Sejam f , g : X → IR , a ∈ X 0 e lim f (x) = L , lim g(x) = M . Então:


x→a x→a

lim [f (x) ± g(x)] = L ± M ;


x→a

lim f (x) · g(x) = L · M ;


x→a

f (x) L
lim = se M 6= 0 ;
x→a g(x) M
(
p √
n se n é ÍMPAR e L é qualquer real
lim n f (x) = L
x→a se n é PAR e L > 0

Exemplos:

(A) Seja p : IR → IR dada por p(x) = cn xn + cn−1 xn−1 + . . . + c1 x + c0 ,


com cn , cn−1 , . . . , c1 , c0 ∈ IR (constantes) e cn 6= 0 ( p é uma função polinomial de grau n).
A Derivada 29

(B) Funções racionais (quocientes de funções polinomiais)

(C) lim cos x = 1


x→0
30 CAPÍTULO 1

sen x
(D) lim =1
x→0 x

cos x − 1
(E) lim =0
x→0 x
A Derivada 31

Teorema 1.4. Se lim f (x) = 0 e g é limitada num intervalo aberto contendo o ponto a
x→a

(sem precisar estar definida em a), então lim f (x) · g(x) = 0 .


x→a

(Exemplo)

Teorema 1.5. (Troca de variáveis) Se lim f (u) = L , lim u(x) = b (x → a ⇒ u → b) e


u→b x→a
x 6= a ⇒ u 6= b , então
lim f (u(x)) = lim f (u) = L
x→a u→b

Exemplos:

sen 4x
(A) lim
x→0 4x

sen 3x
(B) lim
x→0 x

(C) Seja f uma função definida num intervalo contendo um ponto a. Vamos observar o que
f (x) − f (a)
ocorre com o limite lim quando fazemos a mudança de variáveis h = x − a :
x→a x−a

5x − 1
(D) lim
x→0 x
32 CAPÍTULO 1

Exercı́cios:
f (x)
1) Prove que se lim f (x) = L 6= 0 e lim g(x) = 0 então @ (não existe) lim .
x→a x→a x→a g(x)

 
f (x) f (x)
Sugestão: Suponha que exista lim = M e considere lim f (x) = lim · g(x) .
x→a g(x) x→a x→a g(x)

2) Calcule os limites abaixo, justificando:


√ √
x2 − 9 3 + 2x x+2− 2
a) lim b) lim c) lim Sugestão: racionalize o numerador
x→3 x − 3 x→1/2 5 − x x→0 x
x−2
d) lim Sugestão: use que (an − bn ) = (a − b).(an−1 + an−2 b + . . . + abn−2 + bn−1 )
x→2 x4 − 16
x+3 |x| x2 + 5x + 6 1
e) lim f) lim √ g) lim h) lim √
x→−3 (1/x) + (1/3) x→0 x4 + 7 x→−3 x2 − x − 12 u→1 5−u
√ s
3
y3 + 8
 
3 1 4− 16 + h 3 2 + 5x − 3x
i) lim x sen √ j) lim k) lim l) lim
x→0 3
x h→0 h x→3 x2 − 1 y→−2 y + 2

1 − cos t x2 − x − 2 3x2 − 17x + 20 sen 3w


m) lim n) lim o) lim p) lim
t→0 sen t x→2 (x − 2)2 x→4 4x2 − 25x + 36 w→0 sen 5w

3
h+1−1 1 + tg x sen 2 2t sen x x
q) lim r) lim s) lim t) lim u) lim
h→0 h x→0 sen x t→0 t2 x→π x−π x→0 cos x
1 − cos x 3x − 1 3x2
v) lim w) lim x) lim
x→0 x2 x→0 x x→0 1 − cos2 (x/2)

Teoremas adicionais sobre limites

Teorema 1.6. (Unicidade do limite) Sejam f : X → IR e a ∈ X 0 .


O lim f (x) , quando existe, é único.
x→a

Teorema 1.7. Sejam f : X → IR e a ∈ X 0 . Se existe L = lim f (x) então a função f é


x→a
LIMITADA num intervalo aberto contendo o ponto a.

1
Exemplo: Seja f : IR − {0} → IR dada por f (x) = ∀ x 6= 0 .
x
0 é ponto de acumulação do domı́nio IR − {0} .
1
Podemos afirmar que NÃO EXISTE o lim , pois f não é limitada em nenhum
x→0 x
intervalo aberto contendo 0 .
A Derivada 33

Teorema 1.8. Sejam f : X → IR , a ∈ X 0 e L = lim f (x) .


x→a

Se L > M então f (x) > M para todo x 6= a do domı́nio em um intervalo aberto


contendo o ponto a .
Em particular, se lim f (x) > 0 então f (x) > 0 para todo x 6= a do domı́nio em um
x→a
intervalo aberto contendo a .

Obs.: Analogamente, vale resultado semelhante caso lim f (x) = L < M .


x→a

Teorema 1.9. (Limites laterais) Sejam f : X → IR e a ∈ X 0 .


Se a pode ser aproximado tanto por pontos de X maiores que a quanto por pontos de X
menores do que a, podemos investigar ambos os limites laterais de f :

lim f (x)
x→a+

(limite de f (x) quando x tende a a PELA DIREITA, isto é, por valores x ∈ X, com x > a)

lim f (x)
x→a−

(limite de f (x) quando x tende a a PELA ESQUERDA, isto é, por valores x < a em X)

Temos, neste caso, que existe L = lim f (x) se, e somente se, existem e são iguais a L
x→a

ambos os limites laterais, ou seja: lim f (x) = lim− f (x) .


x→a+ x→a

|x|
Exemplo: Seja f : IR − {0} → IR dada por f (x) = .
x

Obs.: OS TEOREMAS ANTERIORES VALEM TAMBÉM PARA LIMITES LATERAIS,


COM AS DEVIDAS ADAPTAÇÕES !
34 CAPÍTULO 1

Exercı́cios:

1) Sejam f, g : IR → IR dadas por:

( (
x3 + 3 se x ≤ 1 x2 se x ≤ 1
f (x) = g(x) =
x+1 se x > 1 2 se x > 1

Faça um estudo sobre os limites: lim f (x) lim g(x) lim (f.g)(x)
x→1 x→1 x→1

f (x) − f (a) f (a + h) − f (a)


2) Mostre que lim = lim (se existirem)
x→a x−a h→0 h

3) Para cada função f : X → IR dada a seguir e cada a ∈ X ∩ X 0 (a é ponto do domı́nio e


ponto de acumulação do domı́nio), também fornecido, obtenha
mta = coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f no ponto (a, f (a)).
(a) f1 : IR → IR dada por f1 (x) = 3x − 1 e a = −5 .

(b) f2 : IR → IR dada por f2 (x) = −x2 e a = 3 .

(c) f3 : IR → IR dada por f3 (x) = sen x e a = π/6 .

(d) f4 : IR → IR dada por f4 (x) = cos x e a = π/6 .

(e) f5 : IR → IR dada por f5 (x) = ex e a = 2 .



(f) f6 : (0, +∞) → IR dada por f6 (x) = 1/x e a = 2.

Faça ainda um esboço e confira se a resposta encontrada faz sentido com o esboço.

Sugestões:
Aproxime mta pelos coeficientes angulares msa (x) das secantes por (a, f (a)) e (x, f (x)),
fazendo x → a.
Para as letras (c),(d) e (e), use também o exercı́cio anterior.
Pode tentar também fazer antes o Exercı́cio 4) (veja o enunciado abaixo) e assim este e-
xercı́cio se torna um caso particular.

4) Para cada função f : X → IR do exercı́cio anterior, tente generalizar o resultado, obtendo


mta para um a ∈ X qualquer !
A Derivada 35

1.4 Continuidade

Definição 1.3. Consideremos uma função f : X → IR tal que X ⊂ X 0 (todo ponto do


domı́nio é ponto de acumulação).
Dado um ponto a , dizemos que f É CONTÍNUA NO PONTO a quando as seguintes
condições são satisfeitas:
1) Existe f (a) (ou seja, a ∈ X);
2) Existe lim f (x) ;
x→a

3) lim f (x) = f (a) .


x→a

Se f não é contı́nua em um ponto a, dizemos que f É DESCONTÍNUA EM a, ou que f


TEM UMA DESCONTINUIDADE EM a.
Dizemos que f : X → IR é uma FUNÇÃO CONTÍNUA EM X quando ela é contı́nua em
todos os pontos de seu domı́nio.

Exemplos: (e contra-exemplos)
(A) Toda função polinomial é contı́nua !

(B) Seno e cosseno, no ponto 0 :

(C) Contra-exemplo: uma descontinuidade REMOVÍVEL:


36 CAPÍTULO 1

(D) Contra-exemplo: uma descontinuidade ESSENCIAL:

Continuidade e operações entre funções

Teorema 1.10. Sejam f, g : X → IR , X ⊂ X 0 e a ∈ X .


Se f e g são contı́nuas no ponto a ∈ X , então:
(f ± g) são contı́nuas em a ;
(f · g) é uma função contı́nua em a ;
(f /g) é contı́nua em a se g(a) 6= 0 .

Teorema 1.11. (Composição) Sejam f : X → IR (X ⊂ X 0 ) e g : Y → IR (Y ⊂ Y 0 ) de


forma que a composta g ◦ f : X → IR está bem definida

Se f é contı́nua em a ∈ X e g é contı́nua em b = f (a) ∈ Y então a composta


g ◦ f : X → IR é contı́nua no ponto a ∈ X .

Exercı́cios:

1) Seja f : [0, +∞) → IR dada por f (x) = x .
√ √
(i) Mostre que lim x = 0 (Sugestão: Considere apenas o limite lateral lim+ x - pois 0
x→0 x→0
A Derivada 37

√ √
só pode ser aproximado “pela direita” - e para isto, compare x com 3
x para 0 < x < 1 )

(ii) Conclua que f é contı́nua (em todos os pontos de seu domı́nio).



x
(iii) Mostre que @ lim (racionalize).
x→0 x

(iv) Generalize para g : [0, ∞) → IR dada por g(x) = n x , n = 2, 4, 6, 8, . . .

2) Dadas f : X → IR abaixo, discuta a sua CONTINUIDADE (onde f é contı́nua ou não),


justificando:

(a) f : (−∞, 16] → IR dada por f (x) = 16 − x .
1
(b) f : [0, +∞) → IR dada por f (0) = 0 e f (x) = 2 se x 6= 0 .
x
x + 1

 x3 + 1 se x 6= −1


(c) f : IR → IR dada por f (x) = .


3 se x = −1

Funções contı́nuas em intervalos

• Quando estudamos problemas sobre máximos e mı́nimos, podemos ter funções que não
assumem valores máximos e/ou mı́nimos.
Por exemplo:
f : IR → IR dada por f (x) = x NÃO ASSUME MÁXIMO NEM MÍNIMO !

g : (−1, 2) → IR dada por g(x) = x NÃO ASSUME MÁXIMO NEM MÍNIMO !


38 CAPÍTULO 1

Existe uma situação (envolvendo continuidade) na qual estes problemas não ocorrem:

Teorema 1.12. (MAX-MIN) Se f : [a, b] → IR é uma função contı́nua (em todos os pontos do
intervalo limitado e fechado [a, b]), então f assume valores máximo e mı́nimo neste intervalo
[a, b] , ou seja, existem pontos cM e cm em [a, b] tais que

f (cM ) ≥ f (x) para todo x ∈ [a, b]

f (cm ) ≤ f (x) para todo x ∈ [a, b]

• Outra boa propriedade das funções contı́nuas é a “PROPRIEDADE DO VALOR IN-


TERMEDIÁRIO”:

Teorema 1.13. (Teorema do valor intermediário) Se f : X → IR é contı́nua no intervalo


[a, b] ⊂ X e f (a) 6= f (b) , então f assume todos os valores entre f (a) e f (b) , ou mellhor,
dado qualquer d entre f (a) e f (b) , existe x entre a e b tal que f (x) = d .

(Ilustração)

(Exemplo)

1.5 A definição da Derivada

Definição 1.4. Consideremos uma função f : X → IR , com X ⊂ X 0 (todo ponto do


domı́nio é ponto de acumulação do domı́nio).
Dizemos que f é DERIVÁVEL em a ∈ X quando existe o limite
f (x) − f (a) f (a + h) − f (a)
f 0 (a) = lim = lim
x→a x−a h→0 h

O número f 0 (a) ∈ IR é chamado A DERIVADA DE f NO PONTO a.


A Derivada 39

Observações:
• Em nossas aplicações, o domı́nio X será sempre um intervalo (e já teremos X ⊂ X 0 );
• Outras notações para f 0 (a) :

df df dy
f 0 (a) = Dx f (a) = ou ainda f 0 (a) = y 0 (a) =

(a) = (a) , se y = f (x)
dx dx x=a
dx

• Podemos considerar a função f 0 : x 7→ f 0 (x) definida em todos os pontos x ∈ X onde


existir f 0 (x) . f 0 é chamada a FUNÇÃO DERIVADA DE f .

Interpretação geométrica

Já vimos, como motivação para o estudo de limites, que se f : X → IR é derivável em


a ∈ X , então f 0 (a) representa o coeficiente angular mta da reta tangente ao gráfico
de f no ponto (a, f (a)) :

Vimos também que o conhecimento de f 0 (a) = mta para os pontos a ∈ X pode nos
trazer uma série de informações sobre o comportamento da função f .

Primeiros exemplos:

(A) Fixemos c ∈ IR (constante) e seja f : IR → IR dada por f (x) = c ∀ x ∈ IR .


40 CAPÍTULO 1

(B) Seja g : IR → IR dada por g(x) = x3 ∀ x ∈ IR . Vamos calcular g 0 (2) , por exemplo:

Exercı́cio:
(i) Generalize o exemplo acima e mostre que se g(x) = x3 então g 0 (x) = 3x2 ∀ x ∈ IR .
(ii) Generalize (i) e mostre que se f (x) = xn (n = 1, 2, 3, . . .) então f 0 (x) = nxn−1 .

(C) Seja f : IR → IR dada por f (x) = sen x .

Exercı́cio: Obtenha a derivada de g : IR → IR dada por g(x) = cos x .

(D) Seja u : IR → IR dada por u(t) = et (função exponencial na base e).


A Derivada 41

(E) Seja f : IR → IR dada por f (x) = |x| .

1
(F) Seja g : IR − {0} → IR dada por g(x) = 4
= x−4 .
x

Exercı́cio: Generalize o exemplo acima e mostre que se g(x) = x−n (n = 1, 2, 3, . . .)


então g 0 (x) = −nx−n−1 ∀x 6= 0 .

(G) Fixemos a > 0 . Seja u : IR → IR dada por u(t) = at (função exponencial na base a).
42 CAPÍTULO 1

1.6 Derivadas e continuidade

Teorema 1.14. Se f : X → IR é DERIVÁVEL em a ∈ X , então f é CONTÍNUA em a.

De fato:
f (x) − f (a)
Se f é derivável em a ∈ X , então existe o limite lim = f 0 (a) .
x→a x−a
Existe f (a) (pois a ∈ X).
 
f (x) − f (a)
Se x 6= a , temos: f (x) − f (a) = · (x − a) .
x−a
f (x) − f (a)
Como lim = f 0 (a) e lim (x − a) = 0 , segue que
x→a x−a x→a

f (x) − f (a)
lim f (x) − f (a) = lim · lim (x − a) = f 0 (a) · 0 = 0
x→a x→a x−a x→a

Logo lim f (x) = f (a) e portanto f é contı́nua no ponto a .


x→a

Algumas conseqüências:

• São contı́nuas em todos os pontos de seus domı́nios as funções:


1
f : IR − {0} → IR dada por f (x) = n (n = 1, 2, 3. . . .) ,
x
g1 : IR → IR dada por g1 (x) = sen x , g2 : IR → IR dada por g2 (x) = cos x ,
u : IR → IR dada por u(t) = at (a > 0) , pois são todas deriváveis em todos os pontos de
seus domı́nios.

• Se uma determinada função é descontı́nua


em algum ponto de seu domı́nio, então ela não é
derivável neste ponto de descontinuidade.

• CUIDADO! Não podemos garantir a recı́proca do teorema anterior, ou seja, podemos


ter uma função que é contı́nua mas não é derivável em determinados pontos.
Exemplo: f (x) = |x| é contı́nua no ponto 0 ( lim |x| = 0 = f (0) ), mas já vimos que @ f 0 (0) .
x→0
A Derivada 43

1.7 Regras de derivação

Teorema 1.15. Se f , g : X → IR são deriváveis em a ∈ X , então:


(a) Para cada constante c ∈ IR , (cf ) : X → IR é derivável em a e (cf )0 (a) = c · f 0 (a) ;

(b) f ± g são deriváveis em a e (f ± g)0 (a) = f 0 (a) ± g 0 (a) ;

(c) (f · g) é derivável em a e (f · g)0 (a) = f 0 (a).g(a) + f (a).g 0 (a) ;

f 0 (a).g(a) − f (a).g 0 (a)


(d) (f /g) é derivável em a se g(a) 6= 0 e (f /g)0 (a) = .
[g(a)]2

Exemplos:
(A) Para cada função f dada abaixo, obtenha f 0 (onde existir a derivada)
1) f : IR → IR dada por f (x) = 6x3 − 3x2 − x + 7 .

6t − 10
2) f : IR → IR dada por f (t) = .
t2 + 5

3) f : IR − Z → IR , Z = {x ∈ IR ; cos x = 0} , dada por f (x) = tg x .

d d d
Exercı́cio: Obtenha ctg x , sec x , csc x
dx dx dx

4) f : IR → IR dada por f (u) = eu (u3 + 3 cos u) .


44 CAPÍTULO 1

5) f : IR → IR dada por f (t) = sen 2t .

1
6) f : IR − {0} → IR dada por f (x) = = x−n (n = 1, 2, 3, . . .) .
xn

(B) Seja g : IR → IR dada por g(x) = 4 − x2 .


1) Obtenha as equações das retas tangentes ao gráfico de g e que passam pelos pontos:
A(1, 3) , B(1, 7) , e C(1, 2) .

2) Obtenha a equação da reta tangente ao gráfico de g e que é paralela à reta y = 2x .


A Derivada 45

3) Obtenha a equação da reta normal ao gráfico de g no ponto A(1, 3) .

4) Em que ponto a tangente ao gráfico é “horizontal”? (tem coeficiente angular 0)

5) Onde o coeficiente angular da tangente é positivo ?

6) Onde o coeficiente angular da tangente é negativo ?

A Regra da Cadeia - Derivadas de funções compostas

Teorema 1.16. (Regra da Cadeia) Sejam u : X → IR e g : Y → IR tais que u(X) ⊂ Y e


a composta (g ◦ u) : X → IR está bem definida:

Dado a ∈ X , se u é derivável em a (existe u0 (a)) e g é derivável em b = u(a) (existe


g 0 (b) = g 0 (u(a)) ), então a composta (g ◦ u) : X → IR é derivável em a ∈ X em temos ainda:

(g ◦ u)0 (a) = g 0 (b) · u0 (a) = g 0 (u(a)) · u0 (a)

Quanto à função derivada (g◦u)0 : x 7→ (g◦u)0 (x) , escrevemos (g◦u)0 (x) = g 0 (u(x))·u0 (x)
para todo x onde existirem as derivadas.
46 CAPÍTULO 1

Exemplos:
Para cada função f : IR → IR dada abaixo, obtenha f 0 (onde existir a derivada):
(A) f dada por f (x) = cos(x3 + 1) .

(B) f dada por f (t) = (4t3 − t2 + 3t − 2)2 .

(C) f dada por f (x) = (5x2 − 2x + 1)−3 .

(D) f dada por f (w) = (2w2 − 3w + 1)(3w + 2)4 .

(E) f dada por f (t) = ekt , k 6= 0 (constante).


A Derivada 47

(F) f dada por f (t) = sen 2t .

(G) f dada por f (t) = cos5 t .

2
(H) f dada por f (x) = e(x ) .

(I) f dada por f (w) = (ew − sen w)2 .

3
(J) f dada por f (t) = eπ cos(2t ) .
48 CAPÍTULO 1

Derivadas de funções inversas

Teorema 1.17. Seja f : I (intervalo) → J (intervalo) uma função INVERTÍVEL (bijetora


= injetora e sobrejetora) e CONTÍNUA (em todos os pontos de seu domı́nio I).
Sua inversa g : J → I é contı́nua em todos os pontos de J.
Mais ainda:
Se f é derivável em a ∈ I e f 0 (a) 6= 0 , então g é derivável em b = f (a) e podemos
obter g 0 (b) através da Regra da Cadeia.

Exemplos:

(A) Derivada da função logarı́tmica na base e:

Exercı́cio: Fixado a > 0 , a 6= 1 , obtenha g 0 (x) se g : (0, +∞) → IR é dada por


g(x) = loga x
1
Resposta: g(x) = loga x , x ∈ (0, +∞) ⇒ g 0 (x) = ∀x>0.
x ln a
A Derivada 49

(B) Raı́zes:

(C) Funções trigonométricas e suas inversas:

Exercı́cio:
(a) Se g : [−1, 1] → [0, π] é dada por g(x) = arc cos x , mostre que
1
g 0 (x) = − √ ∀ x ∈ (−1, 1)
1 − x2
50 CAPÍTULO 1

(b) Se h : IR → (−π/2, π/2) é dada por h(x) = arc tg x , mostre que


1
h0 (x) = ∀ x ∈ IR
1 + x2

1.8 Derivação implı́cita



Seja f : [−1, 1] → IR a função dada por f (x) = 1 − x2 para todo x ∈ [−1, 1] .
Pondo y = f (x) , temos:

y = 1 − x2


y 2 = 1 − x2 , y ≥ 0

(∗) x2 + y 2 = 1 (y ≥ 0)

A equação (*) acima estabelece uma relação entre x e y = f (x) . Juntamente com a
restrição y ≥ 0 ela define bem a função f . Por isso dizemos que f ESTÁ IMPLICITAMENTE
DEFINIDA POR (*).
Tendo em mente que y = f (x) , ou seja, y é função de x , é fácil ver que a equação (*)
estabelece a igualdade entre x2 + f (x)2 e a função constante e igual a 1. Podemos pensar
portanto em DERIVAR EM RELAÇÃO À VARIÁVEL x.
Vamos fazer isso, admitindo que y = f (x) é derivável e tomando o cuidado de lembrar
que y = f (x) , ou seja, y 2 é uma composição de funções e DEVEMOS USAR A REGRA
DA CADEIA:
x2 + y 2 = 1

2x + 2yy 0 = 0

x
(∗∗) y0 = − (y 6= 0)
y


Lembrando que y = f (x) = 1 − x2 , temos:
x
f 0 (x) = y 0 = − √ , x ∈ (−1, 1)
1 − x2
A Derivada 51

Possı́veis vantagens da derivação implı́cita:


• Derivar a equação (*) que define f implicitamente pode ser mais simples do que tentar
obter a derivada através da expressão explı́cita de f .

• Uma equação em x e y pode definir implicitamente várias funções e, caso isto ocorra,
a derivação implı́cita serviria para todas elas.

Exemplos:
(A) Admitindo que f : (0, +∞) → IR dada por f (x) = ln x é derivável, obtenha f 0 (x) por
derivação implı́cita.

(B) Fixado qualquer α ∈ IR e admitindo que f : (0, +∞) → IR dada por f (x) = xα seja
derivável, use logarı́tmos para obter f 0 (x) por derivação implı́cita.

x2 √
(C) Obtenha a equação da reta tangente à curva + y 2 = 1 no ponto (1, − 3 /2) .
4

(D) Seja g : (0, +∞) → IR dada por g(x) = loga x (a > 0, a 6= 1) . Admitindo que g é
derivável, obtenha g 0 (x) via derivação implı́cita.
52 CAPÍTULO 1

r
x
(E) Se y = 3
, obtenha y 0 (x) por derivação implı́cita.
x3 +1

Exercı́cios:

1) O objetivo deste exercı́cio é observar a naturalidade da medida de ângulos em radianos,


no seguinte sentido: alguns cálculos podem ser mais simples quando utilizamos radianos ao
invés de graus como unidades de medida.
Quando lidamos com as funções trigonométricas, por exemplo, quase todos os resultados
decorrem do seguinte limite:
sen x
lim = 1 (Limite Trigonométrico Fundamental)
x→0 x
Ajuste a demonstração que fizemos em aula para o limite acima, considerando desta vez a
medida dos ângulos em GRAUS.
d sen x
Calcule também quando x é medido em graus.
dx

2) Para cada função dada abaixo (por questões de economia de espaço, estamos cometendo
um abuso ao omitir os domı́nios e contra-domı́nios), calcule sua derivada (onde existir):

2w
a) f (x) = 10x2 + 9x − 4 b) h(x) = (2x2 − 4x + 1)(6x − 5) c) f (w) =
w3 −7
3
9z 3 + 2z

1 −5 3t + 4
d) f (x) = e) g(x) = (8x−7) f) s(t) = g) h(z) =
1 + x + x2 + x3 6t − 7 6z + 1
2x + 3 p 5 2 √
3
h) H(x) = √ i) f (x) = 5
1/x j) f (x) = 6x2 − +√
3
k) f (w) = 3w2
4x2 + 9 x x2
A Derivada 53

6
l) f (t) = (t6 − t−6 ) m) f (x) = xm/n m, n 6= 0 ∈ Z n) h(s) = ln(5s2 +1)3 o) f (x) = x ln x

x2
 w 
e +1
p) g(x) = q) f (u) = ue−u r) h(s) = s2 e−2s s) f (x) = ex ln x t) g(w) = ln w
ln x e −1

u) f (x) = ecos 2x v) g(x) = x sen x w) h(x) = ln tg x x) f (w) = ln cos2 3w

arc tg x e2x
y) f (x) = z) f (x) =
x2 + 1 arc sen 5x

3) Obtenha a equação da reta tangente ao gráfico de y = 2x3 + 4x2 − 5x − 3 no ponto


P (−1, 4).

4) Obtenha a equação da reta tangente ao gráfico de y = 3x2 + 4x − 6 e tal que:

(a) Essa tangente seja paralela à reta 5x − 2y − 1 = 0 ;


(b) Seja tangente ao gráfico no ponto P (1, 1) .

5) Obtenha a equação da reta que passa por P (3, 1) e é tangente ao gráfico de


4
y=
x

6) Obtenha a equação da reta normal ao gráfico de f (x) = (x − 1)4 no ponto P (2, 1) .

