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[11/4 8:51 PM] Haslley: Aff.

[11/4 8:51 PM] Haslley: Diga.

[11/4 8:51 PM] Jakob: Por que o Estado é legítimo?

[11/4 8:53 PM] Haslley: Okay. Então me diga. Você considera que a ação argumentativa possui
como pressuposto transcendental a norma de "auto-propriedade" certo? Eu te pergunto: o
que é uma norma?

[11/4 8:53 PM] Haslley: ...

[11/4 8:54 PM] Jakob: Não não. Calma aí.

[11/4 8:55 PM] Jakob: Você vai querer me colocar em uma saia justa no que tange a natureza
ontológica da norma. Eu não sou nenhum tipo de dualista ontológico. A norma não é um ente.
Ela é a formalização expressiva de um ato de fala regulativo.

[11/4 8:55 PM] Jakob: Sabe o que é pragmática formal?

[11/4 8:56 PM] Haslley: Sei,

[11/4 8:58 PM] Haslley: Okay. Não é dualista ontológico. Bom saber. Mas não estava me
referindo a isso. Já que mencionou a Pragmática Formal (Habermas), eu gostaria de te
perguntar (já que se esquivou para uma definição específica de norma), se tu concordas com o
método racional-reconstrutivista do Habermas e se achas que ele parte de fundamentos a
priori ou a posteriori?

[11/4 9:01 PM] Jakob: Uma reconstrução racional parte de intuições sobre a competência de
regras de um indivíduo (Chomsky, não é mesmo?). É claro que o método de descoberta de tais
regras "implícitas" é a posteriori (você só descobre essas regras a partir da reconstrução do
que é intuitivamente pressuposto no agir comunicativo), mas o objeto de estudo possui
características transcendentais e aprioristicas: estamos falando daquilo que é formal, que
torna um tipo de agir específico aquilo que ele é. No caso, o que torna um agir específico um
ato de argumentação e não outra coisa.

[11/4 9:01 PM] Jakob: Você faz essa distinção entre condições formais e materiais? Eu
presumo... Pelo o que já li, você parece saber um pouco de Pragmática..

[11/4 9:07 PM] Haslley: Um pouco? Risos. Bom, é óbvio que se deve fazer a distinção entre
condições formais e materiais. Mas antes que eu chegue na questão mais fundamental de
como é possível que um método A POSTERIORI e INTUITIVISTA chegue à conclusões a priori (e
não adianta dizer que Kant também partiria de um método a posteriori, pois o que está em
questão não é aposterioridade cronológica e sim lógico-conceitual, se você fala de algo que é
obtido através da INTUIÇÃO que indivíduos possuem das próprias competências linguísticas,
então as bases para o que você tem são completamente EMPÍRICAS - não no sentido de
empírico no qual Habermas contrasta o empírico-analítico às ciências reconstrutivistas, mas no
sentido de que o resultado depende de algo que é falibilista... pois não concorda que as
intuições dos indivíduos PODEM estar erradas? Isso é só um ponto não muito central, tem
coisa mais equivocada).... gostaria de te perguntar se você acredita que dentro das condições
formais que tornam algo um agir argumentativo, uma argumentação, você inclui algo como a
autopropriedade como controle legítimo interno do corpo ou se você acredita que a
autopropriedade na vdd se refere a "inviolabilidade" do corpo no ato da argumentação? .
[11/4 9:12 PM] Jakob: Ok. Ótimo ponto. Podemos falar sobre a questão do caráter "empírico"
da reconstrução racional no final (reconheço que habermas tenta destranscendentalizar a
questão, por isso me apoio mais em Apel). E sim. As intuições que um indivíduo possui sobre
as próprias competências *podem* estar erradas (existe um falibilismo aí). Mas *nem* tudo
pode ser falível. Que é o ponto do a priori da argumentação. Mas respondendo a sua pergunta.
Você é bem ixpertinhu. Não. Não considero que a autopropriedade seja o mero controle
exclusivo interno sobre o corpo (apesar de acreditar que isso seja critério pra apropriação
original do corpo). E sim. Me refiro a inviolabilidade do corpo durante a argumentação. Não
considera que isso seja condição formal para a possibilidade da argumentação?

