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o É trabalho pioneiro.

Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.


anglo Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras em sua tarefa
de não cometer injustiças.
resolve Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processo
de aprendizagem, graças a seu formato: reprodução de cada questão, seguida
da resolução elaborada pelos professores do Anglo.
No final, um comentário sobre as disciplinas.
a prova de A Universidade Federal de São Paulo — Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)
é uma instituição pública.
Conhecimentos Oferece os seguintes cursos:

Específicos Campus São Paulo


(cursos de período integral)
Campus Baixada Santista
(cursos de período integral)
da UNIFESP Ciências Biomédicas
Enfermagem
Educação Física
Fisioterapia
dezembro Fonoaudiologia Nutrição
Medicina Psicologia
de 2006 Tecnologia Oftálmica Terapia Ocupacional
Campus Diadema Campus Guarulhos
(cursos de período integral) (cursos em período vespertino ou noturno)
Ciências Biológicas Ciências Sociais
Engenharia Química Filosofia
Farmácia e Bioquímica História
Química Pedagogia
Seu vestibular é realizado numa única fase, em três dias consecutivos. As
provas valem 100 pontos cada uma e têm quatro horas de duração, estando
assim distribuídas:
1º- dia: Prova de Conhecimentos Gerais — 90 testes de múltipla escolha, de
Matemática, Física, Química, Biologia, História e Geografia (15 testes
de cada disciplina).
2º- dia: Prova de Língua Portuguesa (30 testes), Língua Inglesa* (15 testes)
e Redação dissertativa (valendo 50 pontos).
3º- dia: Prova de Conhecimentos Específicos, com a seguinte divisão:
— para os candidatos aos campus da Baixada Santista, Diadema e
São Paulo, 20 questões analítico-expositivas divididas igualmente
entre Biologia, Física, Matemática e Química;
— para os candidatos ao campus de Guarulhos: 15 questões analíti-
co-expositivas divididas igualmente entre Língua Portuguesa,
Geografia e História.
Código: 83590307 A nota final é a média aritmética simples das notas das 3 provas.
(*) Os candidatos ao Campus Guarulhos (área de Humanidades) podem optar por Língua Inglesa ou Língua Francesa.
Observações:
1. A Unifesp utiliza a nota dos testes do ENEM (2005e/ou 2006), aplicando-a
de acordo com a seguinte fórmula: [(9,5 × CG) + 0,5 × E]/10
em que CG é a nota da prova de Conhecimentos Gerais e E é a nota da
parte objetiva do ENEM. O resultado só é levado em conta se favorece o
candidato.
2. É eliminado o candidato que falte a uma das provas ou que tire zero em
alguma disciplina ou na redação.
BI OLO GI A

Questão 1
Na produção de cerveja, são usadas principalmente duas linhagens de leveduras:
I. Saccharomyces cerevisae, que apresenta altos índices de formação de gás carbônico;
II. Saccharomyces carlsbergensis, que possui índices mais baixos de formação desse gás.
Em geral, as cervejas inglesas contêm maior teor alcoólico que as cervejas brasileiras e cada uma delas usa uma
linhagem diferente de levedura.
a) Qual linhagem de levedura é usada para produzir a cerveja brasileira? Justifique sua resposta.
b) Um estudante argumentou que, para aumentar a quantidade de gás carbônico produzido, bastaria aumen-
tar a quantidade de leveduras respirando no meio de cultura. O argumento é válido ou não? Por quê?

Resolução
a) O processo utilizado na produção de cerveja é a fermentação alcoólica, cuja equação é:
C6H12O6 2 CO2 + 2 C2H5OH
O enunciado afirma que o Saccharomyces cerevisiae é mais ativo do que a outra linhagem na produção de
gás carbônico; portanto ele deve também produzir maiores índices de álcool. Tendo a cerveja brasileira menor
teor alcoólico do que a inglesa, infere-se que, na sua produção, é utilizado o Saccharomyces carlsbergensis.
b) O argumento é válido. As leveduras, quando em presença de oxigênio, podem respirar aerobicamente, segun-
do a equação:
C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O,
gerando, portanto, maior quantidade de gás carbônico por molécula de glicose utilizada do que na fermen-
tação.

Observação: Bastaria, para se obter esse efeito, aerar a mistura, fazendo com que maior número de leveduras
respirasse, em vez de fermentar. Note-se, no entanto, que a produção de álcool seria prejudicada.

Questão 2
Considere dois genes e seus respectivos alelos: A e a; B e b.
Em termos de localização cromossômica, explique o que significa dizer que esses dois genes
a) segregam-se independentemente na formação dos gametas.
b) estão ligados.

Resolução
a) Significa dizer que os genes A,a e B,b se encontram em pares diferentes de cromossomos homólogos, obe-
decendo, na meiose, à Segunda Lei de Mendel, conforme o esquema abaixo:

B
A a

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b) Significa dizer que A,a e B,b situam-se no mesmo par cromossômico, constituindo um grupo de Linkage;
portanto, não obedecem à Segunda Lei de Mendel, como, por exemplo, no esquema abaixo:

A a

B b

Questão 3
Ao comermos um pinhão e uma castanha-do-pará, ingerimos o tecido de reserva do embrião de uma gimnosper-
ma (araucária) e de uma angiosperma (castanheira), respectivamente. Pinhão e castanha-do-pará são sementes.
a) O órgão que deu origem ao pinhão e à castanha-do-pará, na araucária e na castanheira, é o mesmo? Justifique.
b) A origem dos tecidos de reserva do embrião do pinhão e da castanha-do-pará é a mesma? Justifique.

Resolução
a) O órgão que deu origem ao pinhão e à castanha-do-pará é o mesmo, ou seja, o óvulo. Esse órgão abriga o
gametófito feminino, haplóide, que contém no seu interior os gametas, que, após as fecundações, permi-
tem a formação da semente.
b) Não. No pinhão, o material de reserva, endosperma primário, haplóide, é derivado do gametófito feminino. Na
castanha-do-pará, o endosperma é um tecido triplóide, originado do encontro do segundo núcleo gamético
com os dois núcleos polares existentes no centro do saco embrionário.

Questão 4
A tabela mostra os efeitos da ação de dois importantes componentes do sistema nervoso humano.
X Y
Contração da pupila Dilatação da pupila
Estímulo da salivação Inibição da salivação
Estímulo do estômago e dos intestinos Inibição do estômago e intestino
Contração da bexiga urinária Relaxamento da bexiga urinária
Estímulo à ereção do pênis Promoção da ejaculação

a) A que correspondem X e Y?
b) Em uma situação de emergência, como a fuga de um assalto, por exemplo, qual deles será ativado de ma-
neira mais imediata? Forneça um outro exemplo, diferente dos da tabela, da ação desse componente do
sistema nervoso.

Resolução
a) Na tabela, X corresponde aos efeitos da ação do sistema nervoso autônomo parassimpático, enquanto Y
corresponde aos efeitos da ação do sistema nervoso autônomo simpático.
b) Em situações de emergência, como a citada na questão, o sistema nervoso autônomo simpático será ativado,
liberando adrenalina que, além dos efeitos citados na tabela (Y), conduz a um aumento das freqüências cardíaca
e respiratória. Outros efeitos que poderiam ser citados são: aumento da pressão arterial, aumento do calibre dos
brônquios e bronquíolos, vasoconstrição periférica, transformação de glicogênio em glicose, ereção dos pêlos,
etc.