7) Determine as equações da tangente e da normal ao gráfico de y = 8 sen 3 x no ponto


P (π/6, 1) .
54 CAPÍTULO 1

Coletânea de provas anteriores (1):

Questão 1: (30 pts) Sem utilizar derivadas, obtenha os seguintes limites, JUSTIFI-
CANDO:
5
√ 5 s
x − (1/ 2) (x − 1)(x + 2) x2 − 9
(a) lim√ √ (b) lim (c) lim
x→1/ 2 x − (1/ 2) x→−2 x2 + 4x + 4 x→3 x−3

e7y − 1 (1 − sec x). ctg x. cos x


(d) lim (e) lim
y→0 sen y x→0 x
(
x5 + x3 + 2x2 + 3 se x < 0
Questão 2: (10 pts) Seja f : IR → IR dada por f (x) =
−x + 2 se x ≥ 0
(a) Discuta a CONTINUIDADE de f .
(b) A equação f (x) = 0 tem uma raiz entre −2 e −1. JUSTIFIQUE.
(c) Responda se f é derivável em x = 0. Se for, obtenha a derivada f 0 (0). Se não for,
justifique.

Questão 3: (10 pts) Faça UM dos ı́tens abaixo:

(a) Se f (x) = cos x ∀x ∈ IR , mostre (via definição) que f 0 (x) = − sen x ∀x ∈ IR .

(b) Se g(x) = 5x ∀x ∈ IR , mostre (via definição) que g 0 (x) = 5x . ln 5 ∀x ∈ IR .

Questão 4: (40 pts) Para cada função dada abaixo (por questões de economia de espaço,
estamos cometendo um abuso ao omitir os domı́nios e contra-domı́nios), calcule sua derivada
(onde existir a derivada), indique onde existe e forneça ainda, quando solicitado, a derivada
nos pontos solicitados:

(a) f (x) = (3x − 1).(2x + 1)5 .



(b) g(w) = 3
3w − 1 = (3w − 1)1/3 . Obtenha ainda, em particular, g 0 (3).
π
(c) h(s) = π. sec s = . Obtenha ainda, em particular, h0 (0).
cos s
2 −t)
(d) f (t) = e(3t . Obtenha ainda, em particular, f 0 (1/3).

(e) f (x) = ln( sen 4 2x) .

Questão 5: (10 pts) Obtenha a equação da reta tangente ao gráfico de f : IR → (−2π, 2π)
dada por f (x) = 4. arc tg x no ponto A(1, π) .
A Derivada 55

Coletânea de provas anteriores (2):

Questão 1: (30 pts) Sem utilizar derivadas, obtenha os seguintes limites, JUSTIFI-
CANDO:

x2 − 6x + 9 π 3 − πx x − π/2
(a) lim (b) lim
√ √ (c) lim
x→3 (x + 1)(x − 3) 3
x→ 3 x − 3 3 x→π/2 cos x
s
3
sen x 1 − e2y
(d) lim (e) lim 3
x→0 5x(1 − cos x) y→0 y
(
x3 − x − 3 se x < 2
Questão 2: (10 pts) Seja f : IR → IR dada por f (x) =
5−x se x ≥ 2
(a) Onde f é contı́nua ? (JUSTIFIQUE). (Considere os casos: a < 2, a = 2 e a > 2)
(b) Em quais dos intervalos [−2, 0], [0, 1], [1, 3], [3, 6] podemos GARANTIR que existe
x tal que f (x) = 0 ? JUSTIFIQUE.
(c) Responda se f é derivável em a = 2. Se for, obtenha a derivada f 0 (2). Se não for,
justifique.
Questão 3: (8 pts) Faça UM dos ı́tens abaixo:
(a) Seja f (x) = sen x ∀x ∈ IR . Obtenha (via definição) f 0 (2π/3) .

1
(b) Se g(x) = arc tg x ∀x ∈ IR , prove que g 0 (x) = ∀x ∈ IR .
1 + x2
Questão 4: (12 pts) Considere f : IR → IR dada por f (x) = e−2x .
(a) Qual a equação da reta tangente ao gráfico de f e que passa pelo ponto A(0, 1) ?
(b) Qual a equação da reta tangente ao gráfico de f e que tem coeficiente angular −1/2 ?

Questão 5: (40 pts) Para cada função dada abaixo (estamos cometendo um abuso ao
omitir os domı́nios e contra-domı́nios), calcule sua derivada, indique onde existe e forneça
ainda, quando solicitado, a derivada nos pontos solicitados:
2x2
(a) f (x) = . Obtenha ainda, em particular, f 0 (2).
(x − 4)2
ctg s cos s
(b) h(s) = √ = √ . Obtenha ainda, em particular, h0 (π/4).
2 2 · sen s
2 +2t)
(c) g(t) = (2t − 1)3 · e(t . Obtenha ainda, em particular, g 0 (0).
(d) f (w) = ln (5w2 + 2 + cos w) . Obtenha ainda, em particular, f 0 (0).

(e) g(y) = arc tg ( y − 1 ) .
56 CAPÍTULO 1

Coletânea de provas anteriores (3):

Questão 1: (30 pts) Sem usar derivadas, obtenha os limites abaixo (JUSTIFIQUE):

3x − 3 2 x2 − 1
r
sen πy
(a) lim
√ (b) lim (c) lim
x→ 2 x6 − 8 y→0 y x→1 (1 − x)3

1 + cos x ex + sen 2 x − 1
(d) lim (e) lim
x→−π x+π x→0 x
(
2x + 1 se x ≤ 3
Questão 2: (10 pts) Seja f : IR → IR dada por f (x) =
−x2 + 8x − 8 se x > 3
(a) Responda se f é contı́nua em a = 3 . (JUSTIFIQUE).
(b) f é derivável em a = 3 ? Se for, PROVE e obtenha f 0 (2). Se não for, justifique.
(c) Sabendo que f é crescente em (−∞, 7/2] e descrescente em [10, +∞) , podemos
afirmar que existe xM ∈ [7/2, 10] tal que f (xM ) ≥ f (x) para todo x ∈ IR ? (JUSTIFIQUE)

Questão 3: (8 pts) Faça UM dos ı́tens abaixo:


1
(a) Seja f (x) = 3 ∀x 6= 0 . Obtenha, via definição, f 0 (1) .
x
1
(b) Se g(x) = arc cos x ∀x ∈ [−1, 1] , prove que g 0 (x) = − √ ∀x ∈ (−1, 1) .
1 − x2

arc tg x
Questão 4: (12 pts) Considere f : IR → IR dada por f (x) = .
π
(a) Qual a equação da reta tangente ao gráfico de f e que passa pelo ponto A(0, 0) ?

(b) Qual a equação da reta normal ao gráfico de f no ponto B( 3 , 1/3) ?

Questão 5: (40 pts) Para cada função dada abaixo (estamos cometendo um abuso ao
omitir os domı́nios e contra-domı́nios), calcule sua derivada, indique onde existe e forneça
ainda, quando solicitado, o que se pede:

x3
(a) f (x) = . Responda: Para quais valores de x temos f 0 (x) = 0 ?
e2x
2 +3s)
(b) h(s) = sen (3s2 − s) + 2(s . Obtenha ainda, em particular, h0 (0).

(c) g(w) = tg w · ln(3 − w2 ) . Obtenha ainda, em particular, g 0 (0).

s(t)2
(d) v(t) = (existe s0 (t) ∀ t ∈ IR). Se s(1) = 1 e s0 (1) = 2, obtenha v 0 (1) .
3t
p
(e) u(y) = 4 2y 2 + 5 + 4 cos y = (2y 2 + 5 + 4 cos y)1/4 .
A Derivada 57

Coletânea de provas anteriores (4):

Questão 1: (30 pts) Sem usar derivadas, obtenha os limites abaixo (JUSTIFIQUE):
r
x−3 x3 + 2x2 + x e sen x − 1
(a) lim 3 (b) lim (c) lim
x→3 27 − x3 x→−1 x+1 x→0 2x

sen 7y + cos πy − 1 1 − cos x


(d) lim (e) lim √
y→0 y 5 · x · sen x
x→0

(
x+1 se x < −1
Questão 2: (10 pts) Seja f : IR → IR dada por f (x) =
1 + sen (x + 1) se x ≥ −1
(a) Responda se f é contı́nua em a = −1 . (JUSTIFIQUE).
(b) f é derivável em a = −1 ? Se for, PROVE e obtenha f 0 (−1). Se não, justifique.
(c) Responda: Se [a, b] ⊂ IR , é possı́vel afirmar que dado d entre f (a) e f (b), existe c entre
a e b com f (c) = d ? JUSTIFIQUE a resposta.

Questão 3: (8 pts) Seja f : IR → IR dada por f (x) = 5
x ∀ x ∈ IR .
Mostre, via definição, que @ (não existe) f 0 (0) .
1
Prove (podendo usar que existe f 0 (x) para todo x 6= 0 ) que f 0 (x) = √
5
∀ x 6= 0 .
5 x4

Questão 4: (12 pts) Seja f : IR → IR dada por f (x) = e(2x−1) ∀ x ∈ IR . Obtenha, se


existir, a equação da reta tangente ao gráfico de f e que passa pelo ponto A(1, 0)

Questão 5: (40 pts) Para cada função dada abaixo (estamos cometendo um abuso ao
omitir os domı́nios e contra-domı́nios), calcule sua derivada, indique onde existe e forneça
ainda, quando solicitado, o que se pede:
r
s2
. Obtenha ainda, em particular, h0 (1).
3
(a) h(s) =
1 + s2
(b) v(t) = ln 2 · log 1 (3t2 + 1) . v 0 (1) é positivo, negativo ou zero ? Obtenha v 0 (1) para
2
justificar.

x2
(c) f (x) = x2 · ln x − . Responda: Para quais valores de x temos f 0 (x) = x ?
2
1
(d) g(w) = csc2 w = 2
. Obtenha ainda, em particular, g 0 (π/4).
sen w

  
1
(e) u(y) = tg arc tg . Obtenha ainda, em particular, u0 ( 3 ) .
y
58 CAPÍTULO 1

Coletânea de provas anteriores (5):

Questão 1: (24 pts) Sem usar derivadas, obtenha os limites abaixo (JUSTIFIQUE):

x3 − 3 3 e2y − 1 x3 + x2 − x − 1 1 − sen x
(a) lim
√ √ (b) lim (c) lim 3
(d) lim
x→ 3 4x − 4 3 y→0 sen (3y) x→−1 x −x x→π/2 x − (π/2)

Questão 2: (12 pts)


sen [π(x − 1)]
(a) Seja f : IR → IR uma função tal que f (x) = ∀ x 6= 1 . f pode ser
x−1
contı́nua em x = 1 ? Se puder, qual o valor de f (1) para que isso ocorra (JUSTIFIQUE). Se
não, JUSTIFIQUE.
|x − 1|
(b) Seja g : IR → IR uma função tal que g(x) = ∀ x 6= 1 . g pode ser contı́nua
x−1
em x = 1 ? Se puder, qual o valor de g(1) para que isso ocorra (JUSTIFIQUE). Se não,
JUSTIFIQUE.

Questão 3: (12 pts) Seja f : IR → IR dada por f (x) = 3 ·x ∀ x ∈ IR
3

1
Mostre, VIA DEFINIÇÃO, que @ (não existe) f 0 (0) e que f 0 (a) = √
3
∀ a 6= 0 .
a2

Questão 4: (12 pts) (a) A reta 3y+8x+1 = 0 é NORMAL ao gráfico de uma certa função
f : IR → IR no ponto A(1, −3) (pertencente ao gráfico de f ). Obtenha (JUSTIFICANDO)
f 0 (1) .

(b) Qual o valor de b para que a reta y = 2bx + e seja TANGENTE ao gráfico de
2
g(x) = e(x +6x+1) no ponto B(0, e) (pertencente ao gráfico de g) ? (JUSTIFIQUE)

Questão 5: (40 pts) Para cada função dada abaixo (estamos cometendo um abuso ao omitir
os domı́nios e contra-domı́nios), calcule sua derivada, indique onde existe e forneça ainda
o que se pede:

(a) f (x) = x · (ln 5 − 1 + ln x) . Obtenha ainda, em particular, f 0 (2) .

(b) h(θ) = ( tg θ + 1)2 . Obtenha ainda, em particular, h0 (π/3).


2 3)
3(3w −w
2
(c) g(w) = ln(w − w) + . Obtenha ainda, em particular, g 0 (2).
ln 3
sen [s(t)]
(d) v(t) = (existe s0 (t) ∀ t ∈ IR). Se s(2) = π/2 e s0 (2) = e, obtenha v 0 (2) .
t

(e) u(y) = 3 · 3 arc tg y . Obtenha ainda u0 (1) e responda se u0 (1) é maior ou menor
que 1 (mostre as contas).
A Derivada 59

Respostas de exercı́cios
• Página 32:
Exercı́cio 2)

8 2 1 1 1 1
a) 6 b) c) d) e) −9 f) 0 g) h) i) 0 j) −
9 4 32 7 2 8
3 1
k) −2 l) 12 m) 0 n) @ (não existe) o) 1 p) q) r) @
5 3
1
s) 4 t) −1 u) 0 v) w) ln 3 x) 12
2

• Página 34:
Exercı́cio 1) @ lim f (x) , @ lim g(x) , lim (f.g)(x) = 4
x→1 x→1 x→1

Exercı́cio 2) Faça a mudança de variáveis x − a = h e aplique o Teorema sobre limites


de funções compostas !

Exercı́cio 3)
(a) f10 (−5) = mt−5 = 3
(b) f20 (3) = mt3 = −6

3
(c) f30 (π/6) = mtπ/6 =
2
1
(d) f40 (π/6) = mtπ/6 =−
2
(e) f50 (2) = mt2 = e2
√ 1
(f) f60 ( 2) = mt√2 = −
2

Exercı́cio 4)
(a) f10 (a) = 3
(b) f20 (a) = −2a
(c) f30 (a) = cos a
(d) f40 (a) = − sen a
(e) f50 (a) = ea
1
(f) f60 (a) = −
a2
60 CAPÍTULO 1

• Páginas 36-37:
Exercı́cio 2) Contı́nua em...

a) ... (−∞, 16] . Em a = 16 temos: lim− 16 − x = 0 = f (16)
x→16

b) ... (0, +∞) . Em a = 0 temos: @ lim+ f (x)


x→0

c) ... IR − {−1} . Em a = −1 temos: ∃ lim f (x) = 1/3 6= f (−1)


x→−1

• Páginas 52-53:
sen x π d sen x π cos x
Exercı́cio 1) lim = e = (se x é dado em GRAUS).
x→0 x 180 dx 180

Exercı́cio 2) a) f 0 (x) = 20x + 9 ∀ x ∈ IR b) h0 (x) = 36x2 − 68x + 26 ∀ x ∈ IR

−4w3 − 14 √
3 (3x2 + 2x + 1)
c) f 0 (w) = ∀ w 6
= 7 d) f 0 (x) = − ∀ x 6= −1
(w3 − 7)2 (1 + x + x2 + x3 )2

7 135(3t + 4)2 7
e) g 0 (x) = −40(8x − 7)−6 ∀ x 6= f) s0 (t) = − 4
∀ t 6=
8 (6t − 7) 6

108z 3 + 27z 2 + 2 1 18 − 12x


g) h0 (z) = 2
∀ z 6= − h) H 0 (x) = p ∀ x ∈ IR
(6z + 1) 6 (4x2 + 9)3

1 5 4
i) f 0 (x) = − √ ∀ x 6= 0 j) f 0 (x) = 12x + 2
− √3
∀ x 6= 0
5x x
5
x 3x x2
2
k) f 0 (w) = √
3
∀ w 6= 0 l) f 0 (t) = 6(t6 − t−6 )5 .(6t5 + 6t−7 ) ∀ t 6= 0
9w
m (
0 m −1 ∀ x > 0 se n é par 30s
m) f (x) = ·xn n) h0 (s) = ∀ s ∈ IR
n ∀ x 6= 0 se n é ı́mpar 5s2 + 1

2x ln x − x
o) f 0 (x) = ln x + 1 ∀ x > 0 p) g 0 (x) = ∀x>0
(ln x)2

q) f 0 (u) = (1 − u) · e−u ∀ u ∈ IR r) h0 (s) = (s − s2 ) · 2e−2s ∀ s ∈ IR


−2ew
s) f 0 (x) = xx (ln x + 1) ∀ x > 0 t) g 0 (w) = ∀ w 6= 0
e2w − 1
 sen x 
u) f 0 (x) = −2ecos 2x · sen 2x ∀ x ∈ IR v) g 0 (x) = x sen x cos x ln x + ∀x>0
x
1
w) h0 (x) = se tg x > 0 x) f 0 (w) = −6 tg 3w se cos 3w 6= 0
sen x cos x
1 − 2x arc tg x
y) f 0 (x) = ∀ x ∈ IR
(x2 + 1)2
A Derivada 61


2e2x · arc sen 5x · 1 − 25x2 − 5e2x
 
0 1 1
z) f (x) = √ ∀x∈ − ,
1 − 25x2 · ( arc sen 5x)2 5 5

Exercı́cio 3) y = −7x − 3

5 99
Exercı́cio 4) a) y = x− b) y = 10x − 9
2 16
−1 4
Exercı́cio 5) y = −x + 4 ou y = x+
9 3
x 3
Exercı́cio 6) y = − +
4 2
√ !
√ π 3
Exercı́cio 7) tangente: y = 3 3 x + 1−
2
√ √ !
3 π 3
normal: y = − x+ 1+
9 54

• Página 54: Coletânea 1



Questão 1) (a) 5/4 (b) @ (c) 6 (d) 7 (e) −1/2

Questão 2) (a) f é contı́nua em todo a 6= 0 e não é contı́nua em a = 0 .


(b) Como a função f é contı́nua no intervalo [−2, −1] e f (−2) < 0 < f (−1) , temos
então pelo TEOREMA DO VALOR INTERMEDIÁRIO que existe x entre −2 e −1 tal que
f (x) = 0 .
(c) f não pode ser derivável em x = 0 pois f não é contı́nua neste ponto.

Questão 4) (a) f 0 (x) = (2x + 1)4 (36x − 7) ∀ x ∈ IR


1
(b) g 0 (w) = p ∀ w 6= 1/3 e g 0 (3) = 1/4
3
(3w − 1)2

(c) h0 (s) = π. tg s. sec s se cos s 6= 0 e h0 (0) = 0


2 −t
(d) f 0 (t) = e3t · (6t − 1) ∀ t ∈ IR e f 0 (1/3) = 1

(e) f 0 (x) = 8 ctg 2x se sen 2x 6= 0

Questão 5) y = 2x + (π − 2)
62 CAPÍTULO 1

• Página 55: Coletânea 2


π 2 √
Questão 1) (a) 0 (b) − (c) −1 (d) (e) − 3 2
9 5
Questão 2) (a) f é contı́nua em todo a ∈ IR .
(b) Nos intervalos [1, 3] e [3, 6] : nestes intervalos a função é contı́nua e “muda de sinal”.
O TEOREMA DO VALOR INTERMEDIÁRIO nos garante que sob estas condições a função
assume o valor 0 (zero) nestes intervalos.
(c) f não é derivável em a = 2 (apesar de ser contı́nua neste ponto).
 
1 1 + ln 4
Questão 4) (a) y = −2x + 1 (b) y = − x +
2 4

−16x
Questão 5) (a) f 0 (x) = ∀ x 6= 4 e f 0 (2) = 4
(x − 4)3

csc2 s √
(b) h0 (s) = − √ se sen s 6= 0 e h0 (π/4) = − 2
2
2 +2t
(c) g 0 (t) = (2t − 1)2 · et · [6 + (2t − 1)(2t + 2)] ∀ t ∈ IR e g 0 (0) = 4
10w − sen w
(d) f 0 (w) = ∀ w ∈ IR e f 0 (0) = 0
5w2 + 2 + cos w
1
(e) g 0 (y) = √ se y > 1
2y y − 1

• Página 56: Coletânea 3



2 √
Questão 1) (a) (b) π (c) @ (d) 0 (e) 1
16
Questão 2) (a) f é contı́nua em a = 3 (verificados também os limites laterais).

f (x) − f (3)
(b) ∃ f 0 (3) = lim = 2 ( f é derivável em a = 3 ).
x→3 x−3
(c) SIM! f é contı́nua no intervalo LIMITADO e FECHADO [7/2, 10] e portanto assume aı́
máximo absoluto em um ponto xM deste intervalo. Mostra-se então (com as outras hipóteses)
que f (xM ) ≥ f (x) ∀ x ∈ IR .
√ !
1 12π 3 + 1
Questão 4) (a) y = x (b) y = −4π x +
π 3

x2 (3 − 2x)
Questão 5) (a) f 0 (x) = ∀ x ∈ IR . f 0 (x) = 0 quando x = 0 ou x = 3/2 .
e2x
A Derivada 63

2 +3s)
(b) h0 (s) = cos(3s2 − s).(6s − 1) + 2(s . ln 2.(2s + 3) ∀ s ∈ IR . h0 (0) = 3 ln 2 − 1 .

ln(3 − w2 ) 2w tg w √ √
(c) g 0 (w) = − ∀ cos w 6= 0 e − 3<w< 3 . g 0 (0) = ln 3 .
cos2 w 3 − w2
2t · s(t) · s0 (t) − s(t)2
(d) v 0 (t) = ∀ t 6= 0 . v 0 (1) = 1 .
3t2
y − sen y
(e) u0 (y) = p ∀ y ∈ IR .
4
(2y 2 + 5 + 4 cos y)3

• Página 57: Coletânea 4


1 1 1
Questão 1) (a) − (b) 0 (c) (d) 7 (e) √
3 2 2 5
Questão 2) (a) f não é contı́nua em a = −1 (@ lim f (x) ).
x→−1

(b) f não é derivável em a = −1 (pois não é contı́nua neste ponto).

(c) NÃO PODEMOS! Contra-exemplo: considere f no intervalo [−2, −1] . Temos:


−1 = f (−2) < 1/2 < f (−1) = 1 mas não existe nenhum c ∈ [−2, −1] tal que f (c) = 1/2 .

Questão 4) y = 2e2 x − 2e2 .


p √
3
2 3
(1 + s2 )2 4
Questão 5) (a) h0 (s) = √ ∀ s 6= 0 . h0 (1) = .
3(1 + s2 )2 . 3 s 6
−6t 3
(b) v 0 (t) = 2
∀ t ∈ IR . v 0 (1) = − < 0 .
3t + 1 2

(c) f 0 (x) = 2x ln x ∀ x > 0 . x = f 0 (x) quando x = e .
−2 cos w
(d) g 0 (w) = ∀ sen w 6= 0 . g 0 (π/4) = −4 .
sen 3 w
1 √ 1
(e) u0 (y) = − ∀ y 6
= 0 . u 0
( 3 ) = − .
y2 3

• Página 58: Coletânea 5


9 2
Questão 1) (a) (b) (c) 0 (d) 0
4 3
Questão 2) (a) SIM! f (1) = π para que f seja contı́nua em x = 1 .

(b) NÃO ! g não pode ser contı́nua em x = 1 , qualquer que seja o valor de g(1) .
64 CAPÍTULO 1

3
Questão 4) (a) f 0 (1) = (b) b = 3e .
8
Questão 5) (a) f 0 (x) = ln x + ln 5 ∀ x > 0 . f 0 (2) = ln 10 .

(b) h0 (θ) = 2( tg θ + 1). sec2 θ ∀ cos θ 6= 0 . h0 (π/3) = 8( 3 + 1) .
2w − 1 2 3 3
(c) g 0 (w) = 2
+ (6w − 3w2 ) · 3(3w −w ) ∀ w < 0 ou w > 1 . g 0 (2) = .
w −w 2

0 cos[s(t)] · s0 (t) · t − sen [s(t)] 1


(d) v (t) = 2
∀ t 6= 0 . v 0 (2) = − .
t 4
r
1 1 2
(e) u0 (y) = p · 2
∀ y 6= 0 . u0 (1) = 3 2 < 1 .
3
( arc tg y) 1 + y
2 π
Capı́tulo 2

Aplicações da Derivada

2.1 Acréscimos e diferenciais

Consideremos uma função f : X → IR derivável em pontos x ∈ X . Podemos escrever:

f (x + ∆x) − f (x)
f 0 (x) = lim (para cada x onde f for derivável)
∆x→0 ∆x

∆x é chamado ACRÉSCIMO DE x e representa a variação na variável independente x.

Pondo y = f (x) como variável dependente, temos que ∆y = f (x + ∆x) − f (x) representa
a VARIAÇÃO DA FUNÇÃO f (devida ao acréscimo ∆x ) e

∆y
f 0 (x) = lim
∆x→0 ∆x

Os limites acima significam que, quando ∆x se aproxima cada vez mais de 0 (por valores
diferentes de 0), ∆y/∆x se aproxima cada vez mais de f 0 (x) .
Então podemos dizer que ∆y/∆x é uma boa aproximação para f 0 (x) quando ∆x é
pequeno (e diferente de 0) e podemos escrever

∆y
≈ f 0 (x) quando ∆x é pequeno
∆x

ou então, de modo equivalente,

(∗) f (x + ∆x) − f (x) = ∆y ≈ f 0 (x) · ∆x quando ∆x é pequeno

A relação (*) acima nos diz que podemos obter boas aproximações para a variação da
função, ∆y = f (x + ∆x) − f (x) , através de f 0 (x) · ∆x , com ∆x pequeno !!!

65
66 CAPÍTULO 2

Por exemplo, vamos obter uma aproximação para (0, 98)4

Portanto, f 0 (x) · ∆x (que depende dos valores de x e ∆x considerados) desempenha esse


importante papel de ser uma boa aproximação para a variação da função f quando ∆x é
pequeno.
f 0 (x) · ∆x será denotado por dy e chamado A DIFERENCIAL DE y (varia de acordo
com x e ∆x).
Escrevemos também dx = ∆x para a chamada diferencial de x.

dy = f 0 (x) · ∆x
dx = ∆x

Geometricamente, temos:
Aplicações da Derivada 67

Exemplos:
(A) Use diferenciais para obter aproximações para:

(a) 3 · (2, 001)2 − 5 · (2, 001) + 3 (b) 4 82

(B) A medida de um lado de um cubo é encontrada como sendo 15 cm, com uma possibilidade
de erro de 0,001 cm. Usando diferenciais, encontre o erro máximo no cálculo do volume do
cubo.
68 CAPÍTULO 2

(C) A Lei da Gravitação de Newton afirma que a força F de atração entre duas partı́culas de
g · m1 · m2
massas m1 e m2 é dada por F = onde g é uma constante e s é a distância entre
s2
as partı́culas. Se s = 20 cm , use diferenciais para obter (aproximadamente) uma variação de
s que aumente F em 10% .

(D) À medida em que a areia escoa de um recipiente, vai se formando uma pilha cônica cuja
altura é sempre igual ao raio. Se, em dado instante, o raio é de 10 cm, use diferenciais para
aproximar a variação do raio que ocasiona um aumento de 2 cm3 no volume da pilha.
Aplicações da Derivada 69

Exercı́cios:
1) Use diferenciais para obter valores aproximados para: (2, 01)4 − 3(2, 01)3 + 4(2, 01)2 − 5 ,
√ √ √ √ 1
3
65 , 37 , 3 0, 00098 , 0, 042 , 5(0, 99)3/5 − 3(0, 99)1/5 + 7 , √
4
.
15

2) Considerando ln 2 ≈ 0, 6931, use diferenciais para aproximar ln(2, 01) .