[11/4 9:22 PM] Haslley: Que bom que entende que existe falibilidade nas intuições. Agora, eu
estou curioso pra saber o que é que é "infalível" (voltamos ao fundacionismo?). Não. A
inviolabilidade do corpo NÃO pode ser uma condição FORMAL para a possibilidade da
argumentação. Primeiro: 1) é uma noção abstrata e geral demais, o que conta como violação
do corpo? Você, na ânsia de não cair no famoso problema de uma norma que não pode ser
violada [a de que eu devo ter o controle direto exclusivo sobre o meu próprio corpo], incorre
no erro de levar a questão para um âmbito mt mais geral. É bem simples, na verdade. 2) As
condições formais da argumentação dizem respeito à inteligibilidade das asserções dos atos de
fala, à correção factual ou existentiva das proposições proferidas e a correção normativa das
ações em si. É nesse último aspecto que você vai querer incluir a "inviolabilidade do corpo".
Mas me diga. Se uma pessoa, no meio de uma argumentação, começa a dançar, pular, coloca
algo na boca ou faz QUALQUER TIPO DE AÇÃO QUE SEJA *MATERIALMENTE INCOMPATÍVEL*
com uma potencial ação concomitante de argumentar, ela está ferindo alguma das condições
formais da argumentação? Pense da seguinte forma: se uma pessoa que estava dançando hip-
hop *PARA* para beber água, as várias configurações físicas nas quais o seu corpo se encontra
estão TODAS contidas numa suposta "regra constitutiva" do ato de dançar como condição
contrafactual para a não-possibilidade de DANÇAR?

[11/4 9:26 PM] Haslley: Pensa agora. A inviolabilidade do corpo é uma noção geral e abstrata.
Se você quiser dar conteúdo, você pode dizer que "não pode haver agressão física durante um
debate". Ora, não poder haver agressão física durante um debate é uma norma que é
formalizada DEPOIS como algo que INSTRUMENTALMENTE torna um DEBATE mais
"proveitoso" [um ideal regulativo], mas não é verdade que seja conceitualmente e
materialmente POSSÍVEL que haja ARGUMENTAÇÃO entre duas pessoas que estejam se
degladiando fisicamente [não que seja algo comum lol, mas é fisicamente possível]. Mesmo
que você tenha dificuldades em aceitar isso. Podemos ainda pensar que as condições formais
do ato de argumentar são apenas aquelas que tornam o ato de argumentar aquilo que ele É, e
não TODAS as ações possíveis que contrafactualmente impossibilitariam a argumentação. :D

[11/4 9:29 PM] Haslley: Errata: mas não é verdade que seja conceitualmente e materialmente
*IMPOSSÍVEL*

[11/4 9:29 PM] Jakob: Ah sim.

[11/4 9:29 PM] Jakob: Já ia falar. Achei estranho.

[11/4 9:29 PM] Jakob: Bom

[11/4 9:34 PM] Jakob: Entendi seu ponto. Você quer dizer que eu não posso incluir todas as
hipóteses contrafactuais de ações que impossibilitariam "materialmente" a ação de
argumentar como condições formais da argumentação. Ok. Certo. Mas você já parou pra
pensar que algumas dessas podem ser acidentais e outras essenciais? Por ex... A de que eu não
devo, por ex, colocar um objeto na boca (pq eu n posso argumentar com algo na boca q me
impeça de argumentar kkk) seria meramente acidental...mas a de que eu não devo agredir ou
violar o corpo de uma pessoa (vc falou bem sobre a questão da generalidade da noção de
"inviolabilidade" e obrigado por incluir logo depois o contexto específico de inviolabilidade, o
da não agressão do corpo) seja essencial?... Eu sei que você falou do fato de que é
conceitualmente ou materialmente possível argumentar e haver agressão física ao mesmo
tempo (ou em sucessões temporais de intervalos curtos entre si) e esse é um ponto que talvez
coloque em cheque a questão "essencialista" dessa condição formal... Mas você mesmo tocou
na questão de ser um *ideal regulativo*. Certo?? Pq n pode ser um ideal regulativo a não-
agressao? E, dessa forma, a autopropriedade como definida assim...?

[11/4 9:36 PM] Haslley: Ora, ora. Parece que estamos cedendo, não é mesmo?