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▼ Questão 5
Em 1839, um único exemplar de figo-da-índia, planta da família dos cactos, foi levado do Brasil para a Austrá-
lia, onde essas plantas não existiam. Em 40 anos, quatro milhões de hectares daquele país estavam cobertos
pela planta e, depois de 90 anos, essa área era de 25 milhões de hectares. No final da década de 1990, algumas
plantas de figo-da-índia foram trazidas da Austrália para o Brasil para que seu pólen fosse inoculado em flores
das plantas daqui, visando aproveitamento econômico dos resultados. Depois de algum tempo, porém, verifi-
cou-se que essas plantas inoculadas com pólen das plantas australianas não produziam frutos.
a) Considerando que clima, solo e condições físicas do ambiente entre a Austrália e o Brasil são semelhantes
e que ambos possuem biomas com características parecidas, elabore uma hipótese para explicar por que na
Austrália o figo-da-índia invadiu uma área tão grande, enquanto aqui isso não ocorreu.
b) Como você explica que plantas brasileiras submetidas à polinização com pólen de plantas australianas, no
final da década de 1990, não tenham produzido frutos?

Resolução
a) Na Austrália, o figo-da-índia se alastrou de forma extensa pela provável falta de competidores e de inimigos na-
turais, como parasitas e predadores.
b) Os dois grupos de plantas ficaram isolados geograficamente por um certo período. Cada grupo foi submetido a
diferentes pressões seletivas, tendo se estabelecido, ao longo do tempo, diferenças que culminaram no isola-
mento reprodutivo, caracterizando o fenômeno da especiação.

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QUÍMICA

Questão 6
A prata é um elemento muito utilizado nas indústrias de fotografia e imagem e seu descarte no meio am-
biente representa risco para organismos aquáticos e terrestres. Por ser um dos metais com risco de escassez na
natureza, apresenta um alto valor agregado. Nesses aspectos, a recuperação da prata de resíduos industriais
e de laboratórios associa a mitigação do impacto ambiental à econômica. O fluxograma representa o trata-
mento de um resíduo líquido que contém íons de prata (Ag+) e de sulfato (SO42–) em meio aquoso.

Resíduo aquoso

NaCl(aq)

AgCl(s) filtrado

NaOH(aq)

aquecimento

óxido de prata filtrado

a) Escreva as equações das reações, devidamente balanceadas, da formação do cloreto de prata e do óxido de
prata.
b) No tratamento de um resíduo aquoso que continha 15,6 g de sulfato de prata, foram obtidos 8,7 g de óxido
de prata.
Calcule o rendimento em Ag2O deste processo.

Resolução
a) Ag+(aq) + Cl –(aq) → AgCl(s)
14243
cloreto de prata

2 AgCl + 2 NaOH → Ag2O + H2O + 2 NaCl
b) Ag2SO4(aq) → Ag2O(s)
1 mol  1 mol
312 g  232 g
15,6 g  x
x = 11,6 g
rendimento
11,6 g   100%
8,7g  x
x = 75%

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▼ Questão 7
Dois experimentos foram realizados em um laboratório de
química.
Experimento 1: Três frascos abertos contendo, separada-
mente, volumes iguais de três solventes, I, II e III, foram
deixados em uma capela (câmara de exaustão). Após al-
I II III
gum tempo, verificou-se que os volumes dos solventes nos
três frascos estavam diferentes.
Experimento 2: Com os três solventes, foram preparadas três misturas binárias. Verificou-se que os três solven-
tes eram miscíveis e que não reagiam quimicamente entre si. Sabe-se, ainda, que somente a mistura (I + III) é
uma mistura azeotrópica.
a) Coloque os solventes em ordem crescente de pressão de vapor. Indique um processo físico adequado para
separação dos solventes na mistura (I + II).
b) Esboce uma curva de aquecimento (temperatura × tempo) para a mistura (II + III), indicando a transição de
fases. Qual é a diferença entre as misturas (II + III) e (I + III) durante a ebulição?

Resolução
a) De acordo com a ilustração:
a volatilidade aumenta

I III II
PVI  PVIII  PVII

aumenta a pressão de vapor


A mistura dos solventes I e II pode ser separada por destilação fracionada.
b) Mistura II e III
Temperatura

Fim da
ebulição
Início da
ebulição

Tempo

Mistura I e III (Mistura Azeotrópica: Tebulição = constante).


Temperatura

TE

Tempo

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▼ Questão 8
A figura apresenta uma célula voltaica utilizada para medida de potencial de redução a 25°C. O eletrodo
padrão de hidrogênio tem potencial de redução igual a zero. A concentração das soluções de íons H + e Zn2+
é de 1,00 mol/L.

+0,76 V
(+)

(–) H2 (1 atm)

Zn

Zn2+ H+

Utilizando, separadamente, placas de níquel e de cobre e suas soluções Ni 2+ e Cu 2+, verificou-se que Ni e Cu
apresentam potenciais padrão de redução respectivamente iguais a – 0,25 V e + 0,34 V.
a) Escreva as equações de redução, oxidação e global e determine o valor do potencial padrão de redução do Zn.
b) Para a pilha de Ni e Cu, calcule a ddp (diferença de potencial) e indique o eletrodo positivo.

Resolução
a) Na pilha ocorre redução do íon hidrogênio no pólo positivo.

{2H (aq) + 2e–


Pólo + +
→ H2 (g)
Cátodo

No pólo – , o zinco metálico é oxidado:


Pólo
Ânodo

{Zn(s) → Zn2+ (aq) + 2 e –

Equação global: Zn(s) + 2H+ (aq) → Zn2+(aq) + H2 (g)


∆ε0 = ε0red(maior) – ε0red(menor)
∆ε0 = ε0red(H+/H2) – ε0red(Zn2+/ Zn0 )
+ 0,76 = (0) – ε0red(Zn2+/Zn0)
ε0red(Zn2+/ Zn0) = – 0,76 V
b) e_
– +
oxidação redução
ânodo Ni Cu cátodo

Ni2+ Cu2+

ε0red = – 0,25 V ε0red = + 0,34 V


∆ε0 = (0,34) – (– 0,25)
∆ε0 = 0,59 V

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▼ Questão 9
Os polímeros fazem parte do nosso cotidiano e suas propriedades, como temperatura de fusão, massa molar,
densidade, reatividade química, dentre outras, devem ser consideradas na fabricação e aplicação de seus pro-
dutos. São apresentadas as equações das reações de obtenção dos polímeros polietileno e náilon-66.
nCH2 —— CH2 (— CH2 — CH2 —)n
Etileno Polietileno

H — N — (CH2)6 — N — H + HOOC — (CH2)4 — COOH


H H
Diamina Diácido

... — NH — (CH2)6 — NH — OC — (CH2)4 — CO —... + H2O


náilon-66
a) Quanto ao tipo de reação de polimerização, como são classificados os polímeros polietileno e náilon-66?
b) A medida experimental da massa molar de um polímero pode ser feita por osmometria, técnica que envolve
a determinação da pressão osmótica (π) de uma solução com uma massa conhecida de soluto. Determine a
massa molar de uma amostra de 3,20 g de polietileno (PE) dissolvida num solvente adequado, que em
100 mL de solução apresenta pressão osmótica de 1,64 × 10 – 2 atm a 27°C.
Dados: π = i R T M, onde: i (fator de van’t Hoff) = 1
R = 0,082 atm ⋅ L ⋅ K –1 ⋅ mol–1
T = temperatura Kelvin
M = concentração em mol ⋅ L–1