3) Use diferenciais para obter uma aproximação para ctg 46◦ .

4) Use diferenciais para obter o aumento aproximado da área de uma esfera, quando o raio
varia de 2 a 2, 02 pés.

5) Os lados oposto e adjacente a um ângulo θ de um triângulo retângulo acusam medidas


de 10 pés e 8 pés, respectivamente, com erro possı́vel de 1,5 polegada na medida de 10 pés.
Use a diferencial de uma função trigonométrica inversa para obter uma aproximação do erro
no valor calculado de θ . (Obs.: 1 pé = 12 polegadas)

6) A altura de um cone circular reto é duas vezes o raio da base. A medida encontrada da
altura é de 12 cm, com uma possibilidade de erro de 0,005 cm. Encontre o erro aproximado
no cálculo do volume do cone.

7) Se l (em metros) é o comprimento de um fio de ferro quando está a t graus de tem-


peratura, então l = 60e0,00001. t . Use diferenciais para encontrar o aumento aproximado em l
quando t cresce, de 0 a 10 graus.

8) Em um ponto situado a 20’ (pés) da base de um mastro, o ângulo de elevação do topo


do mastro é de 60◦ , com erro possı́vel de 0, 25◦ . Obtenha, com auxı́lio de diferenciais, uma
aproximação do erro no cálculo da altura do mastro.

9) Uma caixa de metal na forma de um cubo vai ter um volume interno de 64 cm3 . Os seis
lados da caixa vão ser feitos de metal com 1/4 cm de espessura. Se o preço do metal que vai
ser usado na fabricação da caixa é de R$ 0,80 por cm3 , use diferenciais para encontrar o preço
aproximado de todo o metal necessário.

10) A resistência elétrica R de um fio é proporcional ao seu comprimento l e inversamente


proporcional ao quadrado de seu diâmetro d. Suponha que a resistência de um fio, de compri-
mento dado (fixo), seja calculada
 a partir
 do diâmetro com uma possibilidade de erro de 2%
∆d
na medida do diâmetro · 100 = 2 . Encontre a possı́vel porcentagem de erro no cálculo
d
do valor da resistência.
70 CAPÍTULO 2

2.2 A Derivada como razão de variação

Variação média:
Sejam f : X → IR e y = f (x) .
A variável y representa uma quantidade de “alguma grandeza” (distância, volume, área,
etc.) que depende da variável independente x, a qual por sua vez representa também uma
quantidade de alguma grandeza.
Já vimos que ∆y = f (x1 + ∆x) − f (x1 ) é a variação da função, correspondente a uma
variação de x1 a x1 + ∆x (∆x é o chamado acréscimo em x).

∆y f (x1 + ∆x) − f (x1 )


Então = é a chamada VARIAÇÃO MÉDIA de y por unidade
∆x ∆x
de variação de x, quando x varia de x1 a x1 + ∆x.

Exemplo: Seja S (em centı́metros quadrados) a área de um cubo de aresta x (centı́metros).


Encontre a razão de variação média da área por unidade de variação no comprimento da aresta
quando x varia de ... (a) ... 3 a 3, 2 cm (b) ... 3 a 3, 1 cm

Variação instantânea:
 
∆y
Quando fazemos ∆x → 0 no quociente ∆y/∆x lim , o limite (quando existir)
∆x→0 ∆x

será a RAZÃO (TAXA) DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA de y por unidade de variação de x


em (no INSTANTE em que) x = x1 .

∆y f (x1 + ∆x) − f (x1 )


Mas lim = lim = f 0 (x1 ) (se existir o limite).
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
Portanto a derivada f 0 (x1 ) representa a razão (taxa) de variação instantânea de y = f (x)
por unidade de variação de x no instante em que x = x1 .
Aplicações da Derivada 71

Exemplo: Considerando o exemplo anterior, qual a razão de variação da área do cubo por
variação de centı́metro no comprimento da aresta quando x = 3 ?

Definimos ainda a taxa (razão) de VARIAÇÃO RELATIVA de y por unidade de variação


f 0 (x1 )
de x em x1 como sendo (proporção da variação instantânea em relação à quantidade
f (x1 )
f (x1 ) em x = x1 ). Multiplicando por 100, temos a taxa de VARIAÇÃO PERCENTUAL,
f 0 (x1 )
dada por · 100 .
f (x1 )

Exemplos:
(A) Um cilindro reto, de base circular, tem altura constante igual a 10 cm. Se V cm3 é o
volume desse cilindro e r cm o raio de sua base, encontre:
(a) A razão de variação média do volume por unidade de variação do raio, quando r varia
de 5 a 5, 1 cm.
(b) A razão de variação instantânea do volume , por unidade de variação do raio, quando
r = 5 e quando r = 5, 1 cm.
(c) As taxas de variação relativas do volume, por unidade de variação do raio, quando r = 5
e quando r = 5, 1.
72 CAPÍTULO 2

(B) O lucro de um depósito de retalhos é de 100y reais quando x reais são gastos diariamente
em propaganda e y = 2500 + 36x − 0, 2x2 . Use a derivada para determinar se seria vantajoso
que o orçamento diário de propaganda aumentasse, nos seguintes casos:
(a) O orçamento atual é de 60 reais diários;
(b) O orçamento atual é de 100 reais diários.

(C) Em um circuito elétrico, se E é a força eletromotriz, R ohms é a resistência e I amperes


é a corrente, a Lei de Ohm afirma que IR = E .
Admitindo que E seja constante, mostre que R decresce em uma razão que é proporcional
ao inverso do quadrado de I.
Se E = 100 volts, qual a taxa de variação de I por unidade de variação de R quando
R = 20 ohms ?

(D) A temperatura T (em graus Celsius) de uma solução no instante t (minutos) é dada por
3
T (t) = 10 + 4t − , com 1 ≤ t ≤ 10 .
t+1
Qual a taxa de variação de T por unidade de variação de t quando t = 2 , t = 5 , ou t = 9 ?
Aplicações da Derivada 73

(E) A Lei de Boyle para os gases afirma que p · V = c , onde p é a pressão, V é o volume e
c uma constante. Suponhamos que no instante t (minutos), a pressão seja dada por 20 + 2t
u.p., com 0 ≤ t ≤ 10 . Se em t = 0 o volume é de 60 cm3 , determine a taxa de variação do
volume por unidade de variação do tempo quando t = 5.

Um caso particular: interpretação cinemática da Derivada

Suponhamos agora que s = s(t) represente a posição de um objeto ao longo de uma linha
reta, como função do tempo t:

Se em t1 o objeto estava em s(t1 ) e em t1 + ∆t estava em s(t1 + ∆t) , a variação total da


posição do objeto entre os instantes t1 e t1 + ∆t é dada por

∆s = s(t1 + ∆t) − s(t1 )

A taxa de variação média de s por unidade de variação de tempo, entre o t1 e t1 + ∆t é


s(t1 + ∆t) − s(t1 )
∆t
Essa é a VELOCIDADE MÉDIA com que o objeto se movimentou de s(t1 ) até s(t1 + ∆t)
entre os instantes t1 e t1 + ∆t.

A razão de variação instantânea da posição s do objeto por unidade de variação do tempo,


no instante t1 é dada por
s(t1 + ∆t) − s(t1 )
s0 (t1 ) = lim
∆t→0 ∆t
Essa é a VELOCIDADE INSTANTÂNEA do objeto no instante t = t1 .
74 CAPÍTULO 2

Se s0 (t1 ) > 0 então a taxa de variação em t1 é positiva, ou seja, s está aumentando em t1 ,


ou melhor, o objeto está se movimentando no sentido adotado como positivo.
Se s0 (t1 ) < 0 , o movimento em t1 é contrário ao sentido positivo.
Se s0 (t1 ) = 0 então o objeto está parado no instante t1 .

Exemplos:
(A) Um foguete é lançado verticalmente para cima e está a s m do solo t s após ter sido lançado
(t ≥ 0), sendo s(t) = 160t − 5t2 (o sentido positivo é para cima). Determine:
(a) A velocidade média entre os instantes t = 0 e t = 4 s.
(b) A velocidade instantânea nos instantes t = 0 (velocidade inicial) e t = 2 s.
(c) Em t = 20 s, o foguete está subindo ou caindo ?
(d) Quanto tempo leva o foguete para alcançar a sua altura máxima ?
(e) Qual a altura máxima atingida pelo foguete ?

(B) Uma pedra é solta de um edifı́cio de 80 m de altura e a equação do movimento é dada por
s(t) = −5t2 (t em segundos, t ≥ 0, orientação positiva para cima).
(a) Qual a velocidade da pedra 1 segundo após ser lançada ?
(b) Quanto tempo leva a pedra para alcançar o solo ?
(c) Qual a velocidade (instantânea) da pedra ao atingir o solo ?
(d) Qual a velocidade média entre os instantes t = 0 e o choque com o solo ?
Aplicações da Derivada 75

Obs.: Assim como definimos a velocidade como variação da posição por unidade de variação
do tempo, definimos a ACELERAÇÃO como sendo a variação da velocidade (olhando v = v(t))
por unidade de variação do tempo.

(C) A posição s de um objeto em movimento retilı́neo é dada por s(t) = 2t3 − 15t2 + 48t − 10 ,
com t medido em segundos e s(t) em metros. Determine a aceleração quando a velocidade é
de 12 m/s. Determine a velocidade quando a aceleração é de 10 m/s2 .

(D) Um bombardeiro está voando paralelo ao chão a uma altitude de 2 km e a uma veloci-
dade constante de 4, 5 km/min. A que razão varia a distância entre o bombardeiro e o alvo
exatamente 20 segundos após o bombardeiro passar sobre o alvo ?
76 CAPÍTULO 2

Exercı́cios:
1) O volume de um balão esférico (em pés cúbicos) t horas após 13:00 é dado pela equação
4
V (t) = π(9−2t)3 , com 0 ≤ t ≤ 4. Qual a variação média do volume por unidade de variação
3
de tempo entre t = 0 e t = 4 ? Qual a taxa de variação do volume por unidade de variação de
tempo às 16:00 ?

2) Suponha que, t segundos após ter começado a correr, o pulso de um indivı́duo tenha
sua taxa dada por P (t) = 56 + 2t2 − t (batimentos por minuto), com 0 ≤ t ≤ 7 . Determine a
variação média de P por unidade de variação de t quando t varia de 2 a 4 segundos. Obtenha
a taxa de variação de P por unidade de variação de t em t = 2, t = 3, t = 4.

3) O iluminamento I (em u.i. - “unidades de iluminamento” ) de uma fonte de luz é


diretamente proporcional à intensidade S da fonte e inversamente proporcional ao quadrado
da distância d da fonte. Se, para uma certa fonte, I = 120 u.i. a uma distância de 2 pés,
determine a taxa de variação de I por unidade de variação de d, quando d = 20 pés.

4) A relação entre a temperatura F , na escala Fahrenheit, e a temperatura C, na escala


Celsius, é dada por C = 5/9(F − 32). Qual a taxa de variação de F em relação a C ?

5) Deve-se construir uma caixa aberta com uma folha retangular de cartolina de 40 cm de
largura e 60 cm de comprimento, cortando-se um quadrado de s cm de lado em cada canto
e dobrando-se a cartolina. Expresse o volume V da caixa em função de s e determine a taxa
de variação de V em relação a s. Se queremos obter uma caixa com o maior volume possı́vel,
responda se é conveniente ou não aumentar s quando: s = 5cm ou s = 10cm.

Obs.: Lembremos que a ACELERAÇÃO de um objeto em movimento retilı́neo é a taxa


de variação da velocidade v por unidade de variação do tempo t.

6) Para cada uma das situações abaixo, define-se a posição s de um objeto em movimento
retilı́neo como função do tempo t. Determine a velocidade e aceleração em cada instante
t e tente descrever o movimento (posição inicial, velocidade inicial, direções do movimento,
quando a velocidade aumenta, diminui, etc.) durante os intervalos de tempo indicados:
(a) s(t) = 3t2 −12t+1 , t ∈ [0, 5] (b) s(t) = t+4/t , t ∈ [1, 4] (c) s(t) = 24+6t−t3 , t ∈ [−2, 3]
1 − e−3t
(d) s(t) = , t ∈ [0, 2] (e) s(t) = 3 cos πt , t ∈ [0, 2] (f) s(t) = t2 −4 ln(t+1) , t ∈ [0, 4]
3
7) Lança-se um objeto verticalmente para cima, sendo a altura atingida s pés após t segs
dada por s(t) = 144t − 16t2 . Obtenha a velocidade e a aceleração iniciais e no instante t = 3
s (descreva o que ocorre). Qual a altura máxima atingida ? Quando o objeto atinge o solo ?
Aplicações da Derivada 77

2.3 Taxas relacionadas

Em alguns problemas, podemos ter várias grandezas relacionadas através de equações.


Exemplos:
(A) Uma escada com 5 m de comprimento está inclinada e apoiada numa parede vertical. Sua
base, apoiada no chão, está sendo empurrada na direção da parede a uma velocidade de 0,5
m/s. Qual a velocidade com que a ponta da escada (apoiada na parede) se move quando a
base está a 4 m da parede ?

(B) Infla-se um balão esférico de tal modo que seu volume aumenta à razão de 5 dm3 /min. A
que razão o diâmetro do balão cresce quando o diâmetro é de 12 dm ?
78 CAPÍTULO 2

(C) Um tanque de água com a forma de cone invertido e altura igual ao diâmetro está sendo
enchido à razão de 3 m3 /s. Qual a velocidade com que o nı́vel de água sobe, quando a parte
cheia com água tem 2 m de altura ?

(D) Um farol, situado a 1000 m de uma costa (praticamente) reta está girando com uma
velocidade de 3 rpm (rotações por minuto). Qual a velocidade da luz do farol na região
costeira quando o ângulo entre o feixe de luz e a perpendicular do farol à praia é de π/4 rad ?
Aplicações da Derivada 79

Exercı́cios:
1) Um papagaio de papel está voando a uma altura de 40m. Um garoto está empinando
o papagaio de tal modo que este se move horizontalmente a uma razão de 3m/seg. Se a linha
está esticada, com que razão deve o garoto dar linha quando o comprimento da corda solta é
50m ?

2) Um carro que viaja à razão de 30m/seg aproxima-se de um cruzamento. Quando o


carro está a 120m do cruzamento, um caminhão que viaja a 40m/seg atravessa o cruzamento.
O carro e o caminhão estão em estradas que formam ângulos retos uma com a outra. Com
que rapidez separam-se o carro e o caminhão 2 segundos depois que o caminhão passou pelo
cruzamento ?

3) De um orifı́cio em um recipiente vaza areia, que forma um monte cônico cuja altura é
sempre igual ao raio da base. Se a altura aumenta à razão de 6 pol/min, determine a taxa de
vazamento da areia quando a altura da pilha é 10 pols.

4) Uma lâmpada colocada em um poste está a 5m de altura. Se um homem de 2m de altura


caminha afastando-se da lâmpada à razão de 1m/seg, com que rapidez se move a extremidade
de sua sombra no instante em que ele está a 4m do poste ? Com que rapidez se alonga sua
sombra neste instante ? Qual velocidade é a maior, a da extremidade da sombra ou a de
alongamento da sombra ? O que ocorre em outros instantes ?

5) A Lei de Boyle para os gases afirma que p.v = c, onde p é a pressão, v é o volume e c
uma constante. Em certo instante, o volume é de 75 pols3 , a pressão 30 lbs/pol2 e a pressão
decresce à razão de 2 lbs/pol2 por minuto. Qual a taxa de variação do volume neste instante ?

6) Um ponto P (x, y) se move sobre o gráfico da equação y = ln(x3 ) (x > 0) e sua abscissa
x varia à razão de 0,5 unidade por segundo. A ordenada y também varia a uma razão fixa ?
Qual a taxa de variação da ordenada no ponto (e, 3) ?

7) Quando duas resistências elétricas R1 e R2 são ligadas em paralelo, a resistência total


R é dada por 1/R = (1/R1 ) + (1/R2 ). Se R1 e R2 aumentam à razão de 0,01 ohms/s e 0,02
ohms/s, respect., qual a taxa de variação de R no instante em que R1 = 30 ohms e R2 = 90
ohms ?

8) Uma vara de metal tem a forma de um cilindro circular reto. Ao ser aquecida, seu
comprimento aumenta à taxa de 0,005 cm/min e seu diâmetro cresce à razão de 0,002 cm/min.
Qual a taxa de variação do volume quando o comprimento é 40 cm e o diâmetro é 3 cm ?

9) Uma escada com 6 m de comprimento está apoiada em um dique inclinado a 60◦ em


relação à horizontal. Se a base da escada está sendo movida horizontalmente na direção do
80 CAPÍTULO 2

dique à razão de 1 m/s, com que rapidez move-se a parte superior da escada (apoiada no
dique), quando a base estiver a 4 m do dique ?

10) Um avião voa a uma altura constante de 5000 pés ao longo de uma reta que o levará
diretamente a um ponto acima de um observador no solo. Se, em dado instante, o observador
nota que o ângulo de elevação do avião é de 60◦ e aumenta à razão de 1◦ por segundo, determine
a velocidade do avião neste instante.

11) Um triângulo isósceles tem os dois lados iguais com 6 pols cada um. Se o ângulo entre
os lados iguais varia à razão de 2◦ por min, com que velocidade varia a área do triângulo
quando θ = 30◦ ?

12) A luz de um farol localizado a 1/8 de milha do ponto mais próximo P de uma estrada
retilı́nea está sobre um carro que percorre a estrada com a velocidade de 50 milhas por hora,
se afastando de P. Determine a taxa de rotação do farol no instante em que o carro está a 1/4
de milha do farol.

13) Uma escada de 5 m de altura está apoiada numa parede vertical. Se a parte inferior
da escada é puxada horizontalmente para fora da parede de tal forma que o topo da escada
escorrega à razão de 3 m/s, com que velocidade está variando a medida do ângulo entre a
escada e o solo quando a parte inferior da escada está a 3 m da parede ?

14) Um homem num cais está puxando um bote à razão de 2 m/s por meio de uma corda
(esta é a velocidade com que puxa a corda). As mãos do homem estão a 30 cm do nı́vel do
ponto onde a corda está presa no bote. com que velocidade varia a medida do ângulo de
deflexão da corda (entre a corda e o movimento do bote) quando o comprimento da corda é
de 50 cm ?

15) Um quadro de 40 cm de altura está colocado numa parede, com sua base a 30 cm
acima do nı́vel dos olhos de um observador. Se o observador se aproximar da parede à razão
de 4 m/s, com que velocidade varia a medida do ângulo subtendido pelo quadro a seus olhos,
quando o observador estiver a 1 m da parede ?

16) Despeja-se água num recipiente de forma cônica à razão de 8 cm3 /min. O cone tem
20 cm de profundidade e 10 cm de diâmetro em sua parte superior. Com que velocidade deve
aumentar a profundidade da água no recipiente quando a água estiver a 16 cm do fundo ?
Suponhamos agora que se tenha a informação adicional de que existe um furo no fundo, pelo
qual a água escoa, e que a água está subindo à razão de 1/8π cm/min neste instante (quando
a água está a 16 cm do fundo). Com que velocidade a água está escoando ?
Aplicações da Derivada 81

2.4 Alguns resultados importantes

Pontos crı́ticos, máximos e mı́nimos:

Definição 2.1. Um ponto c ∈ X é um PONTO CRÍTICO de f : X → IR quando f 0 (c) = 0


ou não existe f 0 (c) .

Exemplos:
(A) Seja f1 : IR → IR dada por f1 (x) = x3 − 12x .

(B) Seja g : IR → IR dada por g(x) = x3 .

(C) Seja h : IR → IR dada por h(x) = ex .

(D) Seja s : IR → IR dada por s(x) = cos x .


(E) Seja f2 : IR → IR dada por f2 (x) = (x + 5)2 3 x − 4 .
82 CAPÍTULO 2

Teorema 2.1. Seja f : X → IR uma função. Se c é um ponto de máximo ou mı́nimo local


de f e c ∈ I (intervalo aberto) ⊂ X então c é um ponto crı́tico de f , ou seja, f 0 (c) = 0 ou
@ f 0 (c) .

Conseqüência importante do Teorema 2.1: Se f : [a, b] → IR é uma função contı́nua,


sabemos (ver Teorema 12 do Capı́tulo 1) que f assume máximo e mı́nimo absolutos neste
intervalo, ou seja, existem cM e cm em [a, b] tais que f (cM ) ≥ f (x) e f (cm ) ≤ f (x) para
todo x ∈ [a, b] .
O Teorema 2.1 nos diz que os candidatos a cM e cm são os pontos crı́ticos de f em (a, b)
juntamente com os extremos a e b do intervalo [a, b] .
Exemplos:
(A) f : [−3, 5] → IR dada por f (x) = x3 − 12x .
Aplicações da Derivada 83

(B) Seja g : IR → IR dada por g(x) = x3 .


Obs.: Este exemplo mostra que não vale a recı́proca do Teorema 2.1

(C) (Aplicação) Um fabricante de caixas de papelão deseja fazer caixas abertas de pedaços
quadrados de 12 dm de lado, cortando quadrados iguais nos quatro cantos e dobrando os lados.
Encontre o comprimento do lado do quadrado que se deve cortar para obter uma caixa cujo
volume seja máximo.
84 CAPÍTULO 2

O Teorema do Valor Médio para Derivadas:

Teorema 2.2. (Rolle) Se f é contı́nua em um intervalo limitado e fechado [a, b] , derivável


no intervalo aberto correspondente (a, b) e f (a) = f (b) , então existe (pelo menos um)
c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0 .

Teorema 2.3. (Teorema do Valor Médio, de Lagrange) Se f é contı́nua em um intervalo


limitado e fechado [a, b] e derivável no intervalo aberto correspondente (a, b) então existe
f (b) − f (a)
(pelo menos um) c ∈ (a, b) tal que f (b)−f (a) = f 0 (c)·(b−a) , ou seja, f 0 (c) = .
b−a

Principais conseqüências do Teorema do Valor Médio:

Teorema 2.4. (Sobre crescimento e decrescimento) Seja f contı́nua em um intervalo limitado


e fechado [a, b] e derivável no intervalo aberto correspondente (a, b) .
(i) Se f 0 (x) > 0 para todo x em (a, b), então f é CRESCENTE em [a, b] .
(ii) Se f 0 (x) < 0 para todo x em (a, b), então f é DECRESCENTE em [a, b] .
Aplicações da Derivada 85

Teorema 2.5. (Teste da Derivada Primeira) Seja f uma função contı́nua em [a, b] e derivável
em (a, b), exceto possivelmente em um ponto crı́tico c ∈ (a, b) .
(i) Se f 0 (x) > 0 ∀ x ∈ (a, c) e f 0 (x) < 0 ∀ x ∈ (c, b) , então c é ponto de máximo local de f .

(ii) Se f 0 (x) < 0 ∀ x ∈ (a, c) e f 0 (x) > 0 ∀ x ∈ (c, b) , então c é ponto de mı́nimo local de f .

(iii) Se f 0 (x) > 0 ∀ x 6= c em (a, b) ou se f 0 (x) < 0 ∀ x 6= c em (a, b) então c não é nem
máximo nem mı́nimo local de f .

Exemplos:
(A) Seja g : IR → IR dada por g(x) = x3 − 12x ∀ x ∈ IR . Obtenha máximos ou mı́nimos
locais de g e onde g é crescente ou decrescente.
86 CAPÍTULO 2

(B) Seja f : IR → IR dada por f (x) = x4 − 4x2 ∀ x ∈ IR .


(C) Seja h : IR → IR dada por h(x) = x1/3 (8 − x) ∀ x ∈ IR .

(D) Seja u : IR → IR dada por u(x) = (x + 5)2 3 x − 4 ∀ x ∈ IR .

2.5 Concavidade e pontos de inflexão

Derivadas de ordem superior:


Consideremos, POR EXEMPLO, f : IR → IR dada por f (x) = 2x3 − 5x2 + x + 2 .
Para todo x ∈ IR existe f 0 (x) = 6x2 − 10x + 1 .
Podemos considerar portanto a função f 0 : IR → IR dada por f 0 (x) = 6x2 − 10x + 1
f 0 (x) − f 0 (a)
e indagar se ela é derivável ou não, ou seja, se existe lim = f 00 (a) para cada
x→a x−a
a ∈ IR (existindo, f 00 (a) é chamada a derivada segunda de f em a).
Como f 0 (neste exemplo) é polinomial, sabemos que existe, ∀ x ∈ IR, f 00 (x) = 12x − 10
e temos portanto uma nova função f 00 : IR → IR dada por f 00 (x) = 12x − 10 ∀ x ∈ IR (f 00 é
a função derivada segunda de f .
Podemos pensar (novamente) em derivar f 00 e assim por diante...
(Exemplos)

Obs.: (A) Já interpretamos f 0 como taxa de variação instantânea de y = f (x) por unidade
de variação de x.
Como f 00 é a derivada de f 0 , então f 00 é a taxa de variação instantânea de y = f 0 (x) por
unidade de variação de x.
Em resumo: f 0 mede a variação de f ;
f 00 mede a variação de f 0 ;
f 000 mede a variação de f 00 e assim por diante ...

(B) Vimos também que se s = s(t) representa a posição s de um objeto ao longo de uma
linha reta, como função do tempo t, chamamos de VELOCIDADE (INSTANTÂNEA) a taxa
de variação instantânea de s por unidade de variação de t, ou seja, v(t) = s0 (t) .
Derivando novamente, temos a variação da velocidade v 0 (t) = s00 (t) (derivada segunda de
s), a qual chamamos de ACELERAÇÃO no instante t.
Aplicações da Derivada 87

Testes de concavidade:

Teorema 2.6. (Sobre concavidade) Seja f derivável em um intervalo aberto contendo c .


(i) Se existe f 00 (c) > 0 então no ponto ponto (c, f (c)) o gráfico de f tem a concavidade
voltada para cima.

(ii) Se existe f 00 (c) < 0 então no ponto ponto (c, f (c)) o gráfico de f tem a concavidade
voltada para baixo.

Exemplos:
(A) Seja f : IR → IR dada por f (x) = x3 ∀ x ∈ IR .

(B) Seja g : IR → IR dada por g(x) = ex ∀ x ∈ IR .


88 CAPÍTULO 2

(C) Seja h : (0, +∞) → IR dada por h(x) = ln x ∀ x > 0 .

(D) Seja u : IR → IR dada por u(x) = sen x ∀ x ∈ IR .

(E) Seja f1 : IR → IR dada por f1 (x) = x3 − 12x ∀ x ∈ IR .

