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Edição nº 098

05/05/2018

A Cura Pelas Planta

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Lute
- Eu pedi a Ifá por força, e ele me deu dificuldades para me fazer forte.
- Perguntei a Ọrùnmìlà por sabedoria, e ele me deu problemas para
resolver.
- Eu pedi a Àjẹ por prosperidade financeira, e ela me deu cérebro e
músculos para trabalhar.
- Eu perguntei a Ọgùn por coragem, mas me desafiou com perigo.
- Pedi a Ọbàtàlà a graça de identificar meus inimigos, e ele me desafiou com
problemas no meio dos meus amigos.
- Perguntei Ẹṣù Ọdàrà sucesso na minha carreira, e ele me desafiou com os
críticos.
- Então eu inclinei minha cabeça para Ọlọdùmàrẹ para favor, e ele me deu
oportunidades.
- Eu nunca consegui tudo o que eu queria, mas eu, inadvertidamente, tenho
tudo o que eu precisava no espaço e tempo.

Tudo o que a vida lança em você, mesmo que machuque você, apenas seja
forte e lute por ele. Lembre-se, cada história de gratidão foi uma vez em um
evento de difícil luta experiência, tudo que você precisa é paciência para ler
entre as linhas e ter fé nos ancestrais para eles nunca falham. NUNCA
FALHA!!!

Àbọrù Àbọyẹ
Ifá gbẹ wá o,
Àṣẹ Ọlọdùmàrẹ.

Ọlọdùmàrẹ Àṣẹ.

Àwọ Ifábùnmì Fátùmbí


Marco Rodrigues

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O presente trabalho pretende
compreender e analisar a
importância das práticas
divinatórias de expressões Africanas
utilizadas nos Cultos de Ọrùnmìlà
Ifá, as organizações religiosas em
que se presta Culto às divindades
introduzidas pelos africanos e o
povo do novo mundo. Em seu
conjunto, são religiões africanas que
se perpetuaram nas Américas, é em
sua totalidade, consequência da
criação do mundo, o caminho que
vamos percorrer e dos oráculos,
iremos entender um pouco o que
nos foi deixado por Ọrùnmìlà. A
fundação de Ifá adivinhação é a
capacidade de reproduzir Ọdú (o
texto sagrado de Ifá adivinhação) Ẹlá, orientado e influenciado pelo Espírito
de Luz ou o Espírito de Pureza. A palavra Ẹlá é pronome pessoal que significa
"luz", a Sabedoria de Ifá é baseada nos ensinamentos do profeta histórico
Ọrùnmìlà que recebeu inspiração do Espírito de Ẹlá. Todos Àwọ (adivinhos),
que são iniciadas em Ifá são Ọrùnmìlà, considerados descendentes de
portadores e do Espírito de Ẹlá, como resultado da transformação que
ocorre durante o início de Ifá. Existe uma tendência no ser humano de
reduzir os novos fenômenos com que ele se defronta a ideias e definições
preexistentes em sua mente oriundas de fatos anteriormente conhecidos.
Esta redução dificulta uma visão e uma interpretação corretas do que se
analisa. Assim, os fatos culturais dos negros do Golfo do Benin nos seus
cerimoniais e ritos transformam-se, nesta visão deformadora, em religião
primitiva. O Candomblé não é primitivo e muito menos religião, antes de
tudo, este conjunto de preceitos, regras, ritos e práticas formam uma visão
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do mundo, concepção global de apreensão da realidade - termo usado em
filosofia e uma técnica que permite o confronto com a natureza e com seus
semelhantes, utilizando a energia de sua própria mente (Ọrí).

Contato: Livro com 855 páginas, os 256 Ọdú e


ifabunmi@gmail.com suas rezas, Em PDF. Oráculos de ọbí,
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Por vezes, as pessoas fazem um
contato poderoso com a realidade
divina, que está dentro e por trás de
toda a criação, por meio de oração,
Ẹbọ, iniciações e rituais. Ela é
necessária dentro da vida pessoal ou
espiritual e as pessoas podem
exclamar: "É um milagre quando são
realizados os objetivos!" Mas, com o
passar do tempo, o estado da
consciência pessoal ou espiritual
voltará a reafirmar-se nas suas
atividades, experiência e reproduzirá
os mesmos efeitos negativos
anteriores ou novos. Você não pode efetuar mudanças permanentes na sua
vida a menos que você mude sua consciência o seu "EU". Portanto, as
pessoas devem rezar realizar seus rituais e oferendas e esforçar-se a todo o
momento para alcançar sua consciência e alinhamento com Òlòrùn. As Leis
Universais da Existência se relacionam somente às atividades da
consciência, são exatas e indesviáveis. Relacionam-se ao fator causativo da
consciência que atrai e magnetiza as partículas elétricas que se unem, logo
aparecem perante o mundo como formas e experiências sólidas na vida
quanto na experiência pessoal. Sua consciência pessoal que traz para você
o bom ou mal. No seu subconsciente, você traz lembranças fortemente
impregnadas, ainda que ocultas, de traumas e emoções anteriores que
podem irromper e afetar a sua consciência atual.

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ẸWẸ O SANGUE VERDE DA NATUREZA

As folhas desempenham papel fundamental


na tradição Yọrùbà e o sangue verde tem
tamanha importância quanto o vermelho,
sendo o primeiro muito mais acessível que o
segundo. Para o vegetal, por conseguinte, é
vivenciado em todos os contextos rituais,
podendo-se considerar a relação
homem/vegetal como fundamental na visão
de mundo Jẹjẹ-Nagô. Primeiramente, ver-se-
á a figura do bàbàọjẹ – sacerdote dos
Terreiros Lẹsẹ Ẹgùngùn – do culto dos antepassados – outrora existentes
em número expressivo e atualmente restritos às Casas da Ilha de Itaparica
(BA). Detém o controle deste tipo de célula social, possuindo
conhecimentos profundos sobre o sistema de adivinhação e das plantas
necessárias para a realização de seus rituais, assim como de suas aplicações
mais amplas. A presença dos vegetais é, no entanto, associada também ao
Ọrìșà Ọsànyìn, como o é nos Terreiro Lẹsẹ
Ọrìșà. Na maioria das prescrições, o emprego
das folhas é indispensável, o que também
ocorre em todos os ritos de iniciação ao culto.
Dado que Ọsànyìn é o senhor de todas as
folhas, o padroeiro da medicina, sua
participação nos Terreiros de Ẹgùngùn é
essencial, O Bàbàọjẹ detém a autoridade sobre
os outros membros que pertencem a confraria
masculina dos Ẹgùngùn – ancestrais ilustres
africanos ou brasileiros – que compreende: os
Ọjẹ, seus imediatos hierárquicos, distribuídos segundo o princípio de
senioridade e os Àmùìșán, noviços, pretendentes ao desempenho do
controle destes espíritos e a serem descodificadores das falas ancestrais.
Bàbàlàwọ – “Pai do Segredo”, aquele que aprende durante um longo
período as histórias e mitos referentes aos 256 Ọdú ou signos de Ifá “cujo
conjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos

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tradicionais do povo de língua Yọrùbà” (Verger, 1981:126). É a memória viva
do povo e seu saber mostra-se concretizado na manipulação do processo
de adivinhação de Ifá; “dois sistemas permitem ao
Bàbàlàwọ encontrar o signo de Ifá que está sendo
procurado, chave do problema que lhe apresenta o
consulente” (Verger, 1981:126). Seu
conhecimento coloca-o em posição privilegiada
dentro dos grupos; o seu poder sendo reconhecido
e legitimado pela sua capacidade de “resolver
casos” e estabelecer “verdades”. Seu raio de ação
estende-se a várias comunidades, não estando
especialmente ligado a um Terreiro; este fato
ligado a outras circunstâncias não favoreceu a
proliferação da categoria, estando atualmente
quase extinta no âmbito dos cultos afro-
brasileiros. Bàbálọsànyíán – “Conhecedor das
virtudes das ervas”, está inserido no quadro
hierárquico do Terreiro Lẹsẹ Ọrìșà por Costa Lima
(1977:100). Cabe ressaltar que sua prática
encontra-se intimamente associada a do
Bàbàlàwọ, porém as transformações ocorridas em nível das relações de
poder o trouxeram, primeiro, para a esfera de uma só comunidade e, a
seguir, colocaram-no para fora – na sociedade abrangente sob a forma, às
vezes, de mateiro ou vendedor de ervas – sem vínculo estreito com um
grupo e sem este título. Na África, é através do sistema de Ifá, da
interpretação e aplicação dos ensinamentos contidos nos 256 Ọdú, que a
prática envolvendo os vegetais, é baseada. Cada um dos textos desses Ọdú
menciona espécies vegetais e sua utilização adequada (Verger, 1976:1). É
notado por vários autores que o Bàbàlàwọ sempre têm a seu lado um
Ọṣanyìn, que fala e um Ẹṣù que executa as suas prescrições. Um Ìtàn
corrobora esta associação entre o Ọrìșà das folhas e Ifá, divindade cultuada
pelo Bàbàlàwọ, e outro explicita as relações de poder e, a consequente
subordinação de “doutor-folha” ao “pai do segredo”. Estes Ìtàn refletem as
posições antagônicas, muitas vezes conflituosas, do exercício desses dois
tipos de saber, já que ambos se encontram ligados ao sistema de
adivinhação.

“Ọ̀ rúnmìlà dá a Ọṣanyìn o nome das plantas


Ọtùrà encontra Ìká
O não iniciado desconhece

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Ifá foi consultado por Ọ̀ rúnmìlà
Que estava partindo da terra para o céu
Que estava indo apanhar todas as folhas
Quando Ọ̀ rúnmìlà chegou ao céu
Ọlọdùmàrẹ disse, eis todas as folhas que
queria pegar
O que fará com elas?
Ọrùnmìlà respondeu que iria usá-las
Para benefício dos seres humanos na terra.
Todas as folhas que Ọ̀ rúnmìlà estava
pegando
Ọ̀ rúnmìlà carregaria para a terra
Quando chegou à pedra Àgbàaṣáalà
(Está pedra está a meio caminho entre a
terra e o céu)
Aí Ọ̀ rúnmìlà encontrou Ọṣanyìn no
caminho
Perguntou: Ọṣanyìn onde vai?
Este disse que iria
ao céu
Disse que estava indo buscar folhas e remédios
Ọ̀ rúnmìlà disse: está bem
Disse que já tinha ido buscar folhas no céu
Para benefício dos seres humanos na terra
Disse: olhe todas estas folhas
Ọṣanyìn pode apenas arrebatar todas as folhas
Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas
Porém não conhecia seus nomes
Foi Ọ̀ rúnmìlà quem deu nome a todas as folhas
Assim Ọ̀ rúnmìlà nomeou todas as folhas aquele
dia
Ele disse: você Ọṣanyìn
Carrega todas as folhas para a terra
Disse, volte, iremos para a terra juntos
Foi assim que Ọ̀ rúnmìlà entregou
Todas as folhas para Ọṣanyìn naquele dia
Foi ele quem ensinou a Ọṣanyìn o nome das folhas
Foi assim que Ọṣanyìn soube o nome das folhas apanhadas”

“Ọṣẹ Ọdì a beleza de Ifá

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Ìṣán a beleza das serpentes
Seios lisos são a beleza da mulher
Ifá foi consultado por Sacrifício, filho de Ọ̀ rúnmìlà
Ifá foi consultado por Remédio, filho de Ọṣanyìn
Um dia Ọṣanyìn falou ao rei Àjàláyẹ que
Ele era mais velho que Ọ̀ rúnmìlà
Por seu poder e conhecimento ele era muito superior a Ọ̀ rúnmìlà
Ọṣanyìn alardeou todos os feitiços que costumava fazer
E todos os remédios que preparava
O rei Àjàláyẹ avisou Ọ̀ rúnmìlà:
Ọṣanyìn disse-me que é maior que você
Agora o rei quer saber
Se é você que é maior que Ọṣanyìn
Ou se é Ọṣanyìn que é maior que você
Ọ̀ rúnmìlà acedeu; verdadeiramente ele
é mais velho que Ọṣanyìn
Seja lá o que for que o rei disser para
testá-los
Ele diria no momento
Rei Àjàláyẹ falou:
Que desejava
Que cada um fosse buscar o folho mais
velho
Ambos trouxeram
Rei Àjàláyẹ disse o que deveria ser feito
Deveriam enterrar o folho de Ọ̀ rúnmìlà
Dentro de sete dias
Se Ọ̀ rúnmìlà fosse mesmo poderoso
A criança ainda estaria viva
Quando a desenterrassem
Deveria estar falando como uma pessoa viva
Ọṣanyìn também deveria enterrar seu filho
Se acontecesse que ambos estivessem vivos
Nenhum seria maior que o outro perante o Rei
Ele concordaria que ambos eram grandes homens.
Porém se um deles falhasse
Significaria que não era o que proclamava ser
Ọṣanyìn pediu que lhe trouxessem o filho mais velho
Era Remédio
Ọ̀ rúnmìlà mostrou o seu

