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O TRATAMENTO DAS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS NO LIVRO DIDATICO

Maria Gerusa Gomes Santos

Resumo:

O objetivo do trabalho é analisar o tratamento das variações linguísticas é a ciência


que estuda a linguagem humana e que auxilia na compreensão das várias
abordagens que se dão acerca da língua falada seja ela coletiva ou individual. A
escolha do tema não tem como objetivo valorizar um dialeto em detrimento de outro,
mas sim de compreender as variações linguísticas como uma forma de expressão
informal que ocorre em função de vários fatores e que revela, por essa razão, a
diversidade e a riqueza de dialetos que o país tem. Somado a este, a justificativa
para a escolha do tema ocorre ainda da mediante a verificação de que essa
compreensão acerca dessas variações é relevante por mostrar que o tema deve ser
trabalhado a fim de romper com o preconceito que é gerado para com as variações
linguísticas quando se tem o entendimento de que estas são expressões erradas da
fala portuguesa. Nessa direção, a questão problematizadora deste questiona: como
são tratadas as variações linguísticas no livro didático? Como hipótese, admite-se
que o LD ainda não realiza uma abordagem, em torno das variações linguísticas de
forma satisfatória, o que gera a necessidade de compreender a ausência dessa
abordagem pelo LD. Precisa-se alertar para o fato de que essas variedades
privilegiadas (padrão/culta e formal) não são correspondentes aquilo que
tradicionalmente se prega pelas gramáticas.

Palavras-chaves: Variações linguísticas. Livro didático. Escola.

Abstract:
he objective of this work is to analyze the treatment of linguistic variations is the
science that studies human language and that AIDS in the understanding of the
various approaches that do about the language spoken either collective or individual.
The choice of theme does not aims to develop a dialect over another, but rather to
understand the linguistic variations as a form of informal expression that occurs as a
function of various factors, and that shows, for this reason, the diversity and wealth of
dialects that the country has. Added to this, the rationale for the choice of theme is
still subject to verification that this understanding of these variations is relevant to
show that the theme should be worked in order to break away with the prejudice that
is generated for the linguistic variations when it has the understanding that these are
the wrong expressions of speech. In this direction, the question this problematical
questions: how language changes are handled in the textbook? As hypothesized, the
LD has not held an approach around the linguistic variations satisfactorily, which
creates the need to understand the absence of this approach by the LD. Need to
draw attention to the fact that these privileged varieties (default/cultured and formal)
are not matching what you traditionally fold by the grammars.

Keywords: linguistic Variations. Textbook. School


Introdução:

É consenso hoje que a Língua Portuguesa sofre algumas variações em


virtude da presença de alguns fatores que contribuem para essa heterogeneidade. A
Linguística é a ciência que estuda a linguagem humana e que auxilia na
compreensão das várias abordagens que se dão acerca da língua falada seja ela
coletiva ou individual.
O objetivo do trabalho é analisar o tratamento das variações linguísticas é a
ciência que estuda a linguagem humana e que auxilia na compreensão das várias
abordagens que se dão acerca da língua falada seja ela coletiva ou individual.
A escolha do tema não tem como objetivo valorizar um dialeto em detrimento
de outro, mas sim de compreender as variações linguísticas como uma forma de
expressão informal que ocorre em função de vários fatores e que revela, por essa
razão, a diversidade e a riqueza de dialetos que o país tem. Somado a este, a
justificativa para a escolha do tema ocorre ainda da mediante a verificação de que
essa compreensão acerca dessas variações é relevante por mostrar que o tema
deve ser trabalhado a fim de romper com o preconceito que é gerado para com as
variações linguísticas quando se tem o entendimento de que estas são expressões
erradas da fala portuguesa.
Inegavelmente as variações linguísticas estão presentes em todos os grupos
sociais, pois de acordo com Cagliari (2000, p.76) “todo mundo sabe que há modos
diferentes de falar uma língua”. Nessa direção, a questão problematizadora deste
questiona: como são tratadas as variações linguísticas no livro didático? Como
hipótese, admite-se que o LD ainda não realiza uma abordagem, em torno das
variações linguísticas de forma satisfatória, o que gera a necessidade de
compreender a ausência dessa abordagem pelo LD.
Sendo assim, o estudo discorre, inicialmente, acerca das variações
linguísticas em si e em seguida da ênfase ao estudo das variações linguísticas no
ID.