Definição 2.2. (Ponto de inflexão) Um ponto (c, f (c)) do gráfico de uma função f , f contı́nua
em c, é chamado um PONTO DE INFLEXÃO quando neste ponto a concavidade “muda
de sentido” , ou seja, existe um intervalo aberto (a, b) contendo c tal que uma das seguintes
situações ocorre:
(i) f 00 (x) > 0 se x ∈ (a, c) e f 00 (x) < 0 se x ∈ (c, b) ;
(ii) f 00 (x) < 0 se x ∈ (a, c) e f 00 (x) > 0 se x ∈ (c, b) .
Aplicações da Derivada 89

Teorema 2.7. (Teste da Derivada Segunda) Se f é derivável em um intervalo aberto contendo


c e f 0 (c) = 0, temos:
(i) Se f 00 (c) < 0 então f tem máximo local em c ;
(ii) Se f 00 (c) > 0 então f tem mı́nimo local em c .
Obs.: Se f 00 (c) = 0 nada podemos concluir (tente o Teste da Derivada Primeira).

Exemplo: Seja f1 : IR → IR dada por f1 (x) = x3 − 12x .

Resumindo:
• f 0 mede a variação de f ; Sinal de f 0 : crescimento e decrescimento de f ;
Teste da Derivada Primeira: máximos e/ou mı́nimos.
• f 00 mede a variação de f 0 ; Sinal de f 00 : concavidade do gráfico de f ;
Teste da Derivada Segunda: máximos e/ou mı́nimos.

2.6 Aplicações em problemas de máximos e/ou mı́nimos

(A) Determine as dimensões do retângulo de área máxima que pode ser inscrito num triângulo
equilátero de lado a, com dois dos vértices sobre um dos lados do triângulo.
90 CAPÍTULO 2

(B) Os pontos A e B são opostos um ao outro nas margens de um rio reto com 3 km de
largura. O ponto C está na mesma margem que B, mas a 6 km de B, rio abaixo. Uma com-
panhia telefônica deseja estender um cabo de A até C. Se o custo por km do cabo é 25% mais
caro sob a água do que em terra, que linha de cabo seria menos cara para a companhia ?

(C) Um cartaz de 20 pés de altura está localizado no topo de um edifı́cio de tal modo que
seu bordo inferior está a 60 pés acima do nı́vel do olho de um observador. Use funções
trigonométricas inversas para determinar a que distância de um ponto diretamente abaixo
do cartaz o observador deve se colocar para maximizar o ângulo entre as linhas de visão do
topo e da base do cartaz.
Aplicações da Derivada 91

Exercı́cios:
1) Se uma caixa de base quadrada, aberta no topo, deve ter um volume de 4 pés cúbicos,
determine as dimensões que exigem a menor quantidade de material (desprezar a espessura e
aperda de material). Refaça o problema considerando o caso de uma caixa coberta.

2) Determine as dimensões do cone circular reto de volume máximo que pode ser inscrito
numa esfera de raio a.

3) Uma longa folha retangular de metal, de 12 polegadas de largura, vai ser utilizada para
formar uma calha, dobrando-se em ângulo reto duas bordas (de mesma medida). Quantas
polegadas devem ser dobradas de forma que a capacidade da calha seja máxima ? Refaça o
problema considerando que os lados da calha devam fazer um ângulo de 2π/3 rad com a base.

4) Encontre as dimensões do retângulo de maior área que tem 200 cm de perı́metro.

5) Determine o ponto do gráfico de y = x3 mais próximo do ponto (4, 0).

6) Um fabricante vende certo artigo aos distribuidores a US$20,00 por unidade para pedidos
de menos de 50 unidades. No caso de pedidos de 50 unidades ou mais (até 600), o preço unitário
tem um desconto igual a US$0,02 vezes o número de encomendas. Qual volume de encomendas
proporciona maior receita para o fabricante ?

7) Às 13:00 horas um navio A está a 30 milhas ao sul do navio B e navegando rumo norte
a 15 mph (milhas por hora). Se o navio B está navegando rumo oeste a 10 mph, determine o
instante em que a distância entre os dois navios é mı́nima.

8) Uma ilha está num ponto A, a 6 km do ponto B mais próximo numa praia reta. Um
armazém está num ponto C a 9 km de B na praia. Se um homem pode remar à razão de 4
km/h e caminhar à razão de 5 km/h, onde ele deveria desembarcar para ir da ilha ao armazém
no menor tempo possı́vel ?

9) Encontre as dimensões do cilindro circular reto de maior volume que pode ser inscrito
num cone circular reto com altura 12 cm e raio da base 6 cm.

10) José comprou uma TV nova, de tela plana, para assistir à Copa do Mundo. A TV tem
uma altura de 0,5 m e vai ser colocada a 4 m de distância dos olhos de José, quando ele estiver
sentado confortavelmente em seu sofá, xingando aqueles milionários que estão jogando  vezes
o que deveriam para ganhar a Copa ( → 0). Sabendo que os olhos de José, ao sentar-se, estão
a 1,5 m de altura do solo e num nı́vel entre os bordos inferior e superior da TV, a que altura
do solo deve ser colocada a TV para que o ângulo de visão de José seja máximo ?
92 CAPÍTULO 2

11) Corta-se um pedaço de arame de 2 m de comprimento em duas partes. Uma parte


será dobrada em forma de cı́rculo e a outra em forma de quadrado. Como deverá ser cortado
o arame para que: (a) a soma das áreas das duas figuras seja tão pequena quanto possı́vel; (b)
a soma das áreas das duas figuras seja a maior possı́vel.

12) Um oleoduto deve ligar dois pontos A e B, distantes 3 milhas e situados nas margens
opostas e um rio retilı́neo de 1 milha de largura. Parte do oleoduto será construı́da sob a
água, de A até um ponto C na margem oposta, e o restante à superfı́cie, de C até B. Se o
custo de construção do oleoduto sob a água é quatro vezes o custo da construção à superfı́cie e
sabendo que a região onde está sendo construı́do o oleoduto não pertence à Bolı́via, determine
a localização de C que minimize o custo de construção.

13) O proprietário de um pomar estima que, plantando 24 árvores por are, cada árvore
produzirá 600 maçãs por ano. Para cada árvore adicional plantada por are, haverá uma redução
de 12 maçãs por pé por ano. Quantas árvores deve plantar por are para maximizar o número
de maçãs (por are por ano) ?

14) Um piloto de testes da Fórmula 1 percorre um circuito elı́ptico plano, de forma que
sua posição, após t vezes 10-segundos, é dada por s(t) = (x(t), y(t)) = (2 cos t, sen t) (faça um
esboço da trajetória percorrida pelo piloto). O vetor velocidade (tangencial), num instante t
é dado por v(t) = s0 (t) = (−2. sen t, cos t) (tente fazer um esboço). A velocidade (tangencial)
escalar é dada pelo módulo do vetor velocidade: |v(t)|. Supondo que o piloto não é o Rubinho
Barrichello e portanto deve completar pelo menos uma volta no circuito, calcule os pontos
onde o piloto alcança as velocidades máximas e mı́nimas. (Sugestão: maximizar e minimizar
|v(t)|2 )

2.7 Aplicações nos esboços de gráficos

Dada uma função f : X → IR , nos interessa utilizar nossos estudos sobre derivadas para
fazer um esboço do gráfico de f .
Algumas dicas:
1) Obter a derivada primeira f 0 e os pontos crı́ticos (onde f 0 se anula ou não existe);
2) Estudando o sinal de f 0 , obter informações sobre o crescimento/decrescimento de f ;
3) Obter a derivada segunda f 00 e estudar o seu sinal para obter informações sobre a
concavidade do gráfico de f ;
4) Usar o Teste da Derivada Primeira ou o Teste da Derivada Segunda para descobrir
Aplicações da Derivada 93

máximos ou mı́nimos locais;


5) Obter alguns pontos do gráfico para ajudar no esboço (pontos de máximo ou mı́nimo,
pontos de interseção com os eixos coordenados, etc.);
6) Observar o comportamento de f (x) quando x → +∞ ou x → −∞ (se for o caso) -
busca de assı́ntotas horizontais (*);
7) Observar o comportamento de f próxima às descontinuidades - busca de assı́ntotas
verticais (*).
(*) Veremos estes dois últimos ı́tens com mais detalhes nas próximas aulas.

Exemplo: Seja f : IR → IR dada por f (x) = 5x3 − x5 .

2
Exercı́cio: Faça um esboço do gráfico de g : [−2, 2] → IR dada por g(x) = e−x .
94 CAPÍTULO 2

2.8 Apêndice A : Limites no infinito

Noção básica:

Dada f : X → IR, nos interessa investigar (se possı́vel) o comportamento de f (x) quando
x → ±∞ .
Dizemos que um número real L é o limite de f (x) quando x → +∞ e escrevemos

lim f (x) = L
x→+∞

quando f (x) se aproxima tanto quanto quisermos de L à medida que x cresce indefinidamente,
ou seja, quando x → +∞ .
Neste caso, a reta y = L é chamada uma ASSÍNTOTA HORIZONTAL do gráfico de f .

Analogamente, escrevemos lim f (x) = M ∈ IR quando f (x) se aproxima tanto


x→−∞
quanto quisermos de M à medida que x → −∞ .
Neste caso também y = M é assı́ntota horizontal do gráfico de f .

Exemplos:
1
(A) f : [2, +∞) → IR dada por f (x) = .
x
Aplicações da Derivada 95


 4+ 1 se x ≤ −1
(B) g : (−∞, 3) → IR dada por g(x) = x
 6 se −1 < x < 3

(C) u : IR → IR dada por u(x) = sen x .

Teoremas sobre limites no infinito:

Valem os mesmos teoremas vistos no estudo de limites, com as devidas adaptações.


Por exemplo: Se lim f (x) = L e lim g(x) = M , então podemos comcluir que
x→+∞ x→+∞

lim f (x) ± g(x) = L ± M , lim f (x) · g(x) = L · M , lim f (x)/g(x) = L/M se M 6= 0


x→+∞ x→+∞ x→+∞

(analogamente para x → −∞ )

Alguns limites básicos no infinito:

1) lim c = c
x→±∞

c
2) Se k ∈ Q, k > 0 e c 6= 0 então lim = 0 (se fizerem sentido)
x→±∞ xk

 x
1 ln x
3) lim 1+ =e 4) lim =0
x→+∞ x x→+∞ x
1 1
5) lim ex = 0 6) lim =0 7) lim =0
x→−∞ x→+∞ ex x→+∞ ln x
96 CAPÍTULO 2

Exemplos:
−5x3 + 2x
(A) lim 3
x→+∞ x − 4x2 + 3

3x − 4
(B) lim
x→−∞ 5x2


5x2 − 6
(C) lim
x→+∞ 4x + 3

sen x
(D) lim
x→−∞ x

(E) (Exercı́cio) Use seus conhecimentos sobre derivadas para mostrar que ex > x sempre
que x ≥ 1 (Sugestão: Mostre que f (x) = ex − x é crescente em [1, +∞) e f (1) > 0 ) e
1
conclua que lim x = 0 .
x→+∞ e

2 2 1 1
(F) (Exercı́cio) Mostre que lim e−x = 0 (Sugestão: Mostre que 0 < e−x = 2 <
x→+∞ ex ex
quando x → +∞ e aplique o Sanduı́che).
Aplicações da Derivada 97

2.9 Apêndice B : Limites infinitos

Dada f : X → IR e a ∈ X 0 , vamos estudar agora, para auxı́lio no esboço do gráfico de f ,


a situação na qual NÃO EXISTE o lim f (x) (portanto f é descontı́nua em a) e, AINDA
x→a

ASSIM, f (x) tem um comportamento especial quando x se aproxima de a (e x 6= a).


Escrevemos lim f (x) = +∞ quando f (x) → +∞ à medida que x → a (x 6= a) .
x→a

Neste caso, a reta x = a é chamada uma ASSÍNTOTA VERTICAL do gráfico de f :

Analogamente, lim f (x) = −∞ quando f (x) → −∞ à medida que x → a (x 6= a) .


x→a

Neste caso também dizemos que x = a é uma assı́ntota vertical do gráfico de f :

Observações:

1) Temos conceitos semelhantes quando analisamos os limites laterais lim+ f (x) ou lim− f (x) .
x→a x→a

2) CUIDADO: A rigor, nestes casos, o limite lim f (x) NÃO EXISTE (não é um número
x→a
real). Apenas escrevemos lim f (x) = ±∞ para descrever um comportamento especial de
x→a
f (x) quando x se aproxima de a.
98 CAPÍTULO 2

Exemplos:
1
(A) lim = +∞
x→−3 (x + 3)2

1
(B) lim+ = +∞
x→2 (x − 2)3

1
lim− = −∞
x→2 (x − 2)3

(C) Em geral:
1
Se n é PAR: lim = +∞
(x − a)n
x→a

1 1
Se n é ÍMPAR: lim+ = +∞ e lim− = −∞
x→a (x − a)n x→a (x − a)n

(D) lim+ ln x = −∞
x→0

(E) lim tg θ = +∞
θ→π/2−

Proposição 2.1. (Para ajudar no cálculo de alguns limites infinitos)


Sejam lim f (x) = +∞ , lim g(x) = c ∈ IR , lim h(x) = −∞ . Temos:
x→a x→a x→a

1) lim [f (x) + g(x)] = +∞ , lim [h(x) + g(x)] = −∞ .


x→a x→a

g(x) g(x)
2) lim = 0 , lim =0.
x→a f (x) x→a h(x)

f (x)
3) c > 0 ⇒ lim f (x) · g(x) = +∞ , lim h(x) · g(x) = −∞ , lim = +∞ ,
x→a x→a x→a g(x)
h(x)
lim = −∞ .
x→a g(x)

f (x) h(x)
c < 0 ⇒ lim f (x) · g(x) = −∞ , lim h(x) · g(x) = +∞ , lim = −∞ , lim = +∞
x→a x→a x→a g(x) x→a g(x)

Obs.: Valem resultados análogos para limites laterais.


Aplicações da Derivada 99

Exemplos:

2x2
(A) f (x) =
x2 − 9

(B) lim sen x tg x


x→−π/2+


x4 + 2
(C) lim+
x→0 ln x
100 CAPÍTULO 2

Observação: De modo inteiramente análogo ao que fizemos para lim f (x) = ±∞ ,


x→a
podemos ter LIMITES INFINITOS NO INFINITO e resultados como a proposição anterior
continuam válidos! (apenas não temos mais as assı́ntotas verticais nestes casos)

(D) lim x = +∞ , lim x = −∞


x→+∞ x→−∞

(E) lim ex = +∞ (F) lim ln x = +∞


x→+∞ x→+∞

(G) lim −5x4 + 3x + 2


x→+∞

Observação: As conclusões que não podemos (e as que podemos) tirar quando lidamos
com limites infinitos:
Devemos sempre tomar cuidado com operações entre funções que têm LIMITES INFINI-
TOS, pois podem surgir as chamadas INDETERMINAÇÕES, que são as formas cujos com-
portamentos NÃO PODEMOS PREVER A PRIORI.
Destacamos aqui as PRINCIPAIS INDETERMINAÇÕES:
0 ∞
, , 0 · ∞ , 00 , ∞0 , 1∞ , ∞ − ∞
0 ∞

Em qualquer um destes casos, devemos trabalhar com as funções dadas de modo que
possamos ELIMINAR AS INDETERMINAÇÕES. (EXEMPLOS)
Aplicações da Derivada 101

2.10 Apêndice C : Formas indeterminadas


e a Regra de L’Hopital
0 ∞
As formas
, , 0 · ∞ , 00 , ∞0 , 1∞ , ∞ − ∞ são todas consideradas
0 ∞
INDETERMINAÇÕES.
Além de tentarmos trabalhar com as expressões que geram as indeterminações visando
ELIMINÁ-LAS, veremos a seguir alguns métodos para atacar estes problemas.

0 ∞
C.1) Indeterminações do tipo ou :
0 ∞
Uma ferramenta muito útil é a ...

Regra de L’Hopital:
f (x) 0 ∞
Suponhamos que tome a forma indeterminada ou quando x → c ou
g(x) 0 ∞
f 0 (x)
x → ±∞ . Se tem limite (ou tende a ±∞ ) quando x → c (ou x → ±∞ ), então
g 0 (x)

f (x) f 0 (x)
lim = lim 0
g(x) g (x)

Exemplos:
3 − 2x − 3 cos x
(A) lim
x→0 5x

ln x
(B) lim
x→+∞ x
102 CAPÍTULO 2

e2x
(C) lim
x→+∞ x2

Obs.: CUIDADO! Não saia aplicando a Regra de L’Hopital antes de verificar que realmente
se tem uma indeterminação do tipo 0/0 ou ∞/∞ .

C.2) Indeterminações do tipo 0 · ∞ :


f (x) g(x)
Escrevendo-se f (x) · g(x) = ou f (x) · g(x) = recai-se numa forma do tipo
1/g(x) 1/f (x)
0/0 ou ∞/∞ .

Exemplos:

(A) lim+ x · ln x
x→0

 π
(B) lim arc tg x − ·x
x→+∞ 2
Aplicações da Derivada 103

C.3) Indeterminações do tipo 00 , ∞0 ou 1∞ :

O roteiro abaixo pode ser útil nestes casos:


0) Seja f (x)g(x) a expressão que gera a indeterminação;
1) Tome y = f (x)g(x) ;
2) Tome logarı́tmos: ln y = ln f (x)g(x) = g(x) · ln f (x) (e recaia em casos já vistos);
3) Determine lim ln y (se existir);
4) Se lim ln y = L então lim y = eL . (Atenção: Não pare em 3)

Exemplos:

(A) lim x1/x


x→+∞

 x
1
(B) lim 1+
x→+∞ x

(C) lim x1/ ln x


x→+∞
104 CAPÍTULO 2

C.4) Indeterminações do tipo ∞ − ∞ :

Trabalhe com a expressão para cair em casos conhecidos !

Exemplos:

(A) lim (sec x − tg x)


x→π/2−

 
1 1
(B) lim+ x

x→0 e −1 x

Exercı́cio:
1) APLICANDO RESULTADOS SOBRE DERIVADAS, faça um esboço do gráfico de cada
função f dada abaixo:

SUGESTÃO:
1. Obtenha a derivada primeira f 0 e os pontos crı́ticos de f .
2. Estudando o sinal de f 0 , obtenha informações sobre o crescimento/decrescimento de f .
3. Obtenha a derivada segunda f 00 e estude seu sinal para obter informações sobre a concavi-
dade do gráfico de f .
4. Use o Teste da Derivada Primeira ou o Teste da Derivada Segunda para descobrir máximos
ou mı́nimos locais.
5. Obtenha alguns pontos do gráfico de f para ajudar no esboço (pontos de máximo ou
mı́nimo, pontos de interseção com os eixos coordenados, etc.).
6. Observar o comportamento de f (x) quando x → +∞ ou x → −∞ (se for o caso) - busca
de assı́ntotas horizontais.
7. Observar o comportamento de f próxima às descontinuidades - busca de assı́ntotas verticais.
Aplicações da Derivada 105

a) f (x) = 4 − x2 b) f (x) = x3 c) f (x) = x3 − 9x d) f (x) = x4 − 6x2

√ x2 √
e) f (x) = 1 − 3
x f) f (x) = g) f (x) = 10x3 (x − 1)2 h) f (x) = 3
x (8 − x)
1 + x2
√ 3
i) f (x) = (x + 5)2 3 x − 4 j) f (x) = x2/3 (x2 − 8) k) f (x) = x3 + (x 6= 0)
x

1 2x2 3x2
l) f (x) = (x 6
= 0, 3) m) f (x) = (x 6
= ±1) n) f (x) = (x 6= 9)
x(x − 3)2 1 − x2 (x − 9)2
2
o) f (x) = ex p) f (x) = e−x q) f (x) = ex − x r) f (x) = e−x s) f (x) = ln x (x > 0)

x ln x
t) f (x) = e1/x (x 6= 0) u) f (x) = v) f (x) = (x > 0)
ex x

ex + e−x ex − e−x ex − e−x


w) cosh x = senh x = tgh x = x) f (x) = arc tg x
2 2 ex + e−x

y) f (x) = e−x sen x (x ∈ [0, 4π] ) z) f (x) = 2 cos x + sen 2x (x ∈ [0, 2π] )

2.11 Apêndice D: Aproximações via


Polinômios de Taylor

Recordando...
Quando estudamos acréscimos e diferenciais, vimos que se f : X → IR é derivável em
f (x + ∆x) − f (x)
x ∈ X, ou seja, se existe f 0 (x) = lim , então a variação da função y = f (x),
∆x→0 ∆x
dada por ∆y = f (x + ∆x) − f (x) , pode ser aproximada por f 0 (x) · ∆x quando ∆x está
próximo de 0:

∆y = f (x + ∆x) − f (x) ≈ f 0 (x) · ∆x = dy quando ∆x → 0

Isto é o mesmo que

f (x + ∆x) ≈ f (x) + f 0 (x) · ∆x .


106 CAPÍTULO 2

Geometricamente:

A idéia é aproximar o gráfico de f por uma reta numa vizinhança em torno de x. A reta que
melhor cumpre esse papel é a reta tangente ao gráfico de f em (x, f (x)), cujo coeficiente
angular é f 0 (x) . Quando fazemos essa aproximação, cometemos um erro r = r(∆x) .
Quanto menor é |∆x| , ou seja, quanto mais próximos estão ∆x e 0, melhor a aproximação
obtida e menor é o erro cometido.
Pergunta: Podemos melhorar este processo e obter aproximações cada vez melhores ?

Resposta: SIM ! (sob certas condições)

Um passo adiante:
Se f : I (intervalo aberto) → IR é duas vezes derivável em um ponto x ∈ I então, se
x + ∆x ∈ I , temos

f 00 (x)
f (x + ∆x) ≈ f (x) + f 0 (x) · ∆x + · (∆x)2 (∆x pequeno)
2!

Da mesma forma que antes, quanto menor |∆x| , melhor é a aproximação.


Porém, desta vez estamos aproximando f (em torno de x) por um polinômio do 2o grau, ou
seja, geometricamente, o gráfico de f é aproximado por um arco de parábola e a expectativa
é que isto funcione melhor como aproximação do que uma reta:
Aplicações da Derivada 107

Generalizando:
Se f : I (intervalo aberto) → IR é n−vezes derivável em um ponto x ∈ I então, se
x + ∆x ∈ I , temos:
f 00 (x) f 000 (x) f (n) (x)
f (x + ∆x) ≈ f (x) + f 0 (x) · ∆x + · (∆x)2 + · (∆x)3 + . . . + · (∆x)n
2! 3! n!
e quanto menor |∆x|, melhor é a aproximação.

Obs.:
1) Como o ponto x ∈ I, onde a função é n−vezes derivável, está fixo e ∆x varia (∆x → 0),
vamos adotar uma NOVA NOTAÇÃO:
f : I → IR n−vezes derivável em um ponto a ∈ I . Se a + h ∈ I , temos:
f 00 (a) 2 f 000 (a) 3 f (n) (a) n
f (a + h) ≈ f (a) + f 0 (a) · h + ·h + · h + ... + ·h
2! 3! n!
e quanto menor |h| , melhor é a aproximação.

2) Se f : I → IR é n−vezes derivável em um ponto a ∈ I , definimos o POLINÔMIO DE


TAYLOR DE GRAU n DA FUNÇÃO f NO PONTO a:

Pn,f (a) (h) = a0 + a1 · h + a2 · h2 + . . . + an · hn

0 f 00 (a) f (n) (a)


sendo a0 = f (a) , a1 = f (a) , a2 = , . . . , an = , ou seja,
2! n!

f (i) (a)
ai = i = 1, 2, . . . , n
i!
Neste caso temos:
f (a + h) ≈ Pn,f (a) (h)

Exemplos:
(A) f (x) = ex , a = 0 , n = 5 .
108 CAPÍTULO 2

(B) g(x) = sen x , a = 0 , n = 7 .

(C) h(x) = cos x , a = 0 , n = 10 (Exercı́cio)

Buscando estimativas: A Fórmula de Taylor:

Teorema 2.8. (Fórmula de Taylor)


Se uma função f é n + 1 vezes derivável em um intervalo aberto I contendo x = a então,
se a + h ∈ I, temos:

f 00 (a) 2 f (n) (a) n f (n+1) (z) n+1


f (a + h) = f (a) + f 0 (a) · h + · h + ... + ·h + ·h
2! n! (n + 1)!

com z = z(n, h) entre a e a + h.

• Continuamos tendo f (a + h) ≈ Pn,f (a) (h) quando h está próximo de 0.

f (n+1) (z) n+1


• Rn (h) = ·h é o erro cometido na aproximação f (a + h) ≈ Pn,f (a) (h)
(n + 1)!
(quanto menor |h|, menor o erro).

• A Fórmula de Taylor nos permite, além de aproximar f (a + h) por Pn,f (a) (h) , tentar
obter estimativas para o erro cometido.

(Exemplo)
Aplicações da Derivada 109

Indo um pouco mais além: A Série de Taylor:


Uma função f : I (intervalo aberto) → IR é chamada ANALÍTICA quando para cada a ∈ I
admite o desenvolvimento em Série de Taylor numa vizinhança em torno de a:

f 00 (a) 2 f 000 (a) 3


f (a + h) = f (a) + f 0 (a) · h + ·h + · h + ...
2! 3!
Quando a + h está próximo de a (o quanto, depende de f e sua Série) a soma à direita,
chamada a SÉRIE DE TAYLOR DE f EM TORNO DE a converge para o valor (exato de)
f (a + h), ou seja, se aproxima tanto quanto desejarmos de f (a + h).

Obs.:
1) Uma função analı́tica pode ser derivada tantas vezes quanto desejarmos.
2) As funções clássicas p(x) = a0 +a1 x+. . .+an xn , ex , sen x, cos x, ln x são todas analı́ticas.

Exemplos:

(A) f : IR → IR dada por f (x) = ex em torno de a = 0 .

(B) g : IR → IR dada por g(x) = sen x em torno de a = 0 .

Exercı́cio: Obtenha a Série de Taylor de f (x) = ln x em torno do ponto a = 1 .


110 CAPÍTULO 2

Coletânea de provas anteriores (1)

Questão 1: (20 pts) Para medir a altitude de um pico (ponto A, mais elevado e inacessı́vel)
em relação ao seu nı́vel, um explorador (ponto B) utilizou dois equipamentos. Usou inicial-

mente um sofisticado aparelho baseado num feixe de laser e obteve 17 km como medida da
distância de B ao ponto A . Porém, para medir o ângulo θ da linha BA com o horizonte foi
utilizado um outro aparelho, não tão preciso, e obtida a leitura de θ = π/3 rad, com possibili-
dade de erro igual a ∆θ = ±0, 01 rad.

(a) Obtenha a equação que expressa o desnı́vel h(θ) entre A e B, como função do ângulo θ.
(b) Baseado na leitura de θ = π/3 rad, qual o desnı́vel h(θ) calculado pelo explorador ?
(USE DIFERENCIAIS para obter um resultado aproximado).
(c) Utilizando diferenciais, obtenha uma aproximação para o erro h(θ + ∆θ) − h(θ) no cálculo
do desnı́vel.