Resolução
a) O monômero etileno, hidrocarboneto insaturado, forma o polietileno através de uma reação de adição. Assim,
o polietileno é classificado como polímero de adição.
Na reação entre moléculas da diamina e moléculas do diácido, ocorre a eliminação de moléculas de água:
O O



— N — H + HO — C — —N—C—

H HOH H
Essa reação é denominada reação de condensação e o polímero formado é um polímero de condensação.
b)
π = i R T M 
n  n = nº- de mol da substância
π = iRT 
V
π⋅V
n=
i⋅R⋅ T
1,64 ⋅ 10 – 2 ⋅ atm ⋅ 0,1 L
n=
1 ⋅ 0, 082 ⋅ atm ⋅ L ⋅ mol– 1 ⋅ K – 1 ⋅ 300K
n = 6,67 ⋅ 10– 5 mol
3,20 g 6,67 ⋅ 10– 5 mol
x 1 mol
x = 6,67 ⋅ 10– 5 mol = 3,20 g ⋅ 1 mol
3, 20 g ⋅ 1 mol
x=
6, 67 ⋅ 10 – 5 mol
x = 48 000 g
Massa molar = 4,8 ⋅ 104 g/mol

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▼ Questão 10
Depois de voltar a se consolidar no mercado brasileiro de combustíveis, motivado pelo lançamento dos carros
bicombustíveis, o álcool pode se tornar também matéria-prima para a indústria química, para substituir os insumos
derivados do petróleo, cujos preços do barril alcançam patamares elevados no mercado internacional. Algumas em-
presas não descartam a possibilidade de utilizar, no futuro próximo, a alcoolquímica no lugar da petroquímica. As
mais atrativas aplicações do álcool na indústria química, porém, serão voltadas à produção de compostos oxige-
nados, como o ácido acético, acetato de etila e butanol. Na tabela, são apresentadas algumas propriedades do
1-butanol e de certo álcool X. Os produtos da oxidação destes álcoois não pertencem à mesma classe de compostos
orgânicos.
Propriedades 1-butanol X
temperatura de ebulição (°C) 118 99
massa molar (g ⋅ mol –1) 74 74
produto da oxidação completa com ácido
KMnO4 (aq) em meio ácido (H2SO4) butanóico Z

a) Forneça o tipo de isomeria que ocorre entre 1-butanol e o composto X. Dê a fórmula estrutural do composto Z.
b) Escreva a equação balanceada da reação de oxidação do 1-butanol, sabendo-se que são produzidos ainda K2SO4 ,
MnSO4 e H2O.

Resolução
a) O álcool X é um isômero de posição do 1-butanol e deve ser um álcool secundário, pois sofre oxidação, ori-
ginando um composto Z.
Assim, conclui-se que o álcool deve ser o 2-butanol
OH

H3C — CH — CH2 — CH3 (X)


e o produto de sua oxidação é a 2-butanona:
O

H3C — C — CH2 — CH3 (Z)

b) 5 H3C — CH2 — CH2 — CH2 — OH + 4 KMnO4 + 6 H2SO4 →


O

5H3C — CH2 — CH2 — C + 2K2SO4 + 4MnSO4 + 11H20


OH

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F ÍSICA

Questão 11
Na divulgação de um novo modelo, uma fábrica de automóveis destaca duas inovações em relação à prevenção
de acidentes decorrentes de colisões traseiras: protetores móveis de cabeça e luzes intermitentes de freio.
Em caso de colisão traseira, “os protetores de cabeça, controlados por sensores, são movidos para a frente para
proporcionar proteção para a cabeça do motorista e do passageiro dianteiro dentro de milisegundos. Os prote-
tores [...] previnem que a coluna vertebral se dobre, em caso de acidente, reduzindo o risco de ferimentos devido
ao efeito chicote [a cabeça é forçada para trás e, em seguida, volta rápido para a frente].”
As “luzes intermitentes de freio [...] alertam os motoristas que estão atrás com maior eficiência em relação às luzes
de freio convencionais quando existe o risco de acidente. Testes [...] mostram que o tempo de reação de frenagem
dos motoristas pode ser encurtado em média de até 0,20 segundo se uma luz de aviso piscante for utilizada
durante uma frenagem de emergência. Como resultado, a distância de frenagem pode ser reduzida em 5,5 metros
[aproximadamente, quando o carro estiver] a uma velocidade de 100km/h.”
(www.daimlerchrysler.com.br/noticias/Agosto/Nova_ClasseE_2006/popexpande.htm)

a) Qual lei da física explica a razão de a cabeça do motorista ser forçada para trás quando o seu carro sofre uma
colisão traseira, dando origem ao “efeito chicote”? Justifique.
b) Mostre como foi calculada a redução na distância de frenagem.

Resolução
a) Lei da inércia. A colisão traseira no veículo imprime nele um aumento de velocidade. A parte do corpo que
estiver em contato com o banco também será acelerada para a frente. A cabeça, se não estiver em contato
com o banco, não será acelerada, ficando para trás em relação ao veículo.
100
b) v = 100 km / h ⇔ v= m / s ∴ v ≈ 28 m / s
3, 6
∆s = v ⋅ ∆t → ∆s ≈ 28 ⋅ 0,2 ∴ ∆s ≈ 5,6 m

Questão 12

Uma das alternativas modernas para a geração de energia elé-


trica limpa e relativamente barata é a energia eólica. Para a ava-
liação preliminar da potência eólica de um gerador situado em
um determinado local, é necessário calcular a energia cinética do
vento que atravessa a área varrida pelas hélices desse gerador por
unidade de tempo.
a) Faça esse cálculo para obter a potência média disponível, em
watts, de um gerador eólico com hélices de 2,0m de compri-
mento, colocado em um lugar onde, em média, a velocidade do
vento, perpendicular à área varrida pelas hélices, é de 10m/s.
Dados: área do círculo: A = πr2 (adote π = 3,1);
densidade do ar: dar = 1,2 kg/m3.

b) Mesmo em lugares onde o vento é abundante, há momentos de calmaria ou em que sua velocidade não é
suficiente para mover as pás do gerador. Indique uma forma para se manter o fornecimento de energia elé-
trica aos consumidores nessas ocasiões.

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Resolução
2
a) εc = mv
2
Escrevendo a massa em função da densidade e do volume, temos M = d ⋅ V. Sendo o volume de ar dado pela
área varrida pelas pás multiplicada pela espessura da camada de ar (y) em contato com as pás.
M=d⋅A⋅y
A potência média disponível será:
v

Pm =
εc
⇒ Pm =
d A y v2 d A v3
=
∆t 2 ⋅ ∆t 2
1, 2 ⋅ 3,1 ⋅ 22 ⋅ 103
Pm = ∴ Pm = 7440 W
2
b) Geradores eólicos de energia elétrica são, em geral, apenas elementos que compõem a matriz energética
de um país — ou de uma cidade. Dessa forma, a falta de energia gerada por eles pode ser compensada pelo
aumento da potência obtida a partir de outras fontes, como por exemplo usinas termoelétricas ou nuclea-
res.
Por outro lado, se o gerador eólico não fizer parte da matriz energética, ou seja, for isolado, podem-se uti-
lizar fontes alternativas de energia, como células foto voltaicas, geradores a diesel ou mesmo o armaze-
namento de energia excedente, em horários de baixo consumo, em baterias.