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Era Oferenda
Um buraco foi cavado
E eles foram enterrados
Ọ̀ rúnmìlà foi para casa e consultou Ifá
Estaria seu filho vivo daí a sete dias?
A resposta era que deveria oferecer Ẹkùrù
Bolos de feijão, pimenta da costa, um galo e um bode,
Um pombo, um coelho e dezesseis búzios.
Ọ̀ rúnmìlà fez as oferendas
Preparou-se para serem colocadas em quatro locais
Uma, na estrada,
Uma, na encruzilhada,
Uma, para Ẹṣù
Uma, na praça do mercado
Ọ̀ rúnmìlà obedeceu as indicações
Sacrificando o coelho
Ẹṣù colocou nele o seu poder e
ressuscitou-o
O coelho cavou um buraco na encruzilhada
Que foi dar onde o filho de Ọ̀ rúnmìlà
estava enterrado
E, assim, o coelho levou alimento para ele.
O filho de Ọ̀ rúnmìlà estava comendo
O filho de Ọṣanyìn, Remédio, possuía
muitos feitiços
Ao ficar com fome e nada tinha para comer
Colocou sua força na terra
Que se abriu para ele chegar até o filho de Ọ̀ rúnmìlà
Perguntou: o que você tem comido nestes 3 dias?
Ele estava quase morto de fome
O filho de Ọ̀ rúnmìlà disse que seu pai tinha enviado comida
Remédio pediu que, por favor, lhe desse algo
Ah! Como poderia ele, Oferenda, dar-lhe alguma coisa,
Existia uma disputa que os envolvia
Se começasse a alimentá-lo
Em cinco dias ele não estaria morto
E assim daria vitória ao seu pai?
Por favor, dê-me comida,
Quando chegar o dia, quando me chamarem, não responderei
Oferenda, então, alimentou Remédio

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Até que chegou a data
Chamaram o filho de Ọṣanyìn:
Remédio! Remédio! Remédio!
Mas ele não respondeu
Certo! Remédio estava morto!
Chamaram Oferenda, filho de Ọ̀ rúnmìlà
Chamaram Oferenda, filho de Ọ̀ rúnmìlà
Oferenda! Ele respondeu: Sim!
Oferenda apareceu são e bem disposto
Remédio apareceu são e bem disposto
Ọṣanyìn perguntou: se você não estava morto,
Por que não respondeu?
Remédio disse que não poderia Ter respondido
Oferenda não lhe deixaria responder
Disse que ambos tinham feito um pacto
Que se Oferenda o alimentasse
Ele não atenderia o chamado de seu pai,
Desta forma Ọ̀ rúnmìlà ganharia a
senioridade
Disse que se não tivesse comido por sete dias
Teria morrido
Então tornou-se um provérbio:
Oferenda não deixou Remédio responder
Oferenda é mais poderoso que Remédio
Significa que oferendas
Também chamadas de sacrifícios
São melhores de confiar do que em remédios
Assim Ọ̀ rúnmìlà obteve maior prestígio que Ọṣanyìn.
Dizem: Ifá deve ser saudado como:
‘Ifá aquele que é mais eficaz que remédio’.”

Este Ìtàn reforça a percepção da força do vegetal dentro do culto sendo o


remédio unido a oferenda uma força capaz de superar a morte.

Àwọ Ifákàiyọdẹ / Texto do Livro Ẹwẹ de Pierre Verger


Júlio César
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A humanidade que tem por
objeto o fenômeno religioso
visto como um espaço de
relações objetivas e subjetivas
consubstanciadas em formas
simbólicas mediadas pela
religião ao compreender o papel
da religiosidade por este prisma
torna-se essencial para o
processo de conscientização, de
construção de uma cultura
religiosa, mais claro e aberto
para os conhecimentos, do
respeito à diversidade cultural,
da tolerância, uma vez que a
religião e os seus
desmembramentos são
elementos constitutivos do
Espaço Religioso, sobretudo na
formação de indivíduos
melhores e sempre em
desenvolvimento com seu
próprio destino. Partimos da
diversidade do espaço religioso
através do espaço da vivência Humana por ser; dinâmico, complexo e
plural, podendo ser construído com infinitas finalidades. As diversas
dimensões da vida humana têm uma lógica própria que levam a
construções, grafias, simbologias, dinâmicas que denotam finalidades que
pertencem às suas respectivas dinâmicas. Os efeitos da relação religião x
espaço são decorrentes da característica complexa pela qual se organiza o
fenômeno religioso. O pressuposto de que a religião está impregnada de
elementos míticos em sua dimensão espacial revela a saturação do sentir
mítico; se a religião se diferencia do mito pela representatividade, o espaço
no qual o Homem religioso se realiza também é representacional. O ser
humano ao relacionar-se com a natureza faz da religiosidade, e, a relação
entre o ele e o sagrado, estabelecida por cada cultura, sinaliza uma
dimensão específica da existência humana.
Livro com 337 páginas, os Ọfọ, Ọríkì
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O conceito de ética na religião

O conceito de ética na religião de matiz africana e


sua visão de mundo. Na visão de mundo do
Yòrùbà, a existência é dividida em dois níveis: o
Ọrùn (céu) e o Àìyẹ (terra). A realidade finita,
individualizada e histórica é a existência Àìyẹ. Mas
esta é uma existência que tem sua origem no
Ọrùn, a realidade permanente. No Ọrùn tudo
existe sempre. Quem administra as existências
individualizadas são as forças chamadas de Ọrìșà.
Cada ser humano é filho ou filha de um Ọrìșà. A
ética na religiosidade se constrói a partir da
relação entre o adepto e o seu Ọrìșà. Não há assim
no culto uma ética de valores ou de princípios. A ética é uma relacional, ela
depende da relação de cada pessoa com o seu Ọrìșà e da manifestação
deste, bem como do estágio de iniciação do fiel, pois cada estágio gera
diferentes amadurecimento. A relação do adepto com o seu Ọrìșà tem por
objetivo alcançar uma existência em equilíbrio, numa busca que é
constante e dinâmica. Discutir a relação entre ética e religião é entrar numa
seara muito ampla e de muitas possibilidades de delimitações. Logo de
início é preciso, portanto apresentar quais delimitações se pretende fazer
aqui. Dentro deste amplo espectro da ligação entre religião e ética, no que
tange à religião, iremos ter como base a religião afro-brasileira do
Candomblé. O conceito de ética é uma temática relativamente pouco
trabalhada nos estudos sobre o Candomblé. Assim, não há ainda um lastro
bibliográfico específico tão extenso no qual se possa apoiar. Não se trata,
pois tanto de discutir diferenças de interpretações ou correntes de ética
nesta tradição religiosa, mas muito mais indicar princípios a partir dos quais
seria possível visualizar onde estaria ancorada uma ética pensada a partir
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do Candomblé. Duas advertências se fazem necessárias ainda nesta
introdução. A primeira delas é Lẹsẹ Ọrìșà (caminhar para o Ọrìșà), seria
melhor empregada do que candomblé.
Mas para não complicar demasiadamente
as coisas, aqui iremos utilizar a palavra no
singular, tentando apontar sempre para o
modo de pensar que lhe seja próprio e
original, conscientes de que esta tradição
religiosa está, no seu desenvolvimento no
Brasil, cruzada por muitas influências de
outras tradições religiosas, mormente de
origem católica e espírita. Não será objeto
deste texto, abordar estas influências,
mesmo que digam respeito por vezes a
elementos éticos. Também não iremos
abordar as diferentes origens culturais africanas que irão compor os Lẹsẹ
Ọrìșà. Iremos tomar como base a cultura religiosa, por vezes também
chamado de Lẹsẹ Ọrìșà. Uma segunda advertência que se quer aqui fazer a
título introdutório é o fato de que em momento algum se tem a intenção
de apontar ou averiguar até que ponto estes elementos básicos de uma
ética pensada a partir do Lẹsẹ Ọrìșà são de fato sempre vividos pelos
membros desta religião. Uma possível distância entre a proposta ética de
determinada tradição religiosa e o que os seus fiéis de fato vivem, é
provavelmente uma constante nas religiões
e não seria o Candomblé uma exceção.

Ética implica numa concepção de ordem do


mundo.

É como um certo linguajar que na associação


entre religião e ética, faça também uma
associação entre religião e controle de seus
membros no sentido de imposição ou
recomendação de limites de ação que a
religião prescreve ou então de costumes ou
comportamentos desejados ou indesejados. Nesta ideia um tanto
simplificada de ética religiosa aparece um elemento a se chamar a atenção
e que é a nosso modo de ver um tanto comum às compreensões de ética:
a ideia de que há uma ordem considerada correta ou boa ou justa, mesmo
que este bom ou justo possa ser entendido de diversas formas. Ético é tudo

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aquilo que está conforme esta ordem. O que não está é aético ou antiético.
Há assim um pressuposto à ética que é o pressuposto de um referencial que
representa o modo de ser, de agir, de portar-se e comportar-se tido como
em ordem, isto é, que se adequa à
compreensão de ordem que subjaz ao
respectivo conceito ético. Entendido
como sistema cerceador ou como
sistema que proporciona segurança no
agir e por isso promotor do bem, por
detrás do conceito de um sistema
ético há claramente a ideia de uma
ordem que seja referência e na qual o
comportamento possa se medir para
saber de sua retidão. Onde estaria
ancorado este sistema? Ao mesmo
tempo, há igualmente uma
expectativa no senso comum de que
quem vive no seguimento da religião,
deva pautar sua conduta por uma
postura ética, Ìwà Pẹlẹ o caráter. Isto se exige ou espera principalmente de
quem é publicamente conhecido pela sua participação religiosa –
mormente as lideranças. Novamente
aparece aqui a ideia de um padrão de
conduta a ser seguido quando se trata de
uma pessoa ligada à religião.
Independentemente, pois de se entender
que a ética é submissa à religião, isto é, que
a religião determina o padrão de
comportamento de vida de seus seguidores
ou de se entender que a quem segue uma
religião, isto implica um determinado
comportamento ético, ou seja, da religião
submissa à ética, subjaz a estas
compreensões o pressuposto de uma
ordem (um modo correto). Aparece da mesma forma a pergunta pelo onde
estaria ancorada esta compreensão de uma ordem subjacente, se inclusive
a religião a ela se submeteria. Assim, o conceito de ética não está ligado
somente à ideia de um modo de conduta tido como bom ou correto ou justo
ou natural ou humano, mas à ideia de que há um padrão de referência, uma
ordem por detrás desta ordem comportamental aparente. Ou seja, por