Questão 2: (15 pts) Um objeto deslocando-se em linha reta tem seu movimento descrito
pela equação s(t) = [ln(1 + t)] − t/4 (t medido em segundos, t ≥ 0, s = s(t) = posição ao
longo de um eixo orientado, medida em metros). (a) Obtenha a velocidade média entre os
instantes t = 0 e t = 2. (b) Obtenha a velocidade nos instantes t = 0 (velocidade inicial) e
t = 2. (c) Em que instante o objeto pára ? Em que posição isto ocorre ? Qual a aceleração
neste instante ?

Questão 3: (20 pts) Uma escada de 5 m de comprimento está apoiada em uma parede
vertical. Sua base, que está apoiada no chão, está sendo empurrada na direção da parede a
uma velocidade constante de 1 m/s. (a) Mostre que a velocidade com que o topo da escada se
desloca não é constante. (b) Qual a velocidade com que o topo da escada se desloca quando
a base está a 3 m da parede ? (c) Qual a velocidade com que o topo da escada se desloca
quando o ângulo da escada com o chão é de π/4 rad ?

Questão 4: (20 pts) Uma ilha está num ponto A, a 3 3 km do ponto B (localizado no
continente), o mais próximo numa praia reta. Um armazém está num ponto C a 7 km de B
na praia. Se um homem pode remar à razão de 2 km/h e caminhar à razão de 4 km/h, onde
ele deveria desembarcar, para ir da ilha ao armazém no menor tempo possı́vel ?

Questão 5: (25 pts) ESCOLHA UMA das funções abaixo e faça um estudo completo da
função escolhida: pontos crı́ticos, cresc./decresc., máximos ou mı́nimos, concavidade, assı́ntotas
horizontais/verticais, etc. Utilize este estudo para fazer um esboço do gráfico da função esco-
lhida.
2x2 3x
(a) f : IR − {4} → IR dada por f (x) = (b) g : IR → IR dada por g(x) =
(x − 4)2 ex
Aplicações da Derivada 111

Coletânea de provas anteriores (2)

Questão 1: (20 pts) a) Usando diferenciais, obtenha uma aproximação para a VARIAÇÃO
 
5 5
da área de uma esfera quando seu raio aumenta de cm para + 0, 005 cm.
π π
b) Usando diferenciais, responda: Qual o aumento ∆r do raio que, aplicado à esfera de
raio r = 15 cm provoca um aumento aproximado de 10% em seu volume?
4 3
Obs.: Se uma esfera tem raio r cm, sua área é 4πr2 cm2 e seu volume é πr cm3
3
Questão 2: (15 pts) Um objeto deslocando-se em linha reta tem seu movimento descrito
10 ln(2t + 1)
pela equação s(t) = (t medido em segundos, t ≥ 0, s = s(t) =posição ao longo
(2t + 1)
de um eixo orientado, medida em metros).
(a) Obtenha a velocidade média entre os instantes t = 0 e t = 3. (b) Obtenha a velocidade
nos instantes t = 0 (velocidade inicial) e t = 3. (c) Em que instante o objeto está parado ?
(d) Descreva o deslocamento do objeto, quando t varia de 0 até t → +∞ .

Questão 3: (20 pts) A luz de um farol que gira à taxa de 1,5 rpm (rotações por minuto)
está iluminando (acompanhando) um carro que passa numa estrada retilı́nea. (Obs.: O farol
está distante da estrada)
No momento em que o ângulo do feixe de luz do farol com a perpendicular do farol à estrada
é de π/3 rad, a distância do farol ao carro é de 250 m = 1/4 km. Obtenha a velocidade do
carro neste instante, em km/h.
A velocidade de rotação do farol é constante. Responda se a velocidade do carro também
é constante e justifique.

Questão 4: (20 pts) Dado um cilindro circular reto de altura h cm e raio das bases r cm,
sua área total é S = (2πr2 + 2πrh) cm2 e seu volume é V = πr2 h cm3 . DENTRE TODOS
OS CILINDROS DE ÁREA TOTAL S = 12π cm2 , obtenha as dimensões (r e h) daquele que
tem o maior volume possı́vel e forneça o maior volume que pode ser obtido.

Questão 5: (25 pts) ESCOLHA UMA das funções abaixo e faça um estudo completo da
função escolhida: pontos crı́ticos, cresc./decresc., máximos ou mı́nimos, concavidade, assı́ntotas
horizontais/verticais, etc. Utilize este estudo para fazer um esboço do gráfico da função esco-
lhida.
x2 x2
(a) f : IR → IR dada por f (x) = (b) g : IR − {±2} → IR dada por g(x) =
ex 4 − x2
112 CAPÍTULO 2

Coletânea de provas anteriores (3)

Questão 1: (20 pts) a) Ao encomendar uma pizza gigante, com 50 cm de diâmetro, você
recebe a oferta de pagar 10% a mais por um acréscimo de 3 cm no diâmetro. Sem calcular
áreas, USE DIFERENCIAIS para responder, JUSTIFICANDO, se aceita ou não a oferta.
(Sugestão: Calcule aproximadamente o aumento percentual na área devido ao acréscimo
∆d = 3 cm)
Para qual diâmetro (aproximadamente) essa oferta de 3cm a mais no diâmetro com um
aumento de 10% no preço seria justa para ambas as partes (você e o vendedor) ?

3
b) Use diferenciais para aproximar 0, 065 .

Questão 2: (15 pts) Um objeto deslocando-se em linha reta tem seu movimento descrito
2t2
pela equação s(t) = t (t medido em segundos, t ≥ 0, s = s(t) =posição ao longo de um
e
eixo orientado, medida em metros). (a) Obtenha a velocidade média entre os instantes t = 0
e t = 2, a velocidade no instante t = 1 e responda qual delas é a maior (mostre as contas).
(b) O que ocorre com s(t) quando t → +∞ ? (c) Qual a maior distância da posição inicial
que é atingida pelo objeto ?

Questão 3: (20 pts) Uma escada de 4 m está apoiada numa parede vertical. Se a base da
escada (apoiada no chão) é empurrada na direção da parede à razão (constante) de 2 m/s, com
que velocidade está variando a medida do ângulo (agudo) entre a escada e a parede vertical
quando a base da escada está a 2 m da parede ? A velocidade de variação deste ângulo é
constante ? (Justifique)

Questão 4: (20 pts) Quando duas resistências elétricas R1 e R2 são ligadas em paralelo, a
1 1 1
resistência total R é dada por = + .
R R1 R2
Se R1 > 0, R2 > 0 e R1 + R2 = 50 ohms, obtenha (JUSTIFICANDO) R1 e R2 tais que R
seja máxima. (Sugestão: Exprima R como função de uma única variável para então resolver o
problema)
E se fossem pedidos R1 e R2 tais que R seja mı́nima ? Justifique a resposta.

Questão 5: (25 pts) ESCOLHA UMA das funções abaixo e faça um estudo completo da
função escolhida: pontos crı́ticos, cresc./decresc., máximos ou mı́nimos, concavidade, assı́ntotas
horizontais/verticais, etc. Use o estudo para fazer um esboço do gráfico da função escolhida.
−3x
(a) f : IR − {1} → IR , f (x) = . (b) g : IR − {0} → IR , g(x) = x · ln(x2 ) .
(1 − x)2
Aplicações da Derivada 113

Coletânea de provas anteriores (4)

Questão 1: (20 pts) a) Pretende-se construir uma ponte sobre um riacho. No ponto onde
será constuı́da a ponte, o riacho tem 3 m de largura e as margens são desniveladas. Mede-se
então o ângulo de inclinação que a ponte terá e obtem-se a medida de 30o , com possibilidade
de erro de 1o . Use diferenciais para obter uma aproximação do erro no cálculo do comprimento
da ponte.

b) Se ln 4 ≈ 1, 3863 , use diferenciais para aproximar ln(3, 99) .

Questão 2: (15 pts) Um objeto deslocando-se em linha reta tem seu movimento descrito
pela equação s(t) = t · ln(1 + 2t) (t medido em segundos, t ≥ 0, s = s(t) =posição ao longo
de um eixo orientado, medida em metros).
e3 − 1
(a) Obtenha a velocidade média entre os instantes t = 0 e t = . (b) Obtenha a veloci-
2
e3 − 1
dade nos instantes t = 0 e t = . (c) Obtenha a aceleração no instante t = 0 .
2
(d) O que ocorre com a velocidade e com a aceleração quando t → +∞ ?

Questão 3: (20 pts) Dois ciclistas partem de um mesmo ponto às 8 horas da manhã, um
viajando para leste, a 15 km/hora, e o outro para o sul, a 20 km/hora.
(a) Como estará variando a distância entre eles quando for meio-dia ?
(b) Como estará variando a área do triângulo formado pelo ponto de partida e as posições
dos ciclistas ao meio-dia ?

Questão 4: (20 pts) Um fazendeiro dispõe de 1km de cerca. Uma parte da cerca será uti-
lizada para cercar uma área circular e o restante para cercar uma área quadrada. Ele também
pode utilizar toda a cerca para cercar uma única área (circular ou quadrada). Como ele deve
proceder para que: (a) A área total cercada seja a menor possı́vel; (b) A área total cercada
seja a maior possı́vel.

Questão 5: (25 pts) ESCOLHA UMA das funções abaixo e faça um estudo completo da
função escolhida: pontos crı́ticos, cresc./decresc., máximos ou mı́nimos, concavidade, assı́ntotas
horizontais/verticais, etc. Use o estudo para fazer um esboço do gráfico da função escolhida.
ex √
3
(a) f : IR − {0} → IR dada por f (x) = (b) g : IR → IR dada por g(x) = 1 − x2
x3
114 CAPÍTULO 2

Coletânea de provas anteriores (5)

Questão 1: (20 pts) a) Um empresário fabrica tanques com a forma de cones “invertidos”
nos quais a altura é sempre igual ao diâmetro da base. Sem calcular volumes, USE DIFE-
RENCIAIS para obter (JUSTIFICANDO) o aumento percentual aproximado na capacidade
(volume) dos tanques se o raio da base é aumentado em 3, 333 . . . % .

b) Se ln 8 ≈ 2, 0794 , use diferenciais para aproximar ln(8, 1) .

Questão 2: (15 pts) Um objeto deslocando-se em linha reta tem seu movimento descrito
2
pela equação s(t) = 3 − e−t (t medido em segundos, t ≥ 0, s = s(t) =posição ao longo de um
eixo orientado, medida em metros). (a) Obtenha a velocidade média entre os instantes t = 0
e t = 2, a velocidade no instante t = 1 e responda qual delas é a maior (mostre as contas).
(b) O que ocorre com a velocidade instantânea v(t) quando t → +∞ ? (c) O que ocorre
com s(t) quando t → +∞ ? Qual a maior distância da posição inicial que é atingida pelo
objeto (se existir)?

Questão 3: (20 pts) Um homem num cais está puxando um bote à razão de 1 m/s por
meio de uma corda (esta é a velocidade do bote). As mãos do homem estão a 1 m acima do
nı́vel do ponto onde a corda está presa no bote. Com que velocidade varia a medida do ângulo

de deflexão da corda (entre a corda e o movimento do bote) quando o bote está a 3 m de
distância (“medidos na horizontal”) do homem ?

Questão 4: (20 pts) Obtenha o raio das bases e a altura do CILINDRO CIRCULAR
3
RETO de VOLUME MÁXIMO que pode ser inscrito numa esfera de raio m.
2

Questão 5: (25 pts) Faça um estudo completo da função dada abaixo: pontos crı́ticos,
cresc./decresc., máximos ou mı́nimos, concavidade, assı́ntotas horizontais/verticais, etc. Uti-
lize este estudo para fazer um esboço do gráfico da função.

2x2
f : IR → IR dada por f (x) = ∀ x ∈ IR .
1 + x2
Aplicações da Derivada 115

Respostas de exercı́cios
• Página 69:

3

1) a) Expressão ≈ 3, 12 b) 65 ≈ 4 + 1/48 = 193/48 c) 37 ≈ 6 + 1/12 = 73/12
√ 1 2 √ 3 1122
d) 3
0, 00098 ≈ − e) 0, 042 ≈ 0, 205 f) Expressão ≈ 9− = = 8, 976
10 3 · 103 125 125
1 65
g) √
4

15 128
π 8π
2) ln(2, 01) ≈ 0, 6981 3) ctg 46◦ ≈ 1 − 4) S(2, 02) − S(2) ≈ pés2
90 25
1 9π 4π
5) ∆θ ≈ ± rad 6) ∆V ≈ ± cm3 7) ∆l ≈ 0, 6 cm 8) ∆h ≈ ± pols
164 50 3
9) ≈ R$19,20 10) Erro ±2% em d ⇒ Erro no cálculo de R ≈ ∓4%

• Página 76:
∆V 728π
1) =− pés3 /hora ; V 0 (3) = −72π pés3 /hora.
∆t 3
∆P
2) = 11 bpm/s ; P 0 (2) = 7 bpm/s ; P 0 (3) = 11 bpm/s ; P 0 (4) = 15 bpm/s.
∆t
9 ◦ ◦
3) I 0 (20) = −0, 12 u.i./pé 4) F 0 (C) = F/ C
5
5) V (s) = 4s3 − 200s2 + 2400s ; V 0 (s) = 12s2 − 400s + 2400 ;
V 0 (5) = 700 cm3 /cm ⇒ é conveniente aumentar s quando s = 5;
V 0 (10) = −400 cm3 /cm ⇒ não é conveniente aumentar s quando s = 10.

6)
(a) s(0) = 1 ; v(t) = s0 (t) = 6t − 12 ⇒ v(0) = −12 ; a(t) = v 0 (t) = 6 ;
v(t) = 0 ⇒ t = 2 ⇒ s(2) = −11 ; v(5) = 18 ; s(5) = 16 .

(b) s(1) = s(4) = 5 ; v(t) = 1 − 4/t2 ; v(1) = −3 ; v(4) = 3/4 ; a(t) = 8/t3 ;
v(t) = 0 ⇒ t = 2 ⇒ s(2) = 4 .

(c) s(−2) = 20 ; s(3) = 15 ; v(t) = 6 − 3t2 ; v(−2) = −6 ; v(3) = −21 ; a(t) = −6t ;
√ √ √
v(t) = 0 ⇒ t = ± 2 ⇒ s(− 2) ≈ 18, 3 , s( 2) ≈ 29, 7 .

(d) s(0) = 0 ; s(2) ≈ o, 33 ; v(t) = e−3t > 0 ; v(0) = 1 ; v(2) ≈ 0, 0025 ; a(t) = −3e−3t .
116 CAPÍTULO 2

(e) s(0) = s(2) = 3 ; v(t) = −3π sen (πt) ; v(0) = v(2) = 0 ; a(t) = −3π 2 cos(πt) ;
v(1) = 0 ; s(1) = −3 .
4
(f) s(0) = 0 ; s(4) ≈ 9, 5 ; v(t) = 2t − ; v(0) = −4 ; v(4) = 7, 2 ;
t+1
4
a(t) = 2 + ; v(t) = 0 ⇒ t = 1 ⇒ s(1) = 1 − 4 ln 2 .
(t + 1)2

7) v(0) = 144 pés/s ; a(0) = −32 (pés/s)/s ; v(3) = 48 pés/s ; a(3) = −32 (pés/s)/s ;
Em t = 3s, o objeto está a 288 pés de altura, subindo e perdendo velocidade ;
Altura máxima: 324 pés (em t = 9/2s) ; Atinge o solo em t = 9 segundos.

• Páginas 79-80:
9
1) m/s 2) 14 m/s 3) 600π pol3 /min
5
5 2
4) Extremidade: m/s ; Alonga: m/s (menor). Outros inst.: mantêm velocidades
3 3

3 3 11 21π 3 2+ 6
5) 5 pol /min 6) u/s 7) Ω/s 8) cm /min 9) m/s
2e 1600 160 4

1000π π 3 5
10) − pés/s 11) pol2 /min 12) 100 rad/hora = rpm
27 10 6π
1
13) -1 rad/s 14) 3 rad/s 15) ≈ 0, 778 rad/s 16) cm/min , 6cm3 /min (escoando)

• Páginas 91-92:


3 4a 2a 2
1) Aberta: b = 2 pés, a = 1 pé; Coberta: b = a = 4 pés 2) h = , r=
3 3

3) Ângulo reto: d = 3 pols ; Ângulo 2π/3 : d = 4 pols 4) a = b = 50 cm

5) P (1, 1) 6) 500 unidades 7) t = 18/13 horas após 13:00

8) a 8 km de B, entre B e C 9) h = r = 4 cm 10) a 1,25m do solo


2π 8
11) (a) Menor: m para o cı́rc. e m para o quad.; (b) Maior: 2m para o cı́rc.
4+π 4+π
1
12) a √ milhas de B, entre B e C 13) 37 árvores por are
15
14) Máxima em: s(π/2) e s(3π/2) ; Mı́nima em: s(0) e s(π)
Aplicações da Derivada 117

• Página 110: Coletânea 1


√ 25
Questão 1) (a) h(θ) = 17 · sen θ km (b) h(π/3) ≈ = 3, 571... km
7

17 1
(c) h(θ + ∆θ) − h(θ) ≈ ± km (com θ = π/3 , ∆θ = ± )
200 100
 
1 1 3 1
Questão 2) (a) vm [0, 2] = ln 3 − m/s (b) v(0) = m/s ; v(2) = m/s
2 2 4 12
3 1
(c) v = 0 em t = 3 s : s(3) = ln 4 − m e a(3) = − (m/s)/s
4 16
Questão 3) x(t) = dist. da base da escada à parede ; y(t) = dist. do topo até o chão

x 3
(a) y 0 = (b) quando x = 3 m : y 0 = m/s (c) quando θ = π/4 rad : y 0 = 1 m/s
y 4

Questão 4) x = distância de onde vai desembarcar até B ( x ∈ [0, 7] )



27 + x2 7 − x
T = T (x) = tempo gasto para ir de A até C ⇒ T (x) = +
2 4
Após testar os candidatos (x = 3 , x = 0 , x = 7), temos que x = 3 km minimiza T .

2x2
Questão 5) (a) f (x) =
(x − 4)2

Pontos crı́ticos: x = 0 (f 0 (0) = 0) , x = 4 (não existe f 0 (4) - descontinuidade);


Decresc. em (−∞, 0] e (4, +∞) . Cresc. em [0, 4). Mı́nimo em x = 0 .
Concav. para cima em (−2, +∞) . Para baixo em (−∞, −2) . Inflexão em P (−2, f (−2)) .
Assı́ntota horizontal: y = 2 , pois lim f (x) = 2 .
x→±∞

Assı́ntota vertical: x = 4 , pois lim f (x) = +∞ .


x→4

3x
(b) g(x) = . Ponto crı́tico: x = 1 (g 0 (1) = 0) ;
ex
Crescente em (−∞, 1] . Decresc. em [1, +∞). Máximo em x = 1 .
Concav. para baixo em (−∞, 2) . Para cima em (2, +∞) . Inflexão em P (2, g(2)) .
Assı́ntota horizontal: y = 0 , pois lim g(x) = 0 . lim g(x) = −∞
x→+∞ x→−∞

Não possui assı́ntotas verticais.


118 CAPÍTULO 2

• Página 111: Coletânea 2


Questão 1) (a) S(r + ∆r) − S(r) ≈ S 0 (r) · ∆r = 1/5 cm2 (b) ∆r = 0, 5 cm.

10 ln 7 20 − 20 ln 7
Questão 2) (a) vm [0, 3] = m/s (b) v(0) = 20 m/s ; v(3) = m/s
21 49
e−1
(c) v = 0 em t = s (d) s(0) = 0 m , v(0) = 20 m/s (inicialmente) ;
2
 
e−1 10
s = m (objeto parado) ; lim s(t) = 0 (se aproxima da posição 0 qdo t → +∞).
2 e t→+∞

Questão 3) x(t) = dist. do carro a (perp. ∩ estrada) ; θ(t) = ângulo feixe-perpendicular

45π sec2 θ
 
0 0 0
Quando θ = π/3 rad : x = 90π km/h ; x não é constante x =
2

6 − r2
Questão 4) h = (relação entre h e r nos cilindros de área total 12π cm2 )
r
√ √
⇒ V = V (r) = π(6r − r3 ) , 0 < r < 6 ⇒ Ponto crı́tico: r = 2 .
Analisando o crescimento/decresc. do volume, temos que o volume é máximo quando
√ √ √ √
r = 2 e h = 2 2 e temos V ( 2 ) = 4π 2 cm2 .

x2
Questão 5) (a) f (x) =
ex
Pontos crı́ticos: x = 0 (f 0 (0) = 0) , x = 2 (f 0 (2) = 0) ;
Decresc. em (−∞, 0] e [2, +∞) . Cresc. em [0, 2] ; Mı́nimo local em x = 0 e máximo
local em x = 2 .
√ √ √ √
Concav. para cima em (−∞, 2 − 2) e (2 + 2, +∞) . Para baixo em (2 − 2, 2 + 2) .
√ √ √ √
Inflexão em P (2 − 2, f (2 − 2)) e Q(2 + 2, f (2 + 2)) .
Assı́ntota horizontal: y = 0 , pois lim f (x) = 0 . lim f (x) = +∞ .
x→+∞ x→−∞

Não possui assı́ntotas verticais.

x2
(b) g(x) = . Ponto crı́tico: x = 0 (g 0 (0) = 0) ;
4 − x2
Decrescente em (−∞, −2) e (−2, 0] . Cresc. em [0, 2) e (2, +∞) . Mı́nimo em x = 0 .
Concav. para baixo em (−∞, −2) e (2, +∞) . Para cima em (−2, 2) .
Assı́ntota horizontal: y = −1 , pois lim g(x) = −1 .
x→±∞

Assı́ntotas verticais em x = ±2 , pois lim g(x) = −∞ , lim g(x) = +∞ , etc.


x→−2− x→−2+
Aplicações da Derivada 119

• Página 112: Coletânea 3

Questão 1) (a) Aceito a oferta, pois 3 cm a mais no diâmetro gera um aumento aproxi-
mado de 12% na área da pizza. d = 60 cm para que a oferta seja justa para ambos.
√ 193
(b) 3 0, 065 ≈ .
480
4 2
Questão 2) (a) vm [0, 2] = 2
m/s, v(1) = m/s e v(1) > vm [0, 2] . (b) lim s(t) = 0 .
e e t→+∞

8
(c) A maior distância é atingida em t = 2 (justifique) e s(2) = 2 m.
e
Questão
√ 3) A velocidade de variação do ângulo não é constante (depende de θ ) e temos
3
θ0 = − rad/s quando x = 2 m.
3

Questão 4) R é MÁXIMA quando R1 = 25 ohms e R2 = 25 ohms.


R NÃO ASSUME MÍNIMO.
−3x
Questão 5) (a) f (x) =
(1 − x)2

Ponto crı́tico: x = −1 (f 0 (−1) = 0) ;


Cresc. em (−∞, −1] e (1, +∞) . Decresc. em [−1, 1) ; Máximo local em x = −1 .
Concav. para cima em (−∞, −2) . Para baixo em (−2, 1) e (1, +∞) . Inflexão em
P (−2, f (−2)) .
Assı́ntota horizontal: y = 0 , pois lim f (x) = 0 .
x→±∞

Assı́ntota vertical: x = 1 , pois lim f (x) = −∞ .


x→1

(b) g(x) = x · ln(x2 )

Pontos crı́ticos: x = −1/e ou x = 1/e (onde g 0 = 0 );


Crescente em (−∞, −1/e] e [1/e, +∞) . Decrescente em [−1/e, 0) e (0, 1/e] . Máximo
local em x = −1/e e mı́nimo em x = 1/e .
Concavidade para baixo em (−∞, 0) e para cima em (0, +∞) .
Assı́ntotas horizontais: não possui ( lim g(x) = +∞ e lim g(x) = −∞ ).
x→+∞ x→−∞

Assı́ntotas verticais: não possui ( lim g(x) = 0 ).


x→0
120 CAPÍTULO 2

• Página 113: Coletânea 4

Questão 1) (a) ∆l ≈ ± π/90 m. (b) ln(3, 99) ≈ 1, 3838 .

e3 − 1 e3 − 1 4e3 − 1
Questão 2) (a) vm [0, ] = 3 m/s (b) v(0) = 0 m/s ; v( )= m/s
2 2 e3
(c) a(0) = 4 (m/s)/s. (d) lim v(t) = +∞ e lim a(t) = 0 .
t→+∞ t→+∞

Questão 3) (a) d0 = 25 km/h ao meio-dia. (b) S 0 = 1200 km2 /h ao meio-dia.

4
Questão 4) (a) A área total cercada é a menor possı́vel quando y = é o perı́metro
4+π
π
da área quadrada e x = é o perı́metro da área circular.
4+π
(b) A área total cercada é a maior possı́vel quando toda a cerca é utilizada para cercar
uma única área circular.
ex
Questão 5) (a) f (x) =
x3
Ponto crı́tico: x = 3 (f 0 (3) = 0) ;

Decresc. em (−∞, 0) e (0, 3] . Crescente em [3, +∞) ; Mı́nimo local em x = 3 .

Concavidade para baixo em (−∞, 0) e para cima em ; (0, +∞) .

Assı́ntota horizontal: y = 0 , pois lim f (x) = 0 . lim f (x) = +∞ .


x→−∞ x→+∞

Assı́ntota vertical: x = 0 , pois lim+ f (x) = +∞ e lim− f (x) = −∞ .


x→0 x→0


3
(b) g(x) = 1 − x2

Pontos crı́ticos: x = 0 (g 0 (0) = 0) , x = −1 (@ g 0 (−1) ) ou x = 1 (@ g 0 (1) ) .


Decrescente em [0, +∞) e crescente em (−∞, 0] . Máximo em x = 0 .

Concavidade para baixo em (−1, 1) e para cima em (−∞, −1) e (1, +∞) .

Inflexões em P (−1, 0) e Q(1, 0) .

Assı́ntotas horizontais: não possui ( lim g(x) = −∞ ).


x→±∞

Assı́ntotas verticais: não possui (g é contı́nua em toda a reta).


Aplicações da Derivada 121

• Página 114: Coletânea 5

Questão 1) (a) 10% (aumento percentual aproximado no volume) (b) ln(8, 1) ≈ 2, 0919 .

e4 − 1 2
Questão 2) (a) vm [0, 2] = 4
m/s e v(1) = m/s. vm [0, 2] < v(1) .
2e e
(b) lim v(t) = 0 . (c) lim s(t) = 3 . A maior distância do objeto à posição inicial
t→+∞ t→+∞

NÃO É ATINGIDA em momento algum, pois s(t) < 3 ∀ t e lim s(t) = 3 .


t→+∞

1 √
Questão 3) θ0 = rad/s quando x = 3 m.
4
√ √
3 6
Questão 4) h = m e r= m para que o volume do cilindro seja máximo.
2 2

2x2
Questão 5) (a) f (x) =
1 + x2
Ponto crı́tico: x = 0 (f 0 (0) = 0) ;

Decrescente em (−∞, 0] e crescente em [0, +∞) . Mı́nimo local (absoluto) em x = 0 .