Questão 13
O gráfico representa a profundidade (y) no mar em função da velocidade do som (v). A freqüência do som é
de 3000 Hz; essa curva é válida para condições determinadas de pressão e salinidade da água do mar.

velocidade do som (m/s)


1510 1520 1530
0

50

100
profundidade (m)

150

200

250

300

350

400

a) Nessas condições, faça uma avaliação aproximada do valor mínimo atingido pela velocidade do som no mar
e da profundidade em que isso ocorre.
b) Desenhe na folha de respostas o esboço do correspondente gráfico profundidade (y) em função do com-
primento de onda (λ) do som. Adote o mesmo eixo e a mesma escala para a profundidade e coloque o com-
primento de onda no eixo das abscissas. Represente três valores de λ, escritos com três algarismos significativos.

Resolução
a) Com o auxílio de uma régua, estabelece-se a escala usada no eixo das velocidades.
escala: 1 cm::10 m/s

UNIFESP/2007 14 ANGLO VESTIBULARES


A medida entre os pontos A e B é x = 0,3 cm. Então a velocidade mínima será:

velocidade do som (m/s)


1510 1520 1530
0
A B

50

100
profundidade (m)

150 vmín = 1510 – 0,3 ⋅ 10 → vmín = 1507 m/s.


Do gráfico,
200 ymín = 75 m.
250

300

350

400

b) comprimento de onda λ (m)


0,503 0,507 0,510
0

50

v v
v=λ⋅f ⇒ λ=
100
=
profundidade (m)

f 3000
150
• v = 1510 m/s → λ = 0,503 m
200 • v = 1520 m/s → λ = 0,507m
• v = 1530 m/s → λ = 0,510 m
250

300

350

400

Questão 14
A fibra óptica possibilita transporte da luz ou de outra radiação eletromagnética por meio do seu confina-
mento, decorrente da reflexão total dessas radiações entre o núcleo e a casca da fibra. Há vários tipos de fibras
ópticas, a figura representa um deles.

ar
casca

raios confinados núcleo

raios emergentes
ângulo do cone (absorvidos)
de captação
ar

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Três fatores são relevantes para o estudo desse tipo de fibra óptica: o ângulo de recepção, αr , igual à metade do
ângulo do cone de captação, o índice de refração do núcleo, nn , e o índice de refração da casca, nc . Neste caso,
são dados:
αr = 48,6º; nn = 1,50 e nc = 1,30.
a) Faça no caderno de respostas a figura de um raio de luz que incida na fibra dentro do cone de captação e que
se reflita pelo menos duas vezes na superfície interior da casca.
b) Determine o ângulo máximo de refração na face de entrada da fibra, para o qual não haja emergência da luz
para a casca (a fibra está imersa no ar; nar = 1,00).
Dado: sen 48,6º = 0,750; a resposta pode ser dada pelo arco-seno do ângulo pedido.

Resolução
a) A figura a seguir ilustra a secção longitudinal da fibra que contém o raio incidente e o raio refletido.

i’ i’

i = θ  48,6º
r

i’ i’

b) O ângulo de refração máximo (rmáx) corresponde ao ângulo de incidência máximo (imáx), que é fornecido
pelo cone de captação. Observe o esquema:

imáx = 48,6°

rmáx

θ θ

Aplicando a lei de Snell para a refração na interface ar/núcleo, segue:


sen 48, 6° nnúcleo
= ( sen 48, 6° = 0, 75)
senrmáx nar

0, 75 1,50
=
senrmáx 1

1
senrmáx =
2
∴ rmáx = 30°

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▼ Questão 15
A figura mostra uma espira retangular imersa em um campo magnético uniforme, elemento básico de um
motor elétrico de corrente contínua.

+ _
D B →
B

C A

O plano da espira é paralelo ao vetor campo magnético, B. A extremidade da espira junto ao ponto D está
ligada ao pólo positivo da bateria e a extremidade B ao pólo negativo; a corrente percorre o circuito no sen-
tido de D para B.
São dados:
— intensidade da corrente que percorre a espira: i = 0,80 A;
— resistência do fio no trecho DCAB: R = 2,5 Ω;
— módulo do vetor campo magnético: B = 0,50 T;
— comprimento dos lados da espira: AB = CD = 0,050 m.
Determine:
a) a diferença de potencial entre os pontos D e B.
b) o módulo da força magnética que atua em um dos lados, AB ou CD.

Resolução
a) A d.d.p. entre os pontos D e B pode ser calculada como segue:
UDB = R ⋅ i
UDB = 2,5 ⋅ (0,8)
∴ UDB = 2 V
b) A força magnética num fio reto, de comprimento l, percorrido por corrente constante, imerso num campo
magnético, cuja direção é perpendicular ao fio, é calculada por:
Fmag = B ⋅ i ⋅ l
Logo, o módulo da força magnética que atua num dos lados AB ou CD é:
Fmag = 0,5 ⋅ (0,8) ⋅ 0,05
∴ Fmag = 0,02 N

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MATEM ÁT ICA

Questão 16
Em um plano cartesiano, seja T o triângulo que delimita a região definida pelas inequações y  2, x  0 e
x – y  2.
a) Obtenha as equações de todas as retas que são eqüidistantes dos três vértices do triângulo T.
b) Obtenha a equação da circunferência circunscrita ao triângulo T, destacando o centro e o raio.
(t)
Resolução
y
x–y=2
(r)
2
y=2

0
0 2 (s) x

–2

a) Há exatamente três retas que são equidistantes dos vértices de T: a reta (r), dada pela equação x = 2, a reta (s),
dada pela equação y = 0 e a reta (t), dada pela equação y = x.
Resposta: x = 2, y = 0 e y = x
b) O centro da circunferência circunscrita a T é o ponto (2, 0) e o raio dessa circunferência é 2 2 . Essa circun-

ferência é dada pela equação (x – 2)2 + (y – 0)2 = (2 2 )2.

Resposta: (x – 2)2 + y2 = 8, centro (2, 0) e raio 2 2 .


Questão 17
Colocam-se n3 cubinhos de arestas unitárias juntos, formando um cubo de aresta n, onde n  2. Esse cubo tem
as suas faces pintadas e depois é desfeito, separando-se os cubinhos.
a) Obtenha os valores de n para os quais o número de cubinhos sem nenhuma face pintada é igual ao número
de cubinhos com exatamente uma face pintada.
b) Obtenha os valores de n para os quais o número de cubinhos com pelo menos uma face pintada é igual a 56.

Resolução
Observando uma face do cubo de volume n3, temos (n – 2) cubinhos que ficam internos àqueles que estão nos
vértices ou nas arestas.

Essa “face interna”


.....

n ..... n–2
representa a face
dos cubinhos (internos)
sem nenhuma face pintada.

n–2
n

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Assim, o número de cubinhos sem nenhuma face pintada é (n – 2)3 e o número de cubinhos com exatamente
uma face pintada é 6(n – 2)2.
a) (n – 2)3 = 6(n – 2)2 ∴ n – 2 = 6 ∴ n = 8
Resposta: 8
b) n3 – (n – 2)3 = 56 ∴ n3 – (n3 – 6 n2 + 12 n – 8) = 56
∴ 6 n2 – 12 n – 48 = 0 ∴ n2 – 2 n – 8 = 0
n=4
ou
n = – 2 (não convém)
Resposta: 4

Questão 18
Em uma cidade existem 1000 bicicletas, cada uma com um número de licença, de 1 a 1000. Duas bicicletas nunca
têm o mesmo número de licença.
a) Entre as licenças de três algarismos, de 100 a 999, em quantas delas o valor absoluto da diferença entre o
primeiro algarismo e o último é igual a 2?
b) Obtenha a probabilidade do número da licença de uma bicicleta, encontrada aleatoriamente entre as mil,
não ter nenhum 8 entre seus algarismos.