[11/4 9:36 PM] Jakob: Não kk

[11/4 9:36 PM] Haslley: Calma

[11/4 9:40 PM] Haslley: Olha só. Você é inteligente. Entendeu meu ponto. O de que é BURRICE
incluir ARBITRARIAMENTE *uma* condição hipotética contrafactual que SUPOSTAMENTE
impossibilitaria a ação de argumentar ... mas veja, você reconhece que ela não IMPOSSIBILITA,
ela só torna MAIS "difícil" [por isso serve como IDEAL REGULATIVO]. E isso põe sim em cheque
a aprioricidade dessa condição. Sobre algumas serem essenciais e outras acidentais: ora, com
que critério você decide isso? Aliás, se você quer definir "autopropriedade" de maneira tão
leviana assim, ótimo. Melhor. O critério que você usaria seria o de um "ideal regulativo". Aqui
que entramos num ponto chave. Um ideal regulativo seria aquele que tornaria uma ação ou
situação "melhor" [ideais são normativos, não é mesmo?]. Isso não seria embutir a ética
argumentativa de um consequencialismo utilitarista BARATO? ^-^ Pensa.

[11/4 9:40 PM] Haslley: Você viu que eu falei de "instrumentalidade".

[11/4 9:42 PM] Haslley: E você viu que o ideal regulativo de não haver "coerção" é algo que
não é configuração formal "essencial" (pra usar o teu termo) ou necessária para a
argumentação. Pense em todas as argumentações que ocorreram que não seguiram esse
ideal, esse ideal foi formalizado e extrapolado ex post facto. ^-^

[11/4 9:42 PM] Haslley: Vamos resumir as coisas

[11/4 9:46 PM] Haslley: 1- Inviolabilidade do corpo é geral, nem Hoppe usa esse termo! Você
está inventando coisas. Hoppe fala claramente de self-ownership. Pensei que era você que
estava combatendo os deturpadores, mas você está tentando inventar uma coisa para tornar a
ética do Hoppe mais "plausível". Só que o que acontece é que tu cai em duas armadilhas: a)
usa uma condição "geral" demais cuja "essencialidade" para a argumentação é FACILMENTE
CONCEITUALMENTE provada IRREAL, pois não é nada essencial que não haja agressão para
que uma argumentação ocorra [e sim inteligibilidade, correção semantica, sinceridade e
correção normativa] e 2) você agora está querendo colocar tudo para cima de um "ideal
regulativo". Mas lembra de Habermas? Quando é que o ideal regulativo entra? DEPOIS DA
PRAGMÁTICA FORMAL. A ética do discurso do Habermas é só uma extrapolação de supostas
"intuições" que temos sobre o que torna algo um agir comunicativo [com a finalidade de
chegar ao entendimento mútuo];

[11/4 9:47 PM] Jakob: Eu já falei que não aceito muito habermas e sim Apel.
[11/4 9:47 PM] Haslley: Ora, eu conheço Apel. ^-^ Pode usar

[11/4 9:47 PM] Jakob: Pq vc tá certo que o Habermas faz isso. A pragmática dele é mais fraca.

[11/4 9:48 PM] Jakob: Me diz quais são os elementos que estão incorporados nesse último
quesito q vc mencionou? De correção normativa?

[11/4 9:48 PM] Haslley: Isso mesmo

[11/4 9:48 PM] Jakob: Eu preciso sair em alguns minutos...

[11/4 9:49 PM] Haslley: Diz respeito ao backround do chamado mundo-vida [o conjunto de
crenças, valores e normas compartilhadas que permitem a "fusão de horizontes"
hermenêutica entre os argumentadores].

[11/4 9:49 PM] Haslley: Vê que nem aí a tal da "inviolabilidade" cabe? ^-^

[11/4 9:50 PM] Jakob: Ora, mas essas crenças, valores e normas... Não fariam parte das
condições *materiais*?

[11/4 9:50 PM] Haslley: lol

[11/4 9:51 PM] Haslley: Não amore. Condições materiais: corpo físico, todo aparato causal-
material, tempo e espaço, universo pra simplificar e resumir kkkk

[11/4 9:51 PM] Haslley: Crenças, valores e normas só podem ser IMATERIAIS :)

[11/4 9:51 PM] Haslley: No sentido de que são elementos ideacionais.