√ √
Concavidade para baixo em (−∞, − 3/3) e ( 3/3, +∞) .
√ √
Concavidade para cima em (− 3/3, 3/3) .
√ √ √ √
Inflexões em P (− 3/3, f (− 3/3)) e Q( 3/3, f ( 3/3)) .

Assı́ntota horizontal: y = 2 pois lim f (x) = 2 .


x→±∞

Assı́ntotas verticais: não possui (f é contı́nua em toda a reta).


122 CAPÍTULO 2
Capı́tulo 3

A Integral Definida

3.1 Motivação

Consideremos o problema geométrico de obter área de figuras não tão regulares como os
polı́gonos da geometria clássica, por exemplo. Vamos considerar inicialmente o seguinte caso:
Seja f : [a, b] → IR uma função contı́nua, com f (x) ≥ 0 para todo x ∈ [a, b] .
Vamos tentar obter a área S da região delimitada pelas retas x = a e x = b , pelo eixo
das abscissas e pelo gráfico de f :

Uma primeira estimativa (e bem “grosseira”) :


Se m é o valor mı́nimo absoluto de f em [a, b] e M é o valor máximo absoluto de f em
[a, b], temos:

123
124 CAPÍTULO 3

Refinando nossas estimativas:

Fixemos n ∈ IN . Vamos agora subdividir nosso intervalo [a, b] em n sub-intervalos de


(b − a)
comprimento ∆x = cada um.
n
Para cada i = 1, 2, . . . , n , sejam mi e Mi o mı́nimo e o máximo absoluto de f no
i-ésimo intervalo. Temos então:

É claro que

m(b − a) ≤ m1 ∆x + . . . + mn ∆x ≤ S ≤ M1 ∆x + . . . + Mn ∆x ≤ M (b − a)
| {z } | {z }
n
X n
X
mi ∆x Mi ∆x
i=1 i=1

(Soma inferior) (Soma superior)

Quanto maior o nosso número n de divisões, melhores são as aproximações de S “POR


n
X Xn
FALTA” , dadas por mi ∆x , ou “POR EXCESSO” , dadas por Mi ∆x .
i=1 i=1


b−a
IDÉIA: fazer n → ∞ (ou seja, ∆x = →0)
n

A expectativa é que

n
X n
X
lim mi ∆x = S = lim Mi ∆x
∆x→0 ∆x→0
i=1 i=1
A Integral Definida 125

Exemplo: Vamos calcular a área sob a curva f (x) = x2 + 1 entre x = 0 e x = 3 :


126 CAPÍTULO 3

3.2 Somas de Riemann e a definição da Integral Definida

Iniciamos com a definição de partição de um intervalo:

Definição 3.1. Uma PARTIÇÃO P de um intervalo fechado [a, b] é qualquer decomposição


de [a, b] em intervalos [x0 , x1 ], [x1 , x2 ], [x2 , x3 ], . . . , [xn−1 , xn ] com n ∈ IN e

a = x0 < x1 < x2 < . . . < xn−1 < xn = b

∆xi = xi − xi−1 é o comprimento do i-ésimo intervalo [xi−1 , xi ] (i = 1, 2, . . . , n) .

A NORMA da partição P é o maior dos números ∆x1 , ∆x2 , . . . , ∆xn , indicado por kP k .

Vamos agora generalizar FORTEMENTE as idéias anteriores (repare que não pedimos
mais que a função seja contı́nua, ou que ela seja positiva e vamos tomar uma
espécie de média entre as soma inferior e a soma superior) :

Definição 3.2. (Somas de Riemann)


Sejam f : [a, b] → IR uma função e P uma partição de [a, b] .
Uma SOMA DE RIEMANN de f em relação a P é qualquer soma R(f ; P ) da forma:
n
X
R(f ; P ) = f (wi ) · ∆xi = f (w1 )∆x1 + f (w2 )∆x2 + . . . + f (wn )∆xn
i=1

com wi ∈ [xi−1 , xi ] para todo i = 1, 2, . . . , n .


A Integral Definida 127

Definição 3.3. (Integral Definida)


Uma função f : [a, b] → IR é dita INTEGRÁVEL NO INTERVALO [a, b] quando existe
o limite X
lim f (wi ) · ∆xi
kP k→0
i

Isto significa que quando fazemos as normas das partições tenderem a 0, as Somas de
Riemann correspondentes se aproximam tanto quanto quisermos de um número real bem de-
terminado (o limite acima).
Este limite, quando existe, é denotado por
Z b
f (x) dx
a

e chamado a INTEGRAL DEFINIDA DE f , DE a ATÉ b.

Observações:
Z c Z d
(A) Se c < d então definimos: f (x) dx = − f (x) dx (quando existir).
d c
Z a
(B) f (x) dx = 0 .
a

(C) Mais à frente em nossos estudos, será de FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA desen-


volvermos um sistema qua nos permita CALCULAR as integrais de uma maneira mais simples,
direta e precisa, evitando assim aproximações tão trabalhosas como a do exemplo anterior.

Teorema 3.1. Se f : [a, b] → IR é contı́nua, então f é integrável em [a, b] .

Obs.: Funções descontı́nuas podem ser integráveis (veremos mais tarde). Apesar disso, es-
tudaremos prioritariamente o cálculo de integrais definidas de funções contı́nuas nos intervalos
[a, b] de integração.

3.3 Propriedades da Integral Definida

• Se f é integrável em [a, b] e k ∈ IR (constante), então k · f é integrável em [a, b] e temos:


Z b Z b
k · f (x) dx = k · f (x) dx
a a

• Se f e g são integráveis em [a, b] então f + g é integrável em [a, b] e temos:


Z b Z b Z b
[f (x) + g(x)] dx = f (x) dx + g(x) dx
a a a
128 CAPÍTULO 3

• Se f é integrável em um intervalo fechado contendo a, b e c, então:


Z b Z c Z b
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx
a a c

• Se f é integrável em [a, b] e f (x) ≥ 0 ∀ x ∈ [a, b] então


Z b
f (x) dx ≥ 0
a

Conseqüencia: Se f e g são integráveis em [a, b] e f (x) ≥ g(x) ∀ x ∈ [a, b] então


Z b Z b
f (x) dx ≥ g(x) dx
a a

• Se f (limitada) é integrável em [a, b] então |f | é integrável em [a, b] e temos:


Z b Z b


f (x) dx ≤ |f (x)| dx
a a

• Destacamos uma última propriedade sob a forma de um importante Teorema:

Teorema 3.2. (Teorema do Valor Médio para Integrais)


Se f é contı́nua em um intervalo [a, b], então existe um número z no intervalo aberto (a, b)
tal que Z b
f (x) dx = f (z) · (b − a)
a
A Integral Definida 129

3.4 O Teorema Fundamental do Cálculo

Primitivas (Antiderivadas):

Definição 3.4. Dada uma função f , uma função F é chamada uma PRIMITIVA (ou ANTI-
DERIVADA) DE f EM X quando F 0 (x) = f (x) ∀ x ∈ X .

Exemplos:
(A) f : IR → IR dada por f (x) = x .

Obs.: Se F1 e F2 são duas primitivas para f EM UM INTERVALO, então F1 − F2 é


constante NESTE INTERVALO.

(B) g : IR → IR dada por g(x) = x2 .


130 CAPÍTULO 3

(C) h : IR → IR dada por h(x) = xn (n = 1, 2, 3, . . .) .

(D) f : IR → IR dada por f (x) = ex .

1
(E) g : (0, +∞) → IR dada por g(x) = .
x

Exercı́cio: Mostre que G(x) = ln |x| é primitiva de g(x) = 1/x em IR − {0} .

(F) h : (0, +∞) → IR dada por h(x) = ln x .

(G) f : IR → IR dada por f (x) = sen x .

(H) g : IR → IR dada por g(x) = cos x .

1
(I) h : IR → IR dada por h(x) = .
1 + x2

(J) f : IR → IR dada por f (x) = 2 cos 5x .

1
(K) g : IR − {0} → IR dada por g(x) = x2 − 3x + − sen 2x .
x

(L) h : IR → IR dada por h(x) = e5x − 3 cos 3x .


A Integral Definida 131

O Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) :

Teorema 3.3. (Teorema Fundamental do Cálculo - TFC) Seja f contı́nua no intervalo [a, b] .
PARTE I: Se a função G : [a, b] → IR é definida por
Z s
G(s) = f (x) dx
a

então G é uma primitiva de f em [a, b].


PARTE II: Se F é uma primitiva de f em [a, b], então
Z b
f (x) dx = F (b) − F (a)
a

Observações:
• De agora em diante, vamos adotar a seguinte notação:
ib
F (x) = F (b) − F (a)
a

• O TFC é o principal resultado do nosso curso, pois constitui-se em uma “ponte” que
liga fortemente os dois assuntos estudados: derivadas e integrais.
Sua segunda parte é a FERRAMENTA que nos ajudará a calcular as integrais definidas
de uma maneira mais objetiva.
Z 3
Por exemplo: x2 + 1 dx
0

Demonstração do TFC:
132 CAPÍTULO 3
A Integral Definida 133

Exemplos:
Z 2
(A) 4x3 − 5 dx
0

Z 3
(B) |2x − 1| dx
0

Z 3
1
(C) dx
1 x2

Z e
1
(D) dt
1 t

3
2x3 − 4x2 + 5
Z
(E) dx
1 x2

Z π
(F) sen x dx
0

Z 1
4
(G) dx
0 1 + x2

Z π
(H) sen 2x dx
0

Z π/3
1 + sen x
(I) dx
π/4 cos2 x

Z −1
2
(J) − dx
−5 x

Z 1
(K) 5x dx
0

Z 2
(L) e3x dx
−1
134 CAPÍTULO 3

3.5 Integrais Indefinidas

O Teorema Fundamental do Cálculo relaciona o cálculo de integrais definidas com a busca


de primitivas (antiderivadas) de uma função dada.
Vamos aproveitar essa relação para definir, de modo natural, uma nova NOTAÇÃO para
primitivas: Z
f (x) dx = F (x) + C quando F 0 (x) = f (x)

Z
f (x) dx é chamada INTEGRAL INDEFINIDA DE f (x) e representa a primitiva
(antiderivada) mais geral de f .

Exemplos:

3x2
Z
(A) 3x dx = +C
2
Z
1 1
(B) 2
dx = − + C
x x
Z
(C) sen x dx = − cos x + C

Z
1
(D) dx = ln |x| + C , x 6= 0
x

Observações:

• NÃO CONFUNDA:
Z
0
A integral INDEFINIDA de f (x) = F (x) é uma função: f (x) dx = F (x) + C .
Z b
0
A integral DEFINIDA de f (x) = F (x) de a até b é um número: f (x) dx = F (b)−F (a) .
a

Se F 0 (x) = f (x) em [a, b] temos:


Z b Z b
f (x) dx = F (b) − F (a) = f (x) dx
a a

Z  Z
• Dx f (x) dx = f (x) e Dx [F (x)] dx = F (x) + C .
A Integral Definida 135

3.6 Mudança de variável na integração

Teorema 3.4. (Mudança de variável)


Se f é contı́nua em I ( intervalo) ⊃ g ( [a, b] ) e g 0 é contı́nua em [a, b] , temos:
Z b Z g(b)
0
f (g(x)) · g (x) dx = f (u) du onde u = g(x)
a g(a)

Observações:

• Este resultado é aplicável quando queremos integrar uma função que é a composta de
uma função f com uma g, multiplicada (a menos de uma constante) pela derivada de g. Sua
utilização está ligada à nossa habilidade em reconhecer essa situação !
Z
• A notação dx que aparece nas integrais f (x) dx é justificada quando utilizamos
este Teorema no seu formato mais “prático”.

• Este resultado tem um análogo para cálculo de integrais indefinidas.


136 CAPÍTULO 3

Exemplos:
Z 1
(A) (x4 − 1)3 x3 dx
0

0
x2
Z
(B) dx
−2 (x3 − 2)2

Z 4
1
(C) √ √ dx
1 x·e x
A Integral Definida 137

2ex
Z
(D) dx
1 + ex


Z 2/2
x
(E) √ dx
0 1 − x4

Z
(F) tg x dx

Z
(G) ex (1 + cos ex ) dx

Z 1
2
(H) x · 4x dx
0

e1/x
Z
(I) dx
x2
138 CAPÍTULO 3

Exercı́cios:

A) Interpretando a integral definida como área sob o gráfico de uma função, determine di-
retamente quais devem ser os valores das integrais definidas abaixo, sem utilizar o Teorema
Fundamental do Cálculo (TFC) ou a própria definição de integral (dada por limite de somas
de Riemann): Z 2 Z 3√
(2x + 6) dx 9 − x2 dx
−3 0
Faça também um esboço gráfico de cada caso.
Obs.: Pode (e deve) “considerar” que a área de um cı́rculo de raio r é πr2 .

B) Pense na área sob o gráfico da curva y = x2 , entre x = 1 e x = 4 (faça um esboço),


Z 4
ou seja, x2 dx . Não temos mais “figuras” tão regulares como no exercı́cio anterior !
1
Calcule essa área de duas maneiras distintas: (i) “No braço”: dividindo o intervalo em n partes
iguais e usando retângulos inscritos ou circunscritos para aproximar a área e depois fazendo
n → ∞ ; (ii) Via TFC ; Que tal ?

1
C) Mostre que a área sob a curva y = entre x = 1 e x = e2 (faça um esboço) é igual a 2 (u.a.).
x

x
D) Calcule a área sob o gráfico de f (x) = entre x = 1 e x = 2.
(x2 + 1)2

E) Usando uma propriedade da integral definida e SEM CALCULAR as integrais, mostre que
Z 1 Z 1 Z 2 Z 2
3 2 3
x dx ≤ x dx e x dx ≥ x2 dx
0 0 1 1

Ilustre com um esboço e por último confirme as desigualdades acima calculando as integrais.

Z
F) OBTENHA (SEM DERIVAR a integral indefinida) sec x dx = ln | sec x + tg x| + C
Z Z  
sec x + tg x
Sugestão: sec x dx = sec x · dx e aplique uma mudança de variáveis.
sec x + tg x
Z
1
G) Mostre (de alguma forma) que temos sen x cos x dx = sen 2 x + C e que, por outro
2
Z
1
lado, também temos sen x cos x dx = − cos2 x + D .
2
Explique como isto não representa incoerência alguma.
A Integral Definida 139

H) Uma função f : [−a, a] → IR é dita...

... PAR quando f (−x) = f (x) ∀x ∈ [−a, a] .


1 2
Exemplos: cos nx (n = 0, 1, 2, . . .), −3x6 + x2 − 5 , 2
, e−x , etc.
1+x

... ÍMPAR quando f (−x) = −f (x) ∀x ∈ [−a, a] .


x 2
Exemplos: sen nx (n = 1, 2, . . .), x3 + 2x , 2
, e−x sen x , etc.
1+x

Alguma observações e propriedades interessantes:


(1) O produto/quociente de duas funções pares (ou duas ı́mpares) é uma função PAR;
(2) O produto/quociente de uma função par por uma função ı́mpar (ou vice-versa) é uma
função ÍMPAR;
(3) O gráfico de uma função par é simétrico em relação ao eixo Oy das ordenadas (ilustre);
(4) O gráfico de uma função ı́mpar é simétrico em relação à origem O(0, 0) (ilustre);
(5) É óbvio que existem funções que não são pares nem são ı́mpares: ex , x2 + x, etc.
(6) Toda função f : [−a, a] → IR pode ser escrita como a soma de uma função par com uma
função ı́mpar (tente provar).

Consideremos agora f : [−a, a] → IR , contı́nua (portanto integrável).


Z a
Mostre que se f é ÍMPAR, então f (x) dx = 0 .
−a
Z a Z a
Mostre que se f é PAR, então f (x) dx = 2 f (x) dx .
−a 0

Sugestão: Em cada caso, separe em duas integrais, faça a mudança de variáveis y = −x


Z 0
em f (x) dx e aplique propriedades da integral definida.
−a

Ilustre geometricamente os resultados obtidos, relacionando-os com as propriedades (3) e


(4) acima.

Calcule:
Z π/2 Z 1 Z 1 Z 3 Z π/4
3 |x| 5 sen x
sen x cos x dx ; x dx ; e dx ; x − 4x dx ; dx ;
−π/2 −1 −1 −3 −π/4 cos4 x
140 CAPÍTULO 3

I) Calcule:

3 9 √ (2x + 1)2
Z Z Z Z
2
1) (5 + x − 6x ) dx 2) 2r + 7 dr 3) dx 4) sec2 5x dx
−2 1 2x
1/2 1 3
ex (e2x + e3x )2
Z Z Z Z
1
5) √ dx 6) dx 7) dx 8) e−4x dx
−1/2 1 − x2 0 1 + e2x e5x 1
Z Z 4 Z Z
4 5 3 2 3 3 ln x
9) (3x + 1) dx 10) t + 2t dt 11) x ctg x csc x dx 12) dx
−4 x
Z
1
Z 4 √ Z 5 √
Z
13) dx 14) 16x5 dx 15) 3
2x − 1 dx 16) (4t+1)(4t2 +2t−7)2 dt
4 + 9x2 1 1
Z Z Z Z π/4
x2 1
17) xe dx 18) dx 19) sen (3 − 5x) dx 20) tg x sec2 x dx
x log10 x 0

sec2 x 1 − sen x
Z Z Z Z
1 2 2
21) √ dx 22) √ dx 23) x csc (3x +4) dx 24) dx
ex 1 − e−2x x x + cos x
Z 6
ex e2x
Z Z Z
cos x
25) x 2
dx 26) |x − 4| dx 27) √ dx 28) √ dx
(e + 1) −3 1−e 2x 9 − sen 2 x
x−2 (2 + ln x)3
Z Z Z Z
1 x
29) dx 30) dx 31) dx 32) dx
cos 2x x4 + 2x2 + 1 x2 − 4x + 9 x
Z z Z 5 Z 2 2
x2 + x
Z
2 10 3 s +2
33) Dz (x +1) dx 34) 2 3 4
dx 35) x |x| dx 36) ds
0 (4 − 3x − 2x ) −5 1 s2
Z 4
sen 2 x
Z Z Z
1 x
37) dx 38) √ dx 39) ctg 6x sen 6x dx 40) √ dx
sec x x(1 + x) 0
2
x +9
Z 5 Z π
e − e−x
Z x Z
sec(1/x)
41) |2x − 3| dx 42) dx 43) dx 44) sen x cos x dx
−1 ex + e−x x2 π/6
Z π/2 Z −1 3
ex
Z Z
5x cos x x +8
45) (x + e ) dx 46) dx 47) dx 48) dx
0 1 + sen 2 x 0 x+2 cos ex
Z 2
2x2 − 5x − 7
Z Z Z
−5 −4 cos x+1
49) sen 2x tg 2x dx 50) 4u +6u du 51) sen xe dx 52) dx
1 x−3
Z 3 3
2x − 4x2 + 5
Z Z Z
2 ctg x sen 4x −3x
53) (csc x)2 dx 54) dx 55) (1 + e ) dx 56) dx
tg 4x 1 x2
Z 4 Z Z Z
1 2 x3 sec x tg x 1
57) √ √ 3
dx 58) x 2 dx 59) 2
dx 60) dx
1 x( x + 1) 1 + sec x x ln x
Z 2 2 Z 1
x −1
Z Z
2 3 2 3
61) x(1 − 2x ) dx 62) dx 63) (t − 1) t dt 64) ex tg ex dx
3 x−1 −1
A Integral Definida 141

Z Z Z 1 Z
1 3x 2 2 sen x
65) dx 66) 10 dx 67) x tg x dx 68)dx
x(ln x)2 −1 1 + 3 cos x
Z 4√ √ √ Z √x
tg 2 2x
Z Z
x e
69) √ dx 70) 3t( t + 3) dt 71) √ dx 72) dx
36 − x2 0 x sec 2x
Z Z Z Z π/3
1 x 1
73) √ dx 74) √ dx 75) √ dx 76) ctg x dx
9 − 4x2 9 − 4x2 e2x − 25 −π/3
Z 1
2x
Z Z Z
e 2x+3
77) x dx 78) x
dx 79) e dx 80) sec2 x(1 + tg x)2 dx
2 +1 0
Z 1 Z π/2 Z 8√
(ex + 1)2 cos2 x
Z
3
81) (2x − 3)(5x + 1) dx 82) x
dx 83) dx 84) s2 + 2 ds
0 e π/6 sen x −8
Z 1
ex x2 + 1
Z Z Z
1 sen x
85) 2
dv 86) dx 87) dx 88) dx
0 (3 − 2v) ex + 1 x+1 cos2 x + 1
Z 2 √
tg e−3x 10x + 10−x
Z Z Z
1
89) √ dx 90) 3x
dx 91) x − 10−x
dx 92) x2 x3 + 1 dx
x x −1 4 e 10 0
Z Z Z Z 1
sen x + 1 4 2 3 −1 2 1
93) dx 94) (t −t )(10t −5t) dt 95) (y+y ) dy 96) dx
cos x −2 2x + 7

sec2 x x−1
Z Z Z Z
5 4 x x
97) Dx (3x −7x +2x−8) dx 98) 5 e dx 99) dx 100) 2
dx
2 tg x + 1 3x − 6x + 2

Z Z Z Z 4
2 3 1
101) (1+cos x) sen x dx 102) (x+csc 8x) dx 103) 5t + 1 dt 104) 2
dx
0 x + 16

2 π/4 2
x2 + 1 3x
Z Z Z Z
2 1
105) dx 106) √ dx 107) (1+sec x) dx 108) √
√ dx
1 x3 + 3x 3x + 4 0 2/ 3 x x2 − 1
ecos x
Z Z Z Z
1 1
109) x ctg x2 dx 110) 2
dx 111) dx 112) √ dx
x + 2x + 1 csc x x x6 − 4
142 CAPÍTULO 3

Respostas de exercı́cios
• Página 137:
3
G) ex + sen ex + C H) I) −e1/x + C
2 ln 4

• Páginas 138-141:
Z 2 Z 3 √ 9π
A) (2x+6) dx = 25 (área de um triângulo) 9 − x2 dx = (1/4 de cı́rculo)
−3 0 4
n  2 4 4
x3 64 − 1
Z
X 3i 3 n→∞ 2
B) (i) 1+ · −→ 21 (ii) x dx = = = 21
i=1
n n 1 3 1 3
Z e2 ie2 Z 2
1 2 x 3
C) dx = ln |x| = ln e − ln 1 = 2 D) 2 2
dx =
1 x 1 1 (x + 1) 20
Z 1 Z 1
3
3
E) Se x ∈ [0, 1] então x ≤ x ⇒ 2
x dx ≤ x2 dx
0 0
Z 2 Z 2
3
Se x ∈ [1, 2] então x ≥ x 3 2
⇒ x dx ≤ x2 dx
1 1

sec2 x + sec x tg x
Z Z   Z Z
sec x + tg x 1
F) sec x dx = sec x · dx = dx = du = . . .
sec x + tg x sec x + tg x u

(Mudança de variável: u = sec x + tg x )

 
d 1 1
G) sen 2 x + C = · 2 · sen x · cos x = sen x · cos x
dx 2 2
 
d 1 1
− cos2 x + D =− · 2 · cos x · (− sen x) = sen x · cos x
dx 2 2

Não há incoerência alguma, pois funções deste tipo diferem por uma constante:
   
1 2 1 2 1 1
sen 2 x + cos2 x + C − D =

sen x + C − − cos x + D = +C −D
2 2 2 2

Z π/2 Z 1 Z 1 Z 1
3 3 1
H) sen x cos x dx = 0 x dx = 2 x dx = 2 x3 dx =
−π/2 −1 0 0 2
Z 1 Z 1 Z 3 Z π/4
|x| x 5 sen x
e dx = 2 e dx = 2(e − 1) x − 4x dx = 0 dx = 0
−1 0 −3 −π/4 cos4 x
A Integral Definida 143

85 98 2x − 2−x + 2x ln 2 tg 5x π
I) 1) − 2) 3) +C 4) +D 5)
2 3 ln 2 5 3
e8 − 1 (3x + 1)5
6) arc tg e − arc tg 1 7) ex + 2x − e−x + C 8) 9) +D 10) 0 (zero)
4e12 15
(ln x)2
 
1 1 3x 1016
11) − csc x3 + C 12) +D 13) arc tg +E 14)
3 2 6 2 7
√  3 2
3 939 −1 (4t2 + 2t − 7) ex
15) 16) +C 17) +D 18) ln 10 · ln |log10 x| + E
8 6 2
cos(3 − 5x) 1 √
19) +C 20) 21) arc cos e−x + D 22) 2 tg x+E
5 2
1 1 53
23) − ctg (3x2 + 4) + C 24) ln |x + cos x| + D 25) − +E 26)
6 ex +1 2
√  sen x  1
27) − 1 − e2x + C 28) arc sen +D 29) ln |sec 2x + tg 2x| + E
3 2
1 1 2 (2 + ln x)4
30) − 2
+C 31) ln x − 4x + 9 + D 32) +E 33) (z 2 + 1)10
2(x + 1) 2 4

1 sen 3 x √
34) +C 35) 0 (zero) 36) 2 37) +D 38) 2 arc tg x+E
18(4 − 3x2 − 2x3 )3 3
sen 6x 37
42) ln ex + e−x + D

39) +C 40) 2 41) 43) − ln |sec(1/x) + tg (1/x)| + E
6 2
1 x2 e5x π 16
44) − 45) + +C 46) 47) − 48) ln |sec ex + tg ex | + D
8 2 5 4 3
1 sen 2x 43
49) ln |sec 2x + tg 2x|− +C 50) 51) −ecos x+1 +D 52) x2 +x−4 ln |x − 3|+E
2 2 16
2 ctg x sen 4x e−3x 10 5
53) − +C 54) +D 55) x − +E 56) 57)
ln 2 4 3 3 36
3
2x (1 − 2x2 )4
58) +C 59) arc tg (sec x) + D 60) ln |ln x| + E 61) − +F
3 ln 2 16
7 1 103x
62) − 63) 0 (zero) 64) − ln |cos ex | + C 65) − +D 66) +E
2 ln x 3 ln 10
2 √ √
67) 0 (zero) 68) − ln |1 + 3 cos x| + C 69) − 36 − x2 + D 70) 8(2 + 3)
3
 

x 1 sen 2x 1 2x
71) 2e + C 72) ln |sec 2x + tg 2x| − +D 73) arc sen +E
2 2 2 3

1√
 x
2
1 e xe+1
74) − 9 − 4x + C 75) arc sec +D 76) 0 (zero) 77) +E
4 5 5 e+1
144 CAPÍTULO 3

1 e5 − e3 (1 + tg x)3 37
78) ln |2x + 1|+C 79) 80) +D 81) − 82) ex +2x−e−x +E
ln 2 2 3 6
√ √ 352 1 x2
83) −ln(2− 3 )− 23 84) 85) 86) ln(ex +1)+C 87) −x+2 ln |x + 1|+D
5 3 2
1 ln |cos e−3x | ln |10x − 10−x |
88) − arc tg (cos x)+C 89) arc sec(x2 )+D 90) +E 91) +F
2 3 ln 10
4 2 2 3

52 + C 94) 5(t − t ) + D 95) y + 2y − 1 + E
sec x + tg x
92) 93) ln

9 cos x 4 3 y

ln 3 5x ex 1
96) 97) 3x5 − 7x4 + 2x − 8 + C 98) +D 99) ln |2 tg x + 1| + E
2 1 + ln 5 2
1 2 cos3 x x2 1
100) ln 3x − 6x + 2 +C 101) −cos x− +D 102) + ln |csc 8x − ctg 8x|+E
6 3 2 8
3 π ln 7 − ln 2 2 √ x
103) (5t + 1)4/3 + C 104) 105) 106) 3 +4+D
20 16 3 ln 3
π √ π 1 1
107) + 1 + ln(3 + 2 2) 108) 109) ln sen x2 + C 110) − +D
4 6 2 x+1
x3
 
cos x 1
111) − e +C 112) arc sec +D
6 2
Capı́tulo 4

Técnicas de integração

4.1 Integração por partes

Aplicável quando temos produtos de funções “bem conhecidas” :

Teorema 4.1. Sejam f e g funções com derivadas contı́nuas em [a, b]. Temos:
Z b ib Z b
0
f (x).g (x) dx = f (x).g(x) − f 0 (x).g(x) dx
a a a

Demonstração:
Para todo x ∈ [a, b] , temos (da Regra do Produto para derivadas):

(f.g)0 (x) = f 0 (x).g(x) + f (x).g 0 (x)

Isto significa que f.g é uma primitiva para f 0 .g + f.g 0 em [a, b] .