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detrás da ideia de ética, está uma ideia de cosmos (de mundo organizado).
Dito, pois diretamente: toda concepção de ética exige uma visão de mundo
e nela se baseia. Não há conceito ético que não seja reflexo de uma
cosmovisão. E isto, independe de ser uma
visão de mundo abrangente ou restrita,
orgânica como um sistema total ou
fragmentada conforme interesses. Há
sempre um conceito de ordem (cosmos) por
detrás de todo conceito ético. E este
conceito não é fixo nem unificado na história
da humanidade. Cada tradição cultural foi
elaborando e reelaborando
permanentemente sua compreensão de
ordem e consequentemente, seu conceito
de ética. O grande mestre chinês Confúcio já a seu tempo enfrentara a
situação de colocar ordem na cidade, quando fora nomeado seu
administrador: Ele baixou regulamentos firmes para a alimentação dos
vivos e para o enterro dos mortos. Velhos e jovens recebiam comida
diversificada, fortes e fracos tinham
funções diferenciadas, homens e
mulheres andavam separados nas ruas.
Coisas abandonadas não eram deixadas
pelos caminhos [...] O Duque Ting falou
ao Mestre K’ung e disse: “Como ficaria
se aplicássemos as vossas medidas ao
governo do Estado de Lu?” Mestre K’ung
respondeu: “A todo o mundo elas seriam
aplicáveis, não somente a Lu”
(KRAMERS, 2000, p. 182). Nesta
pequena passagem da biografia de
Confúcio, fica clara a noção de que a ordem das coisas do dia a dia tem por
detrás uma ordem geral, que “a todo o mundo seria aplicável”. É
justamente esta concepção de uma ordem segundo a qual inclusive todo o
mundo funcionaria que é um ponto de partida importante para se pensar a
relação entre ética e Candomblé. As religiões carregam consigo concepções
ou visões de mundo. Não iremos adentrar aqui nesta discussão da relação
entre religião e visão de mundo: nosso foco será o de perseguir esta ideia
concretamente no sistema religioso do Lẹsẹ Ọrìșà. Para se adentrar numa
reflexão sobre a ética no Ifá/Candomblé, necessário se faz então primeiro
pensar que está religião é herdeira de uma determinada visão de mundo. A

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pergunta pela ética no Ifá/Candomblé precisa começar então pela pergunta
sobre a cosmologia que esta tradição religiosa carrega. A posição do ser
humano, sua forma de vida e de ação são vistas posteriormente como
elementos dentro desta visão geral de mundo. De modo que uma
cosmologia implica necessariamente uma antropologia. A visão de mundo
dos Yọrùbà: o sistema Ọrùn - Àìyẹ e Ọlọrùn, que é o sistema religioso do
Candomblé que se formou no Brasil é uma herança da escravidão. Os
milhares de escravos traficados da África ao Brasil (e às Américas) como
mão-de-obra cativa eram portadores não somente de força de trabalho,
mas também de múltiplos sistemas culturais, conforme a sua origem. Um
grupo cultural significativo que aportou no Brasil como escravo é o
composto pelos Yọrùbà, também chamados de Nagô (MATTOSO, 2016, p.
272). A visão de mundo deste grupo foi formar a base da religião do
Candomblé que aqui no Brasil se organiza institucionalmente a partir do
início do século XIX. Um elemento básico da
cosmovisão Yọrùbà é a ideia dos dois níveis
da existência. Um deles é denominado Ọrùn
e o outro Àìyẹ. Tudo o que existe, está
nestes níveis, dos quais fazemos aqui uma
breve apresentação. Ọrùn é a totalidade da
existência. Em Ọrùn tudo se origina e nele
tudo permanece. Ọrùn é a existência
originam-te, primordial, matriz,
possibilitara. Aiyê é a existência originada,
fenomênica, histórica, perceptível,
temporal. Assim a realidade de nossa existência é uma realidade
descendente de outra forma de realidade, a forma Ọrùn. Essa realidade-
origem não é uma realidade do passado ou distante de nossa realidade. Ela
é permanentemente originadora. A forma Ọrùn é a possibilidade do existir:
algo só passa a existir de fato por que é possível que isto exista. Num
exemplo, talvez muito simples, mas claro: nasce um coqueiro no jardim de
minha casa. Este fato só acontece porque esta possibilidade existe, mas ao
mesmo tempo, ao nascer um coqueiro, continua existindo a possibilidade
de nascerem outros coqueiros. Então a existência de coqueiros como
possibilidade permanente é a existência Ọrùn. O coqueiro concreto que
nasceu no jardim é a existência Aiyê. Por detrás de toda realidade concreta
e individualizada na história está esta realidade sempre-possibilitara. Ọrùn
é o termo utilizado para indicar esta realidade da qual toda a nossa
realidade se origina e descende: O Ọrùn é o espaço sobrenatural, o outro
mundo. Trata-se de uma concepção abstrata de algo imenso, infinito e

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distante. É uma vastidão ilimitada – ode-Ọrùn – habitada pelos ara-Ọrùn,
habitantes do Ọrùn, seres ou entidades sobrenaturais. [...] o Ọrùn era uma
concepção abstrata e, portanto, não é concebido como localizado em
nenhuma das partes do mundo real. O Ọrùn é um mundo paralelo ao
mundo real que coexiste com todos os
conteúdos desse. Cada indivíduo, cada
árvore, cada animal, cada cidade etc.
possui um duplo espiritual e abstrato no
Ọrùn. O pressuposto do conceito Ọrùn é
o de que toda a nossa realidade é uma
realidade-acontecimento, onde as
existências são manifestações
(fenômenos) de uma forma de
existência fonte de tudo (e fonte
permanente). A existência humana e
tudo o que lhe diz respeito (seu
desenvolvimento, suas relações, suas
capacidades, suas realizações, seus
sentimentos, suas vontades, seus
inventos e construções, sua disposição e
sua corporeidade) bem como todas as
existências da natureza (animais,
vegetais, minerais), em seu estar no
tempo só existem a partir do Ọrùn. Esta
ideia de que as coisas só existem porque
é possível que existam parece à primeira
vista um tanto simplista e óbvia. Encerra, entretanto alguns elementos que
são importantes para a reflexão em torno da ética no Candomblé: em sendo
Ọrùn a existência-princípio, a forma Ọrùn de existência é a forma
referencial. Tudo está no Ọrùn e assim esta forma de existência é absoluta
e referência para a existência derivada, a nossa existência concreta. Como
veremos adiante, disto resulta, por exemplo, a importante atividade no
Candomblé que é o sistema divinatório. Por ele se procura olhar para
dentro do Ọrùn, ou seja, olhar as referências para a existência, diferente do
sistema de Ifá que direciona o indivíduo para seu destino. Outro elemento
interessante, neste contexto de se pensar ética, é que as existências
concretas não são acontecimentos são destinos. Não há criação do nada, e
com isto não há criador. As existências são realizações de possibilidades

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sempre existentes, com isso não há nenhum merecimento do existir. Existir
é realização de possibilidade. Na mitologia iorubana há uma figura acima
de Ọrùn e Aiyê, que a tudo teria assim disposto, chamada de Ọlọrùn ou
então Olodum ou Ọlọdùmàrẹ, conforme o subgrupo linguístico daqueles
povos. Essa figura não tem na prática religiosa quase nenhuma função, seria
apenas o possibilitado ou iniciador do sistema, mas não interventor. Na
religião do Candomblé não são realizados a ele quaisquer rituais. A
existência ocorre na intersecção e dinâmica entre Ọrùn e Àìyẹ e os
elementos ali envolvidos, o que não é o caso de Ọlọrùn, devido a este fato,
o certo seria Lẹlẹ Ọrìșà. O acontecimento concreto de uma possibilidade de
existência é expresso na cosmovisão Yọrùbà pelo conceito Àìyẹ. Àìyẹ é a
existência histórica, fática, limitada no
tempo e no espaço. Sua existência é uma
realização concreta do Ọrùn não apenas
em sua origina, mas em todo o seu
desenvolvimento e em seu acontecer.
Cada acontecimento é em princípio uma
concretude limitada do Ọrùn, disto
resulta que a existência é um sistema
dinâmico de relação permanente entre a
forma Ọrùn e a forma Àìyẹ de existir. A
existência só acontece na dinamicidade
desta relação. E o que dinamiza esta
relação é um sistema de trocas, de
oferta e devolução. A manutenção da
existência depende desta dinâmica de
troca entre os níveis Ọrùn e Àìyẹ, só
existe propiciamente se acontecer numa
relação de equilíbrio. A busca e
manutenção do equilíbrio entre Ọrùn e
Àìyẹ é certamente a grande razão de ser da religião do Candomblé. O
elemento realizador do equilíbrio é chamado de Àṣẹ. Chegamos aqui a mais
dois elementos-chave para a discussão do conceito de ética no Candomblé:
o conceito de equilíbrio entre os dois níveis da existência (Ọrùn e Àìyẹ) e o
Àṣẹ como a força sagrada ou vital que mantém o sistema existencial
funcionando de forma equilibrada. Mas para poder adentrar melhor no
detalhamento desta relação de equilíbrio e do papel do Àṣẹ neste sistema,
é preciso entender que a relação entre Ọrùn e Aiyê não é algo genérico, ela
é bastante específica e detalhada. E é desta especificidade e detalhamento
que brotam elementos para se pensar numa ética desta nesta religião. Os

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Ọrìșà: as forças inteligentes primordiais da existência individual. Na
cosmovisão Yọrùbà, toda a existência concreta e histórica é uma existência
descendente da existência genérica ou abstrata – que a tudo possibilita e é
a forma Ọrùn de existir.
Assim como foi afirmado anteriormente, que
o todo existe de forma dinâmica, equilibrada.
Equilíbrio este proporcionado pelo Àṣẹ. Essa
descrição é, porém um tanto abstrata para se
chegar às existências concretas
individualizadas que conhecemos. As
existências concretas ocorrem pelas forças
ou princípios conhecidos como Ọrìșà. Os
Ọrìșà são as forças que regem todas as
existências concretas. Se na mitologia Ọlọrùn
é o possibilitado do sistema Ọrùn-Àìyẹ, mas
não tem qualquer intervenção na existência,
quem desempenha este papel de administrar
a existência e fazer com que ela aconteça são
os Ọrìșà. Diferentemente do distante Ọlọrùn,
os Ọrìșà são onipresentes no sistema
religioso do Candomblé: tanto nos rituais,
quanto na natureza e no ser humano. Os
Ọrìșà, esses sim, são o alvo e as figuras
centrais das ações de culto; eles são o eixo central em torno do qual gira a
vida religiosa no Candomblé. É em torno deles que irá se formar a noção de
ética nesta religião. A função própria e originária bem como a imagem que
se tem dos Ọrìșà é a de mediadores ou talvez melhor dito, de
administradores da existência no Àìyẹ. Aos Ọrìșà confiou Ọlọrùn a
responsabilidade sobre o universo. O direito de existência dos Ọrìșà está
ligado, na concepção mitológica do Candomblé, a esta função mediadora.
Se o Ọrùn é a existência genérica e abstrata, essa passa a acontecer à
medida que os Ọrìșà a fazem nascer. A palavra Ọrìșà contém em si o termo
Ọrí, que comumente é traduzido por inteligência e consciência, mas pode
significar também tanto cabeça, como nascimento. Os quatro termos são
aqui correlatos. Os Ọrìșà são as forças que regem a inteligência e a
consciência das existências individuais, são suas cabeças e lhes
proporcionaram o nascimento individualizado. O nascimento de cada ser
humano se dá pela condução do Ọrìșà, justamente através do Ọrí: “A
cabeça é a primeira parte do corpo que vem ao mundo, abrindo caminho
para as demais”. Assim entende-se que os Ọrìșà são as forças da natureza