[11/4 9:51 PM] Jakob: De fato.

[11/4 9:51 PM] Jakob: Mas dentre essas normas, a autopropriedade pode estar inclusa.

[11/4 9:52 PM] Haslley: Ora, mas eu já te mostrei que estaria inclusa só sob a pena de ser
inessencial... quer insistir nisso?

[11/4 9:52 PM] Haslley: Você vai incluir na norma de "autopropriedade" a norma que diz "é
proibido nadar debaixo dagua e argumentar ao mesmo tempo"? ^-^

[11/4 9:53 PM] Haslley: E MILHOES de outras possíveis ações que tornariam MATERIALMENTE
impossível o ato de argumentar?

[11/4 9:53 PM] Haslley: Me economiza, meu filho.

[11/4 9:53 PM] Haslley: Mas, de fato, tu é inteligente e sabe do que está falando. Só está
confuso.

[11/4 9:54 PM] Jakob: Não cara

[11/4 9:54 PM] Jakob: Ok. Isso é absurdo.

[11/4 9:54 PM] Jakob: Falei a mesma coisa sobre você kkkk

[11/4 9:54 PM] Haslley: Agiliza aí...

[11/4 9:54 PM] Haslley: Sem conversinhas fora da temática.

[11/4 9:54 PM] Jakob: Não.


[11/4 9:55 PM] Jakob: Eu preciso sair agora. Sério. Foi uma boa discussão. Nunca encontrei
alguém tão conhecedor de Pragmática (não mais do que eu, óbvio rs). Mas ainda acho que vc
tá deixando de ver algumas coisas

[11/4 9:55 PM] Jakob: Não posso responder agora pq realmente preciso sair.

[11/4 9:56 PM] Jakob: Obrigado por não me xingar (disseram que tu era arrogante e ofensivo
com ancaps kkk)

[11/4 9:56 PM] Haslley: Foge.

[11/4 9:56 PM] Haslley: Só xingo quem é palpiteiro.

[11/4 9:57 PM] Haslley: Bom, o cara ficou sem resposta. Obviamente..[11/4 8:51 PM] Haslley:
Aff.

[11/4 8:51 PM] Haslley: Diga.

[11/4 8:51 PM] Jakob: Por que o Estado é legítimo?

[11/4 8:53 PM] Haslley: Okay. Então me diga. Você considera que a ação argumentativa possui
como pressuposto transcendental a norma de "auto-propriedade" certo? Eu te pergunto: o
que é uma norma?

[11/4 8:53 PM] Haslley: ...

[11/4 8:54 PM] Jakob: Não não. Calma aí.

[11/4 8:55 PM] Jakob: Você vai querer me colocar em uma saia justa no que tange a natureza
ontológica da norma. Eu não sou nenhum tipo de dualista ontológico. A norma não é um ente.
Ela é a formalização expressiva de um ato de fala regulativo.

[11/4 8:55 PM] Jakob: Sabe o que é pragmática formal?

[11/4 8:56 PM] Haslley: Sei,

[11/4 8:58 PM] Haslley: Okay. Não é dualista ontológico. Bom saber. Mas não estava me
referindo a isso. Já que mencionou a Pragmática Formal (Habermas), eu gostaria de te
perguntar (já que se esquivou para uma definição específica de norma), se tu concordas com o
método racional-reconstrutivista do Habermas e se achas que ele parte de fundamentos a
priori ou a posteriori?

[11/4 9:01 PM] Jakob: Uma reconstrução racional parte de intuições sobre a competência de
regras de um indivíduo (Chomsky, não é mesmo?). É claro que o método de descoberta de tais
regras "implícitas" é a posteriori (você só descobre essas regras a partir da reconstrução do
que é intuitivamente pressuposto no agir comunicativo), mas o objeto de estudo possui
características transcendentais e aprioristicas: estamos falando daquilo que é formal, que
torna um tipo de agir específico aquilo que ele é. No caso, o que torna um agir específico um
ato de argumentação e não outra coisa.

[11/4 9:01 PM] Jakob: Você faz essa distinção entre condições formais e materiais? Eu
presumo... Pelo o que já li, você parece saber um pouco de Pragmática..