Segue portanto do TFC (Parte II) que
Z b ib
[f 0 (x).g(x) + f (x).g 0 (x)] dx = f (x).g(x)
a a

Das propriedades da integral, temos:


Z b Z b Z b
0 0 0
[f (x).g(x) + f (x).g (x)] dx = f (x).g(x) dx + f (x).g 0 (x) dx
a a a

Portanto: Z b ib Z b
0
f (x).g (x) dx = f (x).g(x) − f 0 (x).g(x) dx
a a a

145
146 CAPÍTULO 4

Observações:
 
dv
0
1) De um modo “prático”, fazemos u = f (x) e dv = g (x) dx = g 0 (x) ⇒ v = g(x)
dx
e usamos: Z Z
u dv = u.v − v du

2) O mesmo processo também funciona para integrais indefinidas.

Exemplos:
Z 1
(A) x.e2x dx
0

Z
(B) ln x dx

Z
(C) x2 .ex dx
Técnicas de integração 147

Z π
(D) ex . sen x dx
0

Z
(E) sec3 x dx

Z π/4
(F) x. sec2 x dx
π/6

Z 1
(G) x3 .e−x dx
0
Z
(H) e4x . sen 5x dx

Z π/2
(I) x. sen 2x dx
0
Z
(J) x.2x dx

π2 √ √
Z
(K) sen x dx (Sugestão: faça antes a mudança de variável z = x )
0
Z
(L) (x + 1)10 .(x + 2) dx
148 CAPÍTULO 4

4.2 Algumas integrais trigonométricas

Integrais imediatas:

Z Z Z
sen u du = − cos u + C cos u du = sen u + C sec2 u du = tg u + C

Z Z Z
2
csc u du = − ctg u+C sec u. tg u du = sec u+C csc u. ctg u du = − csc u+C

Z Z
tg u du = − ln |cos u| + C ctg u du = ln | sen u| + C

Z Z
sec u du = ln |sec u + tg u| + C csc u du = ln |csc u − ctg u| + C

(A) Potências ı́mpares de sen ou cos :

- Isolamos um fator, que fica então multiplicado por uma potência PAR;
- Usando a relação sen 2 + cos2 = 1 , desenvolvemos a potência par em função do outro
tipo de função trigonométrica;
- Aplicamos uma mudança de variável (imediata).

Exemplos:
Z
cos3 x dx

Z Z Z
5 5
sen x dx cos 3x dx sen 3 2x dx
Técnicas de integração 149

(B) Potências pares de sen ou cos :


1 − cos 2x 1 + cos 2x
- Utilizamos as fórmulas sen 2 x = ou cos2 x = para simplificar.
2 2
Exemplos:
Z
sen 4 x dx

Z Z
2
cos 2x dx cos6 x dx

Z
(C) Integrais da forma sen m x. cosn x dx :

- Utilizamos as (duas) técnicas anteriores para resolver o problema.

Exemplos:
Z
sen 3 x. cos4 x dx

Z Z
2 2
sen x. cos x dx cos4 x. sen 2 x dx
150 CAPÍTULO 4

(D) Integrais das formas:


Z Z Z
sen mx. cos nx dx , cos mx. cos nx dx , sen mx. sen nx dx

- Utilizamos as conhecidas (?) fórmulas de transformação de produtos em somas:


sen (a + b) + sen (a − b)
sen a. cos b =
2
cos a. cos b = ? (Exercı́cio)
sen a. sen b = ? (Exercı́cio)

Exemplos:
Z
sen 3x. cos 2x dx

Z Z
sen 5x. sen 3x dx cos 2x. cos 3x dx

Z
(E) Integrais da forma tg m x. secn x dx :

- n par: tg m x. secn x = tg m x. secn−2 x. sec2 x , sec2 = 1 + tg 2 em secn−2 x e a mudança


de variável u = tg x ;
- m ı́mpar: tg m x. secn x = tg m−1 x. secn−1 x. sec x. tg x , sec2 = 1 + tg 2 em tg m−1 x e a
mudança de variável u = sec x ;
- m par e n ı́mpar: Tentar outras coisas, como integração por partes, etc.
Z
- Obs.: Tratamento análogo para integrais da forma ctg m x. cscn x dx .

Exemplos:
Z
tg 3 x. sec3 x dx

Z Z Z Z
4 3 4 3 3
sec x dx tg x. sec x dx ctg x. csc x dx tg 4 x dx
Técnicas de integração 151

Algumas integrais trigonométricas para exercitar:

Z

Z Z 1  πx 
3 5
sen x cos x dx tg x. sec x dx tg 2 dx
0 4

tg 2 x − 1
Z Z Z
2
( tg x + ctg x) dx sen 5x. sen 3x dx dx
sec2 x

π/4
sec2 x
Z Z Z
3 sec x
sen x dx dx dx
0 (1 + tg x)2 ctg 5 x

Z Z Z
4 2 6
sen x. cos x dx tg x dx sen 5 x. cos2 x dx

4.3 Substituições trigonométricas

Aplicáveis sobretudo a integrais envolvendo expressões como


√ √ √
a2 − x 2 , a2 + x 2 , x 2 − a2 (a > 0)

Expressão envolvida Substituição Variação de θ (∗ ) Lembrete


trigonométrica


a2 − x 2 x = a. sen θ −π/2 ≤ θ ≤ π/2 cos2 = 1 − sen 2


a2 + x2 x = a. tg θ −π/2 < θ < π/2 sec2 = 1 + tg 2


x 2 − a2 x = a. sec θ θ ∈ [0, π/2) ∪ [π, 3π/2) tg 2 = sec2 −1

(∗ ) Se a expressão envolvida está no denominador de um quociente, devemos evitar “di-


visão por 0” .
152 CAPÍTULO 4

Exemplos:
Z
1
(A) √ dx
x 4 − x2

Z
1
(B) √ dx
9 + x2
Técnicas de integração 153

Z √
x2 − 1
(C) dx
x

Observações:
√ √ √
1) Podem surgir situações com a2 − x2 , a2 + x2 , x2 − a2 nas quais outras técnicas
sejam mais diretas.
Z
x
Exemplo: Calcule √ dx (Sugestão: Faça a mudança u = 1 + x2 )
1+x 2

2) Esta técnica de substituição trigonométrica também é usada em situações nas quais


aparecem a2 − x2 , a2 + x2 ou x2 − a2 .
Z
1
Exemplo: Calcule dx (Sugestão: x = tg θ )
(x + 1)2
2

Exercı́cio: Calcule

Z
x2
Z √
√ dx x 9 + x2 dx
4 − x2

Z √
x2 + 1
Z
1
dx √ dx
x x4 x2 − 4
154 CAPÍTULO 4

4.4 Integrais de funções racionais (Frações Parciais)


Z
A
Caso (A): Integrais da forma dx (m = 1, 2, 3, . . .)
(px + q)m
- Basta fazer a mudança de variável u = px+q e resolver a integral mais simples resultante.

Exemplos:
Z
3
dx
(2x + 5)2

Z
1
dx
x−4

Obs.: Nestas integrais, estamos sempre considerando valores de x tais que as funções
estejam bem definidas (denominadores não-nulos, logarı́tmos de números positivos, etc.)

Z
Ax + B
Caso (B): Integrais da forma dx (n ∈ IN), com
(ax2 + bx + c)n
ax2 + bx + c irredutı́vel, ou seja, sem raı́zes reais (∆ = b2 − 4ac < 0)

- “Completar quadrados” no denominador e obter


Z
1 Ax + B
dx , γ > 0
K ((αx + β)2 + γ)n

- Fazer a mudança de variável u = αx + β e “cair” numa integral da forma

A0 u + B 0
Z
du , γ > 0 ,
(u2 + γ)n

a qual pode ser resolvida com técnicas anteriores.


Técnicas de integração 155

Exemplo:
Z
x+5
dx
x2 + 6x + 13

Obs.: Se n ≥ 2 pode ser necessária uma substituição trigonométrica para resolver

A0 u + B 0
Z
du
(u2 + γ)n
Z
1
Ex.: dx
(4x2 − 4x + 2)2

Z
f (x)
Caso (C): (Frações parciais) Integrais da forma dx , sendo
g(x)
f e g polinômios tais que grau (f ) < grau (g)

- Fatorando o denominador g(x) , obtemos sua decomposição como produto de fatores dos
tipos px + q e/ou ax2 + bx + c (irredutı́veis). Qualquer polinômio pode ser decomposto desta
forma.
- Agrupam-se os fatores repetidos, obtendo-se assim uma decomposição em fatores dos
tipos (px + q)m e/ou (ax2 + bx + c)n .
- A cada fator do tipo (px + q)m , m ≥ 1 , corresponderá uma soma de m FRAÇÕES
PARCIAIS da forma:
A1 A2 Am
+ 2
+ ... +
px + q (px + q) (px + q)m
156 CAPÍTULO 4

- A cada fator do tipo (ax2 + bx + c)n , n ≥ 1 , ∆ = b2 − 4ac < 0 , corresponderá uma


soma de n FRAÇÕES PARCIAIS da forma:

A1 x + B1 A2 x + B2 An x + Bn
+ + . . . +
ax2 + bx + c (ax2 + b + c)2 (ax2 + bx + c)n

- Desta forma, podemos decompor o quociente f (x)/g(x) numa soma de frações parciais
tı́picas dos casos (A) e (B) vistos anteriormente e podemos então resolver as integrais resul-
tantes.

Exemplos:

6x − 9
Z
(A) dx
x2 − 1

x2 + x + 2
Z
(B) dx
(x + 3)(x + 1)2

5x3 − 3x2 + 7x − 3
Z
(C) dx
(x2 + 1)2
Técnicas de integração 157

Z
f (x)
Caso (D): Integrais da forma dx , sendo f e g polinômios
g(x)
tais que grau (f ) ≥ grau (g)

- Decompor f da seguinte forma: f (x) = h(x).g(x) + r(x) , com grau (r) < grau (g) .
(esta decomposição é obtida dividindo f por g: r é o resto)
- Temos então
f (x) h(x).g(x) + r(x) r(x)
= = h(x) +
g(x) g(x) g(x)
Z
r(x)
h(x) é polinômio (fácil de integrar) e dx é o caso (C), pois grau (r) < grau (g) .
g(x)

Exemplos:

x3 + 3x − 2
Z
(A) dx
x2 − x

x5
Z
(B) dx
(x2 + 4)2

x6 − x3 + 1
Z
(C) dx
x4 + x2
158 CAPÍTULO 4

Exercı́cio: Calcule
5x − 12 2x2 − 12x + 4 9x4 + 17x3 + 3x2 − 8x + 3
Z Z Z
dx dx dx
x(x − 4) x3 − 4x2 x5 + 3x4

x4 + 2x2 + 4x + 1 2x3 + 10x x3 − 6x2 + 5x − 3


Z Z Z
dx dx dx
(x2 + 1)3 (x2 + 1)2 x2 − 1

4.5 Integrais impróprias

Até agora temos calculado integrais definidas de funções contı́nuas em intervalos limitados.
Veremos a seguir duas situações extraordinárias, as quais caracterizam as chamadas INTE-
GRAIS IMPRÓPRIAS.

1a Situação: Integrais com limites de integração INFINITOS:

• Seja f uma função contı́nua em [a, +∞) . Definimos


Z +∞ Z t
f (x) dx = lim f (x) dx (desde que exista o limite)
a t→+∞ a

• Se f é contı́nua em (−∞, a] . Definimos


Z a Z a
f (x) dx = lim f (x) dx (desde que exista o limite)
−∞ t→−∞ t

Em cada um dos casos acima, as expressões à esquerda são chamadas INTEGRAIS IMPRÓPRIAS.
Quando os limites existem, dizemos que as integrais CONVERGEM. Caso contrário, dize-
mos que elas DIVERGEM.

Exemplos:
Z +∞
1
(A) dx
1 x2
Técnicas de integração 159

Z +∞
1
(B) dx
1 x

Z 0
(C) ex dx
−∞

• Se f é contı́nua em toda a reta, definimos:


Z +∞ Z a Z +∞
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx (a ∈ IR)
−∞ −∞ a

dizemos que esta integral imprópria CONVERGE quando ambas as integrais Z +∞ à direita
convergem. Caso contrário (ou seja, se qualquer uma divergir), diremos que f (x) dx
−∞
DIVERGE.
Z +∞
Obs.: A verificação da convergência ou não de f (x) dx não depende do número a
−∞
escolhido.
Z +∞ Z t
CUIDADO: f (x) dx não é o mesmo que lim f (x) dx !!!
−∞ t→+∞ −t

Exemplos:
Z +∞
1
(A) dx
−∞ 1 + x2
160 CAPÍTULO 4

Z +∞
(B) ex dx
−∞

Exercı́cio: Verifique a convergência das seguintes integrais impróprias:

Z +∞ Z 0 Z +∞
1 1 x
dx dx dx
1 x4/3 −∞ (x − 1)3 0 1 + x2

Z +∞ Z +∞ Z +∞
x −x ln x
4
dx x.e dx dx
−∞ x +9 0 1 x

Z b
a
2 Situação: f (x) dx , f com descontinuidade infinita em [a, b] :
a

• Se f é contı́nua em [a, b) e se torna infinita em b, definimos


Z b Z t
f (x) dx = lim− f (x) dx
a t→b a

• Se f é contı́nua em (a, b] e se torna infinita em a, definimos


Z b Z b
f (x) dx = lim+ f (x) dx
a t→a t

Em cada um destes casos, as expressões à esquerda também são INTEGRAIS IMPRÓPRIAS.


Dizemos que elas CONVERGEM quando os limites existem. Caso contrário elas DI-
VERGEM.

Exemplos:
Z 1
1
(A) dx
0 x
Técnicas de integração 161

Z 1
1
(B) dx
0 x2

Z 2
1
(C) √
3
dx
0 2−x

Z 1
(D) ln x dx (Exercı́cio)
0

• Se f é contı́nua em [a, b] − {c} , c ∈ (a, b) , definimos


Z b Z c Z b
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx
a a c

Esta integral, também IMPRÓPRIA, CONVERGE quando ambas as integrais Z b à direita


convergem. Caso contrário (ou seja, se qualquer uma divergir), diremos que f (x) dx
a
DIVERGE.

Obs.: CUIDADO! Não saia aplicando diretamente o TFC se houver descontinuidade no


(interior do) intervalo de integração!

Exemplos:
Z 2
1
(A) dx
−2 (x + 1)3
162 CAPÍTULO 4

Z 1
(B) x−2/3 dx (Exercı́cio)
−1

Exercı́cio: Verifique a convergência (e calcule o valor, quando convergir) das seguintes


integrais impróprias:
Z 8 Z 1 Z π/2 Z 1 Z 1
1 1
√ dx 2
dx 2
sec x dx x. ln x dx x−4/3 dx
0
3
x −3 x 0 0 −1


1 2 π 4
e x x−2
Z Z Z Z
x cos x
√ dx 2
dx √ dx dx
0 x 1 x −1 0 1 − sen x 2 x2 − 5x + 4

Exercı́cio: Calcule:

2x4 − 2x3 + 6x2 − 5x + 1


Z Z Z Z
1
1) x sen x dx 2) sec6 x dx 3) √ dx 4) dx
x 9 + x2 x3 − x2 + x − 1
Z Z +∞ Z 2 Z
1 1 x
5) 3
dx 6) 3/4
dx 7) 2 2
dx 8) x2 e3x dx
x+x 1 x 0 (x − 1)


Z 9
5x2 − 10x − 8
Z Z Z
5 x x
9) tg x sec x dx 10) √ dx 11) e 1 − ex dx 12) dx
0
3
x−1 x3 − 4x
Z Z Z +∞ Z
1 2
13) x sec x tg x dx 14) √ dx 15) cos x dx 16) x(ln x)2 dx
x3 x2 − 25 −∞
Z π/2
x3
Z Z Z
7 1+ln 5x
17) cos x dx 18) e dx 19) √ dx 20) tg x dx
16 − x2 0

√ 5x2 + 11x + 17 e3x


Z Z Z Z
x
21) x ln x dx 22) dx 23) dx 24) dx
x3 + 5x2 + 4x + 20 1 + ex (16 − x2 )2
Z +∞ Z Z 1 Z
1 ln x
25) 2−1
dx 26) 3 2
cos 2x sen 2x dx 27) dx 28) e−x sen x dx
3 x 0 x
Z 9
e tg x 4x3 − 3x2 + 6x − 27
Z Z Z
4 4 1
29) 2
dx 30) 4 2
dx 31) csc x ctg x dx 32) √ dx
cos x x + 9x 0 x
Z Z Z Z
x 1
33) 2
dx 34) tg 2 x sec x dx 35) (ln x)2 dx 36) √ dx
25 − 9x x2 x2 + 9
Z +∞ Z Z 2 Z +∞
−2x x 2 x x + 3x + 1 1
37) e dx 38) e sec (e ) dx 39) 4 2
dx 40) √ dx
0 x + 5x + 4 4 x x
Z Z Z Z e
1
41) sen 2 x cos5 x dx 42) arc tg x dx 43) (x2 + 1) cos x dx 44) 2
dx
1/e x(ln x)
Técnicas de integração 163

Z
3 2
Z Z
1
Z √
45) sen x cos x dx 46) x arc sen x dx 47) √ dx 48) x5 x3 + 1 dx
x 25x2 − 16
Z 0
√ 3x3 − 12x2 − 37x − 34
Z Z Z
1 2 −4x
49) cos x dx 50) 2
dx 51) x e dx 52) dx
−∞ x − 3x + 2 (x − 6)(x − 2)
Z +∞ Z 2 Z Z
1 1
53) x −x
dx 54) 3
dx 55) sen 2x cos x dx 56) e3x cos 2x dx
−∞ e + e −2 (x + 1)

cos3 x
Z Z Z Z
4x 1 1
57) 2 3
dx 58) √ dx 59) √ dx 60) dx
(x + 1) 4x2 − 25 sen x x ln x(ln x − 1)
Z +∞
x3
Z Z Z
3
61) 3 2
dx 62) sen (ln x) dx 63) cos x dx 64) 2
dx
x − 3x + 9x − 27 0 x − 6x + 18
Z 2 Z 3 Z 1 Z π
1 x + 3x2 + 3x + 63 x3
65) √ dx 66) 2 − 9)2
dx 67) √ dx 68) x sen 2 x dx
1 x x −1
2 (x 0
2
x +1 −π
Z π/2 Z 2
1−x
Z Z
1 2x + 3 1
69) dx 70) dx 71) dx 72) dx
(x2 − 1)3/2 x2 + 4 0 1 − cos x 2
0 x + 3x + 2
Z √
√ 4 − x2
Z Z Z
2 3 2
73) (1+ cos x ) sen x dx 74) tg x sec x dx 75) x arc tg x dx 76) dx
x2
Z π Z +∞
37 − 11x
Z Z
3 x 2
77) cos x dx 78)

2
dx 79) ctg (3x) dx 80) dx
0 1 1+x (x + 1)(x − 2)(x − 3)
Z 4 Z π/4
(x2 − 1)2
Z Z
99 1
81) x(2x+3) dx 82) dx 83) 2
dx 84) sec x tg x dx
x 0 x −x−2 −π/4
Z 4
x + 2x2 + 3 12x3 + 7x
Z Z Z
2 3 1/3
85) dx 86) x (8−x ) dx 87) dx 88) arc sen x dx
x3 − 4x x4
Z 1 Z Z √ Z +∞
x 2
x
89) ln(1 + x) dx 90) 2
dx 91) 9 − 4x dx 92) dx
0 csc(3x ) 1 (1 + x2 )2
Z 1
x3 + 1
Z Z Z
1
93) dx 94) dx 95) sen x ln(cos x) dx 96) e3|x| dx
x(x − 1)3 (x − 7)5 −1
Z −1 Z 1 √ Z 5
x − x3 + 1
Z
1 x
97) 5/4
dx 98) e dx 99) 3 + 2x2
dx 100) x2 ln x dx
−2 (x + 2) 0 x
Z π/4 Z 0
(4 + x2 )2 e2x
Z Z
x
101) cos x cos 5x dx 102) dx 103) xe dx 104) dx
0 x3 −∞ 1 + e4x
Z +∞ Z 1 Z 1 Z
−x2 2 3 −x2
105) xe dx 106) x sen x dx 107) xe dx 108) sen x10cos x dx
−∞ −1 0
4
4x3 + 2x2 − 5x − 18
Z Z Z
1
109) tg 4x cos 4x dx 110) dx 111) dx
0 (4 − x)3/2 (x − 4)(x + 1)3
164 CAPÍTULO 4

Respostas de exercı́cios
• Página 147:

sec x tg x + ln |sec x + tg x| π π 3 1 6e − 16
E) +C F) − + (ln 2 − ln 3) G)
2 4 18 2 e
4 sen 5xe4x − 5 cos 5xe4x π (x ln 2 − 1)2x
H) +C I) J) +D K) 2π
41 4 (ln 2)2

(11x + 23)(x + 1)11


L) +C
132

• Página 148:

2 cos3 x cos5 x
Z
sen 5 x dx = − cos x + − +C
3 5

sen 3x 2 sen 3 3x sen 5 3x


Z
cos5 3x dx = − + +C
3 9 15

cos 2x cos3 2x
Z
sen 3 2x dx = − + +C
2 6

• Página 149:
Z
x sen 4x
cos2 2x dx = + +C
2 8

sen 3 2x
Z
5x sen 2x 3 sen 4x
cos6 x dx = + + − +C
16 4 64 48

sen 3 2x
Z Z
2 2 x sen 4x x sen 4x
sen x cos x dx = − +C cos4 x sen 2x dx = − + +D
8 32 16 64 48

• Página 150:
Z Z
sen 2x sen 8x sen 5x sen x
sen 3x sen 5x dx = − +C cos 2x cos 3x dx = + +D
4 16 10 2

tg 3 x tg 4 x tg 6 x
Z Z
4
sec x dx = tg x + +C tg 3 x sec4 x dx = + +D
3 4 6

csc3 x csc5 x
Z
3 3
ctg x csc x dx = − +C
3 5

tg 3 x
Z
tg 4 x dx = x − tg x + +C
3
Técnicas de integração 165

• Página 151:
√ √
√ 2 sen 3 x 2 sen 7 x
Z
3
sen x cos x dx = − +C
3 7
Z 1
sec5 x 2 sec3 x 4−π
Z
2 πx
 
5
tg x sec x dx = − + sec x + C tg dx =
5 3 0 4 π
Z Z
2 sen 2x sen 8x
( tg x + ctg x) dx = tg x − ctg x + C sen 5x sen 3x dx = − +D
4 16
Z π/4 √
tg 2 x − 1 8−5 2
Z
sen 2x 3
dx = − +C sen x dx =
sec2 x 2 0 12

sec2 x sec5 x 2 sec3 x


Z Z
1 sec x
dx = − + D dx = − + sec x + C
(1 + tg x)2 1 + tg x ctg 5 x 5 3

sen 2 2x
Z
x sen 4x
sen 4 x cos2 x dx = − − +C
16 64 48

cos3 x 2 cos5 x cos7 x


Z
sen 5 x cos2 x dx = − + − +D
3 5 7

tg 3 x tg 5 x
Z
tg 6 x dx = −x + tg x − + +C
3 5

• Página 153:
Z
x2  x  x√4 − x2 Z √
p
(9 + x2 )3
√ dx = 2 arc sen − +C x 9 + x2 dx = +D
4 − x2 2 2 3
Z √ 2


x +1 x
dx = ln √ + x2 + 1 + C
x x2 + 1 + 1

(x2 + 2) x2 − 4
Z
1
√ dx = +D
x4 x2 − 4 24x3

• Página 158:
5x − 12
Z
dx = 3 ln |x| + 2 ln |x − 4| + C
x(x − 4)

2x2 − 12x + 4 3 ln |x − 4| 11 ln |x|


Z
1
dx = − + + +C
x3 − 4x2 4 4 x

9x4 + 17x3 + 3x2 − 8x + 3


Z
2 3 1
5 4
dx = 4 ln |x + 3| + 5 ln |x| − + 2 − 3 + C
x + 3x x 2x 3x
166 CAPÍTULO 4

x4 + 2x2 + 4x + 1
Z
1
2 3
dx = arc tg x − 2 +C
(x + 1) (x + 1)2

2x3 + 10x
Z
4
2 2
dx = ln(x2 + 1) − 2 +C
(x + 1) x +1

x3 − 6x2 + 5x − 3 x2 15 ln |x + 1| 3 ln |x − 1|
Z
2
dx = − 6x + − +C
x −1 2 2 2

• Página 160:
Z +∞ Z 0
1 1 1
dx = 3 (converge) dx = − (converge)
1 x4/3 −∞ (x − 1)
3 2
Z +∞ Z +∞
x x
2
dx diverge 4
dx = 0 (converge)
0 1+x −∞ x + 9
Z +∞ Z +∞
−x ln x
xe dx = 1 (converge) dx diverge
0 1 x

• Páginas 161-162:
Z 1
161-D) ln x dx = −1 (converge)
0
Z 1
162-B) x−2/3 dx = 6 (converge)
−1