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que regem, que administram, que conduzem cada existência individual
através de seu Ọrí. A tradição nomeou, individualizou, personalizou os
Ọrìșà, atribuindo a cada qual determinadas especificidades ou
responsabilidades na existência. Desta forma à força que faz surgir, crescer
e conduzir as árvores e plantas por exemplo, dá-se o nome de Ọṣànyíàn; a
força dos rios e sua dinâmica recebe o nome de Ọṣùn; já a força que rege
os metais é chamada de Ọgùn. E assim por diante. Todas as coisas estão sob
a regência ou condução de algum Ọrìșà, a mitologia foi pródiga em construir
individualidades em torno da figura de cada Ọrìșà. Assim eles têm histórias
de existências, tem relacionamentos entre si, formam famílias. São mais
próximos de alguns e não se dão com outros.
Mas também têm cores preferidas, têm
comidas que lhes agradam e outras que eles
detestam. Cada Ọrìșà tem algum
comportamento que lhe é típico, representam
certas aptidões ou virtudes. São igualmente
tanto irascíveis e amáveis, como companheiros
e vingativos. Toda a natureza está sob a
regência de algum Ọrìșà, certo que tudo o que
existe está como possibilidade no Ọrùn, os
Ọrìșà não só se fazem presentes pelas
existências individuais em si, mas também de
todas as coisas que cercam a história de cada
existência. Isto é especialmente importante
quando se pensa no ser humano, se cada
existência individualizada da natureza está sob
a regência de algum Ọrìșà, o mesmo acontece com os seres humanos. O
nascimento, o desenvolvimento, o modo de ser de cada pessoa está sob a
regência de algum Ọrìșà específico. E aqui nos aproximamos do conceito
central para a ética do Candomblé: a relação dos indivíduos com os seus
Ọrìșà. Os seres humanos: filhas e filhos dos Ọrìșà. Cada ser humano é filho
ou filha de um determinado Ọrìșà, essa é uma compreensão básica para a
religião, embora isso não é tudo o que define o ser humano. A antropologia
religiosa do Candomblé é uma temática ampla e já abordada em outro
estudo (BERKENBROCK, 2014). Mas para a temática da ética no Candomblé,
a ideia da filiação do ser humano em relação aos Ọrìșà tem um papel
fundamental: esta filiação define tanto o modo de ser como o modo de agir
e igualmente o modo de estar no mundo de cada ser humano.
Primeiramente é preciso esclarecer que está filiação não é entendida na
religião como uma escolha da pessoa, nem como algo que possa ser trocado

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durante a vida. A filiação ao Ọrìșà dá-se junto com o nascimento e será uma
característica de toda a vida. Em boa parte do Candomblé se entende que
cada ser humano além de ser filho de um Ọrìșà principal, o seu Ọlọrí
(literalmente “senhor da inteligência” ou respectivamente da cabeça ou do
nascimento), também é filho de um segundo Ọrìșà, chamado de Juntó. Esse
modo de entender parece ser uma invenção brasileira e não um hábito
entre os Yọrùbà na África; situação está atribuída ao fato de que nem todos
os Ọrìșà Yọrùbà cultuados na África tiveram continuidade de culto no Brasil.
Assim, algumas características de filiações de determinados Ọrìșà cujos
cultos não transpuseram o Atlântico foram recuperadas interpretando
numa filiação dupla (Ọlọrí e Juntó) ou até múltipla para uma mesma pessoa.
O que interessa aqui na compreensão de que cada ser humano é filha ou
filho de um determinado Ọrìșà é relacionar isto com a questão da ética. Dois
são os elementos essenciais a serem apontados neste particular. O primeiro
deles é o fato de que a filiação a determinado Ọrìșà tem como consequência
um ser humano que carrega em si características que vão moldar esta
pessoa em todos os aspectos de sua vida: desde
o modo de se comportar, o seu caráter, o seu
padrão emotivo, as suas aptidões, o seu
temperamento, ou seja, aspectos que podem
ser identificados como características da
personalidade.
A filiação a um determinado Ọrìșà irá influenciar
igualmente a sociabilidade de cada indivíduo,
dado que filhos ou filhas de determinados Ọrìșà
têm maior afinidade com filhos ou filhas de
certos outros Ọrìșà, bem como inversamente
falta de afinidade com filhos ou filhas de outros
Ọrìșà. A filiação a determinado Ọrìșà irá moldar
também o modo de ser de cada indivíduo em
muitos outros aspectos, como por exemplo:
cada Ọrìșà tem cores que lhe são prediletas e
outras que lhe são desagradáveis; cada Ọrìșà
terá comidas preferidas e comidas detestadas.
Assim, a filiação a este ou àquele Ọrìșà irá fazer igualmente com que esta
pessoa deverá privilegiar o uso ou a proximidade de certas cores em suas
roupas ou sua casa, bem como evitar trajar outras cores ou decorar com
elas o ambiente em que vive. Também é de influência da filiação aos Ọrìșà
a propensão a determinadas escolhas profissionais: algumas devem ser
preferentemente escolhidas, outras devem ser deliberadamente evitadas.

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Nestes poucos elementos que descreveram os âmbitos e as consequências
da filiação a determinado Ọrìșà, fica claro que este fator é determinante
para o modo de ser, de se relacionar e de fazer escolhas de cada pessoa. Ou
seja, o modo de ser, de se portar e agir, bem como de se comportar de cada
indivíduo é claramente influenciado – segundo o Candomblé – pela filiação
ao Ọrìșà pessoal. Desta forma, chegamos ao ponto central da compreensão
de ética no Candomblé: a dependência decisiva da filiação ao Ọrìșà, seja do
Ọrìșà principal (o Ọlọrí, O senhor da cabeça), seja do segundo ou terceiro
Ọrìșà. “Fala-se muitas vezes do Ọrìșà segundo (Orí Ẹkẹjì, ‘a segunda
cabeça’), do terceiro, que podem ter influência poderosa”.
Se no início do texto se falou na intenção de indicar princípios a partir dos
quais seria possível visualizar onde estaria ancorada uma ética pensada a
partir do Candomblé, aqui vem a primeira
indicativa clara: um dos princípios básicos para a
ética no Candomblé é a filiação ao Ọrìșà. Essa irá
influenciar decisivamente o indivíduo tanto nos
elementos de sua personalidade, como na sua
forma de se portar, agir, se relacionar ou fazer
escolhas. A determinação advinda da filiação ao
Ọrìșà abrange todos os aspectos da vida do
indivíduo. Não é uma questão de atitude de
âmbito religioso apenas: o todo de cada pessoa é
marcado a partir desta filiação. Um segundo
elemento importante para se fazer a relação
entre filiação a determinado Ọrìșà e ética no
Candomblé é o fato de que esta não é entendida
como estática, mas sim dinâmica. Para os
iniciados na religião do Candomblé, a filiação a
determinado Ọrìșà não é apenas uma
informação; ela é um verdadeiro programa de vida. Durante toda a sua vida
o fiel irá procurar viver e se comportar de tal forma a expressar o mais
proximamente possível a filiação ao seu Ọrìșà. Aqui se mostra um segundo
elemento decisivo para a compreensão de ética no Candomblé a partir da
filiação aos Ọrìșà: é da busca pela vivência das características do Ọrìșà (em
todos os seus aspectos) que irá depender o equilíbrio da vida de cada
pessoa.

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Se, como dito anteriormente, a relação entre Ọrùn e Àìyẹ é uma relação de
equilíbrio, este se mostra decisivo na busca do indivíduo por viver de tal
forma que a sua existência espelhe o
melhor possível o referencial que é o
seu Ọrìșà pessoal: isso tanto nas cores
a serem usadas ou nas comidas de sua
preferência, como no seu
comportamento para consigo mesmo
(as virtudes que marcam sua
personalidade) e para com os outros (as
preferências e as dificuldades nas
relações entre filhos de Ọrìșà – Ọmọ
Ọrìșà). Essa permanente busca de
equilíbrio no que tange ao Ọrìșà
pessoal é uma busca por ser o que se é
originalmente: existência descendente
do Ọrùn pela filiação concreta de um
Ọrìșà. A busca de uma vida que
dinamize o equilíbrio entre Ọrùn e Aiyê
ou – do ponto de vista do indivíduo –
uma vida que espelhe a filiação ao seu
Ọrìșà específico é no fundo a busca por
uma conduta ética equilibrada, não por
princípios-padrões válidos para todos,
mas por princípios pessoais que têm
como parâmetro a filiação ao Ọrìșà.
Trataremos ainda acerca da ideia de parâmetros múltiplos de compreensão
de equilíbrio ou de forma de vida. Dessa busca por um modo de ser que
seja uma espécie de reflexo do Ọrìșà pessoal é que decorre o processo de
iniciação. A pertença à religião do Candomblé não é resultado de um
processo de conversão ou de simples adesão. Ela é decorrente do processo
de iniciação. Assim, nenhum membro desta religião é iniciado para o
Candomblé, como um cristão ao ser batizado, se torna membro do
Cristianismo. Na tradição da religião dos Ọrìșà a pertença se dá a uma
determinada comunidade e através da iniciação ao Ọrìșà pessoal. É pela
iniciação que o fiel irá adentrar paulatinamente na experiência de seu Ọrìșà
pessoal e está irá moldar o fiel ao longo do tempo de tal forma que este
possa sempre mais viver o seu Ọrìșà. Destarte, o referencial para a
trajetória de vida do iniciado – o seu Ọrìșà pessoal – é um parâmetro que
vai sendo desvendado e conhecido e seguido sempre mais à medida que o

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seu Ọrìșà pessoal é cultuado (cultivado) e experiência. Com isso, se na
tradição cristã, por exemplo, a reflexão e a busca pela compreensão da
divindade é chamada de “teo-logia”, no Candomblé essa reflexão e busca
poderia ser apropriadamente chamada de “Ọrìșà-logia”: a lógica ou a
compreensão a partir dos Ọrìșà. Os destinos tem a ver com a fase e o
momento da vida de cada pessoa. O tempo do Ẹbọ é uma coisa específica
que deve ser consultado no jogo, pois cada Ẹbọ tem seu tempo certo e
destino correto. A cada consulta gera um Ọdú que gera um Ẹbọ, por isso o
jogo não deve ser consultado desnecessariamente.

Marco Rodrigues
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Um animal pode ser utilizado e
não necessariamente sacrificado,
porém ao ser sacrificado nós
sacerdotes buscamos na vida
desse animal força vital de
energia para alinhar um filho ou
um indivíduo.
Os elementos do sacrifício são de
suma importância, para o
alinhamento do destino,
trabalham pela resistência, pela
reconquista da energia vital em
todos os seus aspectos e
dimensões da energia para
manter a vida, reforçá-la
impedindo assim a parte de Ìbì
que atua na pessoa. Na natureza,
há duas forças. Um potencial é
que permite que a energia a ser
armazenada e reservada e uma cinética é que permite a energia para ser
expressa para o exterior que seria a expansão. Essas forças também podem
ser descrito como ativo e receptivo assertivo e produzindo ou yin e yang
que é a contração. Podemos ver esta energia manifestou ainda nas formas
de Ifá. Na verdade toda a energia está contida dentro dessas duas forças,
essas forças são expressas como energia cinética afirmativa da linha
singular ou de pontos e a energia de escoamento das linhas duplas ou
pontos. Essa é a natureza fundamental das linhas que são encontrados
dentro dos sinais e tetragramas dos Ọdú onde as duas partes superior dos
quatro Ọdú principais que também podemos chamar de matriz onde foi
gerado só demais Ọdú, estão nestes os quatro elementos como fogo, ar,
água e terra.