[11/4 9:07 PM] Haslley: Um pouco? Risos. Bom, é óbvio que se deve fazer a distinção entre
condições formais e materiais. Mas antes que eu chegue na questão mais fundamental de
como é possível que um método A POSTERIORI e INTUITIVISTA chegue à conclusões a priori (e
não adianta dizer que Kant também partiria de um método a posteriori, pois o que está em
questão não é aposterioridade cronológica e sim lógico-conceitual, se você fala de algo que é
obtido através da INTUIÇÃO que indivíduos possuem das próprias competências linguísticas,
então as bases para o que você tem são completamente EMPÍRICAS - não no sentido de
empírico no qual Habermas contrasta o empírico-analítico às ciências reconstrutivistas, mas no
sentido de que o resultado depende de algo que é falibilista... pois não concorda que as
intuições dos indivíduos PODEM estar erradas? Isso é só um ponto não muito central, tem
coisa mais equivocada).... gostaria de te perguntar se você acredita que dentro das condições
formais que tornam algo um agir argumentativo, uma argumentação, você inclui algo como a
autopropriedade como controle legítimo interno do corpo ou se você acredita que a
autopropriedade na vdd se refere a "inviolabilidade" do corpo no ato da argumentação? .

[11/4 9:12 PM] Jakob: Ok. Ótimo ponto. Podemos falar sobre a questão do caráter "empírico"
da reconstrução racional no final (reconheço que habermas tenta destranscendentalizar a
questão, por isso me apoio mais em Apel). E sim. As intuições que um indivíduo possui sobre
as próprias competências *podem* estar erradas (existe um falibilismo aí). Mas *nem* tudo
pode ser falível. Que é o ponto do a priori da argumentação. Mas respondendo a sua pergunta.
Você é bem ixpertinhu. Não. Não considero que a autopropriedade seja o mero controle
exclusivo interno sobre o corpo (apesar de acreditar que isso seja critério pra apropriação
original do corpo). E sim. Me refiro a inviolabilidade do corpo durante a argumentação. Não
considera que isso seja condição formal para a possibilidade da argumentação?

[11/4 9:22 PM] Haslley: Que bom que entende que existe falibilidade nas intuições. Agora, eu
estou curioso pra saber o que é que é "infalível" (voltamos ao fundacionismo?). Não. A
inviolabilidade do corpo NÃO pode ser uma condição FORMAL para a possibilidade da
argumentação. Primeiro: 1) é uma noção abstrata e geral demais, o que conta como violação
do corpo? Você, na ânsia de não cair no famoso problema de uma norma que não pode ser
violada [a de que eu devo ter o controle direto exclusivo sobre o meu próprio corpo], incorre
no erro de levar a questão para um âmbito mt mais geral. É bem simples, na verdade. 2) As
condições formais da argumentação dizem respeito à inteligibilidade das asserções dos atos de
fala, à correção factual ou existentiva das proposições proferidas e a correção normativa das
ações em si. É nesse último aspecto que você vai querer incluir a "inviolabilidade do corpo".
Mas me diga. Se uma pessoa, no meio de uma argumentação, começa a dançar, pular, coloca
algo na boca ou faz QUALQUER TIPO DE AÇÃO QUE SEJA *MATERIALMENTE INCOMPATÍVEL*
com uma potencial ação concomitante de argumentar, ela está ferindo alguma das condições
formais da argumentação? Pense da seguinte forma: se uma pessoa que estava dançando hip-
hop *PARA* para beber água, as várias configurações físicas nas quais o seu corpo se encontra
estão TODAS contidas numa suposta "regra constitutiva" do ato de dançar como condição
contrafactual para a não-possibilidade de DANÇAR?