Resolução
a) Do enunciado, podemos ter:
I) Algarismo das centenas 2 unidades menor que o das unidades.
Neste caso:
1
2
3
4
5
6
7 7 ⋅ 10 ⋅ 1 = 70 números

II) Algarismo das centenas 2 unidades maior que o das unidades.


Neste caso:
1
2
3
4
5
6
7 8 ⋅ 10 ⋅ 1 = 80 números
8
9

Assim, o total de licenças é 70 + 80 = 150.


Resposta: 150
b) Para não ter nenhum 8, os algarismos a serem usados são: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9.
Assim, temos:
ou ou

8 + 8 ⋅ 9 + 8 ⋅ 9 ⋅ 9 = 728 números

A probabilidade pedida é:
728
P= = 72, 8%
1000
Resposta: 72,8%

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▼ Questão 19
Quatro dos oito vértices de um cubo de aresta unitária são vértices de um tetraedro regular. As arestas do
tetraedro são diagonais das faces do cubo, conforme mostra a figura.

a) Obtenha a altura do tetraedro e verifique que ela é igual a dois terços da diagonal do cubo.
b) Obtenha a razão entre o volume do cubo e o volume do tetraedro.

Resolução
D C

A B

h
1

H 1
G

1
E 1 F
Vamos calcular o volume do tetraedro regular EGBD
VEGBD = Vcubo – 4 ⋅ VEFGB
1 1
= 13 – 4 ⋅ ⋅ ⋅ 1⋅ 1⋅ 1
3 2
2
=1–
3
1
=
3
a) Tomemos como base do tetraedro EGBD o triângulo EDG e seja h a altura pedida.
( 2 )2 3 3
Como o lado do triângulo EDG é 2 , sua área é , ou seja .
4 2
1 1 3 1 2 3
Como o volume do tetraedro EGBD é , devemos ter: ⋅ ⋅h= ∴ h=
3 3 2 3 3
2 2
Logo, a altura do tetraedro é de 3 , ou seja, da diagonal do cubo.
3 3
Vcubo 13
b) = =3
Vtet 1
3
Resposta: 3

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▼ Questão 20
As medidas dos ângulos internos de um polígono convexo de n lados formam uma progressão aritmética em que
o primeiro termo é a1 e a razão é r  0.
a) Se a1  25° e se r  10°, obtenha o valor máximo possível para n nas condições enunciadas.
b) Se o maior ângulo mede 160° e a razão é igual a 5°, obtenha o único valor possível para n.

Resolução
a) Como o polígono é convexo, podemos afirmar que todos os ângulos têm medida menor que 180°.
Além disso, essas medidas formam uma P.A. crescente, pois r  10°.
Assim, temos:
an = a1 + (n – 1)r, com an  180
a1 + (n – 1)r  180 ∴
(n – 1)r  180 – a1 (1)
Como a1  25, temos, de (1):
(n – 1)r  180 – 25
(n – 1)r  155
De r  10, temos:
n – 1  15,5
Logo, n  16,5, com n ∈ IN
Portanto n é, no máximo, 16.
Resposta: 16
b) Sendo a1, ... , 160° as medidas dos ângulos internos do polígono, temos que (a1, ... , 160) é uma P.A. de razão 5.
Assim: 160 = a1 + (n – 1) ⋅ 5 ∴
a1 = 165 – 5n (1)
A soma dos ângulos internos desse polígono será dada por:
(165 – 5n + 160) n
Sn = ∴
2
(325 – 5n) n
(n – 2) 180 = ∴
2
n2 + 7n – 144 = 0
∴ n = – 16 ou n = 9
Como n ∈ IN, n = 9
Resposta: 9

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LÍ NG UA POR TUGU ESA
INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder às questões de números 01 e 02.

O ‘pobrema’ é nosso
Segundo Eliana Marquez Fonseca Fernandes, professora de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da
Universidade Federal de Goiás, em se tratando de linguagem, não se pode falar em erro ou acerto, mas desvios
à norma padrão. “O importante é estabelecer a comunicação. Para isso, usamos a língua em vários níveis,
desde o supercuidado ou formal até o não-cuidado ou não-formal.”
“A gramática tradicional diz que, quando se fala ‘nóis vai, nóis foi’, isso não é português. Mas é sim. Em outro
nível. Estudos mais recentes na área dizem que tais formas de expressão são corretas. Censurar ou debochar de
quem faz uso delas é discriminação lingüística.”
Para a professora, o domínio da norma culta não deve ser exigido da população de modo geral, principal-
mente de pessoas que têm baixo grau de escolaridade. “Quem tem obrigação de saber o português formal,
falar e escrever de acordo com as regras são os professores, os jornalistas, os acadêmicos”, diz.
(Diário da Manhã, Goiânia, 05.05.04. Adaptado.)

Questão 1
O texto expõe pontos de vista diferentes sobre a concepção de língua e de seu uso.
a) Explique o ponto de vista da professora Eliana e da gramática tradicional, conforme apresentados.
b) A professora Eliana afirma que censurar ou debochar de quem faz uso de formas não-padrão é discriminação
lingüística. Todavia, em sua fala, pode-se entrever certa discriminação lingüística. Transcreva o trecho em que
isso ocorre e explique por quê.

Resolução
a) Segundo o texto, a gramática tradicional desconsidera todas as manifestações lingüísticas que se desviam
do que a norma culta prescreve, como se elas sequer pertencessem ao português. O ponto de vista da pro-
fessora Eliana Fernandes é de que esses desvios da norma padrão são apenas outras formas de usar a língua,
em níveis diferentes, associados a situações mais informais. Para ela, essas formas são tão corretas quanto a
norma culta e não devem ser censuradas. Em outros termos, a gramática tradicional ignoraria as variedades
da linguagem, restringindo o fenômeno lingüístico a apenas uma de suas variações, a única considerada cor-
reta, a culta formal. A professora, ao contrário, considera todas as variantes da língua legítimas, sem esta-
belecer qualquer hierarquia entre elas.
b) Da fala “Quem tem a obrigação de saber o português formal, falar e escrever de acordo com as regras são
os professores, os jornalistas, os acadêmicos”, pode-se supor que a professora esteja insinuando que o co-
nhecimento da variedade formal do português só é acessível a alguns segmentos profissionais cultos e es-
pecializados, o que implicaria sonegar esse conhecimento a todos os outros. Isso pode ser considerado uma
forma de preconceito lingüístico na medida em que alija a maior parte das pessoas do domínio da varie-
dade mais prestigiosa da língua, aquela que inspira maior respeitabilidade, condenando-as a uma imagem
social subalterna.

Questão 2
O texto discute a questão da língua em sua função comunicativa, contrapondo usos mais informais a usos formais.
a) A gente sabe que tem gente que escorrega no português. Indique em que nível de linguagem está a frase
acima e justifique a sua resposta.
b) Reescreva a frase em duas versões: uma informal e outra formal.

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Resolução
a) A frase indicada está no nível informal de linguagem. Isso se depreende de três traços de coloquialidade
que ela encerra:
1. o uso da expressão “a gente” em lugar do pronome “nós”;
2. o emprego do verbo “ter” em lugar do verbo “haver”, na expressão “tem gente”;
3. o emprego do verbo “escorregar” na acepção de “cometer erro”, de “desviar-se da norma”.
b) Informal: Nóis sabe que tem um pessoal aí que mata o portugueis.
Formal: Todos sabemos que há pessoas que não obedecem a regras de português.