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Livro com 269 páginas, os Ọfọ, Ọríkì entre
Àwọ Ifábùnmì Fátùmbí outros, Em PDF. R$ 75,00
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LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Muitas vezes há colisão entre os direitos
fundamentais que são assegurados aos
indivíduos, principalmente em relação à
liberdade de expressão. Deve-se valer do bom
senso e encontrar um equilíbrio para a
coexistência desses direitos. Liberdade de
expressão é o direito de todo e qualquer
indivíduo de manifestar seu pensamento,
opinião, atividade intelectual, artística,
científica, religiosidade e de comunicação, sem censura, como assegurado
pelo artigo 5º da Constituição Federal de 1988.
É direito da personalidade, inalienável,
irrenunciável, intransmissível e irrevogável,
essencial para que se concretize o princípio da
dignidade humana. É uma forma de proteger a
sociedade de opressões. É elemento
fundamental das sociedades democráticas,
que têm na igualdade e na liberdade seus
pilares. Contudo, não se pode valer da
liberdade de expressão e ficar no anonimato.
Muitas vezes, quando esse direito é usado de
forma inconsequente, pode ocasionar desconforto e/ou revolta por parte
daquele que venha a sentir ofendido. Tal fato pode ser evidenciado tanto
nos casos de racismo ou religioso. Racismo e a religião é a supervalorização
de uma etnia em relação à outra, tornando vítima de ofensas e
discriminação aquela que é considerada inferior. É muitas vezes disfarçado,
muito embora sempre se associe o racismo e a religião, com o preconceito
perpetrado ao negro, contudo engloba todas as etnias. No Brasil a
sociedade se diz não racista, porém existem inúmeros casos registrados

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contra nordestinos, índios e negros, por exemplo. Um impasse com o qual
comumente se depara é no tocante à liberdade de expressão configurar-se
como racismo e a religião. Diante disso, é importante conseguir definir qual
deles tem maior peso na esfera judicial. Tal definição se faz necessária para
que não ocorram condenações indevidas, constrangimentos
desnecessários e dúvidas quanto à aplicabilidade da lei. Liberdade de
expressão é elemento básico de qualquer sociedade democrática, e é
fundamental determinar a importância da mesma nas sociedades
modernas, pois quando esta é suprimida, a democracia deixa de existir e a
censura e opressão tomam seu lugar. Democracia é elemento característico
de povos livres, já a censura, típica de
governos tirânicos e ditatoriais. Observa
que, ao longo da história do pensamento
democrático, o foco esteve em conseguir
não a liberdade no geral, mas certas
liberdades específicas encontradas em
manifestos e na Declaração de Direitos.
Identifica-se certas “liberdades básicas”:
liberdade política (direito ao voto e a um
cargo público), liberdades de pensamento,
consciência, expressão, associação,
reunião, profissão, direito de ir e vir; proteção contra agressão física,
opressão psicológica, apreensão e detenção arbitrárias; direito à
propriedade. Estas são as mais importantes, nas quais todos os seres
humanos têm um interesse fundamental. O primeiro princípio de justiça
social de exige que cada cidadão tenha suas liberdades básicas justas
garantidas. Liberdade para falar o que quiser, porém, precisam responder
legalmente por suas palavras, principalmente nos casos em que houver
calúnia, injúria, e/ou difamação. O presente exposto é evidente no artigo
5º da Constituição Federal que diz ser vedado o anonimato. Ou seja, não se
pode proferir algo que venha a ofender a outrem e depois renegar o que foi
falado. Deve-se arcar sempre com as consequências daquilo que é dito e
saber ouvir o que o outro tem a dizer por lhe ser garantido o direito de
resposta. Proibição prévia de certos conteúdos e objetos, e a tipificação
legal de um insulto específico como pior que outros, me parecem
aberrações jurídicas e filosóficas que não deveriam existir na lei. O Estado
não pode definir previamente quais opiniões são legítimas de se ter, quais
livros são legítimos de publicar. Eu não delego esse direito ao Estado. Não

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permito. É odioso. Quem é o Estado pra decidir isso por mim? Conteúdos
racistas e nazistas são odiosos e desagradáveis -- mas a essência da
liberdade de expressão é aprender a conviver com conteúdo odiosos ou
desagradáveis. O que para mim é bom-senso auto evidente, pode ser o
conteúdo odioso e desagradável de outra pessoa,
mas ninguém tem o direito de não ser ofendido. A
sociedade tende a influenciar muito as mudanças
de conceito, a Igreja Católica por muito tempo
controlou a vida dos indivíduos; era ela quem
ditava as regras e aqueles que não as obedeciam
eram perseguidos, como evidenciado na
Inquisição, na qual os hereges eram condenados à
forca e à fogueira. Pode-se analisar também, e a
evangélica trilhando o mesmo caminho,
frequentemente, o poder de manipulação
exercido pelas classes altas sobre as inferiores,
estas oprimidas e alienadas, feitas de massa de
manobra. Base dos estamentos e classes sociais,
mão de obra explorada e pouco ou nada
remunerada. Sempre houve filósofos e idealistas
que tentavam mudar essa realidade, mas como
eram poucos, eram silenciados. Finalmente, com
o Renascimento, o homem passou a ser colocado
como o centro, e não mais Deus, houve uma
inversão de valores. O até então vigente
teocentrismo foi substituído pelo
antropocentrismo, as artes, ciências e invenções
se desenvolveram, porém, logo a Igreja voltou a
dominar, já que assim era mais interessante, uma
vez que os mandos e desmandos dos reis podiam
ser misticamente justificados e portanto
prontamente acatados. Diante disso, surgiram os teóricos do absolutismo,
defensores da existência de um soberano com poderes divinos, a quem
tudo era lícito. Deste modo, percebe-se que sempre houve uma alternância
de dominação por parte da Igreja, até que na Idade Moderna, a razão voltou
a dominar. Este período foi marcado pelo Iluminismo, movimento filosófico
que lutava pela valorização da razão, como meio de se atingir a felicidade.
Era a saída das trevas para a luz do conhecimento. Nessa época foram muito
incentivadas as ciências humanas e exatas. A sociedade passou a ser mais
questionadora, e teve ânsia por liberdade, igualdade e fraternidade. Esse

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movimento serviu de inspiração à Revolução Francesa, pautada nesses três
ideais. Atualmente vive-se a era do politicamente correto e do (falso)
moralismo, há uma preocupação em não discriminar a outrem, respeitar as
diferenças, exigir uma efetivação da igualdade assegurada pela
Constituição, mesmo que isso não seja algo que parta do real interesse do
cidadão e sim para que ele esteja incluído nessa tendência. Embora ainda
exista sim, preconceito e discriminação, estes se apresentam cada vez mais
disfarçados. Devido à revolução tecnológica e a globalização, tudo fica
muito evidente: É acesso fácil à informação, redes sociais onde se comenta
de tudo, uma maior aproximação das pessoas. Isso acarreta grande impacto
na vida dos indivíduos, até mesmo no que concerne às decisões judiciais,
pois a população, apoiada pela mídia, exerce pressão em busca de
respostas e resultados. Lançam mão da liberdade de expressão e
reivindicam seus direitos, criticam políticos corruptos, dentre outras
manifestações. Até mesmo o governo tem-se mostrado cada vez mais
assistencialista e paternalista, numa tentativa de reparar injustiças. É o que
se evidencia nos programas de cotas raciais e sociais em universidades,
auxílio às famílias de baixa renda e implantação de Programas de Saúde da
Família. Nota-se, entretanto, que em certos casos a liberdade de expressão,
tão enaltecida, é colocada em dúvida por ser entendida como ofensa por
alguns. Pode estar contida sutilmente em uma letra de música, em um
comercial de televisão, em uma declaração em redes sociais e até mesmo
em veículos de informação sérios.

Diretor
Marco Rodrigues
Àwọ Ifábùnmì Fátùmbí

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“Se você não está desejando ou não está
apto a tomar as responsabilidades por
problemas que podem requerer anos de
trabalho para resolver, você não está
pronto para a Adivinhação”.

Ọyẹkù Ọgbè

Somente Ifá como um meio de oráculo


baseado na história para explicar o
presente o passado e futuro e, ao mesmo
tempo, fazer uma interação com o cliente,
que ele entenda e aprecie como é que as
revelações da história, tão iluminadas, possuem direta relevância para ele
agora e no futuro. Somente Ifá como um meio de oráculo que usa o folclore,
as histórias reais, parábolas, enigmas e outros provérbios sábios para
explicar a posição do cliente naquele momento, indicando como é que o
cliente pode mostrar todo seu potencial e em que ponto do tempo.
Ifá é o único que pode descobrir como os desafios são superados nestes
dias para alcançar uma solução satisfatória para os problemas, mediante a
força, a eliminação das ameaças, tomando vantagem das oportunidades e
convertendo a apatia em desafios. Em Ifá, todas as oportunidades abrem as
portas para as conquistas, fecham as portas para as desilusões e movem os
indivíduos, a comunidade, as nações e o mundo as alturas, aprofundando
nos versos de Ọdú Ifá tantas dessas conquistas dependendo de uma pessoa
para alcançar o seu nível de competência. Ifá não é só uma religião, é um
modo completo de vida. Este curso tem o único propósito de fazer as
consultas de Ifá tão simples e interessantes como seja possível, tanto para
o praticante como para o principiante. Fazendo com que as conquistas
mudem a vida das pessoas para melhor e seja um objetivo fácil de alcançar
para os leitores.

Contato: ifabunmi@gmail.com Livro com 353 páginas, apostila, e


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certificado, Em PDF. R$ 160,00

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A Cosmogonia Yọrùbà
Yọrùbà é um nome reservado aos povos de Ọyọ,
que acabou por cobrir todas as etnias do mesmo
tronco, hoje conhecidos como de fala Yọrùbà. O
historiador Frobenius ( Mythologie de l’Atlantide)
afirma ter redescoberto na terra dos Yọrùbà
ramificações do desaparecido continente da
Atlântida. Segundo ele, os atlantes teriam cruzado
o oceano infiltrando-se na África. Já Samuel
Johnson (The Story of the Yorubas) situa a origem
dos Yọrùbà no Egito Superior ou na Núbia. Estudos atuais sobre o Kemet –
como é conhecido o Egito antigo, vêm corroborar a teoria de ali situar a
origem da religião Yọrùbà. Seja como for,
elementos da prática religiosa Yọrùbà
comprovam ser das primeiras praticadas
na Terra e nos teriam sido legados pelos
ancestrais instrutores espirituais do
planeta. Dentro da tradição Yọrùbà, a
estrutura universal é regida por uma
Divindade Suprema, Ọlọdùmàrẹ / Ọlọrùn,
origem única e princípio de todos os
mundos, que comanda e zela pela sua evolução. Este Ser permeia todos os
reinos da manifestação cósmica, desde as maiores galáxias até os ínfimos
espaços Inter-atômicos. Descrito como Àtẹrẹkáyẹ (aquele que cobre o
mundo, fazendo todos sentirem a Sua presença) é o detentor do Poder
Absoluto e Onipotente. Este conceito de supremacia absoluta e
praticamente inconcebível de Ọlọdùmàrẹ já invalida a classificação de
politeísta. Aliás, a reverência a Ọlọdùmàrẹ é tão absoluta que, a Ele não se
erguem templos, não se idealiza a imagem e tampouco se realizam,

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rotineiramente, sacrifícios ritualísticos. Contudo, cada um é livre para dirigir
as suas orações e louvores ao Senhor Supremo do Universo. Segundo a
concepção Yọrùbà, todo o processo de existência se desenvolve nos planos
físico – o Àìyẹ – e sobrenatural – o Ọrùn. Tudo o que se manifesta no Àìyẹ
tem a sua pré-existência no Ọrùn. Tudo o que existe no plano material
possui o seu doble no Ọrùn. Àṣẹ. Dentro desta tradição, a existência
dinâmica se deve à manifestação de uma força que se denomina Àṣẹ. Sem
Àṣẹ não haveria possibilidade de existência e realização, pois dele decorre
todo o processo vital, como essência e forma. Tanto as divindades como
toda entidade animada estão impregnadas de Àṣẹ. Como força vital, Axé é
plantado, cultivado, renovado e compartilhado. Como toda energia no
Universo manifestado, Àṣẹ é gasto e renovado. Receber Àṣẹ significa
incorporar as representações matérias e simbólicas que representam os
princípios vitais de tudo que tem existência
no Àìyẹ como reflexo do Ọrùn. Àṣẹ, como
força, é neutro, mas detém qualidades e
caraterísticas dos elementos que contém e
veicula. Àṣẹ é a energia contida numa
grande variedade de substâncias
representativas dos reinos animal, vegetal
e mineral, que se propõe movimentar. Os
elementos portadores de axé podem ser
agrupados em três categorias, chamadas
“sangues” – porque o sangue é o veículo
energético por excelência: Sangue
vermelho, Sangue branco, Sangue negro.
Todas as cores encontradas na natureza vinculam-se, em última instância,
a uma das cores primordiais vermelha (amarelo, laranja) ou negra (verde,
azul, lilás, cinzento). O amarelo é, portanto, uma variedade do vermelho,
como o azul e o verde são variações do negro. O sangue vermelho
compreende: No reino animal – todo tipo de sangue, humano e animal; No
reino vegetal – azeite de dendê, Ọṣù (serragem de uma árvore), mel No
reino mineral – cobre, bronze, ouro. O sangue branco compreende: No
reino animal – o plasma do Ìgbìn (caracol), o sêmen, a saliva, o hálito, as
secreções, o marfim, os ossos; No reino vegetal – a água, o álcool contido
nas bebidas brancas, a manteiga de Ọrí (gordura vegetal), o inhame; No
reino mineral - Ẹfùn (tipo de calcário), sal, prata, chumbo, conchas. O
sangue negro compreende: No reino animal – as cinzas dos animais No
reino vegetal – a terra, sementes, o sumo das folhas, o Wàjì (pó vegetal);
No reino mineral – o carvão, o ferro, as pedras. Alguns lugares, objetos ou

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partes do corpo humano podem ser impregnados de Àṣẹ: a língua, o
coração, as vísceras, os órgãos genitais, os dentes e ossos, assim como
também as raízes, árvores, sementes, as pedras e cristais, os rios, o mar, as
florestas e o fogo. A prática da religião Yọrùbà consiste em atuação através
da manipulação dos Àṣẹ branco, vermelho e negro. Como dogma, baseia-
se na fé numa Divindade Absoluta – Ọlọdùmàrẹ, na crença na existência e
na sobrevivência da alma como sopro divino – Ẹmì, nas consequências das
ações humanas – ẹwọ, e na Lei moral ditada pela consciência de cada um,
que permeia a vida cotidiana – Ifá Àyá.