1 As variações linguísticas
De acordo com Bagno (2007, p.36) “assim como a sociedade é diversificada,
a língua também é (...)”. tal afirmação é importante porque existe um consenso entre
os linguistas e os pedagogos, já que os primeiros afirmam que a língua é múltipla,
heterogênea, variável” e, por extensão, a sociedade que fala essa língua também
assume a variação como característica dessa heterogeneidade da língua.
Ainda na visão de Cagliari, defensor das “todos nós, na verdade, somos, de
certa forma, falantes de mais de um dialeto, os quais usamos de acordo com as
circunstancias”.
Sendo assim, o uso das variações linguísticas se faz presente nas mais
diversas situações e lugares e é utilizado por todas as pessoas, não apenas em
locais rurais ou menos escolarizadas como se pensa constumeiramente. Se todos
fazem uso das variações lingüísticas, certamente sem uso ocorre também entre
falantes urbanos e escolarizados uma vez que as formas diferentes de se comunicar
decorrem das transformações que acontecem ao longo do tempo e que, com efeito,
vai aos poucos assumindo características de grupos sociais.
Em consonância com Bagno (2007, p.37) “com tudo isso, a gente está
querendo dizer que, na contramão das crenças mais difundidas, a variação e a
mudança linguística é que são o estado natural das línguas, o sem jeito próprio de
ser”. É assim, pois, que as variações lingüísticas são compreendidas como
presentes nas interações humanas. Dessa forma, a variação da fala depende da
situação formal, ou não, em que o sujeito está inserido.
Acerca do uso diferenciado, Cagliari (2000, p.81) assevera que

Essas condições mostram que as línguas, quando se transformam com o


passar do tempo, não se degeneram, não se tornam imperfeitas, estragada,
mas adquirem novos valores sociolingüísticos, ligados às novas
perspectivas da sociedade, que muda também.

É diante do pensamento do autor que se percebe que a língua adquire


características próprias e assim, agrega valores históricos e culturais. Mas posta
essa discussão acerca das VL, cabe ressaltar que as diferenças linguísticas nem
sempre não aceitas nos programas culturais.
Atualmente, no Brasil, reconhecer essa diversidade da língua já é um grande
passo para mudar a cultura monolinguistica do país que vem tentando padronizar a
língua falada. Entretanto, sabe-se que para mudar essa concepção ideológica o
passo fundamental é a conscientização e a educação da população. É dentro desse
contexto que a escola surge como local promotor da mudança e com papel relevante
ao adotar uma atitude falada de uma população e perceber que a usca pela
padronização da língua configura-se como uma forma preconceituosa da sociedade
ante a diversidade linguística.
É bem verdade que, há algum tempo atrás, o tratamento das VL não era
objeto de ensino em uma parte considerável das escolas brasileiras. Com isso, a
maioria dos professores e a escola cabia apenas o papel de ensinar a língua padrão,
sendo esta considerada um modelo de língua certa. Nessa direção, os professores
ministravam suas aulas de língua portuguesa restrita ao ensino de gramática
normativa em que a função precípua desse ensino era de corrigir o português
errado.
A partir dos estudos empíricos da sociolinguística direcionados para a
heterogeneidade das línguas humanas, foi que se alcançou mudanças profundas na
concepção de como deveria ser a prática docente em relação a variedade
linguística. Muito embora até hoje não se tenha uma compreensão formal de que as
VL são fenômeno da língua falada, ainda se percebe que a escola supervaloriza a
norma padrão em detrimento das VL.
Contudo, não se trata apenas de deixar os alunos das classes populares
utilizarem suas variações linguísticas, mas da escola, auxiliá-lo na compreensão de
uma realidade diversa, heterogênea, com todas as suas variedades sociais,
regionais e situacionais.
Face ao exposto, vinculados à ideia de que a escola é o único meio para
trabalhar essa diversidade e o livro didático, o principal instrumento da tarefa
docente, propõe-se compreender como tal veículo empreende as variações
linguísticas e como este ajuda a manter ou excluir esse preconceito tão presente na
sociedade.