Questão 3
O Museu da Língua Portuguesa foi inaugurado em São Paulo, em março de 2006. Na ocasião, houve um erro
num painel, conforme a imagem:

Sobre isso, Pasquale Cipro Neto escreveu:


Na última segunda-feira, foi inaugurado o Museu da Língua Portuguesa. Na terça, a imprensa deu destaque a um
erro de acentuação presente num dos painéis do museu (grafou-se “raiz” com acento agudo no “i”).
Vamos ao que conta (e que foi objeto das mensagens de muitos leitores): por que se acentua “raízes”, mas não
se acentua “raiz”?
(www2.uol.com.br/linguaportuguesa/artigos.)

a) Considerando o contexto social, cultural e ideológico, por que o erro do painel teve grande repercussão?
b) Responda à pergunta que foi enviada ao professor Pasquale por seus leitores.

Resolução
a) Alguns erros, cometidos por certas pessoas, em certas situações, tornam-se altamente comprometedores
para a imagem de quem os cometeu, mesmo que o conteúdo do enunciado não seja afetado. É o caso do
erro de acentuação presente no painel reproduzido, que ganhou grande repercussão na mídia porque a
autoridade investida em quem vai resguardar os registros históricos da língua — o Museu da Língua
Portuguesa — tem importância desmedida. A transgressão de uma regra de acentuação quebra a
expectativa criada pela inauguração da instituição. Cometido por quem não estivesse investido do mesmo
papel, em outra situação, o mesmo erro passaria despercebido.
b) As vogais i e u tônicas em hiato são acentuadas se:
• sendo o 2º elemento, formarem hiato com uma sílaba anterior;
• não forem seguidas de nh, i ou u;
• estiverem sozinhas na sílaba ou no máximo acompanhadas de -s.
Portanto:
Ra – iz: não recebe o acento no hiato porque a vogal i está acompanhada de z na mesma sílaba;
Ra – í – zes: recebe o acento porque todas as condições foram atendidas.

INSTRUÇÃO: Leia o trecho de Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, para responder às questões
de números 04 e 05.
Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na
sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que
o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas
do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios.
(...)

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Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs, antes que a “Aurora com seus
dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo”, ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario
de la lengua guarani ó más bien tupi, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na repartição, os pequenos
empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe
por que em chamá-lo — Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar o ponto, distraído, sem reparar
quem lhe estava às costas, disse em tom chocarreiro: “Você já viu que hoje o Ubirajara está tardando?”
Quaresma era considerado no Arsenal: a sua idade, a sua ilustração, a modéstia e honestidade do seu viver
impunham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe era dirigida, não perdeu a dignidade, não pror-
rompeu em doestos e insultos. Endireitou-se, consertou o seu pince-nez, levantou o dedo indicador no ar e
respondeu:
— Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queira levar ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio, para
a grandeza e a emancipação da Pátria.
Vocabulário: amanuenses: escreventes; doestos: injúrias.

Questão 4
Examine a frase:
Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani.
a) No conjunto da obra, que relação há entre nacionalismo e o estudo de tupi-guarani?
b) Quanto ao sentido, explique o emprego da forma verbal dedicava e justifique sua resposta com uma expres-
são presente no texto.

Resolução
a) Logo em seu início, o fragmento anuncia que Policarpo Quaresma aproveitava as suas folgas (“lazeres”)
para o estudo da Pátria “nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na
sua política”. Os estudos de Quaresma fundamentavam uma noção de nacionalismo que se manifestava de
forma apologética, valorizando tudo o que dissesse respeito ao Brasil. Ao longo das três partes em que se
divide o romance, essa convicção se manifesta de três maneiras fundamentais: na busca das bases culturais
genuínas da brasilidade (Primeira Parte); na crença absoluta nas potencialidades agrícolas do país (Segunda
Parte); na defesa e posterior oposição ao governo de Floriano Peixoto, no episódio histórico da Revolta da
Armada (Terceira Parte).
O fragmento foi retirado da Primeira Parte (mais especificamente do Capítulo I, “A lição de violão”), e
dá destaque ao estudo do tupi-guarani levado a cabo pelo protagonista. Quaresma o considerava a ver-
dadeira língua brasileira e o propusera no Congresso nacional como língua oficial do Brasil, em substituição
ao português, pois este idioma fora trazido pelos antigos colonizadores.
No romance, o nacionalismo que Quaresma representa é relativizado em função de sua ingenuidade e
da idealização da Pátria, que tornavam o personagem alheio aos reais problemas do país. Desse modo, a
noção de nacionalismo que a obra veicula possui um teor crítico ausente naquela abraçada por seu
protagonista.
b) A forma verbal “dedicava” (imperfeito do indicativo) foi usada para situar a ação no passado, como um
processo em andamento, sem lhe pôr um termo. O autor, no caso, estabelece um início do processo (Havia
um ano a esta parte), ficando por conta do tempo verbal imperfeito o não estabelecimento de um término
para ele.
O emprego do imperfeito do indicativo com o objetivo de situar no passado uma ação, sem contudo
dá-la como concluída, vê-se também nas duas ocorrências de “sabia” no primeiro parágrafo: “Quaresma
sabia as espécies... sabia o valor...”

Questão 5
Analise a frase:
... deram não se sabe por que em chamá-lo — Ubirajara.
a) Supondo-se que houvesse uma explicação de natureza literária para o apelido, a que obra estariam os
empregados da repartição fazendo referência? Por quê?
b) Explique em que consiste a discriminação sofrida por Policarpo Quaresma, tomando como referência o
apelido e a resposta dada por ele a Azevedo.

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Resolução
a) O apelido dado a Policarpo Quaresma é uma referência direta à personagem-título do romance
Ubirajara (1874), de José de Alencar. Essa obra, ambientada num período anterior à chegada dos portugueses
nas terras brasileiras, narra as aventuras sentimentais e bélicas do índio Jaguarê, que, depois de alçar-se à
condição de guerreiro, assume o nome de Ubirajara (que quer dizer “o senhor da lança”). Por suas ações, o
herói consegue unir duas tribos antes inimigas, os Tocantins e os Araguaias, que passam a constituir a grande
nação que receberia o nome de seu líder.
Da perspectiva dos empregados da repartição, o apelido dado a Quaresma, por fazer alusão a um índio,
ridicularizava suas manias nacionalistas, principalmente nos estudos do tupi-guarani. É possível, porém,
apresentar uma explicação mais ampla, segundo a qual o apelido denuncia o caráter do seu nacionalismo:
tão ingênuo, apologético e idealizador quanto aquele manifesto nas obras de José de Alencar, que seguia,
nisso e em outros elementos, o modelo estético do Romantismo.
b) Embora “considerado no Arsenal”, Policarpo Quaresma é ridicularizado em função de seus estudos e
suas convicções nacionalistas. O apelido de “Ubirajara” — que, afinal, remete à imagem de um selvagem, um
primitivo — reforça o sarcasmo de quem o vê como uma figura anacrônica e antiquada em seu esforço
patriótico. Por outro lado, sua dedicação à busca da “grandeza e a emancipação da Pátria” é de tal maneira
incongruente com a realidade nacional, que merece a crítica do romance. É costumeira a associação de Qua-
resma com a personagem de Dom Quixote de la Mancha, criada pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes.
Dom Quixote mergulhou num mundo heróico que já não correspondia mais ao seu tempo. Policarpo, por sua
vez, para fortalecer seu nacionalismo ufanista, lutava sozinho contra os interesses daqueles que não possuíam
a convicção de seu espírito crédulo e diligente.