A criação do Planeta Terra

Segundo os Ìtàn (mitos), corpo da


tradição oral que norteia todas as crenças
e procedimentos da religião Yọrùbà,
Ọlọdùmàrẹ convocou Ọbàtàlà /Ọrìṣànlà
para elaborar o planeta Terra dentro da
dimensão física. “Durante a caminhada,
Ọbàtàlà encontrou Ẹṣù, que indagou
sobre oferendas que deveriam ser feitas
para a consecução do trabalho. Ọbàtàlà
não deu importância ao fato e, sedento,
extrapolou no consumo de bebida alcoólica
extraída da palmeira. Consequentemente, caiu
em sono profundo e foi suplantado por
Ọdùdùwà, que, tomando os elementos
necessários, saiu para efetuar a tarefa da criação
da Terra. O local onde o trabalho teve início
denominou-se Ifé (aquilo que é amplo). Segundo
a tradição, daí proveio o nome da cidade sagrada
de Ilê Ifé”. Segundo a tradição de alguns clãs
Yọrùbà, Ọdùdùwà teria sido um herói
proveniente de reinos do oriente que atravessou
todo o Egito, chegando ao local onde viria a ser
fundada a cidade de Ilê Ifé. Ali encontrou a população local, os Ìgbọ, cujo
rei era Ọbàtàlà. Logo encontrou oposição por parte de Ọrẹlùẹrẹ, ancestral
guardião, partidário de Ọbàtàlà. Esta oposição política à investida de
Ọdùdùwà fez nascer a Sociedade Secreta Ọgbọnì, preservadora da justiça e
dos ideais implantados nas primeiras instituições da Terra. Em território
Yọrùbà há controvérsia sobre a figura de Ọdùdùwà, visto tanto como

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divindade masculina, como feminina, associada à antiga tradição das
deusas da fertilidade. A controvérsia de mitos disputando entre Ọbàtàlà e
Ọdùdùwà a criação da Terra revela dois momentos distintos que se
complementam na memória política da civilização Yọrùbà.
Por uma lado, o mito da criação do planeta Terra e por outro, a incursão de
povos estrangeiros que ali se mesclaram. Disto resultou que, embora
rendam, fisicamente, tributo à ancestralidade de Ọdùdùwà, reconhecem
em Ọbàtàlà – já intitulado Ọrìṣànlà, o Grande Ọrìșà – a divindade regente
do planeta Terra.

“Munido de uma concha com terra, uma galinha e um pombo, Ọbàtàlà


jogou a terra sobre a imensidão das águas que cobriam o planeta e, em
seguida, enviou a galinha e o pombo para espalhar a terra. Tarefa cumprida,
Ọbàtàlà informou a Ọlọdùmàrẹ, que enviou Àgẹmọ, o camaleão, à fim de
conferir o trabalho. Da primeira vez, Àgẹmọ informou que a terra ainda não
estava suficientemente seca para a missão pretendida. Na segunda
inspeção, comunicou que tudo estava à
contento”. De toda forma, tendo sido privado
de cumprir a missão de criar a Terra, tornando a
habitável no plano físico - ou complementando
a obra da criação - Ọbàtàlà convocou Ọrẹlùẹrẹ
para trazer e fazer encarnar os seres que já
aguardavam no Ọrùn para concretizar a sua
existência material. Fato inconteste é que, por
fim, Ọbàtàlà recebeu a incumbência de criar as
características físicas dos corpos que deveriam
abrigar os habitantes humanos do planeta. Com barro e água, Ọbàtàlà
confeccionou os corpos, aguardando que Ọlọdùmàrẹ complementasse com
o Ẹmì – o sopro da vida que os animaria. Segundo os mitos, no início Ọrùn
e Àìyẹ eram mundos interligados, até que houve uma ruptura – relatada
através de várias versões, que, no entanto mantém a constante de que o
humano transgrediu contra o Poder Supremo e uma barreira se levantou
entre os dois mundos. O privilégio desta livre comunicação foi cortado,
sendo substituído pelo oráculo, legado por Orunmilá.

Eduardo Carvalho
Àwọ Ifáfẹmí – 21-99386-3725

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O mundo da razão temporariamente
perece, permitindo que sinta o
momento presente, embora o homem
seja frequentemente incapaz de senti-
lo devido à sua vida exclusivamente
racional. Entretanto, é o sentimento
da eternidade, no qual
experimentamos no momento
presente, que nos preenche de
felicidade; e não as situações
propriamente ditas. O cérebro
humano acompanha o texto da piada,
desejando, como sempre, ser
perspicaz. A piada, entretanto,
termina ilogicamente e de uma forma
completamente diferente e
imprevisível, fazendo a mente “reprogramar-se” e desativar-se por um
momento. Então, rimos do prazer que experimentamos no momento
presente. A concentração é também um estado muito característico no
pensamento. Para ilustrarmos como o pensamento pode obstruir o
desempenho e para de pensar sobre o que as pessoas pensarão de você! É
assim também em outras áreas da vida. Pessoas que observam
atentamente todas as “pequenas coisas”, as quais os outros deixam passar
por seu constante pensar. São exatamente estes pequenos detalhes que
levam à perfeição de seu trabalho e os tornam mestres. Costumamos dizer:
estas pessoas são inteligentes, privilegiadas, possuem um talento ou dom
de Deus... Mas são bem sucedidas, na maioria das vezes, porque vivem no
presente, e não devaneiam em pensamentos. E este dom para perceber a
realidade pelo espírito e viver alerta no presente, é algo que todos nós
temos. Aqueles que usam este dom, simplesmente não escondem seu
talento. Viver no presente significa estar livre do constante fluxo de
pensamentos que frequentemente sobrepõe por completo nossa mais
profunda consciência. Pois, se você fica pensando sobre algo todo o tempo,
o espírito não consegue expressar-se. Então, somente vemos uma
pequenina parte do presente, do que está ao nosso redor e dentro de nós,
também de uma forma muito superficial. É por isso, que muitas pessoas
deixam de desfrutar o presente, não é de admirar, quando eles mal o
percebem... Livro com 327 páginas, reza, Àdúrà,
Contato: ifabunmi@gmail.com Ọríkì, Ọfọ e ọrọ, Em PDF. R$ 85,00
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Projeto Oficina de Ọgàn
Falando de Cultura de matriz africana
Yọrùbà
Idealizado pelo Mogbá Alexandre Pontes, título da sua fundação no
Candomblé, a Oficina de Ọgàn traz como intuito garantir de forma gratuita,
por meio de Oficinas a perpetuação da cultura afro-brasileira, fundada em
ensinamentos específicos necessários para todos os adeptos das religiões
de matriz africana. Tendo em vista a dificuldade que a religião passa no
momento atual, a Oficina propõe a formação do caráter ético e moral dos
adeptos. Notória a dificuldade dos novos adeptos da religião, em especial
os Ọgàn e Àlágbẹ, a Oficina visa instruir tecnicamente acerca de toques e
cânticos das cerimônias afro-religiosas, para estes Ọlọyẹ, por meio da
presença itinerante dentro dos terreiros do Distrito Federal e entorno, de
forma totalmente gratuita. Inspirados, também, pela inclusão digital
contemporânea, o material será disponibilizado em ambiente virtual, tal
como no Youtube, para aqueles que não possam estar presentes nas
oficinas, bem como de forma escrita em forma de blog englobando maiores
temas acerca da cultura. Dessa forma, passemos de forma exemplificativa
a alguns assuntos abordados no blog:

1 - Afinal de contas, o que é esse tal de Șìrẹ ou Xirê, e Run do Ọrìșà?

O Șìrẹ e o Run do
Ọrìșà, são momentos
da cerimônia
religiosa. O Șìrẹ é o
momento inicial da
louvação aos Ọrìșà,
quando se profere
cânticos que não
expressam além de
sua essência, saudar
os Ọrìșà sem a incorporação mediúnica, onde permanecem na roda todos
os Ẹlẹgùn, cantando em homenagem aos Ọrìșà. São cânticos sem uma
história própria, sem ato do Ọrìșà, com isso, quem está na roda, qualquer
Ẹlẹgùn, não deve nesse momento reproduzir ato ou movimento exclusivo
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do Ọrìșà. Ou seja, mesmo que quem esteja no Atabaque Run (maior
atabaque entre os três) resolva fazer dobras como se estivesse chamando
o Ọrìșà para dançar (erroneamente diga-se de passagem), os Ẹlẹgùn não
devem reproduzir os movimentos específicos do Ọrìșà que esteja sendo
louvado, apenas o Ọrìșà pode.
Já o Run do Ọrìșà, é o momento onde o Ọrìșà está presente e se profere
cânticos onde existe uma história, onde o Ọrìșà irá "reviver" momentos de
sua existência material, fazendo atos próprios gestuais e demonstrando o
que aconteceu naquela história que está sendo contada.
Dessa forma, Run do Ọrìșà nada mais é do que, o Ọrìșà sendo guiado pelo
som que o atabaque Run estiver produzindo, orientando assim o Ọrìșà a
reproduzir os movimentos específicos da história cantada. Jamais
interrompa o Run do Ọrìșà ou o deixe incompleto, toda história tem um
começo, meio e fim, deve ser
respeitado.
Mas me diz, pode cantar cantiga de
Șìrẹ em Run de Ọrìșà?
Na minha opinião, o que se canta no
Șìrẹ pode se cantar em Run,
contudo o oposto não é recíproco.
Em raciocínio lógico, os cânticos do
Șìrẹ são formas de saudar o Ọrìșà
enquanto ele não está de forma
presente, o que impede ou o que
estaria errado cantar a mesma para quando ele está presente? Nada, pois
o objetivo é louvar o Ọrìșà, o que estaria errado é cantar uma cantiga de
Run no momento em que o Ọrìșà não está presente e os Ẹlẹgùn
reproduzirem os atos que são exclusivos dos Ọrìșà.
Outro detalhe, já dito, é que quem está no atabaque Run, não deve dobrar
o toque como se estivesse chamando o Ọrìșà para dançar no momento do
Șìrẹ sem Ọrìșà presente.
Por isso é tão importante o Ọlọyẹ Àlágbẹ ter o conhecimento do que está
cantando, pois o Ọrìșà irá responder de acordo com o que lhe é ensinado,
ficando incabível pular parte da história depois de iniciada e tão pouco
proferir cantiga que é de Run no momento de simplesmente saudar, ou seja
no Șìrẹ.
Vale ressaltar, que o Alágbẹ programando sua sequência de Șìrẹ e do Run
de cada Ọrìșà, deve estar com a permissão do Bàbàlọriṣà e Ìyàlọriṣà para
que seja feito daquela forma.

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Cada casa ou cada Àṣẹ tem uma sequência já de raiz, mas nada impede do
Alágbẹ, com conhecimento para isso, modificar e adequar na forma que os
dirigentes aceitem.
Lembrando que, seja discreto e não ache que a sua verdade é única, nossa
cultura é vasta, vamos respeitar.

