Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
FRIBURGO
FIORE, Cecilia de Araujo Capetine1
RESUMO
O presente artigo tem como propósito analisar as políticas culturais no turismo de Nova
Friburgo. Dessa forma, na primeira parte iremos descrever como procedeu a colonização de
Nova Friburgo. Num segundo momento, vamos ilustrar a configuração atual da cidade,
pontuando as políticas culturais e o turismo do município. Em seguida, partiremos para a
análise do papel de resgate da memória do Centro de Documentação D. João VI. E por último,
para conclusão será feito uma análise das políticas culturais de Nova Friburgo e destacaremos
melhorias para o turismo. Teremos como metodologia a referência de autores clássicos que
trabalham com o tema, abordar as percepções dessa pesquisadora e ilustrar esse trabalho com
figuras.
1. INTRODUÇÃO
1
Mestra em Memória e Acervo pela Fundação Casa de Rui Barbosa, Graduada em História pela Universidade
Veiga de Almeida e Graduanda em Arquivologia pela Universidade Federal Fluminense.
Estagiária de Arquivologia da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro; Estagiária da Prefeitura de Duque
de Caxias e Bolsista de Iniciação Científica da Fundação Casa de Rui Barbosa.
ceci_capetine@hotmail.com/ cecicapetine@gmail.com
2
Segundo o censo de 2010 do IBGE.
geomorfologia exuberante, casas e edifícios históricos que remontam a arquitetura suíça, etc.
Esse é o diferencial de Nova Friburgo, situada no conturbado estado do Rio de Janeiro. Dessa
maneira, muitos turistas fazem uma pequena viagem para conhecer esse pequeno pedaço da
Suíça no Brasil.
Para que o turismo funcione bem é necessário que o município tenha políticas
culturais. Nesse caso Nova Friburgo é um verdadeiro exemplo a ser seguido. No site da
Prefeitura de Nova Friburgo observamos que o município possui um Conselho Municipal de
Políticas Culturais3, e o mesmo tem uma ligação forte com os moradores.
Outro exemplo de políticas culturais é o Centro de Documentação D. João VI, criado
por moradores para que a memória da colonização de Nova Friburgo não fosse esquecida.
Essa instituição detém um grande acervo digitalizado sobre o município, e caso o pesquisador
necessite, pode consultar os documentos pessoalmente.
3
NOVA FRIBURGO PREFEITURA. Cidade de todos os povos. Prefeito empossa Conselho Municipal de
Políticas Culturais e primeira reunião de 2015 acontecerá em 9 de março. Disponível em:
<http://novafriburgo.rj.gov.br/2015/02/prefeito-empossa-conselho-municipal-de-politicas-culturais-e-primeira-re
uniao-de-2015-acontecera-em-9-de-marco/>. Acesso em: 6 fev. 2019.
pouco tempo pela pressão que a Inglaterra estava fazendo para extinguir o tráfico negreiro
pelo mundo; e a quantidade de negros que era tão grande que a qualquer momento poderia
surgir uma grande rebelião. Assim, o rei decidiu pelos esse dois fatores, recolonizar o estado
do Rio de Janeiro, trazendo mil suíços em 1819 para Nova Friburgo. Como explica Sanglard
(2003, p. 174).
Desde a vinda da Côrte para o Brasil, a mesma tomou medidas para substituir a mão
de obra “ negra e escrava” pela mão de obra “branca e europeia”. Durante todo o período da
Monarquia vemos medidas que minimizaram a escravidão (Lei Eusébio de Queiróz - 1850,
Lei do Ventre Livre - 1881 e Lei dos Sexagenários - 1885) até chegar ao seu apogeu com a
assinatura da (Lei Áurea - 1888). Precisamos enfatizar como já falado, que tais medidas foram
tomadas, pois o Brasil sofria pressão internacional, principalmente da Inglaterra, para que a
escravidão fosse extinguida. Não podemos deixar de enfatizar que também existia medo por
parte do Estado e da população de uma rebelião por parte dos negros a qualquer momento.
Um exemplo desse fenômeno como aconteceu no Haiti em 1791-1804, chamado de
Revolução Haitiana ou Revolta de São Domingos. Nessa revolução os negros mataram todos
os brancos e tomaram o governo.