2 O Livro Didático

Lançar um olhar sobre o livro didático, visando compreender sua contribuição


para o ensino das Variações Linguísticas, é possível detectar que o livro didático faz
parte de uma cultura e que ao longo dos anos, sofreu várias transformações sociais
para atender às exigências do contexto e com base nisso, torna-se relevante em sua
atuação enquanto mediador na construção do conhecimento. Ao avaliar também sua
importância, foi necessário reportar-se à sua origem e historia. Para Stray (1993, p.
77) o livro didático é um produto cultural composto. É ainda o “cruzamento da
cultura, da pedagogia, da produção editorial e da sociedade”. Mesmo com o
surgimento de muitos recursos, como o computador, a internet, o cd e outros
instrumentos, o livro didático nunca deixou de ser relevante para o processo de
ensino-aprendizagem.
Para Gatti Junior (2004) a origem do livro didático está exatamente na
cultura escolar. No final do século XV os livros já existiam, mas eram raros, o que
nem mesmo, alguns estudantes dispunham. Para o estudo, era necessário que o
próprio estudante produzisse seus cadernos de textos. Com o surgimento da
imprensa, os livros foram os primeiros produtos feitos em serie.
O livro didático surge como instrumento de instrução no século XVI a. C e
na concepção de Oliveira, Guimarães e Bomény (1984, p. 12) os livros passam a ser
considerados materiais de ensino.
No Brasil, a história do livro inicia-se com a chegada de Dom João VI em
1808 que trouxe para o país muitos livros e a primeira maquina de impressão
tipográfica (OLIVEIRA,GUIMARAES e BÓMENY,1984, p. 12) . Naquele tempo,
havia grande domínio político do Estado e da Igreja e a censura não permitia que a
imprensa publicasse obras que ofendessem as instituições e os costumes.
Para Bittencourt (2004) desde sua chegada, o livro didático trouxe alguns
equívocos. As primeiras criações deste consideravam o professor como uma figura
central e, somente no final do século XIX percebeu-se que o livro didático não era
um material somente para uso do professor. Nisso, entendeu-se que o livro deveria
chegar ate ao aluno. Essa constatação gerou, por sua vez, o entendimento de que o
aluno, enquanto consumidor direto do livro sinalizava para autores e editores uma
modificação necessária deste produto para que viesse a atender às exigências do
contexto.
Foi na década de 60 que o manual escolar começou sua transformação
e,nesse período, as modificações que ocorreram se deram no plano visual. Acerca
da forma dos livros didáticos, Choppin (2004 p. 559) diz que

A organização interna dos livros e sua divisão em partes, capítulos,


parágrafos, as diferenciações tipográficas ( fonte, corpo do texto,
grifos, tipos de papel, bordas, cores, etc.) e suas variações, a
distribuição e a disposição espacial dos diversos elementos icônicos
no interior de uma pagina (ou pagina dupla) ou de um livro só foram
objeto, segundo uma perspectiva histórica, de bem poucos estudos,
apesar dessas configurações serem bastantes especificas do livro
didático. Com efeito, a tipografia e a paginação fazem parte do
discurso didático de um livro didático usado em sala de aula quanto o
texto ou as ilustrações.

O livro didático chega até as escolas brasileiras em 1929, onde se criou um


órgão especifico o Instituto Nacional do Livro (INL) para legislar sobre políticas do
livro didático. No entanto, só foi em 1934 no governo de Vargas que o órgão INL
teve suas primeiras atribuições, entre as quais: editar obras literárias, elaborar
enciclopédias e dicionários e expandir o numero de bibliotecas no país.
No ano de 1938 o governo brasileiro instituiu o Decreto - Lei nº. 1.006 de 30
de dezembro, a Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD). Esse decreto
determinava a primeira ação política de legislação para tratar do livro didático
(FREITAG, 1989).
Em 1945, após vários questionamentos sobre a legislação desta comissão,
o Estado consolidou, para seu controle, uma legislação sobre as condições de
produção, importação e utilização do livro didático. Foi nesse período que a escolha
do livro didático foi restringida aos professores para ser utilizado pelos alunos, no
Decreto - Lei nº. 8.460, de 26/12/45, artigo 5º.
Na década de 60 aconteceu um acordo entre o Ministério da Educação
(MEC) e a Agencia Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Esse foi o acordo que permitiu a criação da Comissão do Livro Técnico e Livro
Didático (COLTED). Sobre esse acordo, diversas criticas foram feitas partindo dos
educadores brasileiros.
Na década de 70, veio a extinção do COLTED e o termino do convenio
MEC/USAID e o INL passou a desenvolver o Programa do Livro Didático para o
Ensino Fundamental (PLIDEF) que entre suas atribuições estava a de gerenciar
recursos financeiros. Em 1976, o INL foi também extinto e a compra dos livros com
recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FNDE) foi legalizada através do
Decreto-Lei n º 77.107 de 04 de fevereiro de 1976. Um dos aspectos mais negativos
dessa década para a historia do livro didático e o acesso a ele pela população foi o
fato de que os recursos financeiros não foram suficientes para atender aos discentes
do ensino fundamental da rede pública e isso gerou a exclusão do programa nas
escolas da grande parte dos municípios do país.
Em 1983, foi criada a Fundação de Assistência ao Estudante (FAE). A FAE
trouxe vários programas assistenciais para o governo e para muitos, foi considerada
como uma centralização do poder (FREITAG, 1989).
Atualmente, a sociedade brasileira tem o Programa Nacional do livro
Didático – o PNLD que veio para substituir o PLIDEF. O PNLD surgiu em 1985, a
partir do decreto nº. 91.542 (CASSIANO, 2004).
É bem verdade que a abordagem da historia do livro didático em seu
processo de constituição do ensino escolar brasileiro remete ao século XIX e XX,
onde a proposta inicial é a de pensar o livro didático de forma ampla e acompanhar
os movimentos que se dão em torno de sua concepção ate a sua utilização em sala
de aula ( BITTENCOURT, 2008, p. 13).Seu surgimento promove uma reflexão sobre
o papel do livro didático na construção do saber escolar. De acordo com Bittencourt
(2008, p. 13) “o livro didático é um assunto polemico, pois gera posições radicais
entre professores, alunos e pesquisadores dos problemas educacionais”. Com
efeito, a divulgação deste produto e suas reedições conferem ao livro didático uma
proeminência na indústria cultural, muito embora, seus principais consumidores
divirjam na avaliação quanto ao papel que ele exerce na vida escolar.

