Nesse período do ano, a procura por casas e apartamentos localizados à beira-mar, no
campo ou em outros lugares aprazíveis aumenta dramaticamente. Muitos buscam o campo ou a praia para se divertir com a família e os amigos. A locação de imóveis para temporada é sempre uma boa opção de hospedagem para quem pretende aproveitar suas férias ou os feriados prolongados. Assim, o consumidor, para preservar as suas férias, deve estar atento a algumas recomendações. Os problemas mais comuns ocorrem quando o imóvel não corresponde à descrição feita pelo locador (que pode ser o proprietário ou uma imobiliária). Desse modo, para escapar desses inconvenientes são necessárias certas precauções. Entre os principais cuidados está a realização de um contrato que explicite as condições do imóvel e, quando for o caso, quais as mobílias e utensílios domésticos à disposição. Lembre-se, o contrato de locação é regido pela Lei nº 8245, de 18/10/01. A locação de temporada é um tipo de locação destinado para lazer, realização de cursos ou evento pontual. Está disciplinado na Lei do Locações, a partir do Art. 48. O prazo da locação de temporada não pode ultrapassar 90 dias e o pagamento de aluguéis e encargos pode ser exigido antecipadamente e de uma só vez. Assim, cabe ao locador sempre exigir recibo discriminado de todas as quantias pagas. Atenção, o consumidor não deve deixar os preparativos para a última hora. As férias devem ser planejadas com antecedência para que nada saia errado. Esse cuidado é ainda mais importante em épocas de alta temporada, como o fim e começo de ano. Fazendo assim, o consumidor não correrá o risco de encontrar tudo lotado, terá mais opções e ainda poderá conseguir preços mais baixos. Na hora de pesquisar as casas ou apartamentos para temporada, o consumidor não deve se restringir sua sondagem a anúncios de jornais, revistas ou outros meios de divulgação (como a Internet). As dicas e referências de amigos que já fizeram a locação são um recurso tão velho quanto confiável. Na escolha do imóvel convém procurar informações com pessoas e imobiliárias de confiança, checando tudo o que for oferecido. Deve ser verificada a localização do imóvel, inclusive as condições de acesso ao local, como estradas, pontos de referência e afins. Além disso, outro ponto que deve ter um peso importante na decisão do consumidor, é a infra-estrutura da região (padarias, açougues, mercados, feiras-livres), bem como as condições de segurança do imóvel. O consumidor deve realizar uma vistoria no local, em companhia do proprietário ou representante da imobiliária, relacionando por escrito as condições gerais em que se encontra o imóvel. Deve conferir as condições de uso do imóvel e se este corresponde à descrição feita pelo locador (quantidade de quartos, banheiros, funcionamento de chuveiros, pias etc.). Caso mobília e utensílios domésticos estejam incluídos no pacote, verifique se eles estão em bom estado e funcionando um chuveiro quebrado ou a simples falta de talheres são suficientes para trazer incômodos ao consumidor, enquanto locatário. Assim, se for possível, essa vistoria deve ser feita conjuntamente com o locador. Essa precaução poderá evitar o pagamento de eventuais danos que o consumidor não tenha causado. É muito importante que o consumidor não confie somente em anúncios ou fotos do lugar. Mais uma vez, caso não possa ir até o local do imóvel, para uma inspeção, recorra à ajuda de seus amigos ou conhecidos, que tenham locado tal imóvel, ou que ao menos conheçam aquela localidade. Assim, após essa pequena pesquisa, antes de fechar o negócio, o consumidor, de posse de todas as informações acima descriminadas, deve fazer a si mesmo as seguintes perguntas: 1 -O imóvel está em boas condições de uso? 2 -A localização do imóvel é boa? Nesta pergunta estão implícitas várias outras, como: Podemos passear a pé ou é necessário um carro para a locomoção? , Estaremos perto dos locais de lazer que nos interessam, como a praia? , Teremos segurança? , O local é tranqüilo ou muito agitado? . Para respondê-las, você precisa ter em mente qual o ambiente que desejado: campestre ou urbano, tranqüilo ou agitado etc. 3 -O local oferece a infra-estrutura esperada? Neste caso, o que interessa são itens como luz elétrica e água encanada, proximidade a supermercados, restaurantes, farmácias e até hospitais. Dessa forma, após respondidas as perguntas, tendo-se escolhido o imóvel, é muito importante que o consumidor deixe claro, para o locatário, as datas e os horários para o recebimento e a entrega das chaves, de modo a não haver dúvidas quanto ao período de utilização do imóvel. O consumidor não pode, jamais, esquecer-se que o contrato de locação para temporada funciona como um instrumento de segurança para ambas as partes: é uma garantia para o locatário (consumidor) de que o imóvel e a forma de locação serão oferecidos conforme o combinado, e também para o locador (responsável ou proprietário do imóvel), de que seu patrimônio será preservado. Desse modo, a realização de contrato é imprescindível. O contrato deverá ser feito, seja por meio de uma imobiliária ou direto com o locador, incluindo todas as cláusulas correspondentes ao que foi tratado verbalmente, discriminando datas de saída, nome e endereço do proprietário, preço e forma de pagamento, local de retirada das chaves, tipo e número de cômodos, garagem, etc. Caso o imóvel seja mobiliado, devem constar obrigatoriamente no contrato a descrição de seu estado de conservação e a relação de móveis e utensílios disponíveis. O locatário não deve ser esquecer que, ao final da locação, deverá fazer uma nova vistoria, relacionando tudo por escrito e ficando com uma cópia desse documento, protocolada pelo proprietário. Outro ponto importante, como referido, é que de acordo com a Lei do Inquilinato, na locação para temporada pode-se cobrar todo o aluguel de uma só vez e antecipadamente. Mas o prazo de locação não pode durar mais que noventa dias. Lembrando que a locação para temporada não se restringe às viagens turísticas, incluindo também os casos em que o imóvel é alugado para tratamento de saúde ou para substituir temporariamente a residência do locatário (quando esta está em reforma). Por outro lado, se o locatário permanecer no imóvel após o prazo definido em contrato, o locador poderá exigir a sua devolução imediata e até entrar com uma ação de despejo. No entanto, caso isso não seja feito, até, no máximo, em trinta dias após o prazo de vencimento do contrato, a Lei de Locações determina que a locação fica automaticamente prorrogada por tempo indeterminado e o aluguel não poderá mais ser cobrado de antemão. Nesse caso, passam a vigorar as condições da locação convencional, e a saída do locatário só poderá ser exigida após trinta meses. Assim, prezado consumidor, não se esqueça disso e tenha inesquecíveis férias de verão.