2 - Ọlọyẹ: Definição

Primeiramente, devemos refletir o que é o


Ọgàn que todos falam. Ọgàn, Ogã e Ogân,
atualmente são palavras que definem pessoas
de sexo masculino que não venham a ter o
transe da incorporação mediúnica.
Contudo, esse fato está incorreto, pois Ọgàn
não define essa classe de pessoas. O correto
dentro da cultura Yọrùbà (Kẹtú), para se
chamar essas pessoas de sexo masculino que
não entram em transe são Ọlọyẹ, que,
segundo o Dicionário de línguas do autor José
Beniste, significa "portador de um título", com
isso tornou-se tradição no culto do candomblé, que, todas as pessoas que
não entram em transe são aqueles responsáveis por portar um "cargo"
religioso (título).
Sendo assim, Ọgàn é um "título" religioso, Alágbẹ é um "título" religioso e
assim sucessivamente com relação a todos os
cargos masculinos em um Ìlẹ Àṣẹ.
Visto isso, segue o mesmo raciocínio sobre a
pessoa do sexo feminino que não entra em
transe, que são definidas por Àjọyẹ, sendo o
gênero para especificar o título Ẹkẹjì.
No mesmo lance, temos o gênero para
identificar aqueles que entram em transe, com
a designação de Ẹlẹgùn, que passa a classe de
Ìyàwọ, Ẹgbọ até Bàbàlọriṣà ou Ìyàlọriṣà,
conforme trata Pierre Verger, em seu livro
Ọrìșà, pg. 19:
"Esse ser escolhido pelo Ọrìșà, um de seus
descendentes, é chamado seu Ẹlẹgùn, aquele
que tem o privilégio de ser 'montado', gùn, por

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ele." "Este termo tanto se aplica aos homens quanto às mulheres".
Existe ainda uma questão de receber Ọyẹ, termo utilizado para entrega de
cargos (títulos), dentro do culto do candomblé que, esse, não está
relacionado com fato de entrar ou não em transe, e sim de receber uma
função dentro do Ilé Àṣẹ, que é diferente do qual foi iniciado e que
independe do fato de ser "rodante" ou não. Como exemplo; Ẹgbọn,
Ìyàkẹkẹrẹ, Sárápẹbẹ, Bábáẹfún, Bàlọgùn, Mọgbá, Bàbálọsànyíán e outros.
Portanto, a partir de hoje, sempre que for designar uma pessoa que não
entre em transe, diferencie usando os termos: Ọlọyẹ, se masculino, Àjọyẹ,
se feminino, e, para os que entram em transe de: Ẹlẹgùn.

Àwọ Ifáșọla
Alexandre Pontes
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A Cura Pelas Planta
Uma dieta natural é a chave para uma vida longa e saudável. E se alguma
coisa não vai bem com o seu organismo, o melhor é tratar com produtos
naturais, pois não têm efeitos colaterais. Na natureza podemos encontrar
a cura para todos os Males. O poder terapêutico das frutas, hortaliças e até
do barro é inacreditável, e se utilizados com alguns critérios, a cura para
diversos males é certa. Nossos cabelos, unhas e pele refletem nossa saúde.
Quando nos alimentamos de uma forma inadequada a nossa saúde fica
prejudicada como consequência nossos cabelos, unhas e pele também. Por
isso uma alimentação saudável é a fonte da saúde e da juventude, ou pelo
menos o retardamento da velhice.
Nossa felicidade também está ligada a
nossa saúde. Não é raro observarmos
que uma pessoa mal humorada e
infeliz, normalmente sofre de algum
mal, podendo ser do estômago,
intestino, etc... Este livro é o resultado
de muita pesquisa, principalmente
com pessoas simples do campo, onde
a vida com a natureza é muito intensa. Nele consegui reunir vários
tratamentos naturais para diversos males, e o mais importante com
resultados totalmente positivos. Para simplificar a sua leitura e posterior
consultas específicas, ele está organizado em ordem alfabética, onde o
leitor poderá ir direto ao assunto que interessa. Espero com este livro
ajudar muitas pessoas, que como eu procurei curas naturais, para melhorar
a qualidade de vida minha e de minha família, ajude também a todos.

COMO USAR PLANTAS E ERVAS

• Conhecer bem a planta ou erva.


• Não deve ser colhida à beira de estradas muito movimentadas, nem em
lugares poluídos
• O melhor horário de colher é entre 8 e 10 da manhã e não deve ser colhida
molhada. Flores, folhas e talos;
• Devem ser colhidas no momento em que as flores vão abrir. Raízes;
• Devem ser colhidas no outono e no inverno.

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• As plantas podem ser secadas na sombra, num forno brando ou ao sol, na
primeira hora apenas. (Colocar em lugar ventilado, aberto, suspenso sobre
telas ou grades).
• Depois de secas devem ser guardados em caixas de papelão ou vidros,
evite plástico.
• Sementes devem ser colhidas quando maduras.
• Para fazer os remédios de plantas pode-se usar plantas verdes ou secas.

O QUE É, E COMO FAZER.

CATAPLASMAS DE BARRO

A terra é um agente curativo extraordinário, pois


seu efeito é regenerador, refrescante,
descongestionante, cicatrizante, absorvente,
desinflamaste e purificador.
Inúmeras doenças são curadas mediante as
cataplasmas de barro, mas aqui somente
mencionaremos algumas: inflamações dos rins,
do fígado e do estômago, febres internas,
catarros intestinais, etc.
As cataplasmas de barro, misturadas com
pedaços ralados de alho e
cebola, são muito eficazes
em casos de úlceras, furúnculos, feridas de qualquer
espécie, mordeduras de cachorros e outros animais,
picadas venenosas de aranhas e cobras, etc.
A terra para as cataplasmas de barro deve ser
extraída de uns 30 a 80 centímetros de profundidade,
a fim de conseguir terra limpa que não esteja em
contato com as sujeiras e o lixo da superfície. A terra
pode ser de qualquer cor, pois o importante é que seja limpa.
Passa-se numa peneira, para que a terra fique livre de pedrinhas; depois se
coloca em um recipiente, acrescenta-se água e amassa-se com uma colher
de madeira ou uma tábua pequena, até obter uma pasta nem muito mole
nem demasiado dura.
Esta pasta se estende num pano apropriado e aplica-se sobre a parte
afetada; em seguida, coloca-se outro pano, que pode ser de flanela ou de
lã, e enfaixa-se a parte do corpo que se está tratando.

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As cataplasmas de barro devem ser colocadas diretamente sobre a pele,
onde está localizada a enfermidade. A espessura da pasta de barro deve ser
mais ou menos de 1 ½ centímetros para os adultos, e para as crianças em
forma proporcional, segundo a idade.
As cataplasmas devem ser suficientemente grandes para cobrir todo o
ventre e os lados do tronco; renovam-se cada 2 ou 3 horas, conforme a
necessidade. Ao retirar a cataplasma, o paciente deve verificar se o barro
está seco. Se este for o caso, indica que existe grande calor interno e então
é necessário colocar outra cataplasma, e assim sucessivamente até eliminar
a febre.
Quando a febre interna desaparece, o barro quase não fica seco, e isto é
uma manifestação positiva de que se alcançou o êxito desejado.
Finalmente, limpa-se com uma toalha molhada a parte onde foi aplicada a
cataplasma.
• Cataplasma e uma aplicação feita de forma
externa. A cataplasma é uma espécie de
massa de consistência parecida com a de
uma “papa” ligeiramente espessa. Podem
ser feitas com farinhas, de argila, de polpas
ou pó vegetal e com ervas frescas que,
depois de bastante amassadas, ficam um
tanto quanto macias.
Aplica-se sobre o local a ser tratado através
de um tecido fino de algodão, a cataplasma
pode ser utilizada quente ou fria,
dependendo do local a ser aplicada, uma ou
até três vezes ao dia, cada aplicação deve durar de 30 a 60 minutos.

Texto do livro: “A cura pelas plantas”

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Sabedoria de Ọrùnmìlà
Naquele tempo, Ọrùnmìlà não era
mais que um jovem, de excepcional
possuía apenas a vontade imensa de
saber tudo o que pudesse. Em suas
andanças sobre os países então
conhecidos, soube da existência de
um grande palácio, onde havia 16
quartos, num dos quais encontrava
aprisionada uma belíssima donzela
denominada Sabedoria. Muitos
jovens aventureiros, guerreiros
poderosos, príncipes e monarcas já
haviam sucumbido na tentativa de
resgatar a bela jovem. Determinado
a conquistar Sabedoria, Ọrùnmìlà
dirigiu-se ao local onde estava
edificado o palácio e no caminho
encontrou um mendigo que lhe
estendeu a mão pedindo um pouco
de comida. Colocando a mão em seu
embornal, Ọrùnmìlà dali tirou um
pequeno saco com farinha de
inhame, que era tudo que tinha para comer e de uma cabaça um pouco de
Ẹpọ (dendê), misturando tudo e dividindo com o mendigo, comendo uma
pequena parte do alimento. Depois de alimentar-se, o mendigo revelou a
Ọrùnmìlà o seu nome, dizendo que se chamava Ẹṣu e como agradecimento
ofereceu ao jovem aventureiro um pedaço de marfim entalhado, dizendo:
“Com este marfim denominado Ìrọkẹ Ifá deverás bater em cada uma das 16
portas do palácio, pois só assim elas se abrirão”. Do interior de cada quarto
ouvirá uma voz que te perguntará ‘quem bate?’. Você se identificará
dizendo que é Ifá, o senhor do Ìrọfà. Pois só assim cada uma revelará o seu
segredo.

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A primeira porta – Ẹjí Ọgbẹ

Representa o conhecimento da vida. A voz


perguntará então: O que está procurando?
E você dirá, estando diante da porta do
primeiro quarto, que deseja conhecer a
vida, a competição entre os homens e que
quer conquistá-la em nome de Ẹjìọgbẹ, o
princípio de tudo. A porta então se abrirá e
conhecerá os segredos da vida.

A segunda porta – Ọyẹkù Mẹjì

Representa o conhecimento sobre a morte.


No segundo quarto, quando a voz te
perguntar o que deseja, depois de ter se
identificado como antes, dirá que deseja
conhecer Ìkù, a Morte e que deseja dominá-
la. Aprender a dependência das almas com
a Morte e a reencarnação por intermédio de
Ọyẹkù Mẹjì. Então a porta se abrirá e você
conhecerá a Morte, seus horrores e seus
mistérios. Se não demonstrar medo em sua
presença irá adquirir o domínio absoluto
sobre ela.

A terceira porta – Ìwọrì Mẹjì

Representa o conhecimento da vida


espiritual com as forças do Ọ run. Na
terceira porta encontrará um guardião
denominado Ìwọrì Mẹjì, o anjo
exterminador que, depois de
reverenciado, colocará diante dos
seus olhos a determinação do criador
sobre a Terra, os mistérios da vida
espiritual e dos nove espaços do Ọ run,
onde habitam deuses e sombras e
todas as classes de espíritos que irá
conhecer.

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A quarta porta – Ọdì Mẹjì

Representa o domínio da matéria


sobre o espírito. Na quarta porta você
reclamará por conhecer o domínio da
matéria sobre o espírito, à lei do
Carma e a formação do gênero
humano. O guardião desta porta
chama-se Ọdì Mẹjì, a quem deverá
demonstrar respeito e submissão. É
necessário que não se deixe encantar
pelas maravilhas e os prazeres que se descortinarão diante de teus olhos,
pois podem te escravizar para sempre, interrompendo sua busca.

A quinta porta - Ìrọsùn Mẹjì

Representa o domínio do homem sobre


seus semelhantes. Na quinta porta
quando for indagado dirá, diante de
Ìrọsùn Mẹjì, que procura o acaso da vida.
O domínio do homem sobre seus
semelhantes através do uso das forças
físicas e imposições dos homens.
Aprenda, mas não utilize jamais as
técnicas reveladas para o mal. Apenas
como defesa, para não se tornar vítima
delas.

A sexta porta – ỌwọnrÌn Mẹjì

Representa o equilíbrio que deve


existir no Universo. Na sexta porta
será recepcionado por um gigante do
sexo feminino que deve ser saudado
por Ọ ỌwọnrÌn Mẹjì a quem solicitará
ensinamentos relativos à possessão
espiritual, à cura dos seres vivos e ao
equilíbrio que deve existir no Universo. Compreenderá então o valor da vida
e a necessidade da morte, o mistério que envolve a existência das
montanhas e das rochas. Ali será tentado pela possibilidade de obter muita

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riqueza, mulher, filhos e bens incomensuráveis. Resista a estas tentações
ou verá ser reduzida a uns poucos dias de luxúria.