Dito isto, a melhor maneira de sair desse impasse era recolonizar o país com mão de
obra “branca e europeia”. O primeiro contrato oficial de imigração europeia para o Brasil foi
em 1819. Como explica, Sanglard (2003, p. 173 e 176).
Desde sua colonização Nova Friburgo cresceu muito, existem diversos edifícios e
casas modernas na cidade. Todavia, o município se preocupa com sua história, desse jeito,
existe a conservação de moradias que remontam ao tempo da colonização, ou seja, ao século
XIX. Outro tema importante são os pontos turísticos naturais da cidade. Assim, a
configuração atual da cidade é um grande mosaico do antigo, do novo e da natureza..
Como explica o autor Holzer (2014, p. 11):
(...) o município de Nova Friburgo possui um patrimônio edificado em
arquitetura de terra, com especificidades técnicas que se remontam à
colonização suíça. Este patrimônio está assentado em uma paisagem em que
as marcas e as matrizes configuram uma paisagem cultural bastante peculiar.
(HOLZER, 2014, p. 11)
Para termos mais precisão sobre o assunto, abaixo seguem os mapas que destacam os
pontos turismos do século XIX e modernos .
Do modo que Nova Friburgo é vista com um município turístico, com políticas
culturais presentes, podemos afirmar que existem diversos trabalhos que abordam a questão
de cultura e de identidade. De cultura por parte dos pontos turísticos do município, e de
identidade pelo modo que foi realizada sua colonização. Para compreendermos melhor tal
assunto, Rubim (2007, p. 141) esclarece:
Para finalizarmos a discussão sobre políticas culturais em Nova Friburgo, temos como
premissa a elaboração da mesma, que deve partir do Estado. Com a objetivo de lapidar a
cultura já existente no bairro, município, cidade, estado ou país. O autor Simis (p. 135, 2007),
conceitua essa concepção.
No Estado democrático, o papel do Estado no âmbito da cultura, não é
produzir cultura, dizer o que ela deve ser, dirigi-la, conduzi-la, mas sim
formular políticas públicas de cultura que a tornem acessível, divulgando-a,
fomentando-a, como também políticas de cultura que possam prover meios
de produzi-la, pois a democracia pressupõe que o cidadão possa expressar
sua visão de mundo em todos os sentidos. Assim, se de um lado se rechaçam
as iniciativas que favorecem a "cultura oficial", a imposição de uma visão
monopolizada pelo Estado do que deva ser cultura brasileira, por outro, não
se pode eximir o Estado de prover esse direito social, de estimular e animar o
processo cultural, de incentivar a produção cultural, sem interferir no
processo de criação, e preservar seu patrimônio móvel e imóvel. (SIMIS, p.
135, 2007)
Nesta página a Secretaria de Turismo coloca a disposição do público fotos dos pontos
turísticos da cidade, e como os turistas podem acessar tais lugares. Dois pontos negativos que
vemos nessa imagem são que existem apenas 271 pessoas curtiram a página, e que a última
publicação é de 22 de outubro de 2018. Dessa forma, podemos concluir que a Secretaria de
Turismo não impulsiona a página para um maior alcance de pessoas, e também que não se
preocupa em atualizar semanalmente. Isto posto, verificamos que o setor responsável pela
“industrial cultural” em Nova Friburgo não está trabalhando com precisão, podendo até perder
turísticas com a falta de propagação do município.
Após apresentado esse relato percebemos que a Fundação D. João VI precisou utilizar
o meio de comunicação em massa a “internet”, criando seu próprio site para difundir as
informações e os documentos que a mesma possui. Esse fato é proveniente da tecnologização
da comunicação e cultura, chamada de “cultura midiatizada”como pontua Rubim (2007, p.
143 - 144).
A tecnologização da comunicação e da cultura, por fim, faz aparecer a
intitulada “cultura midiatizada”, componente vital da circunstância cultural,
em especial dos séculos xix, xx e xxi. Em anos mais recentes, a
tecnologização da comunicação e da cultura possibilitou a explosão das redes
informáticas e todo um conjunto de ciberculturas, associadas ao processo de
glocalização das redes, que hoje passam a ambientar a sociabilidade.