• Página 162:
Z 8 Z 1
1 1
√ dx = 6 (converge) dx diverge
0
3
x −3 x2
Z π/2 Z 1
2 1
sec x dx diverge x. ln x dx = − (converge)
0 0 4

1 1
e x
Z Z
−4/3
x dx diverge √ dx = 2(e − 1) (converge)
−1 0 x
Z 2 Z π
x cos x
2
dx diverge √ dx = 0 (converge)
1 x −1 0 1 − sen x
4
x−2
Z
dx diverge
2 x2 − 5x + 4
Técnicas de integração 167

• Páginas 162-163:

2 tg 3 x tg 5 x 1 9 + x2 − 3
1) sen x − x cos x + C 2) tg x + + +D 3) ln +E
3 5 3 x

3 ln(x2 + 1) ln(x2 + 1)
4) x2 + + ln |x − 1| + C 5) − + ln |x| + D 6) diverge 7) diverge
2 2
x2 e3x 2xe3x 2e3x sec5 x 243 2(1 − ex )3/2
8) − + +C 9) +D 10) (converge) 11) − +E
3 9 27 5 10 3
12) 2 ln |x| + 4 ln |x + 2| − ln |x − 2| + C 13) x sec x − ln |sec x + tg x| + D

1
  x  5√x2 − 25  2(x ln x)2 − 2x2 ln x + x2
14) arc sec + +C 15) diverge 16) +D
250 5 x2 4

3 3 sen 5 x sen 7 x 5ex2 (x2 + 32) 16 − x2
17) sen x − sen x + − +C 18) +D 19) − +E
5 7 2 3
(6 ln x − 4)x3/2 1 x
20) diverge 21) +C 22) ln(x2 + 4) + arc tg + 3 ln |x + 5| + D
9 2 2
(1 + ex )2 1 ln 2
23) − 2(1 + ex ) + ln(1 + ex ) + C 24) +D 25) (converge)
2 2(16 − x2 ) 2

sen 3 2x sen 5 2x −e−x ( sen x + cos x)


26) − +C 27) diverge 28) +D 29) e tg x + E
6 10 2
2 ln |x| 3 5 ln(x2 + 9) ctg 5 x ctg 7 x
30) + + +C 31) − − +D 32) 6 (converge)
3 x 3 5 7
ln |25 − 9x2 | sec x tg x ln |sec x + tg x| 1
33) − +C 34) − + D 37) (converge)
18 2 2 2

x2 + 9
2
35) x(ln x) − 2x ln x + 2x + C 36) − + D 38) tg (ex ) + E 40) 1 (converge)
9x
  2
sen 3 x 2 sen 5 x sen 7 x
  x 
1 x +1
39) ln + arc tg + C 41) − + +D
2 x2 + 4 2 3 5 7

ln(1 + x2 )
42) x arc tg x − +C 43) (x2 − 1) sen x + 2x cos x + D 44) diverge
2

cos5 x cos3 x 2x2 − 1
 
x 1 − x2
45) − +C 46) arc sen x + +D 50) ln 2 (converge)
5 3 4 4

2(x3 + 1)5/2 2(x3 + 1)3/2 √ √ √


 
1 5x
47) arc sec +C 48) − +D 49) 2( x sen x+cos x)+E
4 4 15 9

(−8x2 − 4x − 1) −4x 3x2


51) e +C 52) + 12x − 10 ln |x − 6| + 33 ln |x − 2| + D
32 2
168 CAPÍTULO 4

π cos 3x cos x e3x (3 cos 2x + 2 sen 2x)


53) (converge) 54) diverge 55) − − + C 56) +D
2 6 2 13

1 ln 2x + 4x2 − 25 √ 2( sen x)5/2
57) − +C 58) +D 59) 2 sen x − +E
(x2 + 1)2 2 5

3 ln(x2 + 9)
 x  3 ln |x − 3|
1 3
60) ln 1 − +C 61) x + − arc tg + +D 63) diverge
ln x 4 2 3 2
  √
x( sen (ln x) − cos(ln x)) x−3 π 2− 2
62) + C 64) arc tg + D 65) (converge) 67)
2 3 3 3

5 ln |x + 3| 3 ln |x − 3| 7 x
66) − + − +C 68) 0 (zero) 69) − √ +D
6 2(x + 3) 6 2(x − 3) x2 −1
3 x tg 4 x
70) ln(x2 + 4) + arc tg +C 71) diverge 72) 2 ln 3 − 3 ln 2 74) +D
2 2 4
4(cos x)3/2 cos2 x 1 4
(x2 + 1) arc tg x − x + D

73) − cos x − − +C 75) 77)
3 2 2 3

4 − x2 x ctg 3x
76) − − arc sen + C 78) diverge 79) − x − + D 83) diverge
x 2 3
(x + 1)4 (x − 3) 100 2

80) ln + C 81) (200x − 3)(2x + 3) + D 82) x − x2 + ln |x| + E
(x − 2)5 40400 4

x2 3 ln |x| 27 ln |x2 − 4| (8 − x3 ) 3 8 − x3
84) 0 (zero) 85) − + + C 86) − +D
2 4 8 4
√ cos(3x2 )
 
7 2
4
87) 12 ln |x| − 2 + C 88) x arc sen x + 1 − x + D 89) ln 90) − +E
2x e 6

(x − 1)2
 
9 2x x 9 − 4x2 1 − x
91) arc sen + + C 92) (converge) 93) ln +D
4 3 2 2 x (x − 1)2

1 2(e3 − 1)
94) − +C 95) cos x − cos x ln(cos x) + D 96) 97) diverge
4(x − 7)4 3

ln |x| 1 23 ln |x + 2| x3 (3 ln x − 1) 1
98) 2 99) − − − +C 100) +D 101) −
4 2x 4 9 12
8 x2 arc tg (e2x )
102) − + 8 ln |x| + +C 103) − 1 (converge) 104) +D 105) 0 (zero)
x2 2 2
e−2 10cos x cos 4x
106) 0 (zero) 107) 108) − +C 109) − +D 110) diverge
2e ln 10 4
3
111) ln [(x − 4)2 (x + 1)2 ] − +C
2(x + 1)2
Capı́tulo 5

Aplicações geométricas
da Integral Definida

5.1 Áreas de regiões planas

É a aplicação mais direta (imediata), pois está diretamente relacionada com a própria
definição da integral definida:

Problema: Seja f : [a, b] → IR contı́nua, com f (x) ≥ 0 ∀ x ∈ [a, b] .


Como calcular a área sob o gráfico de f , entre x = a e x = b ?

Solução: (Recordando...)
Iniciamos fazendo uma aproximação através das Somas de Riemann.
Fazemos uma partição P do intervalo [a, b], dividindo-o em vários intervalos

[x0 , x1 ] , [x1 , x2 ] , . . . , [xn−1 , xn ]

169
170 CAPÍTULO 5

∆xi é o comprimento de cada intervalo [xi−1 , xi ] e kP k = max ∆xi .


i

Tomamos então um ponto wi em cada intervalo [xi−1 , xi ] e consideramos (em cada


intervalo) o retângulo de base ∆xi e altura f (wi ) , de área f (wi ).∆xi .

A soma das áreas desses retângulos é uma Soma de Riemann de f com relação a P .
n
X
R(f ; P ) = f (wi ).∆xi representa uma aproximação da área A que desejamos calcular.
i=1

A área A é o limite das Somas de Riemann quando refinamos a partição P , ou seja, tomamos
mais divisões ainda, de modo que kP k → 0 .
n
X Z b
A = lim f (wi ).∆xi = f (x) dx
kP k→0 a
i=1

Exemplos:

(A) Vamos obter a área de um cı́rculo de raio r :


Aplicações geométricas
da Integral Definida 171

Obs.: Se f, g : [a, b] → IR são contı́nuas e f (x) ≥ g(x) ∀ x ∈ [a, b], a integral nos
permite calcular a ÁREA ENTRE OS DOIS GRÁFICOS, de x = a até x = b :

Z b
A= [f (x) − g(x)] dx
a

(mesmo que f ou g sejam negativas, o que importa é que f (x) ≥ g(x) em [a, b])

(B) Calcule a área delimitada pelos gráficos das funções f (x) = x e g(x) = x2 entre x = 0
e x=1:

Obs.: Raciocı́nio semelhante pode ser feito para se obter áreas delimitadas por gráficos de
equações onde x é dado como função de y ( x = f (y) ).
172 CAPÍTULO 5

(C) Calcule a área delimitada pela curva x = −y 2 + 3y e o eixo Oy das ordenadas.

(D) Refaça o exemplo (B) anterior usando o raciocı́nio da última observação. (Exercı́cio)

Exercı́cios:

2x2
1) Se f (x) = ∀ x 6= 4 , calcule a área sob o gráfico de f entre x = 0 e x = 2.
(x − 4)2

3x
2) Se g(x) = ∀ x ∈ IR , calcule a área sob o gráfico de g entre x = 0 e x = 2.
ex
3) Qual o valor de a (a > 1) para que a região sob o gráfico de y = 1/x entre x = 1 e x = a
tenha área igual a 5 u.a. ?

4) Mostre que, para qualquer a > 1, a área sob a curva y = 1/x2 entre x = 1 e x = a é sempre
menor do que 1 u.a.

5) Faça um esboço e calcule as áreas das regiões delimitadas pelos gráficos das seguintes
equações:

(a) y = 1/x2 , y = −x2 , x = 1 , x = 2 ;


(b) y = x2 + 1 ; y = 5 ;
(c) x = y 2 ; x = 2y 2 − 4 ;
(d) y = cos x ; y = sen x ; x = −π/2 ; x = π/6 ;
x
(e) y = e2x ; y = 2 ; x=0; x=1;
x +1
x
(f) y = ; x=1; y=0;
1 + x4

6) Prove que as curvas de equações y = x2 e x = y 2 dividem o quadrado de vértices


(0, 0) , (1, 0) , (0, 1) e (1, 1) em 3 regiões de mesma área. Faça também um esboço.
Aplicações geométricas
da Integral Definida 173

5.2 Volumes de (alguns) sólidos de revolução

Problema: Seja f : [a, b] → IR contı́nua ( f (x) ≥ 0 ∀ x ∈ [a, b] ).


Como calcular o volume do sólido de revolução gerado quando rodamos a região sob o
gráfico de y = f (x), entre x = a, x = b e o eixo Ox, em torno do eixo Ox ?

Solução: Iniciamos (novamente) com uma partição P do intervalo [a, b]

Em cada intervalo [xi−1 , xi ] da partição, escolhemos um ponto wi e consideramos o


retângulo de base ∆xi e altura f (wi ) .
Girando este retângulo (de base ∆xi e altura f (wi ) ) em torno do eixo Ox, obtemos um
cilindro de volume π.f (wi )2 . ∆xi :

Somando os volumes desses cilindros, temos uma aproximação para o volume que desejamos
calcular.
174 CAPÍTULO 5

n
X
π.f (wi )2 . ∆xi = R(πf 2 ; P )
i=1

O volume V procurado é o limite desta soma quando kP k → 0 , ou seja, quando refinamos


a partição P :

n
X Z b
2
V = lim πf (wi ) ∆xi = πf (x)2 dx
kP k→0 a
1=1

Obs.: Raciocı́nio análogo para girar x = f (y) em torno do eixo Oy !

Exemplos:

(A) Vamos obter o volume da “bola” de raio r :

Obs.: Se f, g : [a, b] → IR são contı́nuas e f (x) ≥ g(x) ≥ 0 ∀ x ∈ [a, b], a integral nos
permite calcular o volume do sólido obtido quando giramos a região entre os gráficos de f e g
em torno do eixo Ox :

Z b
V = π[f (x)2 − g(x)2 ] dx
a
Aplicações geométricas
da Integral Definida 175

(B) Calcule o volume do sólido de revolução obtido quando giramos a região entre os gráficos

de f (x) = x e g(x) = x (entre x = 0 e x = 1) em torno do exo Ox .

Obs.: E se quisermos girar y = f (x) em torno do eixo Oy ?


Neste caso temos um novo problema...

Problema: Seja f : [a, b] → IR contı́nua ( f (x) ≥ 0 ∀ x ∈ [a, b] ).


Como calcular o volume do sólido de revolução gerado quando rodamos a região sob o
gráfico de y = f (x), entre x = a, x = b e o eixo Ox, em torno do eixo Oy ?

Solução: (Método das cascas cilı́ndricas)


Consideremos, como sempre, uma partição P do intervalo [a, b].
Em cada intervalo [xi−1 , xi ] da partição, fixemos seu ponto médio di e consideramos o
retângulo de base ∆xi e altura f (di ) .
176 CAPÍTULO 5

Girando este retângulo (de base ∆xi e altura f (di ) ) em torno do eixo Oy, obtemos uma
CASCA CILÍNDRICA

de volume
xi + xi−1
πx2i · f (di ) − πx2i−1 · f (di ) = π(xi − xi−1 ) · (xi + xi−1 ) · f (di ) = π∆xi · 2 · f (di ) =
2
= 2π di f (di ) · ∆xi

Somando os volumes dessas cascas cilı́ndricas, temos uma Soma de Riemann da função
g(x) = 2πx.f (x) , a qual representa uma aproximação para o volume que desejamos calcular.
n
X
2π di f (di ) · ∆xi = R(2πxf (x); P )
i=1

O volume V procurado é o limite desta soma quando refinamos a partição P , de modo que
kP k → 0 :
Xn Z b
V = lim 2π di f (di ) · ∆xi = 2πxf (x) dx
kP k→0 a
1=1

Exemplo: Calculemos o volume do sólido obtido quando giramos a região delimitada pelo
2
gráfico de y = f (x) = , x = 1 , x = 2 e o eixo Ox , em torno do eixo Oy :
x
Aplicações geométricas
da Integral Definida 177

Exercı́cios:

1) Utilize a integral definida para deduzir (faça um esboço) a fórmula do volume de um cone
circular reto com raio da base r e altura h.

2) Giramos em torno do eixo Ox a região delimitada por y = sec x ; x = −π/3 ; x = π/3 ;


y = 0 . Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução obtido.

1
3) Giramos em torno do eixo Ox a região delimitada por y = √ ; x = 1 ; x = 4 ; y = 0 .
x
Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução obtido.

1
4) Seja R a região delimitada por y = ; x=2; x=3; y=0.
(x − 1)(4 − x)
Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução obtido quando...

...giramos R em torno do eixo Ox;


...giramos R em torno do eixo Oy;

5) Giramos em torno do eixo Oy a região do plano delimitada por y = ln x ; y = 0 ; x = e .


Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução obtido.

6) Fazemos girar em torno do eixo Ox a região do plano delimitada por y = tg x ; y = 0 ;


x = π/6 ; x = π/4 . Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução obtido.

7) Seja S a região delimitada por y = sen x ; x = 0 ; x = π ; y = 0 .


Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução obtido quando...

...giramos S em torno do eixo Ox;


...giramos S em torno do eixo Oy;

1
8) Fazemos girar em torno do eixo Ox a região do plano delimitada por y = ; y=0;
1 + x2
x = 0 ; x = 2 . Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução obtido.

2
9) Giramos em torno do eixo Oy a região do plano delimitada por y = e−x ; y = 0 ; x = 0 ;
x = 1 . Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução obtido.
178 CAPÍTULO 5

Coletânea de provas anteriores (1)

Questão 1: (45 pts) Calcule as seguintes integrais definidas:


Z 1
(a) (3x2 + 1)ex dx
0
Z e Z π/3
ln x cos(ln x) tg θ
(b) dx (c) dθ
1/e x π/6 cos2 θ
1
2x4 − 4x3 − x2 + 3x − 7
Z
(d) dx
0 x3 − 2x2 + x − 2

Questão 2: (25 pts) Calcule as seguintes integrais indefinidas:

x3
Z Z
(a) √ dx (b) 2 sen 3θ sen 2 θ dθ
9 − x2

Questão 3: (15 pts) Verifique (mostre as contas) se as integrais impróprias abaixo con-
vergem ou não e obtenha os valores das que convergirem:
Z +∞
ln x
(a) dx
1 x2
Z 1
1
(b) dx
0 x(x2 + 1)2

Questão 4: (15 pts) Considere a região R delimitada por y = 2x2 , x = 1 e y = 0 .

(a) Faça um esboço da região R e calcule a sua área;

(b) Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução Sx obtido quando giramos a
região R em torno do eixo Ox ;

(c) Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução Sy obtido quando giramos a
região R em torno do eixo Oy ;

(d) Responda: Qual dos dois sólidos de revolução (Sx ou Sy ) tem o maior volume ?
Aplicações geométricas
da Integral Definida 179

Coletânea de provas anteriores (2)

Questão 1: (48 pts) Calcule as seguintes integrais definidas:

π/2 π/4
4 · e2+ln(2x+π sen x+1)
Z Z
tg θ
(a) dx (b) dθ
0 π π/6 sen 2 θ
(5+π)2 √ √
( x − 5) sen ( x − 5)
Z
(c) √ dx
(5−π)2 2 x

1
2x5 + 3x4 + 2x3 + 2x2 + 2x − 1
Z
(d) dx (Obs.: x4 +2x3 +2x2 +2x+1 = (x+1)2 (x2 +1) )
0 x4 + 2x3 + 2x2 + 2x + 1

Questão 2: (20 pts) Calcule as seguintes integrais indefinidas:


Z Z
1
(a) dx (b) (2 cos2 θ − 1) cos 5θ dθ
(4 − x2 )3/2

Questão 3: (16 pts) Verifique (mostre as contas) se as integrais impróprias abaixo con-
vergem ou não e obtenha os valores das que convergirem:
Z 3 Z +∞
2
(a) ln(3 − x) dx (b) e−r r dr
2 0


Questão 4: (16 pts) Considere a região R delimitada por y = 2 x , x = 1 , x = 2 e
y=0.

(a) Faça um esboço da região R e calcule a sua área;

(b) Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução Sx obtido quando giramos a
região R em torno do eixo Ox ;

(c) Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução Sy obtido quando giramos a
região R em torno do eixo Oy ;

(d) Responda (mostre as contas): Qual destes sólidos de revolução (Sx ou Sy ) tem o maior
volume ?
180 CAPÍTULO 5

Coletânea de provas anteriores (3)

Questão 1: (48 pts) Calcule as seguintes integrais definidas:


Z 1
cos(πx) − 3x2 + 5 + e(2x−1) dx
 
(a)
0
Z 4 √
Z π/3
( x +1)
(b) e dx (c) (1 + tg θ)2 dθ
1 π/4

1
x4 − 2x3 + 3x2 + 3
Z
(d) dx (Obs.: −x3 + 2x2 − x + 2 = x2 (−x + 2) + (−x + 2) = . . . )
0 −x3 + 2x2 − x + 2

Questão 2: (20 pts) Calcule as seguintes integrais indefinidas:

sen 2θ · sen 2 θ · cos θ


Z Z
9
(a) dx (b) dθ
(x2 − 9)3/2 2

Questão 3: (16 pts) Verifique (mostre as contas) se as integrais impróprias abaixo con-
vergem ou não e obtenha os valores das que convergirem:
Z 1
ln x
(a) dx
0 x3
Z +∞
1
(b) dx
e x(ln x)3/2

π
Questão 4: (16 pts) Considere a região R delimitada por y = cos x , x = 0 , x = e
2
y=0.

(a) Faça um esboço da região R e calcule a sua área;

(b) Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução Sx obtido quando giramos a
região R em torno do eixo Ox ;

(c) Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução Sy obtido quando giramos a
região R em torno do eixo Oy ;

(d) Responda (mostre as contas): Qual destes sólidos de revolução (Sx ou Sy ) tem o maior
volume ?
Aplicações geométricas
da Integral Definida 181

Coletânea de provas anteriores (4)

Questão 1: (48 pts) Calcule as seguintes integrais definidas:



3
−1/e2   π/3 4
1 − sen θ
Z Z Z
1 1 3 3
(a) 3− + 2 dx (b) dθ (c) (x − 2)6 x2 dx
−1 x x π/6 cos2 θ 0 8

2
3x5 + 12x4 + 8x3 − 3x2 + 2x + 3
Z
(d) dx (Obs.: x3 + 4x2 + 3x = x(x2 + 4x + 3) = . . . )
1 x3 + 4x2 + 3x

Questão 2: (20 pts) Calcule as seguintes integrais indefinidas:



x2 + 1
Z Z
(a) (1 − 2 sen 2 θ) cos 4θ dθ (b) dx
(x2 + 1)3

Questão 3: (16 pts) Verifique (mostre as contas) se as integrais impróprias abaixo con-
vergem ou não e obtenha os valores das que convergirem:
Z +∞
(a) ( sen t) · e−st dt (s > 0, constante)
0
Z π  
θ
(b) tg dθ
0 2

Questão 4: (16 pts) Considere a região R delimitada por y = ln x , x = 1 , x = e e


y=0.

(a) Faça um esboço da região R e calcule a sua área;

(b) Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução Sx obtido quando giramos a
região R em torno do eixo Ox ;

(c) Faça um esboço e calcule o volume do sólido de revolução Sy obtido quando giramos a
região R em torno do eixo Oy ;

(d) Responda (mostre as contas): Qual destes sólidos de revolução (Sx ou Sy ) tem o maior
volume ?
182 CAPÍTULO 5

Coletânea de provas anteriores (5)

Questão 1: (48 pts) Calcule as seguintes integrais definidas:

−1 π/6
cos2 θ + tg 2 θ
Z   Z
(x+2) 1
(a) 2 − dx (b) dθ
−2 x π/4 tg θ

3 e
2x5 + x4 + 14x3 + 15x − 3
Z Z
(c) dx (d) x3 · ln x dx
1 x4 + 3x2 1

Questão 2: (20 pts) Calcule as seguintes integrais indefinidas:


Z Z
3 1
(a) 2 · cos 2θ · sen 3θ dθ (b) dx
(1 − x2 )5/2

Questão 3: (16 pts) Verifique (mostre as contas) se as integrais impróprias abaixo con-
vergem ou não e obtenha os valores das que convergirem:
Z +∞
(a) t2 · e−st dt (s > 0, constante)
0

Z 2
x
(b) √
3
dx
1 2 x2 − 1

Questão 4: (16 pts) Considere o retângulo R delimitado pelas retas x = 0 , x = 2 ,


y = 0 , y = e2 .

(a) A curva y = ex divide R em duas regiões R1 e R2 , sendo R1 adjacente ao eixo Ox e


R2 adjacente ao eixo Oy . Faça um esboço com essas três regiões.

(b) Qual das regiões ( R1 ou R2 ) tem a maior área ? (mostre as contas)

(c) Obtenha o volume do sólido S1 obtido quando giramos a região R1 em torno do eixo
Ox . Faça um esboço.

(d) Obtenha o volume do sólido S2 obtido quando giramos a região R2 em torno do eixo
Oy . Faça um esboço.

(e) Responda (mostre as contas): Qual destes sólidos de revolução (S1 ou S2 ) tem o maior
volume ?
Aplicações geométricas
da Integral Definida 183

Respostas de exercı́cios
• Página 172:
a
3e2 − 9
Z  
5 1 1 1
1) 12 − 16 ln 2 2) 3) a = e 4) dx = 1 − <1 >0
e2 1 x 2 a a

17 32 32 3+ 3 e1 − 1 − ln 2 π
5) a) b) c) d) e) f)
6 3 3 2 2 8
1
6) A área de cada região é de u.a.
3

• Página 177:

πr2 h √
1) V = u.v. 2) V = 2π 3 3) V = 2π ln 2
3
 2 
(3 + 4 ln 2)π 10 ln 2π e +1
4) V0x = , V0y = 5) V0y = π
27 3 2

(12 − 4 3 − π)π π2
6) V0x = 7) V0x = , V0y = 2π 2
12 2
 
π 2 (e − 1)π
8) V0x = arc tg 2 + 9)
2 5 e

• Página 178: Coletânea 1


4 3π
Questão 1) a) 4e − 7 b) 0 (zero) c) d) 1 +
3 4
(9 − x2 )3/2 cos 5θ cos 3θ cos 2θ
Questão 2) a) − 9(9 − x2 )1/2 + C b) − + +D
3 10 3 2
Questão 3) a) 1 (converge) b) diverge
2 4π
Questão 4) a) AR = u.a. b) VSx = u.v. c) VSy = π u.v. d) Adivinhe !
3 5

• Página 179: Coletânea 2


ln 3 π−2
Questão 1) a) e2 (π + 6) b) c) 2π d)
2 4
x sen 7θ sen 3θ
Questão 2) a) √ +C b) + +D
4 4 − x2 14 6
184 CAPÍTULO 5

1
Questão 3) a) −1 (converge) b) (converge)
2

4(2 2 − 1)
Questão 4) a) AR = u.a. b) VSx = 6π u.v.
3

8π(4 2 − 1)
c) VSy = u.v. d) VSy > VSx
5

• Página 180: Coletânea 3

e2 + 8e − 1 √ 7 ln 2 − 1
Questão 1) a) b) 2e3 c) 3 + ln 2 − 1 d)
2e 2
x cos5 θ cos3 θ
Questão 2) a) − √ +C b) − +D
x2 − 9 5 3
Questão 3) a) diverge b) 2 (converge)
π2
Questão 4) a) AR = 1 u.a. b) VSx = u.v. c) VSy = π 2 − 2π u.v. d) VSy > VSx
4
• Página 181: Coletânea 4

e4 + 4e2 − 3 4 3 −6 32 12 + 3 ln 2 + ln 3 − ln 5
Questão 1) a) b) c) d)
e2 3 7 2
sen 6θ sen 2θ 2x3 + 3x
Questão 2) a) + +D b) +C
12 4 (x2 + 1)3/2
1
Questão 3) a) (converge) b) diverge
1 + s2
e2 + 1
 
Questão 4) a) AR = 1 u.a. b) VSx = π(e − 2) u.v. c) VSy = π u.v.
2
d) VSy > VSx

• Página 182: Coletânea 5


√ √
1 ln 3 1 4 3 3 π 3 3e4 + 1
Questão 1) a) + ln 2 b) − + c) + 4 ln 3 − ln 2 + d)
ln 2 2 8 3 2 18 16
sen 2θ sen 8θ sen 4θ 3x − 2x3
Questão 2) a) − − +D b) +C
2 16 8 3(1 − x2 )3/2
2 3
Questão 3) a) 3 (converge) b) (converge)
s 8
π(e4 − 1)
Questão 4) b) AR1 < AR2 c) VS1 = u.v. d) VS2 = π(2e2 − 2) u.v.
2
e) VS1 > VS2
Referências

[1] Swokowski, Earl W., Cálculo com geometria analı́tica, vol. 1. Makron Books.

[2] Leithold, Louis, Cálculo com geometria analı́tica. Makron Books.

[3] Simmons, George F., Cálculo com geometria analı́tica. Makron Books.

[4] Munem, Mustafa e Foulis, David J., Cálculo. Editora Guanabara Dois.

[5] Guidorizzi, Hamilton Luiz, Um curso de cálculo, vol. 1. Editora LTC.

185

Вам также может понравиться