[11/4 9:26 PM] Haslley: Pensa agora. A inviolabilidade do corpo é uma noção geral e abstrata.
Se você quiser dar conteúdo, você pode dizer que "não pode haver agressão física durante um
debate". Ora, não poder haver agressão física durante um debate é uma norma que é
formalizada DEPOIS como algo que INSTRUMENTALMENTE torna um DEBATE mais
"proveitoso" [um ideal regulativo], mas não é verdade que seja conceitualmente e
materialmente POSSÍVEL que haja ARGUMENTAÇÃO entre duas pessoas que estejam se
degladiando fisicamente [não que seja algo comum lol, mas é fisicamente possível]. Mesmo
que você tenha dificuldades em aceitar isso. Podemos ainda pensar que as condições formais
do ato de argumentar são apenas aquelas que tornam o ato de argumentar aquilo que ele É, e
não TODAS as ações possíveis que contrafactualmente impossibilitariam a argumentação. :D

[11/4 9:29 PM] Haslley: Errata: mas não é verdade que seja conceitualmente e materialmente
*IMPOSSÍVEL*

[11/4 9:29 PM] Jakob: Ah sim.

[11/4 9:29 PM] Jakob: Já ia falar. Achei estranho.

[11/4 9:29 PM] Jakob: Bom

[11/4 9:34 PM] Jakob: Entendi seu ponto. Você quer dizer que eu não posso incluir todas as
hipóteses contrafactuais de ações que impossibilitariam "materialmente" a ação de
argumentar como condições formais da argumentação. Ok. Certo. Mas você já parou pra
pensar que algumas dessas podem ser acidentais e outras essenciais? Por ex... A de que eu não
devo, por ex, colocar um objeto na boca (pq eu n posso argumentar com algo na boca q me
impeça de argumentar kkk) seria meramente acidental...mas a de que eu não devo agredir ou
violar o corpo de uma pessoa (vc falou bem sobre a questão da generalidade da noção de
"inviolabilidade" e obrigado por incluir logo depois o contexto específico de inviolabilidade, o
da não agressão do corpo) seja essencial?... Eu sei que você falou do fato de que é
conceitualmente ou materialmente possível argumentar e haver agressão física ao mesmo
tempo (ou em sucessões temporais de intervalos curtos entre si) e esse é um ponto que talvez
coloque em cheque a questão "essencialista" dessa condição formal... Mas você mesmo tocou
na questão de ser um *ideal regulativo*. Certo?? Pq n pode ser um ideal regulativo a não-
agressao? E, dessa forma, a autopropriedade como definida assim...?

[11/4 9:36 PM] Haslley: Ora, ora. Parece que estamos cedendo, não é mesmo?

[11/4 9:36 PM] Jakob: Não kk

[11/4 9:36 PM] Haslley: Calma

[11/4 9:40 PM] Haslley: Olha só. Você é inteligente. Entendeu meu ponto. O de que é BURRICE
incluir ARBITRARIAMENTE *uma* condição hipotética contrafactual que SUPOSTAMENTE
impossibilitaria a ação de argumentar ... mas veja, você reconhece que ela não IMPOSSIBILITA,
ela só torna MAIS "difícil" [por isso serve como IDEAL REGULATIVO]. E isso põe sim em cheque
a aprioricidade dessa condição. Sobre algumas serem essenciais e outras acidentais: ora, com
que critério você decide isso? Aliás, se você quer definir "autopropriedade" de maneira tão
leviana assim, ótimo. Melhor. O critério que você usaria seria o de um "ideal regulativo". Aqui
que entramos num ponto chave. Um ideal regulativo seria aquele que tornaria uma ação ou
situação "melhor" [ideais são normativos, não é mesmo?]. Isso não seria embutir a ética
argumentativa de um consequencialismo utilitarista BARATO? ^-^ Pensa.

[11/4 9:40 PM] Haslley: Você viu que eu falei de "instrumentalidade".

[11/4 9:42 PM] Haslley: E você viu que o ideal regulativo de não haver "coerção" é algo que
não é configuração formal "essencial" (pra usar o teu termo) ou necessária para a
argumentação. Pense em todas as argumentações que ocorreram que não seguiram esse
ideal, esse ideal foi formalizado e extrapolado ex post facto. ^-^

