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Mestrado em Educação e Docência – PROMESTRE – FAE - UFMG

Disciplina: Educação e Espiritualidade – uma perspectiva filosófica e


antropológica
Professora: Teca Xavier
Estudantes: Gilmara Gonçalves Oliveira e Kleiner Eler De Moura

Segundo o pensamento do filósofo alemão, professor Dr. Ferdinand Röhr (2013), o ser
humano é um ser multidimensional, onde cada dimensão tem sua importância no
desenvolvimento e entendimento de si e do outro.
Cinco dimensões básicas são atravessadas por outras doze dimensões transversais, sem
que uma seja mais importante que a outra, porém, todas com forte influência sobre as
demais, devido a esta conexão.
É importante ressaltar que, das dimensões básicas, a primeira é descrita como
‘dimensão física’, ligada à corporalidade físico-biológica; a segunda é a ‘sensorial’,
ligada à percepção que temos das coisas, através de nossos cinco sentidos; a terceira é a
‘dimensão emocional’, ligada à psique e às respectivas movimentações e compensações
dos estados emocionais; a quarta é a ‘mental’, ligada às camadas do raciocínio lógico,
da intuição, da capacidade de reflexão humana, da recordação e da memória; e a quinta,
não menos ou mais importante que as outras, é a ‘dimensão espiritual’, na qual
entramos ao nos identificarmos com algo que se torne apelo incondicional para nossa
existência.
Cada dimensão é compreendida e dividida segundo seu nível de densidade. As mais
densas abrangem a matéria física, as sensações físicas. E as menos densas, ou mais
sutis, são ligadas às emoções, aos sentidos reflexivos e à espiritualidade, compreendida
aqui “como parte fundamental e perene da humanização do ser humano”. (RÖHR, 2011,
p.54)*
Os pontos que consideramos mais relevantes nesta linha de pensamento, durante a
vivência com o filósofo Röhr, que trabalha sob a perspectiva filosófica de Martin Buber,
são: o entendimento do indivíduo espiritualizado como sendo aquele totalmente
comprometido com seus princípios éticos; a autocontemplação como caminho possível
para o desenvolvimento humano; e o amor como um ato e não como um sentimento,
onde as pessoas podem entrar numa relação de abertura espiritual, sem a pretensão de
mudar o outro, aceitando-o e sentindo-o como ele é, conforme a relação EU e TU em
Martin Buber.
Trazendo estes pontos supracitados para o campo educacional, entendemos que, o
sentido de ser educador está em estimular o educando a buscar o real sentido de sua
própria vida, pois, na maioria das vezes, a escola não ensina para a vida, mas sim para a
prova. Em outras palavras, convém que todos os nossos esforços educacionais
estimulem o educando a encontrar sua espiritualidade assumindo esta busca de forma
mais autônoma.
Tal ação está diretamente relacionada ao que Röhr chama de amor incondicional visto
que, o comprometimento do educador, é com o bem estar do estudante para com ele
mesmo, ainda que, ciente que todo conhecimento dependa de certo tempo para
amadurecer, já que o caminho da autocontemplação é processo.
[...] é tarefa da reflexão curricular abranger todas as áreas em que o homem
expressa a sua humanidade e trazê-las para as atividades educacionais, de tal
forma que revelem seu lado material, sensorial, emocional e mental, apelando
para que o educando, ele mesmo, se comprometa com ela na sua dimensão
espiritual. (RÖHR, 2011, p. 67)

No entanto, para alcançar esta meta faz-se necessário, primeiramente, a busca pela
compreensão e comprometimento ético consigo mesmo, numa constância que não caiba
exceções. Quando a constância se instaurar, teremos efetivamente acessado a dimensão
da espiritualidade e, com isso, estaremos equilibrados nas demais dimensões. Teremos
desenvolvido uma ética nas relações com o outro, a ponto de socializarmos nossas
ações, colaborando para um mundo mais humano.

[...]antes de entrar num processo comunicativo em prol de um consenso


socialmente viável, preciso ter certeza sobre as minhas posições próprias,
preciso saber o que é negociável nas minhas posições e o que não, quais os
meus interesses momentâneos e quais os princípios éticos que valem para
mim de forma incondicional.(RÖHR, 2011, p.65)

Assim, entendemos que, é preciso investir nas três virtudes que perpassam esta relação
educador x educando: paciência, confiança e amor.
Paciência, no sentido de respeitar o tempo do outro e o próprio tempo, e nesta premissa
retornamos à importância da autocontemplação; confiança, que, para ser trabalhada
necessita do desenvolvimento da dimensão mental, visto que, segundo Röhr, o processo
intuitivo é o único que nos leva a produzir certezas; e amor, no sentido supracitado de
ser ação e não sentimento, pois é preciso se desvencilhar da ideia pré-concebida da
atração física e do apego emocional, deixando prevalecer o comprometimento com o
desenvolvimento do outro.
Concluímos então que, o equilíbrio das dimensões humanas, podendo refletir na
perfeita aplicabilidade das virtudes em questão, deve ser uma busca constante, pois,
enxergar o outro, não se aprende de repente – ao menos não nesta totalidade e
sensibilidade apontada por Röhr e Buber-.
E, como nossos estados emocionais afetam nosso pensamento, faz-se necessário limpar
as dimensões mais densas de nossa existência para termos condições de desenvolver
espiritualmente e, com isso, nos distanciarmos da coisificação nas relações. Encontrar o
próprio centro e fazer desse centro seu real caminho, não é fácil, porém importante para
oportunizarmos que a espiritualidade do outro se manifeste.

*
RÖHR, Ferdinand. Espiritualidade e Formação Humana. In: POIÉSIS, Tubarão, Número Especial:
Biopolítica, Educação e Filosofia, UNISUL: Santa Catarina, 2011, p. 53-68.

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