A sétima porta – Ọbàrà Mẹjì

Representa o poder da realização dos


desejos e sonhos do ser humano. Agora
estará diante da sétima porta. O habitante
deste quarto chama-se Ọ bàrà Mẹjì, é velho
e se apresenta de aparência bonachona.
Poderá te ensinar prestígios da cura,
soluções para os problemas mais
intrincados e te dará a possibilidade de
realizar todos os desejos dos humanos. Tome cuidado, pois o domínio
desses conhecimentos podem te conduzir à prática da mentira, à falta de
escrúpulos e o desequilíbrio mental.

A oitava porta –Ọ kànràn Mẹjì

Representa o poder da palavra do


ser humano. No oitavo quarto
deverá solicitar a permissão de
Ọ kànràn Mẹjì para conhecer o
poder da fala humana, que
infelizmente é muito mais usada
na prática do mal do que para o
bem, e o encadeamento das
forças. Este guardião te falará em muitas línguas e de sua boca só ouvirá
lamúrias. Aprende depressa e depressa foge deste local, onde imperam a
falsidade e a traição.

A nona porta – Ọgùndà Mẹjì

Representa os malefícios da corrupção e da


decadência no ser humano. Diante da nona
porta, pedirá permissão ao seu guardião,
Ọgùndà Mẹjì para conhecer a corrupção e a
decadência, que podem levar os seres
humanos aos mais baixos níveis de
existência. Naquele quarto, encontrará os

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vícios que assolam a humanidade e que a escravizam em correntes
inquebráveis. Verá o assassinato, a ganância, a traição, a violência, a
covardia e a miséria humana, brincando de mãos dadas com muitos
infelizes que se tornam seus servidores.

A décima porta - Ọ sá Mẹjì

Representa o poder do fogo e da


influência dos astros no ser humano.
No décimo aposento deverá
apresentar reverências a uma
poderosa feiticeira, cujo nome é Ọ sá
Mẹjì. Ela vai contar o poder que a
mulher exerce sobre o homem e o
porquê deste poder. Conhecerá
seres poderosos que praticam o bem
e o mal, denominados Àjẹ que vão
lhe oferecer seus serviços maléficos.
Caso aceito fará de você o mais poderoso e o mais odiado ser da face da
Terra. Aprenderá a representação do tempo, a dominar o fogo, a utilizar a
influência dos astros sobre o que acontece no mundo. Saberá das relações
entre o sol e a Terra e a Terra e a Lua, principalmente a influência da Lua
sobre os seres vivos. Cuide para que estes segredos não te transformem em
um feiticeiro maldito.

A décima primeira porta – Ìká Mẹjì

Representa o mistério da
reencarnação e o domínio
sobre os espíritos. Bata agora
com o seu Ìrọfà na décima
primeira porta e a voz do
guardião Ìká Mẹjì lhe dirá onde
os peixes povoaram os mares,
o gigante em forma de
serpente te fará estremecer.
Saúde-o respeitosamente e solicite dele a permissão para conhecer o
mistério que envolve a reencarnação, o domínio sobre os espíritos Àbìkù
que nascem com o destino de uma vida curtíssima. Aprenda a dominar este
segredo e desta forma poderá livrar muitas famílias do luto e da dor.

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A décima segunda porta - Ọ túrúpọ n Mẹjì

Representa os segredos da
criação da Terra. Esta porta
te reserva sustos e
surpresas sem fim. Seu
guardião se chama
Ọ túrúpọ n Mẹjì é do sexo
feminino. Possui forma
arredondada, mas se
parecendo com uma
grande bola de carne
quase disforme. Trata-se
de um gênio muito
poderoso que poderá lhe
revelar todos os segredos
que envolvem a criação da
Terra, além de te ensinar
como obter riquezas inimagináveis. Aprenda com ele o segredo da gestação
humana e a maneira como evitar abortos e partos prematuros. Depois parta
respeitosamente em busca da próxima porta.

A décima terceira porta - Ọtùrà Mẹjì

Representa o pleno poder sobre a


matéria, a força mágica. Bata com
cuidado e muito respeito, neste
quarto reside um gigante chamado
Ọtùrà Mẹjì, que costuma comunicar-
se de forma íntima e constante com a
energia da criação. Aprenda então
como nasceu à raça humana, o
domínio do homem sobre todos os
animais e como é possível separar as
coisas. Domine os mistérios de
dissociar os átomos, adquirindo
assim pleno poder sobre a matéria.
Aprenda também a utilizar a força
mágica que existe nos sons da fala

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humana, mas usa esta força terrível com muita sabedoria.

A décima quarta porta - Ìrẹtẹ̣ Mẹjì

Representa o poder dos


segredos dos espíritos da
Terra. Já diante da décima
quarta porta, irá se
deparar com Ìrẹtẹ̣ Mẹjì,
que nada mais é do que o
próprio espírito de Ilé, a
terra. Faça com que
desvende seus mais
íntimos segredos,
aguarde-o e preste lhe
permanente reverência e
sacrifício. Saiba como ir e
voltar do reino de Ìkù. Contate por seu intermédio os espíritos da terra,
“Ọnìlẹ”, transformando-os em seus aliados. Aprenda com ele o poder da
cura.

A décima quinta porta –Ọ sẹ́ Mẹjì

Representa os males físicos do ser


humano. Na décima quinta porta
será recepcionado por Ọ sẹ́ Mẹjì,
que irá te ensinar sobre
degeneração, decomposição,
doenças, perdas e putrefação.
Aprenda que é perdendo que se
ganha, siga sempre pelo caminho
mais modesto. Aprenda a sanar
estes males e saia daí o mais
depressa possível para não ser
também vitimado por tanta
negatividade.

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A décima sexta porta - Ọfùn Mẹjì

Representa a união dos


poderes dos outros 15 Ọdú de
Ifá. Finalmente a décima sexta
porta, o último dos obstáculos
que te separam da sua
desejada musa. Aí reside Ọfùn
Mẹjì, o mais velho e terrível dos
16 guardiões, aquele que
ressuscita os mortos, saúde-o
com temor, dizendo “Ẹpà
Imole” só assim poderá aplacar
a sua Ira. Contemple-o, mas
não o encare, observe que ele
não é como os outros que você já conheceu durante a caminhada. É a
reunião de todos os demais que nele habitam e que nele se dissipam
somente de forma ilusória. Conhecê-lo é conhecer todos os segredos do
Universo.

“SE FOR ESTÁ A SUA BUSCA, ENTÃO VOCÊ ENCONTROU A “SABEDORIA”,


LEVE-A CONSIGO ATÉ A ETERNIDADE”.

Àwọ Ifábùnmì Fátùmbí


Marco Rodrigues

Ọrùnmìlà diz:

Para se formar um grupo sólido, consistente e duradouro o mesmo deve ter


como alicerce a verdade e a bondade, pois, sem as mesmas, teremos um
grupo onde pessoas falarão aos ventos, irão rir em vão, irão abraçar-se por
educação e concordarão ou não sem ao menos se escutarem....

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Força Afro Brasil

A Associação Cultural e Educacional Força


Afro Brasil, denominada Força Afro Brasil, foi fundada em 2016 por meio da
vontade de praticantes das religiões de matriz africana, de fazer valer os
direitos assegurados pela constituição, em especial, o reconhecimento e o
respeito como qualquer outra religião tem. O
lema da Força Afro Brasil é “O nosso trabalho é a
solidariedade”. Idealizada por praticantes da
Umbanda e do Candomblé, a entidade
desenvolve projetos sociais e culturais voltados
para os terreiros, centros e templos, bem como
para as suas comunidades e os adeptos das
religiões.
A Força Afro Brasil prega a união, a paz e a harmonia entre os praticantes
da religião a fim de conquistar o respeito merecido e que ao longo dos anos
vem sofrendo retaliações por parte de outras religiões. A cultura dos
Afrodescendente, o respeito ao negro e a sua influência no país, e a
intolerância religiosa são bandeiras defendidas pela Força Afro Brasil.
A entidade respeita a diversidade das
doutrinas religiosas bem como defende os
direitos dos mais necessitados e humildes. A
Força Afro Brasil respeita as diferenças
referentes ao pensamento, a liberdade de
expressão, a diversidade de orientação
sexual.
A Força Afro Brasil atua no Distrito Federal e
nas cidades do Entorno de Brasília. A
diretoria tem a intenção de expandir o movimento por todo o país.

Objetivos da Força Afro Brasil:

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Assistir, promover e valorizar a cultura Afrodescendente, bem como as
práticas esportivas e educacionais, em
âmbito geral; Oferecer oportunidades,
meios e condições para a educação,
habilitação profissional, recreação,
esportiva, arte, melhoria dos padrões
culturais e ascensão social dos
afrodescendentes; Promover o convívio e a
fraternidade humana, o sentido e a ação
comunitária, a participação e a integração
social dos afrodescendentes em seus vários movimentos organizados;
Promoção da assistência social e educacional; Promover a cidadania, a
ética, os direitos humanos e a liberdade de expressão; Promover a defesa e
preservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável; Desenvolver projetos sociais que estimulem a cidadania em
todos os níveis; Desenvolver e participar de projetos habitacionais por meio
de mutirões comunitários, regularização de loteamentos urbanos e rurais,
através de parcerias, convênios ou contratos com órgãos da administração
pública e/ou iniciativa privada.

Gratidão aos ORIXÁS pelo sábado de intenso trabalho da FORÇA AFRO


BRASIL, na luta pela cultura, ancestralidade negra e religiosidade de Matriz
africana. 8° Kilombrasília no Museu Nacional, com o grande parceiro
MESTRE ROMEU.
Grupo de capoeira reuniu mais de 600 capoeiristas, num encontro de
resistência desse patrimônio cultural do
Brasil. Centro de umbanda do pai Francisco
de Ọgùn, na Ponte Alta do Gama, em
companhia do grande parceiro e apoiador,
Pai Edson Edinho d' Ǫbalúwayẹ e sua esposa
d. Irene. Ilê do Pai Anderson d' Àyrá, em
Sobradinho com a maestria do
representante da FORÇA AFRO BRASIL em
Florianópolis, Pai Babazinho de Ọṣàlà. Axé
sensacional!

Estamos na luta, junte-se a nós!


JUNTOS IREMOS MAIS LONGE.

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Ọyẹkù Mẹjì

Àwọ kìì ku
Àwọ kìì run
Àwọ ìpà ìpọ da ni
Kàwọ ma se dàrọ Àwọ
Bi o pẹ titi Àwọ a tun ri Àwọ hẹ
Nìtọripẹ bi Àwọ ba pa ipọ da
Ìtùnlà ni awo sare lo
Tànì kọ sai mọ pẹ Ìtùnlà ni ìlẹ àgbẹkẹhìn Àwọ

Tradução:

O sábio e os devotos verdadeiros nunca morrem.


O inteligente e o fiel nunca são atingidos com doenças e afecções.
O iluminado e o honesto só mudam de posição.
Por isso ninguém deve chorar a partida dos sábios para o mundo do
além. Sem demora nos encontraremos para não mais partir.

A Ancestralidade é nossa via de identidade histórica, sem ela, não


sabemos o que somos e nunca saberemos o que queremos ser”

Àwọ Ifábùnmì Fátùmbí


Marco Rodrigues

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Á revista Ọmọ Ifá, traz a oportunidade
de divulgar sua marca, serviços, eventos,
produtos, associações, fundações, ONG,
entre outros. Nossa revista oferece mais
de 10 mil usuário no whatsApp, mas de
1 milhão de usuário no facebook e uma
infinidade no google, além de juntar
parcerias para bons negócios,
estreitando laços comerciais. E
colocamos seus anúncios no site. Venha
fazer parte desta grande família e seja
muito bem-vindo.

Promoção para anuncio até o dia 5de maio

Eventos: 50,00 meia página


Festa: 50,00 meia página
Produtos, 70,00 meia página
Serviços, 70,00 meia página

Eventos: 85,00 inteira


Festa: 85,00 inteira
Produtos, 100,00 inteira
Serviços, 100,00 inteira
Participar da revista escrevendo: 100,00 por página.

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