DIREITO TRIBUTÁRIO

Características do Direito Tributário

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CARACTERÍSTICAS DO DIREITO TRIBUTÁRIO

CONCEITOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

“Direito Tributário é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre
o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado, no que
se refere à obtenção de receitas que correspondem ao conceito de Tributo.” (GO-
MES DE SOUSA, 1975:40)

“Direito Tributário é o sistema formado pelas regras jurídicas que disciplinam o nas-
cimento, a vida e a extinção do dever.” (BECKER, 1998:257)

“O Direito tributário é um conjunto de normas e princípios enucleados pelo conceito

de Tributo.” (BASTOS, 1998:95)

AMILCAR DE ARAÚJO FALCÃO, em obra atualizada por Flávio Bauer Novelli

("Introdução ao Direito Tributário", 4ª ed., Rio de Janeiro: FORENSE, 1993),
entende o Direito Tributário como sendo “o capítulo do direito público, ou o seu
ramo, que estuda as relações entre particulares e o Estado para a obtenção de
tributos, ou seja, aquele que expõe os princípios e as normas relativas à impo-
sição e arrecadação de tributos e analisa as relações jurídicas consequentes,
entre os entes públicos e os cidadãos...”.
Revela-se oportuno, também, o entendimento de BRITO MACHADO (2001:46),
que vem a complementar os conceitos acima apresentados. Para esse jurista,
Direito Tributário é o “ramo do Direito que se ocupadas relações entre o fisco
e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o
poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder”.
Quanto à denominação, optou-se, no Brasil, por designar “DIREITO TRIBU-
TÁRIO” esse ramo do direito que trata das relações entre o Fisco (poder tribu-
tante; Estado) e a pessoa submetida à tributação (sujeito passivo; contribuinte;
responsável tributário etc.).
Nas legislações alienígenas, a mesma ciência é denominada Direito Fiscal
(França: droit fiscal; Inglaterra: fiscal law; Portugal: direito fiscal; entre outros).
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Desses conceitos entende-se que o Direito Tributário é ramo do Direito

Público, pois o Estado, a princípio, relaciona-se diretamente com o particular e
essa situação é tratada justamente por ramos do direito público.
Essas relações podem ser entendidas, na visão de alguns autores, da seguinte
maneira:

Assim, conforme o esquema acima, percebe-se que alguns autores dispõem

que o Direito Tributário é ramo do Direito Público, contudo, há outro grupo de
autores que dispõem que o Direito Tributário vem do Direito Constitucional, mais
especificamente do Direito Administrativo.

Dessa forma, destaca-se o conceito do professor Gomes de Souza:

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“Direito Tributário é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre
o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado, no que
se refere à obtenção de receitas que correspondem ao conceito de Tributo.” (GO-
MES DE SOUSA, 1975:40)

Assim, o Direito Tributário é aquele que irá reger as relações da cobrança

do tributo: de um lado estará o Estado e do outro o sujeito passivo (contribuinte/
responsável tributário). Dessa forma, o Estado impõe a cobrança do tributo e o
sujeito passivo entrega o recurso. Essa relação é chamada “relação jurídica obri-
gacional tributária”.
De acordo com DIFINI (2006:4-5), é mais adequada a denominação Direito
Tributário utilizada pelo direito pátrio, porquanto “além de a palavra fiscal desig-
nar algo mais amplo, abrangendo a atividade do erário público como um todo
(fiscal vem do latim fiscus, cesta para guardar dinheiro e, figuradamente, o erário),
parece, por outro lado, limitar o ramo jurídico ao estudo de um só dos polos (o
polo ativo) da relação jurídica tributária, desprezando o outro, onde se encontra
o sujeito passivo (contribuintes, responsável, substituto, sucessor). Não obstante,
entre nós, que preferimos a expressão ‘direito tributário’, diz-se crédito fiscal,
débito fiscal, ação fiscal etc. para qualificar as questões nitidamente tributárias.”

FINALIDADE DO DIREITO TRIBUTÁRIO

A finalidade do Direito Tributário, do ponto de vista genérico, consiste na regu-

lamentação das relações de natureza tributária entre o sujeito ativo (poder
tributante) e o sujeito passivo (contribuinte; responsável tributário etc.). Essa
regulamentação se dá por meio de princípios e normas que têm por objetivo
estabelecer direitos e obrigações mútuas.
Especificamente, pode-se fixar a finalidade do Direito Tributário na delimitação
da atividade tributária por parte do Estado através do estabelecimento de meios
de proteção do sujeito passivo tributário em face dos abusos do poder tributante.

Obs.: O poder de tributação também é limitado dentro de normas e princípios

constitucionais (limitações próprias ao poder de tributar).
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NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO TRIBUTÁRIO

A natureza jurídica do Direito Tributário é de Direito Público.

A natureza jurídica pública do Direito Tributário assenta-se na constatação da
posição de império exercida pelo Estado na relação tributária. Para a doutrina
moderna, em que pese uma certa resistência à dicotomia do direito em público e
privado, será de natureza pública a relação na qual o Estado aparece como ente
supremo, dotado de soberania e poder de império em contraposição à parte pri-
vada dessa mesma relação.
O poder de tributar advém da soberania do Estado. Essa soberania também
concede ao Estado outros poderes, como, por exemplo, o de cunhar moedas, o
de entrar em guerra e celebrar a paz, além do poder de legislar e julgar.
Assim, quando o Estado se relaciona com o particular por meio da cobrança
do tributo, tem-se de um lado a soberania estatal e do outro a necessidade de
cumprir a ordenança que vem de forma obrigatória (matéria de lei), pois ninguém
é obrigado a pagar um tributo senão em virtude de lei.
Nesse sentido, o particular pode ser representado pela figura do contribuinte
(aquele que tem relação direta com o fato que gera o tributo – fato gerador –; ex.:
o dono do imóvel no caso do IPTU). O particular também pode ser aquele sem
relação direta e pessoal, mas que a lei exige o pagamento do tributo. Ex.: a fonte
pagadora no caso do IRRF. Também há a figura do substituto, que é aquele que
literalmente substitui outras pessoas no pagamento. Ex.: distribuidor de petróleo,
fabricante de cigarros, fabricante de sorvetes, fabricante de medicamentos etc.
No polo ativo dessa relação jurídica figurará sempre a União, os Estados, os
Municípios ou o Distrito Federal.
Mas esse poder deve ser exercido dos limites da lei, porquanto na vigência
de um Estado Democrático de Direito.
A partir dessa premissa, Direito Constitucional, Financeiro, Administrativo,
Penal e Processual, juntamente com o Direito Tributário, são vertentes do direito
público. Já o Direito Civil é de direito privado.
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Obs.: No âmbito do Direito Tributário, pode-se dizer que há, em algumas situ-
ações, limites ao poder de tributar. Esses limites podem ser por meio de
princípios, como a legalidade e o não confisco, e também pelas imuni-
dades tributárias (situações que alcançam diretamente a competência do
ente tributante). Um exemplo são os livros, jornais, periódicos e o papel
destinado a impressão desses, pois possuem uma imunidade em relação
à tributação. Há também outra imunidade que afeta os CDs e DVDs de
artistas brasileiros.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Vilson Cortez.

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