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APERFEIÇOAMENTO (PCA)
NÍVEL MÉDIO
As Drogas Ontem:
O consumo de drogas não é um fenômeno recente. O uso de plantas
alucinógenas sempre esteve relacionado à vida do homem. Há registros
sumerianos datados de 3000 anos a.C. que falam do uso medicinal da cultura
da papoula do ópio , que se originou na Europa e Ásia Menor, e o próprio
Homero o menciona como algo “que faz esquecer o sofrimento” em sua
Odisseia. O ópio é um depressor do sistema nervoso central, com propriedades
sedativas e analgésicas. A morfina, heroína e codeína são dele derivadas. A
morfina é um alcaloide de ópio usado como analgésico. A heroína é um
derivado semissintético da morfina e é considerada uma droga ilícita.
No Brasil o ópio e seus derivados atualmente considerados substâncias ilegais
já foram utilizados em várias medicações como em xaropes para tosse ou
mesmo para “ acalmar as criancinhas”, sendo vendido nas farmácias até o início
do século XX. Já a China, por razões econômicas, se colocou como maior país
de consumo do ópio até 1950.
Drogas Lícitas
São aquelas que têm a sua produção e seu uso permitido
por lei, sendo liberadas para comercialização. Observa-se
aqui que o fato de serem liberadas não significa que não
tenham algum tipo de controle governamental bem como
não provoquem algum prejuízo à saúde mental, física e
social. Isto dependerá de múltiplos fatores tais como
quantidade, qualidade, frequência de uso e etc.
Drogas medicamentosas (tranquilizantes,analgésicos,etc.);
Drogas sem finalidade terapêutica (álcool e tabaco);
Drogas industriais (cola, esmalte, fluídos, solventes, etc.)
Drogas Ilícitas:
São todas e quaisquer substâncias químicas ou
composto químico natural ou artificial que tenha efeito
psicoativo e que seja proibida por lei. Note-se que
algumas drogas, ilícitas em determinados países, são
permitidas e de uso corriqueiro em outros países. Veja-
se o exemplo do álcool, proibido em países
muçulmanos, mas permitido no Ocidente.
> Uso: usar drogas significa consumir algum tipo de substância psicoativa de forma
eventual ou recreacional. Como exemplos, podem ser citados o consumo de
bebidas alcoólicas em determinadas ocasiões, o uso de psicofármacos por
recomendação médica, o uso de algumas ervas em rituais religiosos, ou
ainda, o uso esporádico de drogas consideradas ilícitas (maconha, cocaína, etc).
> Abuso de drogas refere-se ao consumo excessivo de qualquer
substância psicoativa, que acarrete danos físicos, psicológicos e/ou sociais para o
indivíduo.
> Tolerância: diminuição do efeito farmacológico com a administração repetida da
substância.
> Dependência: vínculo extremo, onde a droga é priorizada em detrimento de outras
relações. Na falta da droga, as pessoas que se acostumaram à consumi-la, são invadidas
por sintomas penosos.
> Dependência física: estado de adaptação do corpo, manifestado por distúrbios físicos
quando o uso de uma droga é interrompido.
> Dependência psíquica: impulso irrefreável, tem que fazer uso das drogas a fim de evitar
o mal-estar, o que favorece a aquisição do hábito.
Tipos de usuários de drogas: Usuário habitual: o usuário não espera que alguém lhe
Os usuários podem ser classificados em: ofereça a droga — ele mesmo vai comprá-la, por livre e
> Usuário experimentador: é o jovem que tem o primeiro espontânea vontade. Nessa categoria, ele ainda não está
contato com qualquer substância: pode ser a primeira dependente de drogas, mas está a um passo de se tornar
tragada de um cigarro, o primeiro gole de cerveja ou o um viciado.
uso de maconha ou de cocaína pela primeira vez. São Usuário dependente: é aquele que se torna dependente
muitos os motivos que levam um jovem a experimentar físico e psíquico de droga. O usuário rompe com os vínculos
algum tipo de droga: pressão de colegas, curiosidade, sociais e afetivos, isolando-se e marginalizando-se.
exibição para o sexo oposto. Na maioria das vezes, o
contato com a droga não passa da primeira experiência.
Uma nova classe de drogas apareceu dentro das drogas sintéticas. São as
chamadas designer drugs ou club drugs. A palavra designer significa
desenhada, modificada. São drogas sintéticas obtidas por meio da manipulação
laboratorial de outras drogas sintéticas, com o intuito de potencializar seus
efeitos, minimizar reações adversas ou combinar novas sensações. São fruto da
popularização e da banalização tecnológica, uma vez que são sintetizadas em
laboratórios clandestinos, em escala doméstica. Por serem consumidas
preferencialmente por jovens frequentadores de dance clubs e festas tecno
denominadas raves, também ganharam o nome de club drugs.
A Federal Drug Enforcement Administration (DEA) elaborou uma > > Substâncias Classe III: Alguma utilidade clínica.
classificação adotada hoje pelos órgãos de saúde pública e Potencial moderado de abuso e dependência .
vigilância sanitária de todo o mundo. A classificação baseia-se Ex: Paracetamol e codeína combinada, esteróides,
tanto na utilidade clínica da substância, quanto no seu potencial anabolizante.
de uso nocivo.
> Substâncias Classe IV: Grande utilidade clínica.
Classificação do Federal Drug Enforcement Administration (DEA): Potencial baixo de abuso e dependência
Ex: Benzodiazepínico, Fenobarbital.
> Substâncias Classe I: Nenhuma utilidade clínica. Alto potencial
de abuso e dependência. > Substâncias Classe V: Grande utilidade clínica
Ex: Heroína Alucinógena (LSD, mescalina), Maconha. Potencial muito baixo de abuso e dependência
Ex: Misturas de narcóticos e atropina ,misturas diluídas
> Substâncias Classe II: Baixa utilidade clínica . Alto potencial de de codeína.
abuso e dependência.
Ex: Ópio ou morfina, Codeína, Opiáceos sintéticos, Barbitúricos
Anfetaminas & derivados, Cocaína ,Fenciclidina (PCP).
Material elaborado pela Equipe Pedagógica do PCA
DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS:
É possível notar que entre as drogas lícitas há aquelas que não possuem
utilidade médica, mas são consumidas livremente ou com algum controle.
É o caso do álcool e do tabaco, podendo causar dependência.
Há aquelas que apesar de causarem dependência possuem indicações
médicas precisas e importantes. São os calmantes, os analgésicos
derivados do ópio e as anfetaminas.
Mas há um último grupo, que não possui indicações para uso médico,
tampouco destinam-se originalmente ao consumo humano. Tratam-se dos
inalantes. Esses compostos orgânicos, presentes nas tintas acrílicas, sprays,
corretores de tinta, nos combustíveis, colas, solventes e removedores são
causadores potenciais de complicações agudas e crônicas.
> Nome da droga: Benzodiazepínicos: Diaxezepam (Valium®), > Nome da droga: Anfetaminas e derivados: Anfepramonas
Clordiazepóxido (Psicosedin®), Clonazepam (Rivotril®), (Dualid®, Inibex®) , Femproporex (Desobesi® ),
Midazolam (Dormonid®), Alprazolam (Frontal®), Bromazepam Metilfenidato (Ritalina®).
(Lexotan®), Flunitrazepam (Rohypnol®). Indicação Clínica: Moderadores do apetite (Anorexígenos)
Indicação Clínica: Tranqüilizantes ou calmantes (ansiolíticos) Déficit de Atenção.
Indutores do sono,hipnóticos ou soníferos.
O Sistema Único de Saúde (SUS), instituído pela Lei 8080/90, é o Assim sendo, torna-se imperativa a necessidade de
conjunto de ações e serviços de saúde que têm por finalidade a estruturação e fortalecimento de uma rede de
promoção de maior qualidade de vida para toda a população assistência centrada na atenção comunitária associada à
brasileira; no intuito de garantir o acesso de todos a uma rede de serviços de saúde e, que tenha
assistência integral e equitativa à Saúde, avança de forma ênfase na reabilitação e reinserção social dos seus usuários,
consistente na consolidação de rede de cuidados que funcione de sempre considerando que a oferta de cuidados a pessoas
forma regionalizada, hierarquizada e integrada. O SUS tem seu que apresentem problemas decorrentes do uso de álcool e
funcionamento organizado pelas Leis 8.080/90 e 8.142/90, outras drogas deve ser baseada em dispositivos extra
editadas com a função de fazer cumprir o mandamento hospitalares de atenção psicossocial especializada,
constitucional de dispor legalmente sobre a proteção e a defesa da devidamente articulados à rede assistencial em saúde
saúde. mental e ao restante da rede de saúde. Tais dispositivos
O texto da Lei 10.216 de 06 de abril de 2001, marco legal da devem fazer uso dos conceitos de território e rede, bem
Reforma Psiquiátrica, ratificou, de forma histórica, as diretrizes como da lógica ampliada de redução de danos, realizando
básicas que constituem o Sistema Único de Saúde; garantindo aos uma procura ativa e sistemática das necessidades a serem
usuários de serviços de saúde mental – e, consequentemente, aos atendidas, de forma integrada ao meio cultural e à
que sofrem por transtornos decorrentes do consumo de álcool e comunidade em que estão inseridos, e de acordo com os
outras drogas - a universalidade de acesso e direito à assistência, princípios da Reforma Psiquiátrica.
bem como à sua integralidade.
Material elaborado pela Equipe Pedagógica do PCA
POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL
E OUTRAS DROGAS:
Historicamente, a questão do uso abusivo e/ou dependência de álcool e
outras drogas tem sido abordada por uma ótica predominantemente Entendemos que uma política de prevenção, tratamento e de
psiquiátrica ou médica. As implicações sociais, psicológicas, econômicas e educação para o uso consumo de álcool e outras drogas
políticas são evidentes, e devem ser consideradas na compreensão global do necessariamente terá que ser construída na interface de programas
problema. Cabe ainda destacar que o tema vem sendo associado à do Ministério da Saúde com outros Ministérios, bem como com
criminalidade e práticas antissociais e à oferta de “tratamentos” inspirados setores da sociedade civil organizada.
em modelos de exclusão/separação dos usuários do convívio social. Assim, Reconhecer o consumidor, suas características e necessidades, assim
neste vácuo de propostas e de estabelecimento de uma clara política de como as vias de administração de drogas, exige a busca de novas
saúde por parte do Ministério da Saúde, constituíram-se “alternativas de estratégias de contato e de vínculo com ele e seus familiares, para
atenção” de caráter total, fechado e tendo como principal objetivo a ser que se possa desenhar e implantar múltiplos programas de
alcançado a abstinência. A percepção distorcida da realidade do uso de prevenção, educação, tratamento e promoção adaptados às
álcool e outras drogas promove a disseminação de uma cultura de combate a diferentes necessidades. Para que uma política de saúde seja
substâncias que são inertes por natureza, fazendo com que o indivíduo e o coerente, eficaz e efetiva, deve ter em conta que as distintas
seu meio de convívio fiquem aparentemente relegados a um plano menos estratégias são complementares e não concorrentes, e que,
importante. Isto por vezes é confirmado pela multiplicidade portanto, o retardo do consumo de drogas, a redução dos danos
de propostas e abordagens preventivas / terapêuticas consideravelmente associada ao consumo e a superação do consumo são elementos
ineficazes, por vezes reforçadoras da própria situação de uso abusivo e/ou fundamentais para sua construção.
dependência.
O Ministério da Saúde assume de modo integral e Frente a este objetivo, são traçadas estratégias de
articulado o desafio de prevenir, tratar, reabilitar os abordagem para sua consecução: redução da oferta
usuários de álcool e outras drogas como um problema de e redução da demanda. Para a primeira estratégia,
saúde pública. Esta decisão atende às propostas que foram conta-se com a ação da justiça, da segurança e da
enfaticamente recomendadas pela III Conferencia Nacional defesa. Para a segunda, a operação substancial tem-
de Saúde Mental, em dezembro de 2001. (III CNSM, se dado através de tratamentos de internação com
Relatório Final, 2001). afastamento do usuário do agente indutor.
Comprometer-se com a formulação, execução e avaliação Sem que deixemos de considerar a existência destes
de uma política de atenção a usuários de álcool e outras métodos, com os quais temos ainda muito que
drogas exige exatamente a ruptura de uma lógica debater, queremos indicar que, em se tratando de
binarizante que separa e detém o problema em fronteiras tema tão complexo, com claras implicações sociais,
rigidamente delineadas, e cujo eixo principal de psicológicas, econômicas e políticas, traçar uma
entendimento (e, portanto, de “tratamento”) baseia-se na política com base em um único objetivo é trabalhar
associação drogas-comportamento antissocial (álcool) ou em saúde com um modo estreito de entendimento.
criminoso (drogas ilícitas). Em ambos os casos, há um único
objetivo a ser alcançado: a abstinência.
Material elaborado pela Equipe Pedagógica do PCA
POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL
E OUTRAS DROGAS: INTRODUÇÃO À REDUÇÃO DE DANOS
A Redução de Danos
A abstinência não pode ser, então, o único objetivo a ser alcançado. A redução de danos oferece-se como um método (no
Aliás, quando se trata de cuidar de vidas humanas, temos que, sentido de méthodos, de caminho) e, portanto, não
necessariamente, lidar com as singularidades, com as diferentes excludente de outros. Mas, vemos também, que o
possibilidades e escolhas que são feitas. As práticas de saúde, em
método está vinculado à direção do tratamento e, aqui,
qualquer nível de ocorrência, devem levar em conta esta
diversidade. Devem acolher, sem julgamento, o que em cada tratar significa aumentar o grau de liberdade, de
situação, com cada usuário, é possível, o que é necessário, o que corresponsabilidade daquele que está se tratando.
está sendo demandado, o que pode ser ofertado, o que deve ser Implica, por outro lado, no estabelecimento de vínculo
feito, sempre estimulando a sua participação. com os profissionais, que também passam a ser
Proporcionar tratamento na atenção primária, garantir o acesso a corresponsáveis pelos caminhos a serem construídos
medicamentos, garantir atenção na comunidade, fornecer pela vida daquele usuário, pelas muitas vidas que a ele
educação em saúde para a população, envolver comunidades / se ligam e pelas que nele se expressam.
famílias / usuários, formar recursos humanos, criar vínculos com
outros setores, monitorizar a saúde mental na comunidade, dar
mais apoio à pesquisa e estabelecer programas específicos são
práticas que devem ser obrigatoriamente contempladas pela
Política de Atenção a Usuários de Álcool e Outras Drogas, em uma
perspectiva ampliada de saúde pública. Material elaborado pela Equipe Pedagógica do PCA
POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL
E OUTRAS DROGAS: INTRODUÇÃO À REDUÇÃO DE DANOS
A rede de saúde como local de conexão e de inserção:
Para ter a eficácia que pretende, a redução de danos deve promover
o aumento de superfície de contato, criando pontos de referência,
viabilizando o acesso e o acolhimento, adscrevendo a clientela e
qualificando a demanda, multiplicando as possibilidades de
enfrentamento ao problema da dependência no uso do álcool e
outras drogas. Proporcionar tratamento na atenção primária, garantir
o acesso a medicamentos, fornecer educação em saúde para a
população, envolver comunidades / famílias / usuários, formar
recursos humanos, criar vínculos com outros setores, monitorizar a
saúde mental na comunidade, dar mais apoio à pesquisa e
estabelecer programas específicos são práticas que devem ser
obrigatoriamente contempladas pela Política de Atenção a Usuários
de Álcool e Outras Drogas, em uma perspectiva ampliada de saúde
pública. Este é o compromisso do SUS: fortalecer seu caráter de rede
incitando outras redes à conexão. A garantia do acesso aos serviços e
à participação do consumidor em seu tratamento são princípios
assumidos pelo SUS como direitos a serem garantidos.
.
Material elaborado
. pela Equipe Pedagógica do PCA
POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL
E OUTRAS DROGAS: ABUSO E CONSEQUENCIAS
PANORAMA NACIONAL PARA ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
De acordo com a própria Organização Mundial de Saúde Existe uma tendência mundial que aponta para o uso
(OMS, 2001), cerca de 10% das populações dos centros cada vez mais precoce de substâncias psicoativas,
urbanos de todo o mundo, consomem abusivamente incluindo o álcool. No Brasil, estudo realizado pelo
substâncias psicoativas independentemente da idade, CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
sexo, nível de instrução e poder aquisitivo. A despeito do Psicoativas sobre o uso indevido de drogas por
uso de substâncias psicoativas de caráter ilícito, e estudantes (n = 2.730) em 10 capitais brasileiras
considerando qualquer faixa etária, o uso indevido de revelou percentual altíssimo de adolescentes que já
álcool e tabaco tem a maior prevalência global, trazendo haviam feito uso de álcool na vida: 74,1%.
também as mais graves consequências para a saúde Quanto a uso frequente, e para a mesma amostra,
pública mundial. chegamos a 14,7%. Ficou constatado que 19,5% dos
O uso do álcool é cultural, sendo permitido em quase estudantes faltaram à escola, após beber, e que 11,5%
todas as sociedades do mundo. Informações sobre “saber brigaram, sob o efeito do álcool.
beber” com responsabilidade e as consequências do “uso Esse estudo também demonstrou que entre crianças e
inadequado de álcool”, ainda são insuficientes e não adolescentes mais pobres da população, o uso de
contemplam a população de maior risco para o consumo, solventes e maconha é observado com frequência.
.
que são os adolescentes e os adultos jovens.
Material elaborado pela Equipe Pedagógica do PCA
POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL
E OUTRAS DROGAS: ABUSO E CONSEQUENCIAS
Como consequências, temos altos índices de abandono
escolar, bem como o rompimento de outros laços sociais .
.
que reforçam a percepção pública deste uso como
próximo ao crime, faltando a compreensão do fenômeno
como reflexo de questões multifatoriais.
Ao considerarmos crianças e adolescentes em situação de
rua, vemos um agravamento da situação acima descrita,
no tocante às substâncias psicoativas em geral sendo
apresentados percentuais altíssimos de uso de droga,
também de forma cada vez mais precoce e pesada.
Observa-se também o aumento no uso de ansiolíticos,
anfetaminas e cocaína.
Mais das metade do total dos pacientes atendidos por
acidentes de trânsito, no Ambulatório de Emergência do
Hospital das Clínicas/SP, em período determinado, tinha
índices de alcoolemia em seus exames de sangue
superiores aos permitidos pelo Código de Trânsito
Brasileiro. Material elaborado pela Equipe Pedagógica do PCA
POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL
E OUTRAS DROGAS: ABUSO DE DROGAS E JUVENTUDE
O uso de drogas, inclusive álcool e tabaco, tem relação direta e indireta
com uma série de agravos à saúde dos adolescentes e jovens, entre os
quais destacam-se os acidentes de trânsito, as agressões, depressões
clínicas e distúrbios de conduta, ao lado de comportamento de risco no
âmbito sexual e a transmissão do HIV pelo uso de drogas injetáveis e de
outros problemas de saúde decorrentes dos componentes da substância
ingerida, e das vias de administração. Desta forma, uma política nacional de
atenção à saúde, de forma relacionada ao consumo de álcool e
outras drogas, implica na implementação da assistência, ampliando a
cobertura e o espectro de atuação do Programa Nacional de Atenção
Comunitária Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas do Ministério da
Saúde. A assistência a usuários de álcool e outras drogas deve ser oferecida
em todos os níveis de atenção, privilegiando os cuidados em dispositivos
extra hospitalares, como os Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e
Drogas (CAPSad), devendo também estar inserida na atuação do Programa
de Saúde da Família, programa de Agentes Comunitários de Saúde, e da
Rede Básica de Saúde. A assistência dos casos de maior gravidade, como os
quadros de intoxicação ou abstinência graves e outros transtornos clínicos
e psiquiátricos agudos, deve ocorrer em hospitais psiquiátricos e hospitais
gerais e serviços de emergências médicas (geral e emergência
psiquiátrica).
Material elaborado pela Equipe Pedagógica do PCA
POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL
E OUTRAS DROGAS: VIDA SEXUAL PRECOCE E DOENÇAS PELO COMPARTILHAMENTO DE
DROGAS INJETÁVEIS
Estudos demográficos apontam forte tendência de redução da faixa
etária de início da vida sexual (em torno de 13 anos), com altos índices
Além da infecção pelo HIV, as demais doenças de
de gravidez na adolescência, o que coincide com um início igualmente transmissão sanguínea são bastante prevalentes entre os
precoce do uso de bebidas alcoólicas. usuários de drogas injetáveis (UDI) brasileiros, com taxas
Uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre elevadas de infecção pelos agentes etiológicos das hepatites
Drogas Psicotrópicas (CEBRID) – UNIFESP: “Relação ente o uso de Crack e virais, além de infecções particularmente comuns em
o desenvolvimento de comportamento de risco para a infecção de determinadas regiões brasileiras, como a infecção pelo HTLV
DST/HIV/AIDS”, com 150 mulheres usuárias de crack de São Paulo e São
I / II, endêmica na Bahia e região nordeste do Brasil.
José do Rio Preto, demonstram que 80% das entrevistadas referem que a
idade da primeira experiência sexual ocorreu antes dos 15 anos de
Pode-se transmitir também malária transmitidos por
idade, sendo que metade da amostra teve sua iniciação antes dos 14 equipamentos de injeção compartilhados.
anos. Constata-se o dado alarmante de 17% da iniciação sexual por Embora ainda não tenhamos dados consistentes, pesquisas
estupro. pontuais demonstram crescimento do compartilhamento de
Das entrevistadas, 72% referiu não saber como se proteger nas relações seringas e agulhas para uso de anabolizantes em academias
sexuais, revelando baixo conhecimento sobre infecções sexualmente e de silicone injetável entre travestis.
transmissíveis. Consequentemente, o percentual dessas mulheres que
usaram preservativo na primeira relação sexual foi extremamente baixo:
7%. Essas mulheres iniciaram precocemente o uso de crack , geralmente
por influência do companheiro, sendo que para algumas o crack foi a
primeira droga psicotrópica utilizada. Citam o álcool e a maconha como
substâncias de uso obrigatoriamente associado ao crack. Material elaborado pela Equipe Pedagógica do PCA
DIRETRIZES PARA UMA POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL AOS USUÁRIOS DE ÁLCOOL E
OUTRAS DROGAS: CAPSAD
PUC-RIO. A história do consumo de drogas e do tratamento dos usuários destas substâncias. Disponível em:
http://www2.dbd. pucrio.br/pergamumtesesabertas/ 0310189_05_cap_03.pdf
Organização Mundial da Saúde. Classificação Internacional de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10. Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1996
POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO iNTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS-Série B. Textos Básicos de Saúde-Brasília – DF 2003
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. - Planalto
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L...