3 O tratamento das Variações Linguísticas no Livro Didático

Diante do que foi exposto naquilo que concerne às variações linguísticas,


pode-se compreender que o tratamento conferido à estas costuma ser problemático,
já que a relação livro didático e variações linguísticas é construída por mitos e
preconceitos que acabam por inferiorizar as variações linguísticas considerando-as
como uma língua errada.
Conforme assegura Bagno (2007, p. 16)a língua portuguesa “apresenta um
alto grau de diversidade e de variabilidade. Nesse tocante, as escolas e o livro
didático devem motivar a aceitação dessas variedades e não ignora-las. Sendo
assim, Bagno (2007, p. 15) diz que

[...] a escola tenta impor sua norma linguística como se ela fosse, de fato, a
língua comum a todos os 160 milhões de brasileiros, independentemente de
sua idade, de sua origem geográfica, de sua situação socioeconômica, de
seu grau de escolarização.
Diante dessa fala de Marcos Bagno, compreende-se que a escola tem
buscado impor o monolinguismo que é considerado a norma culta e /ou padrão e
desprezado a diversidade linguística. Quando se analisa o livro didático, mai vez,
pode-se constatar que este trata das variações linguísticas ainda de forma
preconceituosa. Assim, Bagno (2007, p. 15) pontua que

Um dos principais problemas encontrados nos livros didáticos é uma


tendência a tratar da variação linguística em geral como sinônimo de
variedades regionais, rurais ou de pessoas não escolarizadas. Parece estar
por trás dessa tendência a suposição (falsa) de que os falantes urbanos e
escolarizados usam a língua de um modo mais ‘correto’, mais próximo do
padrão, e que no uso que eles fazem não existe variação.(BAGNO, 2007, p.
15).

Dessa forma, concebe-se que as variações linguísticas no livro didático


assume a concepção de sinônimo de comunidades menos escolarizadas que está
dissociada da língua portuguesa, sendo, portanto, considerada errada. Na visão de
Bagno (2007, p. 119) “o tratamento da variação linguística nos livros didáticos
continua sendo um tanto problemática”. Dionísio (2005, p. 38) em consonância com
os PCN’S (1998) reconhecem as variações linguísticas que a língua portuguesa tem
e como sendo parte dessa língua, bem como o seu valor social. Assim sendo, os
PCN’s (1998) enquanto eixos norteadores, orientam o trabalho docente nesse
sentido e com efeito, uma mudança de atitude e o cuidado da escola para que esse
trabalho não seja de reprodução da discriminação linguística, mas que se de a partir
de um ensino da língua materna que esteja pautado nas reais situações de uso da
língua.

Considerações finais

A diversidade linguística do português brasileiro e que expressam a


realidade linguística existente na sociedade, visto que as variedades estão
presentes em todas as comunidades de fala. Precisa-se alertar para o fato de que
essas variedades privilegiadas (padrão/culta e formal) não são correspondentes
aquilo que tradicionalmente se prega pelas gramáticas.

Referencias
BAGNO, M. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística.
São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Secretaria do ensino fundamental.


Parâmetros Curriculares Nacionais: português. V. 2. Brasília: MEC/SEF, 1998.

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