(RUBIM, 2007, p. 143 -144)
Tais espaços de virtuais fazem com que pesquisadores, cidadãos, usuários, etc, na
comodidade de casa acessem o site e posteriormente se interessam pelo temática da
instituição. Dessa maneira, podem realizar estudos com a documentação já digitalizada
disponível no site, ou ir na própria instituição realizar pesquisa.
Devemos salientar que a instituição possui um espaço físico na Praça Getúlio Vargas,
71, no centro de Nova Friburgo. Podemos dizer que esse acontecimento é proveniente que (...)
brotam em vários lugares manifestações confeccionadas por fluxos e estoques culturais locais
e regionais. Mesmo no âmbito da cultura global, surgem espaços destinados aos produtos
típicos. (RUBIM, 2007, p. 145). Esse espaço da Fundação D. João VI é um exemplo desse
fenômeno.
Figura 4: Site da Fundação D. João VI. Ao fundo está o espaço físico da instituição.
Fonte: Site Fundação D. João VI.
Para concluirmos a argumentação sobre a Fundação D. João VI, devemos destacar que
(...) o grande desafio é o de criar projetos que não sejam desmontados a cada nova
administração, gerando um ciclo contínuo de desperdício de recursos e de trabalho.
(CALABRE, 2007, p. 98). Isto posto, o estímulo da instituição é divulgar a história e a cultura
do município de Nova Friburgo, para isso ocorra da melhor forma possível esse lugar de
memória, não pode deixar que cada administração interfira negativamente na sua gestão.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O turismo de Nova Friburgo está ligado diretamente a sua colonização suíça, devemos
destacar que os suíços edificaram a cidade nos seus moldes, e fizeram transformaram essa
terra num grande atrativo turístico depois de dois séculos da sua colonização.
Ao olharmos para o município de Nova Friburgo, vemos um grande exemplo a ser
seguido de políticas culturais. O município preserva sua memória da colonização, e faz com
que muitos turistas saíam da cidade deslumbrados com a preservação de edifícios do século
XIX. Vimos também que a existência do o Centro de Documentação D. João VI com menos
de uma década, tem um papel fundamental da reconstrução e difusão da cultura e história de
Nova Friburgo.
Sobre o turismo na cidade existe uma grande lacuna a ser preenchida, a divulgação do
mesmo em redes sociais. Com o avanço da tecnologia pelo mundo, esse é o maior meio de
comunicação entre o turismo e os turistas. Existe como já mencionado neste artigo, a página
do facebook da Secretaria de Turismo de Nova Friburgo. Todavia, a mesma não faz postagens
com frequência sobre a cidade. Dessa forma, a solução para esse problema seria a ampliação
com a divulgação do turismo em redes sociais com instagram, twitter, sites, facebook, etc; e a
atualização das mesmas semanalmente. Assim, os futuros turistas poderiam ter o primeiro
contato com a cidade e aos antigos se manterem informados sobre festividades, eventos,
celebrações do município.
REFERÊNCIAS
Sites consultados
Bibliografias consultadas
CALABRE, Lia. Políticas culturais no Brasil: balanço e perspectivas. In: RUBIM, Albino;
BARBALHO, Alexandre. (Orgs.). P olíticas culturais no Brasil. Salvador: EDUFBA, p.
87-107, 2007.
HOLZER, Werther. Paisagem Cultural e Arquitetura Vernacular: o caso dos suíços em Nova
Friburgo. Fórum Patrimônio: Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, v. 7, n. 2,
2014.
RUBIM, Antonio Albino Canelas. Políticas culturais: entre o possível e o impossível. Teorias
e políticas da cultura: visões multidisciplinares. Salvador: EDUFBA, p. 139-157, 2007.
SANGLARD, Gisele. De Nova Friburgo a Fribourg através das letras: a colonização suíça
vista pelos próprios imigrantes. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro,
v.10, n.1, p.173-202. 2003.
SIMIS, Anita. A política cultural como política pública. In: RUBIM, Albino (Org.). Políticas
Culturais no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2007. p. 133-155.