[11/4 9:42 PM] Haslley: Vamos resumir as coisas


[11/4 9:46 PM] Haslley: 1- Inviolabilidade do corpo é geral, nem Hoppe usa esse termo! Você
está inventando coisas. Hoppe fala claramente de self-ownership. Pensei que era você que
estava combatendo os deturpadores, mas você está tentando inventar uma coisa para tornar a
ética do Hoppe mais "plausível". Só que o que acontece é que tu cai em duas armadilhas: a)
usa uma condição "geral" demais cuja "essencialidade" para a argumentação é FACILMENTE
CONCEITUALMENTE provada IRREAL, pois não é nada essencial que não haja agressão para
que uma argumentação ocorra [e sim inteligibilidade, correção semantica, sinceridade e
correção normativa] e 2) você agora está querendo colocar tudo para cima de um "ideal
regulativo". Mas lembra de Habermas? Quando é que o ideal regulativo entra? DEPOIS DA
PRAGMÁTICA FORMAL. A ética do discurso do Habermas é só uma extrapolação de supostas
"intuições" que temos sobre o que torna algo um agir comunicativo [com a finalidade de
chegar ao entendimento mútuo];

[11/4 9:47 PM] Jakob: Eu já falei que não aceito muito habermas e sim Apel.

[11/4 9:47 PM] Haslley: Ora, eu conheço Apel. ^-^ Pode usar

[11/4 9:47 PM] Jakob: Pq vc tá certo que o Habermas faz isso. A pragmática dele é mais fraca.

[11/4 9:48 PM] Jakob: Me diz quais são os elementos que estão incorporados nesse último
quesito q vc mencionou? De correção normativa?

[11/4 9:48 PM] Haslley: Isso mesmo

[11/4 9:48 PM] Jakob: Eu preciso sair em alguns minutos...

[11/4 9:49 PM] Haslley: Diz respeito ao backround do chamado mundo-vida [o conjunto de
crenças, valores e normas compartilhadas que permitem a "fusão de horizontes"
hermenêutica entre os argumentadores].

[11/4 9:49 PM] Haslley: Vê que nem aí a tal da "inviolabilidade" cabe? ^-^

[11/4 9:50 PM] Jakob: Ora, mas essas crenças, valores e normas... Não fariam parte das
condições *materiais*?

[11/4 9:50 PM] Haslley: lol

[11/4 9:51 PM] Haslley: Não amore. Condições materiais: corpo físico, todo aparato causal-
material, tempo e espaço, universo pra simplificar e resumir kkkk

[11/4 9:51 PM] Haslley: Crenças, valores e normas só podem ser IMATERIAIS :)

[11/4 9:51 PM] Haslley: No sentido de que são elementos ideacionais.

[11/4 9:51 PM] Jakob: De fato.

[11/4 9:51 PM] Jakob: Mas dentre essas normas, a autopropriedade pode estar inclusa.

[11/4 9:52 PM] Haslley: Ora, mas eu já te mostrei que estaria inclusa só sob a pena de ser
inessencial... quer insistir nisso?

[11/4 9:52 PM] Haslley: Você vai incluir na norma de "autopropriedade" a norma que diz "é
proibido nadar debaixo dagua e argumentar ao mesmo tempo"? ^-^

[11/4 9:53 PM] Haslley: E MILHOES de outras possíveis ações que tornariam MATERIALMENTE
impossível o ato de argumentar?
[11/4 9:53 PM] Haslley: Me economiza, meu filho.

[11/4 9:53 PM] Haslley: Mas, de fato, tu é inteligente e sabe do que está falando. Só está
confuso.

[11/4 9:54 PM] Jakob: Não cara

[11/4 9:54 PM] Jakob: Ok. Isso é absurdo.

[11/4 9:54 PM] Jakob: Falei a mesma coisa sobre você kkkk

[11/4 9:54 PM] Haslley: Agiliza aí...

[11/4 9:54 PM] Haslley: Sem conversinhas fora da temática.

[11/4 9:54 PM] Jakob: Não.

[11/4 9:55 PM] Jakob: Eu preciso sair agora. Sério. Foi uma boa discussão. Nunca encontrei
alguém tão conhecedor de Pragmática (não mais do que eu, óbvio rs). Mas ainda acho que vc
tá deixando de ver algumas coisas

[11/4 9:55 PM] Jakob: Não posso responder agora pq realmente preciso sair.

[11/4 9:56 PM] Jakob: Obrigado por não me xingar (disseram que tu era arrogante e ofensivo
com ancaps kkk)

[11/4 9:56 PM] Haslley: Foge.

[11/4 9:56 PM] Haslley: Só xingo quem é palpiteiro.

[11/4 9:57 PM] Haslley: Bom, o cara ficou sem resposta. Obviamente..

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