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GE OGR AF IA

Questão 6
A anamorfose é um tipo de representação cartográfica que associa a forma ao evento representado. Observe as
representações cartográficas.

I — Produto Interno Bruto.

II — Produto Interno Bruto


por paridade de poder de compra.

(Les dessous des cartes — Atlas géopolitique. Victor, 2006.)

a) Compare a situação da América Latina nos mapas.


b) Explique por que a Nigéria está destacada no mapa II.

Resolução
a) Comparando os dois mapas, notamos que a forma e o tamanho proporcional da América Latina muda muito
pouco. No mapa II, o extremo sul do continente, o México e algumas ilhas do Caribe estão representados com
um pouco mais de destaque, o que indicaria uma maior participação desses locais na geração do PIB mundial
em Paridade de Poder de Compra.
b) A Nigéria é um país subdesenvolvido da África cujo PIB tem-se elevado nos últimos anos em função do aumen-
to das exportações de petróleo. No mapa II, que usa o PPC, o país surge com mais destaque porque seu PIB é
inflado pelo elevado preço que esse produto de exportação tem alcançado no mercado internacional.

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▼ Questão 7
O aquecimento global é uma realidade já admitida por cientistas de todo o mundo. Estimativas otimistas apon-
tam o aumento da temperatura em cerca de 1,5°C. Outras, mais drásticas, indicam cerca de 5,8°C.
a) Qual o principal problema ambiental internacional decorrente do aquecimento global? Explique-o.
b) Que medidas podem ser aplicadas para atenuar as mudanças climáticas globais?

Resolução
a) O principal problema ambiental internacional decorrente do aquecimento global é o derretimento das ca-
lotas polares, que pode acarretar o aumento do nível dos mares, afetando regiões costeiras, além de alterar
a dinâmica das correntes marinhas, que representam importante fator para a manutenção climática.
b) Dentre as principais medidas que podem ser aplicadas para atenuar as mudanças climáticas globais, estão a
diminuição da emissão de gases estufa, com a aplicação das medidas do Protocolo de Kyoto, e o investimen-
to em medidas que reduzam o número de queimadas, no processo agropecuário, desenvolvam os transportes
coletivos, para redução de número de veículos automotores e aplicação de filtros nas chaminés industriais.

Questão 8
Observe o gráfico e responda.
TOTAL DE IMPORTAÇÃO EM RELAÇÃO AO PIB, EM %.
35
30
25
20
15
10
5
0
2000

2001

2002
2003
1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999
1990

África do Sul Brasil Índia


(Dupas. In: Villares, 2006.)

a) Qual entre os três países teve maior crescimento das importações em relação ao PIB? Justifique.
b) Compare a situação desses países em 2003.

Resolução
a) De acordo com o gráfico, o país que teve o maior crescimento das importações em relação ao PIB foi o Brasil.
Passando de cerca de 8% para um total de 14%, ou seja, um crescimento de 75% no período.
Enquanto isso as importações da África do Sul passaram de algo em torno de 19% do PIB para cerca de 27%,
crescendo 42%. Finalmente, na Índia, o aumento foi de aproximadamente 55%, com as importações passan-
do de 9% para 16% do PIB.
b) Comparando a situação desses países em 2003 podemos perceber que a África do Sul apresenta a maior parti-
cipação das importações em relação ao PIB, ou seja, acima dos 25%.
Brasil e Índia têm situação semelhante, com importações de cerca de 15% do PIB, provavelmente em função
de seus modelos de substituição de importações serem mais eficientes que o da África do Sul.

Questão 9
Ao longo de 2006, verificou-se mais uma greve nessa região, evento político que era muito mais comum na dé-
cada de 1980.
a) Identifique a região e comente o papel que teve na industrialização brasileira.
b) A partir de meados da década de 1990, verificaram-se mudanças na distribuição das indústrias no Brasil. Aponte
ao menos dois estados brasileiros que receberam investimentos industriais significativos desde então.

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Resolução
a) A região citada na questão é o ABCD paulista, composto pelos municípios de Santo André, São Bernardo,
São Caetano e Diadema, cujo papel na industrialização brasileira é de destacada importância. Configuran-
do-se como um dos principais pólos na produção de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomés-
ticos) e de outros produtos, como pneus, autopeças e plásticos, desenvolveu-se na segunda metade do sé-
culo XX, tendo inicialmente incentivos governamentais para sua estruturação e consolidação. Outro fator
importante para seu desenvolvimento é a localização estratégica, entre Santos-Cubatão (porto de importa-
ção-exportação e produção siderúrgica) e São Paulo (pólo consumidor). As vias de circulação, baseadas no
sistema rodoviário (Anchieta) constituem mais uma vantagem.
b) Dentre os estados brasileiros que receberam expressivos investimentos industriais a partir da década de
1990, destacam-se Paraná e Bahia.
No primeiro, ressalte-se a região metropolitana de Curitiba, principalmente o município de São José dos Pi-
nhais, com a instalação de indústrias automobilísticas. No segundo, ressalte-se a região do Recôncavo, com a
expansão do setor petroquímico e automobilístico.

Questão 10
No Brasil, os municípios são responsáveis pela coleta e destino final do lixo. Porém, na maior parte dos casos ele
não é acomodado corretamente.
a) Quais as implicações do destino incorreto do lixo para o uso dos recursos hídricos?
b) Cite e explique duas alternativas que podem ser empregadas para diminuir o volume de lixo.

Resolução
a) O destino incorreto do lixo pode acarretar a contaminação do lençol freático e de cursos superficiais d’água,
através da percolação e do escoamento do chorume — líquido escuro proveniente da decomposição do lixo,
extremamente nocivo para o ecossistema. Além do aumento da poluição urbana, o acúmulo de lixo em
locais inadequados pode ocasionar enchentes e agravar a precária situação ambiental dos cursos fluviais.
b) A diminuição do volume do lixo está associada a mudanças nos padrões de produção massificada, a que os
consumidores se habituaram, incorporando a cultura do desperdício. Portanto medidas eficientes de controle
do lixo seriam o investimento industrial em embalagens biodegradáveis, menos nocivas ao meio ambiente,
e o estímulo à adoção do hábito da reciclagem.

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HI STÓ RIA

Questão 11
Em Roma antiga, e no Brasil colonial e monárquico, os escravos eram numerosos e empregados nas mais di-
versas atividades.
Compare a escravidão nessas duas sociedades, mostrando suas
a) semelhanças.
b) diferenças.

Resolução
a) Nessas duas sociedades, existiu de forma generalizada um sistema cruel de dominação social: a escravidão.
Como escravo, o trabalhador responsável pela geração da riqueza econômica era tratado como coisa, como
mera ferramenta, pelos proprietários. Enfim, era uma mercadoria. A privação completa da liberdade, as ex-
tenuantes jornadas de trabalho, a péssima alimentação e os freqüentes castigos físicos explicam a baixa pro-
dutividade econômica, as diversas formas de resistência dos escravos e sua reduzida média de vida.
É necessário destacar ainda que tanto em Roma como no Brasil a escravidão foi uma das causas fundamen-
tais da concentração de renda e contribuiu de forma decisiva na organização cultural.
b) Na Roma antiga, em que o modo de produção era escravista, os povos dominados nas guerras de conquistas
territoriais eram escravizados, independentemente de sua etnia.
No Brasil, a maioria dos escravos eram negros africanos, pois, sendo o modo de produção capitalista, o inte-
resse na lucratividade estimulava o tráfico negreiro, que beneficiava as empresas metropolitanas e brasileiras.

Questão 12
Ao longo da Baixa Idade Média, a Igreja (com o papa à frente) e o Estado (com o imperador ou rei à frente)
mantiveram relações conflituosas como, por exemplo, durante a chamada Querela das Investiduras, nos
séculos XI e XII, e a transferência do papado para Avignon, no sul da França, no século XIV. Sobre essa disputa,
indique
a) os motivos.
b) os resultantes e sua importância ou significação histórica.

Resolução
a) Tal disputa pela hegemonia política na Europa feudo-medieval foi motivada pelo conflito entre o poder
temporal do Estado, simbolizado pelo rei, e o espiritual, simbolizado pelo Papa.
b) A principal conseqüência dessas relações conflituosas foi o declínio do poder feudo-papal frente à emer-
gência do estado real. Dessa forma, sua importância histórica é a decadência do mundo medieval.

Questão 13
O capitalismo, no século XX, passou por duas situações — uma na década de 1930, a outra, na década de 1990 —
opostas entre si e que se expressaram pelas contrastantes políticas econômicas adotadas visando assegurá-lo. Ex-
plique por que:
a) nos anos trinta, o capitalismo viveu acuado e os capitalistas receptivos à idéia de que fora do Estado não
há salvação.
b) nos anos noventa, viveu triunfante e bradando que fora do mercado não há salvação.

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Resolução
a) Nos anos 30, em decorrência da crise de superprodução dos E.U.A., desfez-se a crença no modelo liberal capi-
talista.
Para superar as dificuldades econômicas e sociais geradas pela crise, os capitalistas recorrem ao interven-
cionismo keynesiano, adotado nos Estados Unidos, ou ao intervencionismo totalitário, adotado pelos gover-
nos nazifascistas.
b) A partir de meados da década de 80, tanto o modelo intervencionista, fundado nas concepcões keynesianas
de capitalismo, como o modelo estatal soviético mostraram-se ineficientes.
Nesse contexto, as premissas liberais voltaram a ser defendidas por economistas e políticos ao redor do
mundo. Eles, não raras vezes, apontavam o colapso da U.R.S.S. como exemplo cabal da ineficiência de qual-
quer política intervencionista. Trata-se do chamado neoliberalismo.

Questão 14
Embora o Brasil continue sendo o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e de café, sua economia hoje não
mais gira, essencialmente, em torno do primeiro produto, como no século XVII, nem em torno do segundo, como
no período transcorrido entre 1840 e 1930. Indique
a) os fatores responsáveis pelo fim do ciclo histórico da cana-de-açúcar e do café.
b) as semelhanças e diferenças na estrutura de produção das duas culturas.

Resolução
a) Na segunda metade do século XVII, com o advento da produção açucareira nas Antilhas, o Brasil perdeu o
virtual monopólio que exercia sobre o fornecimento de açúcar ao mercado europeu. Tal posição jamais foi
recuperada, fato esse que, somado ao desenvolvimento da atividade mineradora, no século XVIII, e da cafei-
cultora, no século XIX, fez com que a atividade canavieira, embora importante até os dias atuais, não recu-
perasse a posição de carro-chefe da economia brasileira.
Quanto ao café, o fim do seu “ciclo histórico”, está inserido num contexto mais amplo, que foi a crise do sis-
tema agrário-exportador, ocorrido no final da década de 1920. Na seqüência dessa crise, teve início o pro-
cesso de industrialização, que introduziu mudanças estruturais na economia brasileira, que passou a se ba-
sear nos setores secundário e terciário, voltadas para o mercado interno.
b) As atividades canavieira e cafeeira tinham em comum o caráter de plantation. No entanto, a partir de mea-
dos do século XIX, a cafeicultura iniciou um processo de modificações de intensidade muito maior do que
o ocorrido na economia canavieira, com a adoção do trabalho assalariado, a modernização do sistema pro-
dutivo e dos meios de transporte e a associação entre a produção e a comercialização. Essas mudanças, que
caracterizaram a modernização conservadora, então ocorrida no Brasil, abriram caminho para o crescimen-
to das atividades econômicas voltadas para o mercado interno, e, em última análise, para o enfraquecimen-
to do sistema agrário-exportador.

Questão 15
O Brasil, no século passado, vivenciou dois momentos de intensa criatividade no plano da cultura e das artes
em geral. Indique as características principais dos dois movimentos:
a) o dos anos 1920/1930.
b) o dos anos 1950/1960.

Resolução
a) As mudanças ocorridas no campo da cultura na década de 1920, simbolizadas pela Semana de Arte Moderna
de 1922, refletiam as alterações socioeconômicas que vinham se verificando desde o início do século XX, parti-
cularmente no sudeste do País.
A urbanização e o crescimento dos setores industrial, comercial e de serviços ocasionaram mudanças sociais,
tais como o surgimento do operariado, o crescimento da classe média e a consolidação da burguesia. O re-
sultado foi o surgimento de novos parâmetros culturais, que permitiram a expansão do modernismo, pon-
do em xeque os valores artísticos tão ao gosto das elites agrárias. A nova geração de artistas, ancorada nos
ideais estéticos das vanguardas européias, promoveu uma renovação da cultura brasileira.

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b) Na década de 1950, a efervescência cultural estava intimamente vinculada ao acelerado crescimento eco-
nômico do governo de Juscelino Kubitscheck. A geração de muitos empregos, a rápida expansão do mer-
cado interno, o fortalecimento da classe média urbana, o início da televisão e da produção de automóveis,
as conquistas esportivas criaram um ambiente alegre, confiante e otimista: eram os “anos dourados”. Retra-
tando e reforçando esse clima, presenciamos novidades artísticas: a Bossa Nova, o Cinema Novo, a poesia
concretista e, arejando o mundo teatral, o Oficina e o Arena.

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CO MENTÁRI OS
Língua Portuguesa
Este primeiro exame da UNIFESP para a área de Humanidades merece elogios. A prova de Português, em-
bora com apenas cinco questões, conseguiu avaliar uma competência essencial para o usuário da língua: o co-
nhecimento sobre o uso de variantes diferentes (questão 2), que contribui para desfazer preconceitos (questão 1)
e mostrar que a noção de “erro” não é absoluta, uma vez que o contexto de comunicação é que determina a
adequação ou não de uma forma lingüística (questão 3). As questões 4 e 5, que envolvem a interpretação de
textos literários, também são interessantes, pois exigem que o candidato saiba relacionar criticamente obras
de épocas diferentes, associando o ufanismo quixotesco de Quaresma ao nacionalismo indianista de Alencar.

Geografia
Prova bem elaborada, com boa apresentação gráfica, temas relevantes e ampla capacidade de avaliação
dos conhecimentos críticos dos candidatos, graças à atualidade das abordagens.

História
Prova com questões bem elaboradas, exigindo dos candidatos um bom conhecimento do processo histó-
rico e capacidade de analisar e inter-relacionar elementos desse processo. É o que se espera de um exame
destinado a selecionar candidatos a carreiras da área de Humanidades.

Biologia
Prova de boa qualidade, embora o número reduzido de perguntas não tenha permitido maior abrangência
de assuntos.

Química
Foi uma boa prova, em que se cobraram alguns conceitos importantes de forma tradicional.

Física
A prova foi excessivamente trabalhosa, não pela cobrança do conhecimento teórico da matéria, mas pelo
excesso de detalhes operacionais.

Matemática
Prova bem elaborada, que certamente selecionará os melhores